SUBSÍDIO I
A insustentabilidade da Teoria da Lacuna
Quando me pus a
comentar a revista Lições Bíblicas deste trimestre de Escola Dominical da CPAD,
deparei-me com alguns desafios bastante singulares. Sei perfeitamente que a
Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse, é a inspirada e inerrante Palavra de Deus. E
que, nela, não há contradição alguma, pois a suas belezas e perfeições não
conhecem limites. Mas como explicar suas ilimitadas e infinitas fronteiras?
Ante os desafios
dos onze primeiros capítulos de Gênesis, dispus-me a pensar racionalmente, e
cheguei a estas conclusões:
1.Estamos diante
de uma narrativa histórica, e não ante uma parábola que busca explicar o
inexplicável. Portanto, a descrição que Moisés faz da criação dos Céus e da
Terra é um fato verídico. Não colocaremos o autor sagrado, pois, na mesma
galeria de Homero, Hesíodo, Virgílio e Camões. Moisés, além de poeta, era
historiador.
2.Quanto aos três
primeiros versículos do Gênesis, que o aceitemos com a mesma simplicidade que o
profeta o redigiu. Por conseguinte, descartamos, desde já, a chamada Teoria da
Lacuna, que alguns estudiosos preferem alcunhar de Teoria do Caos.
3.Portanto, não
temos nenhuma base escriturística para acreditar num pré-mundo habitado por
anjos ou por hominídeos.
4.Se o autor
sagrado descreve a Terra, antes do primeiro dia da criação, como informe e
vazia, não significa que o planeta estivesse em estado caótico. Mas que, naquele
momento, tomava forma sob a ação do Espírito Santo, que pairava por sobre as
águas. Tratava-se, pois, da etapa inicial da obra divina que, embora efetivada
em apenas seis dias literais, em tudo mostrou-se metódica, lógica e, por
incrível que pareça, científica.
5.Deus trabalhou,
com muita arte e ciência, o nosso planeta. Primeiro deu-lhe forma. Depois,
chamou à existência os dois reinos de vida irracional: o vegetal e o animal. E,
só então, chamou o homem a ser e a estar ao seu lado. Por isso, escreve Isaías:
“Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a
fez e a estabeleceu; que não a criou para ser um caos, mas para ser habitada:
Eu sou o Senhor, e não há outro” (Is 45.18).
6.Se a Terra, no
início, estava sem forma e vazia, não era em razão da apostasia do querubim
ungido, que, em minha opinião, só ocorreria após a criação do ser humano. Como
já disse, o vazio e a informidade do planeta faziam parte da etapa inicial da
obra criadora de Deus. Como bom oleiro, primeiro o Senhor preparou a massa
para, só então, dar forma ao grande vaso que é a Terra.
7.Por que acredito
que a rebelião de Satanás deu-se após a criação do homem? Em primeiro lugar,
porque Deus, quando criava a Terra, os anjos todos cantavam e rejubilavam-se (Jó
38.1-7). Esta passagem é muito reveladora.
8.Finalmente, não
podemos usar os dois primeiros versículos da Bíblia Sagrada para acomodar as
mais absurdas e incongruentes teorias. Infelizmente, nessa passagem, jogam-se
todas as tranqueiras teológicas: raça pré-adâmica, dinossauros, hominídeos,
demônios etc.
Aceitemos a Bíblia
Sagrada como a Palavra de Deus. Quanto à criação, levemos em conta que se trata
de um ato sobrenatural de Deus para dar forma e vida ao mundo natural. Nesse
sentido, a criação é um milagre. E milagre, como todos nós sabemos, está acima
da ciência, mas não é contraditado pela verdadeira ciência.
Fonte: CPAD News
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Conforme destacamos na última aula, o livro de
Gênesis responde às grandes perguntas da humanidade. Talvez uma das mais
inquietantes delas seja: de onde veio a terra? Na aula de hoje, a partir da
linguagem simples e concisa da Bíblia, responderemos que: “No princípio criou
Deus os céus e a terra" (Gn. 1.1). Inicialmente mostraremos que Deus, que
não teve princípio e não terá fim, é o Sujeito da criação. Em seguida,
detalharemos o processo da criação, de acordo com a exposição bíblica. E ao
final, faremos uma breve incursão pela doutrina da criação, contrapondo com a
teoria da evolução.
1. DEUS, O
SUJEITO DA CRIAÇÃO
Deus é o Sujeito da criação, não apenas da primeira
sentença do livro de Gênesis. O Deus Criador – Elohim – é nomeado 38 vezes na
narrativa da criação. Ele é o Senhor do tempo, na verdade, esse somente veio a
existir por causa dele, “no princípio”. Isso revela que a natureza, ou mais
propriamente, a matéria não é eterna, ela teve uma origem. O verbo hebraico
“bará” diz respeito ao ato criador de Deus, independente de uma matéria
preexistente. Os estudiosos se referem a esse processo criativo por meio da expressão
ex nihilo, ou seja, do nada. Os autores do Novo Testamento reforçam esse
ensinamento (Hb. 11.3; Rm. 4.17). A expressão “céus e terra”, no contexto da
criação, na verdade se refere a “todo o universo”, a criação do espaço. Existe
uma discussão teológica em relação aos versículos 1 e 2 de Gênesis no tocante a
sua literalidade ou figuratividade. Alguns exegetas argumentam que no princípio
Deus teria criado um universo perfeito, mas que esse, por alguma razão, teria
“se tornado” sem forma e vazio. Essa é a Teoria da Lacuna, para seus defensores
o planeta teria se tornado decadente depois da queda de Satanás, que trouxe
destruição à criação, fazendo-se necessária uma (re)criação divina. Os
proponentes dessa teoria explicam que a criação do Gênesis, a partir do
versículo 2, teria sido uma (re)criação. Os argumentos em defesa dessa teoria
não são muito contundentes, mesmo assim não podem ser desconsiderados, e
apresentam algum fundamento bíblico. É mais importante destacar nessa passagem
a presença da Trindade: o Pai como Projetista, o Filho como Executor, e o
Espírito como Concebedor (Jo. 1.3; Cl. 1.16).
2. CRIADOR
DOS CÉUS E DA TERRA
Há uma discussão antiga entre os estudiosos em
relação ao significado da palavra dia – iom – em hebraico. Alguns defendem que
são dias literais, outros que foram dias figurados, ou períodos de tempo.
Aqueles mais efeitos a conciliar a doutrina criacionista com a evolucionista
tendem a acatam a última, a fim de aceitar o postulado científico das eras
geológicas. O mais importante, contudo, é reconhecer que a criação não é uma
alegoria, mas um processo histórico, mesmo que não seja científico. Esse é o
fundamento bíblico, considerando que para Paulo Deus criou o mundo (At. 17.24),
e que o homem foi feito a imagem de Deus (I Co. 11.7), o autor aos Hebreus
reconhece que o mundo foi criado pela palavra de Deus (Hb. 11.3). No primeiro
dia Deus criou a luz (Gn. 1.3-5), para alguns estudiosos tratava-se de uma luz
cósmica, pois o sol, a lua e as estrelas somente seriam criados no quarto dia.
No segundo dia Deus criou o firmamento, ao qual chamamos de céu, que se trata
da atmosfera gasosa (Gn. 1.6-8). No terceiro dia Deus separou a água da terra,
em seguida fez com que fossem geradas as plantas (Gn. 1.9-13). No quarto dia
Deus criou o sol, a lua e as estrelas, isso serviria para que os seres humanos
se pautassem pelos tempos, admitindo sua dependência das condições climáticas
(Gn. 1.14-19). Não podemos esquecer que a terra é nosso habitat provisório,
principalmente nos nossos descendentes. Aqueles que habitam nesta terra não
podem ser irresponsáveis, poluindo o lugar que Deus nos deu para viver. No
quinto dia Deus criou a vida marinha, inclusive os grandes monstros do mar (Gn.
1.20-23). É interessante observar que Deus estava satisfeito com tudo que
estava sendo feito, Ele viu que tudo era bom. Isso deve servir de motivação
para que tenhamos em consideração a criação. Há cristãos escapistas que
desprezam a criação de Deus e contribuem para a destruição dão planeta terra.
3. CRIAÇÃO E
EVOLUÇÃO
Depois da teoria da evolução das espécies,
desenvolvida por Charles Darwin, e assumida em contextos acadêmicos, alguns
pensadores, associados ao materialismo, tentam negar a existência de Deus.
Inicialmente, é preciso ter cautela, e considerar que existem cientistas
cristãos sérios, e compromissados com a Palavra, tal como Francis Collins, que
são evolucionistas. Mesmo assim, é importante ressaltar que o evolucionismo não
passa de uma teoria, e não pode ser assumida como uma verdade absoluta. A
revelação bíblica, nesse debate, traz à tona algo que a ciência não pode
explicar, a origem de todas as coisas, pois está além do seu alcance. As
Escrituras ensinam que a natureza não é resultante do acaso, mas de um Deus que
planejou com maestria o universo criado. Ele poderia, caso desejasse, ter se
utilizado do processo evolutivo, isso porque o livro de Gênesis nos mostra
apenas “o que” Deus criou e não “como” Ele o fez. Contudo, a maioria dos
estudiosos prefere acreditar que Ele o fez na sequência de dias literais, de
aproximadamente 24 horas. Independentemente dos dias terem sido períodos ou
literais, estejamos cientes que a principal ameaça ao criacionismo repousa no
materialismo, não necessariamente na evolução, pois essa abordagem nega a
existência de um Criador, e defende a eternidade da matéria. Os materialistas
precisam ser mais humildes em seus pressupostos, pois defendem com veemência
religiosa a ausência de um Criador, sem que haja qualquer fundamento científico
para essa premissa. Consoante ao exposto, fiquemos com a narrativa de Gênesis,
assumindo que essa não tem a pretensão de ser científica, antes revelação de um
Deus Poderoso e Gracioso, que criou os céus e a terra, e tudo que neles há.
CONCLUSÃO
Deus é o Criador dos céus e da terra, as coisas que
conhecemos, ainda que em parte, não são resultantes de transformações casuais.
Quando olhamos para a criação, obras das mãos de Deus, devemos nos dobrar
diante dEle, como fez o salmista, reconhecendo Seu poder, e as maravilhas das
Suas mãos (Sl. 8, 19, 104). A natureza não é nossa mãe, por isso não pode ser
adorada. Por outro lado, é digna de consideração, sobretudo de preservação, por
se tratar do nosso habitat, e das gerações futuras.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
O livro de Gênesis
não é uma alegoria, por isso, é imprescindível que consideremos a narrativa da
criação um fato histórico; algo que aconteceu exatamente como está escrito.
Tendo em vista este parâmetro, estudemos, agora, a Doutrina da Criação.
Comecemos por definir o Criacionismo Bíblico. [Comentário: Como Deus criou o mundo? Será
que ele criou cada espécie diferente de planta e animal de modo direto, ou fez
uso de uma espécie de processo evolutivo, guiando o desenvolvimento das coisas
vivas a partir das mais simples para as mais complexas? E quanto tempo Deus
levou para produzir a criação? Será que ela foi completada no espaço de seis dias
de 24 horas, ou Deus serviu-se de milhares ou talvez milhões de anos? Qual é a
idade da terra e qual é a idade da raça humana? A Bíblia claramente requer que
creiamos que Deus criou o universo do nada. (Algumas vezes a expressão
latina ex nihilo, “do nada”, é usada; diz-se então que a Bíblia ensina a
criação ex nihilo). Isso significa que, antes de Deus ter começado a criar
o universo, nada mais existia exceto o próprio Deus. Como cristãos, temos de
diferenciar entre o criacionismo e o evolucionismo, ou seja, como eles são
diferentes? Qual é verdadeiro? É possível acreditar em ambos? Estas perguntas
podem ser respondidas ao se definir o que o criacionismo bíblico é e como afeta
o nosso sistema de crença fundamental. Podemos definir a doutrina da criação da
seguinte maneira: Deus criou o universo inteiro do nada; ele era
originariamente muito bom; e ele o criou para glorificar a si próprio.] Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?
I. O CRIACIONISMO BÍBLICO
1. Definição. O Criacionismo Bíblico é a doutrina segundo a qual Deus criou, a
partir de sua palavra, tudo quanto existe: os Céus, a Terra, os reinos vegetal
e animal, e finalmente o ser humano (Hb 11.3). [Comentário: A Bíblia claramente requer que creiamos que Deus
criou o universo do nada. (Algumas vezes a expressão latina ex nihilo ,”do
nada”, é usada; diz-se então que a Bíblia ensina a criação ex nihilo ). Isso
significa que, antes de Deus ter começado a criar o universo, nada mais existia
exceto o próprio Deus. Essa é a inferência de Gênesis 1.1 que diz: “No
princípio Deus criou os céus e a terra”. O Texto Áureo diz: “Pela fé
entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que aquilo
que se vê não foi feito do que é visível” - essa tradução reflete de modo
exato o texto grego. Embora o texto não ensine realmente a doutrina da
criação ex nihilo, ele chega próximo de fazer isso, visto que diz
que Deus não criou o universo de alguma coisa visível. O Autor de Hebreus
contesta a idéia de a criação ter vindo de alguma matéria preexistente, como
afirmavam os filósofos, e para esse propósito o versículo é inteiramente claro.]
2. Fundamentos. O Criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada, na manifestação silenciosa
da natureza e nas observações e estudos que dela fazemos (Rm 1.20; Sl 119.1-6). [Comentário: O criacionismo bíblico é fundamental para a
fé cristã e foi estabelecido no livro de Gênesis, capítulo um, com "No
princípio, criou Deus..." Esta declaração afirma o criacionismo e se
opõe a qualquer visão que adote o evolucionismo (a crença de que o universo
começou com um "big bang" e tenha evoluído constantemente desde
então). Nossos pontos de vista sobre a criação refletem se realmente acreditamos
na Palavra de Deus ou se duvidamos da sua veracidade. O salmo 33 também nos
diz: “Mediante a palavra do SENHOR foram feitos os céus, e os corpos
celestes, pelo sopro de sua boca [...] Pois ele falou, e tudo se fez; ele
ordenou, e tudo surgiu” (Sl 33.6,9). No Novo Testamento encontramos uma
afirmação de caráter universal no começo do evangelho de João: “Todas as
coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido
feito” (Jo 1.3). A expressão “todas as coisas” é mais bem entendida
como referindo-se à totalidade do universo (cf.At 17.24; Hb 11.3). Paulo é
totalmente explícito em Colossenses 1 quando especifica todas as partes do
universo, tanto as visíveis como as invisíveis: “pois nele foram criadas
todas as coisas nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam
tronos ou soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por
ele e para ele” (Cl 1.16).]
3. Objetivos. Três são os objetivos do Criacionismo: 1) Mostrar que Deus é o
Criador de todas as coisas; 2) Demonstrar que, por criar tudo quanto existe,
tudo lhe pertence; e 3) Levar-nos a adorá-lo como nosso Criador e Senhor. [Comentário: O lado positivo de que Deus criou o universoex-nihilo é
que esse universo tem significado e propósito. Deus, em sua sabedoria, criou-o
para alguma coisa. Devemos tentar entender esse propósito e usar a criação de
modo que ela se encaixe nesse propósito, a saber, o de trazer glória ao próprio
Deus. Além disso, sempre que a criação nos traga satisfação (cf. 1 Tm 6.17),
devemos agradecer a Deus, que criou todas as coisas. Wayne Grunden comentando
sobre a criação diz: “Está claro que Deus criou seu povo para a sua glória,
porque ele fala de seus filhos e filhas como aqueles “a quem criei para a minha
glória, a quem formei e fiz” (Is 43.7). Mas não são somente os seres humanos
que Deus criou com esse propósito. Toda a criação foi feita para mostrar a
glória de Deus. Mesmo a criação inanimada, as estrelas, o sol, a luz e o céu
testificam da grandeza de Deus: “Os céus declaram a glória de Deus; o
firmamento proclama a obra das suas mãos” (Sl 19.1,2). O cântico da adoração
celestial em Apocalipse 4 conecta a criação de todas as coisas por Deus com o
fato de que ele é digno de receber a glória que elas lhe conferem: “Tu, Senhor
e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste
todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas” (Ap 4.11).”http://www.monergismo.com/textos/criacao/criacao_wayne_grudem.htm]
SUBSÍDIO
DIDÁTICO
Professor, para introduzir
primeiro tópico da lição faça a seguinte indagação: “Os dias da criação em
Gênesis 1 são literais?”. Ouça os alunos com atenção e explique que “em Gênesis
1, a palavra hebraica para dia é yom. A maior parte do uso dela no Antigo
Testamento é com o sentido de dia, dia literal; e, nas passagens em que o
sentido não é esse, o contexto deixa isso claro. Primeiro, yom é definido na
primeira vez em que é usado na Bíblia (Gn 1.4,5) em seus dois sentidos
literais: a porção clara do ciclo luz/trevas e todo o ciclo luz/trevas.
Segundo, yom é usado com ‘noite’ e ‘manhã’. Em todas as passagens em que essas
duas palavras são usadas no Antigo Testamento, juntas ou separadas, e no
contexto de yom ou não, elas sempre têm o sentido literal de noite ou manhã de
um dia literal. Terceiro, yom é modificado por um número: primeiro dia, segundo
dia, terceiro dia, etc., o que em todas as passagens do Antigo Testamento
indicam dias literais. Quarto, Gênesis 1.14 define literalmente yom em relação
aos corpos celestiais” (HAM, Ken. Criacionismo: verdade ou mito? 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2011, p.30).
II. A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA LUZ
Entre os versículos um e três do primeiro capítulo
de Gênesis há um intervalo indefinido, no qual Deus criou o tempo, o espaço, os
Céus e os anjos e, finalmente, a Terra ainda informe.
1. O tempo. Embora a Bíblia não o diga, podemos afirmar que a primeira coisa
que Deus criou foi o tempo. Isto porque a obra divina, embora concebida na
eternidade, somente poderia ser consumada no âmbito temporal. Só o Criador é
eterno. A criação acha-se sujeita ao tempo, requerendo as intervenções e
cuidados divinos (Sl 104.5). [Comentário: A
palavra ‘princípio’ (bereshith) significa começo de tempo e deve ser
distinguida da palavra grega ‘arché’ – princípio, empregada por João 1.1, onde
significa ‘eternidade’ (medida do tempo de Deus). Houve, portanto, um tempo em
que não havia mundo ou universo. Em bereshith está implícita a noção de começo
temporal.]
2. O espaço. O que é o espaço? Podemos defini-lo como o tecido cósmico que Deus
criou para colocar os corpos celestes. Portanto, o espaço também é criação
divina. [Comentário: Em Gênesis 1.1 que diz: “No princípio Deus criou os
céus e a terra”, a frase “os céus e a terra” inclui a totalidade do universo. O
salmo 33 também nos diz: “Mediante a palavra do SENHOR foram feitos os céus, e
os corpos celestes, pelo sopro de sua boca [...] Pois ele falou, e tudo se fez;
ele ordenou, e tudo surgiu” (Sl 33.6,9). O céu, que é no mínimo espaço entre a
matéria, sem espaço todos os objetos ficariam estáticos, pois até mesmo entre
os átomos existe espaço, pois sem espaço não há movimento, e sem movimento não
há ação, e sem ação não existe vida.]
3. Os Céus e os anjos. Os Céus, a morada de Deus, também foram
criados num contexto espaço-temporal, por uma razão bastante simples: embora
não pertençam à nossa dimensão, são um lugar bem real. É para lá que as almas
dos justos são encaminhadas. Após a criação dos Céus, Deus chamou à
existência os seus anjos através do sopro de sua boca (Sl 33.6). E assim, o
Senhor neles infundiu, também, a sua imagem e semelhança. [Comentário: Paulo é totalmente explícito em Colossenses 1
quando especifica todas as partes do universo, tanto as visíveis como as
invisíveis: “pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e sobre a
terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos ou soberanias, poderes ou
autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele” (Cl 1.16).
Anjos são encontrados em trinta e cinco livros da Bíblia, e em duzentas e
setenta e cinco referências e Cristo ensinou a existência dos anjos (Mt 18.10;
26.53). Anjos não são uma raça, mas uma hoste [exército]. Eles são filhos de
Deus (Jó 1.6), e nunca de outros anjos. Foram criados num
determinado momento, antes da criação do mundo físico (Jó 38.6,7). Os anjos
foram criados num estado de santidade (Judas 1.6). Eles são inumeráveis (Hb
12.22).]
4. A Terra ainda informe. Deus formou a Terra antes dos seis dias da
criação. A princípio, informe e vazia, seria modelada pelo Espírito de Deus até
que viesse a adquirir a forma atual (Gn 1.2). [Comentário:Tendo estabelecido que as duas partes do mundo,
terra e firmamento, ou céu, se originaram pela palavra do Criador, o autor do
Gênesis logo depois descreve a aparência da matéria-prima da terra,
imediatamente depois de sua criação. A frase hebraica aqui traduzida “sem forma
e vazia” é tohu wavohu. Tohu é uma palavra que
significa “sem forma”. Bohu vem da raiz “estar vazio”,
significando portanto que “não tinha nada”. Comentando esta expressão, o Dr.
Leupold diz: “Tohu” é realmente usado como um adjetivo enfático, como é
também, naturalmente, bohu. Sobre o verbo hayethah,
“era”, não pode recair ênfase, numa sentença em que seguem dois predicados
significativos. Deve servir simplesmente como união. Consequentemente, todo o
intento para pôr neste verbo algum pensamento como 'a terra já existia', ou
'assim esteve por muito tempo', é inteiramente inadmissível em gramática” (http://www.revistacriacionista.com.br/artigos/FC52_Asemana.asp). Esta mesma expressão,tohu wavohu, é usada
em Jeremias 4:23 para descrever a terra durante o milênio, quando as formas
vivas estão ausentes, ou quase ausentes. Contudo deve-se observar que a
condição “sem forma e vazia”, descrita em Jeremias, refere-se unicamente à
superfície da terra. À luz deste texto parece razoável, portanto, presumir que
a descrição de Gênesis 1:2 pinta a terra inteiramente formada como um corpo
astronômico e estabilizada na sua geologia, com exceção do aspecto de sua
superfície, inteiramente sobre o controle das “forças naturais”, e
caracterizada pela falta de qualquer ser vivo.http://www.revistacriacionista.com.br/artigos/FC52_Asemana.asp Podemos encontrar uma outra teoria para explicar Gn 1.1, a Teoria do
Intervalo. Esta é a teoria que acredita que Deus criou o planeta
Terra completamente funcional, com todos os animais, incluindo os dinossauros e
outras criaturas que conhecemos apenas por fósseis. Então, segue a teoria,
aconteceu algo que destruiu a terra por completo – alguns especulam que foi a queda
de Satanás à terra – e, por isso, a terra tornou-se sem forma e vazia. A esta
altura, Deus começou tudo de novo, recriando a terra em sua forma de paraíso
como descrito no primeiros capítulos de Gênesis. Existe problemas com essa
teoria, insisto que leia o artigo deste link: http://www.gotquestions.org/Portugues/teoria-intervalo.html ]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A palavra hebraica para ‘luz’ é
‘or’, e refere-se às ondas iniciais de energia luminosa atuando sobre a terra.
Posteriormente, Deus colocou ‘luminares’ (hb. ma'or, literalmente ‘luzeiros’,
v.14 nos céus como geradores e refletores permanentes das ondas de luz. O
propósito principal desses luzeiros é servir de sinais demarcadores das
estações, dias e anos (vv.5-14)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1991,
p.30).
III. A ORDENAÇÃO DA TERRA
1. O Espírito Santo na criação. O Espírito Santo pairou sobre as águas (Gn
1.2). Ele esteve presente e desempenhou um papel ativo na obra da criação. O
que vemos pelo relato bíblico é que a cada dia, Deus fez uma tarefa diferente,
mas ordenada, para que a vida fosse possível em nosso planeta. [Comentário: Ruach Elohim, o Espírito de Deus, ou Epírito Santo,
é apresentado como Se movendo protetoramente sobre a superfície da massa
informe da terra. Este particípio, mera (ch) chepheth, nunca é usado na Bíblia
para sugerir “incubar”; pelo contrário, sugere adejar, mover-se. A diferença
pode ter significação. Uma galinha, por exemplo, choca os ovos mas move-se
sobre os pintos. A interpretação fabulosa de que o Espírito estava incubando o
mundo em embrião é indefensável. Wayne Grunden escreve sobre a atuação do
Espírito Santo na criação: “O Espírito Santo estava também em operação na
criação. Ele é geralmente descrito como completando, preenchendo e dando vida à
criação de Deus. Em Gênesis 1.2,”... o Espírito de Deus se movia sobre a face
das águas”, indicando uma função preservadora, sustentadora e orientadora. Jó
diz: “O Espírito de Deus me fez; o sopro do Todo-poderoso me dá vida” (Jô
33.4). É importante perceber que em várias passagens do AT a mesma palavra
hebraica (rûach) pode significar, em contextos diferentes, ”espírito”, “sopro”
ou “vento”. Mas em muitos casos não há grande diferença de significado, pois,
se alguém decidisse traduzir alguns termos como o “sopro de Deus” ou mesmo o
“vento de Deus”, ainda pareceria um modo figurado de referir-se à atividade do
Espírito Santo na criação. Assim o salmista, falando da grande variedade de
criaturas na terra e no mar, diz: “Envias o teu Espírito, eles são criados, e,
assim, renovas a face da terra” (Sl 104.30, RA); observe também, sobre a obra
do Espírito Santo, (Jó 26.13; Is 40.13; lCo 2.10).”http://www.monergismo.com/textos/criacao/criacao_wayne_grudem.htm]
2. Tarefas ordenadas. Em sua obra a cada dia, Deus agiu de forma
bem específica, organizando o cenário em que seria colocada a vida em nosso
planeta. Primeiro Ele preparou o mundo para receber os seres vivos, depois os
criou. Ele primeiro criou o ambiente em que viveríamos, para depois nos criar.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
Professor,
o objetivo da lição é apresentar o Criacionismo. Infelizmente, muitos cristãos
têm receio de declarar que creem que Deus é o criador de todas as coisas. Deus
é real e o Criacionismo não é um mito, mas uma verdade. Quando se fala que Deus
tudo criou, algumas pessoas perguntam: “E quem criou Deus?”. O Todo-Poderoso
não teve um início, Ele é atemporal. A Bíblia também não tenta provar sua
existência, ela simplesmente inicia afirmando: “No princípio, [...] Deus...”.
As teorias que explicam a criação do homem e do universo, são apenas teorias,
ou seja, conhecimento especulativo.
“Hoje,
muitos cristãos afirmam que os milhões de anos de história da Terra se ajustam
à Bíblia e que Deus usou o processo evolucionário para criar. Essa ideia não é
uma invenção recente. Há mais de duzentos anos, muitos teólogos tentam essas
harmonizações em resposta a trabalhos como o de Charles Darwin e de Charles
Lyell, escocês que ajudou a popularizar a ideia de milhões de anos da história
da Terra e de um moroso processo geológico.
Quando
consideramos a possibilidade de que Deus usou o processo evolucionário para
criar ao longo de milhões de anos, confrontamo-nos com sérias consequências: a
Palavra de Deus não é mais competente e o caráter de nosso Deus amoroso é
questionado.
Já na
época de Darwin, um dos principais evolucionistas entendia o problema de fazer
concessão ao afirmar que Deus usou a evolução. Uma vez que você aceite a
evolução e suas implicações para a história, então o homem está livre para
escolher as partes da Bíblia que quer aceitar” (HAM, Ken. Criacionismo: verdade
ou mito? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011, pp.35-6).
IV. A CRIAÇÃO DA LUZ
1. E houve luz. A criação da luz, no primeiro dia do Universo, é
carregada de significados (Gn 1.3). Embora o Criador dela não precisasse, a
criação a reclamava (Sl 139.12). Sem luz, a vida seria impossível. [Comentário: A ordenada sequência do trabalho da semana da
criação é muito impressiva. Para fazer provisões para o aparecimento e
manutenção de plantas e animais, a matéria-prima teve primeiro de ser trazida à
existência, e posto sob controle o que chamamos “lei natural”. Então o quesito
mais essencial para a vida foi a luz acompanhada de calor. O texto hebraico
diz: Ye hi or wa ye hi or (“Haja luz e então houve luz!”).]
2. A luz inicial. A luz de Gênesis 1.3 não era proveniente do Sol,
pois este só viria a ser criado no quarto dia. Ela provinha do próprio Deus.
Luz semelhante, porém mais gloriosa, haverá na Jerusalém Celeste (Ap 22.5). [Comentário Neste ponto ouso discordar do comentarista
quanto à origem desta luz, pois claramente o texto diz que Deus fez separação
entre luz e trevas, dia e noite, então, o texto se refere à luz do sol. A
Palavra or (luz) não se refere aos corpos celestes mas ao fenômeno físico
chamado luz. A fonte desta luz não é revelada aqui. Entretanto, não é ilógico
supor que todo o nosso sistema solar fosse formado no primeiro dia. Naquele
evento o Sol estaria presente, e sua luz apareceria numa forma difusa através
das nuvens pesadas que sem dúvida envolviam a terra. Que a terra começou a
rotação sobre o seu eixo quando apareceu, é demonstrado pelo fato de que o
primeiro dia consistiu de uma porção de trevas e uma porção de luz, tarde e
manhã. Os últimos três dias da semana da criação são claramente controlados
pelo Sol, cujo disco apareceu visivelmente no quarto dia, e os dias são
descritos nos mesmos termos usados para delimitar os primeiros três. Isto
constitui forte argumento de que os primeiros seis dias foram iguais em extensão
e em natureza; foram dias normais de vinte e quatro horas. A palavra hebraica
wayyabhdel, que é traduzida, “E fez Deus separação entre a luz e as trevas”,
não significa que a luz estava misturada com as trevas e que tivesse de ser
desembaraçada, mas significa literalmente: “Fez separação”. Assim uma funcionou
num tempo e outra noutro tempo. Podemos mesmo ser justificados quando afirmamos
que ocorreu uma separação entre a luz e as trevas. A passagem de Jó 38:19 e 20
leva-nos a tal conclusão (http://www.revistacriacionista.com.br/artigos/FC52_Asemana.asp).]
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
“Deus tinha razões
específicas para criar o mundo. Deus criou os céus e a terra como manifestação
da sua glória, majestade e poder. Ao olharmos a totalidade do cosmo criado —
desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza — ficamos
tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador. Deus
criou os céus e a Terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas.
Todos os elementos da natureza rendem louvores ao Deus que nos criou. Quanto
mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos. Deus criou
a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a humanidade
fossem cumpridos” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1991, p.31).
V. A SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS
1. Separando as águas. Deus não criou a Terra para ser um caos, mas para
servir-nos de habitação (Is 45.18). Por isso, no terceiro dia da Criação,
separou as águas que se achavam abaixo e acima do firmamento (Gn 1.6-10). [Comentário: Aparecera a luz, a atmosfera estava livre do
nevoeiro, e agora no terceiro dia o tehom ou abismo ressonante recebe atenção.
As águas em cima nos céus já estavam reunidas em uma camada de nuvens, espessa
e contínua, e agora as “águas debaixo dos céus”, isto é, as águas sobre a
superfície da terra, são reunidas em “um lugar”. Em vez de indicar o oceano,
esta expressão “um lugar” sem dúvida significa os grandes corpos coletivos de
água. As evidências que existem em nossa terra na forma de fósseis de corais e
plantas subtropicais nas regiões antártica e ártica, indicam que toda a sua
superfície, incluindo o polo, desfrutou uma vez de um clima subtropical, e
sugere que estes corpos d’água podem de fato ter constituído um corpo único
muito ramificado, cuja circulação do equador ao polo e vice-versa, tenderia a
igualar o clima em todas as regiões. A maneira do aparecimento da hayyabbashah,
“a porção seca”, pode ser descrita para nós em Salmo 104:5-9. “Lançou os
fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum. Tu a cobres com o
abismo, como com um vestido: as águas estavam sobre os montes. À Tua repreensão
fugiram, à voz do Teu trovão se apressaram. Sobem aos montes, descem aos vales,
até ao lugar que para elas fundaste. Limite lhes traçaste, que não
ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra.” Naturalmente, é de
igual modo muito possível que Davi, quando fez o seu poema na encosta da
montanha, falava da superfície da terra como a via então. Neste caso a
descrição se aplicaria ao tempo do dilúvio e não à condição original. É
observado que a usual aprovação do Criador ao Seu trabalho no fim de cada dia
foi omitida ao fim do segundo dia. A explicação disto pode ser o fato de que o
trabalho da separação das águas ocupou o segundo dia e parte do terceiro. No segundo
dia o nevoeiro da superfície se ergueu para formar uma camada de nuvem, e no
terceiro as águas da terra barrenta foram separadas na “porção seca” e no
yammim, ou mares, termo aqui usado em sentido amplo, para que incluísse grandes
mares, como nós os conhecemos e também lagos e rios. Depois, quando a separação
de todas as águas foi completada no segundo dia e parte do terceiro, o Criador
colocou sua aprovação: “Eis que era bom”.]
2. A criação da atmosfera. Foi ainda no terceiro dia que Deus criou o
firmamento; e, com este, a atmosfera terrestre, para que a vida se tornasse
possível. [Comentário: Mais uma vez ouso discordar do texto base; o
firmamento foi ordenado, do ponto de vista do escritor, somente no quarto dia.
Veja o que diz Frank Lewis Marsh no artigo ‘A Semana da Criação: Do Primeiro ao
Quinto Dia’: “A história da criação foi escrita para o homem. É razoável que o
ponto de vista do narrador seja do lar do homem, a superfície da terra. Durante
os primeiros três dias a luz estivera sobre a terra, mas unicamente de um modo
débil, difuso, justamente como se filtrara através do teto de nuvens pesadas e
contínuas. Mas agora, com plantas sobre a terra, a luz brilhante torna-se uma
necessidade. O pormenor no qual são descritas as funções dos corpos celestes,
do ponto de vista da nossa terra, é digno de atenção especial. Nenhuma
oportunidade legítima é deixada para as interpretações pagãs, como agouros
astrológicos. Pode ser importante notar aqui que estes versos não dizem que
Deus criou (bara) estes corpos celestes no quarto dia. A palavra usada aqui é
asah, que é comumente interpretada como “empregar materiais já existentes;
libertar de restrição”. A segunda significação, “libertar de restrição”, parece
aqui muito apropriada. Na obra do segundo dia os pesados nevoeiros
levantaram-se da superfície da terra, mas aparentemente permaneceram como uma
camada contínua de nuvem que foi penetrada pela difusa luz do sol, mas que
interceptava qualquer vista dos corpos celestes. Parece lógico supor que o
trabalho do quarto dia foi o rompimento desta contínua camada de nevoeiro, numa
descontínua massa de nuvens, tornando os corpos celestes visíveis da terra.
Estes corpos já existiam, mas desde esse movimento da dissolução do nevoeiro em
nuvens descontínuas, eles começaram a servir a um propósito definido com
referência à terra. Não é fora do comum achar criacionistas que são da opinião
de que as nuvens não existiam até que as tempestuosas nuvens se apresentassem
no tempo do dilúvio. Todavia, Ellen G. White está inteiramente certa quando se
refere à existência das nuvens na seguinte declaração com respeito a alguns dos
objetos de estudo que atraíram a atenção de Adão e Eva: “A glória de Deus nos
céus, os mundos inumeráveis em suas ordenadas revoluções, 'o equilíbrio das grossas
nuvens', os mistérios da luz e do som, do dia e da noite, tudo estava patente
ao estudo dos nossos primeiros pais”(24). Certamente a beleza de qualquer
panorama é grandemente aumentada pela presença de nuvens descontínuas.
Unicamente as nuvens tempestuosas é que foram desconhecidas até ao tempo do
dilúvio. O fato de que o verso 1 declara que Deus criou “os céus e a terra” (os
céus são mencionados em primeiro lugar), e o fato de que a luz apareceu no
primeiro dia, dão-nos base para supor que no primeiro dia se formou o nosso
completo sistema solar. Nos nossos dias compreendemos como as órbitas celestes
dos membros do nosso sistema solar são determinadas pela razão do seu movimento
através do espaço e pelas atrações mútuas da gravitação. Este conhecimento
leva-nos a concluir que os membros do nosso sistema, completo e delicadamente
equilibrado, muito provavelmente vieram à existência ao mesmo tempo, no
primeiro dia: - “Criou Deus os céus e a terra”. Então no primeiro dia Deus fez
alguma coisa à massa escura do Sol que a levou a irromper na Sua presente
glória de luz. Parte desta luz penetrou no denso nevoeiro que envolvia a
superfície da terra e constituiu a luz do primeiro dia e dos dias sucessivos.
No quarto dia a decomposição do nevoeiro em massas de nuvens fez com que se
tornassem visíveis os discos do Sol e da Lua. Isto de igual modo desvendou a
majestade do céu estrelado. Ocasionalmente ouvimos o protesto de ser impossível
para o Criador criar todos os corpos astronômicos a não ser de uma vez, por causa
da interação gravitacional desses corpos. O pensamento é que o intrincado
equilíbrio existente entre esses corpos é tão delicado que a adição de nosso
sistema solar numa data posterior causaria perturbações tão sérias que
resultariam em colisões e finalmente no caos. Verdadeiramente, em certo grau,
cada corpo no universo afeta os outros corpos. Mas onde existe distância
suficiente entre dois corpos, seu efeito real mútuo torna-se tão insignificante
que pode ser considerado nulo. A força da gravitação opera inversamente de
acordo com o quadrado da distância entre dois corpos quaisquer. Nosso sistema
solar está cerca de três e meio anos-luz distante da estrela mais próxima, e
seu efeito sobre esta estrela mais próxima não merece consideração quanto a
sérias perturbações. Quão mais verdade é isto a respeito dos que estão além
desta distância ou a uma distância de pelo menos 140 milhões de anos-luz da
mais distante estrela já fotografada! Uma vez perguntei a um astrônomo meu
amigo que efeito o acréscimo de nosso sistema solar teria sobre o resto do
universo. Ele sorriu e respondeu: “Posso pensar em inúmeros lugares onde o
nosso sistema solar poderia ter sido acrescentado ao nosso universo e o
acréscimo não teria nenhum efeito sobre os corpos celestes já existentes”. Por
outro lado, a força da gravitação agindo entre as unidades de nosso sistema
solar é tremenda. O Criador poderia ter mantido diretamente nossa Terra no
espaço até o quarto dia e ter-lhe-ia fornecido luz direta; então no quarto dia
teria suspenso o Sol no espaço para exercer estas funções. Mas a identidade dos
dias da semana da criação, antes do disco solar tornar-se visível da Terra, com
os restantes dias da semana, e a presença da luz desde o primeiro dia, indicam
que o Criador formou o Sol ao mesmo tempo em que formou nossa Terra e fez com
que ele se tornasse um corpo incandescente no primeiro dia. Que o Criador
usualmente prefere manifestar Seu poder mantenedor na forma de “leis naturais”
é o fato mais facilmente observado. A ostentação do Seu poder no nosso sistema
solar mediante milagres é excepcional. O progresso da ciência natural mostra
cada vez mais que isto é verdadeiro. A expressão mais ou menos explicativa que
declara que “Ele fez também as estrelas”, pode referir-se aos planetas, as “estrelas”
de nosso sistema solar, isto é, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno,
Urano, Netuno e Plutão; ou pode incluir também as estrelas mais distantes.
Outros exemplos onde o autor faz declarações que são claramente parentéticas
são Gênesis 2:24; 10:9; 26:33; 32:32. No versículo 1 a palavra shamayim, que é
traduzida por “céu” em algumas versões, está na forma plural e devia ser lida
“céus”. Do ponto de vista humano sabemos de três céus. No primeiro voam os
pássaros (Jó 35:11) e as nuvens flutuam (I Reis 18:45). No segundo estão as
estrelas (Deuteronômio 17:3). No terceiro, o céu dos céus, mora Deus (Daniel
4:26; S. Lucas 15:21) (25). A criação do primeiro céu ocorreu durante a semana
da criação, e também a parte do segundo céu que inclui os planetas de nosso
sistema solar. Estes planetas são como verdadeiras “estrelas” para nós, como
são os sóis de outros sistemas. Assim a referência aqui à criação das
“estrelas” pode aplicar-se àquelas que foram realmente feitas durante a semana
da criação, nossos planetas. Todavia, é possível que o autor do Gênesis
desejasse nesta conexão lembrar ao leitor que o mesmo Deus que formou esta
Terra de igual modo formou os inumeráveis corpos de todo o universo. O fato de
que muitas estrelas estão milhões de anos-luz distantes de nossa Terra e
contudo estão espargindo sua luz sobre nós, demonstra aparentemente que
existiram por muitíssimas vezes seis mil anos. Isto mostra que elas deviam ter
sido formadas antes da semana da criação, a menos que Deus fizesse com que sua
luz atravessasse o espaço num momento, em vez de alcançar o nosso planeta de
modo natural. Tal premissa não se enquadra com tudo o que sabemos acerca de
como Deus preferiu fazer os objetos da Sua criação. Neste ponto H. W. Clark
disse com muita razão: “Vamos sugerir de passagem que a ideia de que Deus criou
estes sóis distantes, cada um completo com raios de luz já projetados através
do espaço, se fosse aceita, destruiria toda a crença na regularidade das leis
de Deus. Tudo que sabemos da maneira de Deus produzir luz ensina-nos que quando
Ele faz um corpo tornar-se luminoso, raios de energia luminosa partem da fonte
e não são postos em ação instantânea ao longo de todo o caminho do raio de luz.
Deus opera de modos regulares, de acordo com leis definidas” (26)”. Disponível
em http://www.revistacriacionista.com.br/artigos/FC52_Asemana.asp]
VI. A CRIAÇÃO DO REINO VEGETAL
1. O reino vegetal. Para que os animais, que só seriam criados no
quinto e no sexto dias, pudessem se alimentar, o Senhor, já no terceiro dia da
criação, fez brotar as relvas, as ervas e as árvores (Gn 1.11-13). Em sua obra,
Deus mostrou-se em tudo perfeito e metódico. Seu cronograma foi rigorosamente
cumprido (Sl 86.8). [Comentário: O
resto do trabalho do terceiro dia consistiu na formação das plantas. A ordem
foi dirigida à terra. A palavra usada no verso 11, dasha, literalmente
significa: “Brote da terra!” O verso 12 registra que a terra fez as plantas
“saírem” (yatsa). A indicação é de que as plantas aparecem como resultado do
crescimento que foi acelerado como para ocupar um momento apenas. Tal produto
podia possivelmente ser indistinguível das plantas que cresciam naturalmente. À
luz destes fatos, não precisamos perguntar o que veio primeiro, se as plantas
ou as sementes. As plantas vieram primeiro. Frank Lewis Marsh no artigo ‘A
Semana da Criação: Do Primeiro ao Quinto Dia’ Disponível emhttp://www.revistacriacionista.com.br/artigos/FC52_Asemana.asp]
2. As possibilidades do reino vegetal. Deus ordenou que o reino vegetal produzisse
ervas, plantas e árvores frutíferas, para que pudessem se multiplicar segundo a
sua espécie (Gn 1.11,12). [Comentário: Os três grupos de plantas mencionados, capim (deshe, palavra cujo
radical significa “estar úmido”), ervas (esebh, “herbáceos”), e árvores (ets
peri, “árvores frutíferas”), evidentemente têm em mira abranger toda a
vegetação. O primeiro grupo talvez não inclua o capim como o conhecemos, mas
pode referir-se a formas como os musgos, líquens e outras espécies que
tapetizam o chão. Que os membros do segundo grupo são distintos daqueles do
primeiro, é evidente pelas passagens de II Reis 19:26 e Isaías 37:27 (14),
(15), onde eles são mais uma vez mencionados separadamente numa enumeração.
Também os membros do segundo grupo são descritos como mazria zera - “plantas
que dão semente”. Dir-se-ia assim que os membros deste grupo sejam destacados
como “tendo semente”. É este grupo, esebh, mencionado no verso 29, como dado ao
homem juntamente com frutos e nozes para o seu alimento. A tradução “erva do
campo”, que é usada em Gênesis 3:18 para descrever parte do alimento dado ao
homem depois do pecado, é esta mesma esebh (16). Esebh é também usada em
Deuteronômio 11:15 para descrever o alimento dos animais (17). Assim, este
segundo grupo parece incluir tudo entre musgos, líquens, fetos e outras plantas
que não têm semente, e árvores e arbustos. O termo ets peri, que abrange o
terceiro grupo, é um coletivo singular que se emprega para as plantas lenhosas
que produzem nozes e pinhas, e frutos carnosos como amoras, pêssegos, maçãs,
etc. Estes três grandes grupos não coincidem com a moderna classificação das
plantas, não obstante são muito próprios porque são ainda visíveis os tipos
rudimentares, os herbáceos mais altos e os arbustos e árvores. Frank Lewis
Marsh no artigo ‘A Semana da Criação: Do Primeiro ao Quinto Dia’ Disponível emhttp://www.revistacriacionista.com.br/artigos/FC52_Asemana.asp]
VII. A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR
1. A criação do Sol, da Lua e das estrelas. No quarto dia, Deus criou o Sol, a Lua e as
estrelas (Gn 1.14-19). Dessa forma, o tempo será dividido não apenas em dia e
noite, como acontecia até ao terceiro dia, mas também em semanas, meses,
estações e anos (Gn 1.14). [Comentário: A história da criação foi escrita para o homem. É razoável que o ponto
de vista do narrador seja do lar do homem, a superfície da terra. Durante os
primeiros três dias a luz estivera sobre a terra, mas unicamente de um modo
débil, difuso, justamente como se filtrara através do teto de nuvens pesadas e
contínuas. Mas agora, com plantas sobre a terra, a luz brilhante torna-se uma
necessidade. O pormenor no qual são descritas as funções dos corpos celestes,
do ponto de vista da nossa terra, é digno de atenção especial. Nenhuma
oportunidade legítima é deixada para as intepretações pagãs, como agouros
astrológicos. Pode ser importante notar aqui que estes versos não dizem que
Deus criou (bara) estes corpos celestes no quarto dia. A palavra usada aqui é
asah, que é comumente interpretada como “empregar materiais já existentes;
libertar de restrição”. A segunda significação, “libertar de restrição”, parece
aqui muito apropriada. Na obra do segundo dia os pesados nevoeiros
levantaram-se da superfície da terra mas aparentemente permaneceram como uma
camada contínua de nuvem que foi penetrada pela difusa luz do sol, mas que
interceptava qualquer vista dos corpos celestes. Parece lógico supor que o
trabalho do quarto dia foi o rompimento desta contínua camada de nevoeiro, numa
descontínua massa de nuvens, tornando os corpos celestes visíveis da terra.
Estes corpos já existiam, mas desde esse movimento da dissolução do nevoeiro em
nuvens descontínuas, eles começaram a servir a um propósito definido com
referência à terra. Não é fora do comum achar criacionistas que são da opinião
de que as nuvens não existiam até que as tempestuosas nuvens se apresentassem
no tempo do dilúvio. Todavia, Ellen G. White está inteiramente certa quando se
refere à existência das nuvens na seguinte declaração com respeito a alguns dos
objetos de estudo que atraíram a atenção de Adão e Eva: “A glória de Deus nos
céus, os mundos inumeráveis em suas ordenadas revoluções, 'o equilíbrio das
grossas nuvens', os mistérios da luz e do som, do dia e da noite, tudo estava
patente ao estudo dos nossos primeiros pais”(24). Certamente a beleza de
qualquer panorama é grandemente aumentada pela presença de nuvens descontínuas.
Unicamente as nuvens tempestuosas é que foram desconhecidas até ao tempo do
dilúvio. O fato de que o verso 1 declara que Deus criou “os céus e a terra” (os
céus são mencionados em primeiro lugar), e o fato de que a luz apareceu no
primeiro dia, dão-nos base para supor que no primeiro dia se formou o nosso
completo sistema solar. Nos nossos dias compreendemos como as órbitas celestes
dos membros do nosso sistema solar são determinadas pela razão do seu movimento
através do espaço e pelas atrações mútuas da gravitação. Este conhecimento
leva-nos a concluir que os membros do nosso sistema, completo e delicadamente
equilibrado, muito provavelmente vieram à existência ao mesmo tempo, no
primeiro dia: - “Criou Deus os céus e a terra”. Então no primeiro dia Deus fez
alguma coisa à massa escura do Sol que a levou a irromper na Sua presente
glória de luz. Parte desta luz penetrou no denso nevoeiro que envolvia a
superfície da terra e constituiu a luz do primeiro dia e dos dias sucessivos.
No quarto dia a decomposição do nevoeiro em massas de nuvens fez com que se
tornassem visíveis os discos do Sol e da Lua. Isto de igual modo desvendou a
majestade do céu estrelado. Ocasionalmente ouvimos o protesto de ser impossível
para o Criador criar todos os corpos astronômicos a não ser de uma vez, por
causa da interação gravitacional desses corpos. O pensamento é que o intrincado
equilíbrio existente entre esses corpos é tão delicado que a adição de nosso
sistema solar numa data posterior causaria perturbações tão sérias que
resultariam em colisões e finalmente no caos. Verdadeiramente, em certo grau,
cada corpo no universo afeta os outros corpos. Mas onde existe distância
suficiente entre dois corpos, seu efeito real mútuo torna-se tão insignificante
que pode ser considerado nulo. A força da gravitação opera inversamente de
acordo com o quadrado da distância entre dois corpos quaisquer. Nosso sistema
solar está cerca de três e meio anos-luz distante da estrela mais próxima, e
seu efeito sobre esta estrela mais próxima não merece consideração quanto a
sérias perturbações. Quão mais verdade é isto a respeito dos que estão além
desta distância ou a uma distância de pelo menos 140 milhões de anos-luz da
mais distante estrela já fotografada! Uma vez perguntei a um astrônomo meu
amigo que efeito o acréscimo de nosso sistema solar teria sobre o resto do
universo. Ele sorriu e respondeu: “Posso pensar em inúmeros lugares onde o
nosso sistema solar poderia ter sido acrescentado ao nosso universo e o
acréscimo não teria nenhum efeito sobre os corpos celestes já existentes”. Por
outro lado, a força da gravitação agindo entre as unidades de nosso sistema
solar é tremenda. O Criador poderia ter mantido diretamente nossa Terra no
espaço até o quarto dia e ter-lhe-ia fornecido luz direta; então no quarto dia
teria suspenso o Sol no espaço para exercer estas funções. Mas a identidade dos
dias da semana da criação, antes do disco solar tornar-se visível da Terra, com
os restantes dias da semana, e a presença da luz desde o primeiro dia, indicam
que o Criador formou o Sol ao mesmo tempo em que formou nossa Terra e fez com
que ele se tornasse um corpo incandescente no primeiro dia. Que o Criador
usualmente prefere manifestar Seu poder mantenedor na forma de “leis naturais”
é o fato mais facilmente observado. A ostentação do Seu poder no nosso sistema
solar mediante milagres é excepcional. O progresso da ciência natural mostra
cada vez mais que isto é verdadeiro. A expressão mais ou menos explicativa que
declara que “Ele fez também as estrelas”, pode referir-se aos planetas, as
“estrelas” de nosso sistema solar, isto é, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter,
Saturno, Urano, Netuno e Plutão; ou pode incluir também as estrelas mais
distantes. Outros exemplos onde o autor faz declarações que são claramente
parentéticas são Gênesis 2:24; 10:9; 26:33; 32:32. No versículo 1 a palavra
shamayim, que é traduzida por “céu” em algumas versões, está na forma plural e
devia ser lida “céus”. Do ponto de vista humano sabemos de três céus. No
primeiro voam os pássaros (Jó 35:11) e as nuvens flutuam (I Reis 18:45). No
segundo estão as estrelas (Deuteronômio 17:3). No terceiro, o céu dos céus,
mora Deus (Daniel 4:26; S. Lucas 15:21) (25). A criação do primeiro céu ocorreu
durante a semana da criação, e também a parte do segundo céu que inclui os
planetas de nosso sistema solar. Estes planetas são como verdadeiras “estrelas”
para nós, como são os sóis de outros sistemas. Assim a referência aqui à
criação das “estrelas” pode aplicar-se àquelas que foram realmente feitas
durante a semana da criação, nossos planetas. Todavia, é possível que o autor
do Gênesis desejasse nesta conexão lembrar ao leitor que o mesmo Deus que
formou esta Terra de igual modo formou os inumeráveis corpos de todo o
universo. O fato de que muitas estrelas estão milhões de anos-luz distantes de
nossa Terra e contudo estão espargindo sua luz sobre nós, demonstra
aparentemente que existiram por muitíssimas vezes seis mil anos. Isto mostra
que elas deviam ter sido formadas antes da semana da criação, a menos que Deus
fizesse com que sua luz atravessasse o espaço num momento, em vez de alcançar o
nosso planeta de modo natural. Tal premissa não se enquadra com tudo o que
sabemos acerca de como Deus preferiu fazer os objetos da Sua criação. Neste
ponto H. W. Clark disse com muita razão: “Vamos sugerir de passagem que a idéia
de que Deus criou estes sóis distantes, cada um completo com raios de luz já
projetados através do espaço, se fosse aceita, destruiria toda a crença na
regularidade das leis de Deus. Tudo que sabemos da maneira de Deus produzir luz
ensina-nos que quando Ele faz um corpo tornar-se luminoso, raios de energia
luminosa partem da fonte e não são postos em ação instantânea ao longo de todo
o caminho do raio de luz. Deus opera de modos regulares, de acordo com leis
definidas” (26). Frank Lewis Marsh no artigo ‘A Semana da Criação: Do Primeiro
ao Quinto Dia’ Disponível emhttp://www.revistacriacionista.com.br/artigos/FC52_Asemana.asp]
2. A perfeição do sistema solar. Deus criou o sistema solar para funcionar
perfeitamente, conforme declarou o profeta Jeremias: “Assim diz o Senhor, que
dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz da
noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu
nome. Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também
a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre” (Jr
31.35,36 — ARA). Não há máquina tão perfeita quanto o sistema solar (Is 40.26).
VIII. A CRIAÇÃO DO REINO ANIMAL
Somente depois de o ambiente natural estar
devidamente aparelhado é que Deus criou, no quinto e sexto dias, os animais
aquáticos, alados e terrestres. O Criador agiu de forma sábia em seus intentos.
1. Quinto dia. No quinto dia, Deus criou os grandes animais marinhos e os peixes;
em seguida, as aves (Gn 1.20,21). Ato contínuo, ordenou-lhes: “Frutificai, e
multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na
terra” (Gn 1.22). [Comentário: A palavra hebraica yam, traduzida aqui por “águas”, é aplicada a um
oceano, mar, lago, lagoa, rio, regato, poço ou nascente. O termo yam inclui
tudo isto. Nossas versões estão incorretas na tradução: “Produzam as águas
abundantemente”. Sharats sherets pode unicamente significar: “Sejam as águas
cheias de enxames”. A origem dos animais aquáticos e alados não é revelada neste
capítulo. É dito simplesmente que lhes foi ordenado aparecer na água e no ar,
respectivamente. Todavia, em Gênesis 2:19 torna-se claro que os animais
voadores originaram-se “saindo da terra” (27). Em conexão com a formação dos
animais aquáticos e voadores, a palavra nephesh, “alma vivente”, aparece pela
primeira vez. De acordo com o ponto de vista bíblico as plantas não têm vida
como os animais a têm. Unicamente os animais manifestam vida em “almas”, mas
esta “alma” deve aparentemente ser considerada como nada mais que “aquilo que
respira”. Comparados com as plantas, os animais eram algo de novo e distinto.
Para a média dos homens um animal era um organismo que respirava, ao passo que
uma planta não o fazia. Biologicamente tanto as plantas como os animais “respiram”,
porque o protoplasma, quer da planta, quer do animal, deve constantemente
receber oxigênio de fora, para que não morra. Mas para o propósito prático com
o homem comum, um organismo que podia locomover-se de um lugar para outro,
“respirar”, e mostrar ao menos um pequeno grau de inteligência, era distinto de
uma planta. Kanaph, verso 21, literalmente: “aves que voam”, usado no sentido
mais amplo, como é aqui, sem dúvida inclui não somente os pássaros mas também
todos os outros tipos de seres que têm asas, seja inseto, morcego ou répteis
voadores. O uso da expressão wayyibhra, “e Ele criou”, verso 21, parece
confundir à primeira vista. Por que teria Deus feito as plantas e criado os
animais aquáticos e os voadores? A palavra “criar” aqui é usada ao menos por
duas razões. Primeiro, o verso 21 diz que Deus criou animais que enxameassem as
águas, sem dizer que eles foram formados de qualquer material; portanto, foi
usada uma forma de bara, criar. Segundo, bara é usado onde a idéia de novidade
deve ser transmitida (ver Isaías 41:20; 48:6 e 7; 65:17; Jer. 31:22) (28).
Trazer à existência criaturas tão notáveis, que respiram e são animadas e podem
ir aonde desejam, é digno do termo bara. A palavra tanninim, verso 21, que é
traduzida por “baleias” em algumas versões, inclui todos os grandes animais do
mar. A palavra vem de uma raiz que significa “de considerável comprimento”.
Isto incluiria não somente os grandes peixes, mas também baleias, répteis
aquáticos e anfíbios. O termo hebraico romeseth, que foi traduzido por
“réptil”, significa literalmente “deslizar ou rastejar”. A expressão nos
versículos 20 e 21, significando “enxamear”, certamente não deixa terreno para
supor que de cada espécie apareceu um par somente. Todavia, embora cada animal
aquático e cada pássaro fosse aparentemente representado por numerosos
indivíduos, foi-lhes ordenado que se multiplicassem até que todos os habitats
ao redor da terra estivessem ocupados. Os versos 20-23 destacam o mesmo fato
que foi apresentado nos versos 11 e 12; isto é, que os animais aquáticos e
todos os animais que voam foram formados segundo a sua espécie, como foram as
diferentes plantas. Que eles foram moldados em distintas espécies parece ser um
ponto muito importante. Todos os animais aquáticos e voadores, sejam estrelados
ou moluscos, esponja ou ouriço do mar, beija-flor, medusa ou baleia, borboleta
ou pterodáctilo - todas as espécies foram modeladas de acordo com suas
respectivas diferenças morfológicas distintas. Nenhum terreno é deixado para
qualquer suposição de que estas espécies distintas tivessem evoluído de outras
espécies que eram de morfologia mais simples. Frank Lewis Marsh no artigo ‘A
Semana da Criação: Do Primeiro ao Quinto Dia’ Disponível emhttp://www.revistacriacionista.com.br/artigos/FC52_Asemana.asp]
2. Sexto dia. No sexto dia, Deus criou os animais selvagens e os domésticos (Gn
1.24,25). No que tange aos animais, há uma espantosa variedade de espécies
entre eles e, ao mesmo tempo, uma cadeia maravilhosa que os identifica (Sl
104.24). Observemos, por exemplo, a família dos felinos. Vai desde o gatinho
até ao leão, rei dos animais. No sexto dia, Deus criou também o homem, e assim
deu início à humanidade. [Comentário: Aqui como no caso das plantas do terceiro dia, temos uma criação
imediata. Em vez de chamar diretamente à existência as criaturas terrestres por
meio de Sua palavra, o Criador capacitou a terra para produzi-las. O “porquê”
podemos não perceber, mas sabemos que elas vieram do pó e devem voltar ao pó. A
ordem à terra é totse, “fazer surgir de”. Esta ordem é inteiramente idêntica à
declaração do verso 12, que a terra produzisse as plantas. As criaturas que
apareceram no sexto dia são descritas com o mesmo título geral que as formas
que voam e os animais aquáticos. Elas são chamadas nephesh, “almas viventes”,
porque a coisa que anima, a alma, é o seu aspecto preeminente. Estas formas
terrestres são nomeadas em três classes. Primeiro são os behemah, ou “animais
domésticos”, que são frequentemente chamados de gado. A palavra behemah vem de
uma raiz que tem a significação de “ser mudo”. Isto, todavia, não serve para
estabelecer certos grupos à parte, porque a todos os animais falta o poder da
fala articulada. O segundo grupo são os remes, palavra tirada de uma raiz que
significa “mover-se velozmente”, ou “rastejar”. A tradução “répteis” é
demasiadamente estreita, porque não deixa lugar para os maiores répteis e
anfíbios da terra. Poderia parecer que remes incluísse tudo o que se move sobre
a terra, como serpentes, lagartixas e aranhas. A terceira classe é chayyath
haarets, ou “bestas feras da terra”, nome apropriado por causa da sua geral
liberdade de movimento na terra. Nunca esta classificação pretendeu satisfazer
os biólogos taxonomistas, mas para as pessoas não treinadas cientificamente ela
é satisfatória, pois dá um quadro geral, variado, que é suficiente para lembrar
todos os tipos de animais terrestres. Nenhuma menção é feita aqui de uma bênção
pronunciada como se descreve no verso 22. As inferências naturais são que tal bênção
foi certamente dada; e fica-se a pensar se Moisés, na sua pressa para registrar
a origem do homem no verso seguinte, não deixou passar desapercebida qualquer
declaração acerca disto. Leia mais em Frank Lewis Marsh no artigo ‘A Semana da
Criação: Do Primeiro ao Quinto Dia’ Disponível em http://www.revistacriacionista.com.br/artigos/FC52_Asemana.asp ]
CONCLUSÃO
Deus não se limitou a criar os
Céus, a Terra, os animais e o ser humano. Fazendo-se presente em sua obra, mas
sem confundir-se com esta, Ele se mostra presente e soberano em todas as
coisas. Não estamos sozinhos neste mundo. O Pai Celeste zela por nós. [Comentário: Está claro que Deus criou seu povo para a sua glória, porque
ele fala de seus filhos e filhas como aqueles “a quem criei para a minha
glória, a quem formei e fiz” (Is 43.7). Mas não são somente os seres humanos
que Deus criou com esse propósito. Toda a criação foi feita para mostrar a
glória de Deus. Mesmo a criação inanimada, as estrelas, o sol, a luz e o céu
testificam da grandeza de Deus: “Os céus declaram a glória de Deus; o
firmamento proclama a obra das suas mãos” (Sl 19.1,2). O cântico da adoração
celestial em Apocalipse 4 conecta a criação de todas as coisas por Deus com o
fato de que ele é digno de receber a glória que elas lhe conferem: “Tu, Senhor
e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste
todas as coisas, e por tua vontade elas existem e foram criadas” (Ap 4.11).] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por
meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.
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