TEXTO ÁUREO
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“E Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do
manjar do rei, [...] portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse
não se contaminar” (Dn 1.8).
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VERDADE PRÁTICA
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A
integridade de caráter implica uma disposição interior para se manter fiel
aos princípios da vida cristã.
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HINOS SUGERIDOS
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107, 162, 186.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE DN 1.1-8,17,20
1 - No ano terceiro do reinado
de Jeoaquim, rei de Judá, veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a
sitiou.
2 - E o Senhor entregou nas suas
mãos a Jeoaquim, rei de Judá, e uma parte dos utensílios da Casa de Deus, e ele
os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus, e pôs os utensílios na
casa do tesouro do seu deus.
3 - E disse o rei a Aspenaz,
chefe dos eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, e da linhagem
real, e dos nobres.
4 - jovens em quem não houvesse
defeito algum, formosos de aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e
sábios em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para
viver no palácio do rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua
dos caldeus.
5 - E o rei lhes determinou a
ração de cada dia, da porção do manjar do rei e do vinho que ele bebia, e que
assim fossem criados por três anos, para que no fim deles pudessem estar diante
do rei.
6 - E entre eles se achavam, dos
filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.
7 - E o chefe dos eunucos lhes
pôs outros nomes, a saber: a Daniel pôs o de Beltessazar, e a Hananias, o de
Sadraque, e a Misael o de Mesaque, e a Azarias, o de Abede-Nego.
8 - E Daniel assentou no seu
coração não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que
ele bebia; portanto, pediu ao chefe dos eunucos que lhe concedesse não se
contaminar.
17 - Ora, a esses quatro jovens
Deus deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria; mas a
Daniel deu entendimento em toda visão e sonhos.
20 - E em toda matéria de
sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez
vezes mais doutos do que todos os magos ou astrólogos que havia em todo o seu
reino.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Fazer uma retrospectiva da situação
moral e política de Israel.
·
Explicar a força do caráter de Daniel.
·
Analisar as atitudes de Daniel e seus
amigos na corte babilônica.
PALAVRA
CHAVE
Determinação: Na
lição é a forte inclinação de Daniel e seus amigos em não se contaminar com as
iguarias do rei.
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Conforme estudamos
na lição anterior, após a queda de Judá perante a Babilônia, os jovens
intelectuais foram levados cativos para aquela nação. É nesse contexto que
encontramos Daniel, diante da adversidade e da oposição cultural em relação a
sua fé. Na aula de hoje nos voltaremos para a firmeza moral e espiritual desse
homem amado de Deus, que serve de exemplo de resistência, diante de culturas
que não se coadunam com os princípios divinos.
1. O FAVOR DE DEUS A DANIEL
Conforme destacamos
em aulas anteriores, aconteceram várias deportações de judeus para a Babilônia.
Daniel e seus amigos foram conduzidos a essa nação por volta do ano 605 a. C.,
quando tinham aproximadamente 15 anos, portanto, na juventude. Em Judá, por
aqueles dias, a idolatria havia tomado conta da nação, as pessoas não tinham
mais compromisso com a Palavra de Deus. Mesmo assim, conforme antecipou Isaias
em sua mensagem profética, Deus sempre tem seu remanescente (Is. 7.3). Na
igreja acontece a mesma situação, há aqueles que professam o nome de Deus
apenas com os lábios, mas seus corações estão distantes do Senhor (Mt.
7.21-23). Felizmente existem aqueles que não se dobram diante das ameaças, e
permanecem firmes diante do confronto cultural, sem fazer concessões em relação
a sua fé. Assim agiram Daniel e seus amigos, que foram preparados
providencialmente por Deus para enfrentarem aquela condição adversa, a fim de
testemunharam da grandeza de Deus em meio a um contexto pagão (Dn. 1.6).
Existem pessoas, como Moisés e Paulo, que são separadas por Deus de acordo com
seu propósito, a fim de cumprir Seus desígnios e fazer Sua vontade (At. 7.22;
17.27; II Tm. 4.13). Os jovens da igreja não devem fugir da responsabilidade
estudantil, devem se esforçar e se destacar diante dos colegas, pois Deus
poderá utilizar-se dessa preparação para cumprir algum propósito (Dn. 1.20).
Mas é necessário que se mantenham firmes em suas convicções, não fazendo
concessões em relação aos seus princípios. Daniel se encontrava em um grande
centro cultural, mas não permitiu ser aculturado, antes aproveitou aquela
oportunidade para revelar o Deus de Israel aos babilônicos. Os jovens cristãos
que adentram as universidades devem se esforçar, e darem o máximo para se
destacarem, mas não podem esquecer-se da Palavra, e não trocarem a revelação
pelas filosofias que ali imperam (Cl. 2.8).
2. A ASCENSÃO DE DANIEL NA BABILÔNIA
Daniel e seus amigos
se encontravam no palácio do rei da Babilônia, sendo treinados para receberem a
cultura daquela nação. O objetivo daquele treinamento era fazer com que os
jovens se coadunassem a forma de pensar babilônica. Mas Daniel não entrou na
forma daqueles que queriam moldá-lo de acordo com os padrões daquela cultura,
ele sabia que estava sendo testado, e tomou a decisão de ser aprovado por Deus
(II Tm. 2.15). Devemos lembrar das palavras de Paulo aos crentes de Roma, para
que esses não se deixassem transformar em conformidade com o pensamento deste
século, mas que experimentassem a boa, perfeita e agradável vontade de Deus
(Rm. 12.1,2). Isso quer dizer que somos chamados, como Daniel, para viver em
santidade, não apenas moralmente – fazendo a distinção entre o certo e o
errado, mas também a por em prática os ensinamentos que recebemos do Senhor. No
que tange à espiritualidade, os cristãos devem se relacionar com Deus, através
da oração e meditação na Palavra de Deus. Somente com a preparação que vem de
Deus seremos capazes de enfrentar as situações adversas, até mesmo quando leis
injustas forem criadas a fim de perseguir os cristãos (At. 5.29). Há situações
que a desobediência às leis humanas são permitidas, principalmente quando essas
se opõem à Palavra de Deus. As parteiras hebreias (Ex. 1), os apóstolos (At.
4), e até mesmo Jesus (I Pe. 2.13-25) mostram que entre a Palavra de Deus e a dos
homens devemos optar pela primeira. No entanto, se possível, conforme expressou
Paulo, devemos buscar viver em paz com todos, inclusive com as autoridades (Rm.
12.18). Esse exemplo nos foi dado por Daniel, que se dedicou ao máximo para
conciliar seus valores com os padrões estabelecidos pelo governo babilônico.
3. A FIRMEZA DE DANIEL NA BABILÔNIA
Em Dn. 1.18-20 está
escrito que o próprio Nabucodonosor decidiu fazer um teste a fim de averiguar o
desenvolvimento dos jovens súditos do palácio. Daniel foi aprovado naquele
teste, e o principal, suas convicções fizeram a diferença. Como cristãos,
devemos buscar espaços na sociedade, os jovens devem se dedicar, se prepararem
para os concursos. Ao mesmo tempo, devem buscar ter uma vida cristã
equilibrada, conciliando os estudos com a vida devocional. O problema de alguns
jovens em contextos universitários é o extremismo. Alguns deles enfocam
demasiadamente o espiritual e se esquecem de cumprir suas responsabilidades
estudantis. Outros enfatizam tanto o material que acabam se distanciando da fé
que uma vez professaram. Daniel viveu vários anos na condição de exilado, mas
Deus o preservou no ministério. Como estadista não fez concessões em relação
aos seus princípios, tornando-se um exemplo para todos aqueles que almejam a
vida pública. Na época das eleições vários candidatos se apresentam às igrejas,
e querem os votos dos fiéis simplesmente por ser evangélicos. O desafio deles
não é apenas serem eleitos, mas principalmente permanecerem firmes em seus
valores. Atentando não apenas para os aspectos morais do seu chamado, mas
também espiritual, sem se esquecerem da responsabilidade social. Há políticos
evangélicos que defendem apenas uma agenda moral, criticando o liberalismo em
relação ao aborto, divórcio e homossexualidade, mas esquecem da pauta social.
Além de não promoverem o bem social, ainda se envolve em atos de corrupção,
subvertendo os cofres públicos, dinheiro que deveria ser investido em saúde e
educação de qualidade. Mas Daniel, enquanto homem público, comprometeu-se com a
causa divina. O chamado de Deus não é apenas para ocupar posição de status, mas
para cumprir nosso papel, mantendo-nos fieis ao Senhor (I Ts. 5.23,24).
CONCLUSÃO
Como cristãos diante
da cultura contemporânea, somos chamados a decidir qual lado tomaremos.
Poderemos nos conformar com mundo, seguindo seus princípios, que fazem oposição
à vontade Deus. Mas também podemos decidir ser transformados pela Palavra de
Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo (II Co. 10.5). Se
assim fizermos, seguiremos o modelo de Daniel, nos mantendo firmes no que tange
à moralidade, não defendendo ensinamentos contrários a Palavra de Deus. E
também não desprezaremos uma vida espiritual piedosa, investindo na produção do
fruto do Espírito na vida cristã (Gl. 5.22).
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
SUBSÍDIO
II
INTRODUÇÃO
A lição de hoje retrata a
história de quatro jovens judeus levados cativos para a Babilônia. Dos quatro
rapazes — Daniel, Hananias, Misael e Azarias — a pessoa de Daniel é quem tem
maior ênfase nessa narrativa. A sua fidelidade a Deus e integridade moral são
demonstradas em meio a uma cultura pagã. Fruto da formação moral e espiritual
recebida de seus pais, as atitudes de Daniel fizeram-no desafiar a ordem do rei
da Babilônia, a maior autoridade do mundo de outrora. Estamos no século 21, um
tempo marcado pelo paganismo. Ao lermos a história de Daniel e a de seus
amigos, somos desafiados a ter firmeza de caráter. Adotando uma postura moral
que jamais negue a fé e a ética cristãs no mundo. A integridade moral de Daniel
tem muito a nos ensinar. [Comentário: O que estes quatro jovens
têm a nos ensinar? A ‘época em que viveram tem alguma similaridade com a atual?
Estes jovens revelaram uma capacidade de se manterem fieis a Deus mesmo quando
as circunstâncias se mostram adversas. N”ao se corromperam nem assimilaram a
cultura pagã na qual viviam exilados. Dos quatro rapazes judeus, Daniel,
Ananias, Misael e Azarias, levados cativos para a Babilônia e desafiados na sua
fé em YAHWEH, Daniel se sobressai pela demonstração de sua fé, fidelidade e
integridade em meio a uma situação instável e oposta a tudo que conhecia no
meio do seu povo. A firmeza de caráter demonstrada por estes jovens, lhes deu a
capacidade de enfrentar o desafio à sua fé em YAHWEH, o Deus de Israel.
Certamente nossa época se assemelha àquela que eles vivenciaram, época
desafiadora e que nos cobra integridade como cristãos, nos chama a uma postura
que jamais renegue a nossa fé cristã e vida pautada nas Sagradas Escrituras.] Convido
você para mergulharmos mais fundo nas Escrituras!
I. UMA RETROSPECTIVA HISTÓRICA
1. A situação moral e política
de Judá. Após a deposição do seu irmão Jeoacaz,
Jeoaquim (Dn 1.1) ascendeu ao trono de Judá por intermédio de Neco, o faraó do
Egito (2Rs 23.34). Perversidades e rebeliões contra Deus fizeram parte do
antecedente histórico do rei de Judá. No ano 606 a.C., Nabucodonosor invadiu e
dominou a cidade de Jerusalém levando para a Babilônia os tesouros do Templo.
Mas as pretensões de Nabucodonosor não eram somente de cunho material, e sim
igualmente cultural, pois ele levou os nobres da casa real versados no
conhecimento, dentre os quais estavam Daniel, Hananias, Misael e Azarias. [Comentário: Nos anos 608 a 597 a.C.,
reinava em Jerusalém Jeoaquim, que havia sido empossado por Neco, faraó do
Egito (2Rs 23.34). Naqueles dias, duas nações lutavam pelo domínio da região: a
Assíria e o Egito. Neco, rei do Egito, subira para batalhar contra o rei da
Assíria (2Rs 23.29). Josias, rei de Judá, temendo pela segurança de seu reino,
achou melhor atacar o exército egípcio, mas morreu na batalha de Carquemis, em
608 a.C. Neco, que agora estava com todos os trunfos na mão, destituiu a
Jeoacaz, filho de Josias, quando este havia reinado apenas três meses, impôs
pesado tributo a Judá, e constituiu rei a Jeoaquim, irmão do deposto Jeoacaz
(2Rs 23.31-35). O castigo de DEUS foi retardado, mas não evitado (2Rs
23.26,27). Jeoaquim foi um rei ímpio. Seu pai Josias rasgou suas roupas em
sinal de contrição e arrependimento. Ao contrário, Jeoaquim rasgou e queimou o
rolo da Palavra de DEUS que continha as mensagens do profeta Jeremias e mandou
prender o mensageiro (Jr 36.20-26). Jeoaquim era também assassino. Porque as
mensagens do profeta Urias eram contrárias aos seus interesses, ele mandou
matá-lo. Urias fugiu para o Egito, mas Jeoaquim mandou sequestra-lo. Ele foi
trazido à sua presença e morto à espada (Jr 26.20-23).
O cenário político ao redor de
Judá
No ano 606 a.C., novos
acontecimentos vieram modificar o cenário político-militar da conturbada
região. Uma vitória de Nabucodonosor, rei da Babilônia, sobre o faraó Neco,
consolidou a Babilônia como nova potência mundial em ascensão. O Egito e a
Assíria haviam disputado o predomínio, mas a luta enfraquecera a ambos. Assim,
a Babilônia foi quem mais ganhou com essas brigas. Quando dois cães brigam por
um osso, pode aparecer um terceiro e levá-lo com a maior facilidade.
Nabucodonosor fez três incursões sobre Jerusalém: em 606 a.C., levou os nobres
(dentre eles Daniel) e os vasos do templo. Em 597 a.C., noutra incursão, levou
mais cativos. O rei Jeoaquim rendeu-se sem resistência. Nesse tempo, também,
foi ao cativeiro o profeta Ezequiel (2Rs 24.8). Em 586 a.C., após dezoito meses
de sítio, os exércitos do rei da Babilônia saquearam a cidade de Jerusalém.
Arrasaram-na totalmente, destruindo também o templo. O rei Zedequias foi
capturado quando tentava fugir e levado à presença de Nabucodonosor. Seus
filhos foram mortos em sua presença, seus olhos foram vazados, e ele levado
cativo para a Babilônia com o seu povo (2Rs 25). LOPES. Hernandes Dias.
DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 19-20.]
2. A situação espiritual de
Judá. Depois da grande reforma política e religiosa
em Judá, promovida pelo rei Josias, os filhos deste se desviaram do Deus de
Israel. Os sacerdotes, a casa real e todo o povo perverteram-se espiritualmente.
O rei Zedequias, por exemplo, “endureceu a sua cerviz e tanto se obstinou no
seu coração, que se não converteu ao Senhor, Deus de Israel” (2Cr 36.13). Judá
permitiu que a casa de Deus fosse profanada pelas abominações gentílicas. O
reino do Sul conseguiu entristecer o coração do Senhor! [Comentário: Depois da reforma de
Josias, Judá voltou a se esquecer de Deus. Os filhos de Josias não temiam a
Deus como ele. Os reis foram homens ímpios. Eles não aceitavam mais ouvir a
Palavra de Deus. Alguns profetas e sacerdotes se corromperam. Os profetas de
Deus foram perseguidos, presos e mortos. Em vez de haver quebrantamento,
arrependimento e volta para Deus, o rei, os sacerdotes e o povo se endureceram
ainda mais. Contudo o rei: "... endureceu a sua cerviz e se obstinou no
seu coração, para não voltar ao Senhor, Deus de Israel” (2Cr 36.13). Diz ainda
a Palavra de Deus que: “... todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam
cada vez mais a sua infidelidade, seguindo todas as abominações dos gentios; e
profanaram a casa do Senhor, que ele tinha santificado para si em Jerusalém”
(2Cr 36.14). LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora
Hagnos. pag. 21.]
3. O império babilônico arrasa o
reino de Judá. A sequência do texto do
primeiro versículo diz: “veio Nabucodonosor, rei da Babilônia, a Jerusalém e a
sitiou” (v.1). Houve três incursões do rei da Babilônia contra Judá. Na
primeira, o império babilônico levou os tesouros da casa do Senhor. Isto
ocorreu no terceiro ano do reinado de Jeoaquim (ano 606 a.C.). Na segunda
incursão, no oitavo ano do reinado de Jeoaquim, Nabucodonosor deportou os
nobres da casa real (ano 597 a.C.). A última incursão deu-se no ano 586 a.C.,
quando o templo de Jerusalém foi saqueado, destruído e queimado, bem como os
muros da cidade santa, derrubados (2Rs 25.8-21). Nabucodonosor levou os
utensílios da Casa de Deus para o santuário da divindade babilônica, Marduque,
chamado também de Bel, a quem o rei babilônico atribuía todas as conquistas
imperiais. [Comentário: No mês
posterior àquele em que Zedequias foi capturado e levado a Nabucodonosor em
Ribla, Nebuzaradã (8), seu general, queimou os maiores edifícios de Jerusalém
(9), derribou os muros (10) e reuniu reféns de guerra (11). Os rebeldes que se
renderam refere-se àqueles “que já haviam se rendido” (Moffatt). Ele também
levou os utensílios do Templo (14), as duas colunas (16) e o mar (a grande pia
de bronze; cf. 1 Rs 7.13-47). Estes foram cortados em pequenos pedaços, o
suficiente para serem levados para a Babilônia. De puro ouro ou de prata (15)
pode ser lido como: “O que era de ouro, o capitão da guarda levou como ouro e o
que era de prata como prata”. Talvez pelo menos alguns dos instrumentos tenham
sido derretidos e transformados em lingotes de ouro e prata. O magnífico
Templo, planejado para permanecer como uma testemunha do Senhor DEUS e daquilo
que Ele havia feito pelo seu povo, foi demolido e despojado de sua riqueza
material e de sua simples beleza. Foi transformado em um lugar que faria com
que aqueles que por ele passassem ficassem pasmados e assobiassem com
menosprezo (cf. 1 Rs 9.8). Outra Deportação, 25.18-21 (cf. Jr 52.24-30)
Nebuzaradã, o capitão da guarda (18), moveu-se, então, contra aqueles que ainda
o desafiavam. É possível que algumas informações indicassem que esses líderes
em particular tenham sido contra os babilônicos em suas atitudes e ações. Isto
é sugerido pelo modo como Nabucodonosor ficou ciente da posição pró-babilônica
de Jeremias e ordenou que ele fosse solto (Jr 39.11-18). Entre os executados
estava o sumo sacerdote (18), bem como outros sacerdotes e oficiais (18,19). Os
sessenta homens do povo da terra (cf. 21.4) talvez fossem anciãos das
províncias que representavam o povo de suas localidades. De acordo com Jeremias
(52.29), o número daqueles que foram levados ao exílio desta vez totalizou 832
pessoas. Harvey E. Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora
CPAD. Vol. 2. pag. 391.]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Judá se
encontrava espiritual e politicamente em uma situação desfavorável, o que
facilitou a invasão e o domínio de Nabucodonosor.
II. A FORÇA DO CARÁTER
1. A tentativa de aculturamento
dos jovens hebreus (1.3,4). Os teóricos da
psicologia definem caráter como “a parte enrijecida da personalidade de uma
pessoa”. Os jovens hebreus tinham um caráter ilibado, mediante a educação e o
testemunho observado em seus pais. Para obter apoio daqueles jovens e usar a
inteligência deles ao seu favor, Nabucodonosor sabia que, obrigatoriamente,
teria de moldá-los, aculturando-os nas ciências dos caldeus. Porém, muito cedo
os babilônios perceberam que a formação cultural e, sobretudo, religiosa dos
jovens hebreus, era forte. Não seria fácil fazê-los esquecer de suas convicções
de fé. Por isso, Nabucodonosor os submeteu a processo de aculturamento. Para
esta finalidade, o imperador caldeu elaborou um programa cultural que fosse
eficaz na extinção da cultura judaica: Os jovens hebreus participariam da mesa
do rei (1.5). [Comentário: Dn 1.3 Disse o rei a
Aspenaz, chefe dos seus eunucos. Aspenaz figura por nome somente aqui, e não
aparece em nenhum outro trecho do Antigo Testamento. Ele é chamado de outros
modos por seis vezes, por “o eunuco" ou “o chefe dos eunucos”, em Dan.
1.7-11,18. A derivação desse nome é incerta, mas sua versão hebraica parece
significar “narina de cavalo”, por razões desconhecidas. Ele era o chefe dos
eunucos do rei Nabucodonosor. Daniel e seus companheiros foram entregues aos
seus cuidados, e ele lhes trocou os nomes (ver Dan. 1.3,7). O tempo foi cerca
de 604 A. C. A petição de Daniel, no sentido de que não fosse compelido a comer
as provisões enviadas à mesa real, foi aceita favoravelmente, bondade que o
profeta, agradecido, registrou em Dan. 1.16. Os eruditos subentendem do fato
que o homem era o chefe dos eunucos, e Daniel e seus companheiros hebreus
também foram feitos eunucos. Mas esse ponto é disputado. Além disso, o chefe
dos eunucos nem sempre era castrado. Aspenaz tinha o dever de preparar jovens
promissores para o serviço especial ao rei, e Daniel estava entre aqueles que
foram escolhidos para esse mister. Assim da linhagem real como dos nobres.
Quase incidentalmente, aprendemos algo do nascimento real ou nobre de Daniel.
Mas não é dada nenhuma genealogia, o que seria comum, sabendo-se da importância
atribuída à questão pelos hebreus. Quanto a comentários sobre o pano de fundo
de Daniel, ver a seção II da Introdução. Josefo (Antiq. X.10.1) diz-nos que
Daniel e seus companheiros pertenciam à família de Zedequias, mas não sabemos
se essa informação é correta, ou se ele supôs que tal informação fosse correta
devido à declaração deste versículo. Dn 1.4 Jovens sem nenhum defeito, de boa
aparência. Daniel e seus amigos nobres (ou reais) eram espécies físicos
perfeitos. Ademais, embora jovens, eram conhecidos por sua sabedoria e
erudição, pelo que também se distinguiam intelectualmente. Conforme a narrativa
se desdobra, descobrimos que eles eram homens espirituais especiais, que
levavam a sério sua fé religiosa. Portanto, foi apenas natural que tivessem
sido escolhidos pelo rei da Babilônia para receber um treinamento especial, a
fim de que fossem empregados em algum serviço que lhes fosse planejado, em
benefício do império. Essa história me faz lembrar do “dreno de cérebros” em
que os Estados Unidos da América está envolvido. Intelectuais de muitos países,
que ali vão para receber treinamento, terminam ficando no país e servindo a
América do Norte, e não seus próprios países. Notemos que aqueles jovens também
eram “simpáticos”, pelo que os homens bonitos sempre têm alguma vantagem, e
tanto mais quando possuem outras qualidades que acompanham a beleza física.
Para assistirem no palácio do rei. Literalmente, diz o hebraico: “para se porém
de pé perante o rei”. O texto fala em “serviço da corte” (ver I Sam. 16.21; I
Reis 12.6), mesma expressão usada para indicar os atendentes angelicais que
estão de pé na presença de Deus, em Dan. 7.10. Esses homens extraordinários
seriam usados em toda a espécie de serviço divino. E lhes ensinasse a cultura e
a língua dos caldeus. Note o leitor a ênfase sobre a educação e a cultura.
Esses homens bons tornar-se-iam ainda melhores por uma boa educação que
incluiria sério estudo da linguagem. Como eles deveriam servir na Babilônia,
teriam de falar o idioma do lugar. “O programa educacional provavelmente
incluiu o estudo da agricultura, da arquitetura, da astrologia, da astronomia,
das leis, da matemática e da difícil língua acádica” (J. Dwight Pentecost, in
loc.). Nenhum prêmio é oferecido à ignorância. Um pai cuidará para que seus
filhos obtenham uma boa educação. Não basta fazê-los ler a Bíblia. O acádico,
conforme aprendemos em Jer. 5.15, era o neobabilônico. Embora fosse um idioma
semítico, não era entendido pelos judeus. Abraão, naturalmente, veio de Ur,
antiga cidade babilônica. Ver o artigo sobre Babilônia, no Dicionário. Até
mesmo um judeu esperto teria pouco conhecimento em comparação com os homens
bem-educados da Babilônia. Os judeus eram especialistas nos campos da religião
e da literatura, mas pouco sabiam sobre as ciências e seus muitos ramos. CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3373-3374.]
2. O caráter colocado à prova
(1.5-8). Daniel e os seus amigos foram colocados à
prova em uma cultura diferente de uma terra igualmente estranha. A formação
desses jovens chocava-se com a cultura babilônica. Em outras palavras, eles
eram firmes em seu caráter! Em especial, no caso de Daniel, o seu caráter
íntegro tinha a ver com a sua personalidade. Ele assentara em seu coração não
se contaminar com as iguarias do rei que, como se sabe, eram oferecidas aos
deuses de Babilônia. Daniel e os seus companheiros, apesar de serem bem jovens,
demonstraram maturidade suficiente para reconhecer que o exílio babilônico era
fruto do pecado cometido pelo povo de Judá e seus governantes.
O
mundo hoje oferece um banquete vistoso para contaminar os discípulos de Cristo.
Entretanto, devemos nos ater ao exemplo de Daniel e dos seus amigos. Aprendamos
com eles, pois as suas vidas não consistiam em meras tradições religiosas, mas
em uma profunda comunhão com Deus. Eles eram fiéis ao Deus de Israel e
guardavam a sua Palavra no coração para não pecar contra Ele (Sl 119.11). [Comentário:
Essa prova começou com a troca de seus nomes hebreus, os quais
tinham significados especiais de louvor ao Deus de Israel. A Daniel, cujo nome
significa “Deus é meu juiz”, deram-lhe o nome de Beltsazar, nome dedicado ao
deus Bel; a Misael que significa: ’’Quem é como Jeová”?, deram-lhe o nome de
Mesaque, homenagem ao deus “Aku”; a Ananias, cujo nome significa:
“misericordioso é Jeová”, chamaram-lhe Sadraque, em homenagem ao deus Marduc; e
Azarias, chamaram-lhe Abede-Nego, “servo de Nego”. Eram nomes pagãos com o
propósito de apagar o nome de Jeová na formação moral e religiosa desses jovens.
Mas não conseguiram. A fé estava plantada no coração deles. Na verdade, Daniel
e seus amigos foram colocados à prova numa terra estranha, com uma cultura que
se chocava frontalmente com aquela que haviam recebido em Jerusalém. Essa
provação não diminuiu a integridade moral e espiritual da vida desses jovens.
Ora, que significa integridade? Pode-se definir integridade como solidez de
caráter. Pode, também, significar o estado de ser inteiro, ser completo. Na
história do livro, Daniel, em especial, a sua integridade resultava de sua
formação de caráter. Ele assentou em seu coração não se contaminar com as
iguarias da mesa do rei, que acima de tudo, eram iguarias oferecidas aos deuses
do rei Nabucodonosor. Daniel e seus companheiros apesar de serem jovens, ainda
bem novos, tinham a consciência de tudo quanto estavam vivendo naqueles dias,
desterrados e humilhados era consequência do pecado do seu povo e do seu rei e
nada tinha a ver com o Deus de Israel. O mundo de hoje oferece muitas iguarias
mundanas para contaminar os servos de Deus, mas devemos nos exemplificar em
Daniel e seus amigos. A fidelidade ao Deus de Israel e a integridade moral e
espiritual desses jovens demonstraram que, a despeito do pecado do seu rei e do
seu povo, eles permaneciam fiéis a Deus. Aprendemos com Daniel e seus amigos
que a vida espiritual deles não consistia em meras tradições religiosas, mas
consistia numa vida de comunhão com Deus. Eles mantinham a fidelidade ao seu
Deus e guardavam a palavra de Deus no coração para não pecar contra Deus como
viram o seu rei pecar (SI 119.11). Elienai Cabral. Integridade Moral e
Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag.
31-32.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Daniel e
seus amigos tinham um caráter imaculado e não se deixaram seduzir pelas ofertas
malignas de Nabucodonosor.
III. A
ATITUDE DE DANIEL E DE SEUS AMIGOS
1. Uma firme resolução: não se
contaminar (Dn 1.8). Quando Aspenaz, chefe
dos eunucos, recebeu ordens de Nabucodonosor para preparar os jovens hebreus,
ele os reuniu e deu-lhes ordens quanto à dieta diária (1.5). Em seguida,
trocou-lhes os nomes hebreus por outros babilônicos: Daniel foi chamado
“Beltessazar”; Hananias, “Sadraque”; Misael, “Mesaque” e Azarias, “Abede-Nego”.
Porém, cuidadosa e inteligentemente, Daniel propôs outra dieta a Aspenaz e o
convenceu. Como as iguarias do rei da Babilônia eram oferecidas aos deuses,
Daniel e seus amigos não quiseram se contaminar. Essa corajosa atitude
representava muito e tinha um profundo significado na fé de Daniel e dos seus
amigos. Eles sabiam que seriam protegidos do mal! [Comentário: Quando
Aspenaz, chefe dos eunucos recebeu ordens expressas de Nabucodonosor quanto a
preparação daqueles jovens, não discutiria essa determinação palaciana. Reuniu
os jovens hebreus e deu-lhes a ordem (1.5,6). Além da troca de seus nomes para
apagar de vez com os vínculos religiosos que eles mantinham, Aspenaz lhes deu
novos nomes pelos quais eles seriam identificados (Dn 1.7). Mas Daniel, apoiado
por seus companheiros exilados, com atitude inteligente e prudente, convenceu a
Aspenaz a aceitar a proposta de outra dieta alimentar que daria o mesmo
resultado requerido. Daniel e seus amigos, inteligentemente não revelaram as
razões de sua rejeição à dieta da mesa do Rei, mas, na verdade, eles propuseram
entre si não queriam contaminar-se com as iguarias da mesa do rei que eram
oferecidas aos deuses. Essa atitude corajosa de Daniel e seus amigos
representava toda a fé que tinham no seu Deus a quem serviam e sabiam que
seriam guardados do mal. Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O
Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 33.]
2. Daniel, um modelo de
excelência. Mesmo sendo levado muito
jovem para o exílio babilônico, Daniel conhecia verdadeiramente o Deus do seu
povo. Daniel tinha convicção de que alimento algum, por melhor que fosse, teria
mais valor que o relacionamento entre ele e Deus. A exemplo de outros jovens
descritos na Bíblia — Samuel (1Sm 3.1-11), José (Gn 39.2), Davi (1Sm 16.12) e
Timóteo (2Tm 3.15) —, Daniel é um modelo de excelência para a juventude que
busca uma vida de retidão e compromisso com o Evangelho e a sua ética. A
devoção de Daniel é inspiradora para todos que desejam conciliar a vida
cultural, em uma sociedade sem Deus, com uma vida de oração e de compromisso com o
Evangelho (Dn 6.10). [Comentário: Mesmo tendo sido levado
muito jovem para o exílio babilônico, Daniel conhecia a Deus e não o trocaria
por iguaria alguma que lhe fosse oferecida. É um modelo para os jovens (Ec
12.1), como também foram outros jovens na história bíblica como Samuel (1 Sm
3.1-11), José (Gn 39.2), Davi (1 Sm 16.12) e Timóteo (2 Tm 3.15). Durante toda
a sua vida, Daniel foi um exemplo de fidelidade e de oração, pois orava três
vezes ao dia, continuamente (Dn 6.10). Elienai Cabral. Integridade Moral e
Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag.
34.]
3. Daniel: modelo de integridade
x sociedade corrupta. A imponência dos templos
babilônicos, o poder político do Estado e a classe sacerdotal dos caldeus
escondiam o processo de corrupção sistemática que, mais tarde, culminaria na
queda daquele império. Em meio a toda aquela cultura pagã, o jovem Daniel manteve-se
íntegro, crente, honrando a Deus nas atividades políticas e respeitando as
autoridades superiores. Ele cumpriu os deveres esperados de um bom cidadão
babilônico. Todavia, quando Daniel foi desafiado pelos ministros do império a
abandonar a fé, o profeta não se dobrou, antes, continuou perseverante na fé
uma vez dada aos santos. Mesmo que isto custasse a sua integridade física.
Daniel manteve-se fiel! [Comentário: Apesar de todo o esforço
de seus exatores que os trouxeram para uma terra estranha, com costumes e
hábitos, dedicados a outros deuses, Daniel soube, durante toda a sua vida,
manter-se íntegro moral e fisicamente. Embora a tentativa inimiga de apagar e
neutralizar a força de sua fé, o jovens hebreu permaneceu firme e disposto a
não render-se, senão a Deus com sua própria vida. A mudança de nome não o fez
esquecer de sua fé e seu Deus Vivo e Poderoso (Dn 1.6,7). Nas atividades
políticas soube conduzir-se, respeitando as autoridades superiores, sem trair a
sua fé em Deus. Sabia cumprir seus deveres e, quando foi desafiado na sua fé a
deixar de orar, ele não traiu o seu Deus. A superação pela fidelidade a Deus
(1.17) Neste versículo a poderosa mão de Deus dirigiu todo o curso dos
acontecimentos (vv.2, 9) , bem como, a saúde física, o vigor intelectual e a
capacidade de superar inteligências comuns. O texto diz que “Deus lhes deu”
tudo aquilo que os outros príncipes do palácio não tinham. Deus era a fonte de
todo o conhecimento concedido aos jovens hebreus, além da capacidade de
discernir o certo do errado. Mais que a cultura babilônica era a cultura geral
que os jovens hebreus receberam para saber se conduzir no palácio e gozar da
confiança do Rei Nabucodonosor (além disso Daniel recebeu de Deus revelação de
sonhos e visões - capacidade espiritual). (1.18-20) Os jovens hebreus
demonstraram a Nabucodonosor serem “dez vezes mais doutos que os demais”
(v.20). Na realidade, essa constatação do Rei demonstrou a sua admiração por
esses jovens. Mas havia em tudo isso, o dedo de Deus dirigindo a vida desses hebreus,
de modo a que seu nome fosse glorificado diante da glória efêmera de
Nabucodonosor. “E Daniel permaneceu até ao primeiro ano do rei Ciro” (1.21). É
interessante notar que esse capítulo tem um caráter histórico no qual o autor
relata os aspectos principais dessa história. O reinado do rei Ciro, da Pérsia,
conhecido como “o Grande”, é um vislumbre do futuro de 70 anos depois de
Nabucodonosor. Ciro conquistou a Babilônia em 539 a.C. De sua juventude quando
foi exilado para a Babilônia por Nabucodonosor haviam se passado 70 anos e
Daniel já era de aproximadamente 85 anos quando os persas conquistaram a
Babilônia. Os capítulos 5 e 6 do livro retratam esse tempo. “e Daniel
permaneceu até...” (1.21). Por um desígnio de Deus, Daniel permaneceu como
oficial do império de Nabucodonosor até Ciro da Pérsia durante todos esses anos
do cativeiro de 70 anos dos judeus em terra estrangeira, porque estava predito
em profecias, especialmente, de Jeremias. Nestes 70 anos de cativeiro,
Jerusalém foi invadida e saqueada da sua riqueza. Houve deportação em massa dos
judeus e tudo isso porque “Joaquim, rei de Judá, fez o que era mau aos olhos do
Senhor” (2 Rs 24.8,9). Elienai Cabral. Integridade Moral e Espiritual. O
Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag. 34-36.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Daniel
estava no exílio, mas seu relacionamento com Deus não foi afetado. Ele
manteve-se fiel ao Senhor e às suas leis.
CONCLUSÃO
Como preservar um caráter puro
em meio a uma sociedade corrompida? Esta pergunta pode ser respondida à luz da
vida de Daniel e seus amigos. Elas estimulam-nos a ver a vida com o olhar de
Deus, o nosso Pai. Fomos chamados por Deus a ser sal da terra e luz deste
mundo. Para isso, precisamos guardar o nosso coração e viver uma vida de
comunhão com Deus. Testemunhando o Evangelho para todos quantos necessitam
desta verdade libertadora. [Comentário: Nossos
dias em nada diferem daqueles vividos por Daniel e seus amigos. Presenciamos
uma crise de integridade na família, nas instituições públicas, na educação, na
política e a igreja, conseqüentemente, acaba envolvida. A integridade anda
ausente não só no meio político, mas fecharam a porta para ela também nos
tribunais e em grandes denominações evangélicas. Nossos dias apresentam
questionamentos dos absolutos morais, dos critérios da verdade. O Ver Hernandes
Dias Lopes citando Gene Edward Veith, diz: “O que nós temos hoje não é apenas
um comportamento imoral, mas uma perda de critérios morais”. Davi expressa essa
angústia, quando pergunta: “Quando os fundamentos são destruídos, que pode
fazer o justo?” (SI 11.3) LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no
céu. Editora Hagnos. pag. 13-14. Daniel e seus amigos são exemplos fortes
que precisamos para enfrentar este momento - Daniel viveu num tempo em que a
verdade estava sendo pisada, os valores morais estavam sendo escarnecidos e a
religião tinha perdido sua integridade. Que o Eterno se compadeça de Sua
Igreja!]
“NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I
Subsídio
Bibliológico
“Que
tivessem habilidade para viver no palácio do rei
Quando Deus permitiu a
Nabucodonosor a vitória sobre Jeoaquim em 605 a.C., o monarca babilônico levou
alguns vasos do templo e também alguns escolhidos dentre os príncipes e nobres.
Depois da destruição de Nínive, sete anos antes, o império babilônico começou a
crescer tão rapidamente que não dispunha de números suficientes de babilônios
cultos para a cúpula governamental. Por isso, Nabucodonosor levou para a
Babilônia jovens saudáveis de boa aparência e de alto nível cultural a fim de
ensinar-lhes a cultura e a língua dos caldeus e, assim, torná-los úteis no
serviço real. Entre eles estavam Daniel e seus três amigos” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.1244).
AUXÍLIO
BIBLIOGRÁFICO II
Subsídio
Bibliológico
“Jovens
de Caráter (1.6-16)
Os
quatro heróis de Daniel se sobressaíram entre todos os vencedores do rigoroso
exame. Esses pertenciam aos filhos de Judá e tinham a reputação de serem da
linhagem de Davi. Eles eram Daniel, Hananias, Misael e Azarias. Esses quatro
jovens de Judá, por intermédio dos seus nomes, testemunhavam do único e
verdadeiro Deus. Quaisquer que tivessem sido as limitações do seu ambiente
religioso em Judá, seus pais lhe deram nomes que serviam de testemunho ao Deus
que serviam: Daniel significava: ‘Deus é meu juiz’; Hananias significava: ‘O
Senhor tem sido gracioso ou bondoso’; Misael significava: ‘Ele é alguém que vem
de Deus’ e Azarias declarava: ‘O Senhor é meu Ajudador’. A continuação da
história claramente indica que, embora outros pais em Judá pudessem ter falhado
em relação à educação dos seus filhos, os pais desses meninos tinham dado a
eles uma base sólida em relação às convicções e responsabilidades dignas dos
seus nomes. Seu treinamento piedoso havia cultivado profundas raízes de
caráter” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 4. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005,
p.503).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
A firmeza do caráter moral e
espiritual de Daniel
Quem era o jovem Daniel? Quem
eram Hananias, Misael e Azarias, seus amigos? O livro de Daniel inicia a
história desses jovens situando-os no processo de deportação de Jerusalém para
a Babilônia de Nabudonosor. A respeito desses quatro jovens, a Bíblia descreve
cinco características importantes: Eram “de linhagem real, dos nobres”; “sem
defeito algum”; “formosos de aparência”; “instruídos em toda a sabedoria”;
“sábios em ciência”.
A identidade dos quatro jovens
Flávio Josefo, historiador judeu
de linhagem sacerdotal (37-103 d.C), em sua célebre obra, História dos Hebreus,
editada pela CPAD, confirma a linhagem real e nobre de Daniel e dos seus três
amigos: “Dentre todos os filhos da nação judaica, parentes do rei Zedequias e
outros de origem mais ilustre, Nabucodonosor escolheu os que eram mais
perfeitos e competentes”. Outro apontamento de Josefo chama-nos a atenção:
“Dentre os moços que eram parentes de Zedequias, havia quatro perfeitamente
honestos e inteligentes: Daniel, Hananias, Misael e Azarias”. Tanto pela Bíblia
quanto por fonte extra, está claro que esses jovens pertenciam à realeza e à
nobreza de Israel. Ambos eram parentes do rei Zedequias. Entretanto, as
características mais importantes destacadas pela Bíblia e, igualmente por
Josefo, eram a honestidade, firmeza e integridade no caráter.
Educados na Lei de Deus, os
jovens levavam a sério a ética social da Torá na cultura paganizada da
Babilônia. Prova disso foi a tentativa de Nabudonosor em apagar a identidade
social e religiosa deles. Ele trocou os nomes dos rapazes para nomenclaturas
pagãs: a Daniel deu o nome de Beltessazar; Hananias o chamou Sadraque; a Misael,
Mesaque; a Azarias, Abede-Nego.
A firmeza do caráter
Frequentemente, o termo caráter
é conceituado como um tipo ou sinal convencionado numa sociedade. Refere-se à
índole, ao temperamento e a forma moral. A família, a escola e a religião de um
grupo social contribuem para formar o caráter de uma pessoa.
Ao impor a troca dos nomes de
Daniel e os seus três amigos o rei Nabucodonosor estava “mudando” a identidade
deles, tanto cultural quanto religiosa, advinda da Lei de Deus. Mas o que
fizeram os jovens rapazes? Resistiram sabiamente, propondo outra estratégia
para viverem no palácio da Babilônia sem desonrar a Deus e conservando a
integridade de caráter herdado do seu povo.
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