sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

LIÇÃO 3 - AS PRAGAS DIVINAS E AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARAÓ







SUBSÍDIO I


Faraó era autoridade máxima, governante orgulhoso e confiante, não precisava prestar contas a ninguém, era reverenciado como um deus entre seus súditos. Desde a juventude era acostumado a ter suas vontades realizadas. Era um ditador que governava pela força e pela intimidação. Custou a reconhecer a autoridade divina orientando os passos de Moisés e Arão, não era fácil abrir mão de seu controle de modo voluntário - ainda mais aos hebreus escravos. Não tinha intenção alguma de ser desacreditado e nem perder a mão-de-obra gratuita do povo hebreu no Egito, pois sabia que isso ameaçaria a economia de seu país e sua estabilidade no trono. Então demonstrou toda sua perversidade ao não permitir que os descendentes de Abraão fossem libertos da escravidão. Por causa de seu comportamento hostil, Deus enviou dez pragas à nação egípcia que arrasaram toda a nação (Êxodo 3.18-20).

As dez pragas:

A água vira sangue: Êxodo 7.14-15. Tinha como objetivo forçar o rei a liberar os israelitas de seu país (6.1). O rio Nilo, visto como fonte de prosperidade do Egito, era considerado como um deus. Com isso o Deus de Israel provou que era mais poderoso: Salmo 78.44; 105.29.

Rãs: Êxodo 8.1-15. Os mágicos imitaram a ação de Arão e também atraíram rãs sobre a terra do Egito. O Salmo 78.45b e 105.30 aborda este fato.

Piolhos: Êxodo 16-19. Os mágicos do Egito fracassam ao tentar repetir o que Arão fez com seu bastão, ao atrair os piolhos. Ver Salmo 105.31.

Moscas: Êxodo 8.20-31. Durante a infestação dos insetos, Faraó pensa em libertar o povo hebreu mas volta atrás em sua decisão, os israelitas não são perturbados pelas moscas (versículos 22, 23). Salmos: 78.45a; 105.31.

Morte dos animais: Êxodo 9.1-7. Os animais dos egípcios são mortos e a criação dos israelitas é poupada. Apesar desse sinal divino Faraó permanece teimando contra a ordem divina de deixar o povo de Deus sair do Egito.

Tumores: Êxodo 9.8-12. ;Até os mágicos do Egito são afetados por tumores (verso 11). A primeira taça da ira de Deus relatada no Livro do Apocalipse, 16.12,  faz lembrar este episódio.

Chuva de pedras: Êxodo 9.13-36.  Esta chuva parece ser uma das piores entre as dez pragas, e o rei demonstra deixar o povo partir do Egito, mas volta atrás na decisão. Gosém, localidade em que os israelitas estavam concentrados não é atingida pelas pedras (versículo 26) . Veja: Salmo 78.47-48; 105.32-33.

Gafanhotos: Êxodo 10.1-20. Esta praga destrói toda a vegetação e todas as árvores do Egito, o rei declara estar disposto a deixar apenas os homens saírem do Egito e outra vez endurece seu coração (versículo 11). Salmos 78.46; 105.34-35.

Escuridão: Êxodo 10.21-29. A praga da escuridão surge sem que Faraó seja avisado. Salmo 105.28.

Morte dos primeiros filhos dos egípcios: Êxodo 11.1-10; 29-36. Moisés e Arão avisam o rei sobre a chegada desta praga, que é a maior de todas. Os israelitas não são atingidos em suas famílias. E mais uma vez o rei não deixa o povo hebreu seguir seu caminho rumo à Terra Prometida.

O propósito do Senhor ao enviar as pragas era promover o julgamento às decisões cruéis do monarca e contra o culto idólatra. Cada praga enviada ao Egito estava relacionada a uma falsa divindade adorada pelos egípcios. Por meio de flagelos Deus mostrava que os deuses falsos eram nada, expunha claramente a inutilidade de cultuá-los e forçava a todos a reconhecer a operação de um poder maior. Algumas pragas afetaram diretamente o povo: os tumores e picadas de insetos; outras danos econômicos: perda do rebanho e colheitas; mas o maior dano ocorreu no sistema religioso, pois demonstrou a superioridade do Deus de Israel perante Faraó e os falsos deuses do Egito.

Quando Faraó percebeu que não era possível impedir a saída dos judeus, tentou iludi-los com falsas promessas. A partir da praga das rãs Faraó passou a fazer propostas astuciosas a Moisés e Arão.

As sugestões de Faraó eram todas no sentido de que houvesse obediência a Deus de maneira incompleta:

1ª - "Ide e sacrificai ao vosso Deus nesta terra" (Êxodo 8.25). Faraó pretendia que os hebreus cultuassem ao Senhor em meio aos cultos idólatras. Isto significava que eles poderiam praticar a religião, mas também que viveriam sem santidade. Para Deus seria considerado uma abominação não haver a separação total do mal, porque Ele requer santidade ao seu povo.

2ª - "Somente que indo, não vades longe(Êxodo 8.28). A ideia de Faraó era que ele fosse visto como alguém que permitia aos judeus cultuar a Deus, mas que a saída fosse apenas uma separação parcial entre egípcios e hebreus. Poderiam separar-se, mas não muito. Se eles não se afastassem muito, se mantivessem perto do Egito, o rompimento não seria completo e Faraó teria a possibilidade de tentar futuramente controlar suas vidas outra vez.

3ª -  "Deixai ir os homens" (Êxodo 10.7). Deus não deseja a desunião da família. O povo de Israel vivia no Egito organizado em grupos familiares (Êxodo 6.14, 15, 17-19). Faraó quis fragilizar as famílias ao propor que pais e maridos se separassem de suas esposas e filhas, e que os rapazes hebreus crescessem distantes das garotas hebreias. Caso conseguisse romper a união conjugal dos hebreus, provocaria o fim de lares abençoados pelo Criador, pois os maridos solitários buscariam relações extraconjugais com mulheres de nações pagãs, e as esposas hebreias com os homens do Egito, além disso os jovens se casariam com incrédulos e não entre seus próprio povo.

4ª - "Ide, servi ao Senhor; somente fique ovelhas e vacas" (Êxodo 10.24). A solicitação não estava apenas visando o negócio material. Ao judeu, ovelhas e vacas eram animais adequados para prestação de culto, portanto se a proposta fosse aceita os judeus esfriariam em sua religiosidade, deixariam de cultuar ao Criador, e após o esfriamento tenderiam a não mais querer obedecer a Deus e voltariam aos poucos a vida no Egito (1 Pedro 2.25; Hebreus 13.15-16).

Conclusão

Na condição de salvos em Cristo, através da fé em Deus, temos condições plenas de vencer o diabo em suas astutas investidas contra nós para nos fazer cair. É preciso viver separado do curso deste mundo, disposto a viver o autêntico cristianismo, que pratica a vontade divina através das diretrizes do Evangelho. Quem serve ao Senhor precisa ter disposição séria de praticar a doutrina de Cristo, querer aproximar-se de Deus através do compromisso de uma vida realmente consagrada.

Faraó é uma figura de Satanás tentando retirar o cristão do caminho do Senhor. Vivemos em tempos trabalhosos, devemos estar atentos para usar o discernimento espiritual e negar as muitas propostas diabólicas oferecidas para a Igreja.

Nos dias atuais os cristãos precisam estar atentos à filosofia do ecumenismo, que apregoa misturar todos os cultos religiosos a adoração a Deus e a adoração aos falsos deuses. Tal proposta é apresentada em nome de uma paz que não é a paz que Cristo tem para nos dar. "Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada (...) Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim" - Mateus 10.34, 37-38.

O mundanismo não pode influenciar o cristão, pois a amizade com o mundo se configura em infidelidade e inimizade contra Deus. Não existe cristianismo sem comprometimento com Deus e com a prática da mensagem da cruz (Tiago 4.4-5; 1 João 2.15).

É importante para as crianças haver pai e mãe presentes na vida delas, orientando-as a crescerem amando a Deus, instruindo-as a estabelecer casamentos que não represente jugo desigual com incrédulos.

Universalmente, a família é a unidade básica da sociedade humana. Deus é o autor do casamento e das famílias. Através da fé em Cristo nos lares e da coesão familiar, o Senhor abençoa toda a humanidade. Quando pai e mãe são ausentes da vida de seus filhos é mais fácil ao diabo atacar o seio familiar. Portanto, o cristão precisa zelar para que seus lares possuam o governo de casais unidos e em concordância com as diretrizes bíblicas, para que assim gere proteção e provisão aos filhos e consequentemente sejam um polo abençoador na sociedade.


ELIZEU GOMES

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