sábado, 28 de dezembro de 2013

LIÇÃO 13 - TEMA A DEUS EM TODO TEMPO


SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
 
Ao final desta série de estudos em Provérbios e Eclesiastes voltamos justamente para o local onde começamos: o temor do Senhor. O autor do livro de Provérbios destaca que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria (Pv. 1.7). O autor do livro de Eclesiastes conclui que temer a Deus e guardar seus mandamentos é o dever de todo homem (Ec. 12.13). Na aula de hoje reforçaremos esse ensinamento, destacando, a princípio, que temer a Deus não significa ter medo dEle, antes obedecê-lo, em amor.

1. LEMBRANDO DO CRIADOR
A juventude é uma etapa na vida de muitas descobertas, muitos rapazes e moças, na busca desenfreada pelo prazer, acabam se distanciado do Criador. Por esse motivo, o autor do Eclesiastes convida os jovens a lembrarem do Criador, justamente nessa fase da vida (Ec. 12.1). Paulo também deu as mesmas instruções ao jovem pastor Timóteo, orientando que esse seguisse a justiça, a fé, o amor e a paz (II Tm. 2.22). As opções para a juventude são as mais diversas, muitos se dedicam exclusivamente para aquilo que traz satisfação, o prazer como um fim em si mesmo. O risco é o hedonismo distanciado de Deus, ou mais propriamente irresponsável, que destrata o ser humano. A juventude está sendo dizimada por causa das drogas, muitos perderam o poder de decidir, se tornaram escravos do pecado (Jo. 8.34). A orientação do sábio é para que os jovens se lembrem do Criador, antes que chegue o tempo da velhice, no qual dirão não encontro nele contentamento. Evidentemente, os velhos têm seu lugar no Reino de Deus, conforme destaca o salmista, muitos ainda dão muitos frutos (Sl. 92.14). O pragmatismo moderno pode incitar a desconsideração aos mais idosos. Mas isso não pode acontecer entre aqueles que servem a Deus. A mensagem do autor do Eclesiastes é uma comparação, entre o vigor da juventude, a busca pelo prazer, e a velhice, uma fase também de canseira e enfado (Sl. 90.10). Diante de tudo, a conclusão final do pregador é: “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem” (Ec. 12.13), independentemente da idade. 

2. APRENDENDO NA ESCOLA DA VIDA
A vida é uma escola e nela extraímos muitas lições, mas, diferentemente das escolas convencionais, passamos pelo teste primeiro, e tiramos as lições posteriormente. No livro de Eclesiastes, Salomão, em sua idade avançada, repassa instruções para os mais jovens, com base em sua experiência. Esse foi um dos homens mais sábios que já passou pela terra, estudou e investigou a respeito de vários assuntos, escreveu livros como Cantares, Provérbios e Eclesiastes (I Rs. 3.3-28). Ele teve o cuidado de organizar seus ensinamentos, dentro de uma abordagem que em nada deixa a desejar se comparados aos tratados filosóficos contemporâneos. Assuntos que foram abordados em Eclesiastes podem ser encontrados nos dias atuais nos escritos de Jean Paul Sartre e Albert Camus, considerados expoentes do existencialismo. A diferença é que esses não fundamentaram suas reflexões em Deus, mas nas investigações filosóficas. As palavras de Salomão, por sua vez, partem do equilíbrio, que procede de Deus (Pv. 8.6-11). Ele reconhecia que não falava apenas pelo seu intelecto, sua exposição não se firmava em dotes meramente humanos, mas em Deus, que O inspirou para refletir (Ec. 12.11). Percebemos, nessa declaração do sábio, a importância de meditar a respeito da fé. Muitos cristãos supõem que não é preciso refletir a respeito do que se acredita. Mas Jesus ensinou que uma das demonstrações de amor a Deus é o uso do pensamento (Mt. 22.37). A fé se sustenta não na razão, mas a razão pode ser utilizada para justificar a fé, por isso, crer é também pensar. O pensamento não pode ser um fim em si mesmo, como declara a filosofia moderna, mas é também uma prerrogativa cristã. A recomendação de Paulo é a de que saibamos em quem temos crido (II Tm. 1.2), e Pedro admoesta os crentes para que expliquem, quando inquiridos, sobre a fé que defendem (I Pe. 3.15). Na escola da vida, aprendamos as lições, a fim de crescermos na graça e conhecimento de nosso Salvador Jesus Cristo (II Pe. 3.18).

3. TEMENDO A DEUS
Mas a vida cristã não está fundamentada apenas no conhecimento, é preciso que aqueles que creem também demonstrem pelas ações, pois a fé sem as obras é morta (Tg. 2.14). Considerando que a vida é um presente de Deus, devemos viver não para nós mesmos, mas para Ele (At. 17.24-28). Somos responsáveis pelas nossas atitudes, não apenas diante dos homens, também perante Deus. Para tanto, devemos temer a Deus, em atitude de reverência, sobretudo de amor. Esse temor não é a mesma coisa que medo, muita gente tem medo de Deus, mas no amor não há medo (I Jo. 4.18). Esse é um temor obediente, não por imposição, mas por amor, na disposição para guardar os mandamentos de Deus (Ec. 12.13). Jesus advertiu que aqueles que dizem amá-LO guardam os mandamentos dEle (Jo. 14.21). Não devemos esquecer que o temor de Deus nos livra da impiedade e da autojustiça (Ec. 7.18), do perigo de achar que podemos agradar ao Senhor por meio das nossas obras (Ef. 2.8-10). Quando tememos a Deus, não somos atraídos pelo pecado (Ec. 5.6; 8.12), esse é o princípio da sabedoria (Sl. 111.10; 9.10). Aqueles que não querem saber do Senhor serão julgados no futuro, pois o momento chegará em que Ele fará distinção entre o justo e o injusto (Ec. 12.14). Aqueles que amam a Deus descansam na promessa de que nenhuma condenação há para eles (Rm. 8.1). Mas àqueles que morrem distanciados de Deus, que não se dobram a Sua palavra, e se negam a obedecê-LO, enfrentarão, no futuro, o julgamento final (Ap. 20.11-15). A Palavra de Deus responsabiliza o ser humano pelas suas ações, isso revela que não somos produto de um determinismo divino. Todos prestarão contas perante Deus das suas atitudes, considerando que a todos é dada a oportunidade para crerem (Jo. 3.16). 

CONCLUSÃO
Os livros poéticos destacam o valor do temor do Senhor, sendo este o princípio da sabedoria. Essa verdade esboça um paradoxo em relação ao pensamento moderno, que valoriza apenas o acúmulo de conhecimento. Viver em obediência é o que há de mais sublime para o ser humano, porque essa é a vontade de Deus. Diante dEle, a vida que outrora estava destituída de significado, passa a fazer sentido. Pois nEle, e somente nEle, a nossa obra não é vã, isto é, deixa de ser vaidade, firmada em uma esperança eterna (I Co. 15.54,58).

Extraído do Blog: subsidioebd.


SUBSÍDIO II 


Lição 13: Tema a Deus em Todo Tempo
29 de dezembro de 2013
 
TEXTO ÁUREO
"De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o dever de todo homem" (Ec 12.13).

VERDADE PRÁTICA
Obedecer aos mandamentos do Senhor é a prova de que vivemos uma vida justa diante dos homens e de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Eclesiastes 12.1-8.
1 Lembra-te também do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento;
2 Antes que se escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens depois da chuva;
3 No dia em que tremerem os guardas da casa, e se encurvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e se escurecerem os que olham pelas janelas;
4 E as portas da rua se fecharem por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as filhas da música se abaterem.
5 Como também quando temerem o que é alto, e houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua casa eterna, e os pranteadores andarão rodeando pela praça;
6 Antes que se rompa o cordão de prata, e se quebre o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se quebre a roda junto ao poço,
7 E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.
8 Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
•          Saber que somos criatura; Deus, o Criador;
•          Explicar os dois grandes momentos da vida (juventude e velhice) e as duas dimensões da existência humana (corporal e espiritual), e
•          Analisar a oblação e a generosidade dos filipenses.
COMENTÁRIO
introdução
Salomão chega ao final de suas reflexões acerca da vida "debaixo do sol". O pregador conclui o seu ensino no capítulo 12 de Eclesiastes, contrastando vividamente os distintos momentos da vida humana: juventude e velhice, alegria e tristeza, vida e morte, presente e futuro, temporal e eterno. O estilo adotado por Salomão deixa-nos a sensação de que ele processa a sua reflexão de trás para frente. O autor fala da juventude a partir de uma análise realista da velhice. Fala da vida com os olhos fitos na morte. Fala do temporal com os olhos voltados ao eterno. Fala da criatura a partir do Criador. E fala do prazer da vida sem perder de vista o julgamento final. Nessa última lição, veremos como o ensinamento do pregador nos ajuda a construir uma fé sadia e fundamentada no temor do Altíssimo. [Comentário:  Chegamos assim, ao término do último trimestre de 2013, em que estudamos temas dos livros de Provérbios e Eclesiastes, dois dos três livros sapienciais da Bíblia. E coroando as lições anteriormente estudadas, finalizamos o estudo do livro de Eclesiastes, onde analisaremos o seu último capítulo, o capítulo 12, onde o pregador conclui que o dever do homem, na vida debaixo do sol, é temer a Deus e guardar os Seus mandamentos. Ainda no capítulo 11, Qoheleth, após analisar a vida debaixo do sol, conclui que o homem deve optar ao invés da inércia, demonstrar a sua comunhão com Deus a partir da prática da verdade, da prática do bem. O homem que não confia em Deus pensa que foi lançado a esmo no mundo. Nesse aspecto, o crente em Jesus se distingue daqueles que vivem como se Deus não existisse. Quando amamos e tememos ao Senhor de todo o nosso coração, compreendemos a vida como algo breve, mas na esperança de, nessa brevidade, encontrarmo-nos em plenitude com um Deus "que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível" (1Tm 6.16). Com efeito, o pregador dissera aos jovens que a juventude e a adolescência são vaidade (Ec 11.10), porque passam rapidamente como o vapor.] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. - UMA VERDADE QUE NÃO PODE SER ESQUECIDA
1. Somos criatura. O último capítulo de Eclesiastes inicia-se com uma exortação a que nos lembremos do nosso Criador. Uma das doutrinas mais bem definidas da Bíblia é a da criação. Pela fé cremos no Deus criador do universo (Hb 11.3). Mas aqui, não temos o interesse apologético de provar a existência de Deus, pois Salomão parte do princípio de que Deus é, e que os seus leitores têm isso muito bem resolvido. Com a expressão "lembra-te do teu Criador", o sábio ensina aos homens que eles não passam de criaturas. O termo hebraico para lembrar, zakar, reforça essa ideia. Ele significa recordar, trazer a mente, fazer um memorial. É como se o pregador dissesse: "Coloque isso em sua mente e, se possível, faça um memorial. Não esqueça que você é criatura e que há um Criador". [Comentário:  “Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e alegre-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas essas coisas te trará Deus a juízo.” (Ec 11.9). Em meio a tanto vigor, a tanto divertimento, a tanto gasto de energia, os jovens jamais podem se esquecer de que é criatura e que há um Criador e que, portanto, de tudo quanto se fizer neste mundo haveremos de prestar contas a este Criador. O Adversário tem logrado êxito ao fazer crer a que não há Deus, que Deus não existe, ou que se existe, está para lá da humanidade, desligado destes. Nossos dias são guiados pelo hedonismos, pela narcisismo; nosso mundo ignora a existência divina e por causa disso, apregoa o relativismo, a libertinagem, a autonomia. Não nos enganemos, quando o mundo clama por “liberdade”, está na verdade, pedindo “autonomia”, incorrendo no mesmo pecado de Eva no Paraíso. “Autonomia” é independência, é o poder de ditar as suas próprias normas, as suas próprias leis, algo que o homem não tem, visto que quem dita as regras em todo o Universo é Aquele que tudo criou, o Senhor Deus. Salomão lembra os jovens que Deus continua sendo Deus, é o Criador de todas as coisas e, por isso mesmo, as regras, as normas são por Ele estabelecidos, cabendo ao homem cumpri-los, ou não].
2. Há um Criador. Se em Eclesiastes 12.1 o pregador revela Deus como o Criador, no versículo 13, o livro mostra o Pai Celeste como o Supremo Juiz. Foi Deus quem criou e modelou a criatura a quem Ele chamou de homem! Este fato nos obriga a enxergar o ser humano como criatura e Deus como o Criador. O homem como ser temporal e Deus como o Eterno. Portanto, a partir dessa compreensão, podemos encarar a vida com mais humildade e prudência. [Comentário:  “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade”. "Lembrar-se", na Bíblia ( do hebraico “zakar” (זכר ), cujo sentido é de “chamar à mente”, “recordar”), sempre subentende ação; por exemplo, quando Deus se "lembrou" de Abraão (Gn 19.29), Ele interveio na sua vida para o seu bem. Por isso, lembrar-nos do nosso Criador importa em agir da maneira que Ele estabeleceu quando nos criou. De Deus vem a vida, e com ela as oportunidades que nos advêm com a juventude. É somente com a ajuda do Espírito Santo que conseguimos "lembrar-nos" de Deus, à medida que somos revestidos "do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade" (Ef 4.24); e devemos, assim, viver antes que venha a morte].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Uma verdade que não pode ser esquecida: somos criatura; há um Criador.


II.OS DOIS GRANDES MOMENTOS DA VIDA
 
1. A juventude. Salomão passa a falar sobre a juventude, ou seja, o estágio da vida que representa o período de maior vigor. Ele se vale de várias figuras para demonstrar a nossa finitude e o quão frágeis somos. Em Eclesiastes 11.9, Salomão havia falado da juventude, destacando-a como uma fase de recreação e de satisfação. Tais metáforas criam a imagem da exuberância, elemento característico da mocidade. Elas denotam que, nessa fase da vida, as pessoas não se preocupam com lembranças, memoriais ou história. É como se não houvesse um referencial. Mas em o Novo Testamento, o autor sagrado mostra esse referencial (Hb 12.2) - Jesus Cristo - e exorta-nos a viver a vida com os olhos fitos no Mestre. [Comentário:  Após ter dito que se deveria lembrar do Criador nos dias da mocidade, Salomão dirige-se aos idosos, pois afirma que a lembrança do Criador deve se dar nos dias da juventude antes que venham os maus dias, dias em que se dirá que não há contentamento. Salomão começa, então, a descrever a velhice, a idade avançada, o instante do ocaso da existência terrena do ser humano, dias em que há a perda do vigor, onde não se tem mais aquele ânimo da juventude e onde não se é possível mais vivenciar as alegrias e o contentamento que haviam sido desfrutados na idade tenra].
2. A velhice. No Eclesiastes, a juventude é vista como um estágio inicial e intenso da vida, enquanto a velhice aparece como o último estágio da existência, onde nada mais parece fazer sentido. O corpo físico, outrora forte, robusto e cheio de vigor, agora se mostra enfraquecido pelos anos da vida. De forma metafórica, o sábio prova que a velhice é bem diferente da juventude. O prazer não é como antes (12.1), o sol não brilha com o mesmo esplendor (12.2), e o metabolismo do corpo não funciona como no passado (Ec 12.3-5). Enfim, a velhice mostra-nos como somos frágeis, sujeitos a quebrar a qualquer instante (12.6). [Comentário:  Os dias da juventude logo passam. A idade que vai chegando traz consigo o declínio inevitável, afetando a vida toda da pessoa. O termo “maus” não se refere a males morais, mas significa “angustiosos”, “calamitosos”. Com isso, o Pregador exorta que se o acatamento da exortação não vier antes que venham os maus dias, poderá ser tarde demais. O Pregador descreveu várias vezes a vida de fé como sendo um gozo contínuo (2.24-26; 3.12s., 5.18-20; 9.7-10; 11.8-10). Agora ele apresenta outro aspecto: quando Deus é negligenciado a capacidade de alegrar-se é perdida. Os versículos 3-7 apresentam um quadro vívido do processo de envelhecimento do corpo físico, processo este que culmina na morte. Há conforto, porém, no fato de que nossa pessoa interior "se renova de dia em dia" (2Co 4.16). “O pó volte à terra... o espírito volte a Deus” - Este versículo faz uma distinção entre o aspecto da pessoa humana que fica na terra, no momento da morte, e o que volta a Deus].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Os dois grandes momentos da vida que o sábio apresenta no Eclesiastes são a juventude e a velhice.


III.  AS DIFERENTES DIMENSÕES DA EXISTÊNCIA HUMANA
1. Corporal. Os sentimentos e fatos experimentados na vida - alegrias ou tristezas, acertos ou erros, o presente ou o passado - apenas são possíveis por causa da dimensão corporal de nossa existência. O rei Salomão chama-nos a atenção para esse fato ao dizer que "o pó volte à terra, como o era" (Ec 12.7a). O texto bíblico denota que possuímos um corpo sujeito às limitações de espaço e tempo. Por isso, não devemos esquecer que somos absolutamente finitos. Isso não significa que não temos valor. Ao contrário, a Escritura demonstra que a dimensão temporal é tão importante quanto a espiritual. Em 1 Coríntios 6.19,20, não há dualismo entre corpo e espírito, como se este fosse bom e aquele mau. Portanto, devemos cuidar do nosso corpo e usá-lo sempre para a glória de Deus. [Comentário:  Mais uma vez o Pregador alude a aspectos diferentes da natureza humana. A terra é feita de pó. Esta palavra enfatiza a origem terrena da humanidade (Gn 2.7; 3.19; Jó 10.9) e a fraqueza física (SI 103.14). Voltar ao pó é percorrer o caminho reversivo de Gênesis 2.7, e tornar-se um cadáver, que se sujeita à deterioração completa. Significa não estar mais animado pelo fôlego que provém de Deus (Jó 34.14s.). O espírito humano é o princípio da vida responsável e inteligente. Quando ele se retira, dá-se o fim da vida terrena, e a dissolução do corpo (SI 22.15; 10.29). Por isso o pregador adverte que estes “dias maus” vêm “antes que se quebre a cadeia de prata e se despedace o copo de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao poço” (Ec 12.6). A “quebra da cadeia de prata” ou o “afrouxamento do fio de prata” (na Bíblia de Jerusalém), ou, ainda, “o rompimento do cordão de prata” (como se encontra na King James Atualizada) fala-nos da separação entre o corpo e o homem interior (alma e espírito), que é o que representa a morte física, como diz o pregador no versículo seguinte, onde afirma “que o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12.7)].
2. Espiritual. Eclesiastes 12.7b revela que possuímos uma dimensão espiritual da vida, pois o nosso espírito voltará "a Deus, que o deu". O contexto do capítulo 12 de Eclesiastes faz um contraste entre o temporal e o eterno, não deixando dúvidas que o termo hebraico ruach, traduzido por fôlego, hálito e espírito, significa precisamente "espírito" como a parte imaterial do homem (1 Ts 5.23; 2 Co 5.8; Fl 1.23). Assim como cuidamos da nossa dimensão material, devemos cuidar da espiritual (2 Co 7.1; 1 Tm 4.8). E apesar de o homem ser constituído por duas dimensões existenciais - a humana e a espiritual, elas não são independentes entre si, pois o homem é um ser integral (1 Ts 5.23). [Comentário:  O pregador diz que é o instante em que “se quebra a cadeia de prata”, ou seja, o momento em que se desliga o corpo do homem interior (alma e espírito). O corpo volta à terra, mas o espírito (i.e., o homem interior, pois, no Antigo Testamento, não há ainda a ideia da divisão entre alma e espírito, o que somente se explicitará no Novo Testamento) volta a Deus, que o deu, ou seja, há vida após a morte física, a existência perdura, vindo, depois da morte, o juízo (Hb 9.27). A morte é o instante em que “se despedaça o copo de ouro”, ou seja, o momento em que o corpo se desfaz, o corpo que segurava o “conteúdo”, que é o “espírito”, o “homem interior”.].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
As duas distintas dimensões da existência humana encontradas no livro de Eclesiastes são a corporal e a espiritual.

IV.  PRESTANDO CONTA DE TUDO
1. Guardando o mandamento. Após falar da brevidade da vida e da necessidade de se buscar em Deus um sentido para ela, o sábio conclui que o dever de todo homem é temer a Deus e guardar os seus mandamentos (Ec 12.13). Aqui, há duas coisas que precisam ser ditas. Primeira, a vida é dinâmica, mas precisa de regras e normas. Segunda, é nosso dever ouvir e guardar a Palavra do Senhor no coração. O mandamento divino é constituído de princípios eternos e, para o nosso próprio bem, temos de observá-los e acatá-los integralmente fazendo tudo quanto o Criador requer de nós, pois esta é a vontade de Deus (1 Jo 5.3). [Comentário:  João escreve mostrando como a fé, o amor e a obediência se relacionam um com o outro. A fé nos leva a um relacionamento amoroso com Deus, e o amor por ele leva ao amor por outros cristãos e à obediência de seus mandamentos. Eles não são pesados, pois os benefícios práticos da obediência a todas as leis de Deus contribuem totalmente com o proveito e a realização humana daqueles que aprendem a sua aplicação para a vida].
2. Aguardando o julgamento. Nas últimas palavras do Eclesiastes, há uma séria advertência sobre o julgamento a que todo ser humano estará sujeito. O pregador diz que "Deus há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau" (Ec 12.14). As nossas obras e ações serão avaliadas por Deus, pois para Ele os valores estão bem definidos: o certo e o errado nunca mudam. O termo hebraico mishpat, usado nas últimas palavras de Salomão, possui o sentido jurídico de tomada de decisão. Chegará, pois o dia da prestação de contas de todos os homens. O Justo Juiz decidirá o nosso destino (Rm 14.10,12). Tais palavras não são intimidatórias, mas um convite a vivermos com responsabilidade diante de Deus e da sociedade. [Comentário:  Como Senhor, o direito de tal julgamento pertence a Cristo. Cristãos fracos e fortes devem, da mesma maneira, comparecer ante o tribunal de Cristo. Esse julgamento se baseará no que temos feito nesta vida (2Co 5.10). Este julgamento não determinará se entraremos ou não no céu, mas determinará graus de recompensa no céu (Mt 16.27; 25.31-46; Jo 5.29; Rm 14.10-12; 1Co 3.10-15; 2Co 5.9-10). No Tribunal de Cristo, crentes são recompensados tomando-se por base o quão fielmente serviram a Cristo (1Co 9.4-27; 2Tm 2.5). As coisas pelas quais seremos julgados serão provavelmente o quão fielmente obedecemos à Grande Comissão (Mt 28.18-20), o quão vitoriosos fomos sobre o pecado (Rm 6.1-4), o quão bem controlamos nossa língua (Tg 3.1-9), etc. A Bíblia fala dos crentes recebendo coroas por diferentes coisas com base em quão fielmente serviram a Cristo (1Co 9.4-27; 2Tm 2.5). As várias coroas são descritas em 2Tm 2.5; 2Tm 2.4-8; Tg 1.12; 1Pe 5.4 e Ap 2.10. Tiago 1.12 é um bom resumo de como devemos pensar no Tribunal de Cristo: “Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.” (Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/tribunal-Cristo.html#ixzz2oWaKclHp)].
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Todo homem não deve esquecer isto: Um dia prestaremos contas de tudo a Deus.

CONCLUSÃO

A vida é um contraste entre a alegria e a tristeza, entre a juventude e a velhice, entre a vida e a morte, entre o passado e o presente. Não há como fugir a essa realidade. Sabendo que a nossa vida "debaixo do sol" é tão fugaz, cabe-nos procurar vivê-la  da melhor maneira possível, pois esse é um dom do Criador. Salomão, em sua singular sabedoria, nos ensina: tema a Deus em todo o tempo. Só assim seremos felizes. [Comentário:  O homem foi criado por Deus como a coroa de toda a sua criação, à imagem de Deus e segundo a Sua semelhança (santo, justo e bom), com uma alma racional, para governar, como representante de Deus, sobre toda a criação, mas perdeu seu alto privilégio por causa de seu pecado e a quebra do pacto das obras. Desde então, a vida tem se mostrado um contraste entre a alegria e a tristeza, entre a juventude e a velhice, entre a vida e a morte, entre o passado e o presente. Assim, o homem se tornou cego e ignorante; Deus teve que lhe falar para instruí-lo e trazê-lo de volta ao conhecimento correto de Deus e de Sua vontade. O homem foi criado para a glória de Deus, para que Deus pudesse manifestar a Si mesmo e para ser magnificado em, através, e sobre Sua criatura. Salomão, após falar sobre a futilidade da vida quando vivida como se este mundo e tudo o que ele tem a oferecer fossem tudo o que há, conclui assim o livro de Eclesiastes: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas quer sejam más” (Ec 12.13-14). Salomão diz que a vida se trata de honrar a Deus com nossos pensamentos e vidas e assim guardar os Seus mandamentos, pois um dia estaremos diante Dele para juízo].
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Chegamos ao fim do último trimestre letivo de 2013, e ao fim de mais um ano, pleno de bênçãos, domingo após domingo, na Casa do Senhor, estudando preciosas Lições. Começamos 2013 estudando “Elias e Eliseu - Um ministério de poder para toda a igreja”, no 2º Trimestre vimos “A Família Cristã no Século XXI”, no 3º Trimestre vimos “Filipenses - A humildade de Cristo como exemplo para a Igreja”, e então, fechamos com chave de ouro, estudando nesta revista “Sabedoria de Deus para uma vida vitoriosa — A atualidade de Provérbios e Eclesiastes”. Agradeço a todos que me acompanharam neste ano, aos colaboradores, membros, seguidores, meu fraterno abraço. Espero por vocês em 2014 - Se Cristo não voltar! Paz e bem.
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Extraído do blog: auxilioaomestre

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

DEUS AMOU




O evangelista João, também considerado por muitos como o “apóstolo do amor” logo no início do evangelho que leva o seu nome, escreveu: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3:16 BKJ). Alguns atrevem-se a dizer que este pequeno verso resume toda a Escritura, não sei se concordo plenamente com esta afirmação, mas de fato este é sem dúvida um dos versos mais significativos da Escritura onde o homem pode conhecer o plano da redenção.

Estamos em pleno período de Natal e aqui ao lado da minha casa há um grande shopping center e logo na sua entrada montaram algo que descreve perfeitamente o espírito destes dias. De um lado montaram um lindo presépio com bonequinhos que mexem-se de verdade, animais que movem-se, água que jorra da fonte, e lá ao fundo estão Maria, José e Jesus. Na verdade o presépio é uma bela obra de arte e merece a atenção dos que por ali passam. E do outro lado, colado ao presépio está o trono do Papai Noel, com alguns duendes e umas moças de vestido vermelho curto e que não sei onde encaixar nesta imagem mitológica natalina, são jovens demais para serem Mamãe Noel, portanto, se alguém souber, me explique por favor. Há também uma enorme fila de crianças para tirarem fotografias e falarem com o bom velhinho. De um lado a história mais marcante da humanidade representada por miniaturas fantásticas feitas com todo o cuidado, e do outro a fila daqueles que só conseguem ver o natal como uma oportunidade para consumir.

O que é o Natal? Será um feriado nacional? Será um dia para uma boa reunião familiar? Será uma ocasião para troca de presentes? Bem, nós sabemos que tudo isto acontece no Natal, mas na verdade o Natal é sobre um tema meio esquecido e colocado de lado em nossa sociedade. O Natal se tornou ambíguo, tal como no monumento que temos no shopping, de um lado o presépio e do outro o Papai Noel. E a pergunta que me vem a minha mente é, para qual dos lados a sociedade se tornará? E você, para qual dos lados você está voltado neste Natal?

O evangelista João nos diz qual é o verdadeiro tema ou ênfase do Natal: “Deus amou o mundo” - E aqui, temos dois problemas básicos sobre os quais gostaria de chamar a sua atenção.

O primeiro problema é Deus. Sim, Deus é um problema que o mundo e a ciência não consegue resolver, ou melhor, responder, e também porque o mundo não aceita a perspectiva teológica e da filosofia da religião sobre o assunto. O mundo optou por excluir Deus, negar a sua existência e assassiná-lo. Mas a verdade é que por mais que queiram nunca conseguirão se ver livre de Deus. O grande filósofo do Séc. XVII, René Descartes, autor da celebre frase: “Ego cogito, ergo sum.”; “Je pense, donc je suis.”; “Eu penso, logo existo.” Explica em sua introdução a filosofia que da mesma forma que pensamos em nossa existência, e temos a nocão de que a vida é real, e o fato de pensarmos em nosso filho ou no nosso cônjuge é prova de que estas pessoas de fato existem, semelhantemente, quando pensamos em Deus, devemos considerar a realidade da sua existência, da existência de um Ser Absoluto. A menos que este pensamento tenha sido incutido em nós pela cultura, no entanto o que observamos é que o pensamento da existência divina e de um Ser Absoluto é supra-cultural, e que mesmo entre aqueles povos mais isolados o pensamento de um ser superior é presente, portanto, a crença em Deus não é um produto da religião, mas uma consequência da existência humana. René Descartes diz mais: “Com efeito, não devemos achar estranho que haja na sua natureza (de Deus), que é imensa, e naquilo que fez, muitas coisas que ultrapassam a capacidade do nosso espírito.”[1] O simples fato de não compreender a existência de Deus e de não analisá-lo em laboratório não anula a realidade da veracidade deste Ser Absoluto.

Na teologia, a existência e a realidade da pessoa de Deus é algo claro e resolvido. O cronista, psiquiatra e filósofo Rubem Alves escreveu em seu livro Teologia do Cotidiano:

“De vez em quando alguém me pergunta se eu acredito em Deus. E eu fico mudo, sem dar resposta, porque qualquer resposta que desse seria mal entendida. O problema está nesse verbo simples, cujo sentido todo mundo pensa entender: acreditar… É preciso, de uma vez por todas, compreender que acreditar em Deus não vale um tostão furado. Não, não fiquem bravos comigo. Fiquem bravos com o apóstolo Tiago, que deixou escrito em sua epístola sagrada: Tu acreditas que há um Deus. Fazes muito bem. Os demônios também acreditam. E estremecem ao ouvir o Seu nome... (Tiago 2,19). Em resumo, o apóstolo está dizendo que os demônios estão melhor do que nós porque, além de acreditar, estremecem... Você estremece ao ouvir o nome de Deus? Duvido. Se estremecesse, não o repetiria tanto, por medo de contrair malária...

E assim, me atrevendo a usar a ontologia de Riobaldo, eu posso dizer que Deus tem de existir. Tem Beleza demais no universo, e Beleza não pode ser perdida. E Deus é esse Vazio sem fim, gamela infinita, que pelo universo vai colhendo e ajuntando toda a Beleza que há, garantindo que nada se perderá, dizendo que tudo o que se amou e se perdeu haverá de voltar, se repetirá de novo. Deus existe para tranquilizar a saudade.”[2]

Todas as teorias evolucionistas se deparam com uma realidade para a qual não possuem resposta, preferem simplesmente negar ou silenciar a voz da consciência, o que é anti-filosófico e anti-científico. Quando a evolução diz que o universo teve seu início. A pergunta que nos resta é qual foi este ponto de partida? O que iniciou, uma vez que nada se inicia sozinho? Mesmo que automaticamente, deve haver sempre uma mente por trás que diz quando e como se dará este início. Não estou contudo concordando com a teoria evolucionista, apenas me referindo a ela como uma possibilidade teórica defendida por muitos.

É justamente neste ponto inicial que o evangelista João principia o seu evangelho bem semelhante a forma como a Septuaginta inicia o Genesis 1. João diz: “Ἐν ἀρχῇ ἦν ὁ λόγος, καὶ ὁ λόγος ἦν πρὸς τὸν θεόν, καὶ θεὸς ἦν ὁ λόγος.”[2] (No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus). Em Genesis 1.1 lemos: ἐν ἀρχῇ ἐποίησεν ὁ θεὸς τὸν οὐρανὸν καὶ τὴν γῆν[4] (No princípio, Deus criou os céus e a terra). Tanto Moisés como João apontam para Deus como o principiador de todas as coisas. É importante observar que a crença em Deus e no seu ato criador não é uma utopia ou fanatismo de alguns grupos religiosos. Deus na verdade está no centro da ciência e da filosofia, tanto como desafio, bem como resposta. As mais significantes descobertas científicas foram realizadas por teístas e os mais influentes filósofos também foram teístas.

É possível afirmar com toda convicção: “Em Deus se iniciam todas as coisas”. Rubem Alves continua: “…Deus é assim mesmo: um grande, enorme Vazio, que contém toda a Beleza do universo.”[5] E para concluir este ponto citamos o poeta Valéry: “Que seria de nós sem o socorro daquilo que não existe?”

O segundo problema a resolver é o problema do amor de Deus. Há três formas de compreender o amor de Deus, duas erradas e uma correta, e concluirei com esta breve explicação:

A primeira forma errada de pensar sobre o amor de Deus é pensar que seu amor é leviano, ou seja fútil, simplista. Seria pensar que Deus é um ser namoradeiro, que ama de qualquer maneira e em qualquer lugar. Na verdade toda a saga que se dá em Oséias é uma resposta de Deus aos que tentam viver uma relação leviana com ele. Veja o que Oséias diz sobre a sua esposa que vivia levianamente: “Portanto, eis que cercarei o seu caminho com espinhos; e levantarei um muro contra ela, para que ela não ache as suas veredas.” (Os 2:6). Na realidade Oséias é uma tipologia de Deus e a sua esposa uma tipologia do povo de Deus. O Apóstolo Paulo adverte a igreja para lidar com aqueles que vivem levianamente de forma dura:
“Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro- me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo. Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais. Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor.” (1 Co 5:9:13).

Uma característica fundamental do amor de Deus é que ele não é leviano e a igreja não pode permitir em seu meio que pessoas vivam desta forma.

A segunda forma errada é aquela que simplesmente não consegue aceitar ser amada por Deus. E então vive-se de maneira avessa a este amor. Há uma dúvida constante sobre o amor e a aceitação de Deus. E a religião é a mãe deste pensamento e sentimento, que vem sempre carregado de culpa que nos faz nos sentimos indignos de ser amados e aceitos. Quando nos sentimos amados tudo na vida nos parece fácil, mas quando nós sentimos rejeitados e sozinhos, a angústia invade nosso coração. Mas não precisamos viver na angústia, pois João diz que Deus nos ama e nos aceita, e deu o que de melhor possuía para que conhecêssemos o seu amor. Veja o brilho do sol, os pássaros que cantam e as estrelas que brilham a noite. Você também faz parte deste universo maravilhoso e perfeito. Deus olha para você mais maravilhado do que você quando olha para o sol, a lua ou as estrelas. Você é único no universo com suas características, portanto, especial para Deus.

A terceira forma, e agora correta, é aceitar este amor imenso, incompreensível e inefável de Deus. Na jornada da vida, um recomeço é sempre possível, se seguimos os padrões de Deus e de seu amor por nós. Nós humanos iniciamos nossa jornada na terra como uma pequena semente que cresce, frutifica, envelhece e desaparece. Este é o ciclo da vida que envolve a todos nós! Pessoas que estavam no Natal passado conosco já não estão mais este anos. E no ano que vem, pode ser que outros, ou nós mesmos, já tenhamos cumprido o nosso ciclo na vida. Esta realidade deveria nos abalar ao extremo, e nos fazer desejar o bem do outro, em amar mais, em cuidar mais. em ser mais sinceros, pois todo ser humano é uma mistura de luz e trevas, confiança e medo, amor e ódio. E por isto carecemos tanto de Deste amor de Deus.

A minha oração é que cada um de vocês que lerem este texto sejam cheios deste amor e que estes dias de festas sejam memoráveis, focados no lado certo daquilo que é o verdadeiro sentido do Natal: “Deus amou!”


Luis A R Branco é colaborador do Genizah


[1] DESCARTES, René. Os Princípios da Filosofia. Lisboa: Guimarães Editores, 1998, página 70.
[2] ALVES, Rubem. Teologia do Cotidiano. São Paulo: Olho Dágua, 1994, páginas 77-80.
[3] Holmes, M.W., 2010. The Greek New Testament: SBL Edition, Lexham Press.
[4] LXX.
[5] Idem, página 80.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

LIÇÃO 12: LANÇA O TEU PÃO SOBRE AS ÁGUAS



 
 

SUBSÍDIO I
 
INTRODUÇÃO 
 
A vida “debaixo do sol” está cheia de paradoxos, e dependendo do ponto de vista, alguém pode concluir que nada faz sentido. Ao constatar a futilidade da vida, o autor do Eclesiastes pondera a respeito do que realmente vale a pena. Na aula de hoje mostraremos que, ainda que tudo aos olhos humanos seja vaidade, podemos tirar algum proveito da existência. Destacamos, inicialmente, a necessidade de viver pela fé, e mesmo de aproveitar a vida, ciente das responsabilidades que temos diante de Deus e do próximo. Ao final mostraremos a necessidade de, em todas as circunstâncias, depender do Senhor e confiar nEle.
 
1. VIVENDO PELA FÉ
 
Salomão começa a concluir sua análise da vida, e como um homem da assembleia, não se esquece de fazer aplicações. Aponta a importância de se viver pela fé, de lançar o pão sobre as águas. O sábio hebreu estava acostumado às transações comerciais, principalmente através do uso de navios (I Rs. 10.15,22). Aqueles que se aventuram no comércio sabem o quanto essa profissão é arriscada. Quem comercializa pode colher muitos frutos do seu trabalho, mas pode também perder tudo o que tem. Ninguém sabe o que acontecerá no futuro, é viável que se tome as devidas precauções para evitar surpresas. Mas não podemos ter garantias em relação aos nossos investimentos (Ec. 1.2,5,6). O agricultor é exemplificado como alguém que deposita as sementes no solo, na esperança de que, no futuro, venha a colher frutos. Essa é uma instrução do sábio para evitar o marasmo, a falta de tomada de decisões. Não podemos desperdiçar as oportunidades, para tanto precisamos estar atentos às circunstâncias, a fim de não deixar passar a porção que nos é destinada. Todos nós gostamos de comodidade, ninguém está disposto a se aventurar, mas a vida nos convida a arriscar-se. Ninguém pode determinar com precisão quais são os desígnios de Deus, por esse motivo, devemos ter coragem, e agir no momento que for requerido. Paulo orienta os crentes de Éfeso a remirem o tempo, essa expressão tem uma conotação financeira (Ef. 5.15-17). Diante dos dias maus, não podemos fugir da responsabilidade, antes fazer o que tem de ser feito. Tal como o lavrador da terra, não podemos deixar a chuva passar, olhar para o céu é precaução, até mesmo tentar antecipar os acontecimentos, mas uma vida pautada na fé demanda coragem. Não na própria fé, mas em Deus, que é a razão da nossa confiança, pois Ele é quem dará a colheita em tempo oportuno, de acordo com Sua soberana vontade (G. 6.8,9; Sl. 126.5,6; Os. 10.12).
2. APROVEITE A VIDA
 
Ainda que a vida pareça não ter sentido, e que tudo pareça ser tão fugaz, não podemos fugir da condição existencial. Antes precisamos atentar para a máxima: cape diem (aproveite o dia), não como as pessoas que não conhecem a Deus. O ser humano tem uma tendência ao exagero, isto é, aos extremos. Existem alguns que são legalistas, considerando tudo pecado, repreendendo os momentos de alegria. Outros levam para o outro lado, e acham que podem fazer tudo, nada consideram pecado, e se entregam à vida dissoluta. O autor de Eclesiastes nos conduz a um ponto de equilíbrio, ao reconhecimento
de que não é pecado regozijar-se, afinal, podemos nos regozijar no Senhor (Fp. 4.4,5). É maravilhoso acordar todas as manhãs com sentimento de gratidão a Deus por tudo que Ele nos tem dado (Ec. 11.7,8; Dt. 33.25). Salomão demonstra preocupação com os mais jovens, que podem desfrutar com maior intensidade a vida. De fato, o período da juventude é caracterizado pela busca do prazer, em algumas situações, hedonisticamente. Os jovens devem estar atentos aos excessos, precisam guardar o coração e os olhos, para não pecarem contra Deus (Nm. 15.39; Pv. 4.23; Mt. 5.27-30), observarem as orientações da Palavra de Deus (Sl. 119.9,11). A alegria da juventude não deve ser desprezada, tenhamos cuidado para não contagiá-los com atitudes pessimistas. Antes que o sol se ponha, os jovens podem desfrutar do amanhecer das suas vidas. Por outro lado, eles devem estar atentos às suas responsabilidades, e terem cuidado para não destruírem o futuro. Muitos jovens estão perdendo suas vidas ao se entregarem ao mundo das drogas, e à promiscuidade sexual. Por não pensarem antes, estão colhendo os frutos amargos das decisões precipitadas. As consequências, não poucas vezes, são drásticas, e em alguns casos, irreparáveis. A descoberta de prazeres que agregam valores deve ser incentivada aos jovens, tais como ouvir música de qualidade, ler bons livros e devotar-se às atividades que resultem em amadurecimento intelectual e espiritual.
3. DEPENDA DO SENHOR
 
As instruções do sábio, autor de Eclesiastes, não devem motivar à autossuficiência. Muitas pessoas, tomadas pelo pragmatismo moderno, acham que podem fazer tudo, de que não existem limites. Essa onda motivacional pode ajudar àqueles que perderam o interesse pela busca de ideais. Mas é preciso que o remédio seja dado na dose certa, caso contrário, recairemos em mero ativismo, e em algumas situações, em superdimensionamento das possibilidades. Se por um lado algumas pessoas ficam inertes diante da necessidade de tomada de decisões, por outro, há os que se precipitam e agem sem refletir a respeito das consequências. Jesus nos ensinou a planejar antes de realizar qualquer empreendimento (Lc. 14.28-30). É uma demonstração de sabedoria avaliar os prós e contras antes de investir em determinado negócio, e também certa dose de realismo, para não se frustrar. Há crentes que, instigados pela teologia da ganância, se lançam em negócios, sem ter capital para sustentar o empreendimento, no final se decepcionam. Alguns recebem mensagens de supostos profetas que os impulsiona para fazerem negócios que não têm o respaldo divino. Mais triste ainda é ver muitos que se decepcionam não apenas com esses “profetas”, mas também com o próprio Deus, culpando-O pelo descumprimento da “sua” palavra. A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, mas das coisas que se não veem, aqueles que querem agradar a Deus devem ter fé nEle (Hb. 11.1,6). Mas essa fé não é mero pensamento positivo, uma vontade particular de que algo se concretize, de acordo com nossos desejos (Tg. 4.3). Trata-se de uma fé para além das circunstâncias, mesmo diante das perseguições, não é uma fé empresarial. É a fidelidade, resultante da produção do fruto do Espírito na vida do crente, uma disposição incondicional para seguir ao Senhor (Gl. 5.22). Aprendamos a pedir ao Senhor o pão nosso de cada dia (Mt. 6.11), a viver não pelo que vemos (II Co. 5.7), mas na esperança daquilo que o olho não viu (I Co. 2.9), cientes de que sem Jesus nada podemos fazer (Jo. 15.5).
CONCLUSÃO
 
A vida do cristão não é destituída de significado, fazendo referência a um dos personagens de Shakespeare, “não é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, sem sentido algum”. Deus se importa com cada um de nós, Ele se interessa pelas nossas necessidades, não nos abandonou (Mt. 6.25-32; Hb. 13.5). Devemos fazer a parte que nos compete, agirmos com diligência (Mt. 10.16), mas também confiar na providência do Senhor, pois como ressaltou Salomão, o cavalo se prepara para a batalha, mas a vitória vem do Senhor (Pv. 21.31).
 
Extraído do Blog: subsidioebd
 
 
 
SUBSÍDIO II
 
Lição 12: Lança o teu pão sobre as águas
22 de dezembro de 2013
 
TEXTO ÁUREO
“Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias, o acharás” (Ec 11.1).
VERDADE PRÁTICA
Lançar o pão sobre as águas é fazer o bem e ter esperança quanto a um futuro desconhecido.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Eclesiastes 11.1-10.
1 - Lança o teu pão sobre as águas, porque, depois de muitos dias, o acharás.
2 - Reparte com sete e ainda até com oito, porque não sabes que mal haverá sobre a terra.
3 - Estando as nuvens cheias, derramam a chuva sobre a terra, e, caindo a árvore para o sul ou para o norte, no lugar em que a árvore cair, ali ficará.
4 - Quem observa o vento nunca semeará, e o que olha para as nuvens nunca segará.
5 - Assim como tu não sabes qual o caminho do vento, nem como se formam os ossos no ventre da que está grávida, assim também não sabes as obras de Deus, que faz todas as coisas.
6 - Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará; Se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas.
7 - Verdadeiramente suave é a luz, e agradável é aos olhos ver o sol.
8 - Mas, se o homem viver muitos anos e em todos eles se alegrar, também se deve lembrar dos dias das trevas, porque hão de ser muitos. Tudo quanto sucede é vaidade.
9 - Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e alegre-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas essas coisas te trará Deus a juízo.
10 - Afasta, pois, a ira do teu coração e remove da tua carne o mal, porque a adolescência e a juventude são vaidade.

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
•          Saber como viver uma vida com propósito.
•          Decidir viver uma vida dinâmica com fé e esperança.
•          Viver a vida com responsabilidade diante de Deus e dos homens.
PALAVRA-CHAVE
 
Lançar: Jogar, estender, projetar, atirar, etc.
 
COMENTÁRIO
introdução
 
Nos capítulos anteriores de Eclesiastes, Salomão destacou os problemas da vida. Esta é apresentada totalmente imprevisível, cheias de altos e baixos, e muitas vezes sem explicação lógica ou racional. É com tal perplexidade que o sábio enxerga as injustiças contra o justo e a prosperidade do perverso. Quanta ambiguidade! O que fazer diante de tudo isso? Ficar inerte? Ou enfrentar a arena da vida? A lição dessa semana abordará a postura que o pregador tomou, diante de Deus, em relação às questões da vida. Veremos que o capítulo 11 de Eclesiastes mostra o Senhor nosso Deus como o centro da nossa vida, pois sem Ele ela torna-se vazia e sem sentido. [Comentário:  Nos capítulos anteriores, o livro de Eclesiastes mostrou a realidade nua e crua da vida. É assim que se observa na análise perplexa que Salomão faz das injustiças sofridas pelo justo e prosperidade que acompanha o perverso. E aí, o que fazer diante de tudo isso? Ficar inerte ou se lançar no horizonte e enfrentar a vida como ela é? Salomão escolhe essa segunda opção e conclama seus ouvintes a fazer o mesmo. Mais reflexivo e agora mais consciente da realidade da vida, sabendo que ela pode se tornar um grande vazio, ele põe Deus no centro de suas reflexões. Irá mostrar que Deus é o ator principal nesse grande cenário da fé e que sem Ele a vida é totalmente sem propósito e vazia. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. VIVENDO COM PROPÓSITO
 
1. Tomando uma atitude. Em nosso texto áureo, o rei Salomão exorta-nos a tomar uma firme e sábia atitude. Ele conclama-nos a lançar o nosso pão sobre as águas. A palavra hebraica traduzida como “lançar” é shalah, que significa enviar, mandar embora, deixar ir. Noutros termos, o que o sábio está ensinando é: “Não fique aí parado! Glorifique a Deus com a sua atitude”. Podemos aplicar essa palavra também à obra missionária. Deus é quem envia homens e mulheres como embaixadores de seu Reino (Jz 6.8; Is 6.8; Jr 1.7), pois com igual determinação e amor, enviou o seu Filho a realizar a mais sublime das missões: Salvar o mundo (Is 61.1; Jo 3.16). [Comentário:  Em Eclesiastes 11.1 Salomão exorta seus leitores sobre a necessidade de se tomar uma atitude na vida e os convida a lançar o pão sobre as águas. A palavra hebraica traduzida como lançar é shalah e mantém o sentido na língua original de: enviar, mandar embora, deixar ir. O sábio está dizendo: vá, não fique aí parado! Viva a vida com propósito! Viva a vida com uma atitude. Como sempre, o autor não aprova a atitude passiva em relação à vida. Ele admite que há muitas incertezas na vida, mas isso não é razão para se negar a agir de forma positiva. Não importa o que o homem decida fazer, ele precisa enfrentar sua tarefa com ousadia, apesar dos riscos, acreditando que isso vai produzir os resultados desejados no devido tempo. No entanto, ele deve distribuir seus recursos, e não concentrá-los em um lugar. Se então for pego de surpresa por algum infortúnio, não vai perder tudo (11.1,2). A própria natureza mostra ao homem que há muitas coisas sobre as quais ele não tem controle e que não conhece. Se ele esperar até ter certeza completa para agir, nunca vai agir (v. 3-5). Sua atitude precisa ser positiva. Ele precisa ser diligente e otimista (v. 6). Assim como o agricultor deve passar o dia trabalhando apesar das incertezas do tempo, o homem precisa aproveitar ao máximo a oportunidade de desfrutar da vida enquanto está acesa a luz do dia da vida, pois a longa noite da morte está se aproximando (v. 7,8) {DONALD C. FLEMING. Comentário Bíblico NVI. Editora Vida. Eclesiastes. pag. 970}].
 
2. Evitando a passividade. Não devemos agir com passividade (Ec 11.4). A vida meramente contemplativa nada resolve. É necessário e urgente fazer o bem. Por isso, o pregador exorta-nos a demonstrar amor e generosidade ao necessitado. “Lançar o pão”, portanto, significa ser condescendente com os pobres (Ec 11.1,2). Significa fazer alguma coisa e não se limitar a contemplar a miséria alheia. É trazer o pão de longe para alimentar os famintos (Pv 31.14). A igreja apostólica demonstrou a mesma preocupação (Gl 2.10). [Comentário:  Nesta vida, as circunstâncias nunca serão as ideais, mas devemos seguir em frente, e obedecer a DEUS, e confiar nele para obtermos os resultados. Se você espera pelo vento certo ou pelo dia apropriado, pode perder sua oportunidade. Você pode parecer um tolo, como alguém que lança o pão sobre as águas em movimento, mas DEUS providenciará para que ele retorne para você. {WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico. A.T. Editora Central Gospel. pag. 532} Se por um lado devemos assumir uma atitude diante da vida, por outro lado forçosamente não devemos ser passivos diante da mesma. Salomão destaca que quem somente observa o vento nunca semeará (Ec 11.4). Somente observar, contemplar e admirar não é suficiente. Se em um primeiro plano as palavras do sábio significam que deve haver empreendedorismo quer através de uma missão comercial, quer através de uma missão espiritual, em um segundo plano elas demonstram a necessidade da generosidade com o próximo. “Lançar pão”, portanto, significa ser condescendente com as necessidades dos pobres e menos favorecidos. E fazer alguma coisa e não somente contemplar o infortúnio do outro. É trazer o pão de longe para alimentar os famintos (Pv 31.14). Significa ser generoso! Em o Novo Testamento encontramos a preocupação da igreja para com os menos favorecidos (G12.10).].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Viver com propósito implica em tomar atitude evitando a passividade.


II. VIVENDO COM DINAMISMO
 
1. A imobilidade da árvore caída (vivendo do passado). Em relação ao texto de Eclesiastes 11.3, o escritor Derek Kidner destaca a metáfora da nuvem como um fenômeno meteorológico portador de leis próprias em desacordo com as leis e o tempo dos homens. Ele igualmente destaca o relato da árvore caída: ela não pediu licença para tombar e não houve homem que a impedisse de cair. Aqui, a vida mostra-se de forma imprevisível. Ela não é composta apenas de bons momentos, mas também de períodos desagradáveis. Então, o que fazer? Ficar aprisionado pela experiência passada sobre a qual nada mais se pode fazer, ou enfrentar o futuro com fé e coragem? [Comentário:  Os processos naturais da natureza, dirigidos pela Vontade Divina, continuam cumprindo seu dever. Esses processos nunca cessam; eles continuam repetindo suas tarefas determinadas. As nuvens são formadas mediante evaporação do mar; elas cobrem a superfície inteira do globo terrestre, depositando suas águas; os rios assim formados precipitam-se para os mares; a evaporação é contínua; a formação das nuvens é contínua; a chuva é contínua; a natureza obedece aos decretos divinos. E, então, se uma árvore cair (o que também acontece por decreto divino), isso poderá parecer uma orientação arbitrária, na direção sul ou norte, mas até a direção da queda de uma árvore está determinada. Quando a árvore bater no chão, jazerá exatamente onde caiu, o que serve de outra indicação da determinação divina. É ridículo dizer que podem chegar homens para movimentar aquela árvore, isso só estragaria a analogia. O ponto do versículo é que todas as coisas foram ordenadas de antemão, e não há mero acaso. Mas já que não sabemos como as coisas ficarão, se boas ou más, ou quando acontecerão, continuemos a fazer a parte que nos cabe: trabalhar com diligência e esperar pelo melhor. Não tenhamos medo dos ventos, é preciso semear e colher tudo quanto pudermos. Carma? Alguns estudiosos supõem que a árvore que cai e fica onde caiu seja uma declaração misteriosa acerca de como um homem inevitavelmente colhe aquilo que tiver semeado. Sua vida é como a queda de uma árvore: o que ele tiver feito levará a árvore a permanecer exatamente onde cair. A fortuna de um homem consiste em continuamente encontrar-se consigo mesmo. {CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2737.} A parte ‘a’ do versículo 3 talvez sugira a generosidade de Deus como uma nova motivação para a vida altruísta (cf. Mt 5.44-45). Caindo a árvore [...] aí ficará (3b) sugere claramente o elemento do destino inescapável. Mas o contexto do capítulo inteiro sugere que aqui Qoheleth esteja falando dos resultados inevitáveis das escolhas humanas. O tipo de vida que você leva determina o tipo de pessoa que você será. O julgamento final de Deus e a realidade da vida na fase adulta e da velhice levam a pessoa a tomar as decisões corretas já desde a juventude (cf. capítulo 9 e 12.1). {EARL C. WOLF. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 3. pag. 462}.].
 
2. O movimento do vento e das nuvens (vivendo o presente). Em Provérbios, Salomão usa frequentemente a linguagem metafórica para compartilhar as suas ideias. Uma metáfora que revela bem esse recurso é a da formiga e do preguiçoso (Pv 6.6). Em Eclesiastes, encontramos o mesmo princípio na metáfora do vento (Ec 11.4). Não são poucos os intérpretes da Bíblia que observam, nesse texto, a ideia de movimento e imprevisibilidade da vida. O vento movimenta-se o tempo todo e as nuvens mostram-se imprevisíveis. Eis a metáfora da vida! Olhá-la e queixar-se dela sem tomar uma firme e sábia decisão diante dos seus obstáculos equivalem a esperar que o vento e as nuvens passem. Dessa forma, o ser humano assiste a existência passar sem nada realizar de concreto. Quem tem fé não age assim. [Comentário:  Estando as nuvens cheias, derramam aguaceiros sobre a terra... (v. 3). Para quem este aguaceiro? Para todos, bons e maus, como nos ensina Jesus em Mateus 5.45. Deus se apresenta sempre como Deus da humanidade. Até na terra deserta chove para que as bestas da terra tenham capim para comer. A natureza é pródiga para com todos e tudo. Nós, porém, nos trancamos em nosso egoísmo e em nossa gula, e qualquer bem que poderíamos fazer não fazemos. As lutas das igrejas com as suas finanças, o que são senão a avareza, a ganância dos seus membros, que só pensam em si, sem se lembrarem dos pobres e sofredores? Tudo jaz à base da falta de simpatia pelo próximo. {Antônio Neves de Mesquita. Provérbios. Editora JUERP}.Muitos intérpretes da Bíblia observam que a ideia aqui é a de movimento e imprevisibilidade. O vento está se movimentando o tempo todo e as nuvens são imprevisíveis em seu movimento. E uma metáfora da vida que está em constante movimento e que não pode deixar de ser vivida por causa da sua imprevisibilidade! E o tempo presente no qual se vive e que exige uma tomada de decisão diante dos desafios que ele impõe. Ficar olhando para a vida e se queixar sem tomar uma atitude frente aos seus desafios assemelha-se àquele que apenas olha o vento e as nuvens. Ver a vida passar e passa batido pela vida!].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O texto de Eclesiastes 1.3-5 remonta a ideia de movimento e imprevisibilidade da vida.

 
III. VIVENDO COM FÉ E ESPERANÇA
 
1. Plantando a semente. Outra metáfora usada por Salomão é a do plantio (11.6). Essa figura descreve a atividade do agricultor. Ela ensina a arte de semear a vida. E isso requer ação! É preciso plantar a semente, pois é na existência que geralmente colhemos o que plantamos (Gl 6.7). Muitas vezes, a vida é dura, seca e arenosa para semear. Assim, a metáfora pode significar uma trajetória de trabalho árduo e difícil diante dos grandes obstáculos e desafios da existência humana. Nessa estrada, muitos até desistem de semear e terminam vencidos pelas dificuldades intransponíveis que ela lhes impõe. [Comentário:  O destaque aqui é a arte de semear! Assim como é preciso “lançar” também é necessário “semear”. Lançar e semear requer ação! E preciso plantar a semente, pois só colhe quem planta! (2 Co 9.6; Cl 6.7). Muitas vezes o solo da vida é duro, seco e arenoso e por isso semear se torna um trabalho árduo e difícil. Muitos desistem de semear porque as condições não são favoráveis. Desistem logo diante das primeiras dificuldades que a vida lhes impõe. Lawrence Richards sintetiza: “Embora ninguém possa controlar o futuro (v. 3), é melhor se preparar para ele, tão cuidadosamente quanto possível”. {GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 142-143}. Semeia pela manhã a tua semente: Um agricultor tem de ser ativo pela manhã e à noite, semeando e efetuando os atos normais envolvidos na agricultura. O que o agricultor fizer pode dar certo; todas as suas esperanças podem estar de acordo com aquilo que Deus já determinou, mas também podem discordar. Seja como for, ele continua trabalhando e esperando pelo melhor. O labor humano é vão (Ec 1.3), mas precisamos continuar cumprindo a nossa parte, deixando todas as coisas nas mãos de Deus. {CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2737}. Neste versículo, o conselho do autor é não evitar comprometer-se com as coisas, é realizá-las, mas deixar que Deus determine o sucesso ou o fracasso do empreendimento. {EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico Antigo Testamento com recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1004}. Se isto não é uma lição de confiança na providência divina, então não sabemos mais nada. Noutro lugar discutimos os males da ganância humana: a usura, o egoísmo, e aqui temos como o corolário. Lições de confiança em Deus, que tudo governa, tudo administra e com tal precisão, que a nossa terra, que dá uma volta sobre si mesma em 24 horas, nunca se atrasou um minuto. Prontamente está, pela manhã, no mesmo ponto do espaço. Quem lhe deu corda para andar sempre sem parar? Quem fez este mecanismo de tão perfeita execução? Oh! meus leitores! Se vocês comparassem coisas com coisas, iriam ver que somos os maus da terra e do mundo, aos quais, nada obstante, Deus deu tanto saber, tanta felicidade e meios para gozá-la. {Antônio Neves de Mesquita. Provérbios. Editora JUERP.}].
 
2. Germinando a semente. A metáfora também nos ensina que, embora semeemos a terra, não podemos fazer a semente germinar (Ec 11.6). Salomão observa a vida como um grande campo de solos variáveis. Ao agricultor, pois, resta saber em qual valerá a pena semear, pois a semente não germinará em qualquer terreno. Muitos fatores devem ser levados em conta na germinação da semente: a qualidade do solo, o clima, etc. É urgente que o agricultor persevere nesse empreendimento, mas que igualmente tenha fé e esperança de que a semente germinará. De nada adianta observar o caos em que se encontra a sociedade e não tomar nenhuma atitude. Façamos a nossa parte como agricultores do Reino de Deus: semear a genuína Palavra de Deus no coração de toda a criatura humana (Lc 8.5-15) e auxiliar o próximo necessitado (2Co 8-9). [Comentário:  A atividade de semear, plantar é uma operação de risco e exige fé de quem semeia ou planta. Pode ser que a semente plantada não germine e tudo que o semeador semeou tenha sido em vão. Mas era um risco que ele precisava correr. Não há dúvida de que Salomão via a vida como um grande campo e com ele uma grande variedade de solos. Com certeza havia muitos solos nos quais fosse não atrativo semear, mas o agricultor só saberia que a semente germinaria se semeasse. O que dependeria também do clima. Era, portanto, preciso fé, perseverança e esperança. Uma bela metáfora da lei da sementeira espiritual. De nada adianta ficarmos observando o caos social e não tomarmos nenhuma atitude. É necessário que façamos a nossa parte semeando a genuína Palavra de Deus nesse solo duro e pedregoso (Lc 8.5-15). “Levante-se, plante a sua semente em diversos lugares”, escreve Ed René Kivitz, “diversifique, pois você não sabe quase nada: “assim como você não conhece o caminho do vento, nem como o corpo é formado no ventre de uma mulher, também não pode compreender as obras de Deus, o Criador de todas as coisas” (11.5). Por isso, mexa-se, movimente-se, recicle, aprenda, cresça, trabalhe! O Eclesiastes nos chama para o trabalho sem ilusões: ainda que o aleatório atravesse o curso das coisas e faça uma bagunça nas expectativas e probabilidades, trabalhe”. {GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 143-144}. O autor está lidando com fenômenos que escapam à nossa Inteligência e observação. Quem sabe o caminho do vento? Jesus mesmo advertiu Nicodemos afirmando que o vento sopra e não sabemos de onde vem nem para onde vai (Jo 3.8); no entanto, faz a sua ronda pela terra de acordo com as determinações do seu Autor. É o mesmo que dizer que muitas coisas que constituem o cerne da vida escapam à nossa direção, e nem por isso deixam de cumprir a sua missão. De acordo com essa diretriz, não vamos alterar a ordem dos fatos que não controlamos, mas continuemos a rodar o filme da vida como se tudo estivesse debaixo de nosso controle. Igualmente, não sabemos como se formam os ossos (da criança) no ventre materno; todavia, isso em nada influi no nascimento de crianças, pois tudo está dentro do cronograma divino, em que nada falha. Parece-nos que o autor está dando, ou pretendendo dar, lições aos que desejam governar os tempos e as estações e calcular o que vai acontecer com o seu dinheiro, com as coisas que estão nas suas mãos, esquecendo-se que tudo é obra de Deus, que faz todas as coisas. É maravilhoso notar a ordem da criação: as flores, os passarinhos chilreando, os pombinhos esvoaçando, as minhocas se enroscando debaixo das pedras, cada qual cumprindo a sua tarefa. Parece que os seres humanos são rebeldes à natureza, e nem recordam que Deus faz todas as coisas. Um pouco de fé não faria mal a ninguém. {Antônio Neves de Mesquita. Provérbios. Editora JUERP}.].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Devemos plantar sementes para vida, germinando a Palavra de Deus e cuidando do próximo necessitado.
 
IV. VIVENDO COM RESPONSABILIDADE
 
1. Fazendo escolhas responsáveis. Eclesiastes 11.9 é uma séria admoestação aos jovens. Eles são convidados a viver a vida, mas devem se portar, em todas as ocasiões, como pessoas responsáveis e tementes a Deus. Assim, reconhecerão o Pai Celeste como a sua satisfação maior. [Comentário:  A sua exortação a um viver com propósito alcança agora de uma forma específica àqueles estão no alvorecer da vida, os jovens. Mas como vem fazendo durante todo o livro de Eclesiastes, Salomão não nega o lado alegre da vida: “Alegra-te, jovem, na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos” (Ec 11.9). O jovem é convidado a viver a vida com intensidade e responsabilidade. Isso inclui fazer de Deus e das coisas que o agradam o centro de satisfação de sua vida, pois tudo o que Deus fez foi para o nosso aprazimento (1 Tm 6.17). Que podemos dizer agora aos jovens tão plenos de entusiasmo? Devemos dizer-lhes as mesmas coisas que dizemos aos homens maduros. Vocês têm a juventude, usem-na nos pequenos prazeres da vida, animem o coração com as coisas que parecem boas; cumpram o que seus olhos pedem, obtendo coisas boas e agradáveis. Mas Deus implantou no entretecido da própria existência Seus inevitáveis julgamentos contra os excessos. Por outra parte, provavelmente vocês sofrerão grandes reversões, independentemente de viverem em meio a excessos ou de maneira moderada. Contudo, se vocês quiserem tirar proveito dos pequenos prazeres da vida, isso é o melhor que poderão fazer. Além disso, tentem tirar da mente, enquanto vocês são jovens, o fato da negridão do nada que fatalmente virá. Essa condição em breve chegará. O triste filósofo novamente enfatizou seu lema de vida: os prazeres moderados, com os quais um homem poderá apimentar sua vida, para aliviar um pouco suas misérias. Dou notas expositivas completas sobre esse aparente epicurismo, em Eclesiastes 2.24-25. A verdadeira posição do autor, entretanto, era a do niilismo: não existem valores reais e duradouros na existência humana. Portanto, temos aqui um pacote entristecedor, como sempre: Epicurismo (um valor falso), misturado ao Pessimismo (a verdade real das coisas) e ao Niilismo (a verdadeira avaliação da vida). {CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2738.} Se Salomão foi o autor de Eclesiastes e escreveu-o no fim de sua vida, então a mensagem fica ainda mais clara. Ele fala aos jovens (Pv 1.8; 2.1; 3.1), incentivando-os a aprender as lições que ele aprendera no decorrer de sua vida extraordinária. Este versículo não é um estímulo a viver em pecado satisfazendo os desejos sexuais (Nm 15.39), como se supõe na interpretação do conselho anda pelos caminhos do teu coração. Pelo contrário, exorta o jovem a divertir-se, mas sem esquecer que DEUS julgará o seu modo de proceder (Ec 3.17; 12.14)].
 
2. Assumindo as consequências. Há uma razão para vivermos de maneira alegre, mas ao mesmo tempo de forma responsável e santa. Nossas ações trazem consequências. Tal como o sábio disse no versículo 10. Viver a vida com intensidade não é agir de forma desregrada e pecaminosa, mas experimentar o seu verdadeiro sentido: glorificar a Deus. Portanto, jovem, viva a vida com intensidade, mas não se esqueça: glorifique a Deus com o seu testemunho, pois de tudo o Senhor nos pedirá conta. Vivendo assim, quando a velhice chegar, não teremos o que lamentar. [Comentário:  Esse viver alegre, mas de forma responsável tem uma razão de ser — nossas ações têm consequências. E isso o que o sábio diz: “sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas. Afasta, pois, do teu coração o desgosto e remove da tua carne a dor, porque a juventude e a primavera da vida são vaidade” (Ec 11.9,10, ARA). Viver a vida com intensidade está longe do viver desregrado, onde é dado vazão aos instintos numa espécie de “vale tudo”. Não, não é isso! É viver sabendo que nossas ações gerarão consequências. Consequências que quem vive na primavera da vida não costuma lembrar nem medir. Viva a vida, mas viva para Deus e dessa forma não lamentará quando chegar a velhice. Deus vai pedir contas do modo como os olhos se alegram e de como o coração se regozija. Nada ficará por julgar. O capítulo 11 de Eclesiastes é um convite à ação. É uma resposta contra a mesmice. É um convite a um mergulho na fé que assume riscos, já que o mundo à nossa frente é um terreno desconhecido. É, portanto, um “lançar-se” e “semear”. É também um “alegrar-se” com as maravilhas com as quais a vida nos presenteou. Mas também é um “afastar-se”. Afastar-se daquilo que promete produzir adrenalina, mas que ao final prova ser extremamente amargoso. A expressão no hebraico para juventude significa “alvorecer da vida”. A vida tem o seu alvorecer (a juventude), bem como a sua noite (a idade avançada). Ambas as fases são igualmente melancólicas e vãs, mas a juventude parece ser melhor que a idade provecta. O termo hebraico, shakaruth - juventude, ocorre somente aqui, em todo o Antigo Testamento.
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
Viver com responsabilidade é fazer escolhas responsáveis na vida assumindo as suas consequências.
CONCLUSÃO
O capítulo 11 de Eclesiastes é um convite à ação. É uma resposta à mesmice. É um convite a mergulharmos na fé e agir de acordo com a vontade de Deus, não temendo as dificuldades que virão pela frente. É lançar-se para semear. É alegrar-se com as maravilhas que o Senhor nos presenteou. Mas significa igualmente afastar-se do pecado e da iniquidade, pois, no final, teremos de dar conta de todos os nossos atos perante Deus. Então, glorifiquemos ao Senhor com a nossa existência. [Comentário:  Salomão foi moço. Se foi ele que escreveu este livro ou parte dele, lembrou-se do seu tempo, talvez meio desperdiçado. Pouco sabemos da sua criação, da sua juventude. Os relatos de 1º Reis nada nos contam da mocidade de Salomão, a não ser que, sendo Davi já velho, Natã e Bate-Seba cuidaram de passar o trono ao moço (1º Reis 1.11). De qualquer modo, este livro, que respira ao fôlego de Salomão, nos dá muitas lições para a mocidade. Regozija-te. É um corolário dado por Eclesiastes à doutrina do tempo. Convém recordar que os prazeres concedidos à juventude não são pessoais ou para uso exclusivo da pessoa. Eles têm relações profundas com o bem-estar da raça, a que todos nós pertencemos. Portanto, será sempre recomendável recordar o que há de bom para interessar a todos. Nada de egoísmo, dá personalismo, pois isso ofende a Deus, que trata a todos como membros de uma família e dá os bens para gozo particular, sim, mas visando o bem de todos. Os que abusam dos prazeres terminam amargurados da vida, e quantas vezes amaldiçoando os mesmos prazeres, pelo abuso que deles fizeram. Usar, sim; abusar, não. São uma espécie de mordomia concedida pelo bondoso Criador, e não temos o direito de esbanjar esses dons de nossa natureza física, que constituem nossa alegria e felicidade, quando bem usados].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
 
Extraído do blog: auxilioaomestre