COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO
Nesta semana estudaremos sobre a Eleição e a
Predestinação. Veremos que, em Cristo, fomos eleitos para a salvação e
predestinados a desfrutar das bênçãos espirituais preparadas por Deus aos
eleitos em Cristo. Nesse sentido, a lição tem o objetivo geral de informar que
Deus soube de antemão, por meio de sua presciência, quais as pessoas creriam e
que, em Cristo, seriam predestinadas a receberem essas bênçãos. Nesse aspecto,
você deve trabalhar pontos bem específicos: (1) Esclarecer a diferença entre
eleição e predestinação; (2) explicar como ocorreu a eleição divina desde antes
à fundação do mundo; (3) constatar que a predestinação bíblica retrata as
bênçãos concedidas aos eleitos. Basicamente esses são os assuntos que permearão
a lição.
Resumo da lição
Toda lição culminará para mostrar que a eleição é
segundo a presciência divina. Esse é o ponto central do assunto. Tendo isso em
mente, você desenvolverá o primeiro tópico mostrando que a eleição para a
salvação ocorreu por iniciativa de Deus em Cristo Jesus e não por causa da obra
humana. Nesse sentido, nós destacamos aqui o amor de Deus pelo pecador.
Distinguindo a eleição da predestinação, no segundo
tópico você deve desenvolver o conceito de predestinação mostrando que o
Altíssimo predestinou os eleitos para serem filhos por adoção, tendo a imagem
de Cristo e serem herdeiros das bênçãos espirituais. Aqui, deve ficar claro que
na Bíblia não existe a ideia de uma dupla predestinação, onde Deus decretaria
que uns fossem para o céu e outros para o inferno.
Logo, se a predestinação não se refere à condenação
eterna, o terceiro tópico reafirma essa verdade mostrando que ela está ligada
diretamente a salvação e que esse ato está diretamente ligado ao amor de
Deus.
Uma dica importante
Os termos “eleição” e “predestinação” são
importantíssimos para serem bem dominados a fim de que você tenha segurança
quando for expor a lição. Por isso, sugerimos algumas obras para a sua consulta
e preparo: (1) Bíblia de Estudo Pentecostal; (2) Arminianismo
Puro e Simples; (3) Arminianismo – A Mecânica da Salvação;
(4) Teologia Sistemática: uma Perspectiva Pentecostal; (5) Comentário
Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Ambas as obras são editadas pela CPAD.
Portanto, prepare-se bem e tenha uma boa
aula!
Subsídio
extraído da Revista Ensinador Cristão - Ano 21 nº 81 (Jan/Fev/Mar)
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a
eleição e a predestinação, duas doutrinas de suma importância, que diz respeito
a soteriologia; veremos o que significam esses termos à luz das Escrituras; e
quais as principais distorções interpretativas sobre a eleição e predestinação
e sua respectiva refutação.
I – O QUE É
ELEIÇÃO
1.1 Definição etimológica e
exegética. O termo eleição advém do latim: “electionem”
que quer dizer: “ato de eleger, escolha” (ANDRADE, 2000, p. 133). Atrelado a
eleição encontramos os termos gregos: “eklektós”, que significa literalmente:
“escolhido, eleito” (formado de ek, “de”, e legõ, “juntar, escolher”), e é
usado para designar: (a) Cristo, o escolhido de Deus, como Messias (Lc 23.55),
como a principal pedra de esquina (1Pd 2.4,6); (b) os anjos (1Tm 5.2); e, (c)
os crentes (Rm 8.33; Cl 3.12; 2Tm 2.10; Tt 1.1; 1Pd 1.2; 2.9). Como também o
termo: “eklegõ”, “escolher, selecionar, eleger, escolher para si mesmo”, não
implicando necessariamente a rejeição do que não é escolhido, mas escolher com
as ideias subsidiárias de generosidade, favor ou amor (Jo 6.70; 13.18;
15.16,19; 1Co 1.27,28; At 13.17; 15.7; Ef 1.4; Tg 2.5) (VINE, 2002, pp. 584,608
– acréscimo nosso).
1.2 Definição teológica. De acordo com Thiessen (2009, p. 246) eleição é: “o ato soberano
de Deus em graça, pelo qual Ele escolheu em Jesus Cristo para a salvação todos
aqueles que de antemão sabia que O aceitariam. Esta é a eleição em seu aspecto
redentor”. Em termos práticos a eleição bíblica diz respeito a verdade que:
“[…] pela presciência divina, Deus soube quem iria crer e perseverar em Cristo
desde a eternidade e elegeu-os conforme a sua vontade e, para esses eleitos,
determinou propósitos específicos” (1Pd 1.2) (BAPTISTA, 2020, p. 34). A eleição
é a escolha graciosa feita por Deus daqueles que estão em Cristo para formarem
o Seu povo (Ef 1.4).
II – A
ELEIÇÃO À LUZ DAS ESCRITURAS
2.1 A eleição é cristocêntrica. Fora de Cristo não existe eleição para nenhuma pessoa; do início
ao fim a bênção de Deus é realizada “em Cristo” como vemos o apóstolo declarar:
(a) nos abençoou em Cristo (Ef 1.3); (b) nos elegeu nEle (Ef 1.4); (c) nos
predestinou para filhos por Jesus Cristo (Ef 1.5); (d) nos fez agradáveis a si
no Amado (Ef 1.6); (e) em quem temos a redenção (Ef 1.7); (f) nEle fomos feitos
herança (Ef 1.11). A expressão paulina “em Cristo” aparece 106 vezes nas suas
epístolas. Somadas às suas equivalentes “no Senhor e nEle”, o número é 160
vezes (36 das quais apenas em Efésios) (STAMPS, 1995, p. 1807). Ficando claro
que, estar em Cristo é a condição para fazer parte do povo eleito (Rm
8.1,29-10,39; 1Pd 2.9). Todos estão entre os não-eleitos até que estejam nEle
(Cristo). Estar em Cristo é estar em união redentora com Ele; e para estar nEle
a condição é: (a) fé (Jo 1.11,12; 3.18; At 16.31; Rm 1.16,17; 5.1; Gl 3.26;
5.6; Ef 2.8; Cl 2.12;); e, (b) arrependimento (Mc 1.15; At 2.38; 3.19; 17.30).
2.2 A eleição é corporativa. As Escrituras sempre que tratam da doutrina da eleição, sempre
usam o plural: “nos elegeu” (Ef 1.4). Na epístola as Efésios Paulo refere-se
aos eleitos sempre como um conjunto, como: (a) um corpo (Ef 1.23; 2.15,16; 3.6;
4.4,12,16,25; 5.23,30); (b) uma família (Ef 2.19; 3.15); e, (c) um edifício (Ef
2.20-22). De modo que o foco não são indivíduos, mas o grupo, a Igreja, formada
por todos aqueles que creram em Cristo e permanecerão até o fim (Ef 1.22; 3.10;
5.23-25,27,29,32).
2.3 A eleição é segundo a
presciência de Deus. A eleição ou escolha de
Deus não é arbitrária, de forma que alguns sejam destinados à salvação e outros
à perdição, sem levar em conta a disposição de cada indivíduo, como Paulo
afirma: “[…] os que dantes conheceu, também os predestinou [...] (Rm 8.29). O
detalhe é que estes que Deus conheceu, do grego: “proginosko” que significa:
“ato de saber de antemão”, conforme a construção da oração paulina, são:
“aqueles que amam a Deus” (Rm 8.28), ou seja, Deus previu ou pré conheceu
aqueles que o amariam e continuariam a amá-lo até o fim, e os predestinou a
serem feitos conforme a imagem de Cristo. O apóstolo Pedro corrobora esta
doutrina asseverando que: “somos eleitos, segundo a presciência de Deus Pai”
(1Pd 1.2). Fica claro que a presciência vem antes da eleição e da subsequente
predestinação (DANIEL, 2017, p. 431 – acréscimo nosso). Os eleitos são
constituídos, não por decreto absoluto, mas por aceitação das condições do
chamado de Deus (Jo 3.16; Rm 10.13).
III –
FALSAS CONCEPÇÕES A RESPEITO DA ELEIÇÃO
3.1 Eleição incondicional. Para os que defendem este ponto de vista, a escolha divina se dá a
um grupo seleto de forma incondicional, ou seja, que Deus desde a eternidade
passada, já determinou para a salvação, sendo os demais predestinados por Deus
à condenação eterna. No entanto, esta doutrina não é ensinada nas Escrituras
(Ez 18.23,32; 33.11; 1Tm 2.3,4; 2Pd 3.9), que mostra claramente que Deus é bom
para com todos (Sl 145.9), é inteiramente imparcial (Tg 3.17), não faz acepção
de pessoas (At 10.34), e deseja que todos sejam salvos (1Tm 2.3,4). Podemos
então dizer que: todos os homens são igualmente, dignos de Sua condenação e,
igualmente, indignos de Sua graça (HUNT, 2015, p. 354 – acréscimo nosso).
3.2 Eleição individual. A eleição individual só aparece na Bíblia em relação a “chamados
específicos” de pessoas para serviços diversos (Is 45.1-4). Deus sabendo que
determinadas pessoas lhe seguirão e segundo os propósitos que Ele tem em vista
serem realizados, escolhe alguns indivíduos para exercerem funções de
relevância em seu Reino. Entre outros podemos citar: (a) Jeremias (Jr 1.5); e,
(b) Paulo (At 9.15). Essa chamada é um ato soberano de Deus (Sl 105.26; 43.13;
Sl 78.70-72), que escolhe, nomeia, capacita e envia (Mt 9.37,38; 20.1-14; Lc
10.2; Jo 15.16; Ef 4.8-12) a quem Ele quer (Mc 3.13,14). Vale salientar que,
esta escolha de Deus, também está diretamente ligada a livre escolha de quem
por ele é chamado.
IV – O QUE
É PREDESTINAÇÃO
4.1 Definição etimológica e
exegética. O vocábulo “predestinação”, vem do grego:
“prooridzo”, que significa: “assinalar diante mão”. A preposição grega: “pró”
trás a ideia de: “uma atividade feita de antemão”, já a expressão: “oridzo”
quer dizer: “dividir com fronteira, definir” (SILVA, 1989, pp. 11,12 –
acréscimo nosso). De modo que predestinação significa: “destinar com
antecipação”. À luz do Novo Testamento, o termo equivalente a predestinação ocorre
seis vezes, traduzido por: (a) ordenou antes (1Co 2.7); (b) anteriormente
determinado (At 4.28); e, (c) destinar (Rm 8.28,30; Ef 1.5,11). Com o passar do
tempo, o vocábulo predestinação tornou-se sinônimo de “decreto divino” e com
este sentido, passou a indicar um conjunto de palavras e expressões com os
seguintes resultados: (a) determinado conselho (At 2.23); (b) beneplácito (Ef
1.9); e, (c) propósito da Sua vontade (Ef 1.11) (SILVA, 1989, pp. 11,12 –
acréscimo nosso).
4.2 Definição teológica. Do ponto de vista teológico predestinação diz respeito a:
“propósito determinado por Deus desde a eternidade para os que estão em
Cristo”. Desse modo, é bom que se destaque que embora estejam intimamente
relacionadas, eleição e predestinação não são uma e mesma coisa. Eleição
significa escolha, enquanto predestinação tem a ver com o fim dado aos
escolhidos. Eleição é o ato pelo qual Deus escolhe homens para si mesmo;
predestinação é o ato determinativo de Deus quanto ao destino dos que Ele
escolheu. Predestinação, na Bíblia, não tem a ver com escolha, mas com o
destino dado àqueles que já foram escolhidos (DANIEL, 2017, pp. 424,425 – grifo
nosso).
4.3 O objetivo da predestinação. Podemos afirmar à luz dos ensinos do apóstolo Paulo, que três são
os objetivos da predestinação bíblica em relação aos salvos em Cristo: (a)
serem filhos de adoção (Ef 1.5); (b) serem coerdeiros com Cristo (Ef 1.11); e,
(c) serem conforme a imagem de Cristo (Rm 8.29). Predestinação à luz da Bíblia,
não tem por objeto a fé (não define se alguém vai crer ou não) […] trata-se da
definição divina daquilo em que aqueles que estão em Cristo se tornarão ao
final (DANIEL, 2017, p. 424).
V – FALSAS
CONCEPÇÕES A RESPEITO DA PREDESTINAÇÃO
A problemática a respeito da
predestinação não é se ela existe ou não, como alguns pretensiosamente querem
fazer pensar, pois a Bíblia deixa muito claro que a predestinação é uma
doutrina bíblica (Rm 8.29,30; Ef 1.5,11), de modo que o ponto a ser considerado
é como ocorre essa predestinação (OLIVEIRA, 2016, p. 17– acréscimo nosso).
Vejamos portanto algumas falsas concepções a respeito:
5.1 Dupla predestinação. A predestinação dentro desta falsa perspectiva seria: “o decreto
eterno de Deus, pelo qual […] alguns são predestinados à vida eterna, e outros
à condenação eterna […]”, segundo esta afirmativa, implica que: “aqueles,
portanto, a quem Deus ignora, Ele reprova, e por nenhuma outra causa, senão
porque Ele tem prazer de os excluir da herança que Ele predestina para seus
Filhos [...]”. Tal doutrina deve ser rejeitada, visto que isso é no mínimo uma
calúnia contra o caráter de Deus, dizer que rejeitar pessoas O agrada! (HUNT,
2015, pp. 390,391 – acréscimo nosso), como também contraria frontalmente as
Escrituras (1Tm 2.4; ver Jo 3.16,17; 6.37). A Bíblia não fala em lugar algum
sobre predestinação dupla. Ela só fala de predestinação em um sentido: em
relação aos salvos em Cristo, ou seja o propósito determinado por Deus desde a
eternidade para seu povo (Ef 1.5,11; Rm 8.29) (DANIEL, 2017, pp. 423,424).
5.2 Predestinação fatalista. Fatalismo é uma crença distorcida da doutrina da predestinação,
uma vez que ela atribui as ações e escolhas do homem ao “determinismo” de Deus.
De modo que, se Deus não o eleger e predestinar incondicionalmente, embora
querendo ser salvo não o poderá ser, pois lhe é negado essa graça. Vieram ao
mundo, recebem benefícios naturais, ouvem o evangelho, mas não poderão ser
salvos, uma vez que Deus decretou de antemão, a perdição deles. Tal ensino não
tem base nas Escrituras, uma vez que a predestinação bíblica não é uma
manipulação divina das escolhas do homem, isso o faria um fantoche, sem
capacidade de escolha e de vontade, o que não se harmoniza com várias passagens
bíblicas. A Bíblia deixa claro que nós podemos agir livremente, ao invés de
sermos robôs programados apenas para seguir comandos pré-determinados (Gn
4.6,7; Js 25.15; Dt 28.1,15; 30.19; Jr 4.1,2; Sl 119.30; 1Pd 2.16; 5.2; Fm
v.14; Gl 5.13).
CONCLUSÃO
A eleição e predestinação é um
tema fundamental para a compreensão da doutrina da salvação, que percorre as
Escrituras Sagradas do começo ao fim. Um Deus soberano que a todos concede o
favor da salvação.
Ev. Caramuru
Afonso Francisco. Disponível em: https://www.portalebd.org.br
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
A eleição e a
predestinação são termos importantes na compreensão da doutrina da salvação.
Esses vocábulos ligados entre si elucidam o plano divino de salvar os
pecadores. Nesta lição abordaremos os conceitos bíblicos e a interpretação
pentecostal referente à eleição e à predestinação. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º
Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Antes de iniciar a
discussão acerca do tema proposto, acredito ser vital esclarecer que, quando o
arminianismo surgiu, em meados do século 17, os herdeiros dos reformadores
entenderam isso como uma volta para Roma. [Timothy George. Teologia dos
Reformadores. São Paulo, SP: Vida Nova, 1993.]. Isso não implica dizer que,
antes de Armínio, todos os protestantes pensavam igualmente sobre essas
questões (veja aqui sobre
isso). Os termos propostos para estudo nos falam do Plano da
Salvação que Jesus, por amar-nos singularmente, consumou no Calvário. Tendo a
predestinação como uma de suas principais colunas, é eficaz para livrar-nos do
pecado e da ira vindoura. Veremos com a ajuda de Deus, que a predestinação
ensinada nas Escrituras Sagradas é sempre salvadora. Os que Deus predestina,
predestina-os sempre à salvação. E, quando alguém se perde, perde-se por não
haver se curvado ao senhorio de Jesus Cristo.
I. ELEITOS PARA UMA VIDA SANTA E IRREPREENSÍVEL
A dádiva da
eleição precede a nossa existência. Antes da fundação do mundo, Deus planejou
salvar e capacitar para uma vida de santidade os que Ele elegeu de antemão.
1. A Eleição
divina. Eleição traz a ideia de
escolha. Aos Efésios (1.4), Paulo menciona três aspectos dessa escolha: (1) Em
quem fomos escolhidos? Em Jesus, por isso ela é Cristocêntrica; (2) Em que
tempo se deu essa escolha? O tempo é dito como “antes da fundação do mundo”;
(3) E qual a finalidade? Para que fôssemos “santos e irrepreensíveis”. Donald
Stamps, editor da Bíblia de Estudos Pentecostal, afirma que a eleição de
pessoas ocorre somente em união com Jesus Cristo e que ninguém é eleito sem
estar unido a Cristo pela fé. Nossa Declaração de Fé assevera que Deus elegeu a
Igreja desde a eternidade, antes da fundação do mundo, segundo a sua
presciência (1 Pe 1.2). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
A eleição indica o ato
de Deus separar alguns indivíduos de entre a raça humana caída para a salvação.
A eleição destes indivíduos ocorreu antes da fundação do mundo (Ef 1.1-13). A
eleição aparece na Bíblia em diferentes sentidos. Temos a eleição de Israel
como um povo separado para um serviço especial (Dt 4.37; Os 13.5). Alguns
indivíduos são eleitos (escolhidos) para desempenhar um ofício ou determinado
serviço (Dt 18.5; 1Sm 10.24; Jr 1.5; At 9.16). Lemos também sobre a eleição de
indivíduos para serem recebidos como filhos de Deus através da obra redentora
de Cristo (Mt 22.14; At 13.48; Rm 1.5; Ef 1.4).
2. As condições da
eleição. A Bíblia de Estudo
Pentecostal ensina que a eleição para a salvação em Cristo é oferecida a todos
(Jo 3.16; 1 Tm 2.4-6), e torna-se uma realidade para cada pessoa de acordo com
seu prévio arrependimento e fé (2.8; 3.17). Entretanto, esse meio não é
meritório e ninguém pode cumpri-lo sem a graça de Deus. Desse modo, fomos
eleitos por iniciativa divina por causa da graciosa Obra de Cristo e não pelas
nossas obras (2.8-9).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Na língua Portuguesa
temos a seguinte definição do termo eleição: "Eleição
significa 'ato de eleger; escolha, opção, preferência, predileção'." (apud
LIMA, 2008, p. 82). No Novo Testamento, há 22 ocorrências do verbo
"escolher" ou "eleger" (eklego), sendo que, em sete
ocorrências apenas se referindo a pessoas como os objetos da eleição para a
vida eterna (Mc 13.20; At 13.17; 1 Co 1.27, 28; Ef 1.4; Tg 2.5). Eklektos (substantivo),
também aparece 22 vezes, sendo 17 casos se referindo a pessoas como
"eleitos" de Deus, os escolhidos para vida eterna (Mt 22.14; 24.22,
24,31; Mc 13.20, 22,27; Lc 18.7; Rm 8.33; Cl 3.12; 2 Tm 2.10; Tt 1.1; 1 Pe 1.1;
2.9; 2 Jo 1, 13; Ap 17.14). Também há o uso da palavra haireo três
vezes, sendo que apenas uma se refere a Deus "escolher" pessoas para
a salvação (2Ts 2.14).
Simplificando, os "eleitos de Deus"
são aqueles que Deus predestinou para a salvação. Eles são chamados de
"eleitos" porque essa palavra denota o conceito de escolher. Se é
escolha, não pode ser entendida que ela é ‘oferecida’, muito menos a ‘todos’,
como defende a BEP citada no comentário; não há sentido numa eleição que não
elegeu.
Como a revista defende
a visão presciente ou de presciência, onde Deus, através de sua onisciência,
sabe quem vai no curso do tempo escolher de própria vontade colocar a sua fé e
confiança em Jesus Cristo para a sua salvação, Deus elegeu estes indivíduos
"antes da fundação do mundo" (Ef 1.4); logo, ela não está sendo
oferecida, no sentido de como se oferece uma mercadoria a prováveis
compradores. De forma simples e bíblica, entende-se por eleição, uma escolha
feita por Deus de um povo, algo ou alguém.
Como o subtópico propõe As condições
da eleição, vamos definir com está na própria Bíblia de Estudo Pentecostal:
"A eleição é cristocêntrica, i.e., a eleição de pessoas ocorre somente em
união com Jesus Cristo. Deus nos elegeu em Cristo para a salvação. O próprio
Cristo é o primeiro de todos os eleitos de Deus. A respeito de Jesus, Deus
declara: 'Eis aqui meu servo, que escolhi (Mt 12.18; cf. Is 42. 1,6; 1 Pe 2.4).
Ninguém é eleito sem estar unido a Cristo pela fé." (STAMPS, 1995, p.
1808). – Assim, a condição ‘Sine qua non’ da eleição é depositar fé em Cristo.
As Escrituras também nos revelam que a fé é a condição para que alguém seja
salvo (At 16.31); "A condição sine quanon [sem a qual não] para a salvação
do indivíduo é a fé em Jesus Cristo." (TITILLO, 2015, p. 54).
3. Vida Santa e
irrepreensível. Paulo
enfatiza que a eleição tem a finalidade específica de sermos “santos e
irrepreensíveis diante dEle” (1.4). Nesse aspecto, o vocábulo grego hagios
(santo) significa “separado do pecado” (1 Pe 1.15,16); o adjetivo grego amõmos
(irrepreensível) expressa algo “sem defeito” ou “inculpável” (Fp 2.15). Os
termos apontam para a santificação, isto é, o mais alto padrão ético e moral de
vida para agradar a Deus, que nos elegeu em Cristo (5.1-3). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º
Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Santos e
irrepreensíveis perante ele (Ef 1.4) descreve tanto o propósito quanto
o resultado da escolha de Deus daqueles que serão salvos. As
pessoas iníquas são declaradas justas, os pecadores indignos são declarados
dignos da salvação, tudo porque são escolhidos "nele" (Cristo).
Refere-se à justiça imputada de Cristo concedida a nós, a justiça perfeita que
coloca os cristãos numa posição santa e irrepreensível diante de Deus (Ef 5.27;
Cl 2.10), embora no viver diário não consigamos atingir o seu padrão santo, em
amor. De fato, a vida santa e irrepreensível é fruto da eleição em Cristo, não
um meio para ser eleito! Essa expressão é mais bem entendida à luz do versículo
5, onde temos o motivo divino do propósito eletivo de Deus (Ef 2.4; Dt 7.8).
4. A nova vida dos
eleitos. O tema é apresentado com
exortações contra a velha conduta, tais como: mentira, furto, palavras torpes,
amargura, ira e cólera (4.22,25, 28,29,31). E ainda severas advertências contra
a fornicação, impureza, avareza e embriaguez (5.3,15,18). A finalidade é
apresentar a Deus uma “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga... mas santa e
irrepreensível” (5.27). Não obstante, somente o Espírito Santo capacita o
crente para esse novo estilo de vida (Gl 5.22-25). Trata-se, portanto, de um
processo contínuo de santificação até a glorificação final no dia de Cristo (2
Co 3.18). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
A salvação é a união
espiritual com Jesus Cristo que é descrita como a morte e o sepultamento do
velho ser, e a ressurreição do novo ser andando em novidade de vida. Essa
transformação é tratada por Paulo em Romanos 6.2-8, onde ele defende que isso é
verdade se, em Cristo, morremos e fomos sepultados com ele; então, também
estaremos unidos a ele na sua ressurreição. Há uma nova qualidade e caráter
para a nossa vida, um novo princípio de vida. Trata-se da regeneração do
cristão. Enquanto o pecado descreve a vida antiga, a justiça descreve a nova! A
graça salvadora torna os cristãos santos por meio da ação da Palavra de Deus
(Tt 2.1-9; 3.5); desse modo, eles podem ser a noiva pura.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
O que é Eleição? Quais
as condições da eleição bíblica? O que se espera da nova vida dos eleitos? A
necessidade de se ter uma vida santa e irrepreensível é um dos propósitos da
eleição? Essas são algumas perguntas que você pode fazer para introduzir a
lição, mais especificamente, o primeiro tópico. O tema desta lição é muito
importante para uma compreensão bíblica adequada acerca do desdobramento do
milagre da salvação na vida do crente. Por isso, prepara-se para essa aula e,
com o auxílio das perguntas anteriores, estimule a classe a refletir sobre a
importância do assunto. Deixe claro que Deus nos elegeu em Cristo para a
salvação, bem como para viver uma vida santa e irrepreensível.
II. PREDESTINADOS PARA FILHOS DE ADOÇÃO
A palavra
“predestinar” mostra que o destino dos eleitos foi feito na eternidade.
1. A
predestinação. O termo
grego proorizõ, traduzido como predestinar (1.5a), é formado pelo vocábulo
orizõ que significa “determinar” e pela preposição pro que indica algo feito
“antes”, ou seja, predestinar significa literalmente “determinar antes”. A
Bíblia de Estudo Pentecostal esclarece que a predestinação se aplica aos
propósitos de Deus inclusos na eleição. Que a eleição é a escolha feita por
Deus, “em Cristo”, de um povo para si mesmo (1.4), e que a predestinação
abrange o que acontecerá ao povo escolhido por Deus (1.5). Por conseguinte,
nossa Declaração de Fé ensina que a predestinação dos salvos é precedida pelo
conhecimento prévio de Deus daqueles que diante do chamamento do Evangelho
recebem a Cristo como seu Salvador pessoal e perseveram até o fim (Rm 8.29,30).
Logo, foi vontade de Deus reconciliar os pecadores e torná-los seus filhos
(1.5b). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
A palavra traduzida
frequentemente como "predeterminar" ou "predestinar" (proorizo)
é encontrada seis vezes no Novo Testamento. Ela é usada uma vez em referência
aos sofrimentos de Cristo (At 4.28), uma vez em relação à predestinação do
plano redentor de Deus (1 Co 2.7) e quatro vezes em relação à predestinação de
pessoas à salvação (Rm 8.29,30; Ef 1.5,11). A palavra que significa
"colocar, nomear, ordenar" (Tasso) é usada oito vezes no Novo
Testamento. Somente uma dessas vezes (At 13.48) ela é usada de forma aplicável
ao nosso estudo.
Claudionor de Andrade
assim define predestinação: “O predestinacionismo é definido como a doutrina
segundo a qual Deus, em sua inquestionável soberania, predestinou uma parte dos
seres humano à salvação eterna, e outra, à eterna perdição. Assim entendia o
teólogo francês João Calvino (1509-1564). Em cima dessa proposição, os
protestantes, conhecidos como reformados, alicerçaram a sua soteriologia; é a
pedra de esquina de todo o seu edifício teológico.” (A genuína
Predestinação Bíblica)
2. Filhos por
adoção. Paulo é o único escritor
do Novo Testamento que emprega o termo “adoção” (Rm 8.15,23; 9.4; Gl 4.5; Ef
1.5). Essa prática não fazia parte do sistema legal judaico, mas era comum
entre os romanos e perfeitamente conhecida entre os gregos. Assim, o apóstolo
enfatiza que foi agradável a Deus inserir, no plano da salvação, a adoção dos
eleitos como filhos “segundo o beneplácito da sua vontade” (1.5b). Ele ainda
assinala que o amor foi o que moveu o Pai a nos adotar (2.4,5). Se noutro tempo
éramos estranhos e inimigos de Deus, agora estamos reconciliados com Ele em
Cristo e somos Seus filhos (Cl 1.21; Rm 8.17). Essa posição nos é imerecida,
contudo, aprouve ao Pai fazê-la assim (Mt 11.26). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º
Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Continuando o texto de
Efésios 1, no verso 5 é afirmado que: “nos predestinou para ele, para a adoção
de filhos”. Os pais humanos podem conceder amor, recursos e herança a um filho
adotivo, mas não suas próprias características peculiares. Mas Deus, de maneira
milagrosa, concede a sua própria natureza àqueles a quem ele elegeu e que creu
em Cristo. Ele os torna seus filhos à imagem de seu Filho divino, concedendo a
eles não só as riquezas de Cristo, mas também a sua própria natureza (Jo 15.15;
Rm 8.15). No verso 6 Paulo esclarece “Que ele nos concedeu... no Amado”, "Que"
refere-se à graça divina (amor e favor imerecidos) que tornou possível aos
pecadores serem aceitos por Deus por meio da morte substitutiva e da justiça
imputada concedida por Jesus Cristo (Ml 3.17; Cl 1.13). Porque os cristãos são
aceitos nele, então eles, como Cristo, são amados por Deus!
3. Os privilégios
da adoção. Deus criou o ser humano
para estar em comunhão com Ele, mas o pecado rompeu com essa dádiva (Gn 1.26;
3.23,24). Entretanto, em Cristo, o Pai reconciliou-se com os homens, adotando
os escolhidos (1.5). Nesse sentido, o apóstolo Paulo usa uma analogia da adoção
na sociedade romana, em que o filho adotado recebia o direito ao nome e aos
bens de quem o adotava. Igualmente, na filiação divina, Deus predestinou as
bênçãos de um novo nome e de uma nova imagem – a imagem de Cristo – aos eleitos
(Rm 8.29; Ap 2.17). Então, Deus concede a redenção e a remissão de pecados
(1.7,8) e restabelece a comunhão com o pecador, dando-lhe o direito de clamar
“Aba, Pai” (Gl 4.6), isto é, o direito de ter intimidade com o Pai. Isso
significa que passamos a ser herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo (Rm
8.17), das promessas a Abraão (Gl 3.29) e da vida eterna (Ef 3.6; Tt 3.7).
Tendo sido aceitos por Deus, fomos transformados em filhos para Seu louvor e
glória (1.6). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
- A consciência
produzida pelo Espírito de uma rica realidade de que Deus nos tornou seus
filhos, nos autoriza a chegarmos diante dele sem medo ou hesitação como um pai
amoroso. Isso inclui a confiança de que somos, verdadeiramente, filhos de Deus.
Esclarecendo o termo informal aramaico Aba (Pai), transmite um
sentido de intimidade, assim mesmo como em nossa língua "papai" ou
"paizinho", indicam ternura, dependência e um relacionamento livre do
medo e da ansiedade (Mc 14.36). É interessante notar que, na cultura romana,
para uma adoção ser legalmente concretizada, sete testemunhas respeitáveis
tinham de estar presentes para atestar a sua validade. O Espírito Santo de Deus
confirma a validade de nossa adoção, não por meio de uma voz interior mística,
mas pelo fruto que produz em nós (Gl 5.22-23) e pelo poder que ele fornece para
o serviço espiritual (At 1.8). Também, é dito que todo cristão tornou-se
herdeiro de Deus, nosso pai (Mt 25.34; Gl 3.29; Ef 1.11; Cl 1.12; 3.24; Hb
6.12; 9.15; 1 Pe 1.4). Mas no que consiste a nossa herança? Nós herdaremos a
salvação eterna (Tt 3.7), o próprio Deus (Lm 3.24; cf. Sl 73.25; Ap 21.3),
glória (5.2) o tudo o que há no universo (Hb 1.2). Ao contrário da prática
judaica da primazia do filho primogênito, sob a lei romana a herança era
dividida igualmente entre os filhos, em que a lei protegia, mais
cuidadosamente, os bens que haviam sido herdados, assim, entendemos quando
Paulo afirma que somos coerdeiros com Cristo. Deus nomeou o seu filho para ser
o herdeiro de todas as coisas (Hb 1.2). Todo o filho adotado receberá, pela
graça divina, toda a herança que Cristo recebe por direito divino (Mt 25.21; Jo
17.22; 2Co 8.9).
SUBSÍDIO
TEOLÓGICO
“A predestinação genuinamente bíblica
diz respeito apenas à salvação, s endo condicionada à fé em Cristo Jesus,
estando relacionada à presciência d e Deus. Portanto, a predestinação dos
salvos é precedida pelo conhecimento prévio de Deus daqueles que, diante do
chamamento do Evangelho, recebem a Cristo como o seu Salvador Pessoal e
perseveram até o fim. A predestinação do crente leva-o a ser conforme a imagem
de Cristo; assim sendo, todos somos exortados a perseverar até o fim: ‘aquele
que perseverar até ao fim será salvo’ (Mt 24.13). A graça divina tanto salva
quanto nos preserva a alma neste mundo corrupto e corruptor. A fé antecede a
regeneração: ‘Porque pela graça sois salvos por meio da fé; e isso não vem
de vós; é dom de Deus’ (Ef 2.8); ‘Quem crer e for batizado será salvo;
mas quem não crer será condenado’ (Mc 16.16); ‘Se, com a tua boca, confessares
ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás
s alvo’” (SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de
Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.110-11).
III. A SUBLIMIDADE DO PROPÓSITO DIVINO
NA PREDESTINAÇÃO
A excelência da
predestinação está na provisão de bênçãos espirituais aos eleitos pela vontade
divina em Cristo e por seu incalculável amor.
1. Predestinação e
salvação. O Soberano Deus não
predestinou incondicionalmente pessoa alguma à condenação eterna, mas deseja que
todos se arrependam e convertam-se de seus maus caminhos (At 17.30). Nas seis
vezes que a palavra aparece no Novo Testamento (At 4.28; Rm 8.29,30; 1 Co 2.7;
Ef 1.5,11), nenhuma delas faz referência a condenação de pecadores.
Portanto, não houve uma dupla predestinação em que Deus decretou e
escolheu que uns vão para o céu e outros para o inferno. Nossa Declaração de Fé
assevera que a predestinação bíblica diz respeito apenas à salvação, sendo
condicionada ao arrependimento e à fé em Cristo Jesus segundo a presciência
divina (1.4,5; 1 Pe 1.2). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Referente à dupla
predestinação, dentro do Calvinismo, é importante esclarecer que esta não é uma
crença da doutrina dita calvinista, mas apenas um pequeno grupo que a defende,
permanecendo uma discussão com relação à reprovação dos não-eleitos. Alguns estudiosos
sugerem uma dupla predestinação, isto é, predestinação à salvação e à perdição.
Outros simplesmente falam sobre a predestinação dos eleitos e adotam a
indiferença quanto aos reprovados. Assim, Ele predestinou os eleitos à
salvação, e simplesmente deixou os demais indivíduos às suas próprias
concupiscências. Não haveria necessidade de predestiná-los à perdição, pois os
reprovados são condenados com base em sua própria culpa. O Calvinismo rejeita a
eleição e predestinação com base na fé prevista como defendida nesta lição. E o
argumento é que em nenhum lugar na Bíblia a presciência de Deus é aplicada à
fé, escolhas ou ações das pessoas. Nos textos bíblicos Deus sempre prevê
pessoas. A Bíblia diz que Deus conheceu pessoas de antemão, e não suas ações.
Claro que Deus conhece suas ações, obras e decisões, mas o foco está nas
pessoas. Além disso, a presciência de Deus não é simplesmente uma mera
previsão, apenas uma cognição prévia.
2. Predestinação e
o amor. Antes de Deus criar qualquer
coisa, o seu plano de redimir a humanidade e de definir o destino dos crentes
estava estabelecido (1.4,5). Por conseguinte, a Bíblia mostra que a redenção
divina não foi uma medida de emergência; ao contrário, era o plano imutável do
amor de Deus desde sempre (2 Ts 2.13; 2 Tm 1.9). Aqui consiste a sublimidade
dos propósitos eternos em prover a salvação: o amor de Deus (Jo 3.16, 1 Jo
4.10,19). Foi por amor que Ele nos elegeu e nos predestinou em Cristo (Rm 8.29,
Ef 1.4,5). Isso implica dizer que a salvação, como “favor imerecido”, provém do
amor de Deus (2.4,8). Não obstante, os que se achegam a Cristo não são
coagidos, mas atraídos a Ele (Jo 12.32). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020.
Lição 3, 19 Abril, 2020]
A predestinação é a
expressão final do amor de Deus. Claudionor de Andrade discorre assim: “A base
da predestinação genuinamente bíblica é o amor de Deus. Amando-nos com um amor
ainda inexplicável, estabeleceu um plano para a salvação de toda a humanidade
antes mesmo que viéssemos a existir. Atentemos ao que escreveu Paulo aos irmãos
de Éfeso: “Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados
segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua
vontade” (Ef 1.11). O maravilhoso conselho mencionado pelo apóstolo contemplava
a criação do mundo, a formação do ser humano, a redenção deste e a nossa união
eterna com o Pai através do Filho. E, para que o Plano de Salvação se
efetivasse, Deus chamou, santificou e preparou dois povos (Gn 12:1-3). No
Antigo Testamento, Israel. E, no Testamento Novo, a Igreja (Ef 3:9-11).” (A genuína
Predestinação Bíblica).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O verbo ‘predestinar’
(proorizo) ocorre seis vezes no Novo Testamento, uma vez em Atos (4.28)
e nas outras cartas de Paulo (Rm 8.29,30; 1 Co 2.7; Ef 1.5,11). Esse verbo
significa ‘decidir antecipadamente’ e se aplica ao propósito de Deus
compreendido pela eleição. A eleição é Deus escolhendo ‘em Cristo’ um povo para
si mesmo, e a predestinação diz respeito ao que Deus planejou, antecipadamente,
fazer com aqueles que foram escolhidos. Dessa forma, a questão da predestinação
não significa Deus decidindo antecipadamente quem será salvo ou não, mas
decidindo antecipadamente o que planeja que os eleitos, em Cristo, sejam ou
venham a ser. Deus predestinou como os eleitos (isto é, aqueles que estão sendo
salvos em Cristo) deveriam ser: em primeiro lugar, conforme a semelhança de seu
Filho (Rm 8.29) e em seguida serem chamados (8.30), justificados (8.30),
glorificados (8.30), santos e irrepreensíveis (Ef 1.4), adotados como seus
filhos (1.5), redimidos (1.7), para o louvor de sua glória (1.11,12), aqueles
que receberiam o Espírito Santo (1.13), destinatários de uma herança (1.14) e
serem criados para realizar as boas obras (2.10)” (ARRINGTON, French L.;
STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2.
Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.396-97).
CONCLUSÃO
Cristo morreu por
todos e por cada um dos pecadores. Desde a eternidade, segundo a sua
presciência, em Cristo, Deus elegeu e predestinou os que creriam e
perseverariam na fé a viver em santidade, receber a filiação divina e a
desfrutar de todas as bênçãos espirituais divinamente estipuladas. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º
Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Predestinados à
eternidade com Deus, não tenhamos uma espiritualidade desleixada e leniente.
Esforcemo-nos, então, por alcançar a excelência cristã, pois o Pai Celeste
espera sempre o melhor de seus filhos. Eis o que nos recomenda o apóstolo na
Epístola aos Hebreus: “Quanto a vós outros, todavia, ó amados, estamos
persuadidos das coisas que são melhores e pertencentes à salvação, ainda que
falamos desta maneira” (Hb 6.9). Quanto à possibilidade de o crente
predestinado vir a perder a salvação, como alguns de fato a perderam, não
vivamos amedrontados, pois temos a ajudar-nos o Espírito Santo. Eis o que Ele
promete-nos através do apóstolo: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o
bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu
propósito” (Rm 8.28). Que o Senhor nos ajude a permanecer firmes em seus
caminhos, pois, em breve, virá Ele buscar-nos para vivermos na Jerusalém Celeste
(esquinapentecostal)
Francisco Barbosa
Disponível no blog:
auxilioebd.blogspot.com.br
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