segunda-feira, 1 de abril de 2013

LIÇÃO 1 - A FAMÍLIA, CRIAÇÃO DE DEUS

 






















Assista o vídeo em que o Pr. Elinaldo Renovato comenta sobre a lição 1.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=MAKu66HB1H0  


Pr. Glaucio José de Sousa - AD Londrina
 


SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO

Neste trimestre estudaremos a respeito da família, com ênfase nos desafios dessa no século XXI. Na aula de hoje atentaremos para a família como criação de Deus, não como mero produto cultural, conforme apontam algumas filosofias modernas. A princípio, mostraremos que Deus, e não o homem, é a base da família, em seguida, que a família se sustenta na relação, pois o próprio Deus é relacional. Por fim, ressaltaremos alguns fundamentos bíblicos para a família cristã.

1. DEUS, A BASE DA FAMÍLIA

A sociedade ocidental, e mais especificamente os cristãos, estão diante do desafio de apresentarem uma definição do que seja família e casamento. Isso porque o padrão de família normal, em conformidade com a Bíblia, está sendo cada vez mais questionada. A visão judaico-cristã de família, exarada nas Escrituras, está sendo substituída por valores pautados nos direitos humanos. A família cristã, no entanto, parte do pressuposto que a família é uma instituição divina, por conseguinte, Ele, e não os homens, devem determinar a partir de quais princípios a família deve ser estabelecida. A ideologia libertária, que predomina na sociedade, e respaldada pela mídia, propõe um conceito de família que supervaloriza a liberdade humana em detrimento da vontade de Deus. Não existe outro modelo bíblico, e mais especificamente cristão, para a família e o casamento, diferente daquele revelado por Deus. A partir de Gn. 1-3, compreendemos que: 1) o homem e a mulher foram criados à imagem de Deus para governar a terra para Deus; 2) o homem foi criado primeiro e incumbido da responsabilidade final pelo relacionamento conjugal, enquanto a mulher é colocada junto ao homem para ser sua ajudadora; e 3) a queda da humanidade no pecado implicou em consequências negativas tanto para o homem quanto para a mulher. Ao longo do tempo, a família se constituiu, dentro dos parâmetros bíblicos, a partir de um paradigma patriarcal, ou seja, o pai, no Antigo Pacto, era o senhor da família, de cunho heterossexual, isto é, macho e fêmea, e monogâmico, um homem para uma mulher, e vice-versa.

2. FAMÍLIA, PRINCÍPIO RELACIONAL PARA O CRESCIMENTO
 
O Deus da Bíblia é trinitário, portanto, relacional: Pai, Filho e Espírito Santo, no Gênesis, Ele é revelado como o Elohim. Essa premissa fundamenta o relacionamento conjugal, para a mutualidade (Gn. 1.26,27). Esse relacionamento tem a ver com distinção e unidade, isto é, pessoas diferentes estão envolvidas em uma unidade. Assim como o Deus estabeleceu uma aliança com Seu povo, o casamento, e a própria família, é uma aliança entre pessoas, com vistas ao crescimento. Mas não existe crescimento sem envolvimento das partes envolvidas, essa é uma premissa. Não existe possibilidade de construção da família, a menos que todos se sintam participantes e responsáveis por ela. O crescimento familiar pode ser interrompido caso um dos componentes da aliança deixe de contribuir. Os pontos fundamentais para o crescimento é o ciclo de amor, graça, empoderamento e intimidade. Isso porque o casamento, como todo relacionamento, é dinâmico, e envolve mudanças. Se o casamento e a família não estiverem preparadas para enfrentar os ciclos de mudanças, correm o risco de se desintegrarem. Quando as mudanças chegarem, caso não sejam bem resolvidas, tudo resultará em um mero contrato, ao invés de aliança (pacto), estará fundamentado na lei (legalismo) e não na graça (favor imerecido), será mantido pelo poder possessivo e não pelo empoderamento, e pela distância ao invés da proximidade. Não podemos esquecer que o Deus da Bíblia deseja se relacionar com a humanidade e espera que as pessoas também se relacionem. Estamos cientes dos desafios porque temos a convicção de que somos pessoas caídas, por isso falhamos, não apenas no relacionamento com Deus, mas também com outras pessoas. Mas temos Cristo como modelo de relacionamento, e o Espírito Santo que nos guia a fim de que possamos crescer em graça nos relacionamentos, inclusive os familiares.

3. FUNDAMENTOS PARA A FAMÍLIA CRISTÃ
 
A aliança que fundamenta a família é o amor, a convicção de amar e ser amado, cuja expressão maior é o próprio amor de Deus (Jo. 3.16). A primeira aliança de Deus com a humanidade se encontra em Gn. 6.18, na qual Deus faz um pacto com Noé, e por extensão, a toda sua família. Em seguida, Deus faz um pacto com Abrão, e nele, todas as famílias da terra recebam a promessa de bênçãos (Gn. 17.1-2). A aliança de Deus com o Seu povo é o fundamento do casamento e da família cristã, que está sustentado no amor, tendo em vista que o próprio Deus é amor (I Jo. 4.10-16). Por isso a vida familiar deve se pautar pela mutualidade, disposição entre os cônjuges, e também dos filhos, para o amor-agape, que envolve sacrifício (I Co. 13). Outro fundamento para a família cristã é a graça, para perdoar e ser perdoado, esse princípio se encontra já no Antigo Pacto (Ex. 22.25-27), por isso se espera que o ambiente familiar seja pautado na graça, não em mero legalismo. O amor de Deus, manifestado em Sua graça maravilhosa, é a base para o amor e o perdão no casamento (Rm. 10.4). O autoritarismo, ou melhor, o poder possessivo, não é o sustentáculo da família cristã. O contexto familiar precisa ser um ambiente de empoderamento. As pessoas que fazem parte dessa aliança tem como propósito servirem e serem servidas. Não há como uma família subsistir, a não ser que essa seja um espaço de vida abundante (Jo. 10.10). Não podemos esquecer que o Verbo, Jesus, se fez carne, e habitou entre nós, por conseguinte, a família deve ser encarnacional, com espírito de serviço, de diaconia (Jo. 1.1,14). O fruto do Espírito, listado por Paulo em Gl. 5.22,23 deve ser o alimento principal da família cristã, é a partir dele que o crescimento se concretiza (I Co. 8.1). A proximidade, em amor, é o padrão para a família cristã, desde os tempos antigos (Gn. 2.25), é ela que afasta o medo (I Jo. 4.18,19).

CONCLUSÃO
 
A família, ao invés de ser tomada como uma construção humana, produto da cultura, é uma criação divina. Como tal deve ser respeitada, e se pautar em conformidade com os padrões bíblicos em suas relações pessoais. O compromisso deve está sustentado em uma aliança de amor (incondicional e sacrificial); mantida em uma atmosfera de graça (favor imerecido), que considere a aceitação e o perdão, menos controladora e mais empoderadora, e com proximidade, com vistas ao cuidado para o crescimento (maturidade).

REFERÊNCIAS
 
BALSWICK, J. O. BALSWICK, J. K. The Family: a christian perspective on the contemporary home. Grand Rapids: Baker Academic, 2007.
KOSTENBERGER, A. J. JONES, D. J. Deus, Casamento e Família: reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2011.
 

SUBSÍDIO II

ANÁLISE SÓCIO-HISTÓRICA DA FAMÍLIA


1. Família, Projeto Divino

Na sociedade hebraica a família era o âmago da estrutura social. Na Tanach, exclusivamente em Berê’shîth (Gênesis), encontramos o princípio judaico-cristão da família no texto que diz: “E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.

Então, o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar. E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam” (Gn 2.18,21-25).

Segundo o filósofo Lévi-Strauss, o princípio da família é dado pelo texto da Escritura que diz: “deixará o varão o seu pai e a sua mãe”, regra infrangível ditada a toda a sociedade para que possa estabelecer-se e durar.

•    Família, Centro da Comunhão.

Deus é quem decidiu criar a família. Esta foi formada para ser um centro de comunhão e cooperação entre os cônjuges. Um núcleo por meio do qual as bênçãos divinas fluiriam e se espalhariam sobre a terra (Gn 1.28).

Não era parte do projeto célico que o homem vivesse só, sem ninguém ao seu lado para compartilhar tudo o que era e tudo o que recebeu da parte de Deus.

O homem sente-se pessoa não apenas pelo que é, mas também quando vê o seu reflexo no outro que lhe é semelhante. Portanto, a sentença divina ecoada nos umbrais eternos expressa o amor e o cuidado celeste para com a vida afetiva do homem. Para Deus, “não é bom que o homem esteja só”. O verbo estar, no presente do subjuntivo (esteja), tradução do hebraico hayâ, expressa um estado circunstancial e transitório do ser. A solidão é um agravo à saúde psicofísica da criatura humana e, por mais esta razão, Deus não deixaria a criatura feita à sua imagem sem um semelhante para comungar.

O próprio Deus não estava solitário na eternidade, mas partilhava de incomensurável comunhão com o Filho e o Santo Espírito. Deus é um ser pessoal e sociável às suas criaturas morais. No entanto, contrapondo a natureza divina à humana, concluímos que o intrínseco relacionamento entre a divindade e o ente humano dá-se em níveis transcendentais, metafísicos.

Por conseguinte, faltava ao homem alguém que lhe fosse semelhante, ossos dos seus ossos, carne de sua carne, alguém que se chamasse “varoa” porquanto do “varão” foi formada. Essa correspondência não foi encontrada nos seres irracionais criados, mas na criatura tomada de sua própria carne e essência. A mulher era ao homem o vis-à-vis de sua existência. Seu reflexo. Partida e chegada. Como sabiamente afirmou Derek Kidner, “a mulher é apresentada integralmente como sua associada e sua réplica”. Nisto, inferimos que a comunhão entre os cônjuges envolve a plena identificação com o outro. Deus se identifica com o homem, e este, com Deus, pela imagem divina que no homem está. O homem e a mulher se identificam mutuamente por compartilharem da mesmíssima imagem divina: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27).

Homem e mulher, portanto, fazem parte do mesmo projeto celífluo.

Sentem-se tão necessários à existência do outro quanto dependem individualmente do ar que respiram. Esta interdependência é inerente à formação moral e espiritual do próprio ser. Faz parte do mistério, da teia de encontros e desencontros, de fluxo e refluxo que cercam a união entre homem e mulher. A união conjugal, portanto, antes de ser um contrato jurídico, era um ato de amor, companheirismo e cumplicidade em que as principais necessidades humanas eram plenamente satisfeitas. Homem e mulher se auto-realizavam um no outro. Para o sábio era mais fácil entender o caminho da cobra na rocha; o do navio no meio do mar, ou, ainda, da águia no céu do que o “encontro” de um homem com uma mulher (Pv 30.18,19). O espanto do sábio só se compara ao de Ismene à Antígona ao dizer: “De fogo é o teu coração em atos que gelam”.

•    A Constituição do Núcleo Familiar.

A constituição do núcleo familiar a priori foi composta por um homem e uma mulher. Mais tarde, acrescentou-se ao casal os filhos gerados dessa união. A partir do nascimento dos primeiros filhos, a família tornou-se o primeiro sistema social no qual o ser humano é inserido.

A primeira família, formada apenas por duas pessoas, tornou-se numerosa por meio dos filhos que, ao serem gerados, se inseriram ao núcleo familiar assumindo diversos papéis dentro do sistema: filho, irmão, neto, primo, etc. A família não foi criada, portanto, como um sistema fechado, mas dinâmico, e, com o passar do tempo, o número de seus membros foi aumentando gradativamente, e destes formando novos núcleos familiares ligados por consanguinidade e afinidade. Para mencionar mais uma vez Lévi-Strauss, este considerava que o grupo familiar tem sua origem no casamento. Este núcleo é constituído pelo marido, pela mulher e pelos filhos nascidos dessa união, bem como por parentes afins aglutinados a esse núcleo.

No contexto desse sistema familiar, cada membro do grupo passa por uma série de funções ou papéis sociais determinados tanto por fatores exógenos, que estão ligados aos cenários sociais próximos a ele, como por endógenos, ligados a idade, sexo e maturação psicológica.

Embora óbvio e redundante, creio ser necessário registrar que a família é o primeiro sistema social mais significativo e importante para os primeiros anos de vida de qualquer indivíduo. Consequentemente, a primeira experiência relevante de qualquer pessoa, exceptis excipiendis, manifesta-se positiva ou negativamente no sistema familiar. No entanto, é sabido que a família não é a única instituição responsável pelo crescimento cognitivo, afetivo, religioso e social do indivíduo, mas, como afirma Bronfenbrenner:

O mundo exterior tem um impacto considerável desde o momento em que a criança começa a relacionar-se com as pessoas, grupos e instituições, cada uma das quais lhe impõe suas perspectivas, contribuindo, assim, para a formação de seus valores, de suas habilidades e de seus hábitos de conduta.

Esta explicação serve-nos de esteio para a constatação da importância que a instituição familiar e das muitas outras vigentes em Israel no tempo do Antigo Testamento – civil, militar e religiosa – tinham para a formação de um Estado teocrático. Todos se pautavam em um único livro, procedente da vontade do Único e Eterno Deus de Israel (cf. Nm 15.15,16,29).
Esdras Costa Bentho
Texto extraído da obra “A Família no Antigo Testamento: História e Sociologia”, editada pela CPAD.

SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO
 
Neste segundo trimestre de 2013 estudaremos sobre A Familia Crista no Seculo XXI: Protegendo seu Lar dos Ataques do Inimigo. O momento é mais do que oportuno para estudar este tema tão relevante, tendo em vista que o Diabo, o principal inimigo de Deus e da família, tem investido diuturnamente contra esta instituição divina. Nesta primeira lição, que tem por título: Família, Criação de Deus, estudaremos o que é família; sua importância para os cônjuges, filhos, Igreja e sociedade; a família, antes e depois da Queda; o propósito de Deus para a família; e os mandamentos divinos para cada membro da família.
 
I - DEFINIÇÕES E IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA
 
Existem dois termos hebraicos para a família: o primeiro é bayit, que designa tanto uma “residência”, “templo”, “lar”, a “parte interior de uma casa”, “casa”, quanto também o conceito de “família” ou “os moradores de uma mesma casa” (Êx 12.7; Lv 25.29; Dt 11.20); o segundo é mishp?haque significa literalmente “família”, “parentes” ou “clã”. Neste caso, a ênfase está nos laços sanguíneos que existem entre as pessoas de um mesmo círculo (Nm 11.10). No grego, o termo é oikos e significa “habitação”, “casa” (I Tm 5.4).
O Aurélio define como “pessoas aparentadas que vivem geralmente na mesma casa, particularmente, o pai, a mãe e filhos”. Biblicamente, podemos dizer que família é o sistema social básico, instituído por Deus no Éden, para a constituição da sociedade e perpetuação da raça humana (Gn 2.18-24). Sem dúvida, a família faz parte do projeto divino visando a felicidade dos seres humanos (Sl 128). Já o termo lar, do latim lare é o ambiente onde vive a família. É no lar que marido, mulher, pais e filhos, encontram o ambiente adequado para amadurecer, conviver e compartilhar seus sentimentos. Vejamos, então, a importância da família para os cônjuges, filhos, Igreja e sociedade:
 
1.1 A importância da família para os cônjuges. É no seio da família que marido e mulher passam a conviver juntos e aprendem a suportar e a perdoar mutuamente (I Co 13.7; Cl 3.12,13); a ter paciência (Rm 5.3; I Co 13.7); a lidar com os problemas do dia a dia (Gn 16.1-6; 27.1-46; 30.1); de forma que o lar contribui, não só para o amadurecimento do casal, como também, para o ajustamento de ambos.
 
1.2 A importância da família para os filhos. O lar é o ambiente onde os filhos se sentem seguros e felizes, junto aos pais, onde recebem amor, carinho, proteção e educação cristã (Dt 6.1-8; Pv 22.6; Ef 6.1-4; II Tm 1.5,6), e também aprendem, desde cedo, a serem responsáveis e a se prepararem para o futuro (II Tm 1.5,6; 3.14-17).
 
1.3 A importância da família para a Igreja. É possível existir família sem igreja, mas não existe igreja sem família. Uma igreja não pode ser forte, viva e santa com famílias fracas na fé ou espiritualmente mortas (I Co 3.1-3;5.1-13; 6.9-11). Quando a família cristã vive em paz e harmonia no lar, a Igreja também é beneficiada, pois, estando em paz com Deus e com os seus, a família passa a viver em comunhão com os irmãos (Sl 133; At 2.42; Rm 12.18).
 
1.4 A importância da família para a sociedade. A sociedade é composta por famílias. Logo, famílias estruturadas geram sociedades estruturadas; e, consequentemente, famílias desestruturadas geram sociedades desestruturadas. É por esta razão que Satanás investe tanto contra os lares (Gn 3.1-5), pois, desestabilizando-as, ele desestruturará também a sociedade. A sociedade só poderá ser forte e equilibrada, se as famílias também estiverem assim.
 
II - A FAMÍLIA, ANTES E DEPOIS DA QUEDA
 
Antes da Queda, o primeiro casal vivia em paz e harmonia. Não havia nada que lhes trouxesse dissabores (Gn 1.31). Além disso, pela viração do dia, o Senhor vinha dialogar com Adão e Eva (Gn 3.8). Mas, o Diabo investiu contra o casal, colocando dúvidas na mulher sobre a bondade e a retidão de Deus (Gn 3.1-5). Então, Eva deu ouvidos a voz da serpente e comeu do fruto que o Senhor Deus havia proibido, e deu também ao seu marido (Gn 3.6). Dessa forma, o pecado entrou no mundo e trouxe uma série de consequências maléficas para a família: a mulher passou a ter filhos com mais dores (Gn 3.16); a terra tornou-se maldita e passou a produzir espinhos e cardos, tornando o trabalho humano mais difícil e pesado (Gn 3.17-19); e o homem, tornou-se mortal (Gn 3.19). Podemos dizer, então, que todos os dissabores e aflições que afetam a família, tais como: violência familiar, divórcio, vício, infidelidade conjugal, e outros, são consequências do pecado.
 
III - O PROPÓSITO DE DEUS PARA A FAMÍLIA
 
Ao instituir a família, Deus tinha propósitos pré estabelecidos, como veremos a seguir:

3.1 Propagação do gênero humano. Deus deu ao homem o direito de gerar seres semelhantes, para que haja perpetuação da espécie (Sl 127.3). Ao instituir a família, Deus disse ao primeiro casal: “Frutificai, multiplicai-vos e enchei a terra…” (Gn 1.28). Encontramos diversos exemplos na Bíblia de casais gerando filhos (Gn 4.1,2; 5.1-32; 6.10; 10.1-32; 11.10-32). Logo, as uniões homossexuais não podem ser consideradas como famílias, pois, além de serem condenadas por Deus (Lv 18.22; Rm 1.26,27), não são capazes de procriarem.
 
3.2 Proporcionar prazer ao casal. Embora este não seja o único objetivo do casamento, não podemos negar que seja um dos principais (Pv 5.18; Ec 9.9). Deus criou os seres humanos sexuados (macho e fêmea) para lhes proporcionar a bênção do prazer conjugal (Gn 1.26,27; Hb 13.4). Escrevendo aos Coríntios, o apóstolo Paulo ensina acerca dos perigos da abstinência sexual (I Co 7.3-5), e diz que ela só deve ocorrer por consentimento mútuo, por um tempo determinado pelo casal e para um fim específico.
 
3.3 Subsistência e provisão. Ao criar o homem, o Senhor lhe deu algumas atribuições, tais como: arar a terra, cuidar do jardim e dar nome aos animais (Gn 2.15,19,20). Ainda no capítulo quatro do livro de Gênesis, encontramos os homens realizando diversas atividades, como: lavrador (Gn 4.2); pastor (Gn 4.2); criador de gado (Gn 4.20); tocador (Gn 4.21); ferreiro (Gn 4.22), dentre outros. No exercício de sua profissão, o homem tralhava para promover o sustento e bem estar da família.
 
IV - OS MANDAMENTOS DIVINOS PARA A FAMÍLIA
 
A Bíblia é o manual da família. Nela encontramos os preceitos e mandamentos divinos para os cônjuges, filhos, pais, como veremos a seguir:
 
4.1 Os deveres do esposo
  • Amar a esposa (Ef 5.25-30; Cl 3.19);
  • Governar bem a sua casa (1Tm 3.4,12);
  • Trabalhar para prover o sustento familiar (Gn 3.19; 1Ts 4.11,12; 1Tm 5.8);
  • Ser o sacerdote do lar (Gn 18.19; Jó 1.5).
4.2 Os deveres da esposa
  • Ser submissa ao marido (Ef 5.22-24; Cl 3.18);
  • Atender as necessidades do lar, tais como: alimentação (Pv 31.21-22); vestuário (Pv 31.21-22), e da casa (Tt 2.5);
  • Quando necessário, ajudar nas despesas financeiras (Pv 31.16-18,24);
  • Ensinar as mulheres mais novas a desempenharem seu papel de esposa e mãe (Tt 2.3-5).
4.3 Os deveres dos pais
  • Educar os filhos com disciplina, conforme o modelo bíblico (Pv 13.24; 19.18; 22.6,15; 23.13,14; 29.15,17);
  • Ensinar, desde cedo aos filhos a temerem e amarem ao Senhor (Dt 6.1-9);
  • Conduzir os filhos a Deus (Jó 1.5; Js 24.15; At 16.30-34; Ef 6.4);
  • Ser exemplo para os filhos (Pv 22.6).
4.4 Os deveres dos filhos
  • Ser obediente aos pais (Ef 6.1; Cl 3.20);
  • Honrar aos pais (Êx 20.12; Dt 5. 16; 27.15);
  • Ajudar aos pais nos afazeres domésticos (Gn 29.9; Êx 2.16; I Sm 17.15).
CONCLUSÃO
 
A família foi a primeira instituição divina e a célula mãe da sociedade. Ela foi instituída pelo Criador para perpetuação da espécie, proporcionar prazer ao casal, e promover meios de subsistência. Mas, para que o propósito divino seja alcançado, é necessário que cada membro da família cumpra o seu papel com fidelidade, diligência e amor.

 
REFERÊNCIAS

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.

CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

OLSON, N. Laurence. O Lar Ideal. CPAD.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
 
Retirado de : EBDweb

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