TEXTO ÁUREO
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“Então, vos anunciou ele o seu concerto, que vos prescreveu, os dez
mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra.” (Dt 4.13).
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VERDADE PRÁTICA
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As chamadas “Le moral”, “lei cerimonial” e “lei civil”
são, na verdade, três partes de uma mesma lei que o Senhor Jesus já cumpriu
na sua totalidade.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Deuteronômio
9.9-11; 10.1-5
9.9 Subindo eu ao
monte a receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o SENHOR fizera
convosco, fiquei no monte quarenta dias e quarenta noites; não comi pão, nem
bebi água.
10 Deu-me o SENHOR
as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus; e, nelas, estavam todas
as palavras segundo o SENHOR havia falado convosco no monte, do meio do fogo,
estando reunido todo o povo.
11 Ao fim dos
quarenta dias e quarenta noites, o SENHOR me deu as duas tábuas de pedra, as
tábuas da aliança.
10.1 Naquele tempo,
me disse o SENHOR: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim
ao monte, e faze uma arca de madeira.
2 Escreverei nas
duas tábuas as palavras que estavam nas primeiras que quebraste, e as porás na
arca.
3 Assim, fiz uma
arca de madeira de acácia, lavrei duas tábuas de pedra, como as primeiras, e
subi ao monte com as duas tábuas na mão.
4 Então, escreveu o
SENHOR nas tábuas, segundo a primeira escritura, os dez mandamentos que ele vos
falara no dia da congregação, no monte, no meio do fogo; e o SENHOR mas deu a
mim.
5 Virei-me, e desci
do monte, e pus as tábuas na arca que eu fizera; e ali estão, como o SENHOR me
ordenou.
OBJETIVO
GERAL
Apresentar
a transitoriedade da Lei para a dispensação da Graça.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
I. Mostrar o formato da Lei no Pentateuco.
II. Explicar a "morfologia" dos Dez
Mandamentos.
III. Especificar a unicidade da Lei de Deus.
IV. Comparar a Lei com a Graça.
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Na aula de
hoje nos voltaremos para os fundamentos da lei moral, ou melhor, da torah
divina, ressaltando suas aplicações para os dias de hoje. Inicialmente
colocaremos as dez palavras, ou mandamentos, no contexto israelita. Em seguida,
apontaremos as possibilidades de uso da torah no contexto eclesiástico. Por
fim, ressaltaremos os aspectos interpretativos em relação às dez palavras.
1. AS DEZ PALAVRAS
A expressão “as dez palavras”, em hebraico, asseret hadebarim, revelam o
aspecto diretivo da lei divina. Em poucos termos o Deus de Israel se volta para
Seu povo, a fim de que esse saiba como se conduzir. Essas palavras tinham como
objetivo preservar a nação que estava em construção, para que não se perdesse,
em razão dos seus pecados. A origem dessas palavras está no próprio Deus, pois
em Ex. 20.1 está escrito “Então, falou Deus todas estas palavras, dizendo”.
Trata-se, portanto, de uma revelação, que deve ser acatada com humildade,
sobretudo com gratidão. O Senhor Deus, que tirou o povo do Egito, da casa da
servidão, é o mesmo que oferece o caminho para uma vida próspera (Ex. 20.2).
Ele exige exclusividade, que Israel não tenha outro Deus além dEle (Ex. 20.3).
Sendo o Único e Verdadeiro Deus, deve ser adorado em conformidade com Sua
revelação (Ex. 20.4). Seu nome não pode ser tomado em vão (Ex. 20.7), e que é
Senhor do tempo, por isso devemos dedicar momentos para o descanso e a
contemplação (Ex. 20.7). Deus exige que haja respeito às autoridades, a começar
pelo lar no qual os filhos devem honrar seus pais (Ex. 20.12). A vida tem valor
primordial para Deus, por isso ninguém deve tirá-la (Ex. 20.13). O sexo foi
criado por Deus, mas não pode ser usado indevidamente, por isso o Senhor dá
orientações contra o adultério, preservando, assim, o matrimônio (Ex. 20.14). O
Deus que se revelou no Sinai é Verdadeiro, por isso exige que Seu povo fale a
verdade, não dando falso testemunho (Ex. 20.16). O princípio da propriedade
também é respeitado, por isso ninguém deve se apropriar do que é do outro (Ex.
20.15). Ao mesmo tempo, espera-se que as pessoas cultivem o contentamento, e
não se deixem conduzir pela cobiça (Ex. 20.17).
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2. A UTILIDADE DA TORAH
A torah de Deus é boa, o problema não está com a lei (I Tm. 1.8), antes
com o ser humano, por causa da sua condição pecaminosa. Existe um problema na
supervalorização que se está dando à doutrina da graça e do amor divino nos
dias atuais. Por causa disso, estão transformando o evangelho naquilo que
Bonhoeffer denominou de “graça barata”. Ninguém deveria receber a graça sem
antes conhecer a força da lei. Como diz o hino da Harpa Cristã: “mais um dia
senti meu pecado e vi sobre mim a espada da lei, apressado fugi em Jesus me
escondi, e abrigo seguro nEle achei”. Existe uma dialética na torah, ao mesmo
tempo em que ela exige santidade, é incapaz de fazer com que a pessoa se torne
santa. Por isso a lei revela a necessidade de uma Salvador. É a partir do
conhecimento, não apenas intelectual, sobretudo experiencial, que podemos
encontrar a verdadeira liberdade (Jo. 8.36). É na liberdade que Cristo nos dá
(Gl. 5.13) que passamos a viver como servos (I Pe. 2.16). A expressão maior
dessa liberdade é o amor, pois a torah se cumpre no amor (Gl. 5.14; Mt.
22.37-40; Jo. 14.15). O evangelho de Jesus nos impulsiona à obediência em amor.
Paulo explica aos romanos que “veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse;
mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; para que, assim como o pecado
reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por
Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm. 5.20,21). Isso acontece porque ninguém é capaz
de obedecer a torah, nenhuma carne pode ser justificada pelas obras da lei, por
ela vem apenas o conhecimento do pecado (Rm. 3.20).
3. A INTERPRETAÇÃO DA TORAH
Uma interpretação cristocêntrica
da torah é necessária, para evitar os extremos do legalismo, que muito
prejudicou as igrejas da região da Galácia (Gl. 1.7-9; 3.1-3). A orientação
fundamental é considerar a norma hermenêutica: A Bíblia interpreta a Bíblia.
Avaliar passagens correlacionadas, respeitando o contexto, é um cuidado que
todo intérprete das Escrituras deve ter. Se toda a lei se resume no amor, não
podemos fugir desse princípio hermenêutico (Rm. 13.10). Isso não quer dizer que
devemos desconsiderar a lei, muito menos a necessidade de disciplina quando
essa for necessária (I Co. 5.1-13). Mas também devemos atentar para o fato
bíblico de que todos pecaram (Rm. 3.23), e que se tornaram carentes do dom
gratuito de Deus (Rm. 6.23). Ao mesmo tempo em que devemos envidar todos os
esforços para obedecer a torah, dependendo principalmente do fruto do Espírito
(Gl. 5.16-22), devemos saber que somos limitados, e que podemos nos tornar
culpados de todos, ainda que venhamos a tropeçar em apenas um dos seus itens
(Tg. 2.10). Por isso não podemos perder Jesus de vista na interpretação da
torah, pois o fim da lei é Cristo (Rm. 10.14), tendo Ele nascido sob a lei (Gl.
4.4), cumprido sua justiça (Mt. 3.15), e não cometendo pecado (I Pe. 2.2).
Jesus foi crucificado “para que a justiça da Lei se cumprisse em nós” (Rm.
8.4). A morte de Cristo na cruz do calvário é a certeza da nossa salvação.
Porque Ele cumpriu a Lei, vivemos pela fé, na esperança que se consumará na
eternidade. Como diz a letra de um hino antigo, “a cruz foi a caneta que
escreveu com sangue tua salvação”.
CONCLUSÃO
Jesus é o padrão da lei moral, é
o Exemplo a ser seguido, Deus não espera menos de nós. Cada dia, na comunhão
com o Espírito Santo, somos direcionados a imitar o caráter de Cristo. Nas
palavras de Paulo esse é um “andar no Espírito”. Não podemos perder o alvo de
vista, por isso, se esquecendo das coisas que para trás ficam, sigamos adiante
com os olhos fitos em Cristo (Fp. 3.13,14), sabendo que Ele é o Autor e
Consumador da nossa fé (Hb. 12.2).
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Desde o princípio do mundo todos sabem que é imoral matar,
adulterar, furtar, dizer falso testemunho, desonrar pai e mãe, pois Deus
colocou a sua lei no coração e na mente de todos os seres humanos desde o
início (Rm 1.19,20). Eram princípios éticos, e não um código de lei. As dez
proposições agora foram colocadas em forma de lei, como código, e entregues a
Israel por intermédio de Moisés [Comentário: Deus
escolheu duas formas para Se revelar ao homem: a revelação geral e a revelação
especial. As verdades gerais que podemos aprender sobre Deus através da
natureza, pela observação dela e pela razão, é o que chamamos de revelação
geral. A revelação especial se refere às verdades mais específicas que podemos
aprender sobre Deus através de sua Palavra revelada. Salmos 19.1-4 declara: “Os
céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos.
Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não
há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por
toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do
mundo.” De acordo com essa passagem, a existência e o poder de Deus podem
ser vistos claramente através da observação do universo. A ordem, detalhes e
maravilha da criação falam da existência de um Criador poderoso e glorioso. Em
Romanos 1.20, Paulo escreve: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim
o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se
reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas
que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis”. Paulo apresenta
assim, que o poder eterno e a natureza divina de Deus “claramente se
conhecem” e são “percebidos” pelo que foi criado, e não há nenhuma
desculpa para negar esses fatos. Com essas Escrituras em mente, talvez uma
definição de revelação geral seria: “A revelação de Deus a todas as pessoas,
em todos os momentos e em todos os lugares que prova que Deus existe e que Ele
é inteligente, poderoso e transcendente.” “...ele não se deixou a si
mesmo sem testemunha” (Atos 14.17); “...porquanto o que de Deus se pode
conhecer...” (w. 19,20). Observe o seguinte: 1. Que descobertas eles
fizeram: “...porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta”, en
autois - entre eles; isto é, havia alguns entre eles que tinham o
conhecimento de Deus, estavam convencidos da existência de um ser supremo. As
filosofias de Pitágoras, Platão e dos estóicos descobriram muito do
conhecimento de Deus, como se vê pela grande quantidade de testemunhos. O que
se pode conhecer, o que implica que há muito que não pode ser conhecido. O ser
de Deus pode ser apreendido, mas não pode ser compreendido. Não podemos
descobri-lo pela busca puramente humana (Jó 11.7-9). O entendimento finito não
pode conhecer perfeitamente um ser infinito; mas, bendito seja Deus há aquilo
que pode ser conhecido, o bastante para nos conduzir ao nosso fim principal,
glorificá-lo e desfrutar dele; e essas coisas reveladas pertencem a nós e aos
nossos filhos, enquanto coisas secretas não devem ser inquiridas (Dt 29.29).] Convido você para mergulharmos mais
fundo nas Escrituras!
I. AS TÁBUAS DA LEI
1.
Formato. Era um jogo de duas tábuas com quatro faces. Não é possível saber qual
era seu tamanho. A arca do concerto media um metro e dez centímetros de
comprimento por 66 cm de largura e 66 cm de altura (Êx 25.10, NTLH). Cada uma
dessas tábuas não devia passar de 75 cm x 55 cm x 55 cm, considerando que elas
foram colocadas na arca juntamente com a vara de Arão, que floresceu, e um vaso
com o maná (Hb 9.4). Contém 172 palavras. Um homem podia transportá-las
tranquilamente. [Comentário: Conforme os textos de
Êx 20;31.18; 34; Lv 7.36, Moisés recebeu as tábuas da lei duas vezes, inclusive
os dez mandamentos e outras revelações que instruíam sobre o culto a YHWH.
Assim foi estabelecido o Pacto Mosaico, o maior evento na história de Israel e
no qual se baseou toda a história subsequente. O trecho de Êx 24.12 contém essa
expressão, referindo-se às tábuas onde os dez mandamentos haviam sido
inscritos. A tradição informa-nos que Moisés recebeu a lei da parte de Deus,
cujos mandamentos foram escritos na pedra com o próprio dedo de Deus (Êx 31.18;
32.15,16). Estes tabletes foram postos dentro da arca da aliança. Algumas
tradições rabínicas afirmam que cinco dos mandamentos foram gravados em uma das
tábuas, e cinco em outra; mas há aqueles que pensam que todos os mandamentos
foram registrados em cada tábua. A primeira das opiniões tornou-se mais
aceitável, sendo seguida nas sinagogas, na apresentação das tábuas da lei. O
site Chabad.org traz o seguinte: “Sobre as Tábuas, D'us, Ele próprio,
esculpiu nas primeiras duas pedras os Dez Mandamentos (as pedras vieram de
cima). Inclusive outro milagre incrível ocorreu: era possível ler as palavras
por igual em ambos lados (não em sentido contrário, que seria o normal). Além
disto, como eram vazadas (atravessavam a pedra) sinais que eram colocados
dentro e pertenciam às próprias letras, flutuavam desafiando a lei da
gravidade. As primeiras pedras foram quebradas por Moshê ao descer do Monte
Sinai e avistar o povo cultuando o bezerro de ouro que haviam construído na sua
ausência. Moshê retornou e subiu novamente ao Monte Sinai levando desta vez
pedras terrestres. Lá permaneceu por mais 40 dias e noites e retornou com novas
tábuas, desta vez esculpidas por ele com orientação Divina e sem todos os
milagres da primeira” http://www.chabad.org.br/interativo/faq/astabuas.html.]
2. A
divisão das tábuas. Em nenhum lugar a Bíblia diz quantos e quais eram
os mandamentos em cada uma dessas tábuas. Escritores antigos, judeus e
cristãos, como o pensador judeu Fílon de Alexandria (30 a.C. - 50 d.C.), o
historiador judeu Flávio Josefo (37 - 100) e um dos pais da igreja, Irineu de
Lião (125-202), dentre outros, diziam haver cinco mandamentos em cada tábua.
Segundo Calvino, eram quatro e seis, e não cinco e cinco. Esta nova
interpretação tem encontrado eco nos tempos modernos. [Comentário: Encontramos
no Dicionário Bíblico Wycliffe (CPAD) o seguinte: “Os judeus, os católicos e
os luteranos combinam as proibições contra o politeísmo e a idolatria em uma
só. Os judeus estabeleceram a afirmação introdutória (Êx 20.2) como o primeiro
mandamento, enquanto os católicos e os luteranos dividem o mandamento contra a
cobiça. As igrejas Ortodoxa e Reformada consideram Êxodo 20.2 como
introdutório, a proibição contra o politeísmo como o primeiro mandamento, e a
proibição da idolatria como o segundo mandamento. A segunda opinião é superior
porque ela faz uma distinção entre politeísmo e idolatria. Essa visão evita
artificialmente que se divida o décimo mandamento, e que se faça um mandamento
de Êxodo 20.2, que não é nem um mandamento nem uma proibição”.PFEIFFER
.Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 548. O Pr
Esequias Soares, comentarista da revista, escreve: “Os judeus, desde Fílon
de Alexandria até a atualidade, dividem os Dez Mandamentos em dois grupos de
cinco, um grupo para cada tábua. Agostinho de Hipona supunha haver três
mandamentos na primeira tábua e sete na segunda. Calvino e muitos da atualidade
acreditam que na primeira tábua estavam gravados os quatro mandamentos
relativos aos deveres do homem com Deus e, na segunda, os seis mandamentos
relativos ao homem e seu próximo. Alguns interpretam que o Senhor Jesus Cristo
sintetizou as tuas tábuas nos dois grandes mandamentos (Mt 22.34-40), com a
ressalva do sábado, pois não há ensino no Novo Testamento para a observância do
quarto mandamento. Essa questão é discutida mais adiante, no Capítulo 5”.Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante
Mudança. Editora CPAD. pag. 19.]
3. A
rebelião. Ao fim de quarenta dias, Moisés desce do monte com as tábuas da lei (Dt
9.11). Nessa ocasião Israel havia se corrompido com o bezerro de ouro* (Êx
32.7-9). Ainda muito cedo na história, vemos como a natureza humana é inclinada
ao pecado. Onde está o compromisso do povo quando declarou na cerimônia do
concerto: "Tudo o que o SENHOR tem falado faremos e obedeceremos" (Êx
24.7)? [Comentário: As tábuas de pedra ou tábuas da aliança
eram os “documentos” nos quais a aliança fora registrada. Este era o costume
tradicional dos tratados de suserania do Oriente Próximo, o serem registrados
em tábuas. Talvez o mesmo termo seja o pretendido aqui, e daí a tradução
“tábuas de pedra” (5:22;Êx 31:18; cf. Êx 32:15s.; 34:1). Vários elementos desta
narrativa soam de maneira estranha a ouvidos ocidentais: abstinência de água e
comida por quarenta dias, a apresentação das placas de pedra a Moisés por Deus
e a inscrição dos mandamentos nas placas pelo dedo de Deus. Tal linguagem é
comum no Velho Testamento e comum no Oriente. É caso para debate aberto, por
exemplo, se o número quarenta poderia talvez denotar algo como “por tempo
considerável”, ou até mesmo “um período solene de espera e preparação” (cf. Gn 7:4;
1 Rs 19: 8; Jn 3: 4; Mt 4: 2; At 1: 3). A expressão ocorre em literatura
extra-bíblica na Esteia de Moabe, linha 8. Mais uma vez, é comum no Velho
Testamento atribuir eventos à atividade de Deus quando, na verdade, tais
eventos tenham sido realizados por Seus agentes, embora Ele tenha recebido o
crédito. Assim, a conquista de Canaã foi obra Sua, embora tenha sido
empreendida por Israel. Neste capítulo, Javé aparece como aquele que expulsa os
povos de Canaã (4). Nossas mentes ocidentais procuram depressa demais imprimir
explicações literalistas e materialistas a tais expressões. Será que esta
passagem não poderia simplesmente indicar que, durante um período de
preocupação solene com uma santa missão, sob a direção de Deus, o próprio
Moisés selecionara as placas e nelas escrevera? No entanto, ele podia
perfeitamente dizer que Deus lhe dera as placas e que as palavras que nelas
inscrevera eram a própria escrita de Deus. Não são desconhecidas em nosso
linguajar moderno expressões como “o Senhor me abriu uma porta”, ou “O Senhor
conseguiu um visto para mim”, etc. Tais antropomorfismos são necessários em
vista de nossas limitações humanas, se desejarmos apreender, mesmo de maneira
limitada, os mistérios da pessoa e da atuação de Deus. (Veja o comentário sobre
5:22). A. Thompson. Deuteronômio Introdução e Comentário. Editora Vida
Nova.]
4.
Deus renova o concerto. A revelação do Sinai prosseguiu após ser
interrompida por causa da rebelião do bezerro de ouro. Nessa ocasião, as tábuas
do concerto foram quebradas (Êx 32.15-19). Mas Deus perdoou o povo, e o
concerto foi renovado (Êx 34.10,27). Deus mandou Moisés lavrar novas tábuas,
nas quais escreveu novamente as mesmas palavras (Êx 34.1; Dt 10.1). Parece que
isso foi resultado da intercessão de Moisés pelo povo (Êx 32.31-33). [Comentário: O
Comentário Bíblico Beacon (CPAD), comenta acerca da renovação do concerto: “A
Renovação do Concerto (34.10-28) a) A promessa de Deus (34.10,11). Deus renova
com Moisés formalmente o concerto quebrado. Prometeu conduzir Israel fazendo
maravilhas (10), que seriam maiores aos olhos do povo que qualquer coisa jamais
feita. Ele as chamou coisa terrível é o que faço contigo. “O que estou a ponto
de fazer com vocês inspira terror” (VBB). O Senhor expulsaria os inimigos da
terra da promessa (11). As maravilhas se cumpriram mais tarde em ocorrências
como a queda dos muros de Jericó (Js 6.20) e a matança dos inimigos com chuva
de pedra (Js 10.11). Ainda que Moisés não tenha vivido para ver estas vitórias,
a promessa de DEUS cumpriu-se para seu povo. b) O aviso contra a idolatria
(34.12-16). O mal de formar alianças com os povos da Terra Prometida era uma
possibilidade real. Os israelitas tinham de se guardar (12) e não fazer
concerto com os moradores, porque este procedimento seria um laço para eles.
Para se proteger, Israel tinha de derrubar os altares, quebrar as estátuas e
cortar os bosques (13). Não deviam permitir que continuassem existindo. As
estátuas (“colunas”, ARA) e os bosques (“postes-ídolos”, ARA) eram objetos de
culto erigidos para a adoração de deuses e deusas da mitologia Cananéia.
Estavam ligados com o culto a Baal, e foram “introduzidos em Israel pela
fenícia Jezabel (1 Rs 18.19)”. “Ritos grotescamente imorais eram praticados com
relação às colunas e bosques, e estas foram fonte contínua de tentação para os
israelitas até o exílio.” Acerca da declaração de que Deus é zeloso (14), ver
nota em 20.5. Todo concerto com os moradores da terra (15) levaria Israel a se
unir com eles em festas a ídolos e casamentos entre si, resultando em apostasia
e idolatria (16). Casar-se com alguém ligado a uma falsa religião é o caminho
mais rápido para a desobediência. Os filhos se prostituem segundo os deuses das
esposas. A idolatria, quer pagã ou da atualidade, é forma de adultério
espiritual. A pessoa é infiel ao compromisso com Deus, quando o coração busca
seguir os deuses deste mundo. Em nossa sociedade, é quase impossível salvar
nossos filhos da exposição a essas tentações. Colocadas juntas em escolas
públicas e atividades comunitárias, as crianças cristãs são sujeitas
diariamente a estas seduções. Nossa única esperança é a instilação de coragem e
fé que resistirão ao engodo de “ídolos” mundanos e casamentos com não-crentes.
Quando ocorrem alianças erradas e outros erros em nossa família, há o recurso à
graça redentora de Deus e ao poder da oração intercessora pelo Espírito Santo.
c) Várias proibições (34.17-26). Muitas destas proibições são repetições de
ordens anteriores. O recente pecado de Israel tornou imperativa a repetição do
mandamento de não fazer deuses de fundição (17). As instruções encontradas nos
versículos 18 a 20 são analisadas em 12.14-20; 13.3-13; e 23.15. O mandamento
sobre o sábado (21; ver comentários em 23.12) acrescenta a necessidade de
observar o dia santo na aradura e na sega. Os israelitas deviam resistir à
tentação de, no dia de Deus, arar quando ameaçava chover ou de colher quando a
colheita estava madura. Era fácil então, como é hoje, justificar o trabalho
quando havia obrigações a cumprir. d) A finalização do concerto (34.27,28).
Deus disse a Moisés: Escreve estas palavras (27) — as palavras que Deus acabara
de lhe dizer (10-26). Conforme o teor destas palavras significa “com base
nestas palavras” (Smith-Goodspeed; cf. NTLH). Estes acordos renovaram o
concerto do Senhor com o povo. Clarke supunha que o procedimento incluía uma
cópia das tábuas de pedra para Israel, visto que as originais seriam colocadas
na arca.71 Em todo caso, foi Deus que escreveu os dez mandamentos nas duas
tábuas (28; o pronome oculto ele [escreveu] deve ser entendido como referência
a Deus; ver v. 1), e Moisés escreveu o restante do concerto. O servo do Senhor
ficou no monte quarenta dias e quarenta noites, como da primeira vez, e jejuou
em ambas as ocasiões (cf. 24.18; Dt 9.9).” Leo G. Cox. Comentário Bíblico
Beacon. Êxodo. Editora CPAD. pag. 233-235..]
SÍNTESE DO TÓPICO I
Os Dez Mandamentos foram dados a Moisés nas duas tábuas.
.
II. OS DEZ MANDAMENTOS
1.
Origem do termo. A expressão "dez mandamentos", em
hebraico asseret hadevarim, significa literalmente "as dez palavras"
e só aparece três vezes na Bíblia (Êx 34.28; Dt 4.13; 10.4). A Septuaginta traduziu
por dekalogos, "decálogo", a partir de dois termos gregos: deka,
"dez", e logos, "palavra". O sentido de "palavra"
nesses idiomas é amplo e indica "discurso, pronunciamento,
proposição". O termo hebraico específico para "mandamento" é
mitsvah, usado também em referência aos Dez Mandamentos (Êx 24.12). A
Septuaginta utiliza o termo entolé, a mesma palavra usada no Novo Testamento
(Mt 19.17-19). [Comentário: O termo é usado em
Êxodo 34.28; Deuteronômio 4.13; 10.4, e os mandamentos estão registrados em
Êxodo 20.1 -17; Deuteronômio 5.6-21. O título alternativo “decálogo” angliciza
o termo da LXX, que é uma tradução literal do hebraico. Russell Norman Champlin
informa o seguinte: “Palavras Envolvidas e Designações. A importância da lei,
dentro do judaísmo, pode ser demonstrada pelo fato de que há cerca de
novecentas referências aos mandamentos, no Antigo Testamento, mediante o uso de
uma dezena de palavras diferentes. O Decálogo. O termo decálogo, que significa
dez palavras, foi usada pelos pais gregos da Igreja para se referirem aos dez
mandamentos do Antigo Testamento. No hebraico, esses mandamentos são chamados
haddebarim asereth, «dez palavras». Ver Êxo. 34:28; Deu. 4:13 e 10:4. Outras
expressões também usadas para indicar a lei são: «as duas tábuas do testemunho»
(Êxo. 34:29); a «sua aliança» (Deu. 4:13), «as tábuas da aliança» (Deu. 9:9).
No Novo Testamento, encontramos, principalmente, o termo grego entola~i,
«mandamentos» (Mat. 19:17 ss, Rom. 13:9; I Tim. 1:9, para exemplificar). CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 4139-4140..]
2.
Classificação. As autoridades religiosas de Israel sempre
classificaram os Dez Mandamentos em dois grupos: teológico e ético; vertical e
horizontal; relação do ser humano com Deus e com o próximo. Os primeiros
mandamentos são teológicos e se resumem no primeiro e grande mandamento (Dt
6.5; Mt 22.37,38; Mc 12.30; Lc 10.27). Os da segunda tábua são éticos, e
consistem em amar o próximo como a si mesmo (Lv 19.18; Mt 22.39; Mc 12.31). [Comentário: O
Pr Esequias Soares, citando Carson, escreve o seguinte: “Quanto à lei, algo
precisa ser dito sobre a alegada divisão em lei moral, lei cerimonial e lei
civil. Desde muito tempo qualifica-se o Decálogo como lei moral, enquanto a
parte da legislação mosaica que trata das cerimônias de sacrifícios e festas
religiosas, entre outras, é chamada de lei cerimonial, e os preceitos de
caráter jurídico são considerados lei civil. A visão tripartite da lei em
preceitos morais, cerimoniais e civis não vem das Escrituras. "Embora essa
distinção tripartite seja antiga, seu uso como fundamento para explicar a
relação entre os testamentos não é demonstravelmente derivada do Novo
Testamento e provavelmente não é anterior a Tomás de Aquino" (CARSON,
2011, p. 179)” Esequias Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos
para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag. 25.]
3.
Forma. A forma dos Dez Mandamentos é geralmente chamada de categórica ou
absoluta. É uma das formas de lei que apresenta um estilo sóbrio e de estrutura
rítmica, assonante, paralela e poética. Isso facilita a memorização e é
apropriado para a leitura litúrgica e em grandes eventos religiosos (Dt 31.11).
As proibições são sem concessão; não admitem exceção. Aqui temos oito
proibições absolutas com a negação hebraica, lo, "não", forma
incondicional, em tempo verbal que nas línguas ocidentais é chamado de
"futuro". Os outros dois mandamentos dados a Israel são positivos:
guardar o sábado e honrar pai e mãe (Êx 20.8-12; Dt 5.12-16). ). [Comentário: É habitual na erudição bíblica referir-se
aos Dez Mandamentos e ao livro do concerto, que os segue, como lei no sentido
de jurisprudência comum. Embora esta não seja uma noção totalmente errônea, o
mais recente reconhecimento de que estas seções são nada menos do que as
cláusulas de estipulação em um documento de tratado que teve o efeito saudável
de localizá-los mais precisamente no ambiente histórico, literário e teológico.
Estas estipulações não visavam regular o comportamento humano em geral, embora
os princípios que elas incorporam sejam heurísticos e atemporais, mas acham seu
lugar em um contrato cujo propósito é fornecer diretrizes legais, morais e
religiosas para um povo especial escolhido para uma tarefa especial. E até para
este povo os regulamentos não eram um meio pelo qual ele obtinha a salvação —
que foi simbolizada pela Páscoa e pelo êxodo, mas um manual de instruções pelo
qual o povo do concerto tinha de ordenar a vida nacional na missão como povo sacerdotal
e mediador. As estipulações eram a torah no sentido de instruções. Tendo
estabelecido a natureza da lei de Israel como estipulação do concerto, ainda é
importante ressaltar que a grande seção de estipulação do tratado está dividida
em duas partes, como já mencionamos. A primeira, os Dez Mandamentos, é de forma
e função completamente diferente da segunda seção, o livro do concerto. Como
mostraram muitos estudiosos, os mandamentos estão expressos na estrutura de lei
apodíctica. Isto diz respeito à natureza geral, incondicional e elementar
expressa em quase toda ocorrência por um “não farás”. O livro do concerto, por
outro lado, está disposto na forma de lei casuística. Seus regulamentos tratam
de casos específicos ou classes de incidentes e normalmente consistem em
declarações tipo prótase-apódose, quer dizer: “Se alguém fizer isto ou aquilo,
então esta é a penalidade”. Outra ressalva é que a seção de estipulação mais
curta e geral é parecida com uma “constituição”, da qual a seção mais longa de
estipulações se relaciona como um corpo de emendas ou, melhor, exemplos de
aplicação específica. Assim, cada um dos dez mandamentos tem elaboração no
resultante livro do concerto, com a consequência de que os princípios estão
detalhados com referência precisa à vida prática e cotidiana. Roy B. Zuck.
Teologia do Antigo Testamento. Editora CPAD. pag. 49-50.]
SÍNTESE DO TÓPICO II
Os Dez Mandamentos têm caráter categórico e absoluto. Eles não contemplam
o relativismo moral.
III. A QUESTÃO DOS PRECEITOS DA
LEI
1.
Uma só lei. Há uma corrente de interpretação que ensina ser o
Decálogo a lei moral, enquanto a parte da legislação mosaica que trata das
cerimônias de sacrifícios e festas religiosas, entre outras, é chamada de lei
cerimonial. Esse pensamento nos parece inconsistente, pois não é ensino bíblico
nem os judeus jamais dividiram sua lei em moral e cerimonial. Ao longo da
história, eles observaram o sábado e a circuncisão com o mesmo cuidado. Jesus
disse que a circuncisão está acima do sábado (Jo 7.22,23). [Comentário: Jesus
acusou os judeus de fracasso no cumprimento da Lei. Não estavam fazendo a
vontade de Deus nesse sentido. Como, então, poderiam aceitar Aquele a quem Deus
tinha enviado? Suas intenções homicidas para com Ele eram por si mesmas
violação do sexto mandamento. A multidão, ficando ao lado dos líderes sem
conhecer seus desígnios, pensava que Jesus estivesse louco, atormentado por um
demônio, imaginando que Sua vida estivesse em perigo (v. 20). O Senhor tinha de
atingir as raízes da animosidade dos líderes. Aquele um só feito que Ele fizera
em Jerusalém e que deixara todos maravilhados, mas que colocara os líderes
contra Ele, foi a cura do homem aleijado, no sábado (cap. 5). O próprio Moisés,
que os judeus respeitavam tanto, ordenou a circuncisão (embora a prática se
originasse com os patriarcas e não com Moisés), de modo que ela tinha de ser
realizada no oitavo dia (Lv. 12:3), mesmo se caísse no sábado. Pelo motivo (v.
22) não está bastante claro quanto à relação que tem com o assunto.
Possivelmente aponta a seguinte linha de pensamento - que a circuncisão no
sábado era aceitável e na realidade apontava para a obra que Jesus tinha
realizado, uma vez que a restauração de um homem física e espiritualmente era
até mais significativo do que a administração do sinal da aliança. Charles
F. Pfeiffer. Comentário Bíblico Moody. Editora Batista Regular. João. pag. 44.]
2. A
lei do Senhor e a lei de Moisés. O que de fato existem são
preceitos morais, cerimoniais e civis, mas a lei é uma só. É chamada de lei do
Senhor porque veio de Deus, e de lei de Moisés porque foi ele o mediador entre
Deus e Israel (Ne 10.29). Ambos os termos aparecem alternadamente na Bíblia (Ne
8.1,2,8,18; Lc 2.22,23). A cerimônia dos holocaustos, a circuncisão e o
preceito sobre o cuidado dos bois são igualmente reconhecidos como lei de
Moisés (2 Cr 23.18; 30.16; At 15.5; 1 Co 9.9). [Comentário: Como
Iegislador e Mediador da Aliança. A lei mosaica tanto foi uma legislação quanto
foi uma aliança. E Moisés foi o instrumento humano para tanto. O capitulo vinte
do livro de Êxodo fornece-nos a porção cêntrica dessa legislação, mas quase
todo o livro de Êxodo está envolvido em seu delineamento; e o livro de
Deuteronômio repete a questão, com algumas adições, ao passo que o livro de
Levítico fornece-nos as intrincadas leis acerca do sacerdócio e do culto
religioso. A lei mosaica não era apenas um documento religioso de proibições. Paralelamente a isso, era um complexo conjunto de leis civis, muitas delas com
preceitos paralelos em outras legislações semíticas. Ver o artigo intitulado
Hamurabi, Código de, quanto a uma ilustração a esse respeito. O código de
Hamurabi foi escrito cinco séculos antes de Moisés; e os pontos de semelhança
mostram que uma das fontes da legislação mosaica foi o fundo de leis
desenvolvidas pelas culturas semíticas durante um longo período de tempo.
Pode-se dizer que as leis civis de Moisés ocupam cerca de quarenta parágrafos em
Êxodo 21-23; em Levítico 18-20, um pouco mais do que vinte parágrafos; em
Deuteronômio 12-16, cerca de noventa parágrafos. O material, desse modo, mostra
ser bastante completo, embora não exageradamente longo. Esses cento e cinquenta
parágrafos são menos do que os 282 parágrafos do código de Hamurabi. As leis
dos assírios ocupavam cerca de 115 parágrafos, embora muito mais material se
tenha perdido. As leis dos heteus, até onde o demonstram as descobertas
arqueológicas, ocupam cerca de 200 parágrafos. Esse pacto mosaico é contrastado
com o Novo Testamento, trazido por Cristo. Caracterizava-se por uma lei, e,
presumivelmente, era capaz de transmitir vida (ver Lv. 18:5). Entretanto, os
eruditos hebreus têm demonstrado que, nos escritos de Moisés, essa vida era
apenas terrena, e não pós-morte. Os intérpretes posteriores do judaísmo é que a
interpretaram como pós-morte. Seja como for, como um contraste com a lei
mosaíca, a graça, a verdade e a vida eterna vieram por meio de Cristo (João
1:17). O evangelho anuncia ao mundo a graça divina (ver Rm. 3 e 4). O pacto
mosaico estava contido em três divisões: a. os mandamentos (Êx, 20); b. os juízos (Êx, 21:1-24:11), que regulamentavam a vida social de Israel; e c. as
ordenanças (Êx. 24:13-31:18) que governavam a vida religiosa da nação. Esses
três aspectos constituíam a lei. O trecho de 11 Cor. 3:7-9 caracteriza essa
legislação como «ministério da morte» e «ministério da condenação», porquanto
não era através da lei que a vida espiritual ê conferida ao homem. O crente do
Novo Testamento não está debaixo da lei mosaica, e, sim, sob o incondicional
Pacto Novo da graça divina (ver Rm. 3:21-27; 6:14,15; OU 2:16; 3:10-14;
4:21-31; Hb. 10:11-1). CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 340.]
3. A
lei de Deus. A lei de Deus é todo o Pentateuco; trata-se de um
livro, e não meramente das palavras escritas em tábuas de pedra (Js 24.26; Ne
8.8,18). Isso precisa ficar muito claro porque certos grupos sectários
argumentam: "Você guarda a lei de Deus?". Isso por causa do sábado, e
transmite a falsa ideia de que a lei de Deus se restringe aos Dez Mandamentos.
Se eles guardam a lei de Deus, precisam observar os seus 613 preceitos; do
contrário, estão sob a maldição (Gl 3.10). [Comentário: Josué e
o povo selaram a aliança de servir a Deus quando escreveram as palavras no
livro da Lei de Deus e no momento em que erigiram uma grande pedra debaixo do
carvalho, a mesma árvore que Jacó encontrou quando veio a Siquém. Esta árvore
ficava perto do santuário do Senhor, o qual, provavelmente, não era uma
construção regular ou um templo, mas um lugar sagrado criado em Siquém ao levar
o tabernáculo para lá. A referência às pessoas apresentando-se diante de Deus
(v. 1) pode indicar que o tabernáculo estava lá. A pedra debaixo do carvalho
funcionava como um lembrete legal ou testemunho de que a aliança fora assumida
pelas pessoas. Agora, a pedra e o povo eram ambos as testemunhas. Isso reflete
a função do altar construído pelas tribos que estavam assentadas a leste do
Jordão, que também era um testemunho (Js 22.34). Uma grande pedra erguida, que
data da época final da idade do Bronze (isto é, mais ou menos a época em que se
passa essa história), foi encontrada em Siquém, e pode ser a pedra aqui
mencionada. EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo
Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central
Gospel. pag. 399-400. Ele e outros leram do livro da lei, desde a alva
até ao meio-dia (v. 3), e eles leram declarando (“claramente”, v.8 [versão
RA]). A leitura das Escrituras em reuniões cristãs é uma ordenança de Deus, em
que Ele é honrado, e sua Igreja, edificada. E, em ocasiões especiais, devemos
estar abertos a participar por muitas horas juntos na leitura e exposição da
palavra de Deus: os que são mencionados aqui se reuniram por seis horas. Que
aqueles que lêem e pregam a palavra aprendam também a apresentar-se de maneira
distinta, como aqueles que entendem o que dizem e são tocados por ela, e que
desejam que esses a quem falam tenham condições de entendê-la, retê-la e ser
tocados por ela. Laço é para o homem dizer precipitadamente (Pv. 20.25). (4) O
que eles leram, isso expuseram, e disso mostraram a intenção e o significado, e
a aplicação prática das palavras da lei; eles explicaram o sentido em outras
palavras, faziam que, lendo, se entendesse (w. 7,8). Observe: [1] E necessário
que aqueles que ouvem a palavra a entendam; caso contrário, não passam de
palavras e sons vazios (Mt 24.15). [2] Portanto, exige- se que aqueles que são
mestres por ofício expliquem a palavra e deem sentido a ela. Entendes tu o que
lês?, e: Entendestes todas estas coisas? (veja Mt 13.51), são boas perguntas a
serem colocadas para os ouvintes; mas: Como poderei entender, se alguém me não
ensinar? (At 8.30,31). Ler é bom e pregar é bom, mas a exposição une a leitura
e a pregação, e assim torna a leitura tanto mais inteligível e a pregação tanto
mais convincente. (5) O povo comportou-se de maneira muito apropriada quando a
palavra foi lida e aberta a eles. [1] Com grande reverência. Quando Esdras
abriu o livro, todo o povo se pôs em pé (v. 5), mostrando dessa forma respeito
tanto por Esdras quanto pela palavra que ele estava prestes a ler. Cabe aos
servos ficar em pé, quando seu senhor fala com eles, em honra ao seu senhor e
para mostrar a disposição em fazer o que lhes é ordenado. [2] Com grande
firmeza e compostura. O povo estava no seu posto (v.7); diversos ministros
estavam lendo e expondo a certa distância um do outro, e cada um do povo
permaneceu no seu lugar, não se dirigia primeiro para um e então para outro,
para fazer comentários sobre eles, mas permanecia no seu lugar, para que não
perturbasse o outro nem fosse ele próprio perturbado. [3] Com grande atenção e disposição:
os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da Lei (v. 3). Seus ouvidos
estavam como acorrentados a ele; eles ouviam prontamente, e prestavam atenção
em cada palavra. A palavra de Deus requer atenção e a merece. Se por causa de
descuido deixamos escapar muita coisa ao ouvir, existe o perigo de que pelo
esquecimento deixemos escapar tudo depois de ouvir. HENRY. Matthew.
Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag.
825.]
SÍNTESE DO TÓPICO III
A Lei é chamada de “Lei do Senhor” porque veio diretamente de Deus; e de
Moisés, porque ela foi mediada pelo legislador de Israel.
IV. A LEI A GRAÇA
1. A
transitoriedade da lei. O Senhor Jesus cumpriu toda a lei, os preceitos
morais, cerimoniais e civis (Mt 5.17,18). O apóstolo Paulo é muito claro quando
fala que “o ministério da morte, gravado com letras em pedras [...]
era transitório” (2 Co 3.7,11). No entanto, a verdade moral contida no sistema
mosaico, como disse o teólogo Chafer, “foi restaurada sob a graça, mas adaptada
à graça, e não à lei”. Isso diz respeito a sua função e não compromete a sua
autoridade como revelação de Deus e parte das Escrituras divinamente inspiradas
(2 Tm 3.16,17). [Comentário: Agora o apóstolo
apresenta de um modo claro o que ele tinha apenas mencionado previamente (cf.
3, 6) - o contraste entre as dispensações (cf. RSV) da Lei e do Espírito, entre
o ministério de Moisés e o de Paulo. O ministério de Moisés (7) é caracterizado
pela glória (“brilho”, RSV) no rosto de Moisés. “Transitória como era” (NASB),
era ainda assim tão brilhante que os filhos (huious, “filhos”) de Israel não
podiam “olhar atentamente” (NASB) para ela (Êx 34.29-30). A ênfase de Paulo está
na glória ou no esplendor do ministério de Moisés como uma revelação da eterna
vontade de Deus. Assim, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras
(cf. Rm 7.7-8; 1 Co 15.16), veio em glória, não é óbvio (ouchi), pergunta
Paulo, que “seja de maior glória (ou resplendor, RSV)” o ministério do Espírito
(8), que dá a vida (3.6; cf. G1 3.5)? Então, na segunda fase do seu contraste,
ele prossegue explicando que “se o ministério da condenação [Dt 27.26; G1 3.10]
foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça” (9, NASB)
[Rm 1.17; 5.17; 8.1-4; 1 Co 1.30].'“A lei”, comenta Calvino, “deve nos mostrar
a doença, de modo a não nos mostrar, ao mesmo tempo, qualquer esperança de
cura; o evangelho deve trazer o remédio àqueles que já não têm mais esperança”.
O último supera a primeira “porque é uma coisa muito maior absolver o pecador
condenado do que condená-lo”. Uma só considera a lei escrita nas pedras; o
outro, considera o sangue do próprio Filho de Deus e o poder do Espírito. A
justiça sobre a qual Paulo baseia a superioridade do seu ministério é “a
justiça de Deus” revelada no “evangelho de Cristo” (Rm 1.16-17), que ele expõe
em termos de justificação e santificação em Romanos 3.31—8.39. Este contraste
entre ministérios pode até mesmo ser considerado tão radical, que o primeiro,
que foi glorificado (10) como um instrumento da auto-revelação de Deus, agora,
“nesta parte, não foi glorificado, por causa desta excelente glória” (NASB) - a
glória do segundo, que o supera em muito (cf. Jo 1.17; Rm 10.4; G1 3.21-25). “A
sua glória agora está diminuída, como o brilho dos lampiões quando chega o
amanhecer” (R. A. Knox). Paulo desenvolve o seu ponto final do contraste (11) a
partir do brilho do rosto de Moisés (3.7), que já desaparecia, de acordo com a
tradição judaica, mesmo quando ele estava descendo do Monte Sinai. Ele viu isto
como sendo um sinal da natureza transitória do antigo concerto, que Moisés
representava. O contraste é com a permanência da revelação do Espírito. Porque,
se o que era transitório foi para glória (dia doxes), muito mais é em glória
(en doxe) o que permanece. Assim, a adequação do ministério apostólico de Paulo
é a sua superioridade como um ministério do novo concerto - um ministério do
Espírito - superior (1) como a vida é mais gloriosa do que a morte, (2) como a
justiça é mais gloriosa do que a condenação, e (3) como aquilo que é permanente
é mais glorioso do que aquilo que é transitório. Donald S. Metz.
Comentário Bíblico Beacon. II Coríntios. Editora CPAD. Vol. 8. pag. 419.]
2. A graça. O Senhor Jesus e o apóstolo Paulo citaram Levítico 18.5 como meio
hipotético de salvação pela observância da lei (Mt 19.17; Gl 3.11). Mas ninguém
jamais conseguiu cumprir toda a lei, exceto Jesus. O mais excelente dos rabis
de Israel só conseguiu cumprir 230 pontos dos 613 preceitos da lei. A lei diz
“faça e viva”, no entanto, a graça diz “viva e faça”. Por esta razão os
cristãos estão debaixo da graça, e não da lei (Rm 6.14; Gl 3.23-25). A lei não
tem domínio sobre nós (Rm 7.1-4). [Comentário: Lv 18.5
Cumprindo os quais, 0 homem viverá por eles. Vivia-se, vivendo corretamente. A
vida consistia na guarda da lei. Este versículo é muito empregado para mostrar
que os hebreus esperavam obter a vida eterna mediante a guarda da lei.
Posteriormente, os judeus interpretavam-no nesse sentido. Mas foi essa a
questão central que o apóstolo Paulo combateu e repudiou, em Gál. 3.21,22.
Disse ele: .. se fosse promulgada uma lei que pudesse dar vida, a justiça, na
verdade seria procedente de lei. Mas a Escritura encerrou tudo sob o pecado,
para que mediante a fé em Jesus Cristo fosse a promessa concedida aos que
crêem”. Mas em Lev. 18.5, “vida" não é a vida eterna. Em parte alguma do
Pentateuco temos a promessa de vida além-túmulo para os que vivessem retamente,
nem temos ameaças de juízo, além-túmulo, para os que não vives- sem retamente.
O Pentateuco não contém a doutrina da alma, embora ela seja antecipada na
doutrina da imagem de Deus, em Gên. 1.26,27. Séculos mais tarde, nas mãos de
Paulo, essa doutrina tornou-se muito importante, como centro da vida e natureza
da alma eterna (Rom. 8.29 ss.; I João 3.2). Tal desenvolvimento teológico,
contudo, não começou nos dias de Moisés. A ideia da alma começa nos Salmos e
nos Profetas; mas 0 assunto da bem-aventurança ou da punição eternas,
além-túmulo, ainda precisou de muito mais tempo para ser consolidado dentro da
teologia dos hebreus. Simplesmente temos de admitir que a teologia judaica,
nesse particular, era deficiente, sendo esse um dos pontos que a revelação cristã
veio aprimorar. Não há que duvidar, sem embargo, de que, posteriormente, quando
os judeus vieram a crer firmemente na existência da alma imortal e imaterial, o
trecho de Lv.18.5 passou a ser empregado para mostrar que a vida eterna viria
através da guarda da lei. E isso armou o palco para o repúdio a tal ensino, por
parte de Paulo. A vida referida em Lv. 18.5 é uma vida física abundante,
abençoada por YHWH. Uma vida boa, mediante a observância dos mandamentos, mas
que termina na morte. É melhor alguém viver bem do que ao contrário, e a guarda
da lei fazia parte integral de uma vida boa e longa sobre a terra, sob a bênção
de YHWH. “A obediência às leis de Deus produzia, em Seu povo, vidas felizes e
realizadas (cf. Lv. 26.3-13; Deu. 28.1-14)” (F. Duane Lindsey, in ioc.). “As
autoridades religiosas dos dias do segundo templo interpretavam essa cláusula
no sentido de que quem obedecesse a essas leis teria a vida eterna. Por isso
mesmo, as antigas versões caldaicas traduziam-na como “terá a vida eterna”. Essa
passagem foi citada tanto pelos profetas (Ez. 20.11; Nee. 9.29) quanto pelo
apóstolo Paulo (Rm. 10.5 e Gl. 3.12), 0 qual contrastou essa promessa,
baseada nas obras, com a promessa do evangelho, baseada na fé” (Ellicott, in
toe.). O argumento paulino, naturalmente, era que viver a lei, obedecer aos
seus conceitos, é algo realmente acima da capacidade humana. Por isso mesmo, 0
homem precisa de um sistema diferente do da lei, o sistema da graça-fé. CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 545..]
3. Os mandamentos de Cristo. Perguntaram a Jesus o que se deve fazer para
executar as obras de Deus. A resposta não foi guardar o sábado, nem a lei e nem
os Dez Mandamentos, mas exercer fé em Jesus (Jo 6.28,29). Essa doutrina é
ratificada mais adiante (1 Jo 3.23,24). Jesus falou diversas vezes sobre o novo
mandamento, a lei de Cristo, o amor operado pelo Espírito Santo na vida cristã
(Jo 13.34; 14.15, 21; 15.10). O Senhor Jesus não incluiu o sistema mosaico na
Grande Comissão. Ele disse para “guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado” (Mt 28.20). O mandamento de Cristo é a fé nEle, é a lei do amor (Rm
13.10; Gl 5.14) e não a letra da lei. Quem ama a Cristo tem a lei do Espírito
em seu coração. [Comentário: Jo
14.15 «...se me amais, guardareis os meus mandamentos...» Este versículo
vincula os nossos pensamentos aos conceitos emitidos nos versículos anteriores,
sobre a feitura de obras que os crentes realizassem cm nome de Jesus. Aqueles
que haveriam de realizar essas obras, e essas formas dc obras seriam maiores do
que aquelas que o próprio Senhor Jesus fez neste mundo, jamais seriam
realidades não fora a presença do amor que é aqui mencionado e nem fora a força
proporcionada pelo Espírito Santo, que aparece nos dois versículos seguintes. A
atuação do *Logos* encarnado foi motivado pelo amor. tal como a ação de Deus
Pai, ao enviar Cristo ao mundo. (Ver João 3:16). Aqueles que estão unidos
dentro da família de Deus devem participar de um amor mútuo, amor esse que
forçosamente inspira ações características da natureza de Cristo. Tholuck (in
loc.) tem uma excelente observação sobre a natureza desse amor: ·Para João o
amor não consiste meramente em felicidade dc sentimentos; mas é unidade de
vontade com o amado (ver João 14:21; IS: 14 c I João 3:18). É o amor que torna
os homens susceptíveis a comunhão com o Consolador: o mundo não pode
recebê-lo». Entretanto, também expressa a verdade aquilo que Lange registrou
(in loc.). ao dizer: *A amorosa contemplação da personalidade de Cristo é o
vinculo dc comunhão dos discípulos, aquilo que faz deles uma personalidade
coletiva, e nessa comunhão podem tornar-se o órgão da manifestação pessoal do
Espírito Santo*. Quanto ao sentido da palavra ·mandamentos·, neste ponto,
poderíamos destacar as seguintes observações: 1. Não se trata de alguma
referência direta aos dez mandamentos, quer segundo aparecem os mesmos nas
páginas do A. T., quer segundo aparecem incorporados no N. T. 2. Não se trata
de uma referência às diversas instruções que Jesus deu a seus discípulos. 3.
Mas trata-se de uma alusão ao corpo e espírito inteiro daquilo que os homens
aprendem mediante a sua associação com Jesus e, mais particularmente, por
pertencerem à família celestial da qual ele é o irmão mais velho e na qual há o
Pai celeste. Os seus mandamentos são as normas que orientam essa família. Os
princípios éticos da família celeste, o que não se limita aos dez mandamentos,
mas nem por isso é contrário aos mesmos. 4. Na referência em foco, neste ponto,
há uma alusão especial ao novo mandamento, que é a lei do amor, que se mostra
saliente entre todos os mandamentos, sumariando a eles todos dentro de poucas
palavras e que haveria de ser uma característica toda especial de cada membro
dessa família, bem como da família como uma comunidade local, na forma de
igreja. O espírito de todas essas verdades pode ser encontrado na declaração
apostólica de Paulo: «...logo. já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim;
e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me
amou e a si mesmo se entregou por mim» (Gl. 2:20). Estamos fazendo progresso,
em nossa obediência e aplicação da lei do amor, quando começamos a ter cuidado
pelos outros segundo cuidamos de nós mesmos; quando nos parece tão importante o
que acontece aos outros, como o que acontece conosco; e, acima de tudo, quando
em tudo desejamos para os outros não menos do que para nós mesmos. O amor é uma
profunda motivação que provoca a partilha e o mais autêntico altruísmo, e isso
é abundantemente ilustrado na vida de Cristo, que viveu para os outros e morreu
pelos outros. O amor é um produto da influência do Espírito no coração do
crente (um dos aspectos do fruto do Espírito—ver Gl. 5:22), e faz parte da
transformação ética que o Espírito Santo opera nos remidos, servindo também de
evidência do desenvolvimento espiritual dos mesmos. CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 2. pag. 529..]
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Deus informou a Moisés, na Lei, a constituição de sacrifícios santos: os
holocaustos; derramamento de sangue; aspersão do sangue.
CONCLUSÃO
A tendência
humana é se esforçar para merecer a salvação, por isso ainda há aqueles que se
ofendem com a mensagem de que a salvação é pela fé em Jesus, sem as obras da
lei (Gl 2.16). O que tais pessoas querem é fazer do cristianismo um remendo de
pano novo em veste. [Comentário: A lei
cumpriu o seu papel, ou seja, mostrou que o homem é um pecador, mas não pôde
fazer nada para limpá-lo, justificá-lo, santificá-lo. Porém Deus enviou seu
Filho, e nEle está revelada a Graça. O crente se beneficia da lei estando
debaixo da obra redentora de Cristo. O mérito de Cristo, sendo obediente à lei
até as últimas consequências, compra-nos o benefício da salvação e a graça de
conhecermos a vontade de Deus pela sua lei. O único modo de o ser humano ser
salvo é submeter-se totalmente àquele que, por mérito, compra-lhe a salvação.
Ainda aqui o homem é beneficiado pela Lei. Cristo a cumpre e declara
justificado aquele por quem ele morre.]. “NaquEle que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.
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