LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 20.4-6;
Deuteronômio 4.15-19
Êxodo 20
4 - Não farás para
ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem
em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5 - Não te
encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus
zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta
geração daqueles que me aborrecem
6 - e faço
misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos.
Deuteronômio 4
15 - Guardai, pois,
com diligência a vossa alma, pois semelhança nenhuma vistes no dia em que o
SENHOR, vosso Deus, em Horebe, falou convosco, do meio do fogo;
16 - para que não
vos corrompais e vos façais alguma escultura, semelhança de imagem, figura de
macho ou de fêmea;
17 - figura de algum
animal que haja na terra, figura de alguma ave alígera que voa pelos céus;
18 - figura de algum
animal que anda de rastos sobre a terra, figura de algum peixe que esteja nas
águas debaixo da terra;
19 - e não levantes
os teus olhos aos céus e vejas o sol, e a lua, e as estrelas, todo o exército
dos céus, e sejas impelido a que te inclines perante eles, e sirvas àqueles que
o SENHOR, teu Deus, repartiu a todos os povos debaixo de todos os céus.
OBJETIVO GERAL
Mostrar
que Deus se revela ao homem sem necessidade de meras reproduções.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
I. Explicar a
proibição bíblica quanto à idolatria.
II. Apresentar a característica zelosa de Deus.
III. Conscientizar sobre o verdadeiro culto a Deus.
IV. Esclarecer quanto à idolatria da teologia romana.
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje
estudaremos o segundo mandamento, que diz respeito à interdição da idolatria à
verdadeira adoração. Conforme estudamos na lição anterior, há apenas um Deus, e
Esse revelou o modo que deveria ser adorado. Inicialmente destacaremos a
gravidade do pecado de idolatria, em seguida, meditaremos a respeito do
fundamento evangélico para a genuína adoração a Deus: em espírito e em verdade.
I. IMAGENS E IDOLATRIA
O povo de
Israel estava rodeado de falsos deuses, isso se intensificaria após a entrada
na Terra Prometida. No Egito, e entre as nações com as quais Israel iria se
relacionar, o culto aos deuses através de imagens de esculturas era bastante
comum. Os egípcios adoravam Apis, Horus, Anubis, entre outros deuses, e todos
eles eram representados por meio de figuras de animais. Mas o Deus que havia
tirado Seu povo do Egito, e o libertado da escravidão, não admitia ser
comparado a qualquer imagem de escultura (Ex. 32.6). Esse ensinamento deveria
ser observado pelo povo escolhido de Deus. No período da Reforma,
principalmente entre os seguidores de João Calvino, essa doutrina foi retomada
ímpeto, a fim de contrapor-se ao uso de imagens pelo Catolicismo Romano. Os
reformadores argumentavam, com propriedade e fundamentação bíblica, a rejeição
da adoração de imagens. O ídolo – pessel em hebraico – é terminantemente
proibido na religiosidade judaica (Dt. 4.15-31). O fundamento para essa
interdição estava no fato de Deus ter se revelado de modo que o povo não
identificou uma forma física – temunah em hebraico - quando o Senhor se revelou
em Horebe (Dt. 4.15). As consequências da idolatria no meio daquele povo seria
uma abominação, que o levaria à destruição (Dt. 4.26). Deus havia estabelecido
um concerto com Seu povo, a construção de ídolos e a adoração a eles
significaria uma ruptura desse pacto (Dt. 4.31). Os profetas de Israel e Judá
chamariam a atenção do povo, advertindo-o quanto ao perigo da idolatria (Is.
43.16), e reclamando a adoração ao Único e Verdadeiro Deus (Is. 44.9-20).
.
II. O PECADO DA IDOLATRIA
A adoração aos
ídolos representava, por conseguinte, um perigo para o povo de Israel, isso
porque se tratava de um pecado. O Deus que tirou os israelitas do Egito não
poderia ser assemelhado a qualquer imagem, do céu e muito menos da terra.
Prostrar-se diante de uma imagem de escultura sempre foi considerada uma transgressão
à revelação do Senhor, que se manifesta na Palavra, na Torah. As religiões das
imagens costumam substituir a palavra pelos ícones, ou mesmo pelos ídolos. Mas
a igreja cristã não pode se distanciar da Palavra de Deus, ninguém deve
fundamentar sua adoração a Deus com meio visíveis. Existe uma tentativa de
atenuar esse pecado trocando a palavra “adorar” por “venerar”, mas essa
substituição não têm diferença semântica. Dobrar-se diante de uma imagem de
escultura é pecado, ao longo da Bíblia os escritores se opõem a esse tipo de
idolatria (Sl. 115). No Novo Testamento, o ídolo também é reprovado, e sua
adoração terminantemente proibida (I Co. 10.14; I Jo. 5.21). Em consonância com
a revelação do Antigo Testamento, o Deus que se revela na Palavra é zeloso –
qanna em hebraico – e por ser único não admite ser confundido com outros
deuses, muito menos ser representado em semelhança de coisas terrestres. Esse
pecado seria punido, dentro da expressão de fé judaica, até a “terceira e
quarta geração” (Ex. 20.5; Dt. 5.9). Evidentemente essa declaração não pode ser
interpretada literalmente, trata-se de uma figura de linguagem hebraica (Am.
1.3-13; Pv. 30.15-29). Esse pecado pode ser perdoado, contanto que o idólatra
reconheça sua transgressão e se volte para o Senhor, que é misericordioso (Ex.
20.6; Dt. 5.10).
III. A VERDADEIRA ADORAÇÃO
A adoração a Deus
deve está fundamentada na revelação, ninguém pode se prostrar diante de um deus
estranho. Somente o Deus das Escrituras é digno de honra, glória e louvor, não
há outro além dEle (Is. 44.8). A adoração a imagens de esculturas é um reflexo
da queda do ser humano, que se nega a cultuar a Deus espiritualmente. Quando se
afasta da Palavra de Deus, o homem acaba por construir seus ídolos, de acordo
com seus interesses pessoais. Jesus declarou que Deus é Espírito, portanto deve
ser adorado espiritualmente (Jo. 4.24). O espírito não é uma substância
material, não tem carne nem ossos (Lc. 24.39). Trata-se de uma Deus Invisível,
e por conseguinte, somente pode ser adorado espiritualmente (Cl. 1.15; I Tm.
1.17). Mas é preciso ter cuidado pois esse Deus também é verdadeiro, por isso
somente pode ser adorado por meio da Verdade. Jesus é o Caminho, a Verdade e a
Vida (Jo. 14.6), a Palavra de Deus é a Verdade (Jo. 17.17). Por isso, a
adoração a Deus não pode ser mero misticismo, muitas pessoas reconhecem que
Deus é Espírito, mas querem adorá-Lo sem fundamentação escriturística. É
preciso ressaltar que Deus busca adoradores, e os adoradores que Ele busca,
sabem que se trata de uma adoração pessoal (Jo. 4.23). A adoração espiritual e
verdadeira acontece por meio da revelação das Escrituras a respeito de Jesus
Cristo (Hb. 1.1,2). Essa adoração independe de lugares, não é o espaço e a
condição física que determina a adoração, mas a verdade bíblica e a disposição
espiritual.
CONCLUSÃO
A adoração a Deus
não depende de imagens de escultura, ou de qualquer construção humana, mesmo
que essa seja mental. Algumas pessoas não adoram ídolos feitos de material
físico, mas acreditam em um deus que não passa de uma representação mental. O
Deus da Bíblia é Espírito, portanto deve ser adorado como Tal. Para adorá-lo,
devemos seguir os passos de Cristo, que é a Verdade, nEle nossa adoração é
real, e aceita por Deus, que se compraz no Seu Filho (Mt. 3.17)
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
O primeiro
mandamento estabelece a adoração somente a Deus e a mais ninguém. A ordem do
segundo mandamento é para adorar a Deus diretamente, sem mediação de qualquer
objeto. A idolatria é o primeiro dos três pecados capitais na tradição judaica,
“a idolatria, a impureza e o derramamento de sangue”. Os cristãos devem se
abster da contaminação dos ídolos (At 15.20). [Comentário: No
prelúdio do primeiro mandamento Deus se revela. O segundo mandamento está muito
próximo do primeiro por ser também de ordem espiritual e afirmar, como aquele,
a existência de um Deus vivo, o único que deve ser adorado. Aqui, YHWH
terminantemente proíbe a adoração aos ídolos e o culto a qualquer imagem de
escultura ou de pintura que possa ser tomado como objeto de adoração. É nesse
sentido que Matthew Henry afirma que “o segundo mandamento diz respeito às
ordenanças da adoração, ou à maneira segundo a qual Deus deverá ser adorado, o
que é adequado que Ele mesmo indique. Aqui temos: A proibição. Aqui somos
proibidos de adorar até mesmo o Deus verdadeiro, em imagens, w. 4,5. [1] Os
judeus (pelo menos, depois do cativeiro) se julgaram proibidos, por este
mandamento, de fazer qualquer imagem ou pintura. Consequentemente as imagens
que os exércitos romanos tinham em suas insígnias são chamadas de abominações
por eles (Mt 24.15), especialmente quando são colocadas no lugar santo.” HENRY.
Matthew. Comentário Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD.
pag. 292.] Convido você para mergulharmos mais fundo nas Escrituras!
I. A PROIBIÇÃO À IDOLATRIA
1.
Ídolo e imagem. O termo hebraico empregado aqui para “imagem de
escultura” (Êx 20.4; Dt 5.8) é péssel, usado no Antigo Testamento para designar
os deuses (Is 42.17), como Aserá, a divindade dos cananeus (2Rs 21.7, TB —
Tradução Brasileira). Esses ídolos eram esculpidos em pedra, madeira ou metal
(Lv 26.1; Is 45.20; Na 1.14). A Septuaginta traduz péssel pela palavra grega
eidolon, “ídolo”, a mesma usada no Novo Testamento (1Co 10.14; 1Jo 5.21). O
ídolo é um objeto de culto visto pelos idólatras como tendo poderes
sobrenaturais e a imagem é a representação do ídolo. [Comentário: Aserá (אֲשֵׁרָה) é, na mitologia semítica,
uma deusa mãe canaanita da fertilidade, do amor e da guerra, que aparece em
várias fontes acadianas escritas pelo nome de Ashratum/Ashratu e entre os
hititas Asherdu, Ashertu, Aserdu ou Asertu. Aserá é geralmente considerada
idêntica à deusa ugarita Athirat ou Atirat. O livro de Jeremias refere-se a
Aserá quando menciona a "rainha dos céus" nos capítulos 7,18 e 44,18
na qual Jeremias condena o culto à "rainha dos céus". Jeremias, assim
como Isaías, descreve o fútil processo de manufatura de ídolo (Jr 10.3-9), mas,
depois, apresenta a importante conclusão do ponto de vista teológico de que
esses “deuses, que não fizeram nem os céus nem a terra, desaparecerão da terra
e de debaixo dos céus” (Jr 10.11). Os produtores deles, continua ele, são
“estúpidos e ignorantes; cada ourives é envergonhado pela imagem que esculpiu”
(v. 14a). Quanto aos ídolos, eles “são uma fraude, eles não têm fôlego de vida.
São inúteis, são objetos de zombaria. Quando vier o julgamento delas,
perecerão” (w. 14b, 15). Em contrapartida, Jeremias declara: “Aquele que é a
porção de Jacó nem se compara a essas imagens, pois ele é quem forma todas as
coisas, e Israel é a tribo de sua propriedade” (v. 16). Esse é exatamente o
ponto dos dois primeiros mandamentos. Não havia nenhum Deus além do Senhor de
Israel, e os ídolos e as imagens que representavam outras deidades eram
criações do homem e, portanto, não representavam nada. Para Israel, adorá-las
representava cometer um sacrilégio abominável. O Comentário Bíblico Beacon
(CPAD) esclarece que “Como o primeiro mandamento afirma a unidade de Deus e
é um protesto contra o politeísmo, assim o segundo afirma sua espiritualidade e
é um protesto contra a idolatria e o materialismo.” Embora certas formas de
idolatria não sejam materiais — por exemplo, a avareza (Cl 3.5) ou a
sensualidade (Fp 3.19) —, o segundo mandamento condena primariamente a
fabricação de imagens (4) na função de objetos de adoração. Este tipo de
idolatria sempre existiu entre os povos pagãos mais simplórios do mundo. A
história de Israel comprova que esta tentação é traiçoeira”. Leo G.
Cox. Comentário Bíblico Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 189. Russell
Norman Champlin esclarece que “O primeiro mandamento proíbe o politeísmo, e
a idolatria e o uso de imagens promoviam cultos politeístas. Portanto, o
primeiro mandamento também combate o uso de ídolos. Por motivos assim é que
muitos intérpretes pensam que os vss. 4-6 deste capítulo fazem parte do
primeiro mandamento. Os vss. 4-6, para a maioria dos grupos protestantes (com a
exceção dos luteranos), constituem o segundo mandamento. É proibido o fabrico
de qualquer imagem de escultura para fins de adoração. As imagens tendem ou
mesmo promovem formas várias de politeísmo, e isso fora estritamente proibido
no primeiro mandamento. Além disso, as imagens de escultura, tal como o próprio
politeísmo, destroem a natureza ímpar de YHWH, além de injetarem elementos
estranhos no pensamento e na adoração religiosos. Grandes segmentos da
cristandade têm uma espécie de subpolíteísmo no uso de imagens e na veneração
dos “santos”. Digo aqui “sub-politeísmo” porque, acima do mesmo, reservam uma adoração
especial a Deus. O que temos, nesses casos, é uma forma de sincretismo onde o
antigo politeísmo alia-se ao monoteismo, A cristandade, ao entrar em contacto
com culturas pagãs, inventou várias formas de sincretismo, pelo que desobedecem
de forma crassa o primeiro e o segundo mandamentos. O primeiro e o segundo
mandamentos proibiam qualquer forma de representação idólatra, e a adoração a
essas formas”. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 388.]
2.
Idolatria. O termo “idolatria” vem de eidolon, “ídolo”, e
latreia, “serviço sagrado, culto, adoração”. Idolatria é a forma pagã de
adoração a ídolos, de adorar e servir a outros deuses ou a qualquer coisa que
não seja o Deus verdadeiro. É prática incompatível com a fé judaico-cristã,
pois nega o senhorio e a soberania de Deus. Moisés e os profetas viam na
idolatria a destruição de toda a base religiosa e ética dos israelitas, além de
negar a revelação (Dt 4.23-25). [Comentário: De forma bem sucinta,
Charles F. Pfeiffer esclarece que o termo idolatria (latim
idolatria, -ae, do grego eidolatreía, -as) é uma transliteração da palavra gr.
eidololatria, cujo significado entendemos ser "a adoração a ídolos; a
adoração a imagens como divinas e sagradas". Esse vocábulo gr. é uma
composição de dois termos: O primeiro é eido (cf. o latim video), significando
"ver" e "saber"; assim ele traz em si o conceito básico de
"saber por ver". Com base nesse termo foi formada a palavra eidolon,
"imagem", que veio a significar especificamente uma imagem de um deus
como um objeto de adoração, ou um símbolo material do sobrenatural como tal
objeto. O segundo termo é latreia, significando "culto" ou, mais
especificamente, "culto ou adoração aos deuses". Idolatria, então, é
prestar honras divinas a qualquer produto de fabricação humana, ou atribuir
poderes divinos a operações puramente naturais. PFEIFFER .Charles F.
Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 944.]
3.
Semelhança ou figura. A frase “Nem semelhança alguma do que há em cima
no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra” (Êx 20.4b; Dt
5.8b), à luz de Deuteronômio 4.12,15, proíbe adorar o próprio Deus verdadeiro
por intermédio de qualquer objeto. A palavra hebraica para “semelhança” é temunah,
“aparência, representação, manifestação, figura”. Sua ideia básica é de
aparência externa, ou seja, uma imagem vista numa visão (Nm 12.8; Dt
4.12,16-18; Jó 4.16; Sl 17.15). Essa proibição inclui a representação de coisas
materiais como homens e mulheres, pássaros, animais terrestres, peixes e corpos
celestes (Dt 4.16-19). [Comentário: Note que muito das
advertências feitas por YHWH ao povo tem a finalidade de evitar práticas da
cultura Egípcia. Os egípcios adoravam toda espécie de objetos, como aves, répteis
e figuras celestes imaginárias. E não hesitavam em representar tais supostas
divindades por meio de imagens. Assim, encontramos este mandamento proibindo
esta prática aos filhos de Israel. A tripla designação, “em cima nos céus, nem
em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra”, para os antigos, apontavam
para a criação inteira. Esta condenação de imagens claramente inclui imagens do
Deus verdadeiro, pois é bem certo que algum tipo de imagem estivera em uso
entre os ancestrais de Israel. Os ídolos do lar (terafim) de Labão poderiam, é
verdade, ter mais valor legal do que significado religioso, mas os que Jacó
escondeu debaixo do carvalho no “santuário” em Siquém eram com toda certeza
objetos religiosos (Gn 35.2-4). Isto aconteceu antes da doação da lei: mesmo
depois disso, imagens não eram algo estranho em Israel (ver Jz 8:27, Gideão; Jz
17:4, Mica; 1 Sm 19:13, Davi). Todavia, a existência de imagens mais tarde em
Israel não prova a inexistência de leis contra seu uso.]
SÍNTESE DO TÓPICO I
Reproduzir imagens humanas de animais ou qualquer outra coisa, com a
finalidade de adorar, foi proibido ao povo de Deus.
.
II. AMEAÇAS E PROMESSAS
1. O
Deus zeloso. O adjetivo hebraico qanna, “zeloso”, aparece
apenas cinco vezes no Antigo Testamento (Êx 20.5; 34.14; Dt 4.24; 5.9; 6.15) e
está associado ao nome divino el, “Deus”. O zelo de Jeová consiste no fato de
ser Ele o único para Israel, e este não deveria partilhar o amor e a adoração
com nenhuma divindade das nações. Esse direito de exclusividade era algo
inusitado na época e único na história das religiões, pois os cultos pagãos
antigos eram tolerantes em relação a outros deuses. [Comentário: O Pr Esequias Soares, comentarista da
revista e autor do livro que serve de apoio a este trimestre, escreve: "Porque
eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos
filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço
misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos"
(Êx 20.5b-6; Dt 5.9b-10). O adjetivo hebraico qannã’, "zeloso",
aparece apenas cinco vezes no Antigo Testamento (Êx 20.5; 34.14; Dt 4.24; 5.9;
6.15), associado ao nome divino e/, "DEUS". As formulações nas cinco
passagens diferem em detalhes. Nos dois textos do Decálogo e em Êxodo 34.14, as
palavras ’êl qannã ’ são atributos de Javé. A menção dos deuses não acontece em
Deuteronômio 4.24; 6.15. O zelo de Javé consiste no fato de ser ele o único
para Israel e não compartilhar o amor e a adoração com nenhuma divindade das
nações. Esse direito de exclusividade era algo inusitado na época e único na
história das religiões, pois os cultos pagãos antigos eram tolerantes em
relação a outros deuses. O termo "zeloso" contém noções de paixão e
intolerância; exprime a disposição de Javé abençoar Israel e fazê-lo prosperar,
não aceitando um coração dividido. Essa linguagem é representada no
relacionamento entre marido e esposa no casamento, na fidelidade (Ct 8.6) e na
infidelidade (Os 1.2)”. Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores
Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 46. A
adoração às imagens de escultura é proibida no segundo mandamento. Adoração
somente ao zeloso YAHWEH (Êx 34.14; Deu. 5.9; 6.15; 32.16,21; Js 24.19). O povo
de Deus pertence exclusivamente a Ele, e só deviam prestar-Lhe lealdade, não
imitando os povos circunvizinhos, que contavam com extensos panteões. A
idolatria e o uso de imagens eram considerados uma tão grave iniquidade que
foram ameaçados poderosos juízos de Deus contra os idólatras, envolvendo até a
quarta geração dos mesmos. Os descendentes dos idólatras não podiam escapar ao
desprazer de YAHWEH, para quem mil anos é como se fosse um dia (II Pd 3.8; Sl
90.4). Podemos ter certeza de que os juízos de Deus são justos, e envolvem os
filhos dos idólatras porque geralmente participam dos pecados de seus pais. Mas
em casos de inocência, esses juízos eram suspensos. Todavia, persistiam circunstâncias
adversas, criadas anteriormente. Ademais, existe aquela genética espiritual que
transmite atitudes e costumes de pais para filhos, etc., provocando assim a ira
divina. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo
por versículo. Editora Hagnos. pag. 391]
2. As
ameaças. A expressão “terceira e quarta geração” (Êx 20.5; Dt 5.9) indica
qualquer número ou plenitude e não se refere necessariamente à numeração
matemática, pois se trata de máxima comum na literatura semítica (Am 1.3,6,11,13;
2.1,4,6; Pv 30.15,18,21,29). O objetivo aqui é contrastar o castigo para
“terceira e quarta geração” com o propósito de Deus de abençoar a milhares de
gerações. [Comentário: Ainda
o Pr Esequias Soares, em obra já citada, esclarece: “As ameaças sobre as
gerações daqueles que aborrecem Javé são para os descendentes que continuam
envolvidos no pecado dos pais, as sucessivas gerações que aprenderam os pecados
dos seus ancestrais e vivem ainda neles. Este princípio aparece outras vezes no
Antigo Testamento além das duas passagens do Decálogo (ÊX 34.7; Nm 14.18; Jr
32.18). Deus não permite que filhos inocentes sejam responsabilizados pela
maldade dos pais (Dt 24.16; 2 Rs 14.6; Ez 18.2, 3, 20). O verbo
"visitar",pãqad, em hebraico, indica uma visita, no sentido de cuidar
e também de castigar. O profeta Jeremias emprega esse verbo em ambos os
sentidos (Jr 23.2). A expressão "terceira e quarta geração" indica
qualquer número ou plenitude e não se refere necessariamente à numeração
matemática, pois se trata de máxima comum na literatura semítica (Am 1.3, 6,
11, 13; 2.1, 4, 6; Pv 30.15., 18, 21, 29). O objetivo aqui é contrastar o
castigo para a "terceira e quarta geração" com o propósito de Deus de
abençoar a milhares de gerações. Outras máximas aparecem no Antigo Testamento
com números diferentes: "dois e três” (Jó 33.29); "seis e sete"
(Jó 5.19; Pv 6.16); "sete e oito" (Ec 11.2; Mq 6.5), para expressar
que a medida da iniquidade está cheia e não há como suspender a ira divina ou a
plenitude de algo positivo. Os expositores da doutrina conhecida como maldição
hereditária costumam usar de maneira isolada uma parte deste mandamento,
"visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração
daqueles que me aborrecem", para fundamentar a sua teoria. Afirmam que, se
alguém tem problemas com adultério, pornografia, divórcio, alcoolismo ou
tendências suicidas é porque alguém de sua família, no passado, não importa se
avós, bisavós ou tataravós, teve esse problema. Nesse caso, a pessoa afetada
pela maldição hereditária deve, em primeiro lugar, descobrir em que geração
seus ancestrais deram lugar ao diabo. Uma vez descoberta tal geração, pede-se
perdão por ela, e, dessa forma, a maldição de família é desfeita. Uma espécie
de perdão por procuração, muito parecido com o batismo pelos mortos, praticado
pelos mórmons. Tal pensamento não se sustenta biblicamente; é um erro crasso. A
maldição está sobre quem continuar no pecado dos pais, sobre "aqueles que
me aborrecem", pontua com clareza o mandamento. Não é o que acontece com o
cristão que ama a Deus. Se fomos alvejados pela graça de Deus ainda no tempo da
nossa ignorância, quanto mais agora que somos reconciliados com ele? (Rm
5.8-10). Quando alguém se converte a Cristo, torna-se nova criatura: "as
coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17). Para
finalizar, convém ressaltar que, no discurso de Moisés em Deuteronômio, na
revelação do Sinai nenhuma imagem, figura, forma ou representação foi vista
pelos israelitas; eles ouviram a voz da Javé vindo do meio do fogo, mas nenhuma
representação de figura foi manifestada, unicamente a Palavra (Dt 4.16,23,25).
Os ídolos de madeira e de pedra dos cananeus são divindades falsas cuja
adoração é terminantemente proibida (Êx 34.13; Dt 12.3; 16.21-22); Javé, entretanto,
é real, mesmo que invisível (Cl 1.15; 1 Tm 1.17). "Deus é espírito"
(Jo 4.24). Cultuá-lo com a mediação de imagens é colocá-lo no mesmo nível das
falsas divindades, uma afronta ao verdadeiro Deus”. Esequias Soares. Os
Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança.
Editora CPAD. pag. 46-48.]
3. As
promessas. Salta à vista de qualquer leitor a diferença entre
castigo e misericórdia. A ira divina vai até a quarta geração, no entanto, a
misericórdia de Deus chega a mil gerações sobre os que guardam os mandamentos
divinos (Êx 20.6; Dt 5.10). Muito cedo na história, o nosso Deus revela que seu
amor ultrapassa infinitamente o juízo. [Comentário: Ezequiel
18.20 mostra o princípio da justiça. Os justos recebem misericórdia e bênção da
parte de Deus. Mas a misericórdia estende-se a mil gerações, o que mostra que a
misericórdia é um princípio muito mais poderoso do que o da aplicação da
justiça. Seja como for, não há qualquer contradição, visto que a ira de Deus é
uma medida de disciplina que promove a causa do amor. Julgamento Temporal. No
Pentateuco não há qualquer ensino sobre um juízo divino pós-túmulo, um inferno
para os ímpios e um céu para os piedosos. A noção da existência da alma não
entrou claramente no pensamento dos hebreus senão já nos Salmos e nos Profetas.
Assim sendo, a lei de Moisés nunca ameaça os homens com o julgamento da alma, e
nem jamais promete a bem-aventurança celestial para os obedientes. A teologia
dos hebreus mostrava-se deficiente quanto a esse particular, deficiência essa
que foi corrigida pela doutrina cristã. Para os antigos hebreus, observar os
mandamentos era uma medida doadora de vida (Ver Dt 5.33). Mas não é prometida
qualquer vida além-túmulo. Contudo, mais tarde, o judaísmo acrescentou essa ideia.
O cristianismo mostrou a falência total da lei como medida salvatícia (Ver Gl
3.21). É precisamente aí que temos a grande e fundamental diferença entre o
judaísmo e o cristianismo. Qual era o intuito da lei, afinal? CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 391]
SÍNTESE DO TÓPICO II
Deus é um Deus zeloso e não divide a sua glória com ninguém.
III. O CULTO VERDADEIRO
1.
Adoração. O segundo mandamento proíbe fazer imagem de escultura e também de se
prostrar diante dela para adorá-la: “não te encurvarás a elas, nem as servirás”
(Êx 20.5; Dt 5.9). Adoração é serviço sagrado, culto ou reverência a Deus por
suas obras. É somente a Deus que se deve adorar (Mt 4.10; Ap 19.10; 22.8,9).
[Comentário: Adoração: Prestar culto a; Ter amor a. Estas
imagens pagãs eram feitas na forma de coisas vistas no céu, na terra e nas
águas. Estas imagens não deveriam se tornar objetos de adoração: Não te
encurvarás a elas. Os versículos 4 e 5 devem ser considerados juntos. Não há
condenação para a confecção de imagens, contanto que não se tornem objetos de
veneração. No Tabernáculo 25.31-34) e no primeiro Templo (1 Rs 6.18,29) havia
obras esculpidas. A idolatria consiste em transformar uma imagem em objeto de
adoração e atribuir a ela poderes do deus que representa. Se considerarmos que
gravuras ou imagens de pessoas possuam poderes divinos e que sejam adorados,
então elas se tornam ídolos]
2.
Deus é espírito. O Catecismo Maior de Westminster (1648) declara
que “Deus é Espírito, em si e por si infinito em seu ser” (Jo 4.24; Êx 3.14; Jó
11.7-9). O espírito é substância imaterial e invisível, diferentemente da
matéria. É também indestrutível, pois o “espírito não tem carne nem ossos” (Lc
24.39). Além de a Bíblia afirmar que Deus é espírito, declara também de maneira
direta que Ele é invisível (Cl 1.15; 1Tm 1.17). Assim, a espiritualidade que
tem Deus como alvo é incompatível com as imagens dos ídolos. [Comentário: Deus não pode ser adorado sob a forma de qualquer representação
material, quer fosse produto da arte plástica, quer da pictórica. Tais coisas
não apenas desviam a mente do conhecimento da espiritualidade pura de Deus, mas
inevitavelmente são transformadas em objetos de veneração, e também provocam o
aparecimento de muitas práticas sensuais. O mandamento do versículo 4 não
proíbe qualquer escultura ou pintura. Matthew Henry escreve que “É certo que
este mandamento proíbe a confecção de qualquer imagem de DEUS (pois a quem o
faríamos semelhante?, Isaías 40.18,15), ou a imagem de qualquer criatura para uso
religioso. Isto é mudar a verdade de DEUS em mentira (Rm 1.25), pois uma imagem
é um professor de mentiras. A imagem insinua, para nós, que DEUS tem um corpo,
ao passo que Ele é um espírito infinito, Habacuque 2.18. Ele também nos proíbe
de criar imagens de DEUS, segundo nossas próprias fantasias, como se Ele fosse
um homem como nós. A nossa adoração religiosa deve ser governada pelo poder da
fé, não pelo poder da imaginação. Eles não devem confeccionar tais imagens ou
pinturas como as que os pagãos adoravam, para que não sejam também tentados a
adorá-las. Aqueles que desejam ser guardados do pecado devem evitar as
oportunidades para ele.” HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry
Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 292-293. Russell
Norman Champlin comentando João 4.24 escreve: “«...Deus é espírito...». Aqui
temos um dos grandes pronunciamentos joaninos acerca da natureza de Deus e que
nesta passagem deve ser aceito como algo substancial e descritivo. Deus não tem
corpo; a sua substância não faz parte da natureza física. Não sabemos o que é
um espírito, exceto como um conceito negativo, a saber, que espírito não é
matéria, ou, pelo menos, que não pode ser definido por qualquer declaração que
defina a matéria. Porém, nosso atual estado de conhecimento não nos
autoriza a saber e dizer o que seja um espírito; e, para dizer a verdade, nem
sabemos o que é a matéria. Falamos a respeito dos átomos, mas na realidade não
sabemos o que são, nem qual seja a sua verdadeira e completa composição, e nem
mesmo podemos asseverar que o átomo é a unidade básica de que se compõe a
natureza”. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 2. pag. 328.]
3.
Deus é imanente e transcendente. A imanência é a forma de
relacionamento de Deus com o mundo criado e principalmente com os seres humanos
e sua história. O Salmo 139 é um exemplo clássico. A transcendência significa
que Deus é um ser que não pertence à criação, não faz parte dela, transcende a
toda matéria e a tudo o que foi criado (Jo 17.5,24; Cl 1.17; 1Tm 6.16). O
exclusivismo da sua adoração é natural porque Deus é incomparável; ninguém há
como Ele no universo (Rm 11.33-36). [Comentário: Imanência
vem do latim, Immanere, «habitar». dois atributos incomunicáveis
de Deus que são: Sua transcendência e sua imanência. Transcendência significa
que Deus está acima da criação. Ele é supra-mundo e extra- mundo. Imanência nos
faz lembrar que Deus se manifesta na criação. Deus está acima do mundo e independe
dele. Fundamentado no conceito que Deus é transcendente, é importante observar
que:
a) Deus não deve ser confundido com o universo,
como faz o Panteísmo e a Ciência Cristã.
b) Não deve ser considerado como uma totalidade
da qual o universo é uma parte, isto é, uma espécie de unidade de dupla face.
c) Não se relaciona com o universo como a alma
com o corpo.
d) A causa e o seu efeito não podem ser uma e a
mesma coisa; logo afirmamos a transcendência de Deus. Sujeito e objeto implicam
uma distinção, logo, não podemos confundir Deus com o mundo que Ele fez e que é objeto de sua providência e cuidado.
O homem é maior que a sua obra; assim também o é Deus.
e) O amor de Deus para com os homens, o perdão
de pecados que Ele concede e o senso de responsabilidade do homem, tudo isto se
baseia na transcendência de Deus.
Quando o homem deixa de crer na transcendência, a sua consciência do
pecado e sua responsabilidade moral se esvaem, como acontecem no sistema
panteísta e semipanteísta.
Quando se perde a transcendência, em geral a personalidade de Deus vai
com ela. Segue-se, então, a perda da fé, do culto e da oração, que são sempre expressões de um espírito pessoal em
busca de um espírito pessoal e são impossíveis de outro modo.
DEUS É IMANENTE OU INTRAMUNDO.
Podemos então dizer que:
a) Ele não só está acima do universo físico, não
somente é independente dele, mas permeia todas as coisas.
b) O homem atua sobre a matéria, externamente,
de fora. Deus pode fazer e o fez internamente, de dentro. Todo o
desenvolvimento que existe no universo ilustra a operação interna de Deus.
c) O homem constrói uma casa ou um navio,
trabalhando externamente. Deus faz uma árvore, operando internamente.
d) Não devemos enfatizar a transcendência de
Deus de forma a fazê-lo um Deus mecânico; nem tão pouco enfatizar sua mecânica
de modo a fazê-lo desaparecer nas leis
da natureza.
e) Devemos distinguir entre Deus imanente no
universo e Deus idêntico com o universo, pois isso seria panteísmo.
f) W. Newton Clark, em sua obra Cristian
Doctrine of God, diz o seguinte: "É claro, hoje em dia, que o universo
opera ou é operado de dentro, As forças que se acham em atividade são forças residentes
no universo, Este tem toda a aparência de um sistema auto-operante. Não somente
a sua vastidão, mas também a sua autossuficiência interna nos proíbe de
conhecê-lo como sendo controlado por fora". "Se Deus é a força
operante do grande sistema, e se este é operado de dentro, então, certamente,
ele se acha dentro com sua vontade e energia operantes". O professor
Arthur C. MacGiffert dá uma definição de imanência que mal se pode distinguir
do panteísmo. É preciso fazer uma distinção bem clara entre imanência e
panteísmo. W. L. Falker, em sua obra: The Spirit and the incarnation e em
Cristian Thesm, nega que mecânica de Deus seja pessoal e ensina que esta
terminologia apenas expressa a manifestação de uma idéia ou princípio
gradualmente realizado no mundo. Dificilmente, porém se pode compreender um
Deus imanente que não seja pessoal. Não sendo Deus concebido como sendo
idêntico com o mundo, podemos dizer que sua imanência é da substância o do ser
pessoal na mais estrita acepção da palavra.
g) A imanência de Deus, não pode ser usada para
negar a realidade das causas secundárias, nem para fazer de Deus o agente de
todo o mal no mundo. Assim como não fazemos Deus e o mundo idênticos, assim
também não fazemos a vontade humana
desaparecer na divina.
h) A doutrina da imanência de Deus dá nova
beleza ao mundo. Pb. Gilson dos Santos.
http://oscincosolas.blogspot.com.br/2011/10/tema-transcendencia-e-imanencia-de-deus.html]
SÍNTESE DO TÓPICO III
Deus é Espírito e importa que o adoremos em espírito e em verdade.
IV. AS IMAGENS E O CATOLICISMO
ROMANO
1. O
que dizem os teólogos católicos romanos? A edição brasileira do
Catecismo da Igreja Católica, publicado em 1993, no período do pontificado do
papa João Paulo II, afirma que o culto de imagens não contradiz o mandamento
que proíbe os ídolos. Os teólogos católicos romanos ensinam que a confecção da
arca da aliança com os querubins e a serpente de metal no deserto (Êx 25.10-22;
1Rs 6.23-28; 7.23-26; Nm 21.8) permitem o culto às imagens. [Comentário: No tabernáculo havia a representação de querubins. Mas a figura
jamais foi adorada ou venerada pelos filhos de Israel. Se o tivesse sido, sem
dúvida teria sido destruída (Ver Êx 25.18,19). YAHWEH, por sua vez, jamais foi
representado entre os israelitas por meio de qualquer imagem de escultura. Tal
representação teria sido um sacrilégio de primeira grandeza. E nem outros
deuses foram jamais representados por meio de imagens pelos israelitas, a não
ser pelos idólatras entre eles. Mas tais imagens detratavam do caráter úrico de
YAHWEH. Alguns eruditos supõem que itens como os querubins (Êx 25.18,19), a
arca (Nm 10.35,36), os terafins (Jz 18.14); a estola sacerdotal (Jz 8.26,27) e
a serpente de metal (Nm 21.8,9) na verdade constituíam ídolos e imagens em
Israel, pois Israel estava mais próxima dos pagãos que a maioria dos estudiosos
gostam de admitir. Mas outros negam que os israelitas adorassem a esses
objetos. Serviam apenas a propósitos ilustrativos no culto, não se tomando
nunca objetos de adoração. O argumento do primeiro grupo de eruditos tem por
objetivo dar apoio à ideia de que o segundo mandamento era de origem posterior,
e que acabou acrescentado à lista dos mandamentos. Por outro lado, se os
objetos acima mencionados não eram objetos de adoração, então tal argumento rui
por terra. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 391.]
2.
Uma interpretação forçada. O argumento da igreja católica é falacioso porque
os antigos hebreus não cultuavam os querubins nem a arca, menos ainda a
serpente de metal. O povo não dirigia orações a esses objetos. A arca e os
querubins do propiciatório sequer eram vistos pelo povo, pois ficavam no lugar
santíssimo (Êx 26.33; Lv 16.2; Hb 9.3-5). Quando o povo começou a cultuar a
serpente que foi construída no deserto, o rei Ezequias mandou destruí-la (2Rs
18.4). As peças religiosas a que os teólogos católicos romanos se referem
serviam como figuras da redenção em Cristo (Hb 9.5-9; Jo 3.14,15). [Comentário: O uso de querubins sobre a arca justifica a visão católica de que
as imagens podem ser veneradas? A Má interpretação: De acordo com esse
versículo, Moisés recebeu de Deus a seguinte ordem: “Farás dois querubins de
ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório”. E óbvio
que se trata de uma imagem sagrada. Os estudiosos católicos argumentam que esse
verso justifica a veneração deles por imagens sagradas. Corrigindo A Má
Interpretação: Esse ver só não justifica a veneração por imagens sagradas.
Por um detalhe, o contexto deixa claro que a imagem dos querubins não deve ser
venerada ou adorada de maneira alguma. Na verdade, a posição dos querubins no
lugar mais santo, onde apenas o sumo sacerdote poderia entrar, uma vez por ano
no Dia da Expiação (Lv 16), tornou-os inacessíveis e, portanto, impossíveis de
serem adorados ou venerados pelo povo. Note também que esses querubins não
foram dados a Israel como imagens de Deus; eles são representações de anjos.
Não foram dados com o propósito de adoração ou veneração; foram dados por
motivos de decoração — como arte religiosa. Os católicos romanos estão lendo algo
nesse versículo que na verdade não está lá. Norman L. Geisler; Ron Rohdes.
Resposta as Seitas. Edtora CPAD. pag. 57-58. Russell Norman Champlin
comentando acerca da reforma religiosa feita por Ezequias (I Reis 18.4), diz: “Nenhum
ídolo escapou à ira destruidora de Ezequias. Os lugares altos foram destruídos
e queimados, e os ídolos foram destruídos. Além disso, havia um ídolo especial,
a serpente de metal, que Moisés havia feito, por ordem do Senhor, para cura do
povo (ver Números 21.5-9), e que foi quebrado e anulado. O povo vinha usando
aquele objeto em sua idolatria, chegando a queimar incenso defronte dele.
Neustã. Esse vocábulo, no hebraico, é parecido (quanto ao som) com as palavras
hebraicas que significam “bronze" e “imundo". O rei estava ansioso
por remover todos os vestígios da idolatria, e qualquer coisa que pudesse
provocar práticas idólatras, pelo que despedaçou a serpente de metal. As
tradições judaicas dizem que Ezequias despedaçou a serpente de metal, moeu-a
até virar pó e então espalhou as partículas ao vento (Talmude Bab. Avodah,
Zarah, foi 44.1)”. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1538.]
3. O
uso de figuras como símbolo de adoração. A adoração ao Deus verdadeiro
por meio de figura, símbolo ou imagem é idolatria. Isso os israelitas fizeram
no deserto (Êx 32.4-6). Mica e Jeroboão I, filho de Nebate, procederam da mesma
maneira (Jz 17.2-5; 18.31; 1Rs 12.28-33). Os ídolos que a Bíblia condena não se
restringem a animais, corpos celestes ou forças da natureza, pois inclui também
figuras humanas (Sl 115.4-8). [Comentário: A Nulidade da
Idolatria (Sl 115.4-8): Essas palavras penetrantes que se referem à idolatria
de foram satírica são repetidas em Salmos 135.15-18. Os ídolos deles são prata
e ouro (4). Barnes observa: “A zombaria pretendida com essas palavras é
apresentada nos termos que vêm a seguir: obra das mãos de homens. Um ídolo de
pedra pode ser meteórico e não formado por mãos humanas; pode ser considerado
como caído do céu (At 19.35); um ídolo de madeira pode ser um poste não muito
bem esculpido, que pessimamente pode ser distinguido do objeto natural, mas
quando eram usados prata e ouro, a mão do artífice se tornava visível na figura
do deus representado (Jr 10,8,9)”.24 Quando moldados na forma de um homem ou
animal, os ídolos têm boca, olhos, ouvidos, nariz, mãos, pés, garganta — e, no
entanto, são mudos, cegos, surdos, incapazes de cheirar e de apalpar, imóveis,
sem pronunciar nenhum tipo de som (5-7). Alguns comentaristas acreditam que
houve uma interpolação da primeira ou da última caracterização, visto que ambas
descrevem o aspecto da fala. Mas essa repetição é mais bem-vista como parte da
ênfase do poeta: do começo ao fim, esses são ídolos mudos que não têm palavra
alguma para anunciar aos homens. O contraste com o Deus vivo e que fala é
absoluto. Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem (8). A coisa
impressionante é que aqueles que os fazem e aqueles que adoram esse tipo de
deuses se tornam como os próprios ídolos. Os pagãos fazem seus deuses à sua
própria imagem, e então se tornam como eles! Esse é o efeito sobre nós em
relação a quem adoramos. Nossos ídolos hoje podem ser dinheiro, poder, prazer
ou qualquer outra coisa para a qual inclinamos o nosso coração. Mas se adoramos
qualquer outra coisa que não seja Deus, tornamo-nos interesseiros e duros ou
levianos e superficiais. W. T. Purkiser, M. A,. Comentário Bíblico Beacon
Salmos. Editora CPAD. Vol. 3. pag. 288.]
4.
Mariolatria. É o culto de Maria, mãe de Jesus. Seus adeptos
dirigem oração a ela, prostram-se diante de sua imagem e acreditam que sua
escultura é milagrosa. Isso é idolatria! Os devotos, propagandeados pela mídia,
atribuem a Maria uma posição que a Bíblia não lhe confere. Nós reconhecemos o
papel honroso da mãe de nosso Senhor Jesus Cristo, mas ela mesma jamais
aceitaria ser cultuada (Lc 1.46,47; 11.27, 28; 1Tm 2.5). [Comentário: Mariolatria: Culto à Virgem Maria, levado ao
exagero. Alfonso Liguori escreve no livro "As Glórias de Maria":
“Nossa salvação será mais rápida, se chamarmos por Maria, do que se chamarmos
por Jesus . . . A Santa Igreja ordena um culto peculiar à Maria”. A ICR exalta
Maria como tendo sido a mãe ideal e perfeita em toda a sua vida. Contudo, a
Bíblia mostra que, em certa ocasião ela tentou atrapalhar o ministério de
Jesus. Maria e os irmãos de Jesus tentaram fazê-Lo parar o Seu ministério. Esta
passagem pode ser encontrada em Marcos 3:20-35 e vejam o que diz o verso 21:
“E, quando os seus ouviram isto, saíram para o prender; porque diziam: Está
fora de si”. Maria foi agraciada mais do que todas as outras mulheres, porque
lhe foi concedido ser a mãe de Jesus. Mas as Escrituras não ensinam em lugar
algum que devemos dirigir-lhe orações, nem adorá-la, nem atribuir-lhe títulos
especiais. Maria é digna do nosso respeito, mas somente o Filho é digno da
nossa adoração. (1) Maria foi escolhida por Deus porque ela achou graça diante
dEle (cf. Gn 6.8). Sua vida santa e humilde agradou tanto a Deus, que Ele a
escolheu para tão sublime missão (2 Tm 2.21). (2) A bênção de Maria, por ter
sido escolhida, trouxe-lhe grande alegria, mas também muita dor e sofrimento
(ver 2.35), uma vez que seu Filho seria rejeitado e crucificado. Nesta vida, a
chamada de Deus sempre envolve bênção e sofrimento, alegria e tristeza, sucesso
e desilusão. O clero romano nega terminantemente que os católicos adoram a
Maria, o que é oficialmente confirmado pelo Vaticano. Dizem que Veneram-na:
Conferindo com o marianismo dos católicos romanos, prova de maneira irrefutável
que se trata de adoração.
Se ajoelham diante de sua imagem, beijam a imagem, carregam em
procissões sua imagem, ficaram cheios de fúria quando chutaram sua imagem,
etc.... O sentido não tem como fugir da verdade. A ICR jamais admitirá que
prega a divindade de Maria, da mesma forma que nega a adoração a ela. Maria é
chamada, na reza Salve-rainha de “Rainha do Céu”, o mesmo nome de uma divindade
pagã da Assíria (Jr 7.18; 44.17-25). Mãe de Deus? A palavra grega usada
para “mãe de Deus” originalmente significa “portadora de Deus”. É impossível
que Deus tenha mãe porque: A Bíblia diz que Deus é eterno (Sl 90.2, Is 40.28).
Não tem começo, nem meio e nem fim de dias. Ele existe por si mesmo (Êx 3.14).
A Bíblia esclarece que Maria é mãe do Jesus homem e nunca mãe de Deus (At
1.14). O teólogo católico romano Ludwig Ott, defendendo a doutrina espúria da
veneração a Maria, mãe de Jesus, em sua obra Fundamentals of Catholic Dogma
(Fundamentos do Dogma Católico), afirma: ‘À Maria, a mãe de Deus, confere-se o
direito de receber o culto de hiperdulia’. Em outras palavras, segundo o
catolicismo romano, ‘Maria deve ser venerada e honrada em um nível muito mais
alto do que o de outras criaturas, sejam anjos ou santos. Contudo, essa
veneração a Maria é substancialmente menor do que a cultus latriae (adoração)
que é devida somente a Deus, no entanto, maior do que a cultus diliae
(veneração) devida a anjos e aos outros santos’. Essa doutrina católica romana
é uma das mais frágeis em argumentação, uma vez que cria uma confusão
terminológica em torno dos termos adoração e veneração, além de defender pontos
sem respaldo bíblico. Veneração significa ‘render culto’, ‘adoração’, sendo
condenada pela Bíblia, seja em relação a anjos ou a santos (Ap 22.9), exceto a
Deus. Além disso, em nenhum momento a Bíblia fala que Maria é superior a
qualquer outra criatura e que deva receber orações ou mesmo veneração. Outra
amostra do subterfúgio sem nexo do catolicismo romano está no fato de que a
adoração a Maria (que por si só já é absurda) não está acima da adoração a
Deus. Todavia, em suas orações, como na Novena de orações em honra a Nossa Mãe
do Perpétuo Auxílio, declara-se, sem censura, que Maria é superior a Jesus:
‘Porque se me protegeres, querida Mãe, nada temerei daquilo que me possa
sobrevir: nem mesmo dos meus pecados, pois obterás para mim o perdão dos mesmos
[a Bíblia diz que só há perdão através de Jesus – At 4.12; 1 Tm 2.5; 1 Jo 1.7];
nem mesmo da parte dos demônios, porque és mais poderosa do que o inferno junto
[a Bíblia diz que somente Jesus despojou os principados e potestades e só
podemos expulsar demônios por Jesus – Cl 2.15; Mc 16.17]; nem mesmo de Jesus, o
meu juiz, pois através de uma oração tua Ele será apaziguado [Maria seria a
advogada e Jesus, o juiz, mas a Bíblia diz que hoje Jesus é o nosso advogado –
1 Jo 2.1].” MARIOLATRIA. Revista Resposta Fiel, Rio de Janeiro, Ano 4, nº
12, p. 6, jun.-ago.2004.]
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Não há base bíblica para praticar o que a teologia romana ensina à
igreja.
CONCLUSÃO
Devemos ter
discernimento para distinguir ídolos de objetos meramente decorativos. Tudo
aquilo que a pessoa ama mais do que a Deus torna-se idolatria (Ef 5.5; Cl 3.5).
A Bíblia não proíbe as artes, nem a escultura em si mesma e nem a pintura. Deus
mesmo inspirou artistas entre os israelitas no deserto (Êx 35.30-35). O rei
Salomão mandou esculpir querubins na parede e touros e leões para decorar o
templo (1Rs 6.29; 7.29) e o palácio real (1Rs 10.19,20), mas nunca com objetivo
de que tais objetos fossem adorados. [Comentário: “Porque há um só Deus e um só
mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” (1 Tm 2.5). Um só
mediador... Jesus Cristo. É somente através de Jesus Cristo que podemos
aproximar-nos de Deus (Hb 7.25), confiando na sua morte expiatória para nos
remir dos nossos pecados, e orando com fé, pedindo forças e misericórdia
divinas para nos ajudar em todas as nossas necessidades (Hb 4.14-16). Não
devemos permitir que criatura alguma usurpe o lugar de Cristo em nossa vida,
dirigindo-se-lhe orações (ver Hb 8.6; 9.15; 12.24). As tentativas inglórias de
fundamentar o marianismo na Bíblia fracassaram. As expressões: “O Senhor é
contigo”; “bendita és tu entre as mulheres” (v.28) e “bendito o fruto do teu
ventre” (v. 42), não são a mesma coisa que: “bendita és tu acima das mulheres”.
Devemos esclarecer esses pontos aos seguidores da ICR, com respeito e amor, mas
discordando de suas crenças, com base na Palavra de Deus. Muitos são sinceros e
pensam estar fazendo a vontade de Deus.]. “NaquEle que
me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.
Nenhum comentário:
Postar um comentário