O
Centro de Ensino Estado do Espírito Santo promoveu hoje, dia 29 de
agosto, a IV Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente -
CNIJMA que é
um instrumento voltado para o fortalecimento da cidadania ambiental nas
escolas e comunidades a partir de uma educação crítica, participativa,
democrática e transformadora. Ela se caracteriza como um processo
dinâmico de encontros e diálogos, para debater temas propostos,
deliberar coletivamente e escolher os representantes que levarão as
ideias consensuadas para as etapas sucessivas.
Envolver estudantes, professores, juventude e comunidade no
enfrentamento do desafio de construirmos juntos uma sociedade brasileira
educada e educando ambientalmente para a sustentabilidade: esta é a
tarefa do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, representado pela Diretoria de Educação Ambiental (DEA) do Ministério do Meio Ambiente(MMA) e pela Coordenação Geral de Educação Ambiental (CGEA) do Ministério da Educação (MEC).
As gestoras Maria da Paz e Roseli, os
professores e alunos participaram da abertura no pátio da escola. Após
foram assistir a videoconferência na sala de Aula onde foram exibidos
vídeos sobre a sustentabilidade.
Algumas fotos destes momentos:
A Assistente Social, Conceição, explicando o objetivo da Conferência.
As professoras Ana Lourdes e Maria de Jesus, e a Assistente Social Conceição cantando os hinos de Vitória, do Maranhão e Nacional
Após admoestar os crentes filipenses que o tenham
como modelo a ser imitado, Paulo os adverte quanto aos perigos daqueles a quem
denomina de “inimigos da cruz de Cristo”. Estudaremos, na aula de hoje, que
esse não apenas devem ser evitados, mas também confrontados, por comprometerem
a veracidade do evangelho. Ao final destacaremos que a perdição deles está
prevista nas Escrituras, e que nós, os crentes em Jesus, estamos fundamentados
em uma viva esperança, eterna que vem de Deus.
1. OS
INIMIGOS DA CRUZ
Paulo, como pastor amoroso, protege suas ovelhas
das ameaços dos inimigos, dos falsos mestres, daqueles que se infiltravam no
meio do povo de Deus, somente para tirar proveito. Os inimigos da cruz de Cristo,
a respeito dos quais o Apóstolo trata em suas Epístolas, mais especificamente
Gálatas e Filipenses, são prioritariamente os judaizantes.
Esse movimento se
tornou servo dos caprichos religiosos, achavam que dependiam de suas dietas
alimentares para serem salvos. Por isso “o deus deles era o ventre”, pois determinavam
previamente o que deveriam ou não comer para serem santos. A circuncisão,
conforme já destacamos anteriormente, era uma condição imposta por eles para o
pertencimento a Cristo. Esses, diferentemente de Paulo, e dos crentes de todas
as gerações, se gloriavam não na cruz, isto é, no sacrifício de Jesus, mas em
suas práticas legalistas (Gl. 6.12-15). Paulo destacou, assim como fez o autor
da Epístola aos Hebreus, que o véu do templo foi rasgado, e que o homem agora
tem livre acesso a Deus, por meio de Jesus Cristo (Hb. 10.19-25). A
circuncisão, como qualquer outra prática religiosa, é incapaz de conduzir o ser
humano à salvação (Ef. 2.8-16). Existem muitos evangélicos nestes dias que
acham que são salvos por algo que façam ou deixam de fazer. A vaidade de alguns
está no cumprimento do cabelo, ou de uma saia, restrições comumente
direcionadas apenas às mulheres. Mas havia outro grupo entre os crentes
filipenses, esses se voltavam para o lado oposto, eram totalmente liberais.
Esses não eram legalistas, mas libertinos, argumentavam que os crentes podiam
pecar, pois o corpo, a parte negativa do ser humano, seria destruído na
sepultura. Esse pensamento foi influenciado pelo dualismo grego, a crença
filosófica que a matéria era má, e por conseguinte, seria descartada no
sepulcro. Essa cosmovisão helenista tem assumido muitas formas no cristianismo
moderno, a mais perigosa é a do universalismo. Alguns líderes eclesiásticos
estão defendendo que todas as pessoas serão salvas, pouco importando se
receberam ou não a Cristo. Mas Paulo, em suas epístolas, tanto confrontou o
ascetismo legalista (I Co. 7.1) quanto à libertinagem anomista (I Co. 6.12), e
defendeu a produção do fruto do Espírito (Gl. 5.22).
2. O FIM
DELES É A PERDIÇÃO
Esses falsos mestres estão investindo na destruição
deles mesmos, pois mesmo pensando que estão adorando a Deus, na verdade estão
adorando a eles mesmos (Fp. 3.19). Como o deus deles é o ventre, koilia em
grego, apenas se gloriam do próprio umbigo. A vida deles é centrada no eu, são
incapazes de se submeterem à autoridade da Palavra de Deus. Não admitem
qualquer disciplina espiritual: oração, jejum e meditação. Os púlpitos
evangélicos estão repletos de pregadores que tratam de assuntos que nada têm a
ver com o evangelho. Os supostos pastores, que na verdade querem ser chamados
de bispos e apóstolos, pregam apenas a si mesmos. Muitas igrejas, que não podem
ser consideradas evangélicas no sentido próprio do termo, estão alicerçadas
apenas no amor ao dinheiro. Esses pseudoevangélicos usam a Bíblia apenas para
cooptar as pessoas a satisfazerem seus interesses. Não existe qualquer
procedimento exegético na exposição das Escrituras. Eles pincelam os textos a
seu bel-prazer, de acordo com suas conveniências, sem atentar para o sentido
gramatical e contextual do versículo. Paulo diz que “a glória deles está na sua
infâmia” (Fp. 3.19), isto é, eles deveriam se envergonhar do que estavam
fazendo. Eles não apenas se entregavam dissolutamente ao pecado, mas também se
vangloriavam dos seus atos libertinos. Eles falavam a respeito de Deus, mas a
preocupação central deles era com o terreno, “apenas para as coisas materiais”.
O meio evangélico está cheio desse tipo de pregador que não sabe mais o que
significa ser salvo e ir para o céu. Na verdade, eles não têm qualquer
sentimento em relação ao céu, pois o foco está exclusivamente nos valores
terrenos. Eles pregam a ganância, travestida de prosperidade terrena, como se
fosse o único prêmio a ser buscado pelos crentes. Eles ficam apavorados diante
da morte, negam-se a tratar desse assunto. Por isso, para eles, a saúde física
é idolatrada, argumentam até que um cristão de fé não pode adoecer. Muitos
pseudoevangélicos estão se deixando levar por essa ladainha antievangélica.
Esses inimigos da cruz de Cristo receberão sua paga na eternidade, o engano
proliferado por eles não ficará impune. O caminho deles os conduzirá à
perdição, pois eles estão pregando heresia, o que conduz à punição eterna (II
Ts. 1.9).
3. MAS A
NOSSA CIDADE ESTÁ NOS CÉUS
Os crentes em Jesus não se apavoram diante da
morte, pois sabem que ela é apenas uma passagem para uma eternidade com Cristo.
Estamos na terra e devemos responder com responsabilidade a essa condição. Os
cristãos, enquanto cidadãos da terra, têm direitos e deveres. Precisamos estar
conscientes dessa situação, principalmente nos momentos de cobrar dos
políticos. Há crentes que defendem uma obediência incondicional às autoridades,
mas isso não é ensinado na Bíblia (At. 5.29). A democracia pressupõe
diversidade de poderes e fiscalização por parte do povo, para que os poderes
governem a contento. O respeito às autoridades é bíblico (Rm. 13.1), e deve ser
considerado, mas não irresponsavelmente. Devemos orar, e agir através do voto
(Tt. 3.1), para evitar que tenhamos autoridades que apenas governam para elas
próprias. Por outro lado, não podemos também perder o foco, há líderes
evangélicos que apenas enfatizam a dimensão temporal. Eles se engajam
politicamente, mas se esquecem de que são cidadãos dos céus (Fp. 3.20). Para
não incorrer no equívoco dos religiosos que apenas visualizam o terreno,
devemos saber que “a nossa Pátria está nos céus”. O substantivo para pátria, em
grego, é politeuma, e significa a conduta de alguém no mundo. O homem moderno
está tão centrado no terreno, até mesmo entre aqueles que se dizem evangélicos,
que não conseguem olhar para cima. Como cidadão do céu, o crente tem seu nome
registrado naquele lugar (Lc. 4.3; 10.20), ele aguarda com expectação o momento
que entrará no país celestial (Ap. 20.15). Paulo diz que o crente tem uma
bendita esperança, que é a segunda vinda de Jesus Cristo (Ef. 3.20). Esse tema
está desaparecendo dos púlpitos cristãos, são poucos o que têm interesse de
pregar o arrebatamento da igreja. Mas essa é uma das doutrinas fundamentais da
fé cristã, não podemos perder a esperança na volta de Jesus para arrebatar os
seus (I Ts. 4.13-18). Um dia a trombeta soará e Cristo virá com os Seus anjos,
para ressuscitar aqueles que morreram no Senhor, e para transformar os que
estiverem vivos (I Co. 15.43-53).
CONCLUSÃO
Os inimigos da cruz de Cristo pregam um evangelho
que nada tem a ver com a Palavra de Deus. Eles estão centrados em satisfazer
seus apetites carnais ou em cumprir suas tradições religiosas. Mas os crentes
em Jesus não perdem o foco, pois sabem que quando Cristo se manifestar serão
semelhantes a Ele (I Jo. 3.2). Nesses dias tão difíceis, nos quais as pessoas
estão se distraindo com o terreno, inclusive alguns denominados evangélicos,
não podemos perder o céu de vista. Jesus nos prometeu um lugar, o qual está
preparado, para que estejamos para sempre com Ele (Jo. 14.1).
Extraído do blog: subsidioebd.blogspot.com.br
SUBSÍDIO II
Lição 9 – Confrontando os inimigos da Cruz de Cristo
TEXTO ÁUREO
“Porque muitos há, dos quais muitas vezes
vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de
Cristo” (Fp 3.18).– “Esses
inimigos eram, segundo a melhor interpretação, crentes professos que
estavam corrompendo o evangelho com suas vidas imorais e falsos ensinos.
Uma das razões da grandeza de Paulo era que ele possuía convicções
firmes, cujo coração ficava muito intranquilo quando o evangelho era
distorcido ou quando as pessoas a quem ele ministrava corriam perigo de
deixar a fé (ver 3.2; Gl 1.9).”
VERDADE PRÁTICA
A cruz de Cristo é o ponto central da fé cristã: sem ela não pode haver cristianismo.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 3.17-21.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
• Conscientizar-se a respeito da necessidade de se manter firme em Cristo;
• Saber quais são os inimigos da cruz de Cristo, e
• Aprender a respeito do futuro glorioso daqueles que amam a cruz de Cristo.
PALAVRA-CHAVE
Inimigos:Na lição são os judaizantes e aqueles que não tinham comunhão com a cruz de Cristo
COMENTÁRIO
introdução
Das advertências de Paulo à igreja em
Filipos, a exortação para que permanecessem firmes na fé e mantivessem a
alegria que a nova vida em Cristo proporciona, é uma das mais
importantes. O apóstolo assim os estimula, por estar ciente dos falsos
cristãos que haviam se infiltrado no seio da igreja. Tais eram, de fato,
inimigos da cruz de Cristo. [Entramos
com a lição anterior no terceiro capítulo da missiva aos Filipenses e
vimos que Paulo faz uma severa advertência contra os judaizantes,
denominados pelo apóstolo de “inimigos da cruz de Cristo”. Nos
versos 1-4, Paulo adverte seus leitores contra um erro do lado judaico,
que insistiam no legalismo, buscando outra vez subjulgar sob a Lei
mosaica. Nos versos 17-21, adverte-os contra o perigo da frouxidão
moral: “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós” (veja também 1Co 11.1; Rm 16.17). Os “inimigos da cruz de Cristo”
apregoavam o legalismo, a lei e os códigos de conduta, porém não
conheciam a cruz ensanguentada. Todavia, Paulo chama a atenção não
somente a respeito dos judaizantes, mas também quanto os irmãos que não
viviam de acordo com o modelo de serviço e sacrifício de Cristo. Paulo
pede aos filipenses que lutem contra estes inimigos a fim de que não
venham sucumbir na fé. Esta advertência de Paulo deve ser levada a sério
pela igreja na atualidade, pois atualmente também muitos são os
inimigos dessa cruz ensanguentada! Os servos de Cristo Jesus devem ter
consciência de que, no meio da igreja local, infiltram-se os “inimigos da cruz de Cristo”.]Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. EXORTAÇÃO À FIRMEZA EM CRISTO (3.17)
1. Imitando o exemplo de Paulo (v.17a). Quando
Paulo pediu aos filipenses para que o imitassem, não estava sendo
presunçoso. Precisamos compreender a atitude do apóstolo não como falta
de modéstia, ou falsa humildade, mas imbuída de uma coragem espiritual e
moral de colocar-se, em Cristo, como referência de vida e fé para
aquela igreja (1Co 4.16,17; 11.1; Ef 5.1). Paulo mostrou que a
verdadeira humildade acata serenamente a responsabilidade de vivermos
uma vida digna de ser imitada. Que saibamos refletir sobre isso num
tempo em que estamos carentes de referências ministeriais.[O
que deviam imitar? Nos versos 7-13, lemos que Paulo não tinha confiança
no seu eu-próprio, que estava disposto a sacrificar todas as coisas por
Cristo, que reconhecia a sua própria imperfeição e que estava
grandemente desejoso para avançar rumo ao alvo - o Senhor. Sua
advertência é necessária, porque há aqueles que tomam uma atitude
diferente, são “inimigos da cruz de Cristo”. Quando Paulo disse aos filipenses: "Uma coisa faço"
(3.13), ele reduziu a vida cristã nesse objetivo. Por exemplo, os
cristãos existem para glorificar a Deus, mas só poderão fazê-lo à medida
em que eles se parecerem com Jesus Cristo. Quando eles evangelizarem os
perdidos, eles estão imitando o Senhor, que veio para "buscar e salvar os que estavam perdidos" (Lc 19.10). Quando os crentes amadurecem espiritualmente eles "crescem na graça e no conhecimento de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2Pe 3.18). Quando eles "morrerem para o pecado e vivem para a justiça" (1Pe 2.24) eles se tornam mais e mais parecidos com Jesus, "que não conheceu pecado"
(2Co 5.21; Hb 7.26; 1Pe 2.22, 1Jo 3.5). Paulo era um companheiro de
viagem no caminho para a inatingível perfeição espiritual, e, portanto,
um modelo para os fiéis seguirem. Ele foi modelo da virtude de
moralidade, superando a carne, foi vitorioso sobre a tentação, foi
modelo de adorador, de serviço a Deus, de paciência no sofrimento, soube
lidar com as posses (riquezas e pobreza), e soube não se corromper
diante das ofertas do mundo.].
2. O exemplo de outros obreiros fiéis (v.17b). O
texto da ARA tem uma tradução melhor dessa passagem: “observai os que
andam segundo o modelo que tendes em nós”. Paulo estava reconhecendo o
valor da influência testemunhal de outros cristãos, entre os quais
Timóteo e Epafrodito, que eram referências para as suas comunidades. O
apóstolo chama a atenção dos cristãos filipenses para observarem os
fiéis e aprenderem uns com os outros objetivando a não se desviarem da
fé.[Pela
terceira vez neste capítulo Paulo carinhosamente trata dos Filipenses,
como a irmãos (cf. vv.1,13). A frase juntar-se em seguir o meu exemplo
literalmente lê no texto grego "ser imitadores e meus companheiros."
Paulo exortou os Filipenses a imitar a maneira como ele viveu. Ele não
estava se colocando em um pedestal de perfeição espiritual. Em vez
disso, ele estava encorajando os filipenses a segui-lo, um pecador
imperfeito, como ele perseguiu o objetivo de Cristo. As falhas de Paulo
estão registradas no Novo Testamento, bem como seus triunfos. Indignado
com o tratamento abusivo nas mãos do sumo sacerdote, ele gritou: "Então
Paulo lhe disse: Deus te ferirá a ti, parede branqueada; tu estás aí
sentado para julgar-me segundo a lei, e contra a lei mandas que eu seja
ferido?"(At 23.3) - uma explosão que ele logo a seguir pediu
desculpas (At 23.5). Por causa de sua luta com orgulho, o Senhor deu a
Paulo um espinho na carne (2 Co 12.7). Três décadas depois de sua
conversão, ele ainda pensava de si mesmo como o principal dos pecadores
(1Tm 1.15). Se esforçando por ser exemplo, Paulo ordenou aos filipenses
para que também observassem aqueles que andassem de acordo com o padrão
que eles viam nele e em seus seguidores. O termo grego Skopeo (observar) é a forma verbal do substantivo traduzido como "meta" no versículo 14, e poderia ser traduzida como "fixar o olhar em." Paulo está com vigor, dizendo: "Concentre-se
naqueles cuja caminhada (conduta diária) é de acordo com o padrão
correto que vocês viram em mim e em meus companheiros". Isso
incluiria Timóteo e Epafrodito, a quem os filipenses conheciam, assim
como os bispos e diáconos de Filipos (1.1). A palavra nós, no entanto, é
mais provável como um plural literário, uma forma humilde de Paulo para
se referir a si mesmo.].
3. Tendo outro estilo de vida. Muitas
vezes somos forçados a acreditar que somente os obreiros devem ter um
estilo de vida separado exclusivamente a Deus. Essa dualidade entre
“clero” e “leigos” remonta à velha prática eclesiástica estabelecida
pela Igreja Romana, na Idade Média, onde uma elite (o clero) governa a
igreja e esta (os leigos) se torna refém daquela. É urgente resgatar o
ideal da Reforma Protestante, ou seja, a “doutrina do sacerdócio de
todos os crentes”, ou “Sacerdócio Universal”, reivindicada em 1 Pedro
2.9. Todos nós, obreiros ou não, temos o livre acesso ao trono da Graça
de Deus por Cristo Jesus. Não tentemos costurar o véu que Deus rasgou![Como
sacerdócio real, observa-se a natureza real do adorador resgatado. Esta
passagem se baseia no chamamento de Deus ao antigo Israel (Êx 19.5-7).
Pedro e João (Ap 5.1-6) puxam esta verdade para a total aplicação e
realização profética do crente no Novo Testamento. A Igreja é o novo
Israel, agora incluindo os crentes gentios que, em outro tempo, não eram
povo e que não tinham alcançado misericórdia. Essa citação de Os 1 é
uma indicação de que o apóstolo podia encarar as profecias do Antigo
Testamento sobre a nação de Israel como realizada na Igreja, o novo
Israel espiritual].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Todo crente, obreiros ou não, tem livre acesso ao trono da Graça de Deus por Cristo Jesus.
II. OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO (3.18,19)
1. Os inimigos da cruz (v.18). Depois
de identificar os inimigos da cruz de Cristo, Paulo mostra que o
ministério pastoral é regado com muitas lágrimas. A maior luta do
apóstolo era com as heresias dos falsos cristãos judeus. Paulo chama os
judaizantes de “inimigos da cruz de Cristo”. O apóstolo conclamou a
igreja a resistir tais inimigos, mesmo que com lágrimas, pois eles
tinham como objetivo principal minar a sua autoridade pastoral. O
apóstolo já havia enfrentado inimigos semelhantes em Corinto (1Co 6.12).
Agora, em Filipos, havia outro grupo que adotava a doutrina gnóstica.
Este grupo de falsos crentes (3.18,19) afirmava erroneamente que a
matéria é ruim. Logo, não há nenhum problema em pecar através da
“carne”, pois toda e qualquer coisa que fizermos com o corpo, e através
dele, não afetará a nossa alma. Essa ideia herética e diabólica é
energicamente refutada pela Palavra de Deus (1Ts 5.23).[Agora
Paulo chega a uma parte muito importante da sua carta, ele exorta os
cristãos filipenses para serem firmes em Cristo na observância do
Evangelho. A preocupação do apóstolo era com os falsos mestres que se
aproximavam dos crentes filipenses. Estes mestres eram considerados por
ele “inimigos da cruz”, pessoas que trabalhavam para esvaziar o
sentido da Cruz de Cristo. O apóstolo havia-os enfrentado noutras
ocasiões. De acordo com especialistas do Novo Testamento, é difícil
identificar estes inimigos da cruz na carta de filipenses. Mas pelo teor
do ensino de Paulo contra uma concepção legalista de cristianismo e uma
perspectiva libertina da graça, judaizantes e gnósticos são as
identidades mais aceitas. Em 1Ts 5.23, a oração final de Paulo é de que
seus convertidos possam ser inteiramente santificados, isto é, que todo o
seu ser - espírito, alma e corpo - possa ser apresentado à vontade de
Deus. O poder para esse acontecimento deve vir do Deus de paz. “Paz”
significa prosperidade espiritual no sentido mais amplo.].
2. “O deus deles é o ventre” (3.19). O
termo “ventre” aqui é figurado e representa os “apetites” carnais e
sensuais. Os inimigos da cruz viviam para satisfazer os prazeres da
carne — glutonaria, bebedice, imoralidade sexual, etc. — satisfazendo
todos os desejos lascivos, pois acreditavam que tais atitudes “meramente
carnais” não afetariam a alma nem o espírito. Porém, o ensino de Paulo
aos gálatas derruba por terra esse equivocado pensamento (Gl 5.16,17).[Os
versículos 18 e 19 poderiam descrever quaisquer adversários (1Co 1.23),
inclusive os judaizantes (vs. 2-6; Gl 2.15-21). Paulo pode ter em
mente, de forma especial, os que concebem a Cristo como espírito puro e
que zombam da ideia dele trazer salvação por meio da encarnação e de um “corpo de sua carne”
que pudesse morrer (Cl 1.22). Tais pessoas consideravam-se vivendo em
um plano espiritual elevado, o que lhes permite entregarem-se livremente
aos prazeres sensuais, seja comida (o “deus deles é o ventre”) ou sexo (“a glória deles está na sua infâmia” - confira 1Co 6.9,10) - práticas sensuais desenfreadas. Apetite traduz o grego koilia,
que refere-se anatomicamente ao abdomem, particularmente ao estômago.
Aqui ele é usado metaforicamente para se referir a todos, sem restrições
quanto ao sexo, cor, raça ou crença (confira 1Co 6.13). Eles viviam o
aqui e o agora, e jamais pensavam na eternidade. Os falsos mestres foram
condenados porque não adoraram a Deus, mas por terem se inclinado aos
seus impulsos sexuais. Poderia ser uma referência aos judaizantes que
davam maior ênfase em manter as leis dietéticas judaicas. Os falsos
mestres, tendo em vista que eram gentios, buscavam desenfreadamente os
prazeres sensuais. Judas descreve tais pessoas como "homens ímpios, que transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam ao único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (Jd 4).].
3. “A glória deles” (3.19). Paulo
sabia que aqueles falsos crentes não tinham qualquer escrúpulo nem
vergonha. Entregavam-se às degradações morais sem o menor pudor e, mesmo
assim, queriam estar na igreja como se nada tivessem feito de errado. O
apóstolo os trata como inimigos da cruz de Cristo, porque as atitudes
deles invalidavam a obra expiatória do Senhor. A declaração paulina é
enfática acerca daqueles que negam a eficácia da cruz de Cristo: a
perdição eterna. O castigo dos ímpios será inevitável e eterno (Ap 21.8;
Mt 25.46). Um dia, eles ressuscitarão para se apresentarem diante do
Grande Trono Branco, no Juízo Final, e serão julgados e lançados na
Geena (o lago de fogo), que é o estado final dos ímpios e dos demônios
(Ap 20.11-15).[Um princípio recorrente nas Escrituras é que as coisas deste mundo são incompatíveis com o reino de Deus 1Co 15.50; Gl 5.21). “e cuja glória é para confusão deles”
(Fp 3.19) - A glória deles não está nas regiões celestiais em Cristo
(Ef 1.3) e nem na cruz ensanguentada (Gl 6.14) tampouco de Cristo e de
Deus Pai (1Co 1.30,31). Antes, gloriam-se em si mesmos, em sua sabedoria
ou em alguma realização que consideram ser de extremado valor, mas que
na opinião paulina “é para confusão deles”. O Novo Testamento
constantemente alerta para o perigo representado por falsos mestres. No
Sermão da Montanha, Jesus advertiu: "Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores" (Mt 7.15). No Sermão do Monte Ele acrescentou: "Vede que ninguém engane vocês. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: 'Eu sou o Cristo', e enganarão a muitos" (Mt 24.4-5).].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Paulo
conclamou a igreja a resistir os inimigos da cruz de Cristo, mesmo que
com lágrimas. Estes inimigos tinham como objetivo principal minar a fé
dos irmãos.
III. O FUTURO GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE CRISTO (3.20,21)
1. “Mas a nossa cidade está nos céus” (Fp 3.20).[Paulo
mais uma vez relembra seus leitores que, embora eles possam ser
cidadãos de Roma, eles têm uma cidadania maior e realmente são apenas
estrangeiros nesta terra - assim como Filipos era uma colônia romana (At
16.12), a igreja é uma colônia do céus].Os
inimigos da cruz de Cristo eram os crentes que viviam para as coisas
terrenas. Paulo, então, lembra aos irmãos de Filipos que “a nossa cidade
está nos céus”. Quando o apóstolo escreveu tais palavras, ele tomou
como exemplo a cidade de Filipos. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação
Pessoal, “Filipos estava localizada na principal rota de transportes da
Macedônia, uma extensão da Via Ápia, que unia a parte oriental do
império à Itália”. O apóstolo faz questão de mostrar que aquilo que
Cristo tem preparado para os crentes é algo muito superior a Filipos
(v.20). O apóstolo mostra que o cidadão romano honrava a César, porém os
crentes de Filipos deveriam honrar muito mais a Jesus Cristo, o Rei da
pátria celestial. Em breve o Senhor virá sobre as nuvens do céu com
poder e glória, para arrebatar a sua igreja levando-a para a cidade
celeste, a Nova Jerusalém (Mt 24.31; At 1.9-11).[A
motivação para ser semelhante a Cristo é a esperança de seu retorno.
Uma vez que Cristo está no céu, aqueles que o amam devem estar
preocupados com o céu, ansiando por Cristo para voltar e levá-los para
estar com Ele (1Ts 4.17). É consistente que os crentes tenham um foco
celeste, porque a nossa pátria está nos céus. Politeuma (cidadania)
aparece somente aqui no Novo Testamento, embora Paulo tenha usado o
verbo relacionado em 1.27. Refere-se ao lugar onde se tem um estatuto
oficial, a comunidade onde o próprio nome está gravado no registro dos
cidadãos. Embora os crentes vivam neste mundo, eles são cidadãos do céu.
Eles são membros do reino de Cristo, que não é deste mundo (Jo 18.36). A
referência de Paulo à cidadania pode ter sido especialmente
significativa aos Filipenses, uma vez que Filipos era uma colônia
romana. Os filipenses eram cidadãos romanos, embora obviamente vivendo
fora de Roma, assim como os crentes são cidadãos do céu embora vivam na
terra. É do céu que aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Para
os discípulos que viram a ascensão de Cristo ao céu e que ouviram dos
anjos: "Homens da Galileia, por que estais olhando para o céu? Esse
Jesus, que foi levado de vocês para o céu, há de vir exatamente da mesma
maneira como vocês O têm visto ir para o céu"(At 1.11). Em João 14.2-3 O próprio Jesus prometeu: "Na
casa de meu Pai há muitas moradas, se assim não fosse, eu vos não teria
dito, pois vou preparar-vos lugar. Quando eu for e preparar um lugar
para vocês, eu voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu
estiver, estejais vós também." Por causa dessas promessas, os crentes devem estar "aguardando a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo" (1Co 1.7), e "para esperar o seu Filho do céu, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, que é Jesus, que nos livra da ira vindoura" (1Ts 1.10). Até Ele voltar, os crentes "...também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo." (Rm 8.23b).].
2. “Que transformará o nosso corpo abatido” (Fp 3.21). O
estado atual do nosso corpo é de fraqueza, pois ainda estamos sujeitos
às enfermidades e à morte. Mas um dia receberemos um corpo glorificado e
incorruptível. Os gnósticos ensinavam que o mal era inerente ao corpo.
Por isso, diziam que só se deve servir a Deus com o espírito. Eles
afirmavam ainda que de nada aproveita cuidar do corpo, pois este se
perderá. Erroneamente, acrescentavam que o interesse de Cristo é salvar
apenas o espírito. A Palavra de Deus refuta tal doutrina. Ainda que
venhamos a sucumbir à morte, seremos um dia transformados e teremos um
corpo glorioso semelhante ao de Cristo glorificado (Fp 3.21; 1Ts 5.23;
1Co 15.42-54).[Diante
de uma atitude de desprezo do corpo, Paulo celebra a transformação de
nossos corpos por Cristo (1Co 15.50-53). Cristo ressuscitou, ele mesmo,
corporalmente da sepultura, como “primícias” de uma grande colheita (1Co
15.23). Assim como o Pai fez justiça à obediência de Cristo (2.6-11),
também a fidelidade dos crentes na aflição culminará na gloriosa
ressurreição que lhes está preparada. A promessa do retorno de Cristo
oferece segurança, já que Jesus prometeu: "E a vontade do Pai que me
enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o
ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é
esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e
eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6.39-40). Os crentes não
devem esperar pela volta de Cristo com atitudes de resignação passiva ou
desinteresse entediado. Em vez disso, eles devem estar aguardando o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Os crentes não estão esperando por um
evento, mas uma Pessoa. O termo gregoApekdechomai (aguardamos)
é freqüentemente usada para falar de esperar pela segunda vinda de
Cristo (por exemplo, Rm 8.19, 23, 25; Gl 5.5; 1Co 1.7; Hb 9.28).Apekdechomai (aguardamos) descreve não só ansiedade, mas também paciência.].
3. Vivendo em esperança. Vivemos tempos trabalhosos e difíceis (2Tm 3.1-9). Quantas
falsas doutrinas querem adentrar nossas igrejas. Infelizmente, não são
poucos os que naufragam na fé. Nós, contudo, à semelhança de Paulo,
nutrimos uma gloriosa esperança (Rm 8.18). Haja o que houver, aconteça o
que acontecer, o nosso coração estará seguro em Deus e em sua promessa
(Ap 7.17; 21.4)[Paulo
e Silas são presos, açoitados e trancados no cárcere. Mas eles não
praguejam, não se desesperam, não se revoltam contra Deus. Eles têm paz
no vale. Em vez de clamar por vingança contra os seus inimigos, eles
clamam pelo nome de Deus para adorá-Lo. Eles fazem um culto na cadeia.
Cantam e oram a despeito das circunstâncias mais adversas. O evangelho
que pregam aos outros funciona também para eles. Na verdade, eles sabem
que Deus está no controle da situação. Assim, certamente Deus pode nos
dar livramento diante de circunstâncias impostas nestes tempos
trabalhosos e difíceis. Paulo descreveu os falsos mestres como inimigos
da cruz de Cristo. O termo "cruz" não se limita ao
instrumento real de madeira para condenação à morte (1Co 1.1718, 23;
2.2; Gl 3.1; 6.14; Ef 2.16; Cl 1.20, 2.14, 1Pe 2.24), mas significa a
morte expiatória de Cristo em todos os seus aspectos. Os falsos mestres
eram contra a salvação!].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
À semelhança de Paulo precisamos ter a confiança de que o futuro daqueles que amam a cruz de Cristo será glorioso.
CONCLUSÃO
Precisamos estar atentos, pois muitos são
os inimigos da cruz de Cristo. Eles procuram introduzir,
sorrateiramente, doutrinas contrárias e perniciosas à fé cristã. Muitos
são os ardis do adversário para enganar os crentes e macular a Igreja do
Senhor. Por isso, precisamos vigiar, orar e perseverar no “ensino dos
apóstolos” até a vinda de Jesus. Eis a promessa que gera a gloriosa
esperança em nosso coração.[A
igreja de Filipos enfrentava dois sérios problemas: um interno e outro
externo. Primeiro, a quebra da comunhão. A desunião dos crentes era um
pecado que atacava o coração da igreja. Segundo, a heresia doutrinária. A
igreja estava sob ataque também pelo perigo dos falsos mestres (3.2). O
judaísmo e o perfeccionismo atacavam a igreja. Paulo os chama de
adversários (1.28), inimigos da cruz de Cristo (3.17). Ralph Martin diz
que os mestres discutidos em Filipenses 3.12-14 são judeus. Eles se
vangloriavam da circuncisão (3.2), a que Paulo replica com uma afirmação
de que a igreja é o verdadeiro Israel (3.3). Eles se gloriavam na
“carne”, cortada na execução do rito; ele se gloria apenas em Cristo.
Eles se orgulhavam de suas vantagens, especialmente de seu conhecimento
de Deus; ele só encontra verdadeiro conhecimento de Deus em Cristo. A
justiça deles era baseada na lei (3.9); a confiança de Paulo descansa na
dádiva de Deus. Os judeus buscavam e esperavam obter justiça; Paulo
fixa os seus olhos em alvos diferentes e anseia por ganhar a Cristo.
Esses falsos mestres viviam como inimigos da cruz – em seu
comportamento, deificando seus apetites, honrando valores vergonhosos,
só pensando nas coisas deste mundo (3.19). Paulo tem de lidar também com
os missionários gnósticos perfeccionistas. Eles alardeavam seu
“conhecimento” (3.8) e professavam ter alcançado uma ressurreição, já
experimentada, dentre os mortos (3.10). São “perfeitos” (3.12). Esses
gnósticos são, de fato, inimigos da cruz de Cristo (3.18), libertinos e
condenados (3.19). Cuidemos para que nossa esperança repouse apenas na
cruz ensanguentada e não confiemos na carne!].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere
Meu coração te ofereço, Senhor, pronto e sincero (Calvino)
Após aconselhar os crentes filipenses em relação
aos falsos mestres, Paulo orienta os irmãos filipenses a perseguirem o alvo, em
busca da maturidade cristã, seguido seu exemplo. Esse será o assunto da lição
de hoje, os cristãos não podem viver na mediocridade. Destacaremos a importância
de ir sempre adiante, e a saber lidar com as situações difíceis, na presença ou
ausência dos pastores.
1. EM BUSCA
DO ALVO
Paulo recorre com frequência às figuras de
linguagem em suas epístolas, a principal delas é a analogia, a partir da qual
utiliza temas do cotidiano para se referir a verdades espirituais. Nesse trecho
da Epístola, compara a vida cristã a uma competição, em que cada crente é um
atleta, em busca de um prêmio. O próprio Apóstolo sabe que ainda não chegou ao
nível que deseja, e que ainda não alcançou a perfeição. Ele continua na
disputa, participando dessa corrida, com a intenção de ganhar seu prêmio. Mesmo
assim, prossegue, não se dá por satisfeito, cônscio de que Deus tem muito mais
a oferecer (Fp. 3.12). A palavra perfeição, no grego, é teleios, e nada tem a
ver com ausência de pecado. Na verdade, Paulo tem consciência das suas
limitações, e isso é justamente um sinal de maturidade. Muitos crentes acham
que são perfeitos, e, às vezes, julgam os outros a partir do seu modelo de
perfeição. Retornando à metáfora do atletismo, o Apóstolo está dizendo que
ainda não recebeu o troféu de vencedor. Mas para não perder o foco, toma uma
decisão, se esquece das coisas que atrás ficam e avança em direção as que estão
diante dele. De igual modo, os cristãos não podem viver na mesmice, pois quem
põe a mão no arado não pode olhar para trás (Lc. 9.62) Diferentemente dos
judaizantes, Paulo não fia a
sua fé na carne, no passado, em um ideal de perfeição baseado em legalismo, mas
na completude que se dará no futuro, por ocasião da ressurreição (I Co.
15.52-57). Os competidores de Paulo olhavam para trás, mas o Apóstolo tem seus
olhos fixos no futuro. O atleta que consegue ter vitória não olha para seus
adversários, antes mira continuamente o ponto de chegada, o alvo. A palavra
alvo, em grego, é skopos, é justamente a fita colocada na pista, que identifica
o final da corrida. É essa determinação que deve mover a fé dos crentes, isso
faz com que eles deixem todo embaraço para trás (Hb. 12.1,2).
2.
PERSEGUINDO A MATURIDADE
Há crentes que não conseguem amadurecer por causa
do saudosismo doentio. Eles não conseguem olhar para frente, ficam todo tempo
lembrando os “tempos áureos”. Reconhecemos que vivemos um momento difícil no
contexto evangélico brasileiro. Mas isso não deve ser motivo para desistir da
jornada, antes devemos prosseguir “pelo prêmio da soberana vocação de Deus em
Cristo Jesus” (Fp. 3.14). Tem muita gente se distraindo com as coisas
materiais, tal como a mulher de Ló, são capazes apenas de verem as riquezas de
Sodoma (Gn. 19.26). A teologia da ganância está fazendo com que muitos
cristãos, inclusive obreiros, percam o foco espiritual. Não poucos
pentecostais, por desconsiderarem a Palavra, estão morrendo de inanição. O mero
sentimentalismo está minando a fé de muitos crentes, que se abatem por qualquer
situação adversa. Como não têm firmeza na Palavra, não conseguem amadurecer,
continuam espiritualmente raquíticos. Paulo constatou essa realidade em relação
aos crentes de Corinto (I Co. 3.1-4), tinham muitos dons espirituais, mas lhes
faltava o fruto do Espírito, isto é, uma genuína espiritualidade (Gl. 5.22).
Alguns em Filipos se achavam perfeitos, isto é, que não precisavam mais ir a
lugar algum. Isso era extremamente perigoso, porque esses tais não se submetiam
à autoridade apostólica. Nas igrejas também existem pessoas que não querem mais
aprender. Acham-se sábias demais porque estudam bastante, leem seus compêndios
de teologia, por isso não frequentam a Escola Dominical. Mas Deus está no
comando, no tempo certo Ele revelará aqueles que de fato estão comprometidos
com o evangelho (Fp. 3.16). É no momento da adversidade que os seguidores fiéis
de Cristo se manifestam. Os mercenários querem apenas os benefícios do
“apostolado”, não se arriscam em prol do Reino de Deus. A igreja evangélica,
como o próprio nome o diz, deveria estar fundamentada no evangelho de Jesus
Cristo (Tt. 1.1; 2.10; Gl. 1.6-10). Os crentes imaturos seguem apenas suas
celebridades, os gurus que determinam o que devem ou não fazer. Isso é bastante
cômodo para eles, não têm o mínimo interesse de que as pessoas conheçam as
Escrituras, para continuarem ditando suas regras humanas.
3. SEGUINDO
O EXEMPLO
Mas Paulo não age assim, Ele é um pastor, no
sentido próprio do termo, um apascentador de ovelhas. Ele não apenas diz: “faça
o que eu digo”, em sua prática de vida, acrescenta, “faça o que eu faço” (I Co.
9.1; Gl. 1.11,12; I Co. 11.1). O problema de alguns líderes, principalmente
aqueles mais legalistas, é que colocam sobre as pessoas fardos pesados, que nem
mesmo eles são capazes de carregar (Mt. 23.24). E, às vezes, quando conseguem
obedecer alguns dos princípios que impõem sobre outros, pecam em relação aos
mais gritantes, sem se aperceberem (Mt. 23.23). O Apóstolo conclama os crentes
filipenses à obediência, não porque ele simplesmente é uma autoridade
eclesiástica, mas porque é um homem espiritual, firmado no evangelho de Jesus
Cristo. O verbo andar, em Fp. 3.16, é stochein, um termo militar, que diz
significa “permanecer na linha”. Os cristãos foram chamados à ortodoxia, para
uma doutrina correta. Essa doutrina não é outra senão a salvação por meio da
fé, não pelas obras da lei, mas pela graça, de Cristo (Ef. 2.8,9). Essa
mensagem é escândalo para alguns, tanto para judeus quanto para gregos. O judeu
se mantem atado às suas tradições, depende de sinais, o grego, na filosofia,
depende da razão (I Co. 1.22-24). Mas a palavra da cruz é loucura para os que
perecem, mas para nós que somos salvos, é o poder de Deus (I Co. 1.18). Essa é
a perfeição que adquirimos através de Cristo, não de nós mesmos, pois Ele
mesmo, pelo Seu sacrifício, nos justificou (Rm. 5.1). É a partir dessa verdade
que podemos, todos juntos, como irmãos, contribuir, em comunhão, para a
maturidade mutua (Fp. 3.16). Especialmente a liderança cristã deve investir na
maturidade espiritual da igreja, incentivar os crentes ao estudo da Palavra,
para que esses não sejam sempre dependentes.
CONCLUSÃO
Ainda não alcançamos a perfeição, a plena
completude, essa somente acontecerá no futuro, quando “o que é mortal se
revestir da imortalidade” (I Co. 15.54). Enquanto isso não acontece, devemos
prosseguir rumo ao alvo, o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus. Para
tanto, esqueçamo-nos das coisas que ficaram para trás, investindo na maturidade
espiritual. Não devemos mais nos fiar na religiosidade humana, antes confiarmos
em Deus, que nos conduz, pelo Seu Espírito, à plenitude (II Co. 3.18), em
conformidade ao caráter de Cristo (Ef. 4.13-15).
Extraído do Blog subsídioebd.blogspot.com.br
SUBSÍDIO II
O apóstolo Paulo toma emprestado da cultura grega a figura do atleta.
Este para alcançar o prêmio final de uma maratona se esforça, dedica-se
e trabalha com todo o esmero. Paulo não havia se enganado com a falsa
ideia de que a perfeição plena era já uma realidade em sua vida. Pelo
contrário, como um atleta que se prepara à exaustão, o discípulo de
Cristo deve deixar os entraves desta vida e manter o foco na pessoa de
Jesus, o nosso Senhor. Para alcançar a verdadeira maturidade espiritual o
crente não pode enganar a si mesmo. Ele precisa reconhecer a verdade
existencial dele mesmo. O seu estado real.
Apesar de todas as suas experiências, desde o seu encontro com o
Ressuscitado no caminho para Damasco, o apóstolo dos gentios não
considerava ter alcançado a perfeição, mas também não transigia em
afirmar: “esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as
que estão diante de mim, prossigo para o alvo”. Com estas palavras Paulo
demonstra que o discípulo de Cristo sempre deve encarar a sua
peregrinação cristã como um caminho inacabado. A vida que Deus dá ao
discípulo é uma caminhada de construções e crescimentos. Uma hora ele
pode cair, mas o Senhor o acolhe e levanta.
Outra vez, ele pode se sentir imaturo, mas o Senhor o ensina. A vida do discípulo de Cristo está em constante desenvolvimento.
Por isso, aqui, cabe uma pergunta para a classe: Qual a sua aspiração cristã hoje?
Será que os seus alunos sabem que a vida cristã não é um mundo de
fantasia? Não é a falsa ideia de ter Deus na perspectiva de um papai
Noel. Ou de um garçom que está disponível a servir ao próprio capricho.
Explique aos seus alunos que a vida de Paulo nos mostra uma verdade
inevitável. A de quem quiser viver uma vida de fidelidade a Deus e de
intensa busca pela maturidade espiritual precisa reconhecer que padecerá
as mesmas angústias que o apóstolo padecia.
Você ama ao Senhor? Deseja estar com Ele por onde quer que você ande?
Então, o caminho é desembaraçar-se com as coisas deste mundo, pois mesmo
em angústias, receberemos “o prêmio da soberana vocação de Deus em
Cristo Jesus”. Ter uma vida centrada na pessoa de Jesus Cristo é saber
que apesar das angústias dessa vida, todas as coisas contribuem para o
bem daqueles que amam ao Senhor.
Marcelo de Oliveira e Oliveira
A seção da Epístola aos Filipenses 3.1-10 está repleta de conselhos. Paulo apresenta algumas considerações práticas aos crentes filipenses. Essas orientações são bastante pertinentes e atuais para a igreja da atualidade. Depois de admoestar os irmãos a que sejam alegres no Senhor (Fp 3.1), faz algumas advertências em relação aos falsos mestres, e por último, caracteriza o genuíno evangelho de Jesus Cristo.
1. EM RELAÇÃO AOS FALSOS MESTRES
A igreja de Jesus Cristo sempre foi atacada por falsos ensinamentos, entre os filipenses os falsos mestres tentaram disseminar suas heresias entre os cristãos. Por isso Paulo os admoesta, por três vezes, a que esses tivessem cuidado. O verbo grego, no imperativo, é blepete, isto é,“ acautelai-vos”, que tem o significado de manter os olhos abertos para que os falsos lobos não adentrem ao rebanho (At 20.29,30). Esses falsos mestres precisavam ser identificados, por isso Paulo os descreve como cães, falsos obreiros e falsa circuncisão. Trata-se de um grupo já conhecido entre os crentes da Galácia, que queriam incluir um falso evangelho no interior do verdadeiro evangelho (Gl 1.1-9). A característica marcante desse outro evangelho era a defesa da circuncisão, isto é, da observância aos rituais judaicos como meio de justificação (At 15.1). Esses judaizantes atacavam frontalmente a doutrina da salvação, contrariando a graça de Deus em Jesus Cristo. A preocupação do Apóstolo é denunciar esse ensinamento distanciado da verdade (II Co 11.13). Esses maus obreiros seguiam Paulo em suas viagens missionárias, despregando aquilo que o Apóstolo havia pregado (I Co 11.13). O perigo desse outro evangelho é a desconsideração da doutrina da salvação pela graça, por meio da fé, proveniente de Deus, não das obras humanas (Ef 2.8,9). O ser humano, em sua religiosidade, sempre quis obter a salvação pelos seus méritos pessoais. A igreja evangélica não está imune a esse tipo de ensinamento, há quem pense que é salvo simplesmente pelas exterioridades formalistas que observam. As pessoas que entram por esse caminho transformam o que é principal em secundário, acabam supervalorizando os detalhes ao invés do que é mais valioso. Jesus repreendeu veementemente os fariseus do seu tempo por filtrarem um mosquito e engolirem um elefante, chamando-os de sepulcros caiados (Mt 23.27-28.). A circuncisão pregada por esses religiosos não passava de mutilação, pois não tinha qualquer valor espiritual, diferentemente da circuncisão de Abraão (Gn. 17.9,10; Rm 4.11-13).
2. EM RELAÇÃO À IGREJA DO SENHOR
A igreja do Senhor não pode ser confundida com uma mera religiosidade, ela apresenta características distintas do movimento dos judaizantes. A verdadeira igreja de Cristo passou por uma circuncisão espiritual, efetuada no coração, não por homens, mas pelo Espírito Santo (Fp 3.3). A adoração a Deus não resultante de uma imposição humana, não é por força, muito menos por violência, mas uma disposição espiritual, não está fundamentada na carne. Fomos chamados para adorar, na verdade, Deus busca adoradores, mas que o façam em espírito e em verdade (Jo 4.24). A adoração não pode ser realizada de qualquer modo, a religião humana, na busca por Deus, resulta na idolatria (Rm 1.25-27). A adoração, revelada por Deus, está alicerçada na Verdade, que é Cristo, a Palavra (Jo. 1.1,18) , e no Espírito, que nos liga a Deus, reconhecendo-O como Pai (Rm 8.15). Por isso, a fé do crente está depositada em Cristo, em Seu sacrifício na cruz do calvário, não na religião humana, que não passa de carnalidade. Ele é o nosso Alvo, Aquele no Qual nos gloriamos (I Co 1.31; II Co 10.17). Os falsos mestres, e os religiosos em geral, confiam naquilo que fazem, em seus méritos, na capacidade que acreditam ter em satisfazer a Deus. A igreja, diferentemente da religiosidade humana, sabe que a salvação veio de Deus, e que em nenhum outro nome há salvação, senão no de Cristo Jesus (Jo 14.6; At 4.12). Paulo esclarece que se a religião valesse alguma coisa ele mesmo teria motivos para se orgulhar. Com judeu ele tinha alguns privilégios, mas os abandonou por causa de Jesus Cristo. Ele era circuncidado ao oitavo dia, portanto nasceu judeu, sendo criado na tradição judaica (Fp 3.4). Paulo fazia parte do povo eleito, o povo considerado privilegiado, mas não sustentava a sua fé nesse predicado. Mesmo sendo da tribo de Benjamim, sendo essa uma das mais importantes de Judá, não via nisso qualquer glória (Fp 3.5). Como se isso não fosse o bastante, era hebreu de hebreus, ou seja, por nascimento, e que falava hebraico (At. 21.40). Em sua religiosidade fazia parte dos fariseus, a mais zelosa tradição judaica (Gl 1.14), por isso tinha na mais alta consideração a Lei do Senhor (At. 23.6; 26.5). Por causa disso, tornou-se perseguidor da igreja, sua religião, como geralmente costuma acontecer, fez com que ele perseguisse os cristãos (At 9.1,2; 22.1-5; 26.9-15; I Co 15.9; Gl 1.13). Aos olhos humanos Paulo era um homem de considerável reputação, considerado irrepreensível no tocante à guarda dos princípios legais. Mas faltava-lhe um em encontro com Cristo que o transformou de perseguidor em perseguido, que o fez considerar as pessoas não a partir de formalidades exteriores.
3. EM RELAÇÃO AO EVANGELHO DE CRISTO
O evangelho de Jesus Cristo não é uma mera circuncisão física, não se trata de uma formalidade. Como israelita influente é bem provável que Paulo tivesse privilégios no contexto religioso no qual estava inserido. Mas a tudo perdeu por amor a Cristo, no mínimo deixou de gloriar-se daquilo que fazia, passou a confiar no que Jesus fez. O evangelho é mais importante do que exterioridade religiosas. Por isso, ninguém deve achar que é salvo por que faz ou deixa de fazer algo. Não podemos incorrer no equívoco de pensar que nossa salvação depende de vestimenta, postura física, ou coisa parecida. Isso na verdade pode revelar ausência de uma espiritualidade genuína, carnalidade da qual os religiosos se gloriam (Cl 2.21). O evangelho é mais que um conjunto de doutrinas, trata-se de um encontro real com uma pessoa, o próprio Jesus Cristo (Fp 3.8). Muitas igrejas atuais estão sofrendo porque as pessoas estão alicerçadas nas atividades religiosas. Poucas pessoas têm um compromisso real com o Senhor, entregaram de fato suas vidas a Cristo. Esse encontro com o Jesus é algo marcante na vida de uma pessoa, e a modifica existencialmente. Isso porque seu fundamento é o amor, não as obrigações que são impostas por um grupo de religiosos. Isso fez com que Paulo considerasse tudo como refugo, skubala em grego, que pode ser traduzido como “excremento, esterco”. Aquilo que os judaizantes achavam que valia muito, Paulo considerava coisa de menor importância. Não podemos esquecer que as nossas obras, diante de Deus, não passam de trapos de imundície (Is 64.6). A justificação, ansiosamente buscada pela religiosidade humana, somente pode ser obtida através de Cristo (Fp 3.9). A obra de Cristo, não as nossas obras, nos conduzem ao céu, o sacrifício que Ele realizou na cruz (Jo 7.1-4; 19.30; Hb 10.11-14).
CONCLUSÃO
O evangelho de Cristo não pode ser confundido com a religiosidade humana. Isso porque ser cristão é um conhecimento, não apenas intelectual, mas um kinoskein em grego, ou yadá em hebraico. Isto é, uma entrega incondicional pela fé ao senhorio de Jesus, uma disposição para viver e morrer por Ele. Nesse contexto, sofrer por Cristo torna-se um privilégio, também uma identificação com Sua vida, morte e ressurreição, que nos antecipa a glória futura que em nós haverá de ser revelada (Rm. 8.18; Fp. 3.10).
SUBSÍDIO II
AS ARMAS ESPIRITUAIS E OS INIMIGOS DA FÉ
Os versículos 4 e 5 de II Co 10 traz os desdobramentos em duas realidades presentes na vida cristã: as armas espirituais e o seu uso em relação aos inimigos da fé.
As Armas Espirituais
De acordo com a epístola aos Efésios, as armas em Deus são constituídas de Fé, Verdade, Justiça, Mensagem do Evangelho e a Palavra de Deus (Ef 6. 13-17). Entretanto, as armas carnais - Riqueza, Fama e Poder Político, aparecem no sentido oposto, sendo inúteis nas batalhas espirituais.
Assim exposto, Paulo demonstra os que comparam a autoridade apostólica às confrontações opressoras, disponibilizam critérios carnais de acordo com os padrões deste mundo (kata sarka, lit. “de acordo com a carne”). O apóstolo dos gentios nega que suas ministrações sejam estranhas a nova aliança (1. 17; 5.16; cf. Gl 16-24) e demonstra que embora viva no mundo (sarke, lit. “carne”) e esteja deste modo sujeito ás fraquezas e limitações humanas, ele está travando uma guerra espiritual (Ef 6.12), onde os recursos humanos não são relevantes. As armas necessárias, portanto, devem ser espirituais, trazendo consigo o poder de Deus para demolir as fortalezas espirituais.
Inimigos da Fé
Acerca dos sistemas filosóficos, frutos do mundo intelectual grego, Paulo retrata-os como fortalezas a serem demolidas (“sofismas” no v. 4 da RA). Na contemporaneidade os principais pensamentos presente no mundo são:
• PRAGMATISMO – O exercício das ações voltado somente para obtenção de lucros ou vantagens;
• RELATIVISMO – Ausência do valor absoluto, a ideia de que a verdade depende do ponto de vista de cada indivíduo e circunstâncias que se encontram;
• HEDONISMO – Representa a busca intensa por prazer. O hedonista pergunta: Isto me dá prazer?;
• MATERIALISMO – Ignora completamente o valor imaterial (sentimento, amor, eternidade, Deus, etc...) das coisas, buscando a pura racionalidade elegendo a perspectiva naturalista de vida.
Prezado professor, muitos certamente não sabem definir os termos acima descritos, mas vivem-nos da maneira mais intensa possível.
Considerando isto, dentro do contexto cultural grego Paulo diz, na epístola anterior, que o Evangelho pareceria uma loucura para aqueles que vissem o mundo através das lentes da filosofia secular grega (I Co 1. 22) e no v. 4 afirma a arrogância e pretensões contidas neste sistema como oposição ao conhecimento de Deus revelado em Cristo. No versículo 5, o apóstolo traz a ideia central do cativeiro de todo o sistema mundano de pensamento sendo levado em sujeição aos ensinos de Cristo. O Evangelho para o homem natural é loucura, mas para os que estão revestidos das armas de Deus é poder.
Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro, CPAD.
A governadora
do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), vetou o projeto de lei nº 169/2013,
que havia sido aprovado na Assembleia Legislativa do Estado e previa a
cassação do registro do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) de empresas flagradas com trabalho escravo. Na prática,
isso significa banimento da empresa do Estado. A governadora alegou que o
texto é inconstitucional.
O caso é
curioso pois, em junho, circularam pela internet denúncias de que a
governadora teria vetado uma lei contra o trabalho escravo, também
aprovada pela Assembleia, que dispõe sobre sobre vedações à formalização
de contratos e convênios entre órgãos e entidades da administração
pública e empresas que utilizem essa forma de exploração. Na época,
expliquei que a denúncia era falsa, pois a lei já havia sido sancionada
por Roseana no dia 10 de janeiro (lei 9752/2010). Agora, o caso não é
de boato. A lei é outra e o veto ocorreu.
Um levantamento
de 2007 da Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo do
Maranhão mostrou que o Estado era, então, o principal fornecedor de mão
de obra escrava. Na “lista suja“, cadastro de empregadores flagrados
por esse crime do Ministério do Trabalho e Emprego e da Secretaria de
Diretos Humanos da Presidência da República, o Maranhão aparece ao lado
do Tocantins como a quinta unidade da federação com maior número de
empregadores com escravos. Dos 498 nomes, 34 são de flagrantes no
Estado. Além disso, o Maranhão tem a segunda pior colocação no Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de acordo com o Atlas do
Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. A matéria é de Stefano Wrobleski,
da Repórter Brasil:
De autoria do
deputado Othelino Neto (PPS), o projeto foi inspirado na lei paulista nº
14.946/2013, de autoria de Carlos Bezerra Jr. (PSDB), que foi
regulamentada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em maio. Uma
propostas semelhantes já foram aprovadas e sancionadas no Mato Grosso do
Sul ou apresentadas, como no Tocantins e Rio de Janeiro. Além da
cassação do registro de ICMS, ambas as matérias determinam que as
empresas que se beneficiarem de mão de obra escrava serão impedidas de
exercer o mesmo ramo de atividade econômica ou abrir nova empresa por
dez anos. O veto foi publicado na edição de segunda-feira (5) do Diário
Oficial da Assembleia Legislativa e, na sua justificativa.
O projeto de
lei de Othelino Neto é o segundo com o mesmo teor a ser proposto neste
ano na Assembleia Legislativa do Maranhão. Em maio, a Repórter Brasil
noticiou que o deputado Bira do Pindaré (PT) havia apresentado o projeto
de lei nº 078/2013, que também foi inspirado na lei paulista. A
matéria, no entanto, não obteve parecer favorável da Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde teve como relator o
deputado Tatá Milhomem (PSD), que alegou “vício de iniciativa”. No seu
entendimento, esse tipo de lei não poderia partir do Poder Legislativo.
Quando um projeto de lei recebe parecer negativo da CCJ, o deputado que o
propôs pode pedir que o plenário vote por reverter o parecer, o que
permite a votação do projeto. Bira, no entanto, não fez isso: “Para
reverter precisamos de 22 votos, que é a maioria dos deputados da
Assembleia. Como faço parte da minoria que faz oposição ao governo,
nunca consegui reverter um parecer contrário ao meu”, explicou.
Os dois
projetos se diferenciam principalmente no primeiro artigo, que define
quais serão as empresas punidas. Enquanto a proposta de Bira também pune
as que se beneficiaram de trabalho escravo em qualquer etapa da cadeia
produtiva, sendo responsabilizadas também pelo flagrante de funcionários
em empresas terceirizadas, somente as empresas envolvidas diretamente
com escravidão são alvo do projeto de Othelino Neto.
Para Ítalo
Rodrigues, procurador do Ministério Público do Trabalho no Maranhão,
“responsabilizar a empresa por condições indignas em qualquer das etapas
de produção é bem mais condizente com as disposições internacionais
acerca do trabalho”. Ele ressalta que as empresas flagradas fazendo uso
de trabalho escravo colocam, em geral, o seu processo produtivo de uma
forma “pulverizada”, o que resulta na subcontratação de outras empresas,
processo também conhecido como “terceirização”. O deputado paulista
Carlos Bezerra Jr. considera que a alteração do primeiro artigo “suprime
a possibilidade de penalizar a terceirização de fachada e tira a
possibilidade de enfrentar o problema na sua raiz”.
Questionado,
Othelino disse que a proposta de lei “atinge seu objetivo” e que “não
tem a pretensão de atacar todos os aspectos do trabalho escravo”. Ele
afirmou que vai tentar convencer os demais deputados a derrubar o veto
de Roseana. Para isso, é necessário que, ao menos, 22 deputados, a
maioria simples do plenário, votem pela derrubada. O projeto de Othelino
foi apresentado semanas depois do de Bira. Com tramitação em regime de
urgência – para que, segundo o deputado, “fosse aprovada antes do
recesso do Legislativo” –, ele conseguiu as assinaturas necessárias que
garantiram a reapresentação de projeto semelhante ao outro, rejeitado,
no mesmo ano. Tendo o deputado Rubens Júnior (PC do B) como relator na
CCJ, a proposta obteve parecer favorável e foi aprovada pelo plenário em
8 de julho.
Apesar das
diferenças entre as propostas, Bira do Pindaré acha “positivo o fato de
que o que era nossa intenção principal tenha prosperado na Assembleia”.
Ele considera “pouco provável” que o veto de Roseana Sarney seja
derrubado, mas apoia a iniciativa de Othelino Neto de tentar derrubá-lo.
Opção
conservadora - A justificativa de veto da governadora do Maranhão é,
para o deputado paulista Carlos Bezerra Jr., “uma opção conservadora,
que vai na contramão dos avanços da luta contra o trabalho escravo”. Já
Othelino acredita que Roseana Sarney “se demonstra insensível a um tema
importante como esse, que está acima de questões meramente partidárias”.
Para vetar a
proposta de Othelino, a governadora do Maranhão alegou que o texto é
incompatível com o artigo 43 da Constituição do Estado do Maranhão, que
garante ao Poder Executivo exclusividade para propor leis de natureza
tributária, categoria na qual, no seu entendimento, o projeto de lei
estaria incluído.
O próprio
artigo 43 é alvo de questionamento do deputado Hélio Soares (PP), que
elaborou, em 2011, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) visando
alterá-lo para derrubar essa exclusividade do Executivo. Uma proposta já
foi aprovada por todas as comissões da Assembleia Legislativa do Estado
e passou em primeira votação, mas ainda é necessária uma segunda
votação antes que possa ser encaminhada à governadora para sanção.
O Supremo
Tribunal Federal também vem discutindo a questão. De acordo com o
advogado Eduardo Corrêa, presidente da Comissão de Defesa da República e
da Democracia da OAB no Maranhão, “existem reiteradas decisões no STF
sobre as quais os Poderes Legislativos estaduais possuem poder de
iniciativa para legislar sobre matéria tributária”. “Tecnicamente a
Assembleia Legislativa do Maranhão pode derrubar o veto. A questão é se
eles vão ter a disposição política para isso”, disse.
Tal pai, tal filha. Os Sarney são praticamente uma praga bíblica sobre o Brasil...