quinta-feira, 16 de abril de 2020

LIÇÃO 3: ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO




COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO

Nesta semana estudaremos sobre a Eleição e a Predestinação. Veremos que, em Cristo, fomos eleitos para a salvação e predestinados a desfrutar das bênçãos espirituais preparadas por Deus aos eleitos em Cristo. Nesse sentido, a lição tem o objetivo geral de informar que Deus soube de antemão, por meio de sua presciência, quais as pessoas creriam e que, em Cristo, seriam predestinadas a receberem essas bênçãos. Nesse aspecto, você deve trabalhar pontos bem específicos: (1) Esclarecer a diferença entre eleição e predestinação; (2) explicar como ocorreu a eleição divina desde antes à fundação do mundo; (3) constatar que a predestinação bíblica retrata as bênçãos concedidas aos eleitos. Basicamente esses são os assuntos que permearão a lição.

Resumo da lição

Toda lição culminará para mostrar que a eleição é segundo a presciência divina. Esse é o ponto central do assunto. Tendo isso em mente, você desenvolverá o primeiro tópico mostrando que a eleição para a salvação ocorreu por iniciativa de Deus em Cristo Jesus e não por causa da obra humana. Nesse sentido, nós destacamos aqui o amor de Deus pelo pecador.
Distinguindo a eleição da predestinação, no segundo tópico você deve desenvolver o conceito de predestinação mostrando que o Altíssimo predestinou os eleitos para serem filhos por adoção, tendo a imagem de Cristo e serem herdeiros das bênçãos espirituais. Aqui, deve ficar claro que na Bíblia não existe a ideia de uma dupla predestinação, onde Deus decretaria que uns fossem para o céu e outros para o inferno.
Logo, se a predestinação não se refere à condenação eterna, o terceiro tópico reafirma essa verdade mostrando que ela está ligada diretamente a salvação e que esse ato está diretamente ligado ao amor de Deus.  

Uma dica importante

Os termos “eleição” e “predestinação” são importantíssimos para serem bem dominados a fim de que você tenha segurança quando for expor a lição. Por isso, sugerimos algumas obras para a sua consulta e preparo: (1) Bíblia de Estudo Pentecostal; (2) Arminianismo Puro e Simples; (3) Arminianismo – A Mecânica da Salvação; (4) Teologia Sistemática: uma Perspectiva Pentecostal; (5) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Ambas as obras são editadas pela CPAD.
Portanto, prepare-se bem e tenha uma boa aula! 
 Subsídio extraído da Revista Ensinador Cristão - Ano 21 nº 81 (Jan/Fev/Mar) 
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

  INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a eleição e a predestinação, duas doutrinas de suma importância, que diz respeito a soteriologia; veremos o que significam esses termos à luz das Escrituras; e quais as principais distorções interpretativas sobre a eleição e predestinação e sua respectiva refutação.
  I – O QUE É ELEIÇÃO
1.1 Definição etimológica e exegética. O termo eleição advém do latim: “electionem” que quer dizer: “ato de eleger, escolha” (ANDRADE, 2000, p. 133). Atrelado a eleição encontramos os termos gregos: “eklektós”, que significa literalmente: “escolhido, eleito” (formado de ek, “de”, e legõ, “juntar, escolher”), e é usado para designar: (a) Cristo, o escolhido de Deus, como Messias (Lc 23.55), como a principal pedra de esquina (1Pd 2.4,6); (b) os anjos (1Tm 5.2); e, (c) os crentes (Rm 8.33; Cl 3.12; 2Tm 2.10; Tt 1.1; 1Pd 1.2; 2.9). Como também o termo: “eklegõ”, “escolher, selecionar, eleger, escolher para si mesmo”, não implicando necessariamente a rejeição do que não é escolhido, mas escolher com as ideias subsidiárias de generosidade, favor ou amor (Jo 6.70; 13.18; 15.16,19; 1Co 1.27,28; At 13.17; 15.7; Ef 1.4; Tg 2.5) (VINE, 2002, pp. 584,608 – acréscimo nosso).
1.2 Definição teológica. De acordo com Thiessen (2009, p. 246) eleição é: “o ato soberano de Deus em graça, pelo qual Ele escolheu em Jesus Cristo para a salvação todos aqueles que de antemão sabia que O aceitariam. Esta é a eleição em seu aspecto redentor”. Em termos práticos a eleição bíblica diz respeito a verdade que: “[…] pela presciência divina, Deus soube quem iria crer e perseverar em Cristo desde a eternidade e elegeu-os conforme a sua vontade e, para esses eleitos, determinou propósitos específicos” (1Pd 1.2) (BAPTISTA, 2020, p. 34). A eleição é a escolha graciosa feita por Deus daqueles que estão em Cristo para formarem o Seu povo (Ef 1.4).
  II – A ELEIÇÃO À LUZ DAS ESCRITURAS
2.1 A eleição é cristocêntrica. Fora de Cristo não existe eleição para nenhuma pessoa; do início ao fim a bênção de Deus é realizada “em Cristo” como vemos o apóstolo declarar: (a) nos abençoou em Cristo (Ef 1.3); (b) nos elegeu nEle (Ef 1.4); (c) nos predestinou para filhos por Jesus Cristo (Ef 1.5); (d) nos fez agradáveis a si no Amado (Ef 1.6); (e) em quem temos a redenção (Ef 1.7); (f) nEle fomos feitos herança (Ef 1.11). A expressão paulina “em Cristo” aparece 106 vezes nas suas epístolas. Somadas às suas equivalentes “no Senhor e nEle”, o número é 160 vezes (36 das quais apenas em Efésios) (STAMPS, 1995, p. 1807). Ficando claro que, estar em Cristo é a condição para fazer parte do povo eleito (Rm 8.1,29-10,39; 1Pd 2.9). Todos estão entre os não-eleitos até que estejam nEle (Cristo). Estar em Cristo é estar em união redentora com Ele; e para estar nEle a condição é: (a) fé (Jo 1.11,12; 3.18; At 16.31; Rm 1.16,17; 5.1; Gl 3.26; 5.6; Ef 2.8; Cl 2.12;); e, (b) arrependimento (Mc 1.15; At 2.38; 3.19; 17.30).
2.2 A eleição é corporativa. As Escrituras sempre que tratam da doutrina da eleição, sempre usam o plural: “nos elegeu” (Ef 1.4). Na epístola as Efésios Paulo refere-se aos eleitos sempre como um conjunto, como: (a) um corpo (Ef 1.23; 2.15,16; 3.6; 4.4,12,16,25; 5.23,30); (b) uma família (Ef 2.19; 3.15); e, (c) um edifício (Ef 2.20-22). De modo que o foco não são indivíduos, mas o grupo, a Igreja, formada por todos aqueles que creram em Cristo e permanecerão até o fim (Ef 1.22; 3.10; 5.23-25,27,29,32).
2.3 A eleição é segundo a presciência de Deus. A eleição ou escolha de Deus não é arbitrária, de forma que alguns sejam destinados à salvação e outros à perdição, sem levar em conta a disposição de cada indivíduo, como Paulo afirma: “[…] os que dantes conheceu, também os predestinou [...] (Rm 8.29). O detalhe é que estes que Deus conheceu, do grego: “proginosko” que significa: “ato de saber de antemão”, conforme a construção da oração paulina, são: “aqueles que amam a Deus” (Rm 8.28), ou seja, Deus previu ou pré conheceu aqueles que o amariam e continuariam a amá-lo até o fim, e os predestinou a serem feitos conforme a imagem de Cristo. O apóstolo Pedro corrobora esta doutrina asseverando que: “somos eleitos, segundo a presciência de Deus Pai” (1Pd 1.2). Fica claro que a presciência vem antes da eleição e da subsequente predestinação (DANIEL, 2017, p. 431 – acréscimo nosso). Os eleitos são constituídos, não por decreto absoluto, mas por aceitação das condições do chamado de Deus (Jo 3.16; Rm 10.13).
  III – FALSAS CONCEPÇÕES A RESPEITO DA ELEIÇÃO
3.1 Eleição incondicional. Para os que defendem este ponto de vista, a escolha divina se dá a um grupo seleto de forma incondicional, ou seja, que Deus desde a eternidade passada, já determinou para a salvação, sendo os demais predestinados por Deus à condenação eterna. No entanto, esta doutrina não é ensinada nas Escrituras (Ez 18.23,32; 33.11; 1Tm 2.3,4; 2Pd 3.9), que mostra claramente que Deus é bom para com todos (Sl 145.9), é inteiramente imparcial (Tg 3.17), não faz acepção de pessoas (At 10.34), e deseja que todos sejam salvos (1Tm 2.3,4). Podemos então dizer que: todos os homens são igualmente, dignos de Sua condenação e, igualmente, indignos de Sua graça (HUNT, 2015, p. 354 – acréscimo nosso).
3.2 Eleição individual. A eleição individual só aparece na Bíblia em relação a “chamados específicos” de pessoas para serviços diversos (Is 45.1-4). Deus sabendo que determinadas pessoas lhe seguirão e segundo os propósitos que Ele tem em vista serem realizados, escolhe alguns indivíduos para exercerem funções de relevância em seu Reino. Entre outros podemos citar: (a) Jeremias (Jr 1.5); e, (b) Paulo (At 9.15). Essa chamada é um ato soberano de Deus (Sl 105.26; 43.13; Sl 78.70-72), que escolhe, nomeia, capacita e envia (Mt 9.37,38; 20.1-14; Lc 10.2; Jo 15.16; Ef 4.8-12) a quem Ele quer (Mc 3.13,14). Vale salientar que, esta escolha de Deus, também está diretamente ligada a livre escolha de quem por ele é chamado.
  IV – O QUE É PREDESTINAÇÃO
4.1 Definição etimológica e exegética. O vocábulo “predestinação”, vem do grego: “prooridzo”, que significa: “assinalar diante mão”. A preposição grega: “pró” trás a ideia de: “uma atividade feita de antemão”, já a expressão: “oridzo” quer dizer: “dividir com fronteira, definir” (SILVA, 1989, pp. 11,12 – acréscimo nosso). De modo que predestinação significa: “destinar com antecipação”. À luz do Novo Testamento, o termo equivalente a predestinação ocorre seis vezes, traduzido por: (a) ordenou antes (1Co 2.7); (b) anteriormente determinado (At 4.28); e, (c) destinar (Rm 8.28,30; Ef 1.5,11). Com o passar do tempo, o vocábulo predestinação tornou-se sinônimo de “decreto divino” e com este sentido, passou a indicar um conjunto de palavras e expressões com os seguintes resultados: (a) determinado conselho (At 2.23); (b) beneplácito (Ef 1.9); e, (c) propósito da Sua vontade (Ef 1.11) (SILVA, 1989, pp. 11,12 – acréscimo nosso).
4.2 Definição teológica. Do ponto de vista teológico predestinação diz respeito a: “propósito determinado por Deus desde a eternidade para os que estão em Cristo”. Desse modo, é bom que se destaque que embora estejam intimamente relacionadas, eleição e predestinação não são uma e mesma coisa. Eleição significa escolha, enquanto predestinação tem a ver com o fim dado aos escolhidos. Eleição é o ato pelo qual Deus escolhe homens para si mesmo; predestinação é o ato determinativo de Deus quanto ao destino dos que Ele escolheu. Predestinação, na Bíblia, não tem a ver com escolha, mas com o destino dado àqueles que já foram escolhidos (DANIEL, 2017, pp. 424,425 – grifo nosso).
4.3 O objetivo da predestinação. Podemos afirmar à luz dos ensinos do apóstolo Paulo, que três são os objetivos da predestinação bíblica em relação aos salvos em Cristo: (a) serem filhos de adoção (Ef 1.5); (b) serem coerdeiros com Cristo (Ef 1.11); e, (c) serem conforme a imagem de Cristo (Rm 8.29). Predestinação à luz da Bíblia, não tem por objeto a fé (não define se alguém vai crer ou não) […] trata-se da definição divina daquilo em que aqueles que estão em Cristo se tornarão ao final (DANIEL, 2017, p. 424).
 V – FALSAS CONCEPÇÕES A RESPEITO DA PREDESTINAÇÃO
A problemática a respeito da predestinação não é se ela existe ou não, como alguns pretensiosamente querem fazer pensar, pois a Bíblia deixa muito claro que a predestinação é uma doutrina bíblica (Rm 8.29,30; Ef 1.5,11), de modo que o ponto a ser considerado é como ocorre essa predestinação (OLIVEIRA, 2016, p. 17– acréscimo nosso). Vejamos portanto algumas falsas concepções a respeito:
5.1 Dupla predestinação. A predestinação dentro desta falsa perspectiva seria: “o decreto eterno de Deus, pelo qual […] alguns são predestinados à vida eterna, e outros à condenação eterna […]”, segundo esta afirmativa, implica que: “aqueles, portanto, a quem Deus ignora, Ele reprova, e por nenhuma outra causa, senão porque Ele tem prazer de os excluir da herança que Ele predestina para seus Filhos [...]”. Tal doutrina deve ser rejeitada, visto que isso é no mínimo uma calúnia contra o caráter de Deus, dizer que rejeitar pessoas O agrada! (HUNT, 2015, pp. 390,391 – acréscimo nosso), como também contraria frontalmente as Escrituras (1Tm 2.4; ver Jo 3.16,17; 6.37). A Bíblia não fala em lugar algum sobre predestinação dupla. Ela só fala de predestinação em um sentido: em relação aos salvos em Cristo, ou seja o propósito determinado por Deus desde a eternidade para seu povo (Ef 1.5,11; Rm 8.29) (DANIEL, 2017, pp. 423,424).
5.2 Predestinação fatalista. Fatalismo é uma crença distorcida da doutrina da predestinação, uma vez que ela atribui as ações e escolhas do homem ao “determinismo” de Deus. De modo que, se Deus não o eleger e predestinar incondicionalmente, embora querendo ser salvo não o poderá ser, pois lhe é negado essa graça. Vieram ao mundo, recebem benefícios naturais, ouvem o evangelho, mas não poderão ser salvos, uma vez que Deus decretou de antemão, a perdição deles. Tal ensino não tem base nas Escrituras, uma vez que a predestinação bíblica não é uma manipulação divina das escolhas do homem, isso o faria um fantoche, sem capacidade de escolha e de vontade, o que não se harmoniza com várias passagens bíblicas. A Bíblia deixa claro que nós podemos agir livremente, ao invés de sermos robôs programados apenas para seguir comandos pré-determinados (Gn 4.6,7; Js 25.15; Dt 28.1,15; 30.19; Jr 4.1,2; Sl 119.30; 1Pd 2.16; 5.2; Fm v.14; Gl 5.13).
  CONCLUSÃO
A eleição e predestinação é um tema fundamental para a compreensão da doutrina da salvação, que percorre as Escrituras Sagradas do começo ao fim. Um Deus soberano que a todos concede o favor da salvação.

Ev. Caramuru Afonso Francisco. Disponível em: https://www.portalebd.org.br
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

   INTRODUÇÃO
A eleição e a predestinação são termos importantes na compreensão da doutrina da salvação. Esses vocábulos ligados entre si elucidam o plano divino de salvar os pecadores. Nesta lição abordaremos os conceitos bíblicos e a interpretação pentecostal referente à eleição e à predestinação. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Antes de iniciar a discussão acerca do tema proposto, acredito ser vital esclarecer que, quando o arminianismo surgiu, em meados do século 17, os herdeiros dos reformadores entenderam isso como uma volta para Roma. [Timothy George. Teologia dos Reformadores. São Paulo, SP: Vida Nova, 1993.]. Isso não implica dizer que, antes de Armínio, todos os protestantes pensavam igualmente sobre essas questões (veja aqui sobre isso). Os termos propostos para estudo nos falam do Plano da Salvação que Jesus, por amar-nos singularmente, consumou no Calvário. Tendo a predestinação como uma de suas principais colunas, é eficaz para livrar-nos do pecado e da ira vindoura. Veremos com a ajuda de Deus, que a predestinação ensinada nas Escrituras Sagradas é sempre salvadora. Os que Deus predestina, predestina-os sempre à salvação. E, quando alguém se perde, perde-se por não haver se curvado ao senhorio de Jesus Cristo.
   I. ELEITOS PARA UMA VIDA SANTA E IRREPREENSÍVEL
A dádiva da eleição precede a nossa existência. Antes da fundação do mundo, Deus planejou salvar e capacitar para uma vida de santidade os que Ele elegeu de antemão.
1. A Eleição divina. Eleição traz a ideia de escolha. Aos Efésios (1.4), Paulo menciona três aspectos dessa escolha: (1) Em quem fomos escolhidos? Em Jesus, por isso ela é Cristocêntrica; (2) Em que tempo se deu essa escolha? O tempo é dito como “antes da fundação do mundo”; (3) E qual a finalidade? Para que fôssemos “santos e irrepreensíveis”. Donald Stamps, editor da Bíblia de Estudos Pentecostal, afirma que a eleição de pessoas ocorre somente em união com Jesus Cristo e que ninguém é eleito sem estar unido a Cristo pela fé. Nossa Declaração de Fé assevera que Deus elegeu a Igreja desde a eternidade, antes da fundação do mundo, segundo a sua presciência (1 Pe 1.2). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
A eleição indica o ato de Deus separar alguns indivíduos de entre a raça humana caída para a salvação. A eleição destes indivíduos ocorreu antes da fundação do mundo (Ef 1.1-13). A eleição aparece na Bíblia em diferentes sentidos. Temos a eleição de Israel como um povo separado para um serviço especial (Dt 4.37; Os 13.5). Alguns indivíduos são eleitos (escolhidos) para desempenhar um ofício ou determinado serviço (Dt 18.5; 1Sm 10.24; Jr 1.5; At 9.16). Lemos também sobre a eleição de indivíduos para serem recebidos como filhos de Deus através da obra redentora de Cristo (Mt 22.14; At 13.48; Rm 1.5; Ef 1.4).
2. As condições da eleição. A Bíblia de Estudo Pentecostal ensina que a eleição para a salvação em Cristo é oferecida a todos (Jo 3.16; 1 Tm 2.4-6), e torna-se uma realidade para cada pessoa de acordo com seu prévio arrependimento e fé (2.8; 3.17). Entretanto, esse meio não é meritório e ninguém pode cumpri-lo sem a graça de Deus. Desse modo, fomos eleitos por iniciativa divina por causa da graciosa Obra de Cristo e não pelas nossas obras (2.8-9).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Na língua Portuguesa temos a seguinte definição do termo eleição: "Eleição significa 'ato de eleger; escolha, opção, preferência, predileção'." (apud LIMA, 2008, p. 82). No Novo Testamento, há 22 ocorrências do verbo "escolher" ou "eleger" (eklego), sendo que, em sete ocorrências apenas se referindo a pessoas como os objetos da eleição para a vida eterna (Mc 13.20; At 13.17; 1 Co 1.27, 28; Ef 1.4; Tg 2.5). Eklektos (substantivo), também aparece 22 vezes, sendo 17 casos se referindo a pessoas como "eleitos" de Deus, os escolhidos para vida eterna (Mt 22.14; 24.22, 24,31; Mc 13.20, 22,27; Lc 18.7; Rm 8.33; Cl 3.12; 2 Tm 2.10; Tt 1.1; 1 Pe 1.1; 2.9; 2 Jo 1, 13; Ap 17.14). Também há o uso da palavra haireo três vezes, sendo que apenas uma se refere a Deus "escolher" pessoas para a salvação (2Ts 2.14).
 Simplificando, os "eleitos de Deus" são aqueles que Deus predestinou para a salvação. Eles são chamados de "eleitos" porque essa palavra denota o conceito de escolher. Se é escolha, não pode ser entendida que ela é ‘oferecida’, muito menos a ‘todos’, como defende a BEP citada no comentário; não há sentido numa eleição que não elegeu.
Como a revista defende a visão presciente ou de presciência, onde Deus, através de sua onisciência, sabe quem vai no curso do tempo escolher de própria vontade colocar a sua fé e confiança em Jesus Cristo para a sua salvação, Deus elegeu estes indivíduos "antes da fundação do mundo" (Ef 1.4); logo, ela não está sendo oferecida, no sentido de como se oferece uma mercadoria a prováveis compradores. De forma simples e bíblica, entende-se por eleição, uma escolha feita por Deus de um povo, algo ou alguém.
 Como o subtópico propõe As condições da eleição, vamos definir com está na própria Bíblia de Estudo Pentecostal: "A eleição é cristocêntrica, i.e., a eleição de pessoas ocorre somente em união com Jesus Cristo. Deus nos elegeu em Cristo para a salvação. O próprio Cristo é o primeiro de todos os eleitos de Deus. A respeito de Jesus, Deus declara: 'Eis aqui meu servo, que escolhi (Mt 12.18; cf. Is 42. 1,6; 1 Pe 2.4). Ninguém é eleito sem estar unido a Cristo pela fé." (STAMPS, 1995, p. 1808). – Assim, a condição ‘Sine qua non’ da eleição é depositar fé em Cristo. As Escrituras também nos revelam que a fé é a condição para que alguém seja salvo (At 16.31); "A condição sine quanon [sem a qual não] para a salvação do indivíduo é a fé em Jesus Cristo." (TITILLO, 2015, p. 54).
3. Vida Santa e irrepreensível. Paulo enfatiza que a eleição tem a finalidade específica de sermos “santos e irrepreensíveis diante dEle” (1.4). Nesse aspecto, o vocábulo grego hagios (santo) significa “separado do pecado” (1 Pe 1.15,16); o adjetivo grego amõmos (irrepreensível) expressa algo “sem defeito” ou “inculpável” (Fp 2.15). Os termos apontam para a santificação, isto é, o mais alto padrão ético e moral de vida para agradar a Deus, que nos elegeu em Cristo (5.1-3). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Santos e irrepreensíveis perante ele (Ef 1.4) descreve tanto o propósito quanto o resultado da escolha de Deus daqueles que serão salvos. As pessoas iníquas são declaradas justas, os pecadores indignos são declarados dignos da salvação, tudo porque são escolhidos "nele" (Cristo). Refere-se à justiça imputada de Cristo concedida a nós, a justiça perfeita que coloca os cristãos numa posição santa e irrepreensível diante de Deus (Ef 5.27; Cl 2.10), embora no viver diário não consigamos atingir o seu padrão santo, em amor. De fato, a vida santa e irrepreensível é fruto da eleição em Cristo, não um meio para ser eleito! Essa expressão é mais bem entendida à luz do versículo 5, onde temos o motivo divino do propósito eletivo de Deus (Ef 2.4; Dt 7.8).
4. A nova vida dos eleitos. O tema é apresentado com exortações contra a velha conduta, tais como: mentira, furto, palavras torpes, amargura, ira e cólera (4.22,25, 28,29,31). E ainda severas advertências contra a fornicação, impureza, avareza e embriaguez (5.3,15,18). A finalidade é apresentar a Deus uma “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga... mas santa e irrepreensível” (5.27). Não obstante, somente o Espírito Santo capacita o crente para esse novo estilo de vida (Gl 5.22-25). Trata-se, portanto, de um processo contínuo de santificação até a glorificação final no dia de Cristo (2 Co 3.18). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
A salvação é a união espiritual com Jesus Cristo que é descrita como a morte e o sepultamento do velho ser, e a ressurreição do novo ser andando em novidade de vida. Essa transformação é tratada por Paulo em Romanos 6.2-8, onde ele defende que isso é verdade se, em Cristo, morremos e fomos sepultados com ele; então, também estaremos unidos a ele na sua ressurreição. Há uma nova qualidade e caráter para a nossa vida, um novo princípio de vida. Trata-se da regeneração do cristão. Enquanto o pecado descreve a vida antiga, a justiça descreve a nova! A graça salvadora torna os cristãos santos por meio da ação da Palavra de Deus (Tt 2.1-9; 3.5); desse modo, eles podem ser a noiva pura.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
O que é Eleição? Quais as condições da eleição bíblica? O que se espera da nova vida dos eleitos? A necessidade de se ter uma vida santa e irrepreensível é um dos propósitos da eleição? Essas são algumas perguntas que você pode fazer para introduzir a lição, mais especificamente, o primeiro tópico. O tema desta lição é muito importante para uma compreensão bíblica adequada acerca do desdobramento do milagre da salvação na vida do crente. Por isso, prepara-se para essa aula e, com o auxílio das perguntas anteriores, estimule a classe a refletir sobre a importância do assunto. Deixe claro que Deus nos elegeu em Cristo para a salvação, bem como para viver uma vida santa e irrepreensível.
  II. PREDESTINADOS PARA FILHOS DE ADOÇÃO
A palavra “predestinar” mostra que o destino dos eleitos foi feito na eternidade.
1. A predestinação. O termo grego proorizõ, traduzido como predestinar (1.5a), é formado pelo vocábulo orizõ que significa “determinar” e pela preposição pro que indica algo feito “antes”, ou seja, predestinar significa literalmente “determinar antes”. A Bíblia de Estudo Pentecostal esclarece que a predestinação se aplica aos propósitos de Deus inclusos na eleição. Que a eleição é a escolha feita por Deus, “em Cristo”, de um povo para si mesmo (1.4), e que a predestinação abrange o que acontecerá ao povo escolhido por Deus (1.5). Por conseguinte, nossa Declaração de Fé ensina que a predestinação dos salvos é precedida pelo conhecimento prévio de Deus daqueles que diante do chamamento do Evangelho recebem a Cristo como seu Salvador pessoal e perseveram até o fim (Rm 8.29,30). Logo, foi vontade de Deus reconciliar os pecadores e torná-los seus filhos (1.5b). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
A palavra traduzida frequentemente como "predeterminar" ou "predestinar" (proorizo) é encontrada seis vezes no Novo Testamento. Ela é usada uma vez em referência aos sofrimentos de Cristo (At 4.28), uma vez em relação à predestinação do plano redentor de Deus (1 Co 2.7) e quatro vezes em relação à predestinação de pessoas à salvação (Rm 8.29,30; Ef 1.5,11). A palavra que significa "colocar, nomear, ordenar" (Tasso) é usada oito vezes no Novo Testamento. Somente uma dessas vezes (At 13.48) ela é usada de forma aplicável ao nosso estudo.
Claudionor de Andrade assim define predestinação: “O predestinacionismo é definido como a doutrina segundo a qual Deus, em sua inquestionável soberania, predestinou uma parte dos seres humano à salvação eterna, e outra, à eterna perdição. Assim entendia o teólogo francês João Calvino (1509-1564). Em cima dessa proposição, os protestantes, conhecidos como reformados, alicerçaram a sua soteriologia; é a pedra de esquina de todo o seu edifício teológico.” (A genuína Predestinação Bíblica)
2. Filhos por adoção. Paulo é o único escritor do Novo Testamento que emprega o termo “adoção” (Rm 8.15,23; 9.4; Gl 4.5; Ef 1.5). Essa prática não fazia parte do sistema legal judaico, mas era comum entre os romanos e perfeitamente conhecida entre os gregos. Assim, o apóstolo enfatiza que foi agradável a Deus inserir, no plano da salvação, a adoção dos eleitos como filhos “segundo o beneplácito da sua vontade” (1.5b). Ele ainda assinala que o amor foi o que moveu o Pai a nos adotar (2.4,5). Se noutro tempo éramos estranhos e inimigos de Deus, agora estamos reconciliados com Ele em Cristo e somos Seus filhos (Cl 1.21; Rm 8.17). Essa posição nos é imerecida, contudo, aprouve ao Pai fazê-la assim (Mt 11.26). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Continuando o texto de Efésios 1, no verso 5 é afirmado que: “nos predestinou para ele, para a adoção de filhos”. Os pais humanos podem conceder amor, recursos e herança a um filho adotivo, mas não suas próprias características peculiares. Mas Deus, de maneira milagrosa, concede a sua própria natureza àqueles a quem ele elegeu e que creu em Cristo. Ele os torna seus filhos à imagem de seu Filho divino, concedendo a eles não só as riquezas de Cristo, mas também a sua própria natureza (Jo 15.15; Rm 8.15). No verso 6 Paulo esclarece “Que ele nos concedeu... no Amado”, "Que" refere-se à graça divina (amor e favor imerecidos) que tornou possível aos pecadores serem aceitos por Deus por meio da morte substitutiva e da justiça imputada concedida por Jesus Cristo (Ml 3.17; Cl 1.13). Porque os cristãos são aceitos nele, então eles, como Cristo, são amados por Deus!
3. Os privilégios da adoção. Deus criou o ser humano para estar em comunhão com Ele, mas o pecado rompeu com essa dádiva (Gn 1.26; 3.23,24). Entretanto, em Cristo, o Pai reconciliou-se com os homens, adotando os escolhidos (1.5). Nesse sentido, o apóstolo Paulo usa uma analogia da adoção na sociedade romana, em que o filho adotado recebia o direito ao nome e aos bens de quem o adotava. Igualmente, na filiação divina, Deus predestinou as bênçãos de um novo nome e de uma nova imagem – a imagem de Cristo – aos eleitos (Rm 8.29; Ap 2.17). Então, Deus concede a redenção e a remissão de pecados (1.7,8) e restabelece a comunhão com o pecador, dando-lhe o direito de clamar “Aba, Pai” (Gl 4.6), isto é, o direito de ter intimidade com o Pai. Isso significa que passamos a ser herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo (Rm 8.17), das promessas a Abraão (Gl 3.29) e da vida eterna (Ef 3.6; Tt 3.7). Tendo sido aceitos por Deus, fomos transformados em filhos para Seu louvor e glória (1.6). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
- A consciência produzida pelo Espírito de uma rica realidade de que Deus nos tornou seus filhos, nos autoriza a chegarmos diante dele sem medo ou hesitação como um pai amoroso. Isso inclui a confiança de que somos, verdadeiramente, filhos de Deus. Esclarecendo o termo informal aramaico Aba (Pai), transmite um sentido de intimidade, assim mesmo como em nossa língua "papai" ou "paizinho", indicam ternura, dependência e um relacionamento livre do medo e da ansiedade (Mc 14.36). É interessante notar que, na cultura romana, para uma adoção ser legalmente concretizada, sete testemunhas respeitáveis tinham de estar presentes para atestar a sua validade. O Espírito Santo de Deus confirma a validade de nossa adoção, não por meio de uma voz interior mística, mas pelo fruto que produz em nós (Gl 5.22-23) e pelo poder que ele fornece para o serviço espiritual (At 1.8). Também, é dito que todo cristão tornou-se herdeiro de Deus, nosso pai (Mt 25.34; Gl 3.29; Ef 1.11; Cl 1.12; 3.24; Hb 6.12; 9.15; 1 Pe 1.4). Mas no que consiste a nossa herança? Nós herdaremos a salvação eterna (Tt 3.7), o próprio Deus (Lm 3.24; cf. Sl 73.25; Ap 21.3), glória (5.2) o tudo o que há no universo (Hb 1.2). Ao contrário da prática judaica da primazia do filho primogênito, sob a lei romana a herança era dividida igualmente entre os filhos, em que a lei protegia, mais cuidadosamente, os bens que haviam sido herdados, assim, entendemos quando Paulo afirma que somos coerdeiros com Cristo. Deus nomeou o seu filho para ser o herdeiro de todas as coisas (Hb 1.2). Todo o filho adotado receberá, pela graça divina, toda a herança que Cristo recebe por direito divino (Mt 25.21; Jo 17.22; 2Co 8.9).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A predestinação genuinamente bíblica diz respeito apenas à salvação, s endo condicionada à fé em Cristo Jesus, estando relacionada à presciência d e Deus. Portanto, a predestinação dos salvos é precedida pelo conhecimento prévio de Deus daqueles que, diante do chamamento do Evangelho, recebem a Cristo como o seu Salvador Pessoal e perseveram até o fim. A predestinação do crente leva-o a ser conforme a imagem de Cristo; assim sendo, todos somos exortados a perseverar até o fim: ‘aquele que perseverar até ao fim será salvo’ (Mt 24.13). A graça divina tanto salva quanto nos preserva a alma neste mundo corrupto e corruptor. A fé antecede a regeneração: ‘Porque pela graça sois salvos por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus’ (Ef 2.8); ‘Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado’ (Mc 16.16); ‘Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás s alvo’” (SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.110-11).
  III. A SUBLIMIDADE DO PROPÓSITO DIVINO NA PREDESTINAÇÃO
A excelência da predestinação está na provisão de bênçãos espirituais aos eleitos pela vontade divina em Cristo e por seu incalculável amor.
1. Predestinação e salvação. O Soberano Deus não predestinou incondicionalmente pessoa alguma à condenação eterna, mas deseja que todos se arrependam e convertam-se de seus maus caminhos (At 17.30). Nas seis vezes que a palavra aparece no Novo Testamento (At 4.28; Rm 8.29,30; 1 Co 2.7; Ef 1.5,11), nenhuma delas faz referência a condenação de pecadores. Portanto, não houve uma dupla predestinação em que Deus decretou e escolheu que uns vão para o céu e outros para o inferno. Nossa Declaração de Fé assevera que a predestinação bíblica diz respeito apenas à salvação, sendo condicionada ao arrependimento e à fé em Cristo Jesus segundo a presciência divina (1.4,5; 1 Pe 1.2). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Referente à dupla predestinação, dentro do Calvinismo, é importante esclarecer que esta não é uma crença da doutrina dita calvinista, mas apenas um pequeno grupo que a defende, permanecendo uma discussão com relação à reprovação dos não-eleitos. Alguns estudiosos sugerem uma dupla predestinação, isto é, predestinação à salvação e à perdição. Outros simplesmente falam sobre a predestinação dos eleitos e adotam a indiferença quanto aos reprovados. Assim, Ele predestinou os eleitos à salvação, e simplesmente deixou os demais indivíduos às suas próprias concupiscências. Não haveria necessidade de predestiná-los à perdição, pois os reprovados são condenados com base em sua própria culpa. O Calvinismo rejeita a eleição e predestinação com base na fé prevista como defendida nesta lição. E o argumento é que em nenhum lugar na Bíblia a presciência de Deus é aplicada à fé, escolhas ou ações das pessoas. Nos textos bíblicos Deus sempre prevê pessoas. A Bíblia diz que Deus conheceu pessoas de antemão, e não suas ações. Claro que Deus conhece suas ações, obras e decisões, mas o foco está nas pessoas. Além disso, a presciência de Deus não é simplesmente uma mera previsão, apenas uma cognição prévia.
2. Predestinação e o amor. Antes de Deus criar qualquer coisa, o seu plano de redimir a humanidade e de definir o destino dos crentes estava estabelecido (1.4,5). Por conseguinte, a Bíblia mostra que a redenção divina não foi uma medida de emergência; ao contrário, era o plano imutável do amor de Deus desde sempre (2 Ts 2.13; 2 Tm 1.9). Aqui consiste a sublimidade dos propósitos eternos em prover a salvação: o amor de Deus (Jo 3.16, 1 Jo 4.10,19). Foi por amor que Ele nos elegeu e nos predestinou em Cristo (Rm 8.29, Ef 1.4,5). Isso implica dizer que a salvação, como “favor imerecido”, provém do amor de Deus (2.4,8). Não obstante, os que se achegam a Cristo não são coagidos, mas atraídos a Ele (Jo 12.32). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
A predestinação é a expressão final do amor de Deus. Claudionor de Andrade discorre assim: “A base da predestinação genuinamente bíblica é o amor de Deus. Amando-nos com um amor ainda inexplicável, estabeleceu um plano para a salvação de toda a humanidade antes mesmo que viéssemos a existir. Atentemos ao que escreveu Paulo aos irmãos de Éfeso: “Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1.11). O maravilhoso conselho mencionado pelo apóstolo contemplava a criação do mundo, a formação do ser humano, a redenção deste e a nossa união eterna com o Pai através do Filho. E, para que o Plano de Salvação se efetivasse, Deus chamou, santificou e preparou dois povos (Gn 12:1-3). No Antigo Testamento, Israel. E, no Testamento Novo, a Igreja (Ef 3:9-11).” (A genuína Predestinação Bíblica).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O verbo ‘predestinar’ (proorizo) ocorre seis vezes no Novo Testamento, uma vez em Atos (4.28) e nas outras cartas de Paulo (Rm 8.29,30; 1 Co 2.7; Ef 1.5,11). Esse verbo significa ‘decidir antecipadamente’ e se aplica ao propósito de Deus compreendido pela eleição. A eleição é Deus escolhendo ‘em Cristo’ um povo para si mesmo, e a predestinação diz respeito ao que Deus planejou, antecipadamente, fazer com aqueles que foram escolhidos. Dessa forma, a questão da predestinação não significa Deus decidindo antecipadamente quem será salvo ou não, mas decidindo antecipadamente o que planeja que os eleitos, em Cristo, sejam ou venham a ser. Deus predestinou como os eleitos (isto é, aqueles que estão sendo salvos em Cristo) deveriam ser: em primeiro lugar, conforme a semelhança de seu Filho (Rm 8.29) e em seguida serem chamados (8.30), justificados (8.30), glorificados (8.30), santos e irrepreensíveis (Ef 1.4), adotados como seus filhos (1.5), redimidos (1.7), para o louvor de sua glória (1.11,12), aqueles que receberiam o Espírito Santo (1.13), destinatários de uma herança (1.14) e serem criados para realizar as boas obras (2.10)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.396-97).
  CONCLUSÃO
Cristo morreu por todos e por cada um dos pecadores. Desde a eternidade, segundo a sua presciência, em Cristo, Deus elegeu e predestinou os que creriam e perseverariam na fé a viver em santidade, receber a filiação divina e a desfrutar de todas as bênçãos espirituais divinamente estipuladas. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Predestinados à eternidade com Deus, não tenhamos uma espiritualidade desleixada e leniente. Esforcemo-nos, então, por alcançar a excelência cristã, pois o Pai Celeste espera sempre o melhor de seus filhos. Eis o que nos recomenda o apóstolo na Epístola aos Hebreus: “Quanto a vós outros, todavia, ó amados, estamos persuadidos das coisas que são melhores e pertencentes à salvação, ainda que falamos desta maneira” (Hb 6.9). Quanto à possibilidade de o crente predestinado vir a perder a salvação, como alguns de fato a perderam, não vivamos amedrontados, pois temos a ajudar-nos o Espírito Santo. Eis o que Ele promete-nos através do apóstolo: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28). Que o Senhor nos ajude a permanecer firmes em seus caminhos, pois, em breve, virá Ele buscar-nos para vivermos na Jerusalém Celeste (esquinapentecostal) 
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

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