SUBSÍDIO I
O
LIVRO DE ÊXODO E O CATIVEIRO DE ISRAEL NO EGITO
INTRODUÇÃO
Êxodo é o segundo livro do Antigo Testamento, parte
dos cinco primeiros livros denominados de Pentateuco (que significa tomos de
cinco volumes em grego). Em hebraico, esses livros são conhecidos como Torah
(lei ou instrução). É esse livro, cujo significado é “partida”, em alusão à
saída do povo de hebreu do Egito, que estudaremos nas próximas lições. Na aula
de hoje trataremos de contextualizar esse livro, ressaltando sua autoria, data
e estrutura. Ao final destacaremos a pessoa de Cristo, como Aquele que é maior
do que Moisés.
1. AUTORIA,
DATA E PROPÓSITO
O autor do livro de Êxodo, escrito entre 1450 e
1410 a. C., é o mesmo que escreveu o Pentateuco. A tradição atribui esses
livros à pena de Moisés, ainda que não haja uma referência explicita no texto. Mas
é válido destacar que nos tempos de Josué (Js. 8.31-35) Moisés já era
reconhecido como seu autor, o que fora confirmado por Jesus (Mc. 12.46). Há
evidências internas no livro que apontam para a autoria mosaica, indicando que
o autor fora testemunha ocular de alguns fatos (Ex. 2.12; 9.31,32; 15.57). O
livro pode ser categorizado como uma narrativa histórica, por tratar a respeito
de eventos que se desenvolveram no princípio da história nacional de Israel.
Como história, o livro de Êxodo aborda aspectos específicos do povo de Israel,
ressaltando a aliança desse povo com Deus. O enfoque principal do livro está no
cumprimento das promessas do Senhor em relação a Israel. O contexto é de
opressão, pois os filhos de Jacó tinham se multiplicado, incomodado ao novo Faraó,
que não tinha mais compromisso com José (Ex. 1.1.-8). A primeira parte do livro
trata sobre a revelação de Deus a Abraão de que o povo seria oprimido em uma
terra estrangeira por um período de 400 anos, até retornar à terra prometida
por Deus (Gn. 15.13-14). A segunda parte do livro mostra a revelação da aliança
de Israel com Deus, após o rompimento do pacto (Ex. 19.14; 32-34; 35-40), além
de apresentar instruções, através de Moisés, no Monte Sinai (Ex. 20-23; 25-31)
para todo povo. O tema principal do Êxodo é mostrar o cumprimento das promessas
de Deus aos patriarcas de que ele faria deles uma grande nação. Isso
aconteceria apesar da potência egípcia daquele tempo, e até mesmo da
incredulidade do povo israelita. Muito embora Moisés seja considerado a figura
central do livro de Êxodo, é a providência divina que o conduz ao longo da
jornada de fé e coragem. O Deus de Israel é quem dá instruções precisas a esse
homem para cumprir Seus desígnios. O livro apresenta a seguinte organização: 1.
Opressão dos Hebreus no Egito (Ex. 1.1-11.10); 2. Livramento dos Hebreus do
Egito (Ex. 12.1-13.16); 3. Ensinamento a Israel no Caminho do Sinai (Ex.
15.22-19.2); 4. O Pacto de Deus com Israel no Monte Sinai (Ex. 19.3-24.18); e
5. Normas de Adoração a Deus por Israel, no Monte Sinai (Ex. 35.1-40.38). Os
versículos-chave se encontram em Ex. 3.7,10, no qual o Senhor responde ao
clamor do povo por libertação.
2. O PAPEL
DE MOISÉS NO LIVRO DE ÊXODO
O nome Moisés quer dizer “retirado das águas” (Ex.
2.10), e mais precisamente, em egípcio, “filho” ou “criança”. É
reconhecidamente o grande legislador dos hebreus, filho de Anrão e Joquebede,
da tribo de Levi. Moisés nasceu no tempo em que o Faraó do Egito tinha
resolvido eliminar todas as crianças do sexo masculino das famílias hebreias
(Ex. 2.1-4; 6.20; At. 7.20; Hb. 11.23). Para preservar a vida do seu filho,
Joquebede tomou a iniciativa de colocá-lo em um cesto de junco, às margens do
Nilo, sendo salvo pela filha de Faraó, que lhe deu o nome de Moisés, educando-o
como filho adotivo, sendo este instruído em toda ciência dos egípcios (Ex.
2.5-10; At. 7.21,22). Ainda que Moisés tenha tido um preparo profissional no
Egito, sendo levado ao palácio (Ex. 2.10), e frequentado o maiores centos de
estudos egípcios (Ex. 3.9,10), fez prevalecer as orientações que recebera da
sua mãe, que trabalhara como escrava-ama para cuidar dele, sustentada pela
filha do Faraó (At. 7.22). Por isso quando mais velho, Moisés testemunhou um
ato de agressão contra um escravo hebreu. Nesse momento, resolveu intervir,
identificando-se com aquele homem. Nesse ato, Moisés matou o soldado egípcio
que agredia o escravo hebreu, enterrando seu corpo na areia. Mas alguém que
testemunhou aquele assassinato o denunciou perante as autoridades egípcias.
Para escapar da punição, Moisés fugiu para as terras de Midian, onde se casou
com Zípora, filha de Jetro, chefe dos sacerdotes das tribos midianitas,
passando a pastorear suas ovelhas (Ex. 2.11-21; At. 7.29). Durante o período em
que pastoreava as ovelhas do seu sogro, Moisés, que conhecia o Deus de Israel por
ouvir falar, teve um encontro pessoal com Ele, diante de uma sarça ardente (Ex.
3.1-14). Esse encontro modificou radicalmente a vida de Moises, nos primeiros
anos de estudo no Egito fora instruído para ser alguém, durante o período em
que esteve no deserto, percebeu que não era ninguém, somente depois desse
encontro, percebeu que Deus era tudo.
3. JESUS,
MAIOR DO QUE MOISÉS
Nos tempos de Moisés o povo de Israel estava
debaixo do jugo opressor dos egípcios, que clamava por um libertador. A
condição humana é muito pior, pois as pessoas não estão apenas debaixo da
tortura de uma nação, mas do próprio pecado. Por esse motivo, a necessidade
premente do ser humano não é de um libertador nacional, mas primordialmente
espiritual. Jesus, nesse sentido, é maior do que Moisés (Hb. 3.1-6), pois o
centro da nossa confissão de fé está fundamentada nEle. Moisés cumpriu aquilo
que lhe dizia respeito em relação à nação israelita, libertando-a do cativeiro
egípcio, mas Jesus foi além disso, sendo o Filho de Deus, estabeleceu uma nova
aliança. Todos aqueles que estão em Cristo, na atual dispensação, foram
firmados em uma promessa eterna (Mt. 10.22; Lc. 8.15; Jo. 8.31; 15.4-6). Nossa
confiança deve ser depositada não apenas naquilo que Moisés disse, mas no que
fora reafirmado por Jesus, como o Filho enviado pelo Pai (I Ts. 5.24; Jd.
24,25). A esperança do crente é Cristo (Hb. 3.16), que realizou uma obra
salvifíca (Rm. 5.1,2), para todos aqueles que nEle creem (Jo. 3.16). Por meio
de Cristo Deus estabeleceu um novo e vivo caminho (Hb. 10.20), firmado sobre
Sua palavra (Hb 4.12), portanto, devemos nEle crer, para a vida eterna, caso
contrário, seremos conduzidos à morte (Hb. 2.14,15; 3.17). É possível
estabelecer uma comparação entre Moisés e Jesus, destacando a superioridade
deste em relação àquele. Na verdade, na nova aliança, Jesus se sobrepõe a
Moisés, tendo em vista ser Jesus o profeta a respeito do qual falou o próprio
Moisés vaticinou (Dt.18.15-18). Isso porque Jesus é a expressão maior do Pai,
nEle o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade
(Jo. 1.1,14,18). Somente Ele poderia dizer que quem O visse estaria vendo o
próprio Pai, destacando, assim, a plenitude da Sua revelação (Jo. 14.9; Hb.
1.1,2).
CONCLUSÃO
O estudo do livro do Êxodo nos revelará, nas
próximas lições, o valor da liberdade, principalmente em seu aspecto redentor.
O bem mais precioso da humanidade é a liberdade, não por acaso existe uma
estátua a ela dedicada nos Estados Unidos. Moisés foi o homem usado por Deus
para libertar o povo de Israel do cativeiro egípcio. Maior do que ele é Cristo,
Aquele que é o Grande Libertador, que tira o homem do pecado, e o conduz à vida
eterna (Jo. 8.36).
Extraído do Blog: subsidioebd.
1º Trimestre de 2014
Lição 1
O Livro de Êxodo e o cativeiro de Israel no Egito
5 de Janeiro de 2014
TEXTO ÁUREO
“E
José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente, vos visitará Deus, e
fareis transportar os meus ossos daqui” (Gn
50.25).
- Gênesis termina
com o isolamento de Israel no Egito, onde Deus poderia purificar e formar seu
povo. O pedido de José indica sua fé de que Israel, por fim, ocuparia a terra
da Promessa. Seu pedido foi cumprido por Moisés (Êx 13.19).
VERDADE PRÁTICA
Os propósitos de Deus
são imutáveis e se cumprirão no tempo determinado por Ele.
HINOS SUGERIDOS
33,
42, 46.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Gn 50.25
José não se esqueceu da promessa
Terça - Êx 1.7
O crescimento dos hebreus no Egito
Quarta - Êx 1.11
A aflição dos hebreus
Quinta - Êx 1.13,14
A opressão do Povo Escolhido
Sexta - Jr 33.3
Deus atende ao clamor do seu povo
Sábado - Jó 42.2
Os propósitos do Senhor jamais serão
frustrados
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Êxodo 1.1-14.
1 - Estes,
pois, são os nomes dos filhos de Israel, que entraram no Egito com Jacó; cada
um entrou com sua casa:
2 - Rúben,
Si meão, Levi e Judá;
3 - Issacar,
Zebulom e Benjamim;
4 - Dã,
Naftali, Cade e Aser.
5 - Todas
as almas, pois, que descenderam de Jacó foram setenta almas; José, porém,
estava no Egito.
6 - Sendo,
pois, José falecido, e todos os seus irmãos, e toda aquela geração,
7 - os
filhos de Israel frutificaram, e aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram
fortalecidos grandemente; de maneira que a terra se encheu deles.
8 - Depois,
levantou-se um novo rei sobre o Egito, que não conhecera a José,
9 - o
qual disse ao seu povo: Eis que o povo dos filhos de Israel é muito e mais
poderoso do que nós.
10 - Eia, usemos sabiamente para com ele, para
que não se multiplique, e aconteça que, vindo guerra, ele também se ajunte com
os nossos inimigos, e peleje contra nós, e suba da terra.
11 - E os egípcios puseram sobre eles maiorais
de tributos, para os afligirem com suas cargas. E edificaram a Faraó cidades de
tesouros, Pitom e Ramessés.
12 - Mas, quanto mais os afligiam, tanto mais
se multiplicavam e tanto mais cresciam; de maneira que se enfadavam por causa
dos filhos de Israel.
13 - E os egípcios faziam servir os filhos de
Israel com dureza;
14 - assim, lhes fizeram amargar a vida com
dura servidão, em barro e em tijolos, e com todo o trabalho no campo, com todo
o seu serviço, em que os serviam com dureza.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
·
Ressaltar
os aspectos principais do livro de Êxodo.
·
Delinear
os aspectos biográficos de Moisés.
·
Saber
que o zelo precipitado de Moisés e sua fuga não impediram os propósitos divinos
em sua vida.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra
Chave
Cativeiro: Escravidão,
servidão dos hebreus pelos egípcios.
Neste
trimestre estudaremos o segundo livro das Escrituras Sagradas, Êxodo. Nesta
primeira lição, destacamos a aflição pela qual o povo hebreu passou no Egito
por 430 anos. O povo escolhido do Senhor foi cruelmente oprimido por Faraó.
Porém, Deus jamais se esquece das suas promessas. Ele vela por sua Palavra.
Diante das atrocidades cometidas por Faraó, os israelitas clamaram a Deus. O
Senhor ouviu a aflição do seu povo e enviou um libertador para redimi-los.
Veremos ao longo das lições que o livro de Êxodo é o livro da redenção efetuada
pelo Senhor. [Comentário:
Iniciamos 2014 com um trimestre “bíblico”, estudando um livro das Escrituras
Sagradas: Êxodo, o segundo livro da Bíblia, um dos livros da lei, o segundo
livro do Pentateuco, escrito por Moisés, que os juDeus chamam de “Torá”. O que
viria a ser a nação de Israel começou com a descida de Jacó e seus filhos,
conforme a ordem de Gênesis 35.23-26. O número “70” concorda com o registro de
Gênesis 46.27 e pode significar a totalidade dos que desceram ao Egito, também
apresenta um contraste com a vasta população que será descrita em Êxodo. José
se vai, seus feitos são esquecidos, um novo Faraó se levanta - talvez Amósis
(1570-1546 a.C.). Foi este Faraó que uniu o Egito ao derrotar os hicsos, povo
semita que invadiu e dominou o Egito por 150 anos. Mas, a opressão aos juDeus
pode ter iniciado antes dele, sob um governador hicso, e talvez, essa origem
comum aos juDeus e hicsos, tenha sido o estopim para o início da opressão. Ora,
dessa forma, no “cadinho”, onde Deus poderia purificar e formar seu povo, sua
nação peculiar dentre os demais povos da Terra. Daquelas setenta almas que
foram para o Egito nos dias de José (Êx 1.7), já havia um povo com seiscentos
mil homens aptos para a guerra, fora as mulheres e crianças (Êx 12.37). Já era,
portanto, o início de uma nação, com uma cultura e um modo peculiar de vida, moldados
pela Lei recebida por intermédio de Moisés, uma propriedade peculiar de Deus
entre as nações (Êx 19.5,6).]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. O LIVRO DE ÊXODO
1.
Seu propósito. O vocábulo êxodo significa saída. O livro de
Êxodo foi escrito por Moisés e, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal,
foi “escrito para que tivéssemos um registro permanente dos atos históricos e
redentores de Deus, pelos quais Israel foi liberto do Egito”. Este livro figura
a redenção. Segundo o Dicionário Wycliffe, “o conceito de
libertação da morte, da escravidão e da idolatria é encontrado ao longo de todo
o livro”. [Comentário: Do hebraico "Shiemot"(שמות ), traduzido por
"nome", palavra com que se
inicia a narrativa do livro (Êx 1.1: "Estes
são pois os nomes dos filhos de Israel, que entraram no Egito com Jacó; cada um
entrou com sua casa"). A Septuaginta, tradução das Escrituras para o
grego, chama-o de "Êxodo" (Saída), fazendo menção à mensagem
principal do livro - a libertação do povo de Israel do cativeiro Egípcio, ou
seja, a sua "saída" do Egito. Por meio da apresentação que Deus faz
de si mesmo, o Livro de Êxodo mostra que o Senhor merece a confiança e a obediência
de seu povo. Deus libertou Israel do Egito, sustentou o povo no deserto,
perdoou e fez com eles uma aliança de que seriam uma nação diferente, tendo o
Senhor como o seu Deus].
2.
A escravidão. O livro de Êxodo foi escrito entre 1450 e
1410 a.C. Nesse livro vemos como os hebreus foram duramente afligidos por Faraó
(Êx 1.14). Como escapar de tão grande opressão? Para os israelitas seria
impossível. Somente Deus poderia resgatá-los e libertá-los do jugo do inimigo.
Somente o Pai também poderia ter nos resgatado do pecado e do mundo. Cristo
morreu na cruz para nos libertar do poder do pecado. Ele morreu em nosso lugar.
[Comentário: Êxodo faz uma breve referência a eventos anteriores
(Jacó e José no Egito) e às últimas viagens dos israelitas ao Egito (Êx 1.5,6;
16.35; 40.36-38). Também descreve a opressão sofrida pelos israelitas no Egito,
mas a maior parte do livro é dedicada ao período que vai do nascimento de
Moisés (perto de 1526 a.C.) até a dedicação do Tabernáculo (1445 a.C.), cuja
duração é de oitenta e um anos. Moisés deve ter iniciado sua escrita quando os
israelitas estavam acampados no monte Sinai (cerca de 1445 a.C.) e completado o
livro antes de sua morte em 1406 a.C. Um fato importante de nota é que o
período em que Israel ficou no Egito não foi todo ele um período de escravidão,
de cativeiro. Até a subida ao poder deste “novo Faraó”, Israel vivia
regaladamente no Egito, tendo grande progresso tanto quantitativo quanto
qualitativo. Esta opressão foi necessária para que suscitasse nos israelitas o desejo
de retornar para Canaã, de conquistar a Terra Prometida. O Egito foi terra
fértil, havia grande prosperidade, assim, jamais Israel quereria ver o
cumprimento da promessa de Abraão. Deus age assim ainda em nossos dias, as
aflições deste mundo (Jo 16.33), servem de elemento propulsor para que
desejemos morar na pátria celestial].
3.
Clamor por libertação. O povo hebreu, ao ser
cruelmente oprimido pelos egípcios, em grande angústia clamou ao Senhor, e a
Palavra de Deus nos diz que ouviu o Senhor o gemido do seu povo (Êx 2.24). Não
desanime! O Senhor ouve suas súplicas e está atento às suas dores. Deus já
estava providenciando um libertador para o seu povo. Como nos ensina a Verdade
Prática desta lição: “Os propósitos de Deus são imutáveis e se cumprirão no
tempo determinado por Ele”. [Comentário: O clamor
angustiado de Israel foi equilibrado por uma quádrupla resposta de Deus. Deus “ouvindo”,
“lembrou-se”, “viu” e “atentou” (2.24,25). Esse sumário
prepara-nos para a chamada de Moisés e sublinha o tema do livro sobre a
fidelidade divina às promessas da aliança. Deus havia prometido que os
descendentes de Abraão, Isaque e Jacó se tornariam uma grande nação e
possuiriam a terra de Canaã. Ele se lembrou da aliança no sentido de que atua
conforme a promessa que fez (Êx 20.8; Lv 26.42; Nm 15.39). Os versículos 23 a
25 apresentam o pano de fundo para o encontro que começa no capítulo 3].
SINOPSE
DO TÓPICO (I)
Moisés
é o autor do livro de Êxodo e, segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, ele foi
“escrito para que tivéssemos um registro permanente dos atos históricos e
redentores de Deus, pelos quais Israel foi liberto do Egito”.
II. O NASCIMENTO DE MOISÉS
1. Os israelitas no Egito. Eles
“frutificaram, aumentaram muito, e multiplicaram-se, e foram fortalecidos
grandemente, e a terra se encheu deles”. Estas mesmas bênçãos Deus têm hoje
para a sua igreja. Observe com atenção as seguintes palavras do texto bíblico
de Êxodo 1.7:
a) Frutificaram, aumentaram muito, multiplicaram-se (At
9.31; Lc 14.22,23). Este foi um crescimento vertiginoso. Que Deus nos faça
crescer na igreja em quantidade e qualidade. [Comentário:
A ênfase sobre o crescimento dos israelitas relembra as bênçãos e instruções de
Deus - “sede fecundos, multiplicai-vos” - dadas na criação, depois do dilúvio e
a Jacó (Gn 1.28; 9.1,7; 35.11)]
b) “Fortalecidos grandemente”. Na
esfera espiritual, uma igreja deve sempre fortalecer-se em Cristo (1Pe 5.10; Fp
4.13). Lembremo-nos sempre de que a nossa fonte suprema e abundante de poder é
o Espírito Santo (Ef 3.16; Zc 4.6).
c) “A terra se encheu deles”. A
igreja precisa se encher não só em determinado distrito, município, estado,
região, país e continente, mas em todo o mundo (Mc 16.15; At 1.8).
[Comentário: Vendo Faraó que, apesar de toda a opressão, o
crescimento do povo permanecia, resolveu elaborar um novo plano para conter seu
crescimento e fortalecimento e, assim, ordenou que as parteiras matassem todos
os filhos homens dos israelitas, deixando viver somente as mulheres, a fim de
eliminar qualquer ameaça militar. É interessante frisar que, numa cultura onde
dar nome a uma pessoa e preservá-lo era muito importante, as parteiras são
citadas nominalmente, Sifrá e Puá, mas não o rei do Egito que impetrou a ordem
nefasta. Essas mulheres desempenharam com fidelidade um papel vital no plano de
Deus! Notemos também que, quem dá o crescimento é Deus. Nós, a exemplo daquela
parteiras, devemos ser tementes à Deus, observar seus preceitos e confiar, Ele
dará o crescimento. Sifrá significa “esplendor”
e Puá, “luz”. Oxalá sejamos realmente
“luz do mundo”, como nos determinou o Senhor Jesus, e mostremos o esplendor”da
glória de Deus através de nossa conduta cristã].
2. Um bebê é salvo da morte. Preocupado
com o crescimento dos hebreus, Faraó deu uma ordem às parteiras no Egito para
que todos os meninos israelitas recém-nascidos fossem mortos. Porém, as
parteiras eram tementes a Deus e não mataram as crianças (Êx 1.17,21). Então,
Faraó voltou à cena macabra, ordenando aos egípcios que todos os meninos dos
hebreus fossem lançados no rio Nilo (a fim de que se afogassem ou que fossem
devorados por crocodilos) (Êx 1.22). Isso mostra o quanto esse rei era cruel e
maligno. Atualmente esta atrocidade está generalizada. Muitas crianças estão
sendo mortas, vítimas do aborto. É o infanticídio generalizado e legalizado
pelas autoridades. O bebê Moisés foi salvo da morte porque seus pais eram
tementes a Deus. Precisamos de pais verdadeiramente cristãos para que possam
zelar pela vida de seus filhos, como Moisés foi preservado da morte. Os pais de
Moisés, pela fé em Deus, descumpriram as ordens do rei e esconderam o bebê em
casa (Hb 11.23). Por mais um milagre de Deus, o nenê Moisés continuou sendo
criado pela própria mãe (Êx 2.3-10). [Comentário: O historiador
judeu Flávio Josefo, afirmou que esta ordem de Faraó teria sido provocada por
um vaticínio de um de seus “escribas das coisas santas” de que haveria de
nascer um menino hebreu que provocaria a humilhação do Egito. Não se sabe se
isto realmente ocorreu, dado o silêncio do texto bíblico, mas não é improvável
que esta notícia tenha sido do conhecimento dos egípcios e sabendo que se
estava na quarta geração que havia sido anunciada por Deus a Abraão (Gn 15.16),
tudo fizesse para impedir o prosseguimento da existência de Israel, contra quem
sempre o diabo lutou e lutará até o final dos tempos (confira Ap 12.4). É muito
provável que o nome Moisés venha do
egípcio Mes, que significa "filho” ou "criança". A forma hebraica desse nome, com som semelhante,
Mosheh, quer dizer "tirado”, uma
referência ao modo como foi tirado do Nilo, talvez também prevendo a "retirada "para fora do Egito,
quando o êxodo tivesse lugar. Moisés era uma criança saudável, que
provavelmente sobreviveria. Jesus Cristo, o antítipo de Moisés e fundador do
novo Israel, também nasceu sob um edito de morte e foi miraculosamente poupado
no Egito (Mt 2.13-23)].
3. A mãe de Moisés (Êx 6.20). Joquebede
aproveitou cada minuto que passou ao lado do seu filho para ensiná-lo acerca de
Deus, da sua Palavra, do seu povo, do pecado, das promessas divinas e da fé no
Criador. Sem dúvida, é um exemplo a ser seguido. [Comentário:
Joquebede ou Yochéved (יוֹכֶבֶד / יוֹכָבֶד "O Senhor é glória", hebraico: Yoḫéved / Yoḫáved) foi a esposa de Anrão e
a mãe de Aarão, Moisés e Miriam. Joquedebe e Anrão eram da Tribo de Levi, e
Joquedebe era tia de Anrão. Seus nomes não aparecem no texto
que mais fala sobre o nascimento de Moisés, devido a que eles não tinham nenhum
destaque na sociedade; apenas em Êxodo 6:20 descobrimos seus nomes. Diante de
terríveis desafios, miséria e angústia se casaram e tiveram filhos. Pela sua
determinação, fé e ousadia ela se torna um modelo de mãe em épocas de crises,
uma heroína do passado que inspira as mães de hoje].
4. A Filha de Faraó (Êx 2.5,6). A
filha de Faraó desceu para se banhar no rio Nilo e teve uma grande surpresa —
havia ali um cesto com um bebê. Não sabemos como, mas Deus tocou no coração da
filha de Faraó para que adotasse o menino hebreu. Certamente a princesa sabia
das ordens do seu pai contra os israelitas. Porém, operando o Senhor, quem
impedirá? (Is 43.13).
Deus,
em sua bondade, usou a filha de Faraó para que encontrasse alguém, a fim de
criar o bebê Moisés. Tal pessoa foi justamente Joquebede, a mãe de Moisés (Êx
2.9). Há uma recompensa para os pais piedosos e obedientes. Você tem ensinado a
Palavra de Deus aos seus filhos? Então, persevere em conduzi-los no caminho
correto (Pv 22.6). [Comentário: A filha de faraó
ironicamente contribuiu para prejudicar o plano do pai. Ela reconheceu que
aquele bebê era hebreu, mas ficou atraída por ele apesar do decreto do rei.
Essa mulher pode ter sido Hatshepsut, filha de Tutmósis I, que governou o Egito
de 1526 à 1512 a.C. Atos 7.22 conta que Moisés foi educado nas escolas do
Egito, tendo absorvido toda a sabedoria dos egípcios. Filo nos dá uma
informação similar. Moisés recebeu uma educação de primeira classe como parte
de sua preparação para a missão que lhe competiria realizar. Finalmente, depois
de quarenta anos, Moisés repudiou a sua herança egípcia, porquanto, em sua
vida, já havia ultrapassado aquele estágio preparatório (Hb 11.24,25). Mas
durante os primeiros quarenta anos, tal educação lhe era necessária, tendo-lhe
sido útil para o resto de seus dias, embora ele não quisesse viver como
egípcio. O precioso DEUS sempre conhece a maneira mais adequada para qualificar
e preparar com antecedência aqueles que Ele nomeia para lhe prestai1 grandes
serviços. Moisés, sendo educado em uma corte, é o homem mais adequado para ser
um príncipe e rei em Jesurum. Tendo recebido a sua educação em uma corte
instruída (pois assim era a corte egípcia naquela época), Moisés era o homem
mais capacitado para ser um historiador. E pelo fato de ter sido educado na
corte egípcia, Moisés é o homem mais adequado para ser empregado, em nome de DEUS,
como um embaixador para esta corte (HENRY. Matthew. Comentário Matthew
Henry Antigo Testamento Gênesis a Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 228.)].
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
Moisés nasceu durante o período em que Faraó ordenou que todos os
meninos israelitas recém-nascidos fossem mortos. Todavia, os pais de Moisés
eram tementes a Deus e conseguiram, com a ajuda dEle, salvar o menino.
III.
O ZELO PRECIPITADO DE MOISÉS E SUA FUGA (ÊX 2.11-22)
1. Moisés é levado ao palácio (Êx 2.10). Apesar
de ter sido adotado pela filha de Faraó, Moisés foi criado por sua mãe. Não
sabemos quanto tempo ele ficou na casa dos seus pais, porém, em determinado
tempo o menino foi levado para o palácio. Deus cuidou de Moisés em cada etapa
de sua vida. Ele também tem cuidado de você. Todos os acontecimentos em sua
vida são parte do plano do Senhor. Não desanime! Deve ter sido difícil para
Moisés deixar a casa dos seus pais. Entretanto, no tempo certo, ele o fez.
[Comentário: Moisés passou os primeiros quarenta anos de sua vida
(At 7.23) trabalhando para o governo egípcio. (Alguns estudiosos acreditam que
ele estava sendo preparado para tornar-se Faraó.) O Egito parece o lugar menos
provável para Deus começar a treinar um líder, mas os caminhos do Senhor não
são os nossos caminhos. Ao capacitar Moisés para seu serviço, Deus usou várias
abordagens. Educação:"E Moisés foi
educado em toda a ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e obras"(At
7.22). O que fazia parte dessa educação? Os egípcios eram uma civilização
extremamente desenvolvida para sua época, especialmente nas áreas de
engenharia, matemática e astronomia. Graças a seus conhecimentos de astronomia,
desenvolveram um calendário de precisão extraordinária, e seus engenheiros
planejaram e supervisionaram a construção de estruturas que existem até hoje.
Seus sacerdotes e médicos eram mestres na arte de embalsamar, e seus líderes
possuíam grande competência em organização e administração. Aqueles que visitam
o Egito hoje em dia inevitavelmente se impressionam com as realizações desse
povo da Antiguidade. O servo de Deus deve aprender tudo o que puder, dedicar
esse conhecimento a Deus e servi-lo fielmente. (WIERSBE. Warren W.
Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I. Editora Central Gospel. pag. 236.).
Procurado por Faraó pela morte de um egípcio, Moisés fugiu para o deserto do
Sinai e se estabeleceu em Midiã, nas proximidades do Horebe, localizado segundo
a tradição na peníssula do Sinai, Moisés cuidava do rebanho de Jetro, seu
sogro. Deus revelou-se a ele na sarça ardente e o chamou para voltar ao Egito.
Retornando a Jetro, em Midiã, Moisés reuniu sua família e iniciou a viagem ao
Egito].
2. O preparo de Moisés (Êx 3.9,10). Moisés
passou sua juventude no palácio real. Como filho de uma princesa egípcia, ele
frequentou as mais renomadas universidades egípcias, inclusive a de Om (At
7.22; Gn 41.45). O Egito era então uma potência mundial. Na educação superior
egípcia constavam, conforme a História e as descobertas arqueológicas,
administração, arquitetura, matemática, astronomia, engenharia, etc. Esse
conhecimento adquirido por Moisés, e empregado com sabedoria, foi-lhe muito
útil em sua missão posterior de libertador, condutor, escritor e legislador na
longa jornada conduzindo Israel no deserto para a terra de Canaã. Deus pode
utilizar nossas habilidades adquiridas em benefício de sua obra.
[Comentário: Deus escolhe pessoas capacitadas para fazer a sua obra?
Com certeza. Não há referências na Palavra de Deus que indiquem que Ele
despreza talentos pessoais ou a experiência adquirida por seus servos. Saulo
era versado em três línguas diferentes, e as utilizou para falar de Jesus em
suas viagens missionárias. Mateus era um cobrador de impostos, e utilizou seus
conhecimentos para escrever seu Evangelho. Davi era um combatente, mas também
era um poeta que compôs diversos cânticos de adoração ao Senhor. Daniel era um
profeta, mas também era um estadista. Portanto, entenda que Deus utiliza nossos
recursos em prol do seu Reino. Deus capacita pessoas para a sua obra? Com
certeza. Ninguém pode dizer que está totalmente pronto para dar passos
definitivos na caminhada com Deus. Elias, o tisbita, ressuscitou um menino
morto, mas para isso teve de passar uma temporada no anonimato em Querite,
sendo mantido por corvos, e depois que o ribeiro secou, foi direcionado por Deus
para ficar uma temporada sendo mantido por uma viúva pobre em Sarepta, uma
localidade de Sidom, terra natal de Jezabel. Ele foi capacitado por Deus para
os desafios que enfrentaria. O mesmo se deu com Moisés: sua formação no Egito e
o tempo no deserto, pastoreando as ovelhas de seu sogro, fizeram dele o homem
escolhido por Deus para uma obra sem igual. Como cristãos, somos desafiados a
usar nossos talentos pessoais em prol do Reino de Deus, e isso inclui buscar
uma formação sólida e coerente. Dwight L. Moody comentou sabiamente que
"Moisés passou seus primeiros quarenta anos pensando que era alguém. Os
segundos quarenta anos, passou aprendendo que era um ninguém! Os últimos
quarenta anos ele os passou descobrindo o que DEUS pode fazer com um ninguém”
(citado por Charles Swindoll). (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma
Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD.
pag. 13-15.)].
3. A fuga de Moisés (Êx 2.11-22). Moisés
foi criado como egípcio, porém, ele sabia que era hebreu. Estava no Egito, mas
não pertencia àquele lugar. Certo dia, ao ver um egípcio maltratando um
israelita, Moisés tomou as dores do seu povo e resolveu defender um de seus
irmãos. Moisés acabou matando um homem e enterrando o corpo na areia. Ele
queria libertar seu povo pela força humana, mas a libertação viria pelo poder
divino e sobrenatural, para que ninguém dissesse: “Nós fizemos, nós
conseguimos”. Moisés, assim como os demais hebreus, precisava ver e saber que
fora o Senhor que os libertara. Quem nos libertou da escravidão do pecado? Deus.
Somente Ele poderia quebrar o terrível jugo do pecado que estava sobre nós. Não
demorou muito para Faraó descobrir que Moisés matara um egípcio. Ele deveria
ser preso e morto. Então, com medo, fugiu para Midiã (Êx 2.15). Ali foi
convidado para a casa de Jetro, um sacerdote. Moisés casou-se com uma das
filhas de Jetro e constituiu uma família, longe da casa dos seus pais e do seu
povo. Teve que ir para um lugar desconhecido e tornou-se um estrangeiro, mas
tudo fazia parte do plano de Deus. Em Midiã, Moisés pôde comprovar o cuidado
providente do Senhor por ele. Talvez você tenha que ir também para um lugar
distante, todavia, não tenha medo. Deus está com você. Pode ser parte do
treinamento do Senhor em sua vida. [Comentário: Êx 2.12
Matou o egípcio. Isso seguia 0 princípio de "vida por vida” (Êx 21.23),
uma espécie de defesa em favor da vida, embora o texto não diga que o egípcio
estava prestes a tirar a vida do israelita. Moisés exagerou, não havendo como
desculpar o crime. Moisés agiu por sua própria autoridade, mostrando uma
audácia singular. Mas a coragem audaciosa, por si só, não é uma virtude. O
diabo é audaz; resolveu enfrentar o próprio Deus. Mas isso não faz dele um ser
justo. "Os comentadores judeus geralmente apreciavam o ato [de Moisés], ou
mesmo elogiavam-no como uma ação patriótica e heroica. Mas sem dúvida foi um
feito precipitado, efetuado em um espírito indisciplinado” (Ellicott, in loc.).
Moisés ocultara as evidências de seu crime; mas a questão não terminou com o
egípcio sepultado na areia. No dia seguinte, Moisés tentou interromper uma
briga entre dois hebreus. Mas acabou sabendo, da parte de um dos antagonistas,
que seu ato homicida tinha sido visto e, sem dúvida, discutido entre os
observadores. Isso significava que, em breve, a história inteira seria
descoberta, e Moisés passaria a ser caçado pela justiça do Faraó. Talvez o
hebreu tencionasse matar ao outro; mas afinal isso foi o que Moisés tinha feito
(2Sm 14.6). A desintegração social e psicológica havia tomado conta do
escravizado povo de Israel, e eles estavam abusando uns dos outros. O espírito
de Moisés, pois, vexava-se diante do que via entre sua própria gente. Seu
coração estava sendo preparado, mas um longo tempo seria necessário até
tornar-se o instrumento devido do poder de Deus (Veja Atos 7.26 quanto ao
paralelo neotestamentário desta perícope). O autor sacro segredava aqui que não
chegara ainda o tempo de Moisés receber autoridade. Os israelitas ainda não
estavam preparados; o próprio Moisés também não estava preparado. Moisés era um
príncipe no Egito, por ser filho adotivo da filha do Faraó, e seu pai adotivo
sem dúvida era também homem de grande autoridade (vs. 10). Para os hebreus,
porém, ele nada significava. Não lhe cabia decidir quem estava com a razão e
quem estava errado, ainda que, posteriormente, ele se tivesse tornado o grande
legislador a quem todo o povo de Israel devia obediência. Moisés tinha aplicado
a violência; tinha assassinado; tinha perdido 0 respeito dos outros. Agora
seria preciso muito tempo para ele vencer essa situação. Moisés fugiu da
presença de Faraó. Este estaria agora ouvindo a notícia ou em breve a ouviria,
de que Moisés matara a um egípcio. E então mandaria executar Moisés. Nisso
consistia o maior temor de Moisés. E assim Moisés fugiu para seu exílio de
quarenta anos, na terra de Midiã, o segundo grande ciclo de sua vida. Ele
começara a tornar-se uma figura ameaçadora, intervindo onde não devia, agitando
o povo. Alguns intérpretes veem neste texto um esforço abortado de emancipação.
Mas o autor sacro apresenta 0 episódio como um simples passo na preparação
divina do caminho de Seu servo. Este precisava internar-se no deserto por
quarenta anos. Tudo isso fazia parte de sua preparação. Moisés fugiu na direção
sudeste, afastando-se de onde vivia talvez quatrocentos quilômetros. Midiã
tinha sido um dos filhos de Abraão e Quetura (Gn 25.1-6). Assim, os midianitas
eram parentes distantes de Moisés, uma tribo árabe que vivia na região ao sul
do Sinai e na porção noroeste da Arábia. Esse deserto diferia muito da
favorecida região de Gósen, no Egito, que era onde estava 0 grosso da população
israelita. Os midianitas eram seminômades. Seu centro ficava às margens do
golfo de Ácaba. O local tradicional do monte Sinai ficava naquela região, Os
nabateus, mui provavelmente, foram os sucessores dos midianitas na região,
tendo sido os que edificaram a famosa cidade de Petra. (CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos.
pag. 310).].
SINOPSE
DO TÓPICO (III)
Moisés passou sua juventude no palácio real. Como filho de uma princesa
egípcia, ele frequentou as mais renomadas universidades. Moisés estava sendo
preparado, por Deus, para libertar o seu povo e conduzi-lo até a Terra
Prometida.
CONCLUSÃO
Ao
estudar os primeiros anos da vida de Moisés, vemos que o Senhor tem um plano
definido para cada filho seu. É nosso dever obedecer a Deus, mesmo com nossas
imperfeições, assim como fez Moisés; conseguimos fazer isso pela poderosa
presença em nós, do Espírito Santo, que Deus dá àqueles que lhe obedecem (At
5.32). [Comentário: Deus sempre tem um objetivo
quando chama um de seus servos para que exerça alguma função ou ministério e
tem sua forma própria de preparar seus escolhidos, como aconteceu com Moisés.
Na prática, nunca estaremos sempre prontos para atender à voz de Deus. Sempre
faltará alguma atitude da qual só teremos ciência quando estivermos no meio da
jornada. Ainda assim, em sua paciência, Deus nos pede que andemos confiando
nEle, e não que acumulemos a bagagem de conhecimento e experiência antes para
depois decidir que vamos obedecer. Quando foi chamado por Deus, Moisés estava
apascentando as ovelhas de seu sogro. Após ter passado quarenta anos no Egito
como membro da corte de Faraó, tendo recebido uma educação própria de sua
classe social, Moisés foge do Egito por ter matado um egípcio. Ele passou a
próxima temporada de quarenta anos auxiliando seu sogro a cuidar de ovelhas em
uma região desértica, onde aprendeu os caminhos do deserto, a forma como
sobreviver nele, os tipos de animais existentes na região e questões
relacionadas ao clima. Eram questões simples para quem tivera uma educação de
ponta no Egito, mas foi dessa forma que Deus preparou Moisés. A sabedoria dos
egípcios ele já possuía. Ele precisava agora aprender como viver fora da corte
egípcia e a depender de Deus em uma jornada que duraria anos]. NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Extraído do blog: auxilioaomestre
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