sábado, 28 de dezembro de 2013

LIÇÃO 13 - TEMA A DEUS EM TODO TEMPO


SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
 
Ao final desta série de estudos em Provérbios e Eclesiastes voltamos justamente para o local onde começamos: o temor do Senhor. O autor do livro de Provérbios destaca que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Pv. 1.7). O autor do livro de Eclesiastes conclui que temer a Deus e guardar seus mandamentos é o dever de todo homem (Ec. 12.13). Na aula de hoje reforçaremos esse ensinamento, destacando, a princípio, que temer a Deus não significa ter medo dEle, antes obedecê-lo, em amor.

1. LEMBRANDO DO CRIADOR
A juventude é uma etapa na vida de muitas descobertas, muitos rapazes e moças, na busca desenfreada pelo prazer, acabam se distanciado do Criador. Por esse motivo, o autor do Eclesiastes convida os jovens a lembrarem do Criador, justamente nessa fase da vida (Ec. 12.1). Paulo também deu as mesmas instruções ao jovem pastor Timóteo, orientando que esse seguisse a justiça, a fé, o amor e a paz (II Tm. 2.22). As opções para a juventude são as mais diversas, muitos se dedicam exclusivamente para aquilo que traz satisfação, o prazer como um fim em si mesmo. O risco é o hedonismo distanciado de Deus, ou mais propriamente irresponsável, que destrata o ser humano. A juventude está sendo dizimada por causa das drogas, muitos perderam o poder de decidir, se tornaram escravos do pecado (Jo. 8.34). A orientação do sábio é para que os jovens se lembrem do Criador, antes que chegue o tempo da velhice, no qual dirão não encontro nele contentamento. Evidentemente, os velhos têm seu lugar no Reino de Deus, conforme destaca o salmista, muitos ainda dão muitos frutos (Sl. 92.14). O pragmatismo moderno pode incitar a desconsideração aos mais idosos. Mas isso não pode acontecer entre aqueles que servem a Deus. A mensagem do autor do Eclesiastes é uma comparação, entre o vigor da juventude, a busca pelo prazer, e a velhice, uma fase também de canseira e enfado (Sl. 90.10). Diante de tudo, a conclusão final do pregador é: “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (Ec. 12.13), independentemente da idade. 

2. APRENDENDO NA ESCOLA DA VIDA
A vida é uma escola e nela extraímos muitas lições, mas, diferentemente das escolas convencionais, passamos pelo teste primeiro, e tiramos as lições posteriormente. No livro de Eclesiastes, Salomão, em sua idade avançada, repassa instruções para os mais jovens, com base em sua experiência. Esse foi um dos homens mais sábios que já passou pela terra, estudou e investigou a respeito de vários assuntos, escreveu livros como Cantares, Provérbios e Eclesiastes (I Rs. 3.3-28). Ele teve o cuidado de organizar seus ensinamentos, dentro de uma abordagem que em nada deixa a desejar se comparados aos tratados filosóficos contemporâneos. Assuntos que foram abordados em Eclesiastes podem ser encontrados nos dias atuais nos escritos de Jean Paul Sartre e Albert Camus, considerados expoentes do existencialismo. A diferença é que esses não fundamentaram suas reflexões em Deus, mas nas investigações filosóficas. As palavras de Salomão, por sua vez, partem do equilíbrio, que procede de Deus (Pv. 8.6-11). Ele reconhecia que não falava apenas pelo seu intelecto, sua exposição não se firmava em dotes meramente humanos, mas em Deus, que O inspirou para refletir (Ec. 12.11). Percebemos, nessa declaração do sábio, a importância de meditar a respeito da fé. Muitos cristãos supõem que não é preciso refletir a respeito do que se acredita. Mas Jesus ensinou que uma das demonstrações de amor a Deus é o uso do pensamento (Mt. 22.37). A fé se sustenta não na razão, mas a razão pode ser utilizada para justificar a fé, por isso, crer é também pensar. O pensamento não pode ser um fim em si mesmo, como declara a filosofia moderna, mas é também uma prerrogativa cristã. A recomendação de Paulo é a de que saibamos em quem temos crido (II Tm. 1.2), e Pedro admoesta os crentes para que expliquem, quando inquiridos, sobre a fé que defendem (I Pe. 3.15). Na escola da vida, aprendamos as lições, a fim de crescermos na graça e conhecimento de nosso Salvador Jesus Cristo (II Pe. 3.18).

3. TEMENDO A DEUS
Mas a vida cristã não está fundamentada apenas no conhecimento, é preciso que aqueles que creem também demonstrem pelas ações, pois a fé sem as obras é morta (Tg. 2.14). Considerando que a vida é um presente de Deus, devemos viver não para nós mesmos, mas para Ele (At. 17.24-28). Somos responsáveis pelas nossas atitudes, não apenas diante dos homens, também perante Deus. Para tanto, devemos temer a Deus, em atitude de reverência, sobretudo de amor. Esse temor não é a mesma coisa que medo, muita gente tem medo de Deus, mas no amor não há medo (I Jo. 4.18). Esse é um temor obediente, não por imposição, mas por amor, na disposição para guardar os mandamentos de Deus (Ec. 12.13). Jesus advertiu que aqueles que dizem amá-LO guardam os mandamentos dEle (Jo. 14.21). Não devemos esquecer que o temor de Deus nos livra da impiedade e da autojustiça (Ec. 7.18), do perigo de achar que podemos agradar ao Senhor por meio das nossas obras (Ef. 2.8-10). Quando tememos a Deus, não somos atraídos pelo pecado (Ec. 5.6; 8.12), esse é o princípio da sabedoria (Sl. 111.10; 9.10). Aqueles que não querem saber do Senhor serão julgados no futuro, pois o momento chegará em que Ele fará distinção entre o justo e o injusto (Ec. 12.14). Aqueles que amam a Deus descansam na promessa de que nenhuma condenação há para eles (Rm. 8.1). Mas àqueles que morrem distanciados de Deus, que não se dobram a Sua palavra, e se negam a obedecê-LO, enfrentarão, no futuro, o julgamento final (Ap. 20.11-15). A Palavra de Deus responsabiliza o ser humano pelas suas ações, isso revela que não somos produto de um determinismo divino. Todos prestarão contas perante Deus das suas atitudes, considerando que a todos é dada a oportunidade para crerem (Jo. 3.16). 

CONCLUSÃO
Os livros poéticos destacam o valor do temor do Senhor, sendo este o princípio da sabedoria. Essa verdade esboça um paradoxo em relação ao pensamento moderno, que valoriza apenas o acúmulo de conhecimento. Viver em obediência é o que há de mais sublime para o ser humano, porque essa é a vontade de Deus. Diante dEle, a vida que outrora estava destituída de significado, passa a fazer sentido. Pois nEle, e somente nEle, a nossa obra não é vã, isto é, deixa de ser vaidade, firmada em uma esperança eterna (I Co. 15.54,58).

Extraído do Blog: subsidioebd.


SUBSÍDIO II 


Lição 13: Tema a Deus em Todo Tempo
29 de dezembro de 2013
 
TEXTO ÁUREO
"De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem" (Ec 12.13).

VERDADE PRÁTICA
Obedecer aos mandamentos do Senhor é a prova de que vivemos uma vida justa diante dos homens e de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Eclesiastes 12.1-8.
1 Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;
2 Antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva;
3 No dia em que tremerem os guardas da casa, e se encurvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas;
4 E as portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as filhas da música se abaterem.
5 Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça;
6 Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço,
7 E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.
8 Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
•          Saber que somos criatura; Deus, o Criador;
•          Explicar os dois grandes momentos da vida (juventude e velhice) e as duas dimensões da existência humana (corporal e espiritual), e
•          Analisar a oblação e a generosidade dos filipenses.
COMENTÁRIO
introdução
Salomão chega ao final de suas reflexões acerca da vida "debaixo do sol". O pregador conclui o seu ensino no capítulo 12 de Eclesiastes, contrastando vividamente os distintos momentos da vida humana: juventude e velhice, alegria e tristeza, vida e morte, presente e futuro, temporal e eterno. O estilo adotado por Salomão deixa-nos a sensação de que ele processa a sua reflexão de trás para frente. O autor fala da juventude a partir de uma análise realista da velhice. Fala da vida com os olhos fitos na morte. Fala do temporal com os olhos voltados ao eterno. Fala da criatura a partir do Criador. E fala do prazer da vida sem perder de vista o julgamento final. Nessa última lição, veremos como o ensinamento do pregador nos ajuda a construir uma fé sadia e fundamentada no temor do Altíssimo. [Comentário:  Chegamos assim, ao término do último trimestre de 2013, em que estudamos temas dos livros de Provérbios e Eclesiastes, dois dos três livros sapienciais da Bíblia. E coroando as lições anteriormente estudadas, finalizamos o estudo do livro de Eclesiastes, onde analisaremos o seu último capítulo, o capítulo 12, onde o pregador conclui que o dever do homem, na vida debaixo do sol, é temer a Deus e guardar os Seus mandamentos. Ainda no capítulo 11, Qoheleth, após analisar a vida debaixo do sol, conclui que o homem deve optar ao invés da inércia, demonstrar a sua comunhão com Deus a partir da prática da verdade, da prática do bem. O homem que não confia em Deus pensa que foi lançado a esmo no mundo. Nesse aspecto, o crente em Jesus se distingue daqueles que vivem como se Deus não existisse. Quando amamos e tememos ao Senhor de todo o nosso coração, compreendemos a vida como algo breve, mas na esperança de, nessa brevidade, encontrarmo-nos em plenitude com um Deus "que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível" (1Tm 6.16). Com efeito, o pregador dissera aos jovens que a juventude e a adolescência são vaidade (Ec 11.10), porque passam rapidamente como o vapor.] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. - UMA VERDADE QUE NÃO PODE SER ESQUECIDA
1. Somos criatura. O último capítulo de Eclesiastes inicia-se com uma exortação a que nos lembremos do nosso Criador. Uma das doutrinas mais bem definidas da Bíblia é a da criação. Pela fé cremos no Deus criador do universo (Hb 11.3). Mas aqui, não temos o interesse apologético de provar a existência de Deus, pois Salomão parte do princípio de que Deus é, e que os seus leitores têm isso muito bem resolvido. Com a expressão "lembra-te do teu Criador", o sábio ensina aos homens que eles não passam de criaturas. O termo hebraico para lembrar, zakar, reforça essa ideia. Ele significa recordar, trazer a mente, fazer um memorial. É como se o pregador dissesse: "Coloque isso em sua mente e, se possível, faça um memorial. Não esqueça que você é criatura e que há um Criador". [Comentário:  “Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e alegre-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas essas coisas te trará Deus a juízo.” (Ec 11.9). Em meio a tanto vigor, a tanto divertimento, a tanto gasto de energia, os jovens jamais podem se esquecer de que é criatura e que há um Criador e que, portanto, de tudo quanto se fizer neste mundo haveremos de prestar contas a este Criador. O Adversário tem logrado êxito ao fazer crer a que não há Deus, que Deus não existe, ou que se existe, está para lá da humanidade, desligado destes. Nossos dias são guiados pelo hedonismos, pela narcisismo; nosso mundo ignora a existência divina e por causa disso, apregoa o relativismo, a libertinagem, a autonomia. Não nos enganemos, quando o mundo clama por “liberdade”, está na verdade, pedindo “autonomia”, incorrendo no mesmo pecado de Eva no Paraíso. “Autonomia” é independência, é o poder de ditar as suas próprias normas, as suas próprias leis, algo que o homem não tem, visto que quem dita as regras em todo o Universo é Aquele que tudo criou, o Senhor Deus. Salomão lembra os jovens que Deus continua sendo Deus, é o Criador de todas as coisas e, por isso mesmo, as regras, as normas são por Ele estabelecidos, cabendo ao homem cumpri-los, ou não].
2. Há um Criador. Se em Eclesiastes 12.1 o pregador revela Deus como o Criador, no versículo 13, o livro mostra o Pai Celeste como o Supremo Juiz. Foi Deus quem criou e modelou a criatura a quem Ele chamou de homem! Este fato nos obriga a enxergar o ser humano como criatura e Deus como o Criador. O homem como ser temporal e Deus como o Eterno. Portanto, a partir dessa compreensão, podemos encarar a vida com mais humildade e prudência. [Comentário:  “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade”. "Lembrar-se", na Bíblia ( do hebraico “zakar” (זכר ), cujo sentido é de “chamar à mente”, “recordar”), sempre subentende ação; por exemplo, quando Deus se "lembrou" de Abraão (Gn 19.29), Ele interveio na sua vida para o seu bem. Por isso, lembrar-nos do nosso Criador importa em agir da maneira que Ele estabeleceu quando nos criou. De Deus vem a vida, e com ela as oportunidades que nos advêm com a juventude. É somente com a ajuda do Espírito Santo que conseguimos "lembrar-nos" de Deus, à medida que somos revestidos "do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade" (Ef 4.24); e devemos, assim, viver antes que venha a morte].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Uma verdade que não pode ser esquecida: somos criatura; há um Criador.


II.OS DOIS GRANDES MOMENTOS DA VIDA
 
1. A juventude. Salomão passa a falar sobre a juventude, ou seja, o estágio da vida que representa o período de maior vigor. Ele se vale de várias figuras para demonstrar a nossa finitude e o quão frágeis somos. Em Eclesiastes 11.9, Salomão havia falado da juventude, destacando-a como uma fase de recreação e de satisfação. Tais metáforas criam a imagem da exuberância, elemento característico da mocidade. Elas denotam que, nessa fase da vida, as pessoas não se preocupam com lembranças, memoriais ou história. É como se não houvesse um referencial. Mas em o Novo Testamento, o autor sagrado mostra esse referencial (Hb 12.2) - Jesus Cristo - e exorta-nos a viver a vida com os olhos fitos no Mestre. [Comentário:  Após ter dito que se deveria lembrar do Criador nos dias da mocidade, Salomão dirige-se aos idosos, pois afirma que a lembrança do Criador deve se dar nos dias da juventude antes que venham os maus dias, dias em que se dirá que não há contentamento. Salomão começa, então, a descrever a velhice, a idade avançada, o instante do ocaso da existência terrena do ser humano, dias em que há a perda do vigor, onde não se tem mais aquele ânimo da juventude e onde não se é possível mais vivenciar as alegrias e o contentamento que haviam sido desfrutados na idade tenra].
2. A velhice. No Eclesiastes, a juventude é vista como um estágio inicial e intenso da vida, enquanto a velhice aparece como o último estágio da existência, onde nada mais parece fazer sentido. O corpo físico, outrora forte, robusto e cheio de vigor, agora se mostra enfraquecido pelos anos da vida. De forma metafórica, o sábio prova que a velhice é bem diferente da juventude. O prazer não é como antes (12.1), o sol não brilha com o mesmo esplendor (12.2), e o metabolismo do corpo não funciona como no passado (Ec 12.3-5). Enfim, a velhice mostra-nos como somos frágeis, sujeitos a quebrar a qualquer instante (12.6). [Comentário:  Os dias da juventude logo passam. A idade que vai chegando traz consigo o declínio inevitável, afetando a vida toda da pessoa. O termo “maus” não se refere a males morais, mas significa “angustiosos”, “calamitosos”. Com isso, o Pregador exorta que se o acatamento da exortação não vier antes que venham os maus dias, poderá ser tarde demais. O Pregador descreveu várias vezes a vida de fé como sendo um gozo contínuo (2.24-26; 3.12s., 5.18-20; 9.7-10; 11.8-10). Agora ele apresenta outro aspecto: quando Deus é negligenciado a capacidade de alegrar-se é perdida. Os versículos 3-7 apresentam um quadro vívido do processo de envelhecimento do corpo físico, processo este que culmina na morte. Há conforto, porém, no fato de que nossa pessoa interior "se renova de dia em dia" (2Co 4.16). “O pó volte à terra... o espírito volte a Deus” - Este versículo faz uma distinção entre o aspecto da pessoa humana que fica na terra, no momento da morte, e o que volta a Deus].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Os dois grandes momentos da vida que o sábio apresenta no Eclesiastes são a juventude e a velhice.


III.  AS DIFERENTES DIMENSÕES DA EXISTÊNCIA HUMANA
1. Corporal. Os sentimentos e fatos experimentados na vida - alegrias ou tristezas, acertos ou erros, o presente ou o passado - apenas são possíveis por causa da dimensão corporal de nossa existência. O rei Salomão chama-nos a atenção para esse fato ao dizer que "o pó volte à terra, como o era" (Ec 12.7a). O texto bíblico denota que possuímos um corpo sujeito às limitações de espaço e tempo. Por isso, não devemos esquecer que somos absolutamente finitos. Isso não significa que não temos valor. Ao contrário, a Escritura demonstra que a dimensão temporal é tão importante quanto a espiritual. Em 1 Coríntios 6.19,20, não há dualismo entre corpo e espírito, como se este fosse bom e aquele mau. Portanto, devemos cuidar do nosso corpo e usá-lo sempre para a glória de Deus. [Comentário:  Mais uma vez o Pregador alude a aspectos diferentes da natureza humana. A terra é feita de pó. Esta palavra enfatiza a origem terrena da humanidade (Gn 2.7; 3.19; Jó 10.9) e a fraqueza física (SI 103.14). Voltar ao pó é percorrer o caminho reversivo de Gênesis 2.7, e tornar-se um cadáver, que se sujeita à deterioração completa. Significa não estar mais animado pelo fôlego que provém de Deus (Jó 34.14s.). O espírito humano é o princípio da vida responsável e inteligente. Quando ele se retira, dá-se o fim da vida terrena, e a dissolução do corpo (SI 22.15; 10.29). Por isso o pregador adverte que estes “dias maus” vêm “antes que se quebre a cadeia de prata e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço” (Ec 12.6). A “quebra da cadeia de prata” ou o “afrouxamento do fio de prata” (na Bíblia de Jerusalém), ou, ainda, “o rompimento do cordão de prata” (como se encontra na King James Atualizada) fala-nos da separação entre o corpo e o homem interior (alma e espírito), que é o que representa a morte física, como diz o pregador no versículo seguinte, onde afirma “que o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12.7)].
2. Espiritual. Eclesiastes 12.7b revela que possuímos uma dimensão espiritual da vida, pois o nosso espírito voltará "a Deus, que o deu". O contexto do capítulo 12 de Eclesiastes faz um contraste entre o temporal e o eterno, não deixando dúvidas que o termo hebraico ruach, traduzido por fôlego, hálito e espírito, significa precisamente "espírito" como a parte imaterial do homem (1 Ts 5.23; 2 Co 5.8; Fl 1.23). Assim como cuidamos da nossa dimensão material, devemos cuidar da espiritual (2 Co 7.1; 1 Tm 4.8). E apesar de o homem ser constituído por duas dimensões existenciais - a humana e a espiritual, elas não são independentes entre si, pois o homem é um ser integral (1 Ts 5.23). [Comentário:  O pregador diz que é o instante em que “se quebra a cadeia de prata”, ou seja, o momento em que se desliga o corpo do homem interior (alma e espírito). O corpo volta à terra, mas o espírito (i.e., o homem interior, pois, no Antigo Testamento, não há ainda a ideia da divisão entre alma e espírito, o que somente se explicitará no Novo Testamento) volta a Deus, que o deu, ou seja, há vida após a morte física, a existência perdura, vindo, depois da morte, o juízo (Hb 9.27). A morte é o instante em que “se despedaça o copo de ouro”, ou seja, o momento em que o corpo se desfaz, o corpo que segurava o “conteúdo”, que é o “espírito”, o “homem interior”.].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
As duas distintas dimensões da existência humana encontradas no livro de Eclesiastes são a corporal e a espiritual.

IV.  PRESTANDO CONTA DE TUDO
1. Guardando o mandamento. Após falar da brevidade da vida e da necessidade de se buscar em Deus um sentido para ela, o sábio conclui que o dever de todo homem é temer a Deus e guardar os seus mandamentos (Ec 12.13). Aqui, há duas coisas que precisam ser ditas. Primeira, a vida é dinâmica, mas precisa de regras e normas. Segunda, é nosso dever ouvir e guardar a Palavra do Senhor no coração. O mandamento divino é constituído de princípios eternos e, para o nosso próprio bem, temos de observá-los e acatá-los integralmente fazendo tudo quanto o Criador requer de nós, pois esta é a vontade de Deus (1 Jo 5.3). [Comentário:  João escreve mostrando como a fé, o amor e a obediência se relacionam um com o outro. A fé nos leva a um relacionamento amoroso com Deus, e o amor por ele leva ao amor por outros cristãos e à obediência de seus mandamentos. Eles não são pesados, pois os benefícios práticos da obediência a todas as leis de Deus contribuem totalmente com o proveito e a realização humana daqueles que aprendem a sua aplicação para a vida].
2. Aguardando o julgamento. Nas últimas palavras do Eclesiastes, há uma séria advertência sobre o julgamento a que todo ser humano estará sujeito. O pregador diz que "Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau" (Ec 12.14). As nossas obras e ações serão avaliadas por Deus, pois para Ele os valores estão bem definidos: o certo e o errado nunca mudam. O termo hebraico mishpat, usado nas últimas palavras de Salomão, possui o sentido jurídico de tomada de decisão. Chegará, pois o dia da prestação de contas de todos os homens. O Justo Juiz decidirá o nosso destino (Rm 14.10,12). Tais palavras não são intimidatórias, mas um convite a vivermos com responsabilidade diante de Deus e da sociedade. [Comentário:  Como Senhor, o direito de tal julgamento pertence a Cristo. Cristãos fracos e fortes devem, da mesma maneira, comparecer ante o tribunal de Cristo. Esse julgamento se baseará no que temos feito nesta vida (2Co 5.10). Este julgamento não determinará se entraremos ou não no céu, mas determinará graus de recompensa no céu (Mt 16.27; 25.31-46; Jo 5.29; Rm 14.10-12; 1Co 3.10-15; 2Co 5.9-10). No Tribunal de Cristo, crentes são recompensados tomando-se por base o quão fielmente serviram a Cristo (1Co 9.4-27; 2Tm 2.5). As coisas pelas quais seremos julgados serão provavelmente o quão fielmente obedecemos à Grande Comissão (Mt 28.18-20), o quão vitoriosos fomos sobre o pecado (Rm 6.1-4), o quão bem controlamos nossa língua (Tg 3.1-9), etc. A Bíblia fala dos crentes recebendo coroas por diferentes coisas com base em quão fielmente serviram a Cristo (1Co 9.4-27; 2Tm 2.5). As várias coroas são descritas em 2Tm 2.5; 2Tm 2.4-8; Tg 1.12; 1Pe 5.4 e Ap 2.10. Tiago 1.12 é um bom resumo de como devemos pensar no Tribunal de Cristo: “Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.” (Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/tribunal-Cristo.html#ixzz2oWaKclHp)].
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Todo homem não deve esquecer isto: Um dia prestaremos contas de tudo a Deus.

CONCLUSÃO

A vida é um contraste entre a alegria e a tristeza, entre a juventude e a velhice, entre a vida e a morte, entre o passado e o presente. Não há como fugir a essa realidade. Sabendo que a nossa vida "debaixo do sol" é tão fugaz, cabe-nos procurar vivê-la  da melhor maneira possível, pois esse é um dom do Criador. Salomão, em sua singular sabedoria, nos ensina: tema a Deus em todo o tempo. Só assim seremos felizes. [Comentário:  O homem foi criado por Deus como a coroa de toda a sua criação, à imagem de Deus e segundo a Sua semelhança (santo, justo e bom), com uma alma racional, para governar, como representante de Deus, sobre toda a criação, mas perdeu seu alto privilégio por causa de seu pecado e a quebra do pacto das obras. Desde então, a vida tem se mostrado um contraste entre a alegria e a tristeza, entre a juventude e a velhice, entre a vida e a morte, entre o passado e o presente. Assim, o homem se tornou cego e ignorante; Deus teve que lhe falar para instruí-lo e trazê-lo de volta ao conhecimento correto de Deus e de Sua vontade. O homem foi criado para a glória de Deus, para que Deus pudesse manifestar a Si mesmo e para ser magnificado em, através, e sobre Sua criatura. Salomão, após falar sobre a futilidade da vida quando vivida como se este mundo e tudo o que ele tem a oferecer fossem tudo o que há, conclui assim o livro de Eclesiastes: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas quer sejam más” (Ec 12.13-14). Salomão diz que a vida se trata de honrar a Deus com nossos pensamentos e vidas e assim guardar os Seus mandamentos, pois um dia estaremos diante Dele para juízo].
__________                __________                __________
Chegamos ao fim do último trimestre letivo de 2013, e ao fim de mais um ano, pleno de bênçãos, domingo após domingo, na Casa do Senhor, estudando preciosas Lições. Começamos 2013 estudando “Elias e Eliseu - Um ministério de poder para toda a igreja”, no 2º Trimestre vimos “A Família Cristã no Século XXI”, no 3º Trimestre vimos “Filipenses - A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja”, e então, fechamos com chave de ouro, estudando nesta revista “Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes”. Agradeço a todos que me acompanharam neste ano, aos colaboradores, membros, seguidores, meu fraterno abraço. Espero por vocês em 2014 - Se Cristo não voltar! Paz e bem.
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Extraído do blog: auxilioaomestre

Nenhum comentário:

Postar um comentário