TEXTO ÁUREO
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“Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre,
porque dele é a sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; ele
remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência
aos inteligentes” (Dn 2.20,21).
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VERDADE PRÁTICA
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Deus
intervém na história, pois sua é a terra e os que nela habitam.
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HINOS SUGERIDOS
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107, 162, 186.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE DN 2.12-23
12 Por isso o rei
muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de
Babilônia.
13 E saiu o
decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos
seus companheiros, para que fossem mortos.
14 Então Daniel
falou avisada e prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha
saído para matar os sábios de Babilônia.
15 Respondeu, e
disse a Arioque, capitão do rei: Por que se apressa tanto o decreto da parte do
rei? Então Arioque explicou o caso a Daniel.
16 E Daniel
entrou; e pediu ao rei que lhe desse tempo, para que lhe pudesse dar a
interpretação.
17 Então Daniel
foi para a sua casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus
companheiros;
18 Para que
pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre este mistério, a fim de que Daniel
e seus companheiros não perecessem, juntamente com o restante dos sábios de
Babilônia.
19 Então foi
revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do
céu.
20 Falou Daniel,
dizendo: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele
são a sabedoria e a força;
21 E ele muda os
tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria
aos sábios e conhecimento aos entendidos.
22 Ele revela o
profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz.
23 Ó Deus de meus
pais, eu te dou graças e te louvo, porque me deste sabedoria e força; e agora
me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este assunto do
rei.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
· Conhecer o sonho perturbador de
Nabucodonosor.
· Analisar a atitude sábia de Daniel
perante o rei.
· Compreender a interpretação do sonho de
Nabucodonosor.
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
O segundo capítulo do livro de
Daniel revela o plano divino para o povo judeu e o gentílico. Deus revelou o
seu projeto soberano para os governos mundiais e mais uma vez confirmou o reino
messiânico. Ao estudarmos este capítulo, veremos o reino da Babilônia atuando
como o “dono do mundo” e Nabucodonosor, como o seu executor. Porém, por volta
de 604 a.C., no período do apogeu da Babilônia, o rei teve um sonho perturbador
que o deixou insone. Por providência divina, Nabucodonosor esqueceu o sonho e,
através do Espírito Santo, Daniel o desvendou. Na terceira seção do capítulo
dois (vv.17-22) veremos Deus intervindo na vida do profeta e na dos seus
amigos. O desenvolvimento deste capítulo mostrará como Deus trabalha nas
circunstâncias mais adversas. O nosso Pai atua na história humana para cumprir
os seus desígnios!
[Na lição de hoje, a
partir do sonho de Nabucodonosor, e da revelação de Daniel, veremos que Deus
intervém na história. Inicialmente, destacaremos o mistério em relação ao
sonho, considerando que o próprio rei não foi capaz de contá-lo. Mostraremos
também as exigências descabidas do monarca, exigindo as vidas dos sábios do
palácio, caso esses não descrevessem e interpretassem. Ao final, explicaremos
que o Deus de Daniel, por conhecer e intervir na história, não apenas deu a
interpretação ao Seu servo, mas também revelou o que o rei havia sonhado.]
I - O SONHO PERTURBADOR DE NABUCODONOSOR (Dn
2.1-15)
1. O tempo do sonho (v.1).
O primeiro versículo demonstra um aparente conflito de datas. A expressão
"segundo ano do reinado de Nabucodonosor” contrasta com os três anos de
treinamento de Daniel e de seus companheiros descritos no primeiro capítulo.
Segundo estudiosos do Antigo Testamento, tanto os judeus quanto os babilônios
contavam as frações de um ano como ano inteiro. Por isso, a vigência do
terceiro ano para a cultura do reino de Judá era o segundo ano do reinado de
Nabucodonosor.
2. A habilidade dos sábios é desafiada no palácio (2.2). Ao
esquecer-se do sonho, Nabucodonosor desafiou as habilidades dos sábios
palacianos em revelar e interpretar o que ele havia sonhado. O sonho perturbou
o rei, pois Nabucodonosor suspeitava que a simbologia do que sonhara tinha
relação com o reino e com o futuro do império. Naqueles tempos, os reis tinham
a pretensão de ser privilegiados com sonhos divinamente inspirados (1 Rs 3.5-15;
Gn 20.3). Quando sonhavam, requeriam então o trabalho dos sacerdotes adivinhos.
Estes serviam à corte e interpretavam os sonhos de seus senhores. Os sacerdotes
adivinhos eram também chamados de magos, astrólogos, encantadores ou apenas
“caldeus” (Dn 1.4).
3. O fracasso da sabedoria pagã (2.3-13). Conforme descrito no
capítulo dois, percebemos que Nabucodonosor suspeitava da lisura e honestidade
dos seus magos conselheiros. Será que estes magos se aproveitavam das tragédias
para enganar e ameaçar as pessoas com palavras vãs? Esta dúvida deveria ser
passada a limpo. Então o imperador desafiou-os a não somente advinhar o sonho,
mas interpretá-lo. O rei decretou ainda a pena capital para todos os sábios do
palácio caso não desvendassem o sonho. Diante do desafio, os magos revelaram-
-se incapazes de decifrar o sonho do rei Nabucodonosor, bem como saberem o seu
conteúdo. O problema era que, por serem nobres, Daniel e os seus amigos
poderiam ser igualmente atingidos por esse decreto.
O sonho de
Nabucodonosor, que se encontra em Dn. 2, nos dá uma visão panorâmica dos
acontecimentos futuros. O monarca babilônico se encontrava em uma posição de
opulência, depois de ter dominado toda a terra (Jr. 27.6,7). A Babilônia, por
aquele tempo, se transformou na rainha das nações, a capital da civilização, o
centro da cultura, a sede do comércio. Mas certa noite o rei teve um sonho
perturbador, de modo que o fez perder o sono, justamente porque era incapaz de
saber o conteúdo daquela visão (Dn. 2.1). Tratava-se de um sonho misterioso,
que se encontrava no inconsciente do rei. Então mandou chamar os magos,
astrólogos, encantadores e caldeus para que declarassem o que o rei tinha
sonhado. Os sábios esperavam que Nabucodonosor revelasse o sonho, para que esse
fosse interpretado por eles (Dn. 2.3,4). A língua utilizada por eles foi o
siríaco, uma variação do aramaico, talvez uma maneira de mostrar identificação
com o rei. Em tom de ameaça o monarca exige dos sábios uma interpretação, mesmo
sem ter a capacidade de relatar o sonho. A crueldade desse rei é identificada
em suas palavras “se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação,
sereis despedaçados” (Dn. 2.5). Por outro lado, ofereceu-lhes benefícios, caso
fossem capazes de revelar e interpretar o sonho: “receberei de mim dons, e
dádivas, e grande honra, portanto declarai-me o sonho e a sua interpretação”
(Dn. 2.6). Os sábios insistiram para que o rei contasse o sonho, para que
pudessem dar uma interpretação. Na verdade eles estavam tentando ganhar tempo,
por não terem competência para fazê-lo. Essa é uma demonstração das limitações
humanas em relação à revelação. Ninguém pode declarar as verdades ocultas de
Deus, a menos que Ele mesmo decida revelá-las (Mt. 11.28; Dt. 29.29).
II - A ATITUDE SÁBIA DE DANIEL (2.16-30)
1. A cautela de Daniel (vv.16-18). Daniel entrou na
presença do rei e pediu-lhe um tempo para desvendar o sonho. O objetivo era
receber a resposta de Deus acerca do conteúdo do sonho de Nabucodonosor. O
profeta Daniel não agiu isoladamente. Antes, procurou os seus amigos Hananias,
A Misael e Azarias para juntos orarem a Deus pedindo-lhe orientação espiritual
sobre o assunto, a fim de que eles não perecessem com os sábios da Babilônia. A
ousadia da fé do profeta, demonstrada neste episódio, ilustra-nos quão
essencial é para o crente viver uma vida de confiança e inteira dependência de
Deus. Há coisas na vida do crente que demandam oração perseverante. Para
obtermos resposta do Senhor, a oração ainda é o canal mais eficaz (Mt 6.6).
2. Deus ainda revela mistérios (vv.19-27).
Depois de Daniel e os seus companheiros terem buscado a Deus em oração, o
Senhor revelou o que o rei havia sonhado e também o que o sonho significava.
Daniel exaltou e alegrou-se em Deus porque o Altíssimo interveio na história
humana. Quem pode livrar como o Senhor? Quem pode impedir a sua ação? Sábio
algum do mundo! Ninguém poderia perscrutar o pensamento e a consciência de um
homem poderoso como o rei da Babilônia. Mas o Senhor dos Exércitos não só podia
como o fez. Ele é o Criador; o homem, criatura. O mundo está sob a providência
de Deus, pois Ele tem poder de mudar os tempos e as estações do ano, de remover
e estabelecer reis. Ele conduz a história humana (v.21; At 1.7)!
3. O caráter profético do sonho de Nabucodonosor (vv.28,29). O
que foi revelado ao profeta Daniel? Em síntese, Deus mostrou que o sonho do rei
dizia respeito a Babilônia, bem como aos acontecimentos futuros envolvendo
outros reinos. A expressão “fim dos dias” merece ser destacada. Segundo a
escatologia judaica, essa é uma expressão do Antigo Testamento que significa o
espaço de tempo, desde o início do cumprimento da profecia no império
babilônico até o estabelecimento do reinado de Cristo na terra. Outro ponto
digno de nota é que Daniel não expressa nenhum interesse de ter os créditos da
revelação. Para o profeta, a revelação do mistério é mérito somente de Deus. A
glória pertence ao Todo-Poderoso que, pela sua imensurável graça, desvenda os
mistérios terrenos e espirituais aos pequeninos deste mundo.
[Os caldeus se
expressaram, mostrando a incompetência humana diante daquele mistério (Dn.
2.10). Eles reconheceram que ninguém “sobre a terra” poderia declarar o sonho
do rei, e nisso estavam corretos. A exigência do rei era difícil demais, apenas
uma intervenção sobrenatural, vinda de Deus, poderia satisfazer a vontade do
rei. Essa resposta deixou o rei irado, ao ponto de ordenar a matança de todos
os sábios da Babilônia (Dn. 2.12,13). Aquele decreto resultaria inclusive na
morte do jovem Daniel e seus amigos (Dn. 2.14). Ao invés de se exasperar,
Daniel, com brandura, buscou aplacar a ira dos emissários do rei. O
comportamento do jovem Daniel nos faz lembrar que a palavra branda desvia o
furor (Pv. 15.1). Tenhamos cuidado para não tomar decisões precipitadas, muito
menos nos adiantar nas palavras. Daniel resolveu pedir ao rei um tempo para que
pudesse dar a interpretação do sonho. Aquele jovem sabia que em tempos de
aflições, Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia
(Sl. 46.1). Ele tomou a decisão de partilhar a situação com seus amigos,
Hananias, Misael e Azarias, para que eles orassem em favor da situação. Como
Daniel, e seus amigos, devemos confiar que Deus intervém na história através da
oração. Como bem nos lembra Tiago, a oração do justo pode muito em seus efeitos
(Tg. 5.16). Nenhum cristão, entre eles os jovens, não deve desprezar o valor da
oração. O pragmatismo moderno tem distanciado os crentes das horas silenciosas,
e dos momentos particulares de oração. A oração é a porta aberta para os céus
(Lc. 3.21), o próprio Jesus orou, motivo suficiente para orarmos (Hb. 10.5-7).
Daniel também é um exemplo de confiança na soberania de Deus. O Senhor conhece
todas as coisas (Sl. 147.5), nEle está a profundidade da sabedoria (Rm. 11.33),
em Cristo repousa a plenitude da divindade (Cl. 2.9)]
Ill - DANIEL CONTA O SONHO E INTERPRETA-O (2.31-45)
1. A correta descrição do sonho (vv. 31-35). O
sonho do imperador babilônico era profético. Nabucodonosor viu uma estátua
(v.32) constituída por uma cabeça de ouro; peito e braços de prata; ventre e
coxas de cobre; pernas de ferro (v.33); e pés de ferro e de barro (v.33). O
versículo 34 relata “uma pedra que foi cortada, sem mãos” a qual feriu os pés
da estátua, destruindo-a completamente. Os quatro impérios pagãos, mencionados
simbolicamente na profecia já existiram, comprovando a veracidade da visão
profética. Todavia, a visão da “pedra que foi cortada, sem mãos” ainda não se
cumpriu, pois trata-se do reino universal de Jesus Cristo que ainda não foi
literalmente estabelecido.
2. A interpretação dos elementos materiais da grande estátua (2.34-45).
a) “A cabeça de ouro” (vv.32,36-38). Exemplificava o
reino da Babilônia. Nabucodonosor a governou por 41 anos e a transformou no
império mais poderoso da época.
b) “O peito e os braços de prata” (vv.32,39).
Trata-se do império Medo-Persa. Os dois braços ligados pelo peito representam a
união dos Medos e dos Persas.
c) “Ventre e os quadris’’ (vv.32,39). Retrata o império
Grego. Foi Alexandre Magno que dominou o mundo inteiro constituindo assim um
dos impérios mais extensos na história da humanidade até a sua morte prematura.
d) “Pernas de ferro” (v.33,40- 43). Refere-se ao último
império da história, o romano. Os pés de ferro e barro indicam a fragilidade
deste império. A mistura entre ferro e barro não ocorre. O império romano, por
um lado era poderoso (ferro), mas por outro, frágil e decadente (barro).
3. “A pedra cortada, sem ajuda de mãos” (2.45).
Esta “pedra” representa o reino de Cristo intervindo nos reinos do mundo.
Cristo é a pedra cortada que desfará o poder mundial do Anticristo (Dn 2.45; Sl
118.22; Zc 12.3). A pedra cortada vinda do monte significa, figuradamente, a
vinda do Rei esmiuçando o domínio imperial e pagão deste século (Dn 2.44,45).
Cristo é quem regerá as nações para sempre!
[Diante das autoridades,
Daniel defendeu, com sabedoria, que Deus revela o profundo e o escondido,
porque conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz (Dn. 2.22). Em
seguida pede para ser introduzido à presença do rei, para trazer a
interpretação do seu sonho (Dn. 2.24). Antes Daniel chama a atenção do rei,
ressaltando que sua exigência foi despropositada, considerando que aquele
segredo ninguém seria capaz de descobrir (Dn. 2.27). Existem pessoas, até mesmo
entre os crentes, que assim como fez Saul (I Sm. 28), querem forçar
determinadas revelações. Mas não adianta investir em profecias que não foram
dadas por Deus, somente o Senhor tem as revelações (Dn. 2.28). Paulo lembrou a
grandeza desse Deus no Areópago em Atenas (At. 17.23-25). E apelando a
revelação do Senhor, Daniel declara que o rei sonhou com uma grande estátua de
material heterogêneo. Os vários materiais daquela estátua tinham significados
profundos, os quais foram revelados pelo profeta do Senhor. A cabeça de ouro
representava o império babilônico, que durou de 606 a 539 a. C. Os braços e
peito de prata representava o império medo-persa, que durou de 539 a 331 a. C.
O ventre e as coxas de bronze representavam o império grego, que durou de 331 a
146 a. C. E as pernas e pés de ferro e barro o império romano que durou de 146
a. C. a 476 d. C. Daniel viu ainda que “uma pedra foi cortada sem mão, a qual
feriu a estátua nos pés de ferro e barro, e os esmiuçou” (Dn. 2.34). A pedra se
refere a Cristo, em alusão às revelações do Senhor, em Seu sermão escatológico
(Mt. 24.30). Isso acontecerá por ocasião da vinda de Jesus, a fim de despedaçar
o governo do anticristo (Mt. 21.44). Esse será o momento em que o Reino de
Deus, em sua plenitude, será inaugurado (Is. 2.2; Mt. 16.18; I Pe. 2.5), após a
batalha do Armagedom (Ap. 17.14; 19.16).]
CONCLUSÃO
A revelação da estátua provou ao
rei Nabucodonosor a soberania do Deus de Israel. Nação a qual o rei havia
levado em cativeiro, destruído a Cidade Santa e o seu Templo (2 Cr 36.11-23). O
Deus desta nação revelou a Daniel e aos seus companheiros o futuro dos impérios
ao longo da existência humana (Dn 2.46-49). Nabucodonosor compreendeu isto. E
nós? O quanto valorizamos e amamos o Deus soberano?
[Como um verdadeiro
profeta de Deus, Daniel se negou a receber as recompensas oferecidas pelo monarca.
O Senhor, no entanto, usou aquela oportunidade, a fim de concretizar Seu
desígnio, em relação ao Seu povo. Em todas as circunstâncias devemos confiar em
Deus, que continua se revelando, e dependendo da Sua soberania, certos que tudo
coopera para o bem daqueles que amam a Deus, e que são chamados segundo Seu
propósito (Rm. 8.28). Como Daniel, devemos ser humildes, reconhecendo que o
Deus, além de revelar os mistérios ocultos, tem a história em suas mãos.]
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