"..; e depois do fogo uma voz mansa e delicada." I Reis 19:12
Enquanto alguns se
apegam aos quatro temperamentos, que derivam dos elementos da natureza, para
justificar as suas ações e atitudes, a Bíblia mostra o contrário, nos mostra,
que o crente deve esperar unicamente no Senhor, pois de tempos em tempos surgem
alguns "modismos", que visam a confundir e iludir os crentes,
desviando a sua atenção para coisas e fatos que aparentemente não têm nada a
ver com a sua condição de salvos, lavados e remidos no Sangue precioso
de Jesus Cristo.
Um destes
"modismos" trata dos temperamentos, nominando-os em quatro
tipos, sem nenhum respaldo ou base bíblica para tal, e por isso cria
teorias, filosofias, conceitos, teses e outras elucubrações que não levam
absolutamente a lugar algum.
Para a Psicologia o
importante não é o temperamento e sim a personalidade do indivíduo.
É notório que desde
os primórdios da ciência o homem busca classificar o ser humano sem, contudo
chegar a um resultado satisfatório. Para se entender e compreender corretamente
a teoria dos quatro temperamentos deve-se remeter ao passado, a um passado
longínquo, distante, até a Idade Neolítica, onde vamos encontrar os povos
pagãos daquela época preocupados em se desfazerem dos seus mortos. E eles
descobriram que havia quatro maneiras:
1. Cremando - No Fogo
2. Enterrando - Na Terra
3. Afundando - Na Água
4. Expondo - Ao Ar
A se falar que estava
descartado nestas maneiras o canibalismo, prática corrente e usual na época, e
que era usada exclusivamente como meio para se obter comunhão com os deuses.
Posteriormente vamos encontrar, já no século V a.C., Empédocles, filósofo
siciliano, curandeiro, auto denominado sábio, e portador de inúmeros outros
títulos, sempre auto designados, que formulou a doutrina de que as forças da
natureza são quatro:
1. O Fogo
2. A Terra
3. A Água
4. O Ar
Empédocles dizia que
tal certeza vinha de suas observações e estudos, o que não torna a teoria fácil
de se compreender uma vez que Empédocles parecia sofrer de confusão mental. Mas
a doutrina permaneceu através dos séculos e foi mais tarde assumida por Hipócrates,
também filósofo e médico em que ele tipificou os quatro temperamentos, da
seguinte forma:
Posteriormente Cláudio
Galeno, médico romano, relacionou os quatro tipos psicológicos como causas
de males e doenças, ligando os mesmos aos quatro fluídos humanos:
1.Bílis amarela
2.Bílis negra
3.Fleuma
4.Sangue
A Astrologia dividiu
os doze signos, entre os quatro tipos psicológicos, enfatizando os quatro
elementos fogo, terra, água e ar. Os doze signos do zodíaco são
divididos entre os quatro elementos:
Signo
Elemento
Temperamento
1.Áries, Leão e
Sagitário
Fogo
Colérico
2.Capricórnio,
Touro e Virgem
Terra
Melancólico
3.Escorpião, Câncer
e Peixes
Água
Fleumático
4.Aquário, Gêmeos e
Libra
Ar
Sangüíneo
OS
"EVANGÉLICOS" E OS QUATRO TEMPERAMENTOS
"Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo
o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam
fraudulosamente." Efésios 4:14
O
Senhor Jesus em Mateus 11:30 diz: "...o meu jugo é suave e o meu fardo é
leve". Por que então muitos buscam inventar fórmulas "mágicas e
milagrosas" para confundir e iludir aos crentes?
Devemos
deixar que doutrinas inconsistentes afetem a nossa vida espiritual?
Devemos
aceitar que algo que tem importância secundária para a ciência seja prioridade
nas nossas vidas?
Como
aceitar a teoria de Empédocles, se ela é usada para a leitura de horóscopos e
do zodíaco? Podemos comparar esta doutrina com II Pedro 3:12?
Como
podemos aceitar a teoria de Hipócrates diante de Gênesis 3:19, Jó 10:9, 34:15,
Eclesiastes 3:20, 12:7 e Daniel 12:2?
Como
aceitar que a teoria dos temperamentos está certa para a vida do crente se ela
diz que o temperamento é hereditário? E se concordamos com esta afirmação, como
fica II Coríntios 5:17?
São
conhecidos os livros Descubra Seu Temperamento, de autoria de Ole
Hallesby, e Temperamento Controlado Pelo Espírito e Temperamentos
Transformados, de autoria de Tim LaHaye, editados no Brasil, o primeiro
pela Editora Luz e Vida, o segundo pela Edições Loyola (católica) e o terceiro
pela Editora Mundo Cristão. Tim LaHaye inspirou-se em Ole Hallesby para
escrever os seus livros, e tanto Hallesby quanto LaHaye não esclarecem a origem
da teoria dos quatro temperamentos e dizem assim em seus livros:
(...)
"Isso se relaciona com a idéia da medicina antiga de que o corpo continha
quatro líquidos ou seivas, a saber: sangue (sanguis), cholos ou bílis amarela,
melancholos ou bílis negra e fleuma ou mucosidade. A opinião era que as
diferenças no temperamento das pessoas dependiam da mistura diferente
destes líquidos. Os temperamentos eram divididos em quatro categorias ou
tipos, segundo o líquido predominante na mistura. Assim foram obtidos os temperamentos
sanguínico, cheio de sangue, ardente, vital, melancólico, escuro,
sombrio, colérico, quente, impetuoso e o fleumático, frio,
vagaroso e preguiçoso."
Esta
é a pista que Hallesby dá sobre a origem da teoria dos quatro temperamentos.
LaHaye vai um pouco mais longe: (...) "Mais de quatrocentos anos antes de
Cristo, Hipócrates, o brilhante médico e filósofo grego, expôs a teoria
de que há, basicamente, quatro tipos de temperamento. "
Hipócrates é frequentemente chamado de"Pai da Medicina".
(...) Ele nos interessa por duas razões:
1)
geralmente atribui-se a ele o fato de a medicina passar a preocupar-se com os
problemas psiquiátricos;
2) ele
reconheceu as diferenças de temperamento das pessoas e apresentou uma
teoria que explica tais diferenças".
Ao
se ler os livros de LaHaye e Hallesby não se encontra nenhuma palavra ou mesmo
uma pequena pista que informe aos leitores da origem da teoria dos quatro
temperamentos. Nota-se também na citação anterior que LaHaye não esclarece
o fato de que Hipócrates havia sido um filósofo; a informação estava
contida no seu livro anterior, por que será? Teria deixado Hipócrates de
ser filósofo de um livro para outro? Por qual motivo ambos - Hallesby e LaHaye
- omitem a informação dos seus leitores?
Todos
os livros pesquisados sejam eles esotéricos, científicos ou seculares, trazem
a origem, o início, a fonte, os autores e mentores da teoria dos quatro
elementos e respectivos temperamentos, sem nenhum pudor ou vergonha da
citação. Eis a pergunta: por que somente os livros ditos
"evangélicos" de Hallesby e LaHaye não citam a verdadeira fonte, a
origem correta? Por que motivo? Por qual razão?
Ao
abraçar a teoria dos quatro temperamentos, comete-se um erro; ao omitir
a sua origem e a sua finalidade, comete-se o segundo erro. Devemos como
crentes aceitar a contradição como fato consumado?
Creio
com convicção que, se os temperamentos fossem importantes eles, certamente
fariam parte do contexto bíblico, pois Deus não é Deus de confusão. Veremos
adiante como são claros e objetivos os seguintes assuntos que fazem parte do
cotidiano de milhões de pessoas salvas (ou não).
A
Bíblia nos dá liberdade para analisarmos situações e julgar aquilo que
nos serve ou não, I Coríntios 6:12 e 10:23, porém não devemos estar
apegados a filosofias, conceitos e teorias que são visivelmente contrários à
Palavra de Deus.
Comparando
II Coríntios 5:17 - vê-se que o temperamento não é desculpa para o pecado.
Imagine o seu pastor anunciando a você que o seu problema está baseado no fato
de ser sangüíneo, ou colérico, ou...
Hoje
em dia uma pessoa ficaria horrorizada se o seu psicoterapeuta lhe anunciasse
num tom solene: "Estou virtualmente seguro de que seu problema reside no
fato de você ter um temperamento colérico (que poderia ser melancólico
ou fleumático ou sangüíneo)". Sem dúvida, haveria a imediata exigência
da devolução do pagamento.
A
despeito da atual voga de "cada um ficar na sua", a idéia dos tipos
ainda persiste. Muita coisa ainda há para ser escrita a respeito dos
temperamentos e dos quatro elementos. Reitere-se que tanto a astrologia
como o esoterismo e a psicologia dão uma importância secundária para a
questão. O melhor é confiar no poder do Senhor, trazendo-lhe "os nossos
corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional" - Romanos 12:1 e 2.
Deixemos
de lado as fábulas, as teorias "fantásticas", que procuram explorar
as carências próprias do ser humano. Se alguém disser que o ser humano é o mais
frágil de todos os seres viventes, e se alguém parar em qualquer esquina e
anunciar o fim do mundo, muitos ficarão alucinados e irão acreditar. A teoria
dos temperamentos, com suas "qualidades e defeitos", serve a
este propósito, que é o de explorar esse lado de carência que todo ser humano
possui, e se ele puder auto enquadrar-se dentro de um perfil que ele julga ser
o seu, então ....
As
qualidades e defeitos apontados tanto por Hallesby como por LaHaye não
encontram paralelo nem na astrologia, nem na psicologia e muito
menos na Nova Era. Tim LaHaye não poderia ter escrito livros falando do
temperamento usando como base a teoria de Hipócrates, mas, se o autor aceita e
cita Empédocles, o seu livro não serviria para o povo evangélico, e seria
talvez um livro esotérico, como tantos outros que por aí estão, visto que a
teoria de Empédocles baseia-se em uma crença e na filosofia, tão comum e tão
familiar aos gregos, e portanto contrária à Palavra de Deus.
Usar
a parte da teoria dos quatro temperamentos, tendo como base somente Hipócrates
e desprezando Empédocles, é como tentar dirigir um automóvel sem o motor ou
ainda sem as rodas.
Tim
LaHaye cita na página 8 do livro já mencionado que a teoria dos quatro
temperamentos foi atribuída a Galeno por H. J. Eysenck, admirador das teorias
de Charles Darwin (página 52 do livro Fato e Ficção na Psicologia - cujo
capítulo tem por título Personalidade e o Demônio de Eysenck, onde o
autor defende a ilustração de que o demônio pode atuar como controlador do tipo
humano, citação à página 66 do livro Fato e Ficção na Psicologia).
Tim
LaHaye defende que uma pessoa pode ter mais de um tipo de temperamento, fato
este contestado por Eysenck, que diz ser impossível que um ser humano tenha
mais que um tipo de temperamento (página 55 do livro Fato e...). Quem está
errado, LaHaye ou Eysenck? Tim LaHaye apresenta um gráfico com qualidades e
defeitos, Eysenck apresenta um gráfico com defeitos, pois ele não acredita que
o homem possa ter qualidades...
Tim
LaHaye diz textualmente (após ler o Livro O Temperamento e a Fé Cristã
do Dr. O. Hallesby onde o tipo "melancólico" foi sombriamente
descrito): "Se eu fosse do tipo melancólico, depois desta leitura me
suicidaria". É possível uma afirmação desta gravidade? Pode este
conselho ser tomado à risca, ou foi "apenas" um desabafo do autor?
Continuando ainda na mesma página do mesmo livro, LaHaye diz o seguinte: "Comecei
a desenvolver o conceito de que há uma força divina para cada fraqueza humana
através da plenitude do Espírito". A Bíblia nos mostra que o Espírito
Santo atua na vida do crente de maneira uniforme, independentemente de
personalidade, caráter, pecado e fraquezas.
A
questão está diante de nós: acreditar ou não em conceitos ultrapassados ou ir
pelo que a Bíblia nos diz? Ao ler livro "O que São Temperamentos?" no
capítulo 17, segundo a Bíblia, o leitor vai encontrar como deve ser o
comportamento do crente, tudo dentro do conceito divino e que, se observado
devidamente, certamente fará crescer a tantos quantos o praticarem. Sem contar
que servimos a um Deus vivo, eficaz, poderoso, onipotente e onisciente, um Deus
que nos proporciona vitórias e progressos - Filipenses 3:14, I Coríntios 15:57,
e sobretudo a vitória das vitórias: a salvação através de seu filho Jesus
Cristo.
O
desafio está diante de nós, ficar com que nos diz a palavra de Deus em
Colossenses 2:8 e em Efésios 4:14, ou continuar acreditando em baboseiras e
enganos, que ligados a rituais, cerimônias fúnebres e etc., misturas que nem os
próprios autores e mentores poderiam explicar. Em empirismo pessoal, sem a
devida cautela, empurrando-nos tudo aquilo que crêem ser o ideal para as nossas
vidas. "Bom é poder esperar no Senhor", Lamentações 3:25. Deus nos
ajude a entender e a compreender os seus propósitos para as nossas vidas.
Somente
se apega à teoria dos quatro temperamentos quem deles é dependente.
Somente
se apega à teoria dos quatro temperamentos quem é ignorante da Palavra,
ignorante dos dons pessoais do Espírito; quem acha as Escrituras
Sagradas insuficientes para explicar os problemas do pecado; e quem deles
precisa de desculpas para os problemas pessoais ou de outros.
A
melhor solução para superar todas as dificuldades de se compreender e se
relacionar bem com todos os circundantes é o amor. "No amor não há medo,
antes o perfeito amor lança fora o medo, porque o medo produz tormento. Aquele
que teme não é aperfeiçoado em amor." - I João 4:18
1 - E Jesus, cheio
do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto.
2 - E quarenta dias
foi tentado pelo diabo, e, naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados
eles, teve fome.
3 - E disse-lhe o
diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão.
4 - E Jesus lhe
respondeu, dizendo: Escrito está que nem só de pão viverá o homem, mas de toda
palavra de Deus.
5 - E o diabo,
levando-o a um alto monte, mostrou-lhe, num momento de tempo, todos os reinos
do mundo.
6 - E disse-lhe o
diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória, porque a mim me foi
entregue, e dou-o a quem quero.
7 - Portanto, se tu
me adorares, tudo será teu.
8 - E Jesus,
respondendo, disse-lhe: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Adorarás o
Senhor, teu Deus, e só a ele servirás.
9 - Levou-o também a
Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de
Deus, lança-te daqui abaixo,
10 - porque está
escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem
11 - e que te
sustenham nas mãos, para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.
12 - E Jesus,
respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor, teu Deus.
13 - E, acabando o
diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo.
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
O autor da Epístola aos Hebreus diz que Jesus foi tentado em tudo (Hb.
4.15). É a respeito desse assunto que estudaremos na aula de hoje. Inicialmente
destacaremos a atuação de Satanás na tentação. Em seguida, refletiremos como
Jesus venceu a tentação, através de uma vida consagrada e do uso das
Escrituras. Ao final mostraremos como o cristão, seguindo o exemplo de Jesus,
poderá vencer as tentações.
1. AS TENTAÇÕES DE SATANÁS
Satanás é o adversário, o inimigo dos servos de Deus, e se
aproxima para tentar. Ele deseja incutir a dúvida nos corações dos crentes (Lc.
4.3,9). A primeira tentação do inimigo consistia em fazer Jesus usar seu poder
em benefício próprio. Mas Jesus rejeitou proposta de Satanás, por isso Ele é
atualmente Sumo Sacerdote, de modo que nos compreende e nos assiste em nossas
tentações (Hb. 2.16-18; 4.14-16). Diferentemente do primeiro homem, que não
resistiu às afrontas de Satanás, caindo em pecado. O segundo Adão venceu os
poderes dos inimigos, resistindo às forças do mal. Para vencer a tentação,
dependemos das mesmas armas que Jesus utilizou: oração (Lc. 3.21), o amordo Pai (Lc. 3.22), o poder do Espírito (Lc.
4.1) e a Palavra de Deus (Dt. 8.3). Uma das fontes do pecado é o egoísmo
humano, Satanás pode se aproveitar dele para distanciar o cristão de Deus.
Jesus venceu a tentação porque se fez servo, não usou seus atributos em
benefício próprio (Fp. 2.5-8). Os crentes que quiserem vencer a tentação devem
rejeitar todo e qualquer tipo de glória humana. A tentação de ser maior do que
os outros pode levar à ruina. A Palavra de Deus nos é suficiente para alimentar
nossa vida espiritual, mas a fama dos homens pode atrofiar a alma (Sl. 119.103;
Jr. 15.16; I Pe. 1.2). Muitos cristãos estão se distanciando da fé porque
querem a glória que somente será recebida na eternidade no tempo presente, sem
cruz não há glória (Lc. 24.25-27).
2. JESUS VENCE PELAS ESCRITURAS
Satanás quer nos fazer desacreditar do amor do Pai, também
a esperança em um reino vindouro. Por isso motivo, muitos estão trocando a
expectativa pela eternidade pelos bens terrenos (Hb. 12.1-3). O inimigo
utilizou indevidamente as Escrituras, tentando distorcê-la a fim de fazer Jesus
pecar (Sl. 91.11,12). A resposta de Jesus, sempre fundamentada nas Escrituras
(Mt. 4.7), revela a exegese apropriada dos textos. Ninguém pode compreender as
Escrituras sem atentar para Jesus, sua chave de interpretação (Lc. 24.47). A
leitura da Bíblia precisa ser feita apropriadamente, atentando para os
princípios hermenêuticos, caso contrário o texto poderá ser instrumento para a
queda. Uma das orientações fundamentais para compreender as Escrituras é
atentar para o contexto, ou seja, para tudo o que está escrito a respeito de um
assunto. A utilização de versículos descontextualizados, sem atentar para o que
foi dito antes ou depois, pode resultar em aplicações indevidas. Desde o
princípio Satanás quis interpretar indevidamente a Palavra de Deus (Gn. 3.1,2).
Não tem sido muito diferente nos dias atuais, existem pessoas utilizando
passagens da Bíblia para satisfazer seus interesses. O movimento evangélico tem
caído em descrédito, em muitos contextos sociais, por causa das interpretações
equivocadas de alguns textos bíblicos.
3. VITÓRIA NAS TENTAÇÕES
As tentações fazem parte da condição humana, como aconteceu com Jesus,
qualquer cristão pode ser tentado (Hb. 4.15; I Co. 10.13). Nossa oração,
seguindo o exemplo do Senhor, é para não cair na tentação (Mt. 6.13), mas
também devemos vigiar e orar (Mc. 14.38), e resistir às afrontas do Diabo (Tg.
4.7). Devemos ter o cuidado de não atribuir todas as tentações a Satanás, evidentemente
ele se aproveita da natureza humana pecaminosa. Entretanto, o desejo
desenfreado pode impulsionar as pessoas para o pecado (Tg. 1.13-15). Portanto,
há momentos que o cristão deverá fugir de situações que favoreçam o pecado (II
Tm. 2.22). Ainda que apenas fugir, pelas próprias forças, não é suficiente.
Somente poderão vencer as tentações àqueles queconsagrarem
suas vidas a Deus (Rm. 12.1,2). Tenhamos cuidado com os pecados que foram
naturalizados, e que muitos caem sem atentarem para o perigo, um deles é a
ganância, que tem levado muitos à perdição, inclusive obreiros da seara (I Tm.
6.9,10). Os primeiros pais pecaram porque colocaram os olhos naquilo que não
deveriam, a soberba dos olhos também pode levar o crente a cair (I Jo. 2.16).
Por isso a advertência de Paulo: andai em Espirito e não cumprireis as
concupiscências da carne (Gl. 5.17). Trata-se de uma batalha espiritual, entre
forças antagônicas que habitam no crente (Rm. 7.17-20). Para vencer, é
necessário investir na produção do fruto do Espírito (Gl. 5.22). O revestimento
com a armadura de Deus é fundamental, para apagar as setas enviadas pelo
inimigo (Ef. 6.14-17).
CONCLUSÃO
Jesus foi tentado em tudo, mas na dependência do Espírito Santo, e no
poder da Palavra foi capaz de resistir. De igual modo, os crentes devem lutar
contra as tentações de Satanás, bem como contra as da natureza pecaminosa.
Temos a promessa bíblica de que não seremos tentados além do que podemos
suportar. Por isso, devemos confiar na providência de Deus, e também vigiar e
orar. Não é cristão viver na prática do pecado (I Jo. 3.9), contudo, se alguém
pecar, temos um Advogado, Jesus Cristo, que nos perdoa, e nos conduz adiante (I
Jo. 1.9; 2.1,2).
Prof. Ev. José Roberto A.
Barbosa
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
A tentação
é uma realidade com a qual todo crente, em algum momento, irá se deparar. Não
existe ninguém que seja imune à tentação, pois até mesmo Jesus, o homem
perfeito, foi tentado! A resposta à tentação não é, portanto, negá-la, mas
enfrentá-la à luz da Palavra de Deus. Nesta lição iremos aprender como Jesus
enfrentou a tentação e derrotou Satanás. Veremos a sutileza do Diabo em tentar
o Filho de Deus em um momento de extrema carência e necessidade física, e como
o Filho do Homem o derrotou ao dizer "não" a cada uma de suas
propostas. Por fim, destacaremos que a vitória de Jesus é também a nossa.[Comentário: Tentação É um desejo violento da alma humana a fazer algo que pode ser
certo ou errado. Do latimtemptatiooutentatio,
ataque, tentativa; é o ato ou efeito de tentar; movimento interior que nos
instiga a fazer o mal; apetite, desejo violento.Deus nos criou com
um coração que tem desejos (Sl 37.5), depois da queda, este coração deseja o
que é contrário a Deus e à Sua Palavra. Lidar com o pecado e com aquilo que nos
leva a ele, tem sido o grande desafio de cada crente ao longo de todos esses
séculos. É importante lembrar que a tentação está intimamente ligada ao pecado,
mas não é o pecado em si. Na verdade, ela é algo que antecede qualquer ato
pecaminoso. Ninguém precisa sair atrás da tentação porque ela vem muito
naturalmente. Ela vem ao pobre, ao rico, aos crentes e aos descrentes. O crente
novo é tentado, e também o crente antigo. Jesus Cristo foi tentado. Sem a tentação
e o direito de escolher entre o bem e o mal seríamos uma máquina, e Deus não
nos isenta das nossas responsabilidades na hora da escolha. Os próprios
discípulos de Jesus lidaram com isso e não é diferente conosco. Naqueles
momentos de agonia que antecederam sua crucificação, Jesus ainda buscava o
crescimento espiritual e a preparação daqueles homens para os grandes desafios
que teriam pela frente.O primeiro desafio de Jesus é claramente coordenado pelo Espírito Santo
que o conduz a uma área deserta para jejuar. Em seguida, permite que o
enfraquecido Salvador seja testado por Satanás. A vitória de Cristo demonstra o
tema de Lucas. Jesus é um ser humano ideal, diferentemente de Adão e Eva, que
caíram (4.1-13). Mateus deixa claro que foi o próprio Espírito Santo que o
levou ao deserto para ser tentado. Não partiu de Satanás tal atitude. Jesus não
foi guiado ao deserto por uma força maligna, mas foi conduzido pelo Espírito
Santo. Foi pela expressa vontade de Deus que esta crise se produziu na vida de
Jesus. Não é que o Senhor queria ver se Jesus cairia ou não, mas uma
demonstração da impossibilidade da Sua queda. À semelhança de Adão, Jesus foi
tentado, com uma diferença: Adão foi tentado no Jardim do Éden e caiu, Jesus
foi tentado no deserto e venceu a Satanás]. Convido você para mergulharmos
mais fundo nas Escrituras!
1. A REALIDADE DA TENTAÇÃO
1.
Uma realidade humana. Já foram assinalados em comentários
anteriores que devemos levar em conta o fato bíblico e teológico incontestável
de que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Como Deus, não podia
ser tentado, mas como homem, mesmo sendo perfeito, sim (Jo 17-5; Fp 2.5-11; Hb
2.17). No mistério da encarnação, Jesus não perdeu a sua natureza divina, nem
tampouco os atributos da divindade, mas, como diz a tradução americana de
Philips, Ele "abdicou de seus privilégios" (Fp 2.7). Como homem Ele
foi tentado em todas as coisas, assim como nós, porém, não transgrediu (Hb
4.15). À luz do ensino bíblico, portanto, a tentação de Jesus Cristo foi real e
não apenas uma encenação. 0 homem perfeito, Jesus, foi tentado em tudo, mas não
pecou! (1 Pe 2.22)[Comentário: Lawrence
O. Richards comentando Lc 4.2 em sua obra Guia do Leitor da Bíblia. Uma
análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo (CPAD), escreve:
“As palavras gregas peirazo (απόδειξη - lê-se apóviquici) e peiras mossãa (δίκη
- Lê-se leiquim) igualmente traduzidas por “prova” e “julgamento” bem
como por “tentar” e “tentação” (προσπαθώ - Lê-se prustraufão). O que há de
comum é a situação que nos coloca sob grande pressão. O texto em Tiago 1 é
especialmente útil para nos ajudar a tratar essas situações, ao nos lembrar que
Deus jamais tenta as pessoas, no sentido de induzi-las ao mal (Tg 1.13). Deus,
contudo, nos prova da mesma maneira que permitiu que Satanás o fizesse com
Jesus, a fim de demonstrar a nós e a todos que podemos vencer pela sua força.
Adão e Eva falharam no teste. Por meio de Cristo você e eu somos vitoriosos”. RICHARDS.
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Uma análise de Gênesis a Apocalipse
capítulo por capítulo.Editora CPAD. pag. 655. Mas como seria
possível Jesus ser tentado? William Hendriksen esclarece sobre esse fato em sua
obra Comentário do Novo Testamento (Cultura Cristã): “Em nossa
tentativa de responder a essa pergunta devemos antes de mais nada observar que
o que foi tentado foi sua natureza humana. Jesus não só era Deus; ele era
também homem. Além do mais, sua alma não era dura como uma pederneira nem fria
como um bloco de gelo. Era uma alma plenamente humana, profundamente sensível,
afetada e comovida pelos sofrimentos de todo gênero. Foi Cristo quem disse:
“Tenho um batismo com o qual hei de ser batizado; e como me angustio até que o
veja concretizado” (Lc 12.50). Jesus foi capaz de expressar carinho (Mt 19.13,
14), compaixão (Mt 23.37; Jo 11.35), piedade (Mt 12.32), ira (Mt 17.17),
gratidão (Mt 11.25) e profundo anseio pela salvação dos pecadores (Mt 11.28;
23.37; Lc 15; 19.10; Jo 7.37) para a glória do Pai (Jo 17.1-5). Sendo não só
Deus mas também homem, ele sabia o que era estar cansado (Jo 4.6) e sedento
(4.7; 19.28). Portanto, realmente não deveria surpreender-nos que, depois de um
jejum de quarenta dias, ele sentisse muita fome, e que a proposta de converter
pedras em pães se constituía numa tentação bem real para ele, tanto mais
sabendo que estava revestido do poder para fazer milagres! Não obstante, não
deixa de ser verdade que a possibilidade e realidade da tentação de Cristo vai
além de nossa compreensão. Mas não é esse um fato em relação a cada doutrina? O
que sabemos realmente sobre nós mesmos, sobre nossa alma e a interação que
existe entre alma e corpo? Pouco, aliás, bem pouco! Como poderíamos, pois,
penetrar nas profundezas da alma de Cristo e analisá-la suficientemente a fim
de fornecer uma explicação psicológica absolutamente satisfatória de suas
tentações?”HENDRIKSEN. William. Comentário do Novo Testamento. Lucas I.
Editora Cultura Cristã. pag. 315-316. Jesus, como homem, exibia
elevadíssima espiritualidade. Suas qualidades espirituais não eram automáticas,
mas resultavam de uma luta muito intensa, através da vitória sobre o pecado,
diante do qual, jamais cedeu. Entrementes, ele desenvolveu elevadas virtudes
morais positivas. (Veja Gálatas 5.22,23, quanto a essas virtudes). Assim sendo,
Jesus foi o Pioneiro do caminho, tendo-nos mostrado, como devemos
desenvolvermos espiritualmente, através da dedicação absoluta. Jesus possuía
nosso tipo de natureza, juntamente com as suas fraquezas. Não obstante,
triunfou!]
2.
Vencendo a tentação. Lucas revela que Cristo foi conduzido pelo Espírito
Santo ao deserto para ser tentado pelo Diabo. Jesus, em sua condição humana,
foi capacitado pelo Espírito Santo para enfrentar Satanás. A capacitação de
poder sobre Jesus revela o lado messiânico da sua missão. Na teologia lucana, o
Messias seria revestido pelo Espírito para realizar a obra de Deus, e isso
incluía desfazer as obras do Diabo. A vitória de Jesus sobre a tentação é
também a nossa vitória. Jesus, o homem perfeito, venceu a sedução do pecado com
oração, com a Palavra e por andar no Espírito. Todos os que estão em Cristo
podem sim, também, vencer a tentação (1 Co 10.13). [Comentário: Por
que o Espírito Santo impeliu Jesus ao deserto para ser tentado? Qual era o
propósito? Que Deus tinha um propósito ao permitir que Jesus fosse tentado no
deserto é evidente pela declaração "foi levado pelo Espírito ao
deserto". Uma finalidade é assegurar-nos de que temos um sumo sacerdote
capaz de Se relacionar conosco em todas as nossas debilidades e fraquezas (Hebreus
4.15) porque Ele mesmo foi tentado em todos os pontos nos quais também somos. A
natureza humana do Nosso Senhor permite que Ele compreenda as nossas próprias
fraquezas por ter sido submetido à fraqueza também. "Porque, tendo em
vista o que ele mesmo sofreu quando tentado, ele é capaz de socorrer aqueles
que também estão sendo tentados" (Hebreus 2.18). A palavra grega traduzida
"tentado" aqui significa "pôr à prova". Então, quando somos
colocados à prova e testados pelas circunstâncias da vida, podemos ter certeza
de que Jesus entende e se solidariza como alguém que sofreu as mesmas
provações. O Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal (CPAD), sobre a
expressão “foi tentado”, afirma: “descreve uma ação contínua; Jesus foi tentado
constantemente durante os quarenta dias. O Espírito levou Jesus ao deserto onde
Deus pôs Jesus à prova - não para ver se Jesus estava pronto, mas para mostrar
que Ele estava preparado para a sua missão. Satanás, no entanto, tinha outros
planos; ele esperava distorcer a missão de Jesus tentando-o para fazer o mal.
Por que era necessário que Jesus fosse tentado? A tentação faz parte da
experiência humana. Para que Jesus fosse completamente humano, Ele tinha que
enfrentar a tentação (veja Hb 4.15). Jesus tinha de desfazer o que Adão tinha
feito. Adão, embora criado perfeito, cedeu à tentação, e assim o pecado entrou
na raça humana. Jesus, o segundo Adão, por outro lado, resistiu a Satanás. A
sua vitória oferece a salvação aos descendentes de Adão (veja Rm 5.12-19).
Durante estes quarenta dias, Jesus não comeu coisa alguma, de modo que ao final
Ele teve fome. A condição de Jesus como Filho de Deus não tornava o seu jejum
mais fácil; o seu corpo físico sofria a fome severa e a dor de estar sem
alimento. As três tentações registradas aqui ocorreram quando Jesus estava na
sua condição física mais enfraquecida” Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 341.]
SÍNTESE DO TÓPICO I
A tentação é uma realidade para
todos os filhos de Deus.
2. A TENTAÇÃO DE SER SACIADO
1. A
sutileza da tentação. A primeira tentação de Jesus se dá na esfera
dos apetites. A essa tentação Jesus respondeu: "Escrito está que nem só de
pão viverá o homem" (Lc 4.3,4). O Diabo, por certo, sabia que por ocasião
do batismo de Jesus, Deus, o Pai, falara-lhe da sua filiação divina (Lc 3.22).
Jesus, como o homem perfeito que era, precisava enfrentar a tentação em sua
condição humana, e não fazer uso de seus atributos divinos como queria o Diabo.
Como Filho de Deus que era, evidentemente Jesus poderia usar os atributos da
divindade para transformar todo aquele deserto em pão. Todavia, se assim
procedesse, negaria a sua missão de homem perfeito. Quer o Diabo estimule um
apetite legítimo, quer não, o seu alvo é sempre o mesmo — colocar tropeços no
caminho do servo de Deus.[Comentário: Na
luta do cristão contra o diabo, o principal campo de batalha é a tentação. O
discípulo precisa vencer o inimigo superando as tentações. Não estamos sós,
contudo. Jesus tornou-se um homem, foi tentado como somos, obteve a vitória,
assim mostrando como nós podemos triunfar sobre Satanás (Hb 2.17-18; 4.15). É
essencial, portanto, que analisemos cuidadosamente de que forma Jesus venceu.
Embora Jesus fora tentado várias vezes, ele enfrentou um teste especialmente
severo logo depois que foi batizado. A sutileza é mencionada como
característica distinta da serpente (Mt 10.16). Com grande astúcia ela oferece
sugestões, as quais, ao serem abraçadas, abrem caminho a desejos e atos
pecaminosos. Em Gênesis, ela começa falando com uma mulher, o vaso mais frágil,
que além dessa circunstância, não tinha ouvido diretamente a proibição divina
(Gn 2.16-17). E ela espera até que Eva esteja só. Note-se a astúcia na
aproximação. Ela torce as palavras de Deus (Gn 3.1;2.16-17) e então finge
surpresa por estarem assim torcidas; dessa maneira ela astutamente semeia
dúvida e suspeitas no coração da ingênua mulher, e ao mesmo tempo insinua que
está bem qualificada para ser juiz quanto à justiça de tal proibição. "Se
és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães" (Lc
4.3). O diabo é um mestre das coisas aparentemente lógicas. Jesus estava
faminto; ele tinha poder para transformar as pedras em pão. O diabo
simplesmente sugeriu que ele tirasse vantagem de seu privilégio especial para
prover sua necessidade imediata. As questões: Era verdade que Jesus necessitava
de alimento para sobreviver. Mas a questão era como ele o obteria. Lembre-se de
que foi Deus quem o conduziu a um deserto sem alimento. O diabo aconselhou
Jesus a agir independentemente e encontrar seus próprios meios para suprir sua
necessidade. Confiará ele em Deus ou se alimentará a seu próprio modo? Há aqui,
também, uma questão mais básica: Como Jesus usará suas aptidões? O grande poder
que Jesus tinha seria usado como uma lâmpada de Aladim, para gratificar seus
desejos pessoais? A tentação era ressaltar demais os privilégios de sua
divindade e minimizar as responsabilidades de sua humanidade. E isto era
crucial, porque o plano de Deus era que Jesus enfrentasse a tentação na área de
sua humanidade, usando somente os recursos que todos nós temos a nossa
disposição. A resposta de Jesus ao conselho de Satanás foi uma expressão de
confiança filial ao cuidado do Pai. Sem dúvida, aquele que providenciara o maná
quando não havia pão, e que bem recentemente dissera: “Tu és o meu Filho, o
Amado”, não falharia a seu amado nesta hora de provação. Matthew Henry
esclarece: “O Senhor Jesus respondeu utilizando as Escrituras (v. 4): Está
escrito. Esta é a primeira palavra registrada como sendo falada por Cristo
depois da instalação de seu ofício profético; e é uma citação do Antigo
Testamento, para mostrar que Ele veio para declarar e manter a autoridade das
Escrituras como algo que não se pode controlar; Satanás não é capaz de
controlá-la. E embora o Senhor Jesus tivesse o Espírito sem medida, e tivesse
uma doutrina própria para pregar e uma religião para fundar, ela estava de
acordo com Moisés e os profetas. O Senhor Jesus estabelece os escritos destes
homens como uma regra para si mesmo, e nos recomenda que os tenhamos como uma
resposta a Satanás e às suas tentações. A Palavra de Deus é a nossa espada, e a
fé nesta preciosa Palavra é o nosso escudo; devemos, portanto, ser poderosos
nas Escrituras, e seguirmos nesta força, avançarmos, e continuarmos na nossa
batalha espiritual, conhecendo o que está escrito, porque ela é para o nosso
aprendizado, para o nosso uso. O texto das Escrituras que o Senhor Jesus
menciona é Deuteronômio 8.3. Em outras palavras: “O homem não viverá só de pão.
Eu não preciso transformar as pedras em pão, porque Deus Pai pode enviar o maná
para o meu sustento, assim como Ele fez por Israel; o homem pode viver de toda
Palavra de Deus, e ser alimentado por aquilo que Ele determinar”. Como é que
Cristo pode ter vivido confortavelmente durante estes últimos quarenta dias?
Não pelo pão, mas pela Palavra de Deus, pela meditação sobre esta Palavra, e
pela comunhão com ela, e com Deus nela e por ela; e de uma maneira que Ele
ainda pudesse viver, embora agora Ele começasse a ter fome. Deus tem muitas
maneiras de sustentar o seu povo, sem os meios comuns de subsistência.
Portanto, não se deve em nenhuma circunstância perder a confiança nele, mas em
todo o tempo devemos depender dele, no caminho da obediência. Se faltar o
alimento, Deus pode tirar o apetite, ou dar graus de paciência que permitam que
um homem ria da assolação e da fome (Jó 5.22). O Senhor também pode tornar os
legumes e a água mais nutritivos do que toda a porção do manjar do rei (Dn
1.12,13), permitindo que o seu povo se alegre nele, mesmo que a figueira não
floresça, Habacuque 3.17. Uma crente vigorosa disse que fez das promessas a sua
refeição nas ocasiões em que sofreu a escassez de alimentos”. HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição
completa.Editora CPAD. pag. 547.]
2.Gratificação
pessoal. Depois de 40 dias de jejum total, Jesus, sem dúvida alguma,
encontrava-se debilitado fisicamente. Todo o seu ser, por certo, exigia ser
saciado. Tanto a água quanto o pão são elementos necessários para a manutenção
do corpo. Não há, portanto, nada de errado com o desejo de comer ou beber.
Todavia, se esse desejo é apenas para uma gratificação pessoal, como queria o
Diabo, então ele se converte em pecado. Satanás queria que Jesus visse as
coisas materiais como sendo mais necessárias do que as espirituais. Jesus
mostra que mais importante do que o pão material era o pão espiritual, a
Palavra de Deus. Ainda hoje, o Diabo usa a mesma artimanha quando convence os
homens de que ter abundância, fartura ou prosperidade material é melhor do que
desfrutar da comunhão com Deus. [Comentário: Em cada teste,
Jesus se voltava para as Escrituras, usando um meio que nós também podemos
empregar para superar a tentação. A passagem que ele citou foi a mais adequada
naquela situação. No contexto, os israelitas tinham aprendido durante seus 40
anos no deserto que eles deveriam esperar e confiar no Senhor para conseguir
alimento, e não tentar conceber seus próprios esquemas para se sustentarem.
Depois de quarenta dias de jejum Jesus estava com seu corpo totalmente
debilitado. Nesse período Jesus jejuou e orou incessantemente – o Espírito
estava pronto, mas a carne estava para entrar em tentação. A fome castigava seu
estômago. É nessa oportunidade que Satanás se aproxima e lhe diz: “Se és Filho
de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães”. Satanás propôs a Jesus
usar seu poder para satisfazer sua necessidade, ou seja, fazer uma coisa boa de
modo errado: mitigar a fome atendendo a voz do diabo. O intento de Satanás de
levar Jesus transformar pedras em pães era maior que um apelo à fome. Havia a
sugestão de evitar a cruz, tornando-se um reformador social popular. Isso quase
ocorreu quando Jesus multiplicou os pães e os peixes em João 6. Mas veja o
resultado da multiplicação e o que o Senhor Jesus fez: “Vendo, pois, os
homens o sinal que Jesus fizera, disseram: Este é, verdadeiramente, o profeta
que devia vir ao mundo. Sabendo, pois, Jesus que estavam para vir com o intuito
de arrebatá-lo para o proclamarem rei, retirou-se novamente, sozinho, para o
monte” (Jo 6.14,15). Não era e não é esse tipo de Reino que o Senhor veio
estabelecer na terra, mas um reino espiritual. Mas quantas igrejas estão
embarcando na Teologia da Missão Integral que na verdade é uma nova roupagem da
Teologia da Libertação. É bom deixar claro que a Teologia da Missão Integral
dialoga com o marxismo. E os que defendem essa teologia ainda dizem que é
impossível dialogar com o mundo sem dialogar com o marxismo. O marxismo mudou a
face do Ocidente por, pelo menos, setenta anos. O tempo todo Satanás tentou
impedir que o Senhor fosse até a cruz. E hoje tenta evitar que a mesma seja
pregada também pela igreja. Transformar pedras em pães, à primeira vista,
parece ser um ato relativamente inofensivo, até mesmo uma sugestão piedosa. Jesus
rinha muita fome, então por que não usar os recursos sob o seu comando e
transformar uma pedra em pão? Neste caso, entretanto, o pecado não estava no
ato, mas na razão por trás dele. O diabo estava tentando fazer Jesus tomar um
atalho para resolver o seu problema imediato à custa de seus objetivos de longo
prazo, procurando o conforto através do sacrifício da sua disciplina. Satanás
normalmente trabalha desta forma - persuadindo as pessoas a realizar uma ação,
até mesmo uma boa ação, por um motivo errado ou na hora errada. O fato de que
alguma coisa não seja propriamente errada não significa que é boa para alguém
em determinado momento. Muita gente peca tentando satisfazer desejos legítimos
não incluídos na vontade de Deus, ou, antes do momento definido por Ele.]
SÍNTESE DO TÓPICO II
Jesus foi tentado a satisfazer sua necessidade de ser saciado.
3. TENTAÇÃO DE SER CELEBRADO
1. O
príncipe deste mundo. No texto de Lucas 4.5-8, o Diabo oferece a
Jesus domínio sobre os reinos do mundo. Jesus não contestou as palavras de
Satanás quando este afirmou que possuía autoridade sobre este mundo (Lc 4.6).
De fato, o próprio Cristo afirmou que Satanás é o príncipe deste mundo (Jo
16.11). O apóstolo João nos diz que "o mundo está no maligno" (1 Jo
5.19). E o apóstolo Paulo diz que o Diabo é "príncipe das potestades do
ar" (Ef 2.2). Vivemos em um mundo caído e com um sistema iníquo, mas,
assim como Jesus Cristo, não fazemos parte dele (Jo 8.23; 17-9; 18.36). É
lamentável quando crentes não apenas vivem de acordo com os padrões deste
mundo, mas também ficam totalmente comprometidos com ele.[Comentário: A
frase "deus deste mundo" (ou "deus deste século") indica
que Satanás é a maior influência sobre os ideais, opiniões, metas, desejos e
pontos de vista da maioria das pessoas. Sua influência também abrange
filosofias, educação e comércio mundiais. Os pensamentos, ideias, especulações
e falsas religiões do mundo estão sob o seu controle e surgiram a partir de
suas mentiras e enganos. Satanás também é chamado de "príncipe das
potestades do ar" em Efésios 2:2. Ele é o "príncipe deste mundo"
em João 12:31. Estes títulos e muitos outros representam as capacidades de
Satanás. Dizer, por exemplo, que Satanás é o "príncipe das potestades do
ar" significa que, de alguma forma, ele governa o mundo e as pessoas. Isso
não quer dizer que ele governa o mundo completamente; Deus ainda é soberano.
Entretanto, significa que Deus, em Sua infinita sabedoria, permitiu que Satanás
operasse neste mundo dentro dos limites que Deus estabeleceu para ele. Quando a
Bíblia diz que Satanás tem poder sobre o mundo, devemos nos lembrar de que Deus
deu a ele domínio apenas sobre os incrédulos. Os crentes não estão mais sob o
domínio de Satanás (Colossenses 1:13). Os incrédulos, por outro lado, estão
presos "no laço do diabo" (2 Timóteo 2:26), encontram-se no
"poder do maligno" (1 João 5:19) e são escravos de Satanás (Efésios
2:2). Assim, quando a Bíblia diz que Satanás é o "deus deste mundo",
ela não está dizendo que ele tem autoridade máxima. Está transmitindo a ideia
de que Satanás governa o mundo descrente de uma maneira específica. Em 2
Coríntios 4:4, o incrédulo segue agenda de Satanás: "o deus deste século
cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do
evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus". O esquema de
Satanás inclui a promoção de falsas filosofias no mundo - filosofias que cegam
o incrédulo para a verdade do Evangelho. As filosofias de Satanás são as
fortalezas nas quais as pessoas são presas, e elas devem ser libertas por
Cristo. Um exemplo de tal filosofia falsa é a crença de que o homem possa
ganhar o favor de Deus por um determinado ato ou atos. Em quase todas as
religiões falsas, merecer o favor de Deus ou ganhar a vida eterna é um tema
predominante. Ganhar a salvação pelas obras, no entanto, é contrário à
revelação bíblica. O homem não pode trabalhar para ganhar o favor de Deus; a
vida eterna é um dom gratuito (ver Efésios 2:8-9). E esse dom gratuito está
disponível por meio de Jesus Cristo e só por Ele (João 3:16; 14:6). Você pode
perguntar por que a humanidade não simplesmente recebe o dom gratuito da
salvação (João 1:12). A resposta é que Satanás - o deus deste mundo - tem
tentado a humanidade a seguir o seu orgulho em seu lugar. Satanás define a
agenda, o mundo incrédulo a segue e a humanidade continua a ser enganada. Não é
à toa que a Bíblia chama de Satanás de um mentiroso (João 8:44). Leia mais:
http://www.gotquestions.org/Portugues/Satanas-deus-esse-mundo.html#ixzz3XiUacbQB]
2. A
busca pelo poder terreno. Por trás desse sistema iníquo existe toda uma
filosofia de domínio. Esse poder pode estar presente tanto na esfera material
como na espiritual. É a busca pela glória e poder terreno. 0 Diabo sabe que o
desejo de ser celebrado, de ser chamado "senhor", é algo que fascina
os homens. Satanás sabia que derrubaria Adão se o convencesse de que ele poderia
se tornar poderoso ao adquirir conhecimento. Adão acreditou que até mesmo
poderia ser como Deus (Gn 3.5). A isca foi Lançada e Adão a engoliu! O Diabo
por certo acreditava que o mesmo aconteceria com Jesus, o Filho do Homem. Mas
Jesus não se dobrou diante de Satanás. Por certo, muitos estão exercitando
poder e domínio neste mundo, mas provavelmente também estão se curvando diante
de Satanás.[Comentário: Para
Jesus, obter o domínio do mundo mediante a adoração de Satanás seria não apenas
uma contradição (Satanás ainda estaria no comando), mas também romperia o
primeiro mandamento, “Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás” (Dt
6.4,5, 13). Para realizar a sua missão de trazer salvação ao mundo, Jesus
precisaria seguir o caminho da submissão a Deus. Matthew Henry em seu
Comentário do Novo Testamento MATEUS A JOÃO (CPAD), escreve: “Satanás exigiu
dele honra e adoração: Portanto, se tu me adorares, tudo será teu, v. 7. Em
primeiro lugar, Satanás deseja que o Senhor o adore. Talvez ele não queira
dizer nunca mais adorar a Deus Pai, mas adorá-lo junto com a adoração oferecida
a Deus Pai; porque o diabo sabe, que se ele conseguir apenas uma vez se fazer sócio,
logo será o único proprietário. Em segundo lugar, Satanás faria um contrato com
o Senhor Jesus, de que quando, de acordo com esta promessa, Ele tomasse posse
dos reinos deste mundo, não faria nenhuma alteração nas religiões do mundo, mas
toleraria as nações como havia feito até aquele momento, permitindo que
sacrificassem aos demônios (1 Co 10.20). Por esta proposta, o Senhor Jesus
deveria ainda manter o culto aos demônios no mundo, e então deixá-lo tomar todo
o poder e a glória dos reinos se lhe agradasse. Que a riqueza e a grandeza
desta terra fiquem para quem quiser; porém, quanto a Satanás, este nada terá se
não tiver o coração dos homens, bem como os seus sentimentos e a sua adoração.
O diabo só pode operar nos filhos da desobediência, e é assim que ele
eficazmente os devora. (2) Como o nosso Senhor Jesus triunfou sobre esta
tentação. Ele deu à tentação uma repulsa terminante, e a rejeitou com veemência
(v. 8): “Vai-te, Satanás, não suporto a menção disto. O que? Adorar o inimigo
do Deus a quem eu vim servir? e do homem a quem eu vim salvar? Não, Nunca farei
isto.” Uma tentação como esta não era para ser analisada, mas recusada
imediatamente; o assunto foi liquidado com uma única palavra, Está escrito:
Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a Ele servirás; e não somente isto, mas
somente a Ele adorarás; a Ele e a nenhum outro. Portanto, Cristo não adorará a
Satanás, e quando tiver os reinos do mundo entregues a si por seu Pai, como
espera em breve receber, jamais permitirá que qualquer adoração ao diabo continue
neles. Onde quer que chegue o seu Evangelho, tudo o que for maligno será
perfeitamente arrancado e abolido. Cristo não fará nenhum acordo com o diabo. O
politeísmo e a idolatria deverão sucumbir, quando se levantar o reino de
Cristo. Os homens devem se converter do poder de Satanás para Deus, do culto
aos demônios para o culto ao único Deus vivo e verdadeiro. Esta é a grande lei
divina que Deus restabelecerá entre os homens, e por sua santa religião
reduzirá o homem à obediência: só Deus deve ser adorado e servido; portanto,
qualquer que toma qualquer criatura como objeto de culto religioso - mesmo que
seja um santo ou um anjo, ou a própria virgem Maria - frustra diretamente o
desígnio de Cristo, e cai no paganismo”. HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa.Editora CPAD. pag.
547-548.]
SÍNTESE DO TÓPICO III
Como homem, Jesus foi tentando a buscar honra e
celebração para si.
4. A TENTAÇÃO DE SER NOTADO
1. A
artimanha do Inimigo. O Diabo não desiste nas primeiras derrotas e
arrisca tentar Jesus mais uma vez com seu jargão predileto: "Se tu
és" (Lc 4.9). Todavia, agora ele acrescenta a frase: "porque está
escrito" (Lc 4.10). Satanás tenta derrotar Jesus usando a Bíblia!
Evidentemente que ele usa o Salmo 91 fora do seu contexto! Quando a Palavra do
Senhor tem exatamente o sentido do que o Criador disse, então ela é de fato a
Palavra dEle. Porém, quando passa a possuir um sentido particular, isto é, que
Deus não disse, não é mais a Palavra dEle, mas palavras de Satanás. A Bíblia
usada fora do seu contexto, como fez o Diabo e as seitas que ele criou, não é a
Palavra de Deus, mas uma arma do Maligno. É preciso muito cuidado quando se vê
alguém manusear a Bíblia. Pode ser que esse "manuseio" não esteja a
serviço de Deus![Comentário: Aqui,
pela primeira vez, Satanás fez uso das Escrituras. Os rabis deram uma
interpretação messiânica ao Salmo 91.11 e seguintes. Jesus não argumentou
contra o uso feito por Satanás dessa passagem, desde que esse não era o
conflito básico. A tentação pedia que Jesus criasse uma situação de perigo,
enquanto na primeira tentação a crise (fome) já existia. Era como se Satanás
estivesse dizendo: “Você não poderá conhecer- se, nem a veracidade da promessa
de Deus, enquanto não fizer um teste. Satanás é um ser oportunista. Ele é como
um vírus oportunista que ataca quando a nossa imunidade está baixa. Se a nossa
imunidade espiritual estiver baixa ele irá atacar com todas as forças, embora
ele ataque todos os dias, mas se a nossa imunidade espiritual estiver baixa ele
irá triunfar sobre nós. Temos como exemplo Davi que caiu em adultério. Era
tempo de guerra e ele estava em casa. O diabo cita a Escritura; ele põe como
isca no seu anzol os versículos da Bíblia. Pessoas frequentemente aceitam
qualquer ensinamento, se está acompanhado por um bocado de versículos. Mas
cuidado! O mesmo diabo que pode disfarçar-se como um anjo celestial (2
Coríntios 11:13-15) pode, certamente, deturpar as Escrituras para seus próprios
propósitos. O diabo fez três enganos: Primeiro, não tomou todas as Escrituras.
Jesus replicou com: "Também está escrito". A verdade é a soma de tudo
o que Deus diz; por isso precisamos estudar todos os ensinamentos das
Escrituras a respeito de um determinado assunto para conhecer verdadeiramente a
vontade de Deus. Segundo, ele tomou a passagem fora do contexto. O Salmo 91, no
contexto, conforta o homem que confia e depende do Senhor; ao homem que sente
necessidade de testar o Senhor nada é prometido aqui. Terceiro, Satanás usou
uma passagem figurada literalmente. No contexto, o ponto não era uma proteção
física, mas uma espiritual. Jesus venceu em uma área, então o diabo se mudou
para outra. Temos que estar sempre em guarda (1 Pedro 5:8). A confiança não
experimenta, não continua pondo condições ao nosso serviço a Deus, e não
continua exigindo mais prova. Em vista da abundante evidência que Deus
apresentou, é perverso pedir a Deus para fazer algo mais para dar prova de si.]
2. A
busca pelo prestígio. Quando o Diabo quer ver a queda de alguém,
procura levá-lo até o ponto mais alto (Lc 4.9). É a tentação de ser visto, de
ser notado. Era algo muito tentador saber que dezenas, talvez centenas de
pessoas, estariam ali para ver e aplaudir aquela cena com características
cinematográficas. Jesus não se dobrou frente aos apelos de Satanás. Há um
reconhecimento e uma fama que são bíblicas e não há nada pecaminoso nisso (Gn
12.2; 2 Sm 7.9). Todavia, quando o desejo por publicidade se torna um fim em si
mesmo, então passa-se a fazer o jogo do Diabo. Infelizmente, muitos não medem
esforços para se exibir. Isso é pecado, mesmo que seja na esfera religiosa ou
espiritual.[Comentário: A
confiança verdadeira aceita a palavra de Deus e não necessita testá-la. Matthew
Henry em sua obra Novo Testamento MATEUS A JOÃO (CPAD ),
comenta: “O diabo o tentou a ser o seu próprio assassino, em uma presunçosa
confiança da proteção de seu Pai, da qual Ele não tinha nenhuma garantia.
Observe: (1) O que o diabo pretendia com esta tentação: Se tu és o Filho de
Deus, lança-te daqui abaixo, v. 9. [1] Ele queria que Cristo buscasse uma nova
prova de que era o Filho de DEUS, como se a prova que o seu Pai havia lhe dado,
pela voz do céu, e a descida do Espírito sobre Ele não fossem suficientes. Isto
seria uma desonra para Deus, como se Ele não tivesse escolhido o meio mais
adequado de lhe dar esta garantia; e teria sido uma falta de confiança de que o
Espírito habitava nele, o que era a maior prova e a prova mais convincente de
que o Senhor Jesus era o Filho de DEUS, Hebreus 1.8,9. [2] Ele queria que
Cristo buscasse um novo método de proclamar e anunciar isto ao mundo. O diabo,
na verdade, sugere que o Senhor Jesus foi confirmado como sendo o Filho de Deus
em uma região afastada, na companhia de pessoas comuns, que compareceram ao
batismo de João, e que estas honras foram proclamadas nestas condições
desfavoráveis; mas se Ele agora declarasse no pináculo do templo, em meio a
todas as pessoas importantes que compareciam ao serviço no templo, que Ele era
o Filho de Deus, e então, para prová-lo, se lançasse de lá de cima e saísse
ileso, com certeza seria recebido por todos como um mensageiro enviado do céu.
Assim Satanás teria feito com que o Senhor Jesus buscasse honras conforme um
plano diabólico (desprezando tudo o que Deus havia feito a respeito dele), e
assim se manifestasse no templo de Jerusalém. Porém Deus Pai planejou que o
Senhor Jesus se manifestasse mais entre os penitentes de João, por quem a sua
doutrina seria mais bem recebida do que pelos sacerdotes. [3] E provável que o
diabo tivesse alguma esperança de que, embora não pudesse lançá-lo abaixo,
causando-lhe algum dano, pudesse convencê-lo a se lançar abaixo, e a queda
poderia ser a sua morte; então o diabo o teria finalmente fora do caminho”. HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição
completa.Editora CPAD. pag. 548.]
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Jesus venceu a tentação de ser notado pelos homens.
CONCLUSÃO
Jesus venceu
Satanás no deserto e em todas as outras situações em que o confrontou durante o
seu ministério terreno (Lc 4.1-13; 10.18,19). Na cruz do Calvário, o Filho de
Deus derrotou Satanás de forma definitiva (Cl 2.15; Hb 2.14). Posteriormente, o
apóstolo Paulo ensinaria à Igreja que todos aqueles que se encontram em Cristo
também participam dessa vitória (Ef 1.20-22; 2.6). Em Cristo somos mais do que
vencedores (Rm 8.37; 1 Co 15.57), todavia, como cristãos criteriosos, não
devemos subestimar o mal (Lc 22.31-34).[Comentário: Depois de percorremos todos os tópicos desta lição, podemos concluir
com uma afirmativa: “Todos nós devemos esperar tempos de provas”. Se
Satanás não desistiu de Jesus, ele também não desistirá de nenhum de nós. Por
isso devemos vigiar e orar o tempo todo e em todo tempo. O Adversário é um ser
maligno e perseverante, nunca desistirá de suas investidas, não pense que ele
se afasta e não volta. O apóstolo Paulo nos deixou isso bem claro quando
escreveu a sua carta aos Efésios 6.10-13. Mas nós temos um grande conforto,
Deus sempre está ao nosso lado. Ele nunca nos abandona. Aliás, o Senhor nos diz
também que “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e
não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário,
juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais
suportar” (1Co 10.13). O texto de Mateus termina dizendo que “com isso, o
deixou o diabo, e eis que vieram anjos e o serviram”. Lute até o fim, não
esmoreça. Não ceda à tentação. O Senhor também enviará o sustento para você e
para mim também!].NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por
meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.