SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Nesta seção da II Epístola de Paulo a Timóteo,
somos instruídos pelo Apóstolo a viver em santidade, fundamentados na Palavra.
Veremos na aula de hoje que Paulo orienta Timóteo a ser obreiro aprovado, e que
não tenha do que se envergonhar. Em seguida, faz a distinção entre os obreiros
que honram e desonram o trabalho de Deus, comparando-os a vasos de ouro, prata,
madeira e barro. Ao final, faz advertências a Timóteo, bem como à Igreja, para
que não se envolvam em questões loucas, e contendas que a nada levam, e que não
resultam em edificação.
1. OBREIRO APROVADO POR
DEUS
Paulo é um exemplo de obreiro aprovado por Deus,
isso porque suporta todas as coisas por amor dos eleitos (II Tm. 2.10). Uma das
características primordiais de um obreiro aprovado é sua disposição para sofrer
por causa de Cristo e Sua igreja, uma demonstração de amor ao evangelho (II Co.
11.16-23; Rm. 8.35-39). Essa é uma mensagem que contradiz a doutrina
triunfalista comumente apregoada nos arraiais evangélicos. Há pastores que não
querem mais se sacrificar pelo rebanho. Diferentemente destes, Paulo está
disposto a suportar todas as coisas a fim de que, por meio de seu ministério,
as pessoas sejam salvas eternamente em Cristo (II Tm. 2.11-13). O obreiro
dedicado a Deus não pode fugir da sua responsabilidade, deve ser fiel, mesmo
diante das perseguições, pois o Deus a quem servimos permanece fiel, em todas
as circunstâncias. É preciso ter cuidado para não se envolver em discussões
loucas, contendas desnecessárias, totalmente inúteis (II Tm. 2.14). Existem
obreiros que estudam, mas tão somente para demonstrar erudição, sem compromisso
com a verdade exarada na Palavra de Deus. O conhecimento bíblico-teológico é
fundamental ao exercício do pastorado, mas não deve ser instrumento de
arrogância. Os falsos mestres que se infiltraram em Éfeso, como alguns que
conhecemos atualmente, debatam assuntos que desconhecem, e que não estão
revelados nas Sagradas Escrituras. Para demonstrarem uma espiritualidade
superior, arrogam sobre si um conhecimento especial, sem qualquer fundamentação
bíblica. O obreiro aprovado por Deus maneja bem a palavra da verdade, ele não
apenas conhece o texto bíblico, mas sabe também interpretá-lo, sem deturpar o
conteúdo da mensagem (II Tm. 2.15, 16).
2. VASOS DE HONRA E
DESONRA NA IGREJA
O Senhor conhece aqueles que são seus, existem
muitos supostos mestres que andam pelas igrejas, que advogam serem
conferencistas, mas na verdade não passam de enganadores. Uma das marcas dos
verdadeiros mestres é a santidade, eles se apartam da injustiça e vivem para a
glória de Deus (II Tm. 2.18,19). Como em uma mesma casa existem vasos de ouro e
prata, bem como de madeira e barro, entre os obreiros existem aqueles que são
para honra, e outros para desonra. A característica de um vaso de honra na casa
de Deus é a pureza, a santificação, diferentemente daqueles que vivem na
hipocrisia, e se entregam à lassidão moral (I Co. 15.33). Paulo dá uma
orientação específica para Timóteo: “Fuja, porém, dos desejos da juventude, e
vá pós a justiça, a fé, o amor, a paz com aqueles que invocam o Senhor de
coração puro” (II Tm. 2.22). Os jovens pastores, ao que tudo indica, são mais
susceptíveis às tentações, por isso devem ter cuidado redobrado. Satanás tentou
a Cristo, de igual modo tentará distanciar os obreiros da comissão para a qual
foram chamados. Mas como o Senhor poderemos vencer através da Palavra de Deus
(Mt. 4.1-4), por meio dela fugiremos da tentação do prazer desenfreado, do
poder descontrolado, e das possessões terrenas. Infelizmente muitos obreiros
estão se deixando levar pelas propinas do Diabo, alguns deles justificam a
desonestidade tratando o pecado com naturalidade. A hipocrisia está solapando o
meio evangélico, há líderes que censuram determinadas práticas mundanas, mas
dentro da igreja são vasos de desonra. Pastores que amam o presente século, que
se dobram diante de Mamon, o deus deles não é o da Bíblia, mas o próprio
ventre. O evangelho de Jesus Cristo tem sido deturpado por causa de alguns
pastores televisivos, que por se encontrarem em evidência, passam para a
sociedade um modelo de cristianismo que nada tem a ver com Cristo.
3. CONTENDAS
DESNECESSÁRIAS
Em seguida Paulo instrui Timóteo a rejeitar as
questões insensatas e ignorantes, isso porque servem apenas para gerar
contendas desnecessárias. Existem falsos mestres na igreja que semeiam intrigas
entre os irmãos, fundamentando-se em revelações particulares, distanciadas da
Palavra. É preciso ter cuidado com o experiencialismo que predomina em algumas
igrejas evangélicas, principalmente entre os pentecostais. Há crentes que não
leem a Bíblia, não frequentam a Escola Dominical, não querem saber da doutrina
e instrução na Palavra. Esses se tornam alvos fáceis dos falsos mestres, e
geralmente disseminam heresias no seio da congregação. Ainda por cima arvoram
serem mais espirituais do que os outros, alguns querem até ter maior autoridade
que os ministros da igreja. Ao contrário da arrogância demonstrada por esses,
os crentes devem ser amáveis com todos, qualificado para ensinar, paciente ante
as injúrias, e que com mansidão devem corrigir os oponentes. Não adianta entrar
em discussões infindas, que não levam à edificação espiritual, às vezes é
melhor calar (II Tm. 2.23,24; I Pe. 2.21-24). É possível que, através de um
comportamento de mansidão, até mesmo os falsos mestres venham a se arrepender
dos seus procedimentos. Não podemos perder a esperança de conduzir as pessoas a
Cristo, principalmente porque existem pessoas que estão sendo enganadas, e que
se forem alertadas a tempo poderão abandonar o erro. Essas pessoas precisam ser
constantemente advertidas, é importante que frequentem os trabalhos de ensino
da igreja. Mas é necessário fazê-lo com cautela, com sólida formação bíblica, e
equilíbrio espiritual, caso contrário, há o risco de se deixar conduzir por
aqueles que apregoam doutrinas falsas.
CONCLUSÃO
Por causa do evangelho Paulo passou por
adversidades, mas não fez concessões em relação ao conteúdo da mensagem. O
exemplo do Apóstolo deve servir de motivação para todos os obreiros que desejam
ser aprovados por Deus. Tal aprovação depende de uma vida alicerçada na Palavra
de Deus, demonstrada em santificação. Uma vida piedosa poderá surtir efeito até
mesmo entre os opositores. Na medida em que vivemos com amabilidade, poderemos
conduzir alguns a Cristo, principalmente aqueles que estão sendo vítimas do
engano.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na lição de
hoje estudaremos alguns temas importantes que são relatados no segundo capítulo
da Segunda Carta de Paulo a Timóteo. Paulo fala, além do que vimos na Leitura
Bíblica em Classe, a respeito do obreiro aprovado e dos vasos de honra na Casa
do Senhor (2Tm 2.19-21). Ele faz um contraste com os falsos mestres que tanto
prejudicavam a obra do Senhor em Éfeso. Que sejamos sempre vasos de honra,
servindo ao Senhor com amor e zelo, a fim de que muitas vidas sejam ganhas para
o seu Reino e que sua Igreja seja edificada. [Comentário: Quando nos
entregamos a Deus, assumimos um compromisso de sermos fiéis a ele. Para cumprir
a nossa obrigação de obedecer tudo que Jesus tem nos ordenado (Mt 28.18-20),
precisamos estudar para conhecer bem a palavra dele. Paulo exorta o jovem
pastor Timóteo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro
que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade"
(2Tm 2.15). Pedro escreveu a discípulos espalhados em vários lugares: "...santificai
a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para
responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós..."
(1Pe 3.15). Ser preparado para falar a outros faz parte da nossa devoção ao
Senhor. O obreiro aprovado por Deus prega e ensina sem engano, com pureza e
humildemente, buscando sempre a glória de Deus. Paulo usou uma linguagem que
deve chamar a nossa atenção quando disse a Timóteo: "Assim, pois, se
alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra,
santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra"
(2Tm 2.21). Vamos considerar o significado de sermos utensílios santificados e
preparados para boas obras. No Antigo Testamento, achamos formas da palavra
"preparar" usadas mais de 50 vezes em relação a coisas ou a pessoas
dedicadas ao serviço do Senhor. A maioria dessas citações fala sobre
sacrifícios, ofertas e materiais usados no tabernáculo ou no templo para adorar
a Deus. Até as mínimas coisas foram cuidadosamente purificadas e preparadas
para o seu uso em honra do Senhor. Assim cada um de nós deve ser preparado -
purificado e santificado - para honrar a Deus por meio de boas obras. O servo
de Deus precisa ser zeloso no estudo e na aplicação da palavra do Senhor (2Tm
2.15).] Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?.
1. OBREIROS APROVADOS
POR DEUS
1. Pregam e ensinam
sem engano. Paulo nunca usou de engano em suas pregações, diferente de alguns
falsos mestres de sua época que pregavam e ensinavam com argumentos falsos e
logro. É preciso ter muito cuidado com os “lobos” vestidos de ovelhas, que
andam a enganar os crentes incautos, sob a capa de “muito espirituais”. Paulo
exortava a igreja através da mensagem do evangelho, mostrando-lhes as verdades
desconhecidas. Para os novos crentes ele tornou conhecido o “mistério de Deus”
— Cristo (Cl 2.2). Paulo era um líder zeloso que levava a mensagem de modo
claro, obedecendo à revelação que recebera do Senhor. Aliás, era esse também o
cuidado dos demais apóstolos (1Jo 4.6; 2Pe 1.16). [Comentário:
Para progredir espiritualmente, temos de nos livrar da maldade e das atitudes
carnais que prendem os pensamentos e os corações das pessoas do mundo (Tg
1.21-25). Exatamente! Reconheça o obreiro que não é aprovado quando ele
repetir, explicar e defender regras de igrejas ou doutrinas decididas por
grupos de homens; isso não é ensinar a palavra de Deus. Note que boa parte das
igrejas hoje tem seus próprios livros ou manuais de doutrina. Em geral,
pregadores e professores obrigatoriamente seguem a linha doutrinária da
denominação, ou perdem seus cargos. O medo de expulsão tem contribuído a muitas
afirmações e ações erradas (leia Jo 9.22; 7.13; 12.42). Mas o discípulo fiel
sabe que é melhor ser expulso pelos homens do que ser rejeitado por Deus (Lc
6.22).].
2. Pregam com
pureza. Paulo pregava por amor a Cristo. Jesus era o seu alvo. Atualmente,
há muitos falsos obreiros que só visam lucro e bens financeiros. Estes se
aproveitam da fé dos fiéis para obter ganhos. Na primeira carta a Timóteo,
Paulo coloca como um dos requisitos para aqueles que almejam o ministério
pastoral, não ser “cobiçoso de torpe ganância” (1Tm 3.3). Pedro também exortou
que o obreiro deve apascentar o rebanho do Senhor “tendo cuidado dele, não por
força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância” (1Pe 5.2). O obreiro
aprovado não visa lucro material, pois sabe que a sua recompensa vem do Senhor. [Comentário: Nós que somos cristãos temos o privilégio
de divulgar a palavra salvadora. Negligência dessa incumbência contribuirá à
morte de pessoas carentes da verdade (Tg 3.1; Ez 3.16-27). Mas para cumprir
essa missão, é preciso que nos preparemos com o evangelho (Ef 6.15). Jamais
abandonemos a pura palavra de Deus. As filosofias e palavras persuasivas da
sabedoria humana não salvam ninguém (1Co 2.1-5). Pregadores que incham suas
ministrações de psicologia, teses humanísticas, ou estórias, estão nos dizendo subliminarmente,
que são obreiros que não pregam com pureza!].
3. Não buscam a
glória de homens. “E, não buscamos glória dos homens [...]” (1Ts 2.6). Quando Paulo
estava com os tessalonicenses, ele afirmou que não buscou o elogio deles.
Infelizmente muitos buscam glória para si. Estes são movidos a elogios e
bajulações. Isso é um perigo para o ministério pastoral e para qualquer servo
ou serva de Deus. Tem pregadores e mestres que não aceitam convite para falar
para um pequeno auditório. Só se sentem bem se estiverem diante de grandes
plateias, pois querem ser vistos pelos homens e não abençoar as pessoas. O
obreiro aprovado pelo Senhor busca apontar tão somente o Senhor, e não ele
mesmo. [Comentário: Fazer as coisas
buscando reconhecimento é algo comum a nós, isso nos é passado desde a mais
tenra infancia - somos treinados a vida toda para sermos assim, provas na
escola, deveres de casa, o nosso trabalho… enfim, tudo o que fazemos é
justamente buscando um reconhecimento, uma nota, um aumento salarial, um cargo.
Contudo, quando observamos as Escrituras, nos deparamos com um novo padrão:
fazemos as coisas sem esperar nenhum reconhecimento, pelo contrário, fazemos as
coisas buscando que Cristo seja exaltado, enquanto nós somos humilhados. O
homem tem muitos outros propósitos nesta vida, mas seu propósito mais
importante deve ser glorificar a Deus. Isso está de conformidade com o
propósito para o qual o homem foi criado. O Breve Catecismo de Westminster
inicia com a seguinte pergunta: PERGUNTA 1. Qual é o fim principal do homem?
RESPOSTA. O fim principal do homem é glorificar a Deus, e gozá-lo para sempre.
Referências: Rm 11.36; 1Co 10.31; Sl 73.25-26; Is 43.7; Rm 14.7-8; Ef 1.5-6; Is
60.21; 61.3. É quando estamos alienados de Deus que temos em vista a finalidade
ou o propósito errado. Assim, entendemos que aquele que busca glória para si
está alienado de Deus!].
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, após
fazer uma ou duas leituras desse primeiro tópico (refiro-me a leitura pessoal
de estudo da lição, não em classe), medite na seguinte reflexão acerca da
pregação, a fim de internalizar mais a ideia do que representa um arauto do
Rei, o pregador do Evangelho: “São inúmeros os requisitos exigidos de um bom
mensageiro de Jesus Cristo, uma vez que desempenha o papel de arauto do Rei.
Por outro lado, para que lhe demos tão alto qualificativo (de bom pregador),
precisa ele preencher certas exigências indispensáveis. Entre outras, que
possua grande piedade, e seja homem de oração, portador de dons naturais,
cultura — geral e específica — e habilidades, especialmente na Palavra de Deus;
que ame ao Senhor e às almas; que tenha vida espiritual plena, pois o batismo
no Espírito Santo é ponto de partida e imprescindível.
Íntima comunhão com
Deus. Um ardente amor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo manterá o pregador
ligado com o Céu e ‘as coisas que são de cima’ (Cl 3.1). Só assim conseguirá
levar uma vida de oração, consagração e fé, procedimentos indispensáveis a um
homem de Deus. Haja em seu interior a chama divinal, grande amor pelas almas e
profundo desejo de conhecer cada vez melhor a Palavra de Deus, que é a mensagem
a ser pregada para alimentar tanto a sua alma quanto a de seus ouvintes (1Tm
4.16). Se o desejo de Deus é a salvação das almas também deve ser esta a
vontade do pregador, seu mensageiro. Como depositário do conhecimento da
Palavra e intérprete do divino querer, deve esforçar-se para desincumbir-se
fielmente de tão sublime missão. Para isto, naturalmente, precisa ser cheio do
Espírito Santo. Com dom inefável, sua palavra será cheia de graça e poder,
capaz de apontar a todo viajor o caminho da vida — Jesus Cristo” (DANTAS,
Anísio Batista. Como Preparar Sermões: Dominando a arte de expor a Palavra de
Deus. 22ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.23).
2. DOIS TIPOS DE VASOS
1. Vasos de honra
(2.20). Paulo estava preocupado com a situação confusa que prevalecia na
igreja em Éfeso. Ele então usa a analogia dos vasos para mostrar que na igreja
existem pessoas sinceras e obedientes aos ensinos de Cristo (vasos de honra).
Estes adornavam e adornam a Casa de Deus, com sua santidade e pureza. Deus
deseja usar este tipo de vaso, limpo e sem contaminação. Tem você sido um vaso
de honra na Casa do Senhor? O crente deve ter uma vida irrepreensível. Isso só
é possível na vida do crente através do poder redentor, libertador e
purificador do sangue de Jesus mediante a fé. [Comentário: O apóstolo
Paulo é enfático em especificar quem são os vasos para honra: "Somos
nós", ou seja, os vasos para honra é a igreja (corpo) do Deus vivo!
"Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que
é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade" (1Tm 3.15). Os
vasos para honra também são designados "vasos de misericórdia":
"... nos vasos de misericórdia, que para a glória já dantes preparou,
os quais somos nós, a quem chamou, não só dentre os gentios?" ( Rm
9.22 -24).].
2. Vaso de desonra. Quem são estes?
Paulo estava se referindo aos falsos mestres, Himeneu e Fileto (2.17). Himeneu
também foi mencionado em 1 Timóteo 1.20. Podemos igualmente afirmar que são os
crentes infiéis, que causam problemas e escândalos na Casa do Senhor. Os vasos
de honra são “o trigo” e os “vasos para desonra” são o “joio” a que se referiu
Jesus (Mt 13.24-30). [Comentário: Os vasos para desonra
também foram designados por Paulo como "vasos da ira", e eles foram
preparados especificamente para a destruição. O apóstolo Paulo demonstra que
Deus suportou os vasos criados para desonra com muita paciência! "Porque
todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados
gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual
Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua
justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus;
Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo
e justificador daquele que tem fé em Jesus" ( Rm 3.23 -26). Deus
suportou com paciência os vasos da ira (desonra) (Rm 9.22), e,
concomitantemente, propôs através do sangue de Cristo, propiciação pela fé a
todos (vasos para desonra) que cometiam pecado sob a paciência de Deus ( Rm
3.25 ).].
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A próxima analogia de Paulo diz respeito à variedade de artigos em uma
próspera casa antiga. Existem artigos caros, como os vasos ‘de ouro e de
prata’; mas existem também aqueles que são baratos, como os vasos “de madeira e
de barro”. Alguns servem ‘para honra’, para propósitos nobres, como por
exemplo, para serem admirados pelos convidados durante os banquetes; alguns
servem ‘para desonra’, a propósitos humildes, comuns, como conter o lixo que
será eliminado. A metáfora era comum na antiguidade, tanto no Antigo (Jr
18.1-11) como no Novo Testamento (Rm 9.19-24), mas a aplicação do apóstolo
neste contexto é nova.
A expressão ‘De sorte que’, no início do verso 21, liga a aplicação
desta analogia ao verso 19, que diz que ‘qualquer que profere o nome de Cristo
aparte-se da iniquidade’, ‘Se alguém se purificar destas coisas’ — do reino do
ignóbil, ou seja, do falso ensino — essa pessoa ‘será [um] vaso para honra,
santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra’.
Somente o vaso ‘santificado e idôneo’, nobre e honorável é que possui o mais
elevado valor. O que importa não é o valor dos vasos ou do material de que são
feitos, mas o conteúdo de cada um. Então, a fim de se enquadrar nesse perfil,
cada um deve ser ‘santificado’, isto é, separado para os propósitos sagrados,
afastando-se dos ensinos e da prática do mal” (Comentário Bíblico Pentecostal:
Novo Testamento. 1ª Edição. R: CPAD, 2004, p.1495).
3. REJEITANDO AS
DISSENSÕES E QUESTÕES LOUCAS
1. Rejeitando
“questões loucas”. O que eram as “questões loucas”? Eram as questões levantadas pelos
falsos mestres, que traziam confusão e não edificavam ninguém (1Tm 1.3,6,7). O
obreiro deve rejeitar questionamentos que não edificam (2Tm 2.23). Atualmente,
muitos estão levantando indagações que em nada vai edificar a fé dos irmãos.
Outros, ainda estão cometendo o terrível pecado de adicionar, subtrair e
modificar partes das Escrituras. A Palavra de Deus é completa e infalível e não
precisa de quaisquer acréscimos ou revisões em seu conteúdo e mensagem.
Há, em nossos dias,
diversas “novas teologias” que precisam ser combatidas pela liderança, pois
agridem diretamente a mensagem bíblica. [Comentário:
Paulo outra vez está atacando o ensino dos sectários, em linguagem idêntica
àquela que usou em 1Tm 6.20. O substantivo sublinha sua futilidade, ao passo
que o adjetivo sugere que é materialista na sua tendência, e que substitui a
revelação divina pela especulação humana. Não admira que os que deles usam
estejam condenados a passar a impiedade ainda maior. A construção é desajeitada
no original, porque não há nenhum sujeito para a terceira pessoa no plural,
passarão. O contexto, no entanto, especialmente deles no v. 17, estabelece que
a referência é aos mestres do erro. Evidentemente, alegavam ser “avançados,”
isto é, progressistas e intelectualmente vivos como cristãos (para o verbo
prokoptein= “avançar” no sentido de fazer progresso, cf. Rm 13.12; Gl 1.14;
também 1Tm 4.15 para o substantivo correlato prokopê). Daí a ironia deliberada
no comentário de Paulo de que o único progresso que têm probabilidade de fazer
está na direção da impiedade.].
2. Não entrando em
contenda. “E ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso
para com todos, apto para ensinar, sofredor” (2Tm 2.24). Paulo exorta a Timóteo
a fim de que ele não contendesse com os falsos mestres, pois brigas e
discussões são obras da carne e envergonham a Igreja do Senhor. Uma pessoa
espiritualmente cega não pode ser convencida de seus erros pela força. Pregamos
e ensinamos, mas só o Espírito Santo podem convencê-las dos seus erros. [Comentário:
No versículo 17, temos que igualmente desastrosa será sua influência sobre
outros membros da igreja, porque a linguagem deles corrói (lit. “terá sua
pastagem”) como câncer. Embora a tradução câncer às vezes tenha sido preferida,
gangrena se adapta melhor tanto ao Grego (gaggraina) quanto ao sentido da
passagem. Não são apenas os perigos do falso ensino aos aderentes deste que
preocupam Paulo, como também sua tendência insidiosa de espalhar-se e
infeccionar outras pessoas, assim como a gangrena se espalha e devora os
tecidos próximos. Dois dos falsos mestres agora são mencionados pelo nome. Não
se ouve falar noutro lugar de Fileto, mas Himeneu é referido em 1Tm 1.20, onde
somos informados que Paulo o excomungara. A despeito disto, parece ter
continuado suas atividades com êxito, visto que aparece aqui como um dos
líderes dos mestres do erro. Alguns têm achado surpreendente este fato, e
tiraram a conclusão de que 2 Timóteo deva ter sido escrita antes de 1 Timóteo.
A inferência, no entanto, é totalmente desnecessária; não podemos tomar por
certo que a interdição de Paulo fosse instantaneamente eficaz em silenciar um
herege, e, de fato, só porque Himeneu aparentemente podia desconsiderá-la é uma
ilustração da situação difícil na igreja em Éfeso. O erro deles, continua ele,
consiste em asseverar que a ressurreição já se realizou. Esta é uma indicação
muito valiosa, a única que é realmente precisa e concreta nestas cartas, às
crenças teológicas propriamente ditas dos separatistas. Embora muita coisa
fique obscura, a interpretação mais provável é que escolheram identificar a
ressurreição, não com o levantamento do corpo no último dia, mas, sim, com o
morrer e ressurgir místicos que o cristão experimenta a sua iniciação batismal.
Que esta é a explicação correta do ensino deles, que assim, com efeito, negava
a ressurreição do corpo, é corroborado pelo relato de Irineu (Haer. 1. 23. 5)
do que o gnóstico samaritano Menandro, que era discípulo de Simão Mago (At 8:9
ss.), ensinava seus seguidores que, como resultado de terem sido batizados por
ele mesmo, já haviam passado pela ressurreição e nunca envelheceriam nem
morreriam. A crença de que o corpo físico ressuscitará do túmulo era,
naturalmente, integrante do cristianismo desde o início. Lado a lado com ela
havia a crença, que não temos motivo para supor ter sido confinada a Paulo
(para sua versão dela, cf. Rm 6:1-11; Ef 2:6; 5:14; Cl 2:13; 3:1-4), que o
cristão passa por uma morte e ressurreição mística com Cristo no batismo. A
mentalidade grega, no entanto, com seu conceito da alma como sendo imortal, e
da soltura do corpo, que é a prisão dela, como sendo sua verdadeira felicidade,
sentia uma repugnância instintiva pela ideia da ressurreição física. Destarte,
nos círculos helenísticos, Paulo desde cedo achou necessário (cf. 1 Co 15; At
17:32) combater o ceticismo completo acerca dela. É compreensível que pessoas
com esta maneira de pensar achassem a ideia da ressurreição sacramental no
batismo muito mais apropriada, e que confinassem a ela o seu ensino acerca da
ressurreição. Tendências como estas tinham um atrativo especial sempre que o
gnosticismo se estabelecia, e a presente passagem é evidência das tendências
gnósticas dos sectários. Paulo declara que, ao ensinarem tais distorções, estão
pervertendo a fé a alguns. É inevitável esse resultado, visto que a crença na
ressurreição do corpo é a pedra angular do cristianismo; sem ela, conforme já
asseverara aos coríntios (1 Co 15:17), “É vã a vossa fé, e ainda permaneceis
nos vossos pecados.” O perigo era tanto maior onde (conforme quase certamente
ocorria no presente caso) a negação tinha sua origem numa depreciação do corpo,
que abria a porta, de um lado, para a ideia da salvação-própria por meio de
práticas ascéticas (cf. 1 Tm 4:3), e, do outro lado, para a indiferença moral
(cf. 1 Co 6:12 ss.). A PRIMEIRA EPÍSTOLA A TIMÓTEO - J. N. D. Kelly -
Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.].
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Caro professor, o princípio
destacado neste tópico é importante para fazermos uma autocrítica em nossa
jornada no magistério cristão. Quantas vezes perdemos tempo com temas sem
importância, por exemplo, coisas como “o tamanho da arca de Noé”, “o cumprimento
da roupa do sacerdote”, etc.? E muitas vezes não nos apropriamos do princípio
da Palavra. Um exemplo clássico são as parábolas de Jesus. Quando deveríamos,
por exemplo, na parábola do filho pródigo, focar o princípio do reconhecimento
da miséria humana e de seu pecado e de um verdadeiro arrependimento, gastamos
tempo no comportamento do irmão mais velho, da postura do pai, etc. Por isso, é
importante estudarmos bem qualquer passagem bíblica a fim de termos o pleno
domínio sobre o que é essencial ensinarmos e o que são informações secundárias.
CONCLUSÃO
Na
administração das igrejas, por vezes, surgem conflitos de ordem espiritual e
doutrinária. Por isso, os líderes precisam de preparo bíblico e teológico. Como
obreiros aprovados devem conduzir o rebanho do Senhor. Seja você um vaso de
honra na Casa de Deus. [Comentário: Os seguidores de Cristo devem se preparar para lhe
servir, especialmente para ensinar o evangelho aos outros. Os que não crescem
espiritualmente são criticados por sua negligência e imaturidade espiritual (Hb
5.12 – 6.3). Ao mesmo tempo, devemos lembrar que Deus não quer servos
despreparados ensinando além do seu conhecimento: "Meus irmãos, não vos
torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo"
(Tg 3.1). Tomando esses versículos juntos, percebemos que Tiago não está
dissuadindo discípulos do trabalho importante de ensinar a palavra. Ele destaca
a importância de preparação e controle da língua, sempre tendo cuidado de não
ultrapassar a palavra do Senhor (veja 2Jo 9).]. NaquEle que
me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.
SUBSÍDIO ENSINADOR CRISTÃO
Aprovados por Deus
em Cristo
Caro professor, a
Escola Dominical é uma grande parceira do Evangelho na formação do caráter de
cada crente que a frequenta. Além de preparar pessoas para seguirem Jesus, a
Escola Dominical prepara oficiais, pessoas que vão ministrar à igreja local.
Por isso, prezado professor, tenha a clareza que os alunos a quem você ministra
poderão tornar-se pastores, missionários, principalmente, pregadores da
Palavra, segundo a vocação que eles forem chamados.
Atualmente, é
notório que a Igreja Evangélica Brasileira vive uma crise nos púlpitos. As
mensagens neles expostas, na sua maioria, são antropocêntricas, de autoajuda,
barganhistas, apresentando um Deus que “comercializa” bênção com os homens, sem
compromisso com a Bíblia, isto é, lê-se o texto bíblico sem o compromisso de
explicá-lo corretamente e fazer a sua devida aplicação. Por isso, nesta lição é
importante você destacar a característica de uma boa pregação. Além do
compromisso pessoal do pregador, há uma necessidade de formarmos na mente e no
coração dos nossos jovens e adolescentes a cultura da boa pregação. Ainda que
eles não sejam chamados por Deus a serem os seus arautos, formaremos ouvintes
que saibam distinguir o bom do ruim, o cristocêntrico do antropocêntrico etc.
Basicamente, a
pregação que glorifica a Deus confronta o caráter do ser humano. É uma pregação
descompromissada com as barganhas e dissimulações do nosso tempo. Era a tal
postura que Paulo se referia quando disse: “instruindo com mansidão os que
resistem, a ver se, porventura, Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a
verdade” (2Tm 2.25).
Ler o texto,
“explicar” o texto e “aplicar” o texto é o trabalho objetivo de todo arauto de
Deus. Mas para isso, exige-se dele uma profunda disciplina pessoal para o
estudo. Estude a pregação e a tradição dos puritanos (você pode encontrar um
rico material na internet) , mergulhe no mundo da Bíblia e na cultura do seu
tempo e cultive uma vida de oração e devoção a Deus. Assim começa nascer o
arauto do Senhor.
As pessoas andam
aflitas esperando algo da parte de Deus para cultivar uma vida cristã
autêntica. A pregação da Palavra ainda é o meio pelo qual o Altíssimo fala,
orienta e conduz seu povo. Por isso, no segundo capítulo de 2 Timóteo, o
apóstolo Paulo condenou os obreiros que perdem o seu tempo com aquilo que é
“comezinho”, que traz somente confusão e contenda e em nada edifica ou
constrói, pelo contrário, “a palavra desses roerá como gangrena”.
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