INTRODUÇÃO
A morte visitou o Egito e em uma noite de pavor
todos os filhos e animais primogênitos morreram (Ex. 11.6; 12.30). Mas a morte
não alcançou os hebreus, eles foram preservados pelo Senhor. Na aula de hoje,
estudaremos a respeito desse grandioso livramento de Deus, que demarcou a
celebração da Páscoa para os hebreus. Ao final, destacaremos que Cristo, o
Salvador, tornou-se a Páscoa para os cristãos, e que através do memorial da
Ceia do Senhor, celebramos Sua morte e ressurreição.
1. A PÁSCOA ISRAELITA E OS EGÍPCIOS
A décima praga foi a mais terrível de todas para os
egípcios, pois em virtude do endurecimento do coração de Faraó, os mensageiros
da morte visitaram a terra, e como diz o salmista, “lançou contra eles o furor
da sua ira: coleta, indignação e calamidade, legião de anjos portadores de
males (Sl. 78.49). Moisés inicialmente ouviu a Palavra de Deus, e foi ao
palácio a fim de entregar a mensagem profética do Senhor (Ex. 10.24-29). Como
profeta de Yahweh, revelou a Faraó que ele pagaria um preço por ter causado
tantos danos ao povo de Deus. Todos os primogênitos do Egito seriam mortos,
isso porque para aquela cultura os primogênitos eram considerados sagrados, até
mesmo entre os hebreus (Ex. 4.22; Jr. 31.9; Os. 11.1). Ademais, não podemos
deixar de destacar que outro Faraó quis exterminar os filhos dos hebreus, por
isso, o Deus de Israel estava, através dessa praga, vingando a morte dos filhos
do Seu povo (Ex. 4.22,23). Muito embora sejamos ensinados a não buscar vingança
(Mt. 7.1,2), sabemos, no entanto, que Deus, ao Seu tempo, julgará aqueles que
se opõem e perseguem os que servem a Ele, tendo em vista que o homem ceifará o
que plantar (Gl. 6.7). A fim de preservar seus primogênitos, os hebreus
celebraram sua Páscoa, através da morte de um cordeiro, sendo o seu sangue
colocado na verga e nos umbrais da postas das casas onde viviam as famílias
israelitas (Ex. 12.6-13;21-14). Essa atitude apontava para o derramamento do
sangue do Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo. 3.14-17), pois sem
esse não haveria remissão de pecado (Hb. 9.22). Jesus foi nosso substituto,
tendo morrido pelos nossos pecados, tomando o castigo a nós destinado (Is.
53.4-6; I Pe. 2.24). Quando o anjo da morte passou para ceifar a vida dos
primogênitos, não tocou nos filhos dos hebreus, ao verem o sangue nos umbrais
(Ex. 12.13). De igual modo, todos aqueles que creem em Cristo como Salvador
estão livres da morte eterna (Jo. 3.16; I Jo. 2.2).
2. OS PROCEDIMENTOS PARA A CELEBRAÇÃO DA PÁSCOA
A palavra páscoa quer dizer passagem em hebraico,
em alusão à passagem da morte que passaria pelas casas, ceifando as vidas dos
primogênitos. Aos hebreus, para escaparam de tal juízo, cabiam observar os
procedimentos dados por Deus. Eles mergulhavam os ramos de uma planta
denominada hissopo na bacia com o sangue do cordeiro e o colocava nas vergas e
umbrais das portas (Ex. 12.22). Em seguida, essa mesma planta era usada para
aspergir o sangue que confirmava a aliança de Deus com o Seu povo (Ex. 24.1-8).
O cordeiro havia sido assado e comido às pressas, o povo deveria estar pronto
para partir logo que fosse dado um sinal (Ex. 12.8,11,46). A refeição consistia
do cordeiro assado, pães asmos e ervas amargas, antecipando, assim, o
sacrifício vicário de Cristo. O pão era sem fermento porque não havia tempo
para que esse crescesse (Ex. 12.39), além de ser este um símbolo de impureza
para os hebreus. A Palavra de Deus associa o fermento com o pecado, bem como
com os falsos ensinamentos (Mt. 16.6-12; Gl. 5.1-9) e a hipocrisia (Lc. 12.1).
A igreja do Senhor não pode se envolver com práticas pecaminosas, antes deve
viver em santidade, sem se deixar contaminar com o fermento do mundo (I Co.
5.6-8). Outro procedimento foi usado, qualquer carne que sobrasse da festa
deveria ser queimada, aquele cordeiro era especial, não deveria ser tratado
como uma alimentação normal. Aquela refeição foi preparada para a família (Ex.
12.3,4), isso mostra que Deus atenta para a proteção dos lares. A igreja, como
um todo, é uma família, que se une para lembrar a morte e ressurreição do
Cordeiro de Deus (Ef. 2.21; 3.15;4.16).
O caráter memorial da páscoa israelita (Ex. 12.14-43) fora retomado pela
fé cristã, a fim de celebrar o sacrifício de Cristo, na cruz do calvário (Mt.
26.26; I Co. 11.23-25). A páscoa israelita era celebrada em nome do Senhor,
recordando o cumprimento das Suas promessas (Ex. 11.1-8; 12.31-36). Na noite da
Páscoa se cumpriram as promessas dadas por Deus a Abraão, muitos séculos antes
(Gn. 15.13,14). De fato, “nem uma só palavra falhou de todas as suas boas
promessas, feitas por intermédio de Moisés, seu servo” (I Rs. 8.56). As
promessas de Deus não falham, por isso estamos certos que passarão céus e
terra, mas Suas palavras não haverão de passar (Lc. 21.33).
3. CRISTO, A NOSSA PÁSCOA
Paulo identifica Cristo como a nossa Páscoa, isso
porque Jesus é o Cordeiro que foi imolado pelos nossos pecados (I Co. 5.7; Rm.
5.8,9). As igrejas locais se reúnem para celebrar a Ceia do Senhor. A Santa
Ceia é um memorial, a fim de que, entre muitas atribuições eclesiásticas, não nos
esqueçamos do principal, do sacrifício de Cristo na cruz (I Co. 11.23-25). Por
ocasião da Ceia, utilizamos, simbolicamente, o pão que representa o corpo de
Cristo (I Pe. 2.22-24), e o vinho, o sangue derramado do Senhor (Mc. 14.24).
Esses elementos são simbólicos por isso não podem ser confundidos com o próprio
corpo e sangue de Jesus (Jo. 6.35; 10.9), trata-se, portanto, de uma linguagem
figurada. Essa deve ser uma observância continua para a igreja, ainda que não seja
demarcada a frequência em que deve ocorrer (Lc. 22.14-20). A igreja cristã, desde
o primeiro século, atentou para a prática do partir do pão (At. 2.42; 20.7; I
Co. 11.26). É
importante que a igreja mantenha a reverência por ocasião da celebração da Ceia, esse era um problema grave em Corinto, pois muitos membros da igreja não a levavam a sério (I Co. 11.29,30). Esse deve ser um momento solene, sobretudo de reflexão, a fim de demonstrar nossa identificação com o Cristo que por nós entregou Sua vida. Para evitar distorções no ato da celebração da Ceia, recomendamos: 1) sinceridade na apreciação (Lc. 22.17-19), não se trata apenas de alimentação, mas de percepção do valor do sacrifício de Cristo; e 2) autoexame para não nos tornarmos culpados e participantes daqueles que crucificaram o Senhor (I Co. 11.27). Ninguém se torna, por si mesmo, apto para a Ceia, é o sangue de Jesus, que nos torna aptos para tal. Não ceamos por causa dos nossos méritos, pois se assim fosse, ninguém poderia se aproximar da mesa (Ef. 2.8,9). Mas é preciso demonstrar contrição, reconhecimento do pecado, sobretudo arrependimento (I Jo. 1.9). A Ceia do Senhor é também um momento de irmandade, pois ao partir o pão demonstramos que somos um em Cristo (I Co. 10.16,17).
importante que a igreja mantenha a reverência por ocasião da celebração da Ceia, esse era um problema grave em Corinto, pois muitos membros da igreja não a levavam a sério (I Co. 11.29,30). Esse deve ser um momento solene, sobretudo de reflexão, a fim de demonstrar nossa identificação com o Cristo que por nós entregou Sua vida. Para evitar distorções no ato da celebração da Ceia, recomendamos: 1) sinceridade na apreciação (Lc. 22.17-19), não se trata apenas de alimentação, mas de percepção do valor do sacrifício de Cristo; e 2) autoexame para não nos tornarmos culpados e participantes daqueles que crucificaram o Senhor (I Co. 11.27). Ninguém se torna, por si mesmo, apto para a Ceia, é o sangue de Jesus, que nos torna aptos para tal. Não ceamos por causa dos nossos méritos, pois se assim fosse, ninguém poderia se aproximar da mesa (Ef. 2.8,9). Mas é preciso demonstrar contrição, reconhecimento do pecado, sobretudo arrependimento (I Jo. 1.9). A Ceia do Senhor é também um momento de irmandade, pois ao partir o pão demonstramos que somos um em Cristo (I Co. 10.16,17).
CONCLUSÃO
Extraído do Blog subsidioebd
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
A
Páscoa foi instituída pelo Senhor para que os israelitas celebrassem a noite em
que Deus poupou da morte todos os primogênitos hebreus. É uma festa repleta de
significados tanto para os judeus quanto para os cristãos. Os judeus deveriam
comemorar a Páscoa no mês de Abib (corresponde à parte de março e parte de
abril em nosso calendário), cujo significado são as “espigas verdes”. Hoje
estudaremos a respeito desta festa sagrada e o seu significado para nós,
cristãos. [Comentário:
Êxodo 12 apresenta-nos uma história emocionante da Páscoa(Páscoa (do hebraico Pessach), significando passagem através do grego Πάσχα) ),
a figura mais clara no Antigo Testamento da nossa salvação individual pela fé,
no sangue vertido por nosso Senhor Jesus Cristo. Neste capítulo achamos a razão
de chamar Cristo o Cordeiro de Deus, Cristo nossa Páscoa (1Co 5.7b). Da mesma
forma como o capítulo sobre a Páscoa é o coração do livro, assim o livro todo é
um modelo da nossa salvação. A Páscoa é o fato proeminente do Êxodo. Talvez os
filhos de Israel não compreendessem a significação da celebração da Páscoa na
noite anterior à saída do Egito, mas eles creram em Deus e obedeceram. Deus
mandara dez pragas sobre o Egito, para que Faraó deixasse o povo sair. Cerca de
nove meses se passaram e com cada praga o coração de Faraó mais se endurecia. Finalmente
Deus disse que os primogênitos em todo o Egito iriam morrer. Isso teria
acontecido aos hebreus também, se não tivessem sacrificado o cordeiro pascal e
assim se tivessem protegido com o seu sangue redentor. (Êx 12.12, 13). Na saída
do Egito, quando o povo hebreu recebeu a instrução para que matassem um
cordeiro e passem seu sangue nos umbrais da porta, para que o anjo livrasse
seus primogênitos da morte, temos aí a representação do que é a verdadeira
Páscoa. Para nós, os cristãos, é o sangue de Jesus Cristo, o nosso Cordeiro
Pascal, que nos purifica de todo pecado e nos livra da morte eterna.]. Tenhamos
todos uma excelente e abençoada aula!
I. A PÁSCOA
1. Para os egípcios. Para os egípcios
a Páscoa significou o juízo divino final sobre o Egito, Faraó e todos os deuses
cultuados ali. O Senhor havia enviado várias pragas e concedido tempo
suficiente para que Faraó se rendesse, deixando o povo partir. Deus é
misericordioso, longânimo e deseja que todos se salvem (2Pe 3.9b). Porém, Ele é
também um juiz justo que se ira contra o pecado: “Deus é um juiz justo, um Deus
que se ira todos os dias” (Sl 7.11). O pecado, a idolatria e as injustiças
sociais suscitam a ira do Pai. O povo hebreu estava sendo massacrado pelos
egípcios e o Senhor queria libertá-lo. Restava uma última praga. Então o Senhor
falou a Moisés: “À meia-noite eu sairei pelo meio do Egito; e todo primogênito
na terra do Egito morrerá” (Êx 11.4,5). Foi uma noite pavorosa para os egípcios
e inesquecível para os israelitas. [Comentário: Gostaria de
mencionar algo curioso sobre o orgulho nacional egípcio. Para muitas pessoas, a
ausência de evidências arqueológicas da estada dos israelitas no Egito traz
certo desconforto. Mas note algo interessante: os egípcios dificilmente
admitiam uma derrota. Por ocasião da famosa batalha de Kadesh (Síria), por
volta de 1300 a.C., os egípcios a registraram como uma vitória. Por outro lado,
seus oponentes hititas também deram-na como vencida! Ninguém sabe quem foi o
vencedor da batalha de Kadesh. Sendo assim, dificilmente encontraremos um
documento egípcio que mencione um grupo de escravos saindo da potência mais
poderosa do mundo, naquela época, deixando-a totalmente arrasada por pragas
enviadas por sua Divindade! Os egípcios não admitiam derrotas. Mesmo diante
desse quadro, as poucas informações que temos sugerem um pano de fundo
autêntico para o evento que deu origem a uma das principais festividades
religiosas do judaísmo e do cristianismo (Luiz Gustavo Assis em http://www.arqueologia.criacionismo.com.br/2009/04/primeira-pascoa.html).
O povo do Egito havia sido transtornado pelas seis primeiras pragas; sua terra
e seus bens haviam sido devastados pelas duas pragas seguintes. A nona praga -
três dias de escuridão - havia preparado o caminho para a mais terrível de
todas as pragas, quando mensageiros da morte visitariam a terra. "Lançou contra eles o furor da sua ira:
cólera, indignação e calamidade, legião de anjos portadores de males"
(SI 78:49) (WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. I.
Editora Central Gospel. pag. 256-257.). Na Páscoa as casas dos egípcios
não poderiam proteger os seus primogênitos, pois o anjo da morte entraria em
cada residência e executaria o mandado de Deus. Sem dúvida essa história
poderia terminar de outra forma se Faraó deixasse ir o povo embora. Mas por
causa da dureza de coração do rei, seus súditos pagaram um alto preço.
Lembremo-nos de que Moisés tinha advertido a Faraó antes, deixando claro que o
povo sairia com as crianças e o gado (Faraó não queria que isso acontecesse), e
a última resposta do rei para Moisés, antes da Páscoa, foi: “Vai-te de mim e guarda-te que não mais vejas
o meu rosto; porque, no dia em que vires o meu rosto, morrerás” (Êx 10.28).
Por essa resposta, entendemos que Faraó deu por encerrado o diálogo com Moisés
e com Deus, e assinou a ordem divina para a morte dos primogênitos. Ele não
quis obedecer às ordens de Deus, e isso lhe custaria a vida do próprio filho (COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a
Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 35-36.)].
2. Para Israel. Era a saída, a
passagem para a liberdade, para uma vida vitoriosa e abundante. Foi para isto
que Cristo veio ao mundo, morreu e ressuscitou ao terceiro dia, para nos
libertar do jugo do pecado e nos dar uma vida cristã abundante (Jo 10.10).
Enquanto havia choro nas casas egípcias, nas casas dos judeus havia alegria e
esperança. O Egito, a escravidão e Faraó ficariam para trás. Os israelitas teriam
sua própria terra e não seriam escravos de ninguém.
[Comentário: A Páscoa oferece um vasto campo para especulação por
causa da grande variedade de características: mancha de sangue, saltos, “uma
noite de vigia”, o cordeiro sacrificial, as primícias da cevada, a ceia
sagrada, etc. Essas características se assemelham a rimais praticados fora de
Israel. Não é de se admirar que os estudiosos a considerem uma festa
enigmática. Alguns não consideram Êxodo 1-14 como um registro dos eventos, mas
como uma lenda cúltica que tenta glorificar a saída do Egito (Pederson,
Israel: Its Life and Culture, III-IV, 726ss.). A suposição repousa sobre
um equívoco: o verdadeiro propósito da Páscoa era glorificar o Deus de Israel.
Seria inútil esperar dados históricos fora dos próprios termos do escritor. No
centro de Êxodo 1-14 está o Deus de Israel, que realiza feitos poderosos em
favor do seu povo (cp. G. von Rad, The Problem of the Hexateuch [1965],
52). A história bíblica é escrita com um propósito, e o propósito é
atestar os atos graciosos de Deus. Israel compreende sua liberdade como um
milagre operado por YHWH que, com “poderosa mão e com braço estendido” levou
seu povo para fora do Egito (Dt 26.8). Para compreender o significado da Páscoa
deve-se procurar a interpretação bíblica; é inútil indagar qual era a festa nos
tempos pré-mosaicos. É possível que a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos fossem festas
agrícolas (cp. Êx 23.15s.). Alguma evidência da ligação cúltica entre a Páscoa
e as primícias está preservada (Js 5.10-12; cp. C. W. Atkinson, AthR [Jan
1962], 82). A responsabilidade de explicar o significado da Páscoa estava
sobre o pai da família: “Naquele mesmo dia contarás a teu filho, dizendo: E
isto pelo que o Senhor me fez, quando saí do Egito” (Ex 13.8; cp. 12.26).
Somente os israelitas e aqueles que, através da circuncisão, estavam unidos à
comunidade podiam comer o cordeiro pascal. Estrangeiros e viajantes, i.e.,
estrangeiros residentes, eram excluídos (Ex 12.45), mas a regra não era
aplicada aos estrangeiros circuncidados e viajantes que demonstrassem um real
interesse em se identificar com Israel. A eles era permitido participar da
celebração da Páscoa (Nm 9.14).].
3. Para nós. Como pecadores
também estávamos destinados a experimentar a ira de Deus, mas Cristo, o nosso
Cordeiro Pascal, morreu em nosso lugar e com o seu sangue nos redimiu dos
nossos pecados (1Co 5.7). Para nós, cristãos, a Páscoa é a passagem da morte
dos nossos pecados para a vida de santidade em Cristo. No Egito um cordeiro foi
imolado para cada família. Na cruz morreu o Filho de Deus pelo mundo inteiro
(Jo 3.16). [Comentário: Não é bastante que o
cordeiro seja morto. O sangue era suficiente mas não tinha valor se não fosse
aplicado. Todo israelita devia aplicar o sangue à sua própria casa. Observe que
devia ser aspergido na verga. O que você fez com o sangue, o sangue do nosso
Cordeiro Pascal, que morreu no Calvário? João 1.12. O hissopo, erva comum que
qualquer pessoa podia conseguir, era um tipo da fé. O sangue na verga era o que
salvava. Não o que eles pensavam ou achavam, mas o que eles faziam é que
importava. “Quando eu vir o sangue,
passarei por vós” (Êx 12.13) - Não é o sangue na bacia que salva a alma,
mas o sangue aplicado (Jo 1.29b). A atividade messiânica de Jesus alcança seu
clímax nos eventos de sua Ultima Páscoa. De acordo com João, a crucificação
aconteceu no primeiro dia da “Páscoa” (usado aqui aparentemente como uma
designação da Festa dos Pães Asmos). Os sinópticos deixam claro que foi no
primeiro dia da festa. João que parece estar interessado especialmente em dados
cronológicos registra duas, ou até mesmo três Páscoas (João 2.13; 6.4;
12.1; cp. W. F. Howard,
The Fourth Gospel, revisado por C. K. Banet [1955], 122). Contrário a C. H. Dodd (The
Interpreter of the Fourth Gospel [1953], 234), há um bom motivo para se
acreditar que João dedicou importância especial ao tema da Páscoa. Seu
evangelho, que enfatiza ser o Messias o verdadeiro pão da vida, se ajusta
notavelmente bem ao contexto pascal (cp. Jo 6.3 lss. cp. V. Ruland, INT
[Out., 1964], 451 ss.). Hoje podemos afirmar que Cristo é a nossa Páscoa
(1Co 5.7b). Assim como Israel não poderia se esquecer de tal celebração, nós
também jamais poderemos nos esquecer do sacrifício remidor do nosso Redentor,
Jesus Cristo. Jamais se esqueça que Cristo morreu em seu lugar. Este é um dos
princípios da Ceia do Senhor. Jesus declarou: “Em memória de mim” (1Co
11.24,25). Todas as vezes que participarmos da Ceia temos que recordar da nossa
passagem, da escravidão do pecado, para uma nova vida em Cristo (1Co 5.17).
Israel foi salvo da ira divina e liberto do pecado. Nós também estávamos
destinados a experimentarmos da ira divina, mas Cristo, o Cordeiro Pascal, nos
substituiu na cruz do calvário. Em Cristo fomos redimidos dos nossos pecados. O
sangue de um cordeiro foi aspergido nos umbrais das portas das casas, pois
sabemos que “sem derramamento de sangue não há remissão de pecado” (Hb 9.2)].
SINOPSE
DO TÓPICO (I)
Para nós cristãos a Páscoa é a passagem da morte dos nossos pecados para
a vida de santidade em Cristo.
II. OS ELEMENTOS DA PÁSCOA
1. O pão. Deveria ser assado sem fermento, pois não havia tempo para que o pão
pudesse crescer (Êx 12.8,11,34-36). A saída do Egito deveria ser rápida. A
falta de fermento também representa a purificação, a libertação do fermento do
mundo. Em o Novo Testamento vemos que Jesus utilizou o fermento para ilustrar o
falso ensino dos fariseus (Mt 16.6, 11,12; Lc 12.1; Mc 8.15). O pão também
simboliza vida. Jesus se identificou aos seus discípulos como “o pão da vida”
(Jo 6.35). Toda vez que o pão é partido na celebração da Ceia do Senhor, traz à
nossa memória o sacrifício vicário de Cristo, através do qual Ele entregou a
sua vida em resgate da humanidade caída e escravizada pelo Diabo.
[Comentário: O pão apontava para Jesus o Pão da Vida: “eu sou o pão
da vida; aquele que vem a mim não terá fome” (Jo 6.35). A massa não deveria
passar pelo processo de fermentação, ou seja, seria levada ao fogo tão logo
estivesse pronta, sem ter de esperar para crescer. A ideia era mostrar que os
israelitas teriam pouco tempo para preparar sua última refeição como escravos,
pois logo sairiam para uma grande jornada. E evidente que o uso do fermento
poderia fazer com que a massa dobrasse seu tamanho e alimentasse mais pessoas,
mas a orientação divina indicava a pressa com que os judeus iriam comer para
saírem logo do Egito (COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé.
Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 40). Deveria
ser asmo, sem fermento. “Sonda-me. . . vê
se há em mim algum caminho mau” (Sl 139.23,24). Fermento é sempre um tipo
de pecado. O fermento dos fariseus (Mt 16.6). Lançai fora o velho fermento (1Co
5.7). O fermento da injustiça precisa ser eliminado da nossa vida, se desejamos
comer com Deus.].
2. As ervas amargas (Êx 12.8). Simbolizavam toda a amargura e aflição enfrentadas no cativeiro. Foram
430 anos de opressão, dor, angústia, quando os hebreus eram cativos do Egito.
[Comentário: As ervas amargas. Apontavam para toda a amargura e
aflição vividos no cativeiro egípcio. No hebraico, merorim “amargores”, palavra usada apenas por três vezes no Antigo
Testamento (Êx 12.8; Nm 9.11 e Lm 3.15). O hebraico diz apenas «amargores», uma
palavra de uso geral (hoje não sabemos quais ervas poderiam estar em foco).
Alguns têm pensado em verduras como a chicória, a alface, a acelga, a azeda,
etc. Alguns pensam no agrião. Nos tempos modernos, os judeus empregam a
escarola e outras verduras, em um total de cinco espécies, para conseguirem uma
salada amargosa. Alguns intérpretes supõem que, nos livros de Êxodo e Números,
as ervas amargas eram apenas a hortelã. Uso de Ervas na Páscoa. Nas Escrituras
o amargor simboliza aflição, miséria e servidão (Ex 1.14; Rt 1.20; Pv 5.4), a iniquidade
(Jr 4.18) e também o luto e a tristeza (Am 8.10). Em face desses significados
simbólicos, os israelitas receberam ordens para celebrar a páscoa utilizando-se
de ervas amargas para relembrarem a amarga escravidão que haviam sofrido no
Egito (Êx 12.8; Nm 9.11). (CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de
Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos. pag. 431-432.). Trariam
à lembrança os tempos amargos da escravidão no Egito. Cristo provou o cálice
amargo por nós, e nós também sofremos alguma amargura. Toda disciplina no
momento não parece ser motivo de alegria (Hb 12.11). Por causa da leviandade
dos nossos corações é bom compreendermos a profunda significação das ervas
amargosas. Quem poderá ler os Salmos 6,22,38,69,88, e 109, sem compreender, em
alguma medida, o significado dos pães asmos com ervas amargosas1?- Uma vida
praticamente santa, unida a uma profunda submissão de alma, deve ser o fruto da
comunhão verdadeira com os sofrimentos de CRISTO, porque é de todo impossível
que o mal moral e a leviandade de espírito possam subsistir na presença desses
sofrimentos.( C. H. MACKINTOSH. Estudos Sobre O
Livro De Êxodo. Editora Associação Religiosa Imprensa da Fé.)].
3. O cordeiro (Êx 12.3-7). Um cordeiro sem defeito deveria ser morto e o sangue derramado nos
umbrais das portas das casas. O sangue era uma proteção e um símbolo da
obediência. A desobediência seria paga com a morte. O cordeiro da Páscoa
judaica era uma representação do “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”
(Jo 1.29). O sangue de Cristo foi vertido na cruz para redimir todos os filhos
de Adão (1Pe 1.18,19). Aquele sangue que foi derramado no Egito, e aspergido
nos umbrais das portas, aponta para o sangue de Cristo que foi oferecido por
Ele como sacrifício expiatório para nos redimir dos nossos pecados.
[Comentário: Um cordeiro sem mácula. Apontava para Jesus, “Cordeiro
de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Cristo é o nosso Cordeiro
Pascal. Ele morreu para trazer a redenção a toda humanidade. Ele é o nosso
Redentor. Depois que o sangue era vertido e aspergido, vinha a orientação sobre
o modo de comer o cordeiro. Assim acontece conosco. A salvação primeiro, depois
o alimento – comunhão, adoração, vida cristã e serviço. “...Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado” (1Co 5.7). No seu
contexto, essa declaração tem um sentido moral. Deveríamos desvencilhar-nos de
todos os elementos estranhos à espiritualidade, visto que Cristo fez o seu
grande e eterno sacrifício, que é o agente de nossa purificação moral. Cumpre-nos
abandonar nossa velha maneira de viver. (CHAMPLIN, Russell Norman,
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 102)].
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
Os três elementos da Páscoa eram: o pão, as ervas
amargas e o cordeiro sem mácula.
III. CRISTO, NOSSA PÁSCOA
1. Jesus, o Pão da Vida (Jo 6.35,48,51). Comemos pão para saciar a nossa fome, porém, a fome da salvação da nossa
alma somente pode ser saciada por Jesus. Certa vez, Ele afirmou: “Eu sou o pão
da vida; aquele que vem a mim não terá fome” (Jo 6.35). Apenas Ele pode saciar
a necessidade espiritual da humanidade. Nada pode substituí-lo. Necessitamos
deste pão divino diariamente. Sem Ele não é possível a nossa reconciliação com
Deus (2Co 5.19). [Comentário: Jesus, o Pão
da Vida (Jo 6.35,48,51). Um pão pode ter mais de um sabor. Pode ter mais de uma
forma. Pode ser feito com diversos ingredientes. Pode ser barato ou caro. Pode
ser mais leve ou mais pesado. Mas sua função mais importante é saciar a fome. É
para isso que eles são feitos. Por que Cristo é considerado o pão da vida? Porque
Ele mesmo disse isso: “Eu sou o pão da vida; (“aquele que vem a mim não terá
fome” (Jo 6.35). Ele promete saciar a necessidade humana no que concerne às
questões da vida e à relação com Deus, ao perdão dos pecados e à vida eterna. A
fome que temos de Deus é saciada em Cristo Jesus. (COELHO, Alexandre;
DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a Terra
Prometida. Editora CPAD. pag. 41-42). A fim de ilustrar a natureza da
pessoa de Cristo, bem como a sua relação para com o mundo, mais do que os
outros evangelistas, o apóstolo João se utiliza de termos simbólicos. Ê João
quem chama o Senhor Jesus de «a Luz», «a, Água», «o Pão», «o Pastor» e «a
Porta». E embora o evangelho de João não lance mão da expressão especifica,
«Este é o meu corpo» (em que Cristo se referiu ao pão da Ceia) contudo, no
sexto capitulo do mesmo é óbvio que uma terminologia assim seria perfeitamente
apropriada (ver João 6:54,55). Todavia, esse pão (que simboliza o corpo) é
declarado como algo que desceu do céu (ver João 6:32,58), o que mostra que,
antes de tudo, não está em vista alguma alusão ao corpo físico de JESUS; antes,
ele se refere a um tipo celestial de «pão», a um principio espiritual, a uma
comunicação e participação mística na vida divina, o que, na realidade, é um
conceito transcendental, e não uma ideia sacramental (CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos.
pag. 43-44.)].
2. O sangue de Cristo (1Co 5.7; Rm 5.8,9). No Egito, o sangue do cordeiro morto só protegeu os hebreus, mas o
sangue de Jesus derramado na cruz proveu a salvação não apenas dos judeus, mas
também dos gentios. O cordeiro pascal substituía o primogênito. O sacrifício de
Cristo substituiu a humanidade desviada de Deus (Rm 3.12,23). Fomos redimidos
por seu sangue e salvos da morte eterna pela graça de Deus em seu Cordeiro
Pascal, Jesus Cristo. [Comentário: o vocábulo
grego aima, «sangue», além de
referir-se à morte sacrifical de Cristo, indica as ideias de reinado (João 1.13);
da natureza humana (Mt 16.17; 1Co 15.50); de morte violenta (vinte e cinco
trechos diferentes); e de animais sacrificados (doze referências, como se vê em
Hb 9.7,12 etc.) onde se enfatiza a perda da vida das vítimas, um conceito
destacado no Antigo Testamento. Quanto ao sangue de Cristo e o valor expiatório
do mesmo, há referências como Colossenses 1.20. Os intérpretes têm debatido se
é a morte ou a vida perdida do animal que obtém a expiação. Penso que se trata
de ambas as coisas, pois, afinal de contas, é a vida de Cristo que nos salva (Rm
5.7) dando a entender a sua ressurreição e ascensão, em virtude do que ele
tornou-se o Salvador medianeiro permanente. Aquele mesmo contexto, no nono
versículo, afirma que o seu sangue nos justifica, o que nos fez pensar tanto em
sua vida como em sua morte e ressurreição. A vida que Jesus viveu também faz
parte de nossa inquirição espiritual, com vistas a nossa salvação final;
porque, quando procuramos imitar a vida de Cristo, passamos a compartilhar de
sua natureza metafísica, mediante operações do Espirito Santo (2Co 3.18). Como
é que alguns teólogos separam essas ideias inseparáveis, como se fossem
categorias distintas e valores isolados? Dentro do programa a e salvação a vida
e a morte de Jesus são fatores inseparáveis, embora em sentidos diferentes (Werner
de Boor. Comentário Esperança 1 Cartas aos Coríntios. Editora Evangélica
Esperança. O Imperativo Espiritual (5.7a)).].
3. A Santa Ceia. A Ceia do Senhor não é um mero símbolo; é um memorial da morte redentora
de Cristo por nós e um alerta quanto à sua vinda: “Em memória de mim” (1Co
11.24,25). É um memorial da morte do Cordeiro de Deus em nosso lugar. O crente
deve se assentar à mesa do Senhor com reverência, discernimento, temor de Deus
e humildade, pois está diante do sublime memorial da paixão e morte do Senhor
Jesus Cristo em nosso favor. Caso contrário, se tornará réu diante de Deus (1Co
11.27-32). [Comentário: A tradição que Paulo
recebeu e registrou pertence ao mais primitivo registro do que aconteceu na
noite em que Jesus foi traído (1Co 11.23-26). Este registro afirma que foi à
noite que houve uma refeição (Seutvov), que Jesus tomou o pão, o partiu e
disse, “Isto é o meu corpo, que é dado
[partido] por vós; fazei isto em memória de mim”. O mesmo com o cálice: “Este cálice é a nova aliança no meu sangue.
Fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.” Não há
menção da Páscoa no registro de Paulo, exceto de uma forma circunstancial: o
partir do pão de forma solene, o beber do vinho no cálice, a referência à
aliança. O registro sinótico não se diferencia em essência do comentário
paulino, exceto por ser apresentado como uma ceia pascal ( Mt 26.17; Mc 14.12;
Lc 22.7).].
SINOPSE
DO TÓPICO (III)
A Ceia do Senhor é um memorial da morte redentora
de Cristo por nós e um alerta quanto à sua vinda.
CONCLUSÃO
Deus queria que o seu povo Israel nunca se esquecesse da
Páscoa, por isso a data foi santificada. A Páscoa era uma oportunidade para os
israelitas descansarem, festejarem e adorarem a Deus por tão grande livramento,
que foi a sua libertação e saída do Egito. Hoje o nosso Cordeiro Pascal é
Cristo. Ele morreu para trazer redenção aos judeus e gentios. Cristo nos livrou
da escravidão do pecado e sua condenação eterna. Exaltemos ao Senhor
diariamente por tão grande salvação. [Comentário:
A Páscoa é o começo da jornada que o Messias completa ao alcançar sua meta. “Salvação
eterna” significa que não pode haver outra salvação após o evento messiânico,
que é o definitivo. A aliança eterna que Deus prometeu aos pais (Jr 32.40;
50.5; cp. Is 55.3; Ez 16.60) foi agora estabelecida e selada no sangue do
Messias (Hb 13.20). Em Hebreus a dissolução do culto, a mudança do sacerdócio e
a remoção da lei são as consequências do evento messiânico. Cristo se tomou o
caminho vivo para o interior do santuário, o novo Sumo Sacerdote que, por seu
sacrifício, tornou possível ao homem aproximar-se da presença do próprio Deus.
É como costumo me despedir em cada lição: “NaquEle que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus"
(Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!