VÍDEO I
Professora Eliza Nantes de Londrina
SUBSÍDIO
INTRODUÇÃO
Na última aula destacamos que a humildade é uma das
características do cristão, condição necessária para a unidade da igreja. Na de
hoje aprofundaremos esse tema, apontando Cristo como o modelo ideal de
humildade. Inicialmente destacaremos a humilhação de Cristo, em seguida sua exaltação,
e ao final, a necessidade de vivermos, como cristão, na mesma humildade.
1. O CRISTO HUMILHADO
O texto bíblico tem sido amplamente debatido entre
os estudiosos das Escrituras, muito usado para explanar a doutrina da kenosis,
isto é, do esvaziamento de Cristo. Mas esse não é o foco principal dessa
passagem, tendo em vista que Paulo estava orientando em relação a um
problema prático na igreja de Filipos. Isso não deve ser motivo para desconsiderar o estudo teológico, apenas mostra que a teologia precisa está vinculada à prática. Os problemas não podem ser solucionados somente com base nas nossas experiências. A doutrina bíblica é o alicerce a partir do qual a liderança toma as decisões na igreja. É nesse sentido que a doutrina da kenosis (gr. Esvaziamento) tem como objetivo orientar os cristãos à humildade. Cristo abriu mão de usar seus atributos divinos em causa própria. Mesmo “subsistindo” (gr. hyparquein) em forma (gr. morphe) de Deus (Fp. 2.6), e sendo o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis (Cl. 1.16), “não julgou como usurpação o ser igual a Deus”, isto quer dizer que Ele não considerou a sua igualdade a Deus, antes, por amor aos homens, decidiu esvaziar-se. Esse esvaziamento, verbo grego kenou, revela que Ele não deixou de ser Deus, nem mesmo que perdeu seus atributos, mas renunciou Sua glória celestial (Jo. 17.5). Isso para assumir a forma de servo (Fp. 2.7), nos evangelhos Ele se apresenta como um servo (Mt. 20.27; Mc. 10.45; Lc. 22.27). Quando os discípulos quiseram ser uns maiores do que outros, o Senhor radicalizou, pegou uma toalha e uma bacia e lavou os seus pés (Jo. 13.1-13). Cristo tomou a forma real de homem, não era apenas aparente, como defendiam os adeptos do docetismo gnóstico. Ele era homem tanto internamente quanto externamente, tornando-se semelhante a Adão, mas sem pecado. Ele também se fez semelhante (gr. homoioma), isso mostra que Cristo não tinha apenas sentimentos e intelecto humanos (gr. morphe), tinha também aparência humana. A realização extrema dessa humilhação foi demonstrada em Seu sacrifício (Fp. 2.8). Cristo foi obediente até a morte, e morte de cruz, para remover o pecado (I Pe. 2.24; II Co. 5.21).
problema prático na igreja de Filipos. Isso não deve ser motivo para desconsiderar o estudo teológico, apenas mostra que a teologia precisa está vinculada à prática. Os problemas não podem ser solucionados somente com base nas nossas experiências. A doutrina bíblica é o alicerce a partir do qual a liderança toma as decisões na igreja. É nesse sentido que a doutrina da kenosis (gr. Esvaziamento) tem como objetivo orientar os cristãos à humildade. Cristo abriu mão de usar seus atributos divinos em causa própria. Mesmo “subsistindo” (gr. hyparquein) em forma (gr. morphe) de Deus (Fp. 2.6), e sendo o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis (Cl. 1.16), “não julgou como usurpação o ser igual a Deus”, isto quer dizer que Ele não considerou a sua igualdade a Deus, antes, por amor aos homens, decidiu esvaziar-se. Esse esvaziamento, verbo grego kenou, revela que Ele não deixou de ser Deus, nem mesmo que perdeu seus atributos, mas renunciou Sua glória celestial (Jo. 17.5). Isso para assumir a forma de servo (Fp. 2.7), nos evangelhos Ele se apresenta como um servo (Mt. 20.27; Mc. 10.45; Lc. 22.27). Quando os discípulos quiseram ser uns maiores do que outros, o Senhor radicalizou, pegou uma toalha e uma bacia e lavou os seus pés (Jo. 13.1-13). Cristo tomou a forma real de homem, não era apenas aparente, como defendiam os adeptos do docetismo gnóstico. Ele era homem tanto internamente quanto externamente, tornando-se semelhante a Adão, mas sem pecado. Ele também se fez semelhante (gr. homoioma), isso mostra que Cristo não tinha apenas sentimentos e intelecto humanos (gr. morphe), tinha também aparência humana. A realização extrema dessa humilhação foi demonstrada em Seu sacrifício (Fp. 2.8). Cristo foi obediente até a morte, e morte de cruz, para remover o pecado (I Pe. 2.24; II Co. 5.21).
2. O CRISTO EXALTADO
Para ser exaltado primeiramente Cristo precisou
sacrificar-se, essa é uma lição para nós, o caminho da exaltação passa pelo
vale da humilhação. A Bíblia revela que Deus exalta aqueles que se humilham
(Mt. 23.13; Lc. 14.11; 18.14; Tg. 4.10; I Pe 5.6). Jesus não ficou na
sepultura, Deus o ressuscitou de entre os mortos (At. 2.33; Hb.1.3), dando-LHE
“toda autoridade no céu e na terra” (Mt. 28.18). A máxima bíblica, que não pode
ser esquecida, principalmente nessa geração da projeção pessoal, é: “... todo o
que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lc. 18.14).
Essa exaltação de Cristo não foi uma restituição da Sua divindade, pois essa
Ele nunca perdeu, mas da Sua glória, que tinha antes que houvesse mundo (Jo.
17.5,6). Ele foi exaltado “sobremaneira” (gr. hyperhypsoun), tendo ultrapassado
os céus (Hb. 4.14), feito mais alto que os céus (Hb. 7.26) e subindo acima de
todos os céus (Ef. 4.10). A Sua exaltação demanda uma atitude daqueles que nEle
creem, os quais devem reconhecer Seu senhorio (Fp. 2.10). A igreja, na condição
de súdita do Reino de Deus, já se encontra diante do Senhor, mas, no futuro,
quando o Reino for pleno, toda língua confessará que Jesus é o Rei dos reis e o
Senhor dos senhores (Fp. 2.11; Ap. 5.13). Os apóstolos pregavam a respeito do
senhorio de Cristo, mais que isso, eles viveram em submissão, reconhecendo Seu
governo (At. 2.36; Rm. 10.9; Ap. 17.14; 19.16). Uma das primeiras confissões de
fé da igreja cristã foi: Cristo é o Senhor, revelando Sua soberania. Isso
significa que Ele está no comando de todas as coisas, nada ocorre sem Sua
permissão. Muitos cristãos pregam a salvação, reconhecem Cristo como Salvador,
mas não como Senhor. A igreja não pode esquecer essa doutrina fundamental das
Escrituras: Cristo reina, portanto, devemos nos submeter à Sua voz.
3. UM MODELO IDEAL
O triunfalismo está destruindo o modelo bíblico
para a igreja cristã, não poucos líderes estão obcecados pelo poder temporal.
Ninguém quer mais servir, alguns pastores acham-se quase deus, esqueceram que
são, antes de tudo, diáconos (servos), tanto de Cristo quanto da igreja. Esse
endeusamento acaba por provocar um desejo contido, uma neurose eclesiástica
coletiva, implicando em doença no contexto da igreja. Os membros não querem ser
diáconos, presbíteros nem pensar, evangelistas, talvez, mas a preferência
nacional mesmo é a de ser pastor. Isso sem falar naqueles que são apóstolos,
bispos, e se brincar, semideuses, em uma luta desenfreada para
ser o maior. Paradoxalmente Jesus ensinou justamente o contrário, que quem quiser ser o maior deve ser o menor. A atuação dos membros na igreja deve está alicerçada no princípio da funcionalidade, isso porque somos partes de um mesmo corpo, com múltiplas funções, dependendo das necessidades (I Co. 12.12). O sistema eclesiástico torna-se doentio quando a hierarquia resulta em um fim em si mesmo. Os espaços são limitados, e as pessoas disputam as posições de poder. O resultado é pura carnalidade, conflitos infindos que se arrastam, na medida em que um derruba o outro, mirando assumir sua posição. Esse sistema alimenta muita inveja, faz com que as pessoas não estejam dispostas a servir, mas a bajular. Elas se aproximam das pessoas não porque as amam, ou porque lhes desejam bem, mas por interesse, a fim de tirar algum proveito. Diante desse quadro, precisamos recuperar o modelo bíblico da liderança servidora. Os pastores das igrejas locais precisam dar o exemplo, cultivar uma cultura bíblica do serviço, motivar os crentes a se colocarem a disposição uns dos outros, com genuíno amor cristão. As posições de liderança são bíblicas, e os pastores devem ser respeitados como tais, aqueles que se dedicam à Palavra, dignos de redobrada recompensa (I Tm. 5.17), mas devem ter cuidado para não se transformarem em celebridades evangélicas, alimentando um sistema fadado ao fracasso espiritual.
ser o maior. Paradoxalmente Jesus ensinou justamente o contrário, que quem quiser ser o maior deve ser o menor. A atuação dos membros na igreja deve está alicerçada no princípio da funcionalidade, isso porque somos partes de um mesmo corpo, com múltiplas funções, dependendo das necessidades (I Co. 12.12). O sistema eclesiástico torna-se doentio quando a hierarquia resulta em um fim em si mesmo. Os espaços são limitados, e as pessoas disputam as posições de poder. O resultado é pura carnalidade, conflitos infindos que se arrastam, na medida em que um derruba o outro, mirando assumir sua posição. Esse sistema alimenta muita inveja, faz com que as pessoas não estejam dispostas a servir, mas a bajular. Elas se aproximam das pessoas não porque as amam, ou porque lhes desejam bem, mas por interesse, a fim de tirar algum proveito. Diante desse quadro, precisamos recuperar o modelo bíblico da liderança servidora. Os pastores das igrejas locais precisam dar o exemplo, cultivar uma cultura bíblica do serviço, motivar os crentes a se colocarem a disposição uns dos outros, com genuíno amor cristão. As posições de liderança são bíblicas, e os pastores devem ser respeitados como tais, aqueles que se dedicam à Palavra, dignos de redobrada recompensa (I Tm. 5.17), mas devem ter cuidado para não se transformarem em celebridades evangélicas, alimentando um sistema fadado ao fracasso espiritual.
CONCLUSÃO
Cristo é o maior modelo de humildade, Ele conviveu
com a disputa pelo poder nos tempos dos apóstolos. Os discípulos já sofriam da
síndrome do espírito de grandeza, cada um queria ser maior que o outro. Paulo
também teve que enfrentar esse problema em Filipos, e nós, nos deparamos com
situações de disputas por posição a todo instante. Mas precisamos ter
equilíbrio espiritual, e não esquecer, que, tal como Jesus, não fomos chamados
para ser servidos, mas para servir (Mc. 10.45).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOICE, J. M. Philippians. Michigan: BakerBooks, 2000.
LOPES, H. D. Filipenses. São Paulo: Hagnos, 2007
Extraído do blog: subsidioebd.blogspot.com.br.
SUBSÍDIO II
Caro professor, um termo grego muito importante no capítulo 2 de Filipenses é κηνοσις (kenosis). Este é um conceito que ganhou força na Teologia Cristã através dos séculos, pois, em Cristologia, ele trata do esvaziamento da glória divina de Jesus para tornar-se em “forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”. É a iniciativa de Jesus em aniquilar a própria vontade para fazer a do Pai.
Quando estudamos Cristologia e deparamo-nos com o milagre da encarnação de Deus em Jesus Cristo, uma pergunta é inevitável: “Como o Deus todo-poderoso, soberano e criador de todas as coisas, revelou-se plenamente à humanidade de forma tão frágil (criança) e humana (Jesus de Nazaré)? Os palácios não foram a Sua casa, muito menos o quarto nababesco de um grande hotel. O lugar que acomodou o nosso Senhor foi uma estrebaria, onde se abrigava diversos animais. O símbolo da estrebaria remonta o significado do que o apóstolo Paulo quer dizer com esvaziamento de Cristo.
Deus estava em Jesus revelando-se à humanidade como nunca se revelara antes: humilde, humano, servo, lavador de pés. Esta foi a causa dos judeus não reconhecê-lo como Messias, pois Ele era o oposto daquilo que os judeus esperavam. Deus jamais se revelara assim tão humilde como revelou-se em Jesus. Jesus, o Cristo, uma loucura para gentios e judeus.
Usando a kenosis de Deus é que o apóstolo Paulo conclama os filipenses para terem o mesmo sentimento que predominava em Cristo Jesus. Logo, segundo a expressão do teólogo Reinold Blank, “a kenosis de Deus implica na kenosis do homem”. O mesmo sentimento que estava em Jesus deve estar no homem. Aqui, a humildade de Jesus nos constrange e modela.
Uma verdade que precisa ser destacada é a de que em Jesus o homem é capaz de abdicar-se de todo sentimento de poder, egoísmo e opressão.
Livrar-se de todos os atributos que descrevam um caráter soberbo, individualista, desejoso de fazer o mal. Outra verdade que deve ser ressaltada na classe é que em Jesus o ser humano é convidado a realizar a obra kenótica de si mesmo. Foi assim que Deus Pai se revelou nEle. Humilde e inimigo de qualquer artifício para fazer o mal. Conclame sua classe a ter a mesma postura de Jesus. Mostre aos alunos que o Evangelho quando encarna no discípulo de Cristo o impulsiona a fazer o bem, renunciar os próprios interesses e até mesmo amar os seus supostos inimigos.
Marcelo de Oliveira e Oliveira, redator do Setor de Educação Cristã da CPAD
Nenhum comentário:
Postar um comentário