VÍDEO 1
VÍDEO II
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Após admoestar os crentes filipenses que o tenham
como modelo a ser imitado, Paulo os adverte quanto aos perigos daqueles a quem
denomina de “inimigos da cruz de Cristo”. Estudaremos, na aula de hoje, que
esse não apenas devem ser evitados, mas também confrontados, por comprometerem
a veracidade do evangelho. Ao final destacaremos que a perdição deles está
prevista nas Escrituras, e que nós, os crentes em Jesus, estamos fundamentados
em uma viva esperança, eterna que vem de Deus.
1. OS
INIMIGOS DA CRUZ
Paulo, como pastor amoroso, protege suas ovelhas
das ameaços dos inimigos, dos falsos mestres, daqueles que se infiltravam no
meio do povo de Deus, somente para tirar proveito. Os inimigos da cruz de Cristo,
a respeito dos quais o Apóstolo trata em suas Epístolas, mais especificamente
Gálatas e Filipenses, são prioritariamente os judaizantes.
Esse movimento se tornou servo dos caprichos religiosos, achavam que dependiam de suas dietas alimentares para serem salvos. Por isso “o deus deles era o ventre”, pois determinavam previamente o que deveriam ou não comer para serem santos. A circuncisão, conforme já destacamos anteriormente, era uma condição imposta por eles para o pertencimento a Cristo. Esses, diferentemente de Paulo, e dos crentes de todas as gerações, se gloriavam não na cruz, isto é, no sacrifício de Jesus, mas em suas práticas legalistas (Gl. 6.12-15). Paulo destacou, assim como fez o autor da Epístola aos Hebreus, que o véu do templo foi rasgado, e que o homem agora tem livre acesso a Deus, por meio de Jesus Cristo (Hb. 10.19-25). A circuncisão, como qualquer outra prática religiosa, é incapaz de conduzir o ser humano à salvação (Ef. 2.8-16). Existem muitos evangélicos nestes dias que acham que são salvos por algo que façam ou deixam de fazer. A vaidade de alguns está no cumprimento do cabelo, ou de uma saia, restrições comumente direcionadas apenas às mulheres. Mas havia outro grupo entre os crentes filipenses, esses se voltavam para o lado oposto, eram totalmente liberais. Esses não eram legalistas, mas libertinos, argumentavam que os crentes podiam pecar, pois o corpo, a parte negativa do ser humano, seria destruído na sepultura. Esse pensamento foi influenciado pelo dualismo grego, a crença filosófica que a matéria era má, e por conseguinte, seria descartada no sepulcro. Essa cosmovisão helenista tem assumido muitas formas no cristianismo moderno, a mais perigosa é a do universalismo. Alguns líderes eclesiásticos estão defendendo que todas as pessoas serão salvas, pouco importando se receberam ou não a Cristo. Mas Paulo, em suas epístolas, tanto confrontou o ascetismo legalista (I Co. 7.1) quanto à libertinagem anomista (I Co. 6.12), e defendeu a produção do fruto do Espírito (Gl. 5.22).
Esse movimento se tornou servo dos caprichos religiosos, achavam que dependiam de suas dietas alimentares para serem salvos. Por isso “o deus deles era o ventre”, pois determinavam previamente o que deveriam ou não comer para serem santos. A circuncisão, conforme já destacamos anteriormente, era uma condição imposta por eles para o pertencimento a Cristo. Esses, diferentemente de Paulo, e dos crentes de todas as gerações, se gloriavam não na cruz, isto é, no sacrifício de Jesus, mas em suas práticas legalistas (Gl. 6.12-15). Paulo destacou, assim como fez o autor da Epístola aos Hebreus, que o véu do templo foi rasgado, e que o homem agora tem livre acesso a Deus, por meio de Jesus Cristo (Hb. 10.19-25). A circuncisão, como qualquer outra prática religiosa, é incapaz de conduzir o ser humano à salvação (Ef. 2.8-16). Existem muitos evangélicos nestes dias que acham que são salvos por algo que façam ou deixam de fazer. A vaidade de alguns está no cumprimento do cabelo, ou de uma saia, restrições comumente direcionadas apenas às mulheres. Mas havia outro grupo entre os crentes filipenses, esses se voltavam para o lado oposto, eram totalmente liberais. Esses não eram legalistas, mas libertinos, argumentavam que os crentes podiam pecar, pois o corpo, a parte negativa do ser humano, seria destruído na sepultura. Esse pensamento foi influenciado pelo dualismo grego, a crença filosófica que a matéria era má, e por conseguinte, seria descartada no sepulcro. Essa cosmovisão helenista tem assumido muitas formas no cristianismo moderno, a mais perigosa é a do universalismo. Alguns líderes eclesiásticos estão defendendo que todas as pessoas serão salvas, pouco importando se receberam ou não a Cristo. Mas Paulo, em suas epístolas, tanto confrontou o ascetismo legalista (I Co. 7.1) quanto à libertinagem anomista (I Co. 6.12), e defendeu a produção do fruto do Espírito (Gl. 5.22).
2. O FIM
DELES É A PERDIÇÃO
Esses falsos mestres estão investindo na destruição
deles mesmos, pois mesmo pensando que estão adorando a Deus, na verdade estão
adorando a eles mesmos (Fp. 3.19). Como o deus deles é o ventre, koilia em
grego, apenas se gloriam do próprio umbigo. A vida deles é centrada no eu, são
incapazes de se submeterem à autoridade da Palavra de Deus. Não admitem
qualquer disciplina espiritual: oração, jejum e meditação. Os púlpitos
evangélicos estão repletos de pregadores que tratam de assuntos que nada têm a
ver com o evangelho. Os supostos pastores, que na verdade querem ser chamados
de bispos e apóstolos, pregam apenas a si mesmos. Muitas igrejas, que não podem
ser consideradas evangélicas no sentido próprio do termo, estão alicerçadas
apenas no amor ao dinheiro. Esses pseudoevangélicos usam a Bíblia apenas para
cooptar as pessoas a satisfazerem seus interesses. Não existe qualquer
procedimento exegético na exposição das Escrituras. Eles pincelam os textos a
seu bel-prazer, de acordo com suas conveniências, sem atentar para o sentido
gramatical e contextual do versículo. Paulo diz que “a glória deles está na sua
infâmia” (Fp. 3.19), isto é, eles deveriam se envergonhar do que estavam
fazendo. Eles não apenas se entregavam dissolutamente ao pecado, mas também se
vangloriavam dos seus atos libertinos. Eles falavam a respeito de Deus, mas a
preocupação central deles era com o terreno, “apenas para as coisas materiais”.
O meio evangélico está cheio desse tipo de pregador que não sabe mais o que
significa ser salvo e ir para o céu. Na verdade, eles não têm qualquer
sentimento em relação ao céu, pois o foco está exclusivamente nos valores
terrenos. Eles pregam a ganância, travestida de prosperidade terrena, como se
fosse o único prêmio a ser buscado pelos crentes. Eles ficam apavorados diante
da morte, negam-se a tratar desse assunto. Por isso, para eles, a saúde física
é idolatrada, argumentam até que um cristão de fé não pode adoecer. Muitos
pseudoevangélicos estão se deixando levar por essa ladainha antievangélica.
Esses inimigos da cruz de Cristo receberão sua paga na eternidade, o engano
proliferado por eles não ficará impune. O caminho deles os conduzirá à
perdição, pois eles estão pregando heresia, o que conduz à punição eterna (II
Ts. 1.9).
3. MAS A
NOSSA CIDADE ESTÁ NOS CÉUS
Os crentes em Jesus não se apavoram diante da
morte, pois sabem que ela é apenas uma passagem para uma eternidade com Cristo.
Estamos na terra e devemos responder com responsabilidade a essa condição. Os
cristãos, enquanto cidadãos da terra, têm direitos e deveres. Precisamos estar
conscientes dessa situação, principalmente nos momentos de cobrar dos
políticos. Há crentes que defendem uma obediência incondicional às autoridades,
mas isso não é ensinado na Bíblia (At. 5.29). A democracia pressupõe
diversidade de poderes e fiscalização por parte do povo, para que os poderes
governem a contento. O respeito às autoridades é bíblico (Rm. 13.1), e deve ser
considerado, mas não irresponsavelmente. Devemos orar, e agir através do voto
(Tt. 3.1), para evitar que tenhamos autoridades que apenas governam para elas
próprias. Por outro lado, não podemos também perder o foco, há líderes
evangélicos que apenas enfatizam a dimensão temporal. Eles se engajam
politicamente, mas se esquecem de que são cidadãos dos céus (Fp. 3.20). Para
não incorrer no equívoco dos religiosos que apenas visualizam o terreno,
devemos saber que “a nossa Pátria está nos céus”. O substantivo para pátria, em
grego, é politeuma, e significa a conduta de alguém no mundo. O homem moderno
está tão centrado no terreno, até mesmo entre aqueles que se dizem evangélicos,
que não conseguem olhar para cima. Como cidadão do céu, o crente tem seu nome
registrado naquele lugar (Lc. 4.3; 10.20), ele aguarda com expectação o momento
que entrará no país celestial (Ap. 20.15). Paulo diz que o crente tem uma
bendita esperança, que é a segunda vinda de Jesus Cristo (Ef. 3.20). Esse tema
está desaparecendo dos púlpitos cristãos, são poucos o que têm interesse de
pregar o arrebatamento da igreja. Mas essa é uma das doutrinas fundamentais da
fé cristã, não podemos perder a esperança na volta de Jesus para arrebatar os
seus (I Ts. 4.13-18). Um dia a trombeta soará e Cristo virá com os Seus anjos,
para ressuscitar aqueles que morreram no Senhor, e para transformar os que
estiverem vivos (I Co. 15.43-53).
CONCLUSÃO
Os inimigos da cruz de Cristo pregam um evangelho
que nada tem a ver com a Palavra de Deus. Eles estão centrados em satisfazer
seus apetites carnais ou em cumprir suas tradições religiosas. Mas os crentes
em Jesus não perdem o foco, pois sabem que quando Cristo se manifestar serão
semelhantes a Ele (I Jo. 3.2). Nesses dias tão difíceis, nos quais as pessoas
estão se distraindo com o terreno, inclusive alguns denominados evangélicos,
não podemos perder o céu de vista. Jesus nos prometeu um lugar, o qual está
preparado, para que estejamos para sempre com Ele (Jo. 14.1).
Extraído do blog: subsidioebd.blogspot.com.br
SUBSÍDIO II
Lição 9 – Confrontando os inimigos da Cruz de Cristo
TEXTO ÁUREO
“Porque muitos há, dos quais muitas vezes
vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de
Cristo” (Fp 3.18). – “Esses
inimigos eram, segundo a melhor interpretação, crentes professos que
estavam corrompendo o evangelho com suas vidas imorais e falsos ensinos.
Uma das razões da grandeza de Paulo era que ele possuía convicções
firmes, cujo coração ficava muito intranquilo quando o evangelho era
distorcido ou quando as pessoas a quem ele ministrava corriam perigo de
deixar a fé (ver 3.2; Gl 1.9).”
VERDADE PRÁTICA
A cruz de Cristo é o ponto central da fé cristã: sem ela não pode haver cristianismo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 3.17-21.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
• Conscientizar-se a respeito da necessidade de se manter firme em Cristo;
• Saber quais são os inimigos da cruz de Cristo, e
• Aprender a respeito do futuro glorioso daqueles que amam a cruz de Cristo.
PALAVRA-CHAVE
Inimigos: Na lição são os judaizantes e aqueles que não tinham comunhão com a cruz de Cristo
COMENTÁRIO
introdução
Das advertências de Paulo à igreja em
Filipos, a exortação para que permanecessem firmes na fé e mantivessem a
alegria que a nova vida em Cristo proporciona, é uma das mais
importantes. O apóstolo assim os estimula, por estar ciente dos falsos
cristãos que haviam se infiltrado no seio da igreja. Tais eram, de fato,
inimigos da cruz de Cristo. [Entramos
com a lição anterior no terceiro capítulo da missiva aos Filipenses e
vimos que Paulo faz uma severa advertência contra os judaizantes,
denominados pelo apóstolo de “inimigos da cruz de Cristo”. Nos
versos 1-4, Paulo adverte seus leitores contra um erro do lado judaico,
que insistiam no legalismo, buscando outra vez subjulgar sob a Lei
mosaica. Nos versos 17-21, adverte-os contra o perigo da frouxidão
moral: “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós” (veja também 1Co 11.1; Rm 16.17). Os “inimigos da cruz de Cristo”
apregoavam o legalismo, a lei e os códigos de conduta, porém não
conheciam a cruz ensanguentada. Todavia, Paulo chama a atenção não
somente a respeito dos judaizantes, mas também quanto os irmãos que não
viviam de acordo com o modelo de serviço e sacrifício de Cristo. Paulo
pede aos filipenses que lutem contra estes inimigos a fim de que não
venham sucumbir na fé. Esta advertência de Paulo deve ser levada a sério
pela igreja na atualidade, pois atualmente também muitos são os
inimigos dessa cruz ensanguentada! Os servos de Cristo Jesus devem ter
consciência de que, no meio da igreja local, infiltram-se os “inimigos da cruz de Cristo”.] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. EXORTAÇÃO À FIRMEZA EM CRISTO (3.17)
1. Imitando o exemplo de Paulo (v.17a). Quando
Paulo pediu aos filipenses para que o imitassem, não estava sendo
presunçoso. Precisamos compreender a atitude do apóstolo não como falta
de modéstia, ou falsa humildade, mas imbuída de uma coragem espiritual e
moral de colocar-se, em Cristo, como referência de vida e fé para
aquela igreja (1Co 4.16,17; 11.1; Ef 5.1). Paulo mostrou que a
verdadeira humildade acata serenamente a responsabilidade de vivermos
uma vida digna de ser imitada. Que saibamos refletir sobre isso num
tempo em que estamos carentes de referências ministeriais. [O
que deviam imitar? Nos versos 7-13, lemos que Paulo não tinha confiança
no seu eu-próprio, que estava disposto a sacrificar todas as coisas por
Cristo, que reconhecia a sua própria imperfeição e que estava
grandemente desejoso para avançar rumo ao alvo - o Senhor. Sua
advertência é necessária, porque há aqueles que tomam uma atitude
diferente, são “inimigos da cruz de Cristo”. Quando Paulo disse aos filipenses: "Uma coisa faço"
(3.13), ele reduziu a vida cristã nesse objetivo. Por exemplo, os
cristãos existem para glorificar a Deus, mas só poderão fazê-lo à medida
em que eles se parecerem com Jesus Cristo. Quando eles evangelizarem os
perdidos, eles estão imitando o Senhor, que veio para "buscar e salvar os que estavam perdidos" (Lc 19.10). Quando os crentes amadurecem espiritualmente eles "crescem na graça e no conhecimento de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2Pe 3.18). Quando eles "morrerem para o pecado e vivem para a justiça" (1Pe 2.24) eles se tornam mais e mais parecidos com Jesus, "que não conheceu pecado"
(2Co 5.21; Hb 7.26; 1Pe 2.22, 1Jo 3.5). Paulo era um companheiro de
viagem no caminho para a inatingível perfeição espiritual, e, portanto,
um modelo para os fiéis seguirem. Ele foi modelo da virtude de
moralidade, superando a carne, foi vitorioso sobre a tentação, foi
modelo de adorador, de serviço a Deus, de paciência no sofrimento, soube
lidar com as posses (riquezas e pobreza), e soube não se corromper
diante das ofertas do mundo.].
2. O exemplo de outros obreiros fiéis (v.17b). O
texto da ARA tem uma tradução melhor dessa passagem: “observai os que
andam segundo o modelo que tendes em nós”. Paulo estava reconhecendo o
valor da influência testemunhal de outros cristãos, entre os quais
Timóteo e Epafrodito, que eram referências para as suas comunidades. O
apóstolo chama a atenção dos cristãos filipenses para observarem os
fiéis e aprenderem uns com os outros objetivando a não se desviarem da
fé. [Pela
terceira vez neste capítulo Paulo carinhosamente trata dos Filipenses,
como a irmãos (cf. vv.1,13). A frase juntar-se em seguir o meu exemplo
literalmente lê no texto grego "ser imitadores e meus companheiros."
Paulo exortou os Filipenses a imitar a maneira como ele viveu. Ele não
estava se colocando em um pedestal de perfeição espiritual. Em vez
disso, ele estava encorajando os filipenses a segui-lo, um pecador
imperfeito, como ele perseguiu o objetivo de Cristo. As falhas de Paulo
estão registradas no Novo Testamento, bem como seus triunfos. Indignado
com o tratamento abusivo nas mãos do sumo sacerdote, ele gritou: "Então
Paulo lhe disse: Deus te ferirá a ti, parede branqueada; tu estás aí
sentado para julgar-me segundo a lei, e contra a lei mandas que eu seja
ferido?"(At 23.3) - uma explosão que ele logo a seguir pediu
desculpas (At 23.5). Por causa de sua luta com orgulho, o Senhor deu a
Paulo um espinho na carne (2 Co 12.7). Três décadas depois de sua
conversão, ele ainda pensava de si mesmo como o principal dos pecadores
(1Tm 1.15). Se esforçando por ser exemplo, Paulo ordenou aos filipenses
para que também observassem aqueles que andassem de acordo com o padrão
que eles viam nele e em seus seguidores. O termo grego Skopeo (observar) é a forma verbal do substantivo traduzido como "meta" no versículo 14, e poderia ser traduzida como "fixar o olhar em." Paulo está com vigor, dizendo: "Concentre-se
naqueles cuja caminhada (conduta diária) é de acordo com o padrão
correto que vocês viram em mim e em meus companheiros". Isso
incluiria Timóteo e Epafrodito, a quem os filipenses conheciam, assim
como os bispos e diáconos de Filipos (1.1). A palavra nós, no entanto, é
mais provável como um plural literário, uma forma humilde de Paulo para
se referir a si mesmo.].
3. Tendo outro estilo de vida. Muitas vezes somos forçados a acreditar que somente os obreiros devem ter um estilo de vida separado exclusivamente a Deus. Essa dualidade entre “clero” e “leigos” remonta à velha prática eclesiástica estabelecida pela Igreja Romana, na Idade Média, onde uma elite (o clero) governa a igreja e esta (os leigos) se torna refém daquela. É urgente resgatar o ideal da Reforma Protestante, ou seja, a “doutrina do sacerdócio de todos os crentes”, ou “Sacerdócio Universal”, reivindicada em 1 Pedro 2.9. Todos nós, obreiros ou não, temos o livre acesso ao trono da Graça de Deus por Cristo Jesus. Não tentemos costurar o véu que Deus rasgou! [Como sacerdócio real, observa-se a natureza real do adorador resgatado. Esta passagem se baseia no chamamento de Deus ao antigo Israel (Êx 19.5-7). Pedro e João (Ap 5.1-6) puxam esta verdade para a total aplicação e realização profética do crente no Novo Testamento. A Igreja é o novo Israel, agora incluindo os crentes gentios que, em outro tempo, não eram povo e que não tinham alcançado misericórdia. Essa citação de Os 1 é uma indicação de que o apóstolo podia encarar as profecias do Antigo Testamento sobre a nação de Israel como realizada na Igreja, o novo Israel espiritual].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Todo crente, obreiros ou não, tem livre acesso ao trono da Graça de Deus por Cristo Jesus.
II. OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO (3.18,19)
1. Os inimigos da cruz (v.18). Depois
de identificar os inimigos da cruz de Cristo, Paulo mostra que o
ministério pastoral é regado com muitas lágrimas. A maior luta do
apóstolo era com as heresias dos falsos cristãos judeus. Paulo chama os
judaizantes de “inimigos da cruz de Cristo”. O apóstolo conclamou a
igreja a resistir tais inimigos, mesmo que com lágrimas, pois eles
tinham como objetivo principal minar a sua autoridade pastoral. O
apóstolo já havia enfrentado inimigos semelhantes em Corinto (1Co 6.12).
Agora, em Filipos, havia outro grupo que adotava a doutrina gnóstica.
Este grupo de falsos crentes (3.18,19) afirmava erroneamente que a
matéria é ruim. Logo, não há nenhum problema em pecar através da
“carne”, pois toda e qualquer coisa que fizermos com o corpo, e através
dele, não afetará a nossa alma. Essa ideia herética e diabólica é
energicamente refutada pela Palavra de Deus (1Ts 5.23). [Agora
Paulo chega a uma parte muito importante da sua carta, ele exorta os
cristãos filipenses para serem firmes em Cristo na observância do
Evangelho. A preocupação do apóstolo era com os falsos mestres que se
aproximavam dos crentes filipenses. Estes mestres eram considerados por
ele “inimigos da cruz”, pessoas que trabalhavam para esvaziar o
sentido da Cruz de Cristo. O apóstolo havia-os enfrentado noutras
ocasiões. De acordo com especialistas do Novo Testamento, é difícil
identificar estes inimigos da cruz na carta de filipenses. Mas pelo teor
do ensino de Paulo contra uma concepção legalista de cristianismo e uma
perspectiva libertina da graça, judaizantes e gnósticos são as
identidades mais aceitas. Em 1Ts 5.23, a oração final de Paulo é de que
seus convertidos possam ser inteiramente santificados, isto é, que todo o
seu ser - espírito, alma e corpo - possa ser apresentado à vontade de
Deus. O poder para esse acontecimento deve vir do Deus de paz. “Paz”
significa prosperidade espiritual no sentido mais amplo.].
2. “O deus deles é o ventre” (3.19). O
termo “ventre” aqui é figurado e representa os “apetites” carnais e
sensuais. Os inimigos da cruz viviam para satisfazer os prazeres da
carne — glutonaria, bebedice, imoralidade sexual, etc. — satisfazendo
todos os desejos lascivos, pois acreditavam que tais atitudes “meramente
carnais” não afetariam a alma nem o espírito. Porém, o ensino de Paulo
aos gálatas derruba por terra esse equivocado pensamento (Gl 5.16,17). [Os
versículos 18 e 19 poderiam descrever quaisquer adversários (1Co 1.23),
inclusive os judaizantes (vs. 2-6; Gl 2.15-21). Paulo pode ter em
mente, de forma especial, os que concebem a Cristo como espírito puro e
que zombam da ideia dele trazer salvação por meio da encarnação e de um “corpo de sua carne”
que pudesse morrer (Cl 1.22). Tais pessoas consideravam-se vivendo em
um plano espiritual elevado, o que lhes permite entregarem-se livremente
aos prazeres sensuais, seja comida (o “deus deles é o ventre”) ou sexo (“a glória deles está na sua infâmia” - confira 1Co 6.9,10) - práticas sensuais desenfreadas. Apetite traduz o grego koilia,
que refere-se anatomicamente ao abdomem, particularmente ao estômago.
Aqui ele é usado metaforicamente para se referir a todos, sem restrições
quanto ao sexo, cor, raça ou crença (confira 1Co 6.13). Eles viviam o
aqui e o agora, e jamais pensavam na eternidade. Os falsos mestres foram
condenados porque não adoraram a Deus, mas por terem se inclinado aos
seus impulsos sexuais. Poderia ser uma referência aos judaizantes que
davam maior ênfase em manter as leis dietéticas judaicas. Os falsos
mestres, tendo em vista que eram gentios, buscavam desenfreadamente os
prazeres sensuais. Judas descreve tais pessoas como "homens ímpios, que transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam ao único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (Jd 4).].
3. “A glória deles” (3.19). Paulo
sabia que aqueles falsos crentes não tinham qualquer escrúpulo nem
vergonha. Entregavam-se às degradações morais sem o menor pudor e, mesmo
assim, queriam estar na igreja como se nada tivessem feito de errado. O
apóstolo os trata como inimigos da cruz de Cristo, porque as atitudes
deles invalidavam a obra expiatória do Senhor. A declaração paulina é
enfática acerca daqueles que negam a eficácia da cruz de Cristo: a
perdição eterna. O castigo dos ímpios será inevitável e eterno (Ap 21.8;
Mt 25.46). Um dia, eles ressuscitarão para se apresentarem diante do
Grande Trono Branco, no Juízo Final, e serão julgados e lançados na
Geena (o lago de fogo), que é o estado final dos ímpios e dos demônios
(Ap 20.11-15). [Um princípio recorrente nas Escrituras é que as coisas deste mundo são incompatíveis com o reino de Deus 1Co 15.50; Gl 5.21). “e cuja glória é para confusão deles”
(Fp 3.19) - A glória deles não está nas regiões celestiais em Cristo
(Ef 1.3) e nem na cruz ensanguentada (Gl 6.14) tampouco de Cristo e de
Deus Pai (1Co 1.30,31). Antes, gloriam-se em si mesmos, em sua sabedoria
ou em alguma realização que consideram ser de extremado valor, mas que
na opinião paulina “é para confusão deles”. O Novo Testamento
constantemente alerta para o perigo representado por falsos mestres. No
Sermão da Montanha, Jesus advertiu: "Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores" (Mt 7.15). No Sermão do Monte Ele acrescentou: "Vede que ninguém engane vocês. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: 'Eu sou o Cristo', e enganarão a muitos" (Mt 24.4-5).].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Paulo
conclamou a igreja a resistir os inimigos da cruz de Cristo, mesmo que
com lágrimas. Estes inimigos tinham como objetivo principal minar a fé
dos irmãos.
III. O FUTURO GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE CRISTO (3.20,21)
1. “Mas a nossa cidade está nos céus” (Fp 3.20). [Paulo
mais uma vez relembra seus leitores que, embora eles possam ser
cidadãos de Roma, eles têm uma cidadania maior e realmente são apenas
estrangeiros nesta terra - assim como Filipos era uma colônia romana (At
16.12), a igreja é uma colônia do céus]. Os
inimigos da cruz de Cristo eram os crentes que viviam para as coisas
terrenas. Paulo, então, lembra aos irmãos de Filipos que “a nossa cidade
está nos céus”. Quando o apóstolo escreveu tais palavras, ele tomou
como exemplo a cidade de Filipos. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal, “Filipos estava localizada na principal rota de transportes da
Macedônia, uma extensão da Via Ápia, que unia a parte oriental do
império à Itália”. O apóstolo faz questão de mostrar que aquilo que
Cristo tem preparado para os crentes é algo muito superior a Filipos
(v.20). O apóstolo mostra que o cidadão romano honrava a César, porém os
crentes de Filipos deveriam honrar muito mais a Jesus Cristo, o Rei da
pátria celestial. Em breve o Senhor virá sobre as nuvens do céu com
poder e glória, para arrebatar a sua igreja levando-a para a cidade
celeste, a Nova Jerusalém (Mt 24.31; At 1.9-11). [A
motivação para ser semelhante a Cristo é a esperança de seu retorno.
Uma vez que Cristo está no céu, aqueles que o amam devem estar
preocupados com o céu, ansiando por Cristo para voltar e levá-los para
estar com Ele (1Ts 4.17). É consistente que os crentes tenham um foco
celeste, porque a nossa pátria está nos céus. Politeuma (cidadania)
aparece somente aqui no Novo Testamento, embora Paulo tenha usado o
verbo relacionado em 1.27. Refere-se ao lugar onde se tem um estatuto
oficial, a comunidade onde o próprio nome está gravado no registro dos
cidadãos. Embora os crentes vivam neste mundo, eles são cidadãos do céu.
Eles são membros do reino de Cristo, que não é deste mundo (Jo 18.36). A
referência de Paulo à cidadania pode ter sido especialmente
significativa aos Filipenses, uma vez que Filipos era uma colônia
romana. Os filipenses eram cidadãos romanos, embora obviamente vivendo
fora de Roma, assim como os crentes são cidadãos do céu embora vivam na
terra. É do céu que aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Para
os discípulos que viram a ascensão de Cristo ao céu e que ouviram dos
anjos: "Homens da Galileia, por que estais olhando para o céu? Esse
Jesus, que foi levado de vocês para o céu, há de vir exatamente da mesma
maneira como vocês O têm visto ir para o céu"(At 1.11). Em João 14.2-3 O próprio Jesus prometeu: "Na
casa de meu Pai há muitas moradas, se assim não fosse, eu vos não teria
dito, pois vou preparar-vos lugar. Quando eu for e preparar um lugar
para vocês, eu voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu
estiver, estejais vós também." Por causa dessas promessas, os crentes devem estar "aguardando a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo" (1Co 1.7), e "para esperar o seu Filho do céu, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, que é Jesus, que nos livra da ira vindoura" (1Ts 1.10). Até Ele voltar, os crentes "...também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo." (Rm 8.23b).].
2. “Que transformará o nosso corpo abatido” (Fp 3.21). O
estado atual do nosso corpo é de fraqueza, pois ainda estamos sujeitos
às enfermidades e à morte. Mas um dia receberemos um corpo glorificado e
incorruptível. Os gnósticos ensinavam que o mal era inerente ao corpo.
Por isso, diziam que só se deve servir a Deus com o espírito. Eles
afirmavam ainda que de nada aproveita cuidar do corpo, pois este se
perderá. Erroneamente, acrescentavam que o interesse de Cristo é salvar
apenas o espírito. A Palavra de Deus refuta tal doutrina. Ainda que
venhamos a sucumbir à morte, seremos um dia transformados e teremos um
corpo glorioso semelhante ao de Cristo glorificado (Fp 3.21; 1Ts 5.23;
1Co 15.42-54). [Diante
de uma atitude de desprezo do corpo, Paulo celebra a transformação de
nossos corpos por Cristo (1Co 15.50-53). Cristo ressuscitou, ele mesmo,
corporalmente da sepultura, como “primícias” de uma grande colheita (1Co
15.23). Assim como o Pai fez justiça à obediência de Cristo (2.6-11),
também a fidelidade dos crentes na aflição culminará na gloriosa
ressurreição que lhes está preparada. A promessa do retorno de Cristo
oferece segurança, já que Jesus prometeu: "E a vontade do Pai que me
enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o
ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é
esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e
eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6.39-40). Os crentes não
devem esperar pela volta de Cristo com atitudes de resignação passiva ou
desinteresse entediado. Em vez disso, eles devem estar aguardando o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Os crentes não estão esperando por um
evento, mas uma Pessoa. O termo grego Apekdechomai (aguardamos)
é freqüentemente usada para falar de esperar pela segunda vinda de
Cristo (por exemplo, Rm 8.19, 23, 25; Gl 5.5; 1Co 1.7; Hb 9.28).Apekdechomai (aguardamos) descreve não só ansiedade, mas também paciência.].
3. Vivendo em esperança. Vivemos tempos trabalhosos e difíceis (2Tm 3.1-9). Quantas
falsas doutrinas querem adentrar nossas igrejas. Infelizmente, não são
poucos os que naufragam na fé. Nós, contudo, à semelhança de Paulo,
nutrimos uma gloriosa esperança (Rm 8.18). Haja o que houver, aconteça o
que acontecer, o nosso coração estará seguro em Deus e em sua promessa
(Ap 7.17; 21.4) [Paulo
e Silas são presos, açoitados e trancados no cárcere. Mas eles não
praguejam, não se desesperam, não se revoltam contra Deus. Eles têm paz
no vale. Em vez de clamar por vingança contra os seus inimigos, eles
clamam pelo nome de Deus para adorá-Lo. Eles fazem um culto na cadeia.
Cantam e oram a despeito das circunstâncias mais adversas. O evangelho
que pregam aos outros funciona também para eles. Na verdade, eles sabem
que Deus está no controle da situação. Assim, certamente Deus pode nos
dar livramento diante de circunstâncias impostas nestes tempos
trabalhosos e difíceis. Paulo descreveu os falsos mestres como inimigos
da cruz de Cristo. O termo "cruz" não se limita ao
instrumento real de madeira para condenação à morte (1Co 1.1718, 23;
2.2; Gl 3.1; 6.14; Ef 2.16; Cl 1.20, 2.14, 1Pe 2.24), mas significa a
morte expiatória de Cristo em todos os seus aspectos. Os falsos mestres
eram contra a salvação!].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
À semelhança de Paulo precisamos ter a confiança de que o futuro daqueles que amam a cruz de Cristo será glorioso.
CONCLUSÃO
Precisamos estar atentos, pois muitos são
os inimigos da cruz de Cristo. Eles procuram introduzir,
sorrateiramente, doutrinas contrárias e perniciosas à fé cristã. Muitos
são os ardis do adversário para enganar os crentes e macular a Igreja do
Senhor. Por isso, precisamos vigiar, orar e perseverar no “ensino dos
apóstolos” até a vinda de Jesus. Eis a promessa que gera a gloriosa
esperança em nosso coração. [A
igreja de Filipos enfrentava dois sérios problemas: um interno e outro
externo. Primeiro, a quebra da comunhão. A desunião dos crentes era um
pecado que atacava o coração da igreja. Segundo, a heresia doutrinária. A
igreja estava sob ataque também pelo perigo dos falsos mestres (3.2). O
judaísmo e o perfeccionismo atacavam a igreja. Paulo os chama de
adversários (1.28), inimigos da cruz de Cristo (3.17). Ralph Martin diz
que os mestres discutidos em Filipenses 3.12-14 são judeus. Eles se
vangloriavam da circuncisão (3.2), a que Paulo replica com uma afirmação
de que a igreja é o verdadeiro Israel (3.3). Eles se gloriavam na
“carne”, cortada na execução do rito; ele se gloria apenas em Cristo.
Eles se orgulhavam de suas vantagens, especialmente de seu conhecimento
de Deus; ele só encontra verdadeiro conhecimento de Deus em Cristo. A
justiça deles era baseada na lei (3.9); a confiança de Paulo descansa na
dádiva de Deus. Os judeus buscavam e esperavam obter justiça; Paulo
fixa os seus olhos em alvos diferentes e anseia por ganhar a Cristo.
Esses falsos mestres viviam como inimigos da cruz – em seu
comportamento, deificando seus apetites, honrando valores vergonhosos,
só pensando nas coisas deste mundo (3.19). Paulo tem de lidar também com
os missionários gnósticos perfeccionistas. Eles alardeavam seu
“conhecimento” (3.8) e professavam ter alcançado uma ressurreição, já
experimentada, dentre os mortos (3.10). São “perfeitos” (3.12). Esses
gnósticos são, de fato, inimigos da cruz de Cristo (3.18), libertinos e
condenados (3.19). Cuidemos para que nossa esperança repouse apenas na
cruz ensanguentada e não confiemos na carne!].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere
Meu coração te ofereço, Senhor, pronto e sincero (Calvino)
Extraído do Blog auxilioebd.blogspot.com.br
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