SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Ao final
desta série de estudos em Provérbios e Eclesiastes voltamos justamente para o
local onde começamos: o temor do Senhor. O autor do livro de Provérbios destaca
que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Pv. 1.7). O autor do livro de
Eclesiastes conclui que temer a Deus e guardar seus mandamentos é o dever de
todo homem (Ec. 12.13). Na aula de hoje reforçaremos esse ensinamento,
destacando, a princípio, que temer a Deus não significa ter medo dEle, antes
obedecê-lo, em amor.
1. LEMBRANDO DO CRIADOR
A
juventude é uma etapa na vida de muitas descobertas, muitos rapazes e moças, na
busca desenfreada pelo prazer, acabam se distanciado do Criador. Por esse
motivo, o autor do Eclesiastes convida os jovens a lembrarem do Criador,
justamente nessa fase da vida (Ec. 12.1). Paulo também deu as mesmas instruções
ao jovem pastor Timóteo, orientando que esse seguisse a justiça, a fé, o amor e
a paz (II Tm. 2.22). As opções para a juventude são as mais diversas, muitos se
dedicam exclusivamente para aquilo que traz satisfação, o prazer como um fim em
si mesmo. O risco é o hedonismo distanciado de Deus, ou mais propriamente
irresponsável, que destrata o ser humano. A juventude está sendo dizimada por
causa das drogas, muitos perderam o poder de decidir, se tornaram escravos do
pecado (Jo. 8.34). A orientação do sábio é para que os jovens se lembrem do
Criador, antes que chegue o tempo da velhice, no qual dirão não encontro nele
contentamento. Evidentemente, os velhos têm seu lugar no Reino de Deus,
conforme destaca o salmista, muitos ainda dão muitos frutos (Sl. 92.14). O
pragmatismo moderno pode incitar a desconsideração aos mais idosos. Mas isso
não pode acontecer entre aqueles que servem a Deus. A mensagem do autor do
Eclesiastes é uma comparação, entre o vigor da juventude, a busca pelo prazer,
e a velhice, uma fase também de canseira e enfado (Sl. 90.10). Diante de tudo, a
conclusão final do pregador é: “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos;
porque este é o dever de todo homem” (Ec. 12.13), independentemente da idade.
2. APRENDENDO NA ESCOLA DA VIDA
A vida é
uma escola e nela extraímos muitas lições, mas, diferentemente das escolas
convencionais, passamos pelo teste primeiro, e tiramos as lições posteriormente.
No livro de Eclesiastes, Salomão, em sua idade avançada, repassa instruções
para os mais jovens, com base em sua experiência. Esse foi um dos homens mais
sábios que já passou pela terra, estudou e investigou a respeito de vários
assuntos, escreveu livros como Cantares, Provérbios e Eclesiastes (I Rs.
3.3-28). Ele teve o cuidado de organizar seus ensinamentos, dentro de uma
abordagem que em nada deixa a desejar se comparados aos tratados filosóficos contemporâneos.
Assuntos que foram abordados em Eclesiastes podem ser encontrados nos dias
atuais nos escritos de Jean Paul Sartre e Albert Camus, considerados expoentes
do existencialismo. A diferença é que esses não fundamentaram suas reflexões em
Deus, mas nas investigações filosóficas. As palavras de Salomão, por sua vez,
partem do equilíbrio, que procede de Deus (Pv. 8.6-11). Ele reconhecia que não
falava apenas pelo seu intelecto, sua exposição não se firmava em dotes
meramente humanos, mas em Deus, que O inspirou para refletir (Ec. 12.11).
Percebemos, nessa declaração do sábio, a importância de meditar a respeito da
fé. Muitos cristãos supõem que não é preciso refletir a respeito do que se
acredita. Mas Jesus ensinou que uma das demonstrações de amor a Deus é o uso do
pensamento (Mt. 22.37). A fé se sustenta não na razão, mas a razão pode ser
utilizada para justificar a fé, por isso, crer é também pensar. O pensamento
não pode ser um fim em si mesmo, como declara a filosofia moderna, mas é também
uma prerrogativa cristã. A recomendação de Paulo é a de que saibamos em quem
temos crido (II Tm. 1.2), e Pedro admoesta os crentes para que expliquem,
quando inquiridos, sobre a fé que defendem (I Pe. 3.15). Na escola da vida,
aprendamos as lições, a fim de crescermos na graça e conhecimento de nosso
Salvador Jesus Cristo (II Pe. 3.18).
3. TEMENDO A DEUS
Mas a vida
cristã não está fundamentada apenas no conhecimento, é preciso que aqueles que
creem também demonstrem pelas ações, pois a fé sem as obras é morta (Tg. 2.14).
Considerando que a vida é um presente de Deus, devemos viver não para nós
mesmos, mas para Ele (At. 17.24-28). Somos responsáveis pelas nossas atitudes,
não apenas diante dos homens, também perante Deus. Para tanto, devemos temer a
Deus, em atitude de reverência, sobretudo de amor. Esse temor não é a mesma
coisa que medo, muita gente tem medo de Deus, mas no amor não há medo (I Jo.
4.18). Esse é um temor obediente, não por imposição, mas por amor, na
disposição para guardar os mandamentos de Deus (Ec. 12.13). Jesus advertiu que
aqueles que dizem amá-LO guardam os mandamentos dEle (Jo. 14.21). Não devemos
esquecer que o temor de Deus nos livra da impiedade e da autojustiça (Ec.
7.18), do perigo de achar que podemos agradar ao Senhor por meio das nossas
obras (Ef. 2.8-10). Quando tememos a Deus, não somos atraídos pelo pecado (Ec.
5.6; 8.12), esse é o princípio da sabedoria (Sl. 111.10; 9.10). Aqueles que não
querem saber do Senhor serão julgados no futuro, pois o momento chegará em que
Ele fará distinção entre o justo e o injusto (Ec. 12.14). Aqueles que amam a
Deus descansam na promessa de que nenhuma condenação há para eles (Rm. 8.1). Mas
àqueles que morrem distanciados de Deus, que não se dobram a Sua palavra, e se
negam a obedecê-LO, enfrentarão, no futuro, o julgamento final (Ap. 20.11-15).
A Palavra de Deus responsabiliza o ser humano pelas suas ações, isso revela que
não somos produto de um determinismo divino. Todos prestarão contas perante
Deus das suas atitudes, considerando que a todos é dada a oportunidade para
crerem (Jo. 3.16).
CONCLUSÃO
Extraído do Blog: subsidioebd.
SUBSÍDIO II
Lição 13:
Tema a Deus em Todo Tempo
29 de
dezembro de 2013
TEXTO ÁUREO
"De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a
Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem"
(Ec 12.13).
VERDADE PRÁTICA
Obedecer aos mandamentos do Senhor é a prova de que
vivemos uma vida justa diante dos homens e de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Eclesiastes
12.1-8.
1 Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua
mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a
dizer: Não tenho neles contentamento;
2 Antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e
as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva;
3 No dia em que tremerem os guardas da casa, e se
encurvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se
escurecerem os que olham pelas janelas;
4 E as portas da rua se fecharem por causa do baixo
ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as filhas da música se
abaterem.
5 Como também quando temerem o que é alto, e houver
espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e
perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores
andarão rodeando pela praça;
6 Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre
o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda
junto ao poço,
7 E o pó volte à terra, como o era, e o espírito
volte a Deus, que o deu.
8 Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.
OBJETIVOS
Após esta
aula, o aluno deverá estar apto a:
• Saber que somos
criatura; Deus, o Criador;
• Explicar os dois
grandes momentos da vida (juventude e velhice) e as duas dimensões da
existência humana (corporal e espiritual), e
• Analisar a oblação e
a generosidade dos filipenses.
COMENTÁRIO
introdução
Salomão chega ao final de
suas reflexões acerca da vida "debaixo do sol". O pregador conclui o
seu ensino no capítulo 12 de Eclesiastes, contrastando vividamente os distintos
momentos da vida humana: juventude e velhice, alegria e tristeza, vida e morte,
presente e futuro, temporal e eterno. O estilo adotado por Salomão deixa-nos a
sensação de que ele processa a sua reflexão de trás para frente. O autor fala
da juventude a partir de uma análise realista da velhice. Fala da vida com os
olhos fitos na morte. Fala do temporal com os olhos voltados ao eterno. Fala da
criatura a partir do Criador. E fala do prazer da vida sem perder de vista o
julgamento final. Nessa última lição, veremos como o ensinamento do pregador
nos ajuda a construir uma fé sadia e fundamentada no temor do Altíssimo. [Comentário: Chegamos assim, ao término do último trimestre
de 2013, em que estudamos temas dos livros de Provérbios e Eclesiastes, dois
dos três livros sapienciais da Bíblia. E coroando as lições anteriormente estudadas,
finalizamos o estudo do livro de Eclesiastes, onde analisaremos o seu último
capítulo, o capítulo 12, onde o pregador conclui que o dever do homem, na
vida debaixo do sol, é temer a Deus e guardar os Seus mandamentos. Ainda no
capítulo 11, Qoheleth, após analisar a vida debaixo do sol, conclui que o homem
deve optar ao invés da inércia, demonstrar a sua comunhão com Deus a partir da
prática da verdade, da prática do bem. O homem que não confia em Deus pensa que
foi lançado a esmo no mundo. Nesse aspecto, o crente em Jesus se distingue
daqueles que vivem como se Deus não existisse. Quando amamos e tememos ao
Senhor de todo o nosso coração, compreendemos a vida como algo breve, mas na
esperança de, nessa brevidade, encontrarmo-nos em plenitude com um Deus
"que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível" (1Tm
6.16). Com efeito, o pregador dissera aos jovens que a juventude e a
adolescência são vaidade (Ec 11.10), porque passam rapidamente como o vapor.]
Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. - UMA VERDADE QUE NÃO PODE SER ESQUECIDA
1. Somos criatura. O
último capítulo de Eclesiastes inicia-se com uma exortação a que nos lembremos
do nosso Criador. Uma das doutrinas mais bem definidas da Bíblia é a da
criação. Pela fé cremos no Deus criador do universo (Hb 11.3). Mas aqui, não
temos o interesse apologético de provar a existência de Deus, pois Salomão
parte do princípio de que Deus é, e que os seus leitores têm isso muito bem
resolvido. Com a expressão "lembra-te do teu Criador", o sábio ensina
aos homens que eles não passam de criaturas. O termo hebraico para lembrar,
zakar, reforça essa ideia. Ele significa recordar, trazer a mente, fazer um
memorial. É como se o pregador dissesse: "Coloque isso em sua mente e, se
possível, faça um memorial. Não esqueça que você é criatura e que há um Criador".
[Comentário: “Alegra-te,
jovem, na tua mocidade, e alegre-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e
anda pelos caminhos do teu coração e pela vista dos teus olhos; sabe, porém,
que por todas essas coisas te trará Deus a juízo.” (Ec 11.9). Em meio a
tanto vigor, a tanto divertimento, a tanto gasto de energia, os jovens jamais
podem se esquecer de que é criatura e que há um Criador e que, portanto, de
tudo quanto se fizer neste mundo haveremos de prestar contas a este Criador. O
Adversário tem logrado êxito ao fazer crer a que não há Deus, que Deus não
existe, ou que se existe, está para lá da humanidade, desligado destes. Nossos
dias são guiados pelo hedonismos, pela narcisismo; nosso mundo ignora a
existência divina e por causa disso, apregoa o relativismo, a libertinagem, a
autonomia. Não nos enganemos, quando o mundo clama por “liberdade”, está na
verdade, pedindo “autonomia”, incorrendo no mesmo pecado de Eva no Paraíso. “Autonomia” é independência, é o
poder de ditar as suas próprias normas, as suas próprias leis, algo que o homem
não tem, visto que quem dita as regras em todo o Universo é Aquele que tudo
criou, o Senhor Deus. Salomão lembra os jovens que Deus continua sendo Deus, é
o Criador de todas as coisas e, por isso mesmo, as regras, as normas são por
Ele estabelecidos, cabendo ao homem cumpri-los, ou não].
2. Há um Criador. Se
em Eclesiastes 12.1 o pregador revela Deus como o Criador, no versículo 13, o
livro mostra o Pai Celeste como o Supremo Juiz. Foi Deus quem criou e modelou a
criatura a quem Ele chamou de homem! Este fato nos obriga a enxergar o ser
humano como criatura e Deus como o Criador. O homem como ser temporal e Deus
como o Eterno. Portanto, a partir dessa compreensão, podemos encarar a vida com
mais humildade e prudência.
[Comentário: “Lembra-te
do teu Criador nos dias da tua mocidade”. "Lembrar-se", na Bíblia
( do hebraico “zakar” (זכר
), cujo sentido é
de “chamar à mente”, “recordar”), sempre subentende ação; por exemplo, quando
Deus se "lembrou" de Abraão (Gn 19.29), Ele interveio na sua vida
para o seu bem. Por isso, lembrar-nos do nosso Criador importa em agir da
maneira que Ele estabeleceu quando nos criou. De Deus vem a vida, e com ela as
oportunidades que nos advêm com a juventude. É somente com a ajuda do Espírito
Santo que conseguimos "lembrar-nos" de Deus, à medida que somos
revestidos "do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira
justiça e santidade" (Ef 4.24); e devemos, assim, viver antes que venha a
morte].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Uma
verdade que não pode ser esquecida: somos criatura; há um Criador.
II.OS DOIS GRANDES MOMENTOS DA VIDA
1. A juventude.
Salomão passa a falar sobre a juventude, ou seja, o estágio da vida que
representa o período de maior vigor. Ele se vale de várias figuras para
demonstrar a nossa finitude e o quão frágeis somos. Em Eclesiastes 11.9, Salomão
havia falado da juventude, destacando-a como uma fase de recreação e de
satisfação. Tais metáforas criam a imagem da exuberância, elemento característico
da mocidade. Elas denotam que, nessa fase da vida, as pessoas não se preocupam
com lembranças, memoriais ou história. É como se não houvesse um referencial.
Mas em o Novo Testamento, o autor sagrado mostra esse referencial (Hb 12.2) -
Jesus Cristo - e exorta-nos a viver a vida com os olhos fitos no Mestre. [Comentário: Após ter
dito que se deveria lembrar do Criador nos dias da mocidade, Salomão dirige-se
aos idosos, pois afirma que a lembrança do Criador deve se dar nos dias da
juventude antes que venham os maus dias, dias em que se dirá que não há
contentamento. Salomão começa, então, a descrever a velhice, a idade avançada,
o instante do ocaso da existência terrena do ser humano, dias em que há a perda
do vigor, onde não se tem mais aquele ânimo da juventude e onde não se é
possível mais vivenciar as alegrias e o contentamento que haviam sido
desfrutados na idade tenra].
2. A velhice. No
Eclesiastes, a juventude é vista como um estágio inicial e intenso da vida,
enquanto a velhice aparece como o último estágio da existência, onde nada mais
parece fazer sentido. O corpo físico, outrora forte, robusto e cheio de vigor,
agora se mostra enfraquecido pelos anos da vida. De forma metafórica, o sábio
prova que a velhice é bem diferente da juventude. O prazer não é como antes
(12.1), o sol não brilha com o mesmo esplendor (12.2), e o metabolismo do corpo
não funciona como no passado (Ec 12.3-5). Enfim, a velhice mostra-nos como
somos frágeis, sujeitos a quebrar a qualquer instante (12.6). [Comentário: Os dias
da juventude logo passam. A idade que vai chegando traz consigo o declínio
inevitável, afetando a vida toda da pessoa. O termo “maus” não se refere
a males morais, mas significa “angustiosos”, “calamitosos”. Com
isso, o Pregador exorta que se o acatamento da exortação não vier antes que
venham os maus dias, poderá ser tarde demais. O Pregador descreveu várias vezes
a vida de fé como sendo um gozo contínuo (2.24-26; 3.12s., 5.18-20; 9.7-10;
11.8-10). Agora ele apresenta outro aspecto: quando Deus é negligenciado a
capacidade de alegrar-se é perdida. Os versículos 3-7 apresentam um quadro
vívido do processo de envelhecimento do corpo físico, processo este que culmina
na morte. Há conforto, porém, no fato de que nossa pessoa interior "se
renova de dia em dia" (2Co 4.16). “O pó volte à terra... o espírito
volte a Deus” - Este versículo faz uma distinção entre o aspecto da pessoa
humana que fica na terra, no momento da morte, e o que volta a Deus].
SINOPSE
DO TÓPICO (II)
Os
dois grandes momentos da vida que o sábio apresenta no Eclesiastes são a
juventude e a velhice.
III. AS DIFERENTES DIMENSÕES DA EXISTÊNCIA HUMANA
1. Corporal. Os sentimentos e
fatos experimentados na vida - alegrias ou tristezas, acertos ou erros, o
presente ou o passado - apenas são possíveis por causa da dimensão corporal de
nossa existência. O rei Salomão chama-nos a atenção para esse fato ao dizer que
"o pó volte à terra, como o era" (Ec 12.7a). O texto bíblico denota
que possuímos um corpo sujeito às limitações de espaço e tempo. Por isso, não
devemos esquecer que somos absolutamente finitos. Isso não significa que não
temos valor. Ao contrário, a Escritura demonstra que a dimensão temporal é tão
importante quanto a espiritual. Em 1 Coríntios 6.19,20, não há dualismo entre
corpo e espírito, como se este fosse bom e aquele mau. Portanto, devemos cuidar
do nosso corpo e usá-lo sempre para a glória de Deus. [Comentário: Mais
uma vez o Pregador alude a aspectos diferentes da natureza humana. A terra é
feita de pó. Esta palavra enfatiza a origem terrena da humanidade (Gn 2.7;
3.19; Jó 10.9) e a fraqueza física (SI 103.14). Voltar ao pó é percorrer o
caminho reversivo de Gênesis 2.7, e tornar-se um cadáver, que se sujeita à deterioração
completa. Significa não estar mais animado pelo fôlego que provém de Deus (Jó
34.14s.). O espírito humano é o princípio da vida responsável e inteligente.
Quando ele se retira, dá-se o fim da vida terrena, e a dissolução do corpo (SI
22.15; 10.29). Por isso o pregador adverte que estes “dias maus” vêm “antes que
se quebre a cadeia de prata e se despedace o copo de ouro, e se despedace o
cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço” (Ec 12.6). A
“quebra da cadeia de prata” ou o “afrouxamento do fio de prata” (na Bíblia de
Jerusalém), ou, ainda, “o rompimento do cordão de prata” (como se encontra na
King James Atualizada) fala-nos da separação entre o corpo e o homem interior
(alma e espírito), que é o que representa a morte física, como diz o pregador
no versículo seguinte, onde afirma “que o pó volte à terra, como o era, e o
espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12.7)].
2. Espiritual.
Eclesiastes 12.7b revela que possuímos uma dimensão espiritual da vida, pois o
nosso espírito voltará "a Deus, que o deu". O contexto do capítulo 12
de Eclesiastes faz um contraste entre o temporal e o eterno, não deixando
dúvidas que o termo hebraico ruach, traduzido por fôlego, hálito e espírito,
significa precisamente "espírito" como a parte imaterial do homem (1
Ts 5.23; 2 Co 5.8; Fl 1.23). Assim como cuidamos da nossa dimensão material,
devemos cuidar da espiritual (2 Co 7.1; 1 Tm 4.8). E apesar de o homem ser
constituído por duas dimensões existenciais - a humana e a espiritual, elas não
são independentes entre si, pois o homem é um ser integral (1 Ts 5.23). [Comentário: O
pregador diz que é o instante em que “se quebra a cadeia de prata”, ou seja, o
momento em que se desliga o corpo do homem interior (alma e espírito). O corpo
volta à terra, mas o espírito (i.e., o homem interior, pois, no Antigo
Testamento, não há ainda a ideia da divisão entre alma e espírito, o que
somente se explicitará no Novo Testamento) volta a Deus, que o deu, ou seja, há
vida após a morte física, a existência perdura, vindo, depois da morte, o juízo
(Hb 9.27). A morte é o instante em que “se despedaça o copo de ouro”, ou seja,
o momento em que o corpo se desfaz, o corpo que segurava o “conteúdo”, que é o
“espírito”, o “homem interior”.].
SINOPSE
DO TÓPICO (III)
As
duas distintas dimensões da existência humana encontradas no livro de
Eclesiastes são a corporal e a espiritual.
IV. PRESTANDO CONTA DE TUDO
1. Guardando o mandamento. Após falar da brevidade da vida e da necessidade de se buscar em Deus um
sentido para ela, o sábio conclui que o dever de todo homem é temer a Deus e
guardar os seus mandamentos (Ec 12.13). Aqui, há duas coisas que precisam ser
ditas. Primeira, a vida é dinâmica, mas precisa de regras e normas. Segunda, é
nosso dever ouvir e guardar a Palavra do Senhor no coração. O mandamento divino
é constituído de princípios eternos e, para o nosso próprio bem, temos de
observá-los e acatá-los integralmente fazendo tudo quanto o Criador requer de nós,
pois esta é a vontade de Deus (1 Jo 5.3). [Comentário: João
escreve mostrando como a fé, o amor e a obediência se relacionam um com o
outro. A fé nos leva a um relacionamento amoroso com Deus, e o amor por ele
leva ao amor por outros cristãos e à obediência de seus mandamentos. Eles não
são pesados, pois os benefícios práticos da obediência a todas as leis de Deus
contribuem totalmente com o proveito e a realização humana daqueles que
aprendem a sua aplicação para a vida].
2. Aguardando o julgamento. Nas últimas palavras do Eclesiastes, há uma séria advertência sobre o
julgamento a que todo ser humano estará sujeito. O pregador diz que "Deus
há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom,
quer seja mau" (Ec 12.14). As nossas obras e ações serão avaliadas por
Deus, pois para Ele os valores estão bem definidos: o certo e o errado nunca
mudam. O termo hebraico mishpat, usado nas últimas palavras de Salomão, possui
o sentido jurídico de tomada de decisão. Chegará, pois o dia da prestação de
contas de todos os homens. O Justo Juiz decidirá o nosso destino (Rm 14.10,12).
Tais palavras não são intimidatórias, mas um convite a vivermos com
responsabilidade diante de Deus e da sociedade. [Comentário: Como
Senhor, o direito de tal julgamento pertence a Cristo. Cristãos fracos e fortes
devem, da mesma maneira, comparecer ante o tribunal de Cristo. Esse julgamento
se baseará no que temos feito nesta vida (2Co 5.10). Este julgamento não
determinará se entraremos ou não no céu, mas determinará graus de recompensa no
céu (Mt 16.27; 25.31-46; Jo 5.29; Rm 14.10-12; 1Co 3.10-15; 2Co 5.9-10). No
Tribunal de Cristo, crentes são recompensados tomando-se por base o quão
fielmente serviram a Cristo (1Co 9.4-27; 2Tm 2.5). As coisas pelas quais
seremos julgados serão provavelmente o quão fielmente obedecemos à Grande
Comissão (Mt 28.18-20), o quão vitoriosos fomos sobre o pecado (Rm 6.1-4), o
quão bem controlamos nossa língua (Tg 3.1-9), etc. A Bíblia fala dos crentes
recebendo coroas por diferentes coisas com base em quão fielmente serviram a
Cristo (1Co 9.4-27; 2Tm 2.5). As várias coroas são descritas em 2Tm 2.5; 2Tm 2.4-8;
Tg 1.12; 1Pe 5.4 e Ap 2.10. Tiago 1.12 é um bom resumo de como devemos pensar
no Tribunal de Cristo: “Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque,
quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos
que o amam.” (Leia mais:
http://www.gotquestions.org/Portugues/tribunal-Cristo.html#ixzz2oWaKclHp)].
SINOPSE
DO TÓPICO (IV)
Todo
homem não deve esquecer isto: Um dia prestaremos contas de tudo a Deus.
CONCLUSÃO
A vida é um contraste
entre a alegria e a tristeza, entre a juventude e a velhice, entre a vida e a
morte, entre o passado e o presente. Não há como fugir a essa realidade.
Sabendo que a nossa vida "debaixo do sol" é tão fugaz, cabe-nos
procurar vivê-la da melhor maneira
possível, pois esse é um dom do Criador. Salomão, em sua singular sabedoria,
nos ensina: tema a Deus em todo o tempo. Só assim seremos felizes. [Comentário: O homem
foi criado por Deus como a coroa de toda a sua criação, à imagem de Deus e
segundo a Sua semelhança (santo, justo e bom), com uma alma racional, para
governar, como representante de Deus, sobre toda a criação, mas perdeu seu alto
privilégio por causa de seu pecado e a quebra do pacto das obras. Desde então,
a vida tem se mostrado um contraste entre a alegria e a tristeza, entre a
juventude e a velhice, entre a vida e a morte, entre o passado e o presente. Assim,
o homem se tornou cego e ignorante; Deus teve que lhe falar para instruí-lo e
trazê-lo de volta ao conhecimento correto de Deus e de Sua vontade. O homem foi
criado para a glória de Deus, para que Deus pudesse manifestar a Si mesmo e
para ser magnificado em, através, e sobre Sua criatura. Salomão, após falar
sobre a futilidade da vida quando vivida como se este mundo e tudo o que ele
tem a oferecer fossem tudo o que há, conclui assim o livro de Eclesiastes: “De
tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos;
porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras,
até as que estão escondidas, quer sejam boas quer sejam más” (Ec 12.13-14).
Salomão diz que a vida se trata de honrar a Deus com nossos pensamentos e vidas
e assim guardar os Seus mandamentos, pois um dia estaremos diante Dele para
juízo].
__________ __________ __________
Chegamos ao fim do
último trimestre letivo de 2013, e ao fim de mais um ano, pleno de bênçãos,
domingo após domingo, na Casa do Senhor, estudando preciosas Lições. Começamos
2013 estudando “Elias e Eliseu - Um ministério de poder para toda a igreja”, no
2º Trimestre vimos “A Família Cristã no Século
XXI”, no 3º Trimestre vimos “Filipenses - A humildade de
Cristo como exemplo para a Igreja”, e então, fechamos com chave de ouro,
estudando nesta revista “Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade
de Provérbios e Eclesiastes”. Agradeço a todos que me acompanharam neste ano,
aos colaboradores, membros, seguidores, meu fraterno abraço. Espero por vocês
em 2014 - Se Cristo não voltar! Paz e bem.
NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Extraído do blog: auxilioaomestre
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