sexta-feira, 30 de agosto de 2013

CE ESTADO DO ESPÍRITO SANTO REALIZA A IV CONFERÊNCIA INFANTOJUVENIL PELO MEIO AMBIENTE


 O Centro de Ensino Estado do Espírito Santo promoveu hoje, dia 29 de agosto, a IV  Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente - CNIJMA que é um instrumento voltado para o fortalecimento da cidadania ambiental nas escolas e comunidades a partir de uma educação crítica, participativa, democrática e transformadora. Ela se caracteriza como um processo dinâmico de encontros e diálogos, para debater temas propostos, deliberar coletivamente e escolher os representantes que levarão as ideias consensuadas para as etapas sucessivas.
Envolver estudantes, professores, juventude e comunidade no enfrentamento do desafio de construirmos juntos uma sociedade brasileira educada e educando ambientalmente para a sustentabilidade: esta é a tarefa do Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, representado pela Diretoria de Educação Ambiental (DEA) do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pela Coordenação Geral de Educação Ambiental (CGEA) do Ministério da Educação (MEC).

As gestoras Maria da Paz e Roseli, os professores e alunos participaram da abertura no pátio da escola. Após foram assistir a videoconferência na sala de Aula onde foram exibidos vídeos sobre a sustentabilidade. 

 Algumas fotos destes momentos:




A Assistente Social, Conceição, explicando o objetivo da Conferência.
 




As professoras Ana Lourdes e Maria de Jesus, e a Assistente Social Conceição cantando os hinos de Vitória, do Maranhão e Nacional


Alunos assistindo vídeos sobre sustentabilidade

LIÇÃO 9 - CONFRONTANDO OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO



 VÍDEO 1


VÍDEO II



SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO
Após admoestar os crentes filipenses que o tenham como modelo a ser imitado, Paulo os adverte quanto aos perigos daqueles a quem denomina de “inimigos da cruz de Cristo”. Estudaremos, na aula de hoje, que esse não apenas devem ser evitados, mas também confrontados, por comprometerem a veracidade do evangelho. Ao final destacaremos que a perdição deles está prevista nas Escrituras, e que nós, os crentes em Jesus, estamos fundamentados em uma viva esperança, eterna que vem de Deus.

1. OS INIMIGOS DA CRUZ
Paulo, como pastor amoroso, protege suas ovelhas das ameaços dos inimigos, dos falsos mestres, daqueles que se infiltravam no meio do povo de Deus, somente para tirar proveito. Os inimigos da cruz de Cristo, a respeito dos quais o Apóstolo trata em suas Epístolas, mais especificamente Gálatas e Filipenses, são prioritariamente os judaizantes.
Esse movimento se tornou servo dos caprichos religiosos, achavam que dependiam de suas dietas alimentares para serem salvos. Por isso “o deus deles era o ventre”, pois determinavam previamente o que deveriam ou não comer para serem santos. A circuncisão, conforme já destacamos anteriormente, era uma condição imposta por eles para o pertencimento a Cristo. Esses, diferentemente de Paulo, e dos crentes de todas as gerações, se gloriavam não na cruz, isto é, no sacrifício de Jesus, mas em suas práticas legalistas (Gl. 6.12-15). Paulo destacou, assim como fez o autor da Epístola aos Hebreus, que o véu do templo foi rasgado, e que o homem agora tem livre acesso a Deus, por meio de Jesus Cristo (Hb. 10.19-25). A circuncisão, como qualquer outra prática religiosa, é incapaz de conduzir o ser humano à salvação (Ef. 2.8-16). Existem muitos evangélicos nestes dias que acham que são salvos por algo que façam ou deixam de fazer. A vaidade de alguns está no cumprimento do cabelo, ou de uma saia, restrições comumente direcionadas apenas às mulheres. Mas havia outro grupo entre os crentes filipenses, esses se voltavam para o lado oposto, eram totalmente liberais. Esses não eram legalistas, mas libertinos, argumentavam que os crentes podiam pecar, pois o corpo, a parte negativa do ser humano, seria destruído na sepultura. Esse pensamento foi influenciado pelo dualismo grego, a crença filosófica que a matéria era má, e por conseguinte, seria descartada no sepulcro. Essa cosmovisão helenista tem assumido muitas formas no cristianismo moderno, a mais perigosa é a do universalismo. Alguns líderes eclesiásticos estão defendendo que todas as pessoas serão salvas, pouco importando se receberam ou não a Cristo. Mas Paulo, em suas epístolas, tanto confrontou o ascetismo legalista (I Co. 7.1) quanto à libertinagem anomista (I Co. 6.12), e defendeu a produção do fruto do Espírito (Gl. 5.22).

2. O FIM DELES É A PERDIÇÃO
Esses falsos mestres estão investindo na destruição deles mesmos, pois mesmo pensando que estão adorando a Deus, na verdade estão adorando a eles mesmos (Fp. 3.19). Como o deus deles é o ventre, koilia em grego, apenas se gloriam do próprio umbigo. A vida deles é centrada no eu, são incapazes de se submeterem à autoridade da Palavra de Deus. Não admitem qualquer disciplina espiritual: oração, jejum e meditação. Os púlpitos evangélicos estão repletos de pregadores que tratam de assuntos que nada têm a ver com o evangelho. Os supostos pastores, que na verdade querem ser chamados de bispos e apóstolos, pregam apenas a si mesmos. Muitas igrejas, que não podem ser consideradas evangélicas no sentido próprio do termo, estão alicerçadas apenas no amor ao dinheiro. Esses pseudoevangélicos usam a Bíblia apenas para cooptar as pessoas a satisfazerem seus interesses. Não existe qualquer procedimento exegético na exposição das Escrituras. Eles pincelam os textos a seu bel-prazer, de acordo com suas conveniências, sem atentar para o sentido gramatical e contextual do versículo. Paulo diz que “a glória deles está na sua infâmia” (Fp. 3.19), isto é, eles deveriam se envergonhar do que estavam fazendo. Eles não apenas se entregavam dissolutamente ao pecado, mas também se vangloriavam dos seus atos libertinos. Eles falavam a respeito de Deus, mas a preocupação central deles era com o terreno, “apenas para as coisas materiais”. O meio evangélico está cheio desse tipo de pregador que não sabe mais o que significa ser salvo e ir para o céu. Na verdade, eles não têm qualquer sentimento em relação ao céu, pois o foco está exclusivamente nos valores terrenos. Eles pregam a ganância, travestida de prosperidade terrena, como se fosse o único prêmio a ser buscado pelos crentes. Eles ficam apavorados diante da morte, negam-se a tratar desse assunto. Por isso, para eles, a saúde física é idolatrada, argumentam até que um cristão de fé não pode adoecer. Muitos pseudoevangélicos estão se deixando levar por essa ladainha antievangélica. Esses inimigos da cruz de Cristo receberão sua paga na eternidade, o engano proliferado por eles não ficará impune. O caminho deles os conduzirá à perdição, pois eles estão pregando heresia, o que conduz à punição eterna (II Ts. 1.9). 

3. MAS A NOSSA CIDADE ESTÁ NOS CÉUS
Os crentes em Jesus não se apavoram diante da morte, pois sabem que ela é apenas uma passagem para uma eternidade com Cristo. Estamos na terra e devemos responder com responsabilidade a essa condição. Os cristãos, enquanto cidadãos da terra, têm direitos e deveres. Precisamos estar conscientes dessa situação, principalmente nos momentos de cobrar dos políticos. Há crentes que defendem uma obediência incondicional às autoridades, mas isso não é ensinado na Bíblia (At. 5.29). A democracia pressupõe diversidade de poderes e fiscalização por parte do povo, para que os poderes governem a contento. O respeito às autoridades é bíblico (Rm. 13.1), e deve ser considerado, mas não irresponsavelmente. Devemos orar, e agir através do voto (Tt. 3.1), para evitar que tenhamos autoridades que apenas governam para elas próprias. Por outro lado, não podemos também perder o foco, há líderes evangélicos que apenas enfatizam a dimensão temporal. Eles se engajam politicamente, mas se esquecem de que são cidadãos dos céus (Fp. 3.20). Para não incorrer no equívoco dos religiosos que apenas visualizam o terreno, devemos saber que “a nossa Pátria está nos céus”. O substantivo para pátria, em grego, é politeuma, e significa a conduta de alguém no mundo. O homem moderno está tão centrado no terreno, até mesmo entre aqueles que se dizem evangélicos, que não conseguem olhar para cima. Como cidadão do céu, o crente tem seu nome registrado naquele lugar (Lc. 4.3; 10.20), ele aguarda com expectação o momento que entrará no país celestial (Ap. 20.15). Paulo diz que o crente tem uma bendita esperança, que é a segunda vinda de Jesus Cristo (Ef. 3.20). Esse tema está desaparecendo dos púlpitos cristãos, são poucos o que têm interesse de pregar o arrebatamento da igreja. Mas essa é uma das doutrinas fundamentais da fé cristã, não podemos perder a esperança na volta de Jesus para arrebatar os seus (I Ts. 4.13-18). Um dia a trombeta soará e Cristo virá com os Seus anjos, para ressuscitar aqueles que morreram no Senhor, e para transformar os que estiverem vivos (I Co. 15.43-53).


CONCLUSÃO
Os inimigos da cruz de Cristo pregam um evangelho que nada tem a ver com a Palavra de Deus. Eles estão centrados em satisfazer seus apetites carnais ou em cumprir suas tradições religiosas. Mas os crentes em Jesus não perdem o foco, pois sabem que quando Cristo se manifestar serão semelhantes a Ele (I Jo. 3.2). Nesses dias tão difíceis, nos quais as pessoas estão se distraindo com o terreno, inclusive alguns denominados evangélicos, não podemos perder o céu de vista. Jesus nos prometeu um lugar, o qual está preparado, para que estejamos para sempre com Ele (Jo. 14.1).

Extraído do blog: subsidioebd.blogspot.com.br


SUBSÍDIO II
Lição 9 – Confrontando os inimigos da Cruz de Cristo

TEXTO ÁUREO
“Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo” (Fp 3.18). – “Esses inimigos eram, segundo a melhor interpretação, crentes professos que estavam corrompendo o evangelho com suas vidas imorais e falsos ensinos. Uma das razões da grandeza de Paulo era que ele possuía convicções firmes, cujo coração ficava muito intranquilo quando o evangelho era distorcido ou quando as pessoas a quem ele ministrava corriam perigo de deixar a fé (ver 3.2; Gl 1.9).


VERDADE PRÁTICA
A cruz de Cristo é o ponto central da fé cristã: sem ela não pode haver cristianismo.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 3.17-21.


OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
            • Conscientizar-se a respeito da necessidade de se manter firme em Cristo;
            • Saber quais são os inimigos da cruz de Cristo, e
            • Aprender a respeito do futuro glorioso daqueles que amam a cruz de Cristo.

PALAVRA-CHAVE
Inimigos: Na lição são os judaizantes e aqueles que não tinham comunhão com a cruz de Cristo

COMENTÁRIO
introdução
Das advertências de Paulo à igreja em Filipos, a exortação para que permanecessem firmes na fé e mantivessem a alegria que a nova vida em Cristo proporciona, é uma das mais importantes. O apóstolo assim os estimula, por estar ciente dos falsos cristãos que haviam se infiltrado no seio da igreja. Tais eram, de fato, inimigos da cruz de Cristo[Entramos com a lição anterior no terceiro capítulo da missiva aos Filipenses e vimos que Paulo faz uma severa advertência contra os judaizantes, denominados pelo apóstolo de “inimigos da cruz de Cristo”. Nos versos 1-4, Paulo adverte seus leitores contra um erro do lado judaico, que insistiam no legalismo, buscando outra vez subjulgar sob a Lei mosaica. Nos versos 17-21, adverte-os contra o perigo da frouxidão moral: “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós” (veja também 1Co 11.1; Rm 16.17). Os “inimigos da cruz de Cristo” apregoavam o legalismo, a lei e os códigos de conduta, porém não conheciam a cruz ensanguentada. Todavia, Paulo chama a atenção não somente a respeito dos judaizantes, mas também quanto os irmãos que não viviam de acordo com o modelo de serviço e sacrifício de Cristo. Paulo pede aos filipenses que lutem contra estes inimigos a fim de que não venham sucumbir na fé. Esta advertência de Paulo deve ser levada a sério pela igreja na atualidade, pois atualmente também muitos são os inimigos dessa cruz ensanguentada! Os servos de Cristo Jesus devem ter consciência de que, no meio da igreja local, infiltram-se os “inimigos da cruz de Cristo”.] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. EXORTAÇÃO À FIRMEZA EM CRISTO (3.17)


1. Imitando o exemplo de Paulo (v.17a). Quando Paulo pediu aos filipenses para que o imitassem, não estava sendo presunçoso. Precisamos compreender a atitude do apóstolo não como falta de modéstia, ou falsa humildade, mas imbuída de uma coragem espiritual e moral de colocar-se, em Cristo, como referência de vida e fé para aquela igreja (1Co 4.16,17; 11.1; Ef 5.1). Paulo mostrou que a verdadeira humildade acata serenamente a responsabilidade de vivermos uma vida digna de ser imitada. Que saibamos refletir sobre isso num tempo em que estamos carentes de referências ministeriais. [O que deviam imitar? Nos versos 7-13, lemos que Paulo não tinha confiança no seu eu-próprio, que estava disposto a sacrificar todas as coisas por Cristo, que reconhecia a sua própria imperfeição e que estava grandemente desejoso para avançar rumo ao alvo - o Senhor. Sua advertência é necessária, porque há aqueles que tomam uma atitude diferente, são “inimigos da cruz de Cristo”. Quando Paulo disse aos filipenses: "Uma coisa faço" (3.13), ele reduziu a vida cristã nesse objetivo. Por exemplo, os cristãos existem para glorificar a Deus, mas só poderão fazê-lo à medida em que eles se parecerem com Jesus Cristo. Quando eles evangelizarem os perdidos, eles estão imitando o Senhor, que veio para "buscar e salvar os que estavam perdidos" (Lc 19.10). Quando os crentes amadurecem espiritualmente eles "crescem na graça e no conhecimento de seu Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2Pe 3.18). Quando eles "morrerem para o pecado e vivem para a justiça" (1Pe 2.24) eles se tornam mais e mais parecidos com Jesus, "que não conheceu pecado" (2Co 5.21; Hb 7.26; 1Pe 2.22, 1Jo 3.5). Paulo era um companheiro de viagem no caminho para a inatingível perfeição espiritual, e, portanto, um modelo para os fiéis seguirem. Ele foi modelo da virtude de moralidade, superando a carne, foi vitorioso sobre a tentação, foi modelo de adorador, de serviço a Deus, de paciência no sofrimento, soube lidar com as posses (riquezas e pobreza), e soube não se corromper diante das ofertas do mundo.].
2. O exemplo de outros obreiros fiéis (v.17b). O texto da ARA tem uma tradução melhor dessa passagem: “observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós”. Paulo estava reconhecendo o valor da influência testemunhal de outros cristãos, entre os quais Timóteo e Epafrodito, que eram referências para as suas comunidades. O apóstolo chama a atenção dos cristãos filipenses para observarem os fiéis e aprenderem uns com os outros objetivando a não se desviarem da fé. [Pela terceira vez neste capítulo Paulo carinhosamente trata dos Filipenses, como a irmãos (cf. vv.1,13). A frase juntar-se em seguir o meu exemplo literalmente lê no texto grego "ser imitadores e meus companheiros." Paulo exortou os Filipenses a imitar a maneira como ele viveu. Ele não estava se colocando em um pedestal de perfeição espiritual. Em vez disso, ele estava encorajando os filipenses a segui-lo, um pecador imperfeito, como ele perseguiu o objetivo de Cristo. As falhas de Paulo estão registradas no Novo Testamento, bem como seus triunfos. Indignado com o tratamento abusivo nas mãos do sumo sacerdote, ele gritou: "Então Paulo lhe disse: Deus te ferirá a ti, parede branqueada; tu estás aí sentado para julgar-me segundo a lei, e contra a lei mandas que eu seja ferido?"(At 23.3) - uma explosão que ele logo a seguir pediu desculpas (At 23.5). Por causa de sua luta com orgulho, o Senhor deu a Paulo um espinho na carne (2 Co 12.7). Três décadas depois de sua conversão, ele ainda pensava de si mesmo como o principal dos pecadores (1Tm 1.15). Se esforçando por ser exemplo, Paulo ordenou aos filipenses para que também observassem aqueles que andassem de acordo com o padrão que eles viam nele e em seus seguidores. O termo grego Skopeo (observar) é a forma verbal do substantivo traduzido como "meta" no versículo 14, e poderia ser traduzida como "fixar o olhar em." Paulo está com vigor, dizendo: "Concentre-se naqueles cuja caminhada (conduta diária) é de acordo com o padrão correto que vocês viram em mim e em meus companheiros". Isso incluiria Timóteo e Epafrodito, a quem os filipenses conheciam, assim como os bispos e diáconos de Filipos (1.1). A palavra nós, no entanto, é mais provável como um plural literário, uma forma humilde de Paulo para se referir a si mesmo.].

3. Tendo outro estilo de vida. Muitas vezes somos forçados a acreditar que somente os obreiros devem ter um estilo de vida separado exclusivamente a Deus. Essa dualidade entre “clero” e “leigos” remonta à velha prática eclesiástica estabelecida pela Igreja Romana, na Idade Média, onde uma elite (o clero) governa a igreja e esta (os leigos) se torna refém daquela. É urgente resgatar o ideal da Reforma Protestante, ou seja, a “doutrina do sacerdócio de todos os crentes”, ou “Sacerdócio Universal”, reivindicada em 1 Pedro 2.9. Todos nós, obreiros ou não, temos o livre acesso ao trono da Graça de Deus por Cristo Jesus. Não tentemos costurar o véu que Deus rasgou! [Como sacerdócio real, observa-se a natureza real do adorador resgatado. Esta passagem se baseia no chamamento de Deus ao antigo Israel (Êx 19.5-7). Pedro e João (Ap 5.1-6) puxam esta verdade para a total aplicação e realização profética do crente no Novo Testamento. A Igreja é o novo Israel, agora incluindo os crentes gentios que, em outro tempo, não eram povo e que não tinham alcançado misericórdia. Essa citação de Os 1 é uma indicação de que o apóstolo podia encarar as profecias do Antigo Testamento sobre a nação de Israel como realizada na Igreja, o novo Israel espiritual].

SINOPSE DO TÓPICO (I)
Todo crente, obreiros ou não, tem livre acesso ao trono da Graça de Deus por Cristo Jesus.


II. OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO (3.18,19)
1. Os inimigos da cruz (v.18). Depois de identificar os inimigos da cruz de Cristo, Paulo mostra que o ministério pastoral é regado com muitas lágrimas. A maior luta do apóstolo era com as heresias dos falsos cristãos judeus. Paulo chama os judaizantes de “inimigos da cruz de Cristo”. O apóstolo conclamou a igreja a resistir tais inimigos, mesmo que com lágrimas, pois eles tinham como objetivo principal minar a sua autoridade pastoral. O apóstolo já havia enfrentado inimigos semelhantes em Corinto (1Co 6.12). Agora, em Filipos, havia outro grupo que adotava a doutrina gnóstica. Este grupo de falsos crentes (3.18,19) afirmava erroneamente que a matéria é ruim. Logo, não há nenhum problema em pecar através da “carne”, pois toda e qualquer coisa que fizermos com o corpo, e através dele, não afetará a nossa alma. Essa ideia herética e diabólica é energicamente refutada pela Palavra de Deus (1Ts 5.23). [Agora Paulo chega a uma parte muito importante da sua carta, ele exorta os cristãos filipenses para serem firmes em Cristo na observância do Evangelho. A preocupação do apóstolo era com os falsos mestres que se aproximavam dos crentes filipenses. Estes mestres eram considerados por ele “inimigos da cruz”, pessoas que trabalhavam para esvaziar o sentido da Cruz de Cristo. O apóstolo havia-os enfrentado noutras ocasiões. De acordo com especialistas do Novo Testamento, é difícil identificar estes inimigos da cruz na carta de filipenses. Mas pelo teor do ensino de Paulo contra uma concepção legalista de cristianismo e uma perspectiva libertina da graça, judaizantes e gnósticos são as identidades mais aceitas. Em 1Ts 5.23, a oração final de Paulo é de que seus convertidos possam ser inteiramente santificados, isto é, que todo o seu ser - espírito, alma e corpo - possa ser apresentado à vontade de Deus. O poder para esse acontecimento deve vir do Deus de paz. “Paz” significa prosperidade espiritual no sentido mais amplo.].
2. “O deus deles é o ventre” (3.19). O termo “ventre” aqui é figurado e representa os “apetites” carnais e sensuais. Os inimigos da cruz viviam para satisfazer os prazeres da carne — glutonaria, bebedice, imoralidade sexual, etc. — satisfazendo todos os desejos lascivos, pois acreditavam que tais atitudes “meramente carnais” não afetariam a alma nem o espírito. Porém, o ensino de Paulo aos gálatas derruba por terra esse equivocado pensamento (Gl 5.16,17). [Os versículos 18 e 19 poderiam descrever quaisquer adversários (1Co 1.23), inclusive os judaizantes (vs. 2-6; Gl 2.15-21). Paulo pode ter em mente, de forma especial, os que concebem a Cristo como espírito puro e que zombam da ideia dele trazer salvação por meio da encarnação e de um “corpo de sua carne” que pudesse morrer (Cl 1.22). Tais pessoas consideravam-se vivendo em um plano espiritual elevado, o que lhes permite entregarem-se livremente aos prazeres sensuais, seja comida (o “deus deles é o ventre”) ou sexo (“a glória deles está na sua infâmia” - confira 1Co 6.9,10) - práticas sensuais desenfreadas. Apetite traduz o grego koilia, que refere-se anatomicamente ao abdomem, particularmente ao estômago. Aqui ele é usado metaforicamente para se referir a todos, sem restrições quanto ao sexo, cor, raça ou crença (confira 1Co 6.13). Eles viviam o aqui e o agora, e jamais pensavam na eternidade. Os falsos mestres foram condenados porque não adoraram a Deus, mas por terem se inclinado aos seus impulsos sexuais. Poderia ser uma referência aos judaizantes que davam maior ênfase em manter as leis dietéticas judaicas. Os falsos mestres, tendo em vista que eram gentios, buscavam desenfreadamente os prazeres sensuais. Judas descreve tais pessoas como "homens ímpios, que transformam a graça de nosso Deus em libertinagem e negam ao único Soberano e Senhor, Jesus Cristo" (Jd 4).].
3. “A glória deles” (3.19). Paulo sabia que aqueles falsos crentes não tinham qualquer escrúpulo nem vergonha. Entregavam-se às degradações morais sem o menor pudor e, mesmo assim, queriam estar na igreja como se nada tivessem feito de errado. O apóstolo os trata como inimigos da cruz de Cristo, porque as atitudes deles invalidavam a obra expiatória do Senhor. A declaração paulina é enfática acerca daqueles que negam a eficácia da cruz de Cristo: a perdição eterna. O castigo dos ímpios será inevitável e eterno (Ap 21.8; Mt 25.46). Um dia, eles ressuscitarão para se apresentarem diante do Grande Trono Branco, no Juízo Final, e serão julgados e lançados na Geena (o lago de fogo), que é o estado final dos ímpios e dos demônios (Ap 20.11-15). [Um princípio recorrente nas Escrituras é que as coisas deste mundo são incompatíveis com o reino de Deus 1Co 15.50; Gl 5.21). “e cuja glória é para confusão deles” (Fp 3.19) - A glória deles não está nas regiões celestiais em Cristo (Ef 1.3) e nem na cruz ensanguentada (Gl 6.14) tampouco de Cristo e de Deus Pai (1Co 1.30,31). Antes, gloriam-se em si mesmos, em sua sabedoria ou em alguma realização que consideram ser de extremado valor, mas que na opinião paulina “é para confusão deles”. O Novo Testamento constantemente alerta para o perigo representado por falsos mestres. No Sermão da Montanha, Jesus advertiu: "Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores" (Mt 7.15). No Sermão do Monte Ele acrescentou: "Vede que ninguém engane vocês. Porque muitos virão em meu nome, dizendo: 'Eu sou o Cristo', e enganarão a muitos" (Mt 24.4-5).].

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Paulo conclamou a igreja a resistir os inimigos da cruz de Cristo, mesmo que com lágrimas. Estes inimigos tinham como objetivo principal minar a fé dos irmãos.



III. O FUTURO GLORIOSO DOS QUE AMAM A CRUZ DE CRISTO (3.20,21)
1. “Mas a nossa cidade está nos céus” (Fp 3.20). [Paulo mais uma vez relembra seus leitores que, embora eles possam ser cidadãos de Roma, eles têm uma cidadania maior e realmente são apenas estrangeiros nesta terra - assim como Filipos era uma colônia romana (At 16.12), a igreja é uma colônia do céus]. Os inimigos da cruz de Cristo eram os crentes que viviam para as coisas terrenas. Paulo, então, lembra aos irmãos de Filipos que “a nossa cidade está nos céus”. Quando o apóstolo escreveu tais palavras, ele tomou como exemplo a cidade de Filipos. Segundo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, “Filipos estava localizada na principal rota de transportes da Macedônia, uma extensão da Via Ápia, que unia a parte oriental do império à Itália”. O apóstolo faz questão de mostrar que aquilo que Cristo tem preparado para os crentes é algo muito superior a Filipos (v.20). O apóstolo mostra que o cidadão romano honrava a César, porém os crentes de Filipos deveriam honrar muito mais a Jesus Cristo, o Rei da pátria celestial. Em breve o Senhor virá sobre as nuvens do céu com poder e glória, para arrebatar a sua igreja levando-a para a cidade celeste, a Nova Jerusalém (Mt 24.31; At 1.9-11). [A motivação para ser semelhante a Cristo é a esperança de seu retorno. Uma vez que Cristo está no céu, aqueles que o amam devem estar preocupados com o céu, ansiando por Cristo para voltar e levá-los para estar com Ele (1Ts 4.17). É consistente que os crentes tenham um foco celeste, porque a nossa pátria está nos céus. Politeuma (cidadania) aparece somente aqui no Novo Testamento, embora Paulo tenha usado o verbo relacionado em 1.27. Refere-se ao lugar onde se tem um estatuto oficial, a comunidade onde o próprio nome está gravado no registro dos cidadãos. Embora os crentes vivam neste mundo, eles são cidadãos do céu. Eles são membros do reino de Cristo, que não é deste mundo (Jo 18.36). A referência de Paulo à cidadania pode ter sido especialmente significativa aos Filipenses, uma vez que Filipos era uma colônia romana. Os filipenses eram cidadãos romanos, embora obviamente vivendo fora de Roma, assim como os crentes são cidadãos do céu embora vivam na terra. É do céu que aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Para os discípulos que viram a ascensão de Cristo ao céu e que ouviram dos anjos: "Homens da Galileia, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que foi levado de vocês para o céu, há de vir exatamente da mesma maneira como vocês O têm visto ir para o céu"(At 1.11). Em João 14.2-3 O próprio Jesus prometeu: "Na casa de meu Pai há muitas moradas, se assim não fosse, eu vos não teria dito, pois vou preparar-vos lugar. Quando eu for e preparar um lugar para vocês, eu voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estiver, estejais vós também." Por causa dessas promessas, os crentes devem estar "aguardando a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo" (1Co 1.7), e "para esperar o seu Filho do céu, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, que é Jesus, que nos livra da ira vindoura" (1Ts 1.10). Até Ele voltar, os crentes "...também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo." (Rm 8.23b).].
2. “Que transformará o nosso corpo abatido” (Fp 3.21). O estado atual do nosso corpo é de fraqueza, pois ainda estamos sujeitos às enfermidades e à morte. Mas um dia receberemos um corpo glorificado e incorruptível. Os gnósticos ensinavam que o mal era inerente ao corpo. Por isso, diziam que só se deve servir a Deus com o espírito. Eles afirmavam ainda que de nada aproveita cuidar do corpo, pois este se perderá. Erroneamente, acrescentavam que o interesse de Cristo é salvar apenas o espírito. A Palavra de Deus refuta tal doutrina. Ainda que venhamos a sucumbir à morte, seremos um dia transformados e teremos um corpo glorioso semelhante ao de Cristo glorificado (Fp 3.21; 1Ts 5.23; 1Co 15.42-54). [Diante de uma atitude de desprezo do corpo, Paulo celebra a transformação de nossos corpos por Cristo (1Co 15.50-53). Cristo ressuscitou, ele mesmo, corporalmente da sepultura, como “primícias” de uma grande colheita (1Co 15.23). Assim como o Pai fez justiça à obediência de Cristo (2.6-11), também a fidelidade dos crentes na aflição culminará na gloriosa ressurreição que lhes está preparada. A promessa do retorno de Cristo oferece segurança, já que Jesus prometeu: "E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade daquele que me enviou é esta: Que todo aquele que vê o Filho, e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia" (Jo 6.39-40). Os crentes não devem esperar pela volta de Cristo com atitudes de resignação passiva ou desinteresse entediado. Em vez disso, eles devem estar aguardando o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Os crentes não estão esperando por um evento, mas uma Pessoa. O termo grego Apekdechomai (aguardamos) é freqüentemente usada para falar de esperar pela segunda vinda de Cristo (por exemplo, Rm 8.19, 23, 25; Gl 5.5; 1Co 1.7; Hb 9.28).Apekdechomai (aguardamos) descreve não só ansiedade, mas também paciência.].
3. Vivendo em esperança. Vivemos tempos trabalhosos e difíceis (2Tm 3.1-9). Quantas falsas doutrinas querem adentrar nossas igrejas. Infelizmente, não são poucos os que naufragam na fé. Nós, contudo, à semelhança de Paulo, nutrimos uma gloriosa esperança (Rm 8.18). Haja o que houver, aconteça o que acontecer, o nosso coração estará seguro em Deus e em sua promessa (Ap 7.17; 21.4) [Paulo e Silas são presos, açoitados e trancados no cárcere. Mas eles não praguejam, não se desesperam, não se revoltam contra Deus. Eles têm paz no vale. Em vez de clamar por vingança contra os seus inimigos, eles clamam pelo nome de Deus para adorá-Lo. Eles fazem um culto na cadeia. Cantam e oram a despeito das circunstâncias mais adversas. O evangelho que pregam aos outros funciona também para eles. Na verdade, eles sabem que Deus está no controle da situação. Assim, certamente Deus pode nos dar livramento diante de circunstâncias impostas nestes tempos trabalhosos e difíceis. Paulo descreveu os falsos mestres como inimigos da cruz de Cristo. O termo "cruz" não se limita ao instrumento real de madeira para condenação à morte (1Co 1.1718, 23; 2.2; Gl 3.1; 6.14; Ef 2.16; Cl 1.20, 2.14, 1Pe 2.24), mas significa a morte expiatória de Cristo em todos os seus aspectos. Os falsos mestres eram contra a salvação!].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
À semelhança de Paulo precisamos ter a confiança de que o futuro daqueles que amam a cruz de Cristo será glorioso.

CONCLUSÃO
Precisamos estar atentos, pois muitos são os inimigos da cruz de Cristo. Eles procuram introduzir, sorrateiramente, doutrinas contrárias e perniciosas à fé cristã. Muitos são os ardis do adversário para enganar os crentes e macular a Igreja do Senhor. Por isso, precisamos vigiar, orar e perseverar no “ensino dos apóstolos” até a vinda de Jesus. Eis a promessa que gera a gloriosa esperança em nosso coração. [A igreja de Filipos enfrentava dois sérios problemas: um interno e outro externo. Primeiro, a quebra da comunhão. A desunião dos crentes era um pecado que atacava o coração da igreja. Segundo, a heresia doutrinária. A igreja estava sob ataque também pelo perigo dos falsos mestres (3.2). O judaísmo e o perfeccionismo atacavam a igreja. Paulo os chama de adversários (1.28), inimigos da cruz de Cristo (3.17). Ralph Martin diz que os mestres discutidos em Filipenses 3.12-14 são judeus. Eles se vangloriavam da circuncisão (3.2), a que Paulo replica com uma afirmação de que a igreja é o verdadeiro Israel (3.3). Eles se gloriavam na “carne”, cortada na execução do rito; ele se gloria apenas em Cristo. Eles se orgulhavam de suas vantagens, especialmente de seu conhecimento de Deus; ele só encontra verdadeiro conhecimento de Deus em Cristo. A justiça deles era baseada na lei (3.9); a confiança de Paulo descansa na dádiva de Deus. Os judeus buscavam e esperavam obter justiça; Paulo fixa os seus olhos em alvos diferentes e anseia por ganhar a Cristo. Esses falsos mestres viviam como inimigos da cruz – em seu comportamento, deificando seus apetites, honrando valores vergonhosos, só pensando nas coisas deste mundo (3.19). Paulo tem de lidar também com os missionários gnósticos perfeccionistas. Eles alardeavam seu “conhecimento” (3.8) e professavam ter alcançado uma ressurreição, já experimentada, dentre os mortos (3.10). São “perfeitos” (3.12). Esses gnósticos são, de fato, inimigos da cruz de Cristo (3.18), libertinos e condenados (3.19). Cuidemos para que nossa esperança repouse apenas na cruz ensanguentada e não confiemos na carne!].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere
Meu coração te ofereço, Senhor, pronto e sincero (Calvino)

 Extraído do Blog auxilioebd.blogspot.com.br




sexta-feira, 23 de agosto de 2013

LIÇÃO 8 - A SUPREMA ASPIRAÇÃO DO CRENTE



VÍDEO I


VÍDEO 2


SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO
Após aconselhar os crentes filipenses em relação aos falsos mestres, Paulo orienta os irmãos filipenses a perseguirem o alvo, em busca da maturidade cristã, seguido seu exemplo. Esse será o assunto da lição de hoje, os cristãos não podem viver na mediocridade. Destacaremos a importância de ir sempre adiante, e a saber lidar com as situações difíceis, na presença ou ausência dos pastores.


1. EM BUSCA DO ALVO
Paulo recorre com frequência às figuras de linguagem em suas epístolas, a principal delas é a analogia, a partir da qual utiliza temas do cotidiano para se referir a verdades espirituais. Nesse trecho da Epístola, compara a vida cristã a uma competição, em que cada crente é um atleta, em busca de um prêmio. O próprio Apóstolo sabe que ainda não chegou ao nível que deseja, e que ainda não alcançou a perfeição. Ele continua na disputa, participando dessa corrida, com a intenção de ganhar seu prêmio. Mesmo assim, prossegue, não se dá por satisfeito, cônscio de que Deus tem muito mais a oferecer (Fp. 3.12). A palavra perfeição, no grego, é teleios, e nada tem a ver com ausência de pecado. Na verdade, Paulo tem consciência das suas limitações, e isso é justamente um sinal de maturidade. Muitos crentes acham que são perfeitos, e, às vezes, julgam os outros a partir do seu modelo de perfeição. Retornando à metáfora do atletismo, o Apóstolo está dizendo que ainda não recebeu o troféu de vencedor. Mas para não perder o foco, toma uma decisão, se esquece das coisas que atrás ficam e avança em direção as que estão diante dele. De igual modo, os cristãos não podem viver na mesmice, pois quem põe a mão no arado não pode olhar para trás (Lc. 9.62) Diferentemente dos judaizantes, Paulo não fia a sua fé na carne, no passado, em um ideal de perfeição baseado em legalismo, mas na completude que se dará no futuro, por ocasião da ressurreição (I Co. 15.52-57). Os competidores de Paulo olhavam para trás, mas o Apóstolo tem seus olhos fixos no futuro. O atleta que consegue ter vitória não olha para seus adversários, antes mira continuamente o ponto de chegada, o alvo. A palavra alvo, em grego, é skopos, é justamente a fita colocada na pista, que identifica o final da corrida. É essa determinação que deve mover a fé dos crentes, isso faz com que eles deixem todo embaraço para trás (Hb. 12.1,2).


2. PERSEGUINDO A MATURIDADE
Há crentes que não conseguem amadurecer por causa do saudosismo doentio. Eles não conseguem olhar para frente, ficam todo tempo lembrando os “tempos áureos”. Reconhecemos que vivemos um momento difícil no contexto evangélico brasileiro. Mas isso não deve ser motivo para desistir da jornada, antes devemos prosseguir “pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp. 3.14). Tem muita gente se distraindo com as coisas materiais, tal como a mulher de Ló, são capazes apenas de verem as riquezas de Sodoma (Gn. 19.26). A teologia da ganância está fazendo com que muitos cristãos, inclusive obreiros, percam o foco espiritual. Não poucos pentecostais, por desconsiderarem a Palavra, estão morrendo de inanição. O mero sentimentalismo está minando a fé de muitos crentes, que se abatem por qualquer situação adversa. Como não têm firmeza na Palavra, não conseguem amadurecer, continuam espiritualmente raquíticos. Paulo constatou essa realidade em relação aos crentes de Corinto (I Co. 3.1-4), tinham muitos dons espirituais, mas lhes faltava o fruto do Espírito, isto é, uma genuína espiritualidade (Gl. 5.22). Alguns em Filipos se achavam perfeitos, isto é, que não precisavam mais ir a lugar algum. Isso era extremamente perigoso, porque esses tais não se submetiam à autoridade apostólica. Nas igrejas também existem pessoas que não querem mais aprender. Acham-se sábias demais porque estudam bastante, leem seus compêndios de teologia, por isso não frequentam a Escola Dominical. Mas Deus está no comando, no tempo certo Ele revelará aqueles que de fato estão comprometidos com o evangelho (Fp. 3.16). É no momento da adversidade que os seguidores fiéis de Cristo se manifestam. Os mercenários querem apenas os benefícios do “apostolado”, não se arriscam em prol do Reino de Deus. A igreja evangélica, como o próprio nome o diz, deveria estar fundamentada no evangelho de Jesus Cristo (Tt. 1.1; 2.10; Gl. 1.6-10). Os crentes imaturos seguem apenas suas celebridades, os gurus que determinam o que devem ou não fazer. Isso é bastante cômodo para eles, não têm o mínimo interesse de que as pessoas conheçam as Escrituras, para continuarem ditando suas regras humanas.


3. SEGUINDO O EXEMPLO
Mas Paulo não age assim, Ele é um pastor, no sentido próprio do termo, um apascentador de ovelhas. Ele não apenas diz: “faça o que eu digo”, em sua prática de vida, acrescenta, “faça o que eu faço” (I Co. 9.1; Gl. 1.11,12; I Co. 11.1). O problema de alguns líderes, principalmente aqueles mais legalistas, é que colocam sobre as pessoas fardos pesados, que nem mesmo eles são capazes de carregar (Mt. 23.24). E, às vezes, quando conseguem obedecer alguns dos princípios que impõem sobre outros, pecam em relação aos mais gritantes, sem se aperceberem (Mt. 23.23). O Apóstolo conclama os crentes filipenses à obediência, não porque ele simplesmente é uma autoridade eclesiástica, mas porque é um homem espiritual, firmado no evangelho de Jesus Cristo. O verbo andar, em Fp. 3.16, é stochein, um termo militar, que diz significa “permanecer na linha”. Os cristãos foram chamados à ortodoxia, para uma doutrina correta. Essa doutrina não é outra senão a salvação por meio da fé, não pelas obras da lei, mas pela graça, de Cristo (Ef. 2.8,9). Essa mensagem é escândalo para alguns, tanto para judeus quanto para gregos. O judeu se mantem atado às suas tradições, depende de sinais, o grego, na filosofia, depende da razão (I Co. 1.22-24). Mas a palavra da cruz é loucura para os que perecem, mas para nós que somos salvos, é o poder de Deus (I Co. 1.18). Essa é a perfeição que adquirimos através de Cristo, não de nós mesmos, pois Ele mesmo, pelo Seu sacrifício, nos justificou (Rm. 5.1). É a partir dessa verdade que podemos, todos juntos, como irmãos, contribuir, em comunhão, para a maturidade mutua (Fp. 3.16). Especialmente a liderança cristã deve investir na maturidade espiritual da igreja, incentivar os crentes ao estudo da Palavra, para que esses não sejam sempre dependentes.


CONCLUSÃO
Ainda não alcançamos a perfeição, a plena completude, essa somente acontecerá no futuro, quando “o que é mortal se revestir da imortalidade” (I Co. 15.54). Enquanto isso não acontece, devemos prosseguir rumo ao alvo, o prêmio da soberana vocação em Cristo Jesus. Para tanto, esqueçamo-nos das coisas que ficaram para trás, investindo na maturidade espiritual. Não devemos mais nos fiar na religiosidade humana, antes confiarmos em Deus, que nos conduz, pelo Seu Espírito, à plenitude (II Co. 3.18), em conformidade ao caráter de Cristo (Ef. 4.13-15).

Extraído do Blog subsídioebd.blogspot.com.br



SUBSÍDIO II

O apóstolo Paulo toma emprestado da cultura grega a figura do atleta.

Este para alcançar o prêmio final de uma maratona se esforça, dedica-se e trabalha com todo o esmero. Paulo não havia se enganado com a falsa ideia de que a perfeição plena era já uma realidade em sua vida. Pelo contrário, como um atleta que se prepara à exaustão, o discípulo de Cristo deve deixar os entraves desta vida e manter o foco na pessoa de Jesus, o nosso Senhor. Para alcançar a verdadeira maturidade espiritual o crente não pode enganar a si mesmo. Ele precisa reconhecer a verdade existencial dele mesmo. O seu estado real.

Apesar de todas as suas experiências, desde o seu encontro com o Ressuscitado no caminho para Damasco, o apóstolo dos gentios não considerava ter alcançado a perfeição, mas também não transigia em afirmar: “esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo”. Com estas palavras Paulo demonstra que o discípulo de Cristo sempre deve encarar a sua peregrinação cristã como um caminho inacabado. A vida que Deus dá ao discípulo é uma caminhada de construções e crescimentos. Uma hora ele pode cair, mas o Senhor o acolhe e levanta.

Outra vez, ele pode se sentir imaturo, mas o Senhor o ensina. A vida do discípulo de Cristo está em constante desenvolvimento.

Por isso, aqui, cabe uma pergunta para a classe: Qual a sua aspiração cristã hoje?

Será que os seus alunos sabem que a vida cristã não é um mundo de fantasia? Não é a falsa ideia de ter Deus na perspectiva de um papai Noel. Ou de um garçom que está disponível a servir ao próprio capricho. Explique aos seus alunos que a vida de Paulo nos mostra uma verdade inevitável. A de quem quiser viver uma vida de fidelidade a Deus e de intensa busca pela maturidade espiritual precisa reconhecer que padecerá as mesmas angústias que o apóstolo padecia.

Você ama ao Senhor? Deseja estar com Ele por onde quer que você ande? Então, o caminho é desembaraçar-se com as coisas deste mundo, pois mesmo em angústias, receberemos “o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Ter uma vida centrada na pessoa de Jesus Cristo é saber que apesar das angústias dessa vida, todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam ao Senhor.
                                                                                     Marcelo de Oliveira e Oliveira



quinta-feira, 15 de agosto de 2013

LIÇÃO 7 - A ATUALIDADE DOS CONSELHOS PAULINOS


 
VÍDEO I


 VÍDEO II



SUBSÍDIO I


INTRODUÇÃO

A seção da Epístola aos Filipenses 3.1-10 está repleta de conselhos. Paulo apresenta algumas considerações práticas aos crentes filipenses. Essas orientações são bastante pertinentes e atuais para a igreja da atualidade. Depois de admoestar os irmãos a que sejam alegres no Senhor (Fp 3.1), faz algumas advertências em relação aos falsos mestres, e por último, caracteriza o genuíno evangelho de Jesus Cristo.

1. EM RELAÇÃO AOS FALSOS MESTRES
 
A igreja de Jesus Cristo sempre foi atacada por falsos ensinamentos, entre os filipenses os falsos mestres tentaram disseminar suas heresias entre os cristãos. Por isso Paulo os admoesta, por três vezes, a que esses tivessem cuidado. O verbo grego, no imperativo, é blepete, isto é,“ acautelai-vos”, que tem o significado de manter os olhos abertos para que os falsos lobos não adentrem ao rebanho (At 20.29,30). Esses falsos mestres precisavam ser identificados, por isso Paulo os descreve como cães, falsos obreiros e falsa circuncisão. Trata-se de um grupo já conhecido entre os crentes da Galácia, que queriam incluir um falso evangelho no interior do verdadeiro evangelho (Gl 1.1-9). A característica marcante desse outro evangelho era a defesa da circuncisão, isto é, da observância aos rituais judaicos como meio de justificação (At 15.1). Esses judaizantes atacavam frontalmente a doutrina da salvação, contrariando a graça de Deus em Jesus Cristo. A preocupação do Apóstolo é denunciar esse ensinamento distanciado da verdade (II Co 11.13). Esses maus obreiros seguiam Paulo em suas viagens missionárias, despregando aquilo que o Apóstolo havia pregado (I Co 11.13). O perigo desse outro evangelho é a desconsideração da doutrina da salvação pela graça, por meio da fé, proveniente de Deus, não das obras humanas (Ef 2.8,9). O ser humano, em sua religiosidade, sempre quis obter a salvação pelos seus méritos pessoais. A igreja evangélica não está imune a esse tipo de ensinamento, há quem pense que é salvo simplesmente pelas exterioridades formalistas que observam. As pessoas que entram por esse caminho transformam o que é principal em secundário, acabam supervalorizando os detalhes ao invés do que é mais valioso. Jesus repreendeu veementemente os fariseus do seu tempo por filtrarem um mosquito e engolirem um elefante, chamando-os de sepulcros caiados (Mt 23.27-28.). A circuncisão pregada por esses religiosos não passava de mutilação, pois não tinha qualquer valor espiritual, diferentemente da circuncisão de Abraão (Gn. 17.9,10; Rm 4.11-13).

2. EM RELAÇÃO À IGREJA DO SENHOR
 
A igreja do Senhor não pode ser confundida com uma mera religiosidade, ela apresenta características distintas do movimento dos judaizantes. A verdadeira igreja de Cristo passou por uma circuncisão espiritual, efetuada no coração, não por homens, mas pelo Espírito Santo (Fp 3.3). A adoração a Deus não resultante de uma imposição humana, não é por força, muito menos por violência, mas uma disposição espiritual, não está fundamentada na carne. Fomos chamados para adorar, na verdade, Deus busca adoradores, mas que o façam em espírito e em verdade (Jo 4.24). A adoração não pode ser realizada de qualquer modo, a religião humana, na busca por Deus, resulta na idolatria (Rm 1.25-27). A adoração, revelada por Deus, está alicerçada na Verdade, que é Cristo, a Palavra (Jo. 1.1,18) , e no Espírito, que nos liga a Deus, reconhecendo-O como Pai (Rm 8.15). Por isso, a fé do crente está depositada em Cristo, em Seu sacrifício na cruz do calvário, não na religião humana, que não passa de carnalidade. Ele é o nosso Alvo, Aquele no Qual nos gloriamos (I Co 1.31; II Co 10.17). Os falsos mestres, e os religiosos em geral, confiam naquilo que fazem, em seus méritos, na capacidade que acreditam ter em satisfazer a Deus. A igreja, diferentemente da religiosidade humana, sabe que a salvação veio de Deus, e que em nenhum outro nome há salvação, senão no de Cristo Jesus (Jo 14.6; At 4.12). Paulo esclarece que se a religião valesse alguma coisa ele mesmo teria motivos para se orgulhar. Com judeu ele tinha alguns privilégios, mas os abandonou por causa de Jesus Cristo. Ele era circuncidado ao oitavo dia, portanto nasceu judeu, sendo criado na tradição judaica (Fp 3.4). Paulo fazia parte do povo eleito, o povo considerado privilegiado, mas não sustentava a sua fé nesse predicado. Mesmo sendo da tribo de Benjamim, sendo essa uma das mais importantes de Judá, não via nisso qualquer glória (Fp 3.5). Como se isso não fosse o bastante, era hebreu de hebreus, ou seja, por nascimento, e que falava hebraico (At. 21.40). Em sua religiosidade fazia parte dos fariseus, a mais zelosa tradição judaica (Gl 1.14), por isso tinha na mais alta consideração a Lei do Senhor (At. 23.6; 26.5). Por causa disso, tornou-se perseguidor da igreja, sua religião, como geralmente costuma acontecer, fez com que ele perseguisse os cristãos (At 9.1,2; 22.1-5; 26.9-15; I Co 15.9; Gl 1.13). Aos olhos humanos Paulo era um homem de considerável reputação, considerado irrepreensível no tocante à guarda dos princípios legais. Mas faltava-lhe um em encontro com Cristo que o transformou de perseguidor em perseguido, que o fez considerar as pessoas não a partir de formalidades exteriores.

3. EM RELAÇÃO AO EVANGELHO DE CRISTO
 
O evangelho de Jesus Cristo não é uma mera circuncisão física, não se trata de uma formalidade. Como israelita influente é bem provável que Paulo tivesse privilégios no contexto religioso no qual estava inserido. Mas a tudo perdeu por amor a Cristo, no mínimo deixou de gloriar-se daquilo que fazia, passou a confiar no que Jesus fez. O evangelho é mais importante do que exterioridade religiosas. Por isso, ninguém deve achar que é salvo por que faz ou deixa de fazer algo. Não podemos incorrer no equívoco de pensar que nossa salvação depende de vestimenta, postura física, ou coisa parecida. Isso na verdade pode revelar ausência de uma espiritualidade genuína, carnalidade da qual os religiosos se gloriam (Cl 2.21). O evangelho é mais que um conjunto de doutrinas, trata-se de um encontro real com uma pessoa, o próprio Jesus Cristo (Fp 3.8). Muitas igrejas atuais estão sofrendo porque as pessoas estão alicerçadas nas atividades religiosas. Poucas pessoas têm um compromisso real com o Senhor, entregaram de fato suas vidas a Cristo. Esse encontro com o Jesus é algo marcante na vida de uma pessoa, e a modifica existencialmente. Isso porque seu fundamento é o amor, não as obrigações que são impostas por um grupo de religiosos. Isso fez com que Paulo considerasse tudo como refugo, skubala em grego, que pode ser traduzido como “excremento, esterco”. Aquilo que os judaizantes achavam que valia muito, Paulo considerava coisa de menor importância. Não podemos esquecer que as nossas obras, diante de Deus, não passam de trapos de imundície (Is 64.6). A justificação, ansiosamente buscada pela religiosidade humana, somente pode ser obtida através de Cristo (Fp 3.9). A obra de Cristo, não as nossas obras, nos conduzem ao céu, o sacrifício que Ele realizou na cruz (Jo 7.1-4; 19.30; Hb 10.11-14).

CONCLUSÃO
 
O evangelho de Cristo não pode ser confundido com a religiosidade humana. Isso porque ser cristão é um conhecimento, não apenas intelectual, mas um kinoskein em grego, ou yadá em hebraico. Isto é, uma entrega incondicional pela fé ao senhorio de Jesus, uma disposição para viver e morrer por Ele. Nesse contexto, sofrer por Cristo torna-se um privilégio, também uma identificação com Sua vida, morte e ressurreição, que nos antecipa a glória futura que em nós haverá de ser revelada (Rm. 8.18; Fp. 3.10).
 
 
SUBSÍDIO II
 
 
AS ARMAS ESPIRITUAIS E OS INIMIGOS DA FÉ

Os versículos 4 e 5 de II Co 10 traz os desdobramentos em duas realidades presentes na vida cristã: as armas espirituais e o seu uso em relação aos inimigos da fé.

As Armas Espirituais

De acordo com a epístola aos Efésios, as armas em Deus são constituídas de Fé, Verdade, Justiça, Mensagem do Evangelho e a Palavra de Deus (Ef 6. 13-17). Entretanto, as armas carnais - Riqueza, Fama e Poder Político, aparecem no sentido oposto, sendo inúteis nas batalhas espirituais.

Assim exposto, Paulo demonstra os que comparam a autoridade apostólica às confrontações opressoras, disponibilizam critérios carnais de acordo com os padrões deste mundo (kata sarka, lit. “de acordo com a carne”). O apóstolo dos gentios nega que suas ministrações sejam estranhas a nova aliança (1. 17; 5.16; cf. Gl 16-24) e demonstra que embora viva no mundo (sarke, lit. “carne”) e esteja deste modo sujeito ás fraquezas e limitações humanas, ele está travando uma guerra espiritual (Ef 6.12), onde os recursos humanos não são relevantes. As armas necessárias, portanto, devem ser espirituais, trazendo consigo o poder de Deus para demolir as fortalezas espirituais.

Inimigos da Fé

Acerca dos sistemas filosóficos, frutos do mundo intelectual grego, Paulo retrata-os como fortalezas a serem demolidas (“sofismas” no v. 4 da RA). Na contemporaneidade os principais pensamentos presente no mundo são:

• PRAGMATISMO – O exercício das ações voltado somente para obtenção de lucros ou vantagens;

• RELATIVISMO – Ausência do valor absoluto, a ideia de que a verdade depende do ponto de vista de cada indivíduo e circunstâncias que se encontram;

• HEDONISMO – Representa a busca intensa por prazer. O hedonista pergunta: Isto me dá prazer?;

• MATERIALISMO – Ignora completamente o valor imaterial (sentimento, amor, eternidade, Deus, etc...) das coisas, buscando a pura racionalidade elegendo a perspectiva naturalista de vida.

Prezado professor, muitos certamente não sabem definir os termos acima descritos, mas vivem-nos da maneira mais intensa possível.

Considerando isto, dentro do contexto cultural grego Paulo diz, na epístola anterior, que o Evangelho pareceria uma loucura para aqueles que vissem o mundo através das lentes da filosofia secular grega (I Co 1. 22) e no v. 4 afirma a arrogância e pretensões contidas neste sistema como oposição ao conhecimento de Deus revelado em Cristo. No versículo 5, o apóstolo traz a ideia central do cativeiro de todo o sistema mundano de pensamento sendo levado em sujeição aos ensinos de Cristo. O Evangelho para o homem natural é loucura, mas para os que estão revestidos das armas de Deus é poder.

Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento. Rio de Janeiro, CPAD.

sábado, 10 de agosto de 2013

Roseana Sarney acobertando trabalho escravo?

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), vetou o projeto de lei nº 169/2013, que havia sido aprovado na Assembleia Legislativa do Estado e previa a cassação do registro do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de empresas flagradas com trabalho escravo. Na prática, isso significa banimento da empresa do Estado. A governadora alegou que o texto é inconstitucional.

O caso é curioso pois, em junho, circularam pela internet denúncias de que a governadora teria vetado uma lei contra o trabalho escravo, também aprovada pela Assembleia, que dispõe sobre sobre vedações à formalização de contratos e convênios entre órgãos e entidades da administração pública e empresas que utilizem essa forma de exploração. Na época, expliquei que a denúncia era falsa, pois a lei já havia sido sancionada por Roseana no dia 10 de janeiro (lei 9752/2010). Agora, o caso não é de boato. A lei é outra e o veto ocorreu.

Um levantamento de 2007 da Comissão Estadual para a Erradicação do Trabalho Escravo do Maranhão mostrou que o Estado era, então, o principal fornecedor de mão de obra escrava. Na “lista suja“, cadastro de empregadores flagrados por esse crime do Ministério do Trabalho e Emprego e da Secretaria de Diretos Humanos da Presidência da República, o Maranhão aparece ao lado do Tocantins como a quinta unidade da federação com maior número de empregadores com escravos. Dos 498 nomes, 34 são de flagrantes no Estado. Além disso, o Maranhão tem a segunda pior colocação no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. A matéria é de Stefano Wrobleski, da Repórter Brasil:

De autoria do deputado Othelino Neto (PPS), o projeto foi inspirado na lei paulista nº 14.946/2013, de autoria de Carlos Bezerra Jr. (PSDB), que foi regulamentada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em maio. Uma propostas semelhantes já foram aprovadas e sancionadas no Mato Grosso do Sul ou apresentadas, como no Tocantins e Rio de Janeiro. Além da cassação do registro de ICMS, ambas as matérias determinam que as empresas que se beneficiarem de mão de obra escrava serão impedidas de exercer o mesmo ramo de atividade econômica ou abrir nova empresa por dez anos. O veto foi publicado na edição de segunda-feira (5) do Diário Oficial da Assembleia Legislativa e, na sua justificativa.

O projeto de lei de Othelino Neto é o segundo com o mesmo teor a ser proposto neste ano na Assembleia Legislativa do Maranhão. Em maio, a Repórter Brasil noticiou que o deputado Bira do Pindaré (PT) havia apresentado o projeto de lei nº 078/2013, que também foi inspirado na lei paulista. A matéria, no entanto, não obteve parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde teve como relator o deputado Tatá Milhomem (PSD), que alegou “vício de iniciativa”. No seu entendimento, esse tipo de lei não poderia partir do Poder Legislativo. Quando um projeto de lei recebe parecer negativo da CCJ, o deputado que o propôs pode pedir que o plenário vote por reverter o parecer, o que permite a votação do projeto. Bira, no entanto, não fez isso: “Para reverter precisamos de 22 votos, que é a maioria dos deputados da Assembleia. Como faço parte da minoria que faz oposição ao governo, nunca consegui reverter um parecer contrário ao meu”, explicou.

Os dois projetos se diferenciam principalmente no primeiro artigo, que define quais serão as empresas punidas. Enquanto a proposta de Bira também pune as que se beneficiaram de trabalho escravo em qualquer etapa da cadeia produtiva, sendo responsabilizadas também pelo flagrante de funcionários em empresas terceirizadas, somente as empresas envolvidas diretamente com escravidão são alvo do projeto de Othelino Neto.

Para Ítalo Rodrigues, procurador do Ministério Público do Trabalho no Maranhão, “responsabilizar a empresa por condições indignas em qualquer das etapas de produção é bem mais condizente com as disposições internacionais acerca do trabalho”. Ele ressalta que as empresas flagradas fazendo uso de trabalho escravo colocam, em geral, o seu processo produtivo de uma forma “pulverizada”, o que resulta na subcontratação de outras empresas, processo também conhecido como “terceirização”. O deputado paulista Carlos Bezerra Jr. considera que a alteração do primeiro artigo “suprime a possibilidade de penalizar a terceirização de fachada e tira a possibilidade de enfrentar o problema na sua raiz”.

Questionado, Othelino disse que a proposta de lei “atinge seu objetivo” e que “não tem a pretensão de atacar todos os aspectos do trabalho escravo”. Ele afirmou que vai tentar convencer os demais deputados a derrubar o veto de Roseana. Para isso, é necessário que, ao menos, 22 deputados, a maioria simples do plenário, votem pela derrubada. O projeto de Othelino foi apresentado semanas depois do de Bira. Com tramitação em regime de urgência – para que, segundo o deputado, “fosse aprovada antes do recesso do Legislativo” –, ele conseguiu as assinaturas necessárias que garantiram a reapresentação de projeto semelhante ao outro, rejeitado, no mesmo ano. Tendo o deputado Rubens Júnior (PC do B) como relator na CCJ, a proposta obteve parecer favorável e foi aprovada pelo plenário em 8 de julho.

Apesar das diferenças entre as propostas, Bira do Pindaré acha “positivo o fato de que o que era nossa intenção principal tenha prosperado na Assembleia”. Ele considera “pouco provável” que o veto de Roseana Sarney seja derrubado, mas apoia a iniciativa de Othelino Neto de tentar derrubá-lo.

Opção conservadora - A justificativa de veto da governadora do Maranhão é, para o deputado paulista Carlos Bezerra Jr., “uma opção conservadora, que vai na contramão dos avanços da luta contra o trabalho escravo”. Já Othelino acredita que Roseana Sarney “se demonstra insensível a um tema importante como esse, que está acima de questões meramente partidárias”.

Para vetar a proposta de Othelino, a governadora do Maranhão alegou que o texto é incompatível com o artigo 43 da Constituição do Estado do Maranhão, que garante ao Poder Executivo exclusividade para propor leis de natureza tributária, categoria na qual, no seu entendimento, o projeto de lei estaria incluído.

O próprio artigo 43 é alvo de questionamento do deputado Hélio Soares (PP), que elaborou, em 2011, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) visando alterá-lo para derrubar essa exclusividade do Executivo. Uma proposta já foi aprovada por todas as comissões da Assembleia Legislativa do Estado e passou em primeira votação, mas ainda é necessária uma segunda votação antes que possa ser encaminhada à governadora para sanção.

O Supremo Tribunal Federal também vem discutindo a questão. De acordo com o advogado Eduardo Corrêa, presidente da Comissão de Defesa da República e da Democracia da OAB no Maranhão, “existem reiteradas decisões no STF sobre as quais os Poderes Legislativos estaduais possuem poder de iniciativa para legislar sobre matéria tributária”. “Tecnicamente a Assembleia Legislativa do Maranhão pode derrubar o veto. A questão é se eles vão ter a disposição política para isso”, disse.


Tal pai, tal filha. Os Sarney são praticamente uma praga bíblica sobre o Brasil...


Extraído do Site: http://www.genizahvirtual.com