sábado, 25 de abril de 2020

LIÇÃO 4: A ILUMINAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE



COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
A ILUMINAÇÃO ESPIRITUAL DO CRENTE

Na Carta, o apóstolo ora para que os crentes, “tendo os olhos iluminados do vosso entendimento”, conheça a dimensão da sua vocação, as riquezas da herança divina e grandeza do poder de Deus. Só pode compreender esse mistério espiritual quem tem a mente voltada para o céu. Nesse sentido, você tem o objetivo central de esclarecer a dimensão da nossa chamada para a salvação, destacando a vocação e as riquezas na herança divina que temos direito em Cristo; salientando a grandiosidade do poder divino que opera em favor dos crentes; expressando a exaltação em Cristo como resultado do poder grandioso de Deus. Essa é a iluminação que o apóstolo pede em sua oração para que os crentes compreendam acerca de quem eles são e a quem eles pertencem. 

Resumo da lição

A lição gira em torno deste ponto central: A herança de preciosas riquezas espirituais conferidas aos eleitos faz parte da vocação do crente. Nesse sentido, o primeiro tópico versa acerca da esperança da vocação e as riquezas da glória, mostrando que os santos devem louvar a Deus pela eleição e por conhecer tamanha esperança do chamado e as riquezas que fazem parte de nossa herança.
Essa esperança e esse chamado são consequências da sobre-excelente grandeza e força do poder de Deus, isso marca o segundo tópico da lição em que fica exposto que o poder de Deus é extraordinário e supera todo e qualquer outro poder. Ele opera no interesse de salvar a humanidade caída, ou seja, Deus em seu incomensurável amor atua para salvar a humanidade.
O exemplo prático dessa sobre-excelente grandeza do poder de Deus é aplicado no terceiro tópico. Como o poder de Deus ressuscitou a Cristo e o elevou à sua direita, tanto a ressurreição quanto o assentar-se nos céus está disponível aos crentes, e de semelhante modo à glorificação por meio do grande poder de Deus.

Aplicação

Ao concluir essa lição você deve ter como meta conscientizar os alunos quanto às riquezas da glória de Deus. O privilégio de desfrutar do seu perdão, de ser adotados como filhos e participar das bênçãos espirituais. Faça um apelo aos alunos para que suas mentes sejam elevadas aos céus, ou seja, às coisas espirituais. Que eles reflitam seriamente sobre a necessidade de fortalecer o nosso “homem interior” pelo poder do Espírito, do qual o apóstolo ora em sua epístola (Ef 3.16), de modo que tudo em nós resplandeça a glória de Cristo. 
Subsídio extraído da Revista Ensinador Cristão - Ano 21 nº81 (Jan/Fev/Mar) 
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Com base na satisfação de ter ouvido da fé daqueles crentes no Senhor Jesus, Paulo orou, impelido pelo grande amor que tinha para com os efésios, pedindo a Deus que concedesse a eles três bênçãos, a saber: a sabedoria que vem do alto; a revelação do pleno conhecimento de Deus e a iluminação dos olhos do entendimento. Adiante, ainda submerso nas profundas águas da intercessão, pede que o Senhor nos revele três aspectos de nossa posição em Cristo: a esperança que se prende à sua vocação; a riqueza da glória de sua herança e a sobre-excelente grandeza do seu poder.
  I – TEXTO BÍBLICO
(Efésios 1.15-23)
V, 15 - Pelo que, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus e o vosso amor para com todos os santos,
V, 16 - não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações,
V, 17 - para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação,
V, 18 - tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos
V, 19 - e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder,
V, 20 - que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e pondo-o à sua direita nos céus,
V, 21 - acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro.
V, 22 - E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja,
V, 23 - que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.
  II - AS TRÊS BÊNÇÃOS SUPLICADAS NA ORAÇÃO DE PAULO
Nos versículos 17 e 18, o apóstolo Paulo apresenta os objetivos de sua intercessão pelos crentes efésios. Ele começa de modo incisivo e direto a sua intercessão “ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória” (v.17).
1. Ter “espírito de sabedoria” (v.17). O sentido da palavra espírito, aqui, é qualitativo, impessoal. Ela não se refere à pessoa do Espírito Santo ou a qualquer outro espírito, e sim qualidade do que o Espírito é capaz de realizar. Paulo pediu que Deus, pelo seu Espírito, ampliasse a capacidade dos efésios de ver e entender as coisas espirituais. Não se tratava de sabedoria meramente intelectual, terrena. Mas a sabedoria espiritual que habilitaria o crente a penetrar no conhecimento de Deus. É o conhecimento espiritual que amplia a percepção das coisas que nos rodeiam. Um dos dons do Espírito é a “palavra da sabedoria” (1Co 12.8). O “espírito de sabedoria” capacita o crente a saber distinguir entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. O objetivo principal de Paulo era que os efésios conhecessem em profundidade Jesus Cristo, Salvador e Senhor de suas vidas.
2. Ter o “espírito de revelação” (v.17). A palavra revelação tem o sentido de “tirar o véu” que encobre algo. Existem inúmeras coisas no mundo espiritual que não são percebidas pela mente natural (1Co 2.14,15). A revelação tira o véu, ou seja, vislumbra a realidade. Ter o espírito de revelação não significa extrapolar o que já está revelado nas Escrituras. É ser iluminado pelo Espírito Santo acerca de verdades espirituais que precisam ser conhecidas pelos crentes.
3. Ter “iluminados os olhos do entendimento” (v.18). É ver com o coração. Por isso, um cristão espiritual no sentido bíblico (1Co 2.10-16) ver coisas que a mente natural não pode. O entendimento espiritual diz respeito ao ser interior de cada criatura, inclusive o intelecto, as emoções e a volição do homem. É viver com uma luz que as pessoas comuns não conseguem ter. O mundo é de trevas e só quem conhece Jesus tem ― olhos iluminados‖ para ver o que está acontecendo ao seu redor (Ef 5.8; Mt 13.15; Rm 1.21).
OBS: ― A ação de graças, como um elemento da oração, tanto pode ser desvalorizada como tida em alta conta. Até hoje os judeus devotos entremeiam o dia inteiro com suas orações, no geral compostas por sentenças curtas. Mais de cem bênçãos são normalmente recitadas começando com as palavras: ‗Bendito sejas tu, ó Senhor, Rei do Universo‘. Um judeu típico, expressa um breve agradecimento a Deus, ao receber notícias boas ou más, ao cheirar uma flor odorífera, ao alimentar-se, ao ver um arco-íris e ao passar por uma borrasca. Durante todo o dia o judeu devoto louva e agradece a Deus por tudo que acontece, valendo-se de orações curtas, que não compreendem mais de uma sentença. A admoestação de Paulo para orarmos sem cessar‘ (cf. 1Ts 5.17) fica muito mais clara quando compreendemos o pano de fundo hebraico a partir do qual ele escrevia. Nos capítulos seguintes, ‗ação de graças‘ é o reconhecimento da bondade divina, uma expressão de gratidão a Deus, sob a forma de oração (inclusive a silenciosa), em cântico, música ou língua desconhecida‖ (O Espírito nos Ensina a Orar, CPAD, pp. 33,34).
  III – GARANTIA DAS BÊNÇÃOS NA ORAÇÃO DE PAULO AOS CRENTES EM ÉFESO
Depois do triunfo pleno, perfeito e eterno de Cristo no Calvário, que garantia e certeza temos da resposta de nossas orações? O texto dos versículos 20-23 é objetivo e afirmativo ao relatar a esmagadora vitória sobre todos os poderes, demonstrada na sua ressurreição. É no Cristo ressurreto e vencedor sobre todos os poderes do mal que está a nossa certeza e vitória, inclusive na oração.
1. Jesus ressuscitou dos mortos (v.20). O mesmo poder divino que tirou Jesus do sepulcro, ressuscitando-o dos mortos, é o mesmo que levanta um pecador da morte espiritual, e o coloca numa nova posição em relação a Deus. E a grandeza desse glorioso e infinito poder é vista no caminho que Deus abriu no mar Vermelho para Israel passar a seco (Êx 14.15-26); é o mesmo poder que fechou a boca dos leões na cova em que Daniel foi colocado (Dn 6); é o mesmo poder que provisionou Israel no deserto com o maná (Êx 16.35). Nesse poder, em Cristo, está a garantia de tudo que Ele tem prometido ao seu povo (Mt 28.18).
OBS: SUBSÍDIO TEOLÓGICO - A ênfase no Novo Testamento recai mais na ressurreição do corpo do que naquilo que acontece imediatamente depois da morte. A morte continua sendo uma inimiga, mas já não é para ser temida (1 Co 15.55-57; Hb 2.15). Para o crente, o viver é Cristo e o morrer é lucro; isto significa que morrer é receber mais de Cristo (Fp 1.21). Logo, morrer e estar com Cristo é muito melhor que permanecer no corpo presente, embora devamos ficar aqui enquanto Deus considera que isso seja necessário (Fp 1.23,24). Depois disso, a morte nos trará o repouso ou cessação das nossas labutas e sofrimentos terrestres, e a entrada na glória (2 Co 4.17; 2 Pe 1.10,11; Ap 14.13). (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.621).
2. Jesus está acima de todos os tipos de poderes (vv.20,21). Esse fato é o cumprimento de uma profecia do Salmo 110.1: ― Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés‖. Nosso Jesus está entronizado acima de todos os poderes espirituais e físicos. As designações ― principado, poder, potestade, domínio‖ (v.21), falam de ordens angelicais, tanto aquelas que servem a Deus, como aquelas que servem ao Diabo, as quais, nos céus, na terra e debaixo da terra, estão sob o poder de Cristo.
3. Jesus tem um nome acima de todo o nome (v.21). No mundo dos homens e dos anjos, seus nomes representam o que eles são, mas Deus concedeu a Jesus ― um nome‖ que é sobre todo o nome (Fp 2.9), sem limite, sem tempo, em toda a eternidade.
4. Jesus foi constituído como cabeça da Igreja (vv.22,23). Sua autoridade é absoluta em relação à Igreja. O corpo da Igreja não está separado da cabeça, porque é a cabeça que comanda todo o corpo, e Cristo se tomou Senhor desse corpo. Cada crente está ligado a Cristo em termos de vida e atividade. O v.23 declara que a Igreja é a plenitude do seu corpo, isto é, não pode haver um corpo inteligente sem uma cabeça que o comande. Por isso, a Igreja como tal corpo, só tem importância no mundo em que vivemos porque Cristo a compõe e plenifica com a sua glória e seu poder.
OBS: “A NATUREZA DE DEUS - O Deus onipotente não pode ser plenamente compreendido pelo ser humano, mas nem por isso deixou de se revelar de diversas maneiras e em várias ocasiões a fim de que o venhamos a conhecer. Deus não pode ser compreendido pela mera lógica humana, e nem sequer sua própria existência pode ser comprovada desta maneira. Com isso, queremos dizer que não de forma alguma diminuindo os seus atributos, fazendo uma declaração confessional das nossas limitações e da infinitude divina. Nosso modo de entender a Deus pode ser classificado em duas pressuposições primárias: (1) Deus existe; e (2) Ele se revelou a nós de modo adequado através da sua revelação inspirada. [...] Além disso, Deus está sustentando ativamente o mundo que criou. Na conservação, Ele sustenta a criação através de leis estabelecidas (At 17.25). Na providência, Ele controla todas as coisas existentes no Universo, com o propósito de levar a efeito seu plano sábio e amoroso, de forma que não venha a interferir na liberdade das suas criaturas (Gn 20.6; 50.20; Jó 1.12; Rm 1.24). (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, pp.151,53).
CONCLUSÃO
Portanto, cabe a cada um de nós sabermos o real valor da oração intercessória de Paulo aos crentes em Éfeso e colocarmos em prática em nossas vidas. Esta lição procurou mostrar uma pequena parcela do que a Bíblia ensina sobre a oração na vida do apóstolo Paulo. A oração aqui esboçada serve de modelo para a vida de oração que o crente precisa cultivar, sabendo que o Senhor responde as nossas petições e intercessões em favor de nossas necessidades e de todos aqueles para os quais sempre devemos orar.
Pr. Josaphat Batista Soares. Disponível em: https://www.portalebd.org.br
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

   INTRODUÇÃO
Ainda no primeiro capítulo, o apóstolo Paulo inicia uma longa sentença assim dividida: ação de graças (1.15,16), oração intercessora (1.17-19) e confissão de louvor e exaltação (1.20-23). Nessa sentença somos exortados a louvar ao Senhor pela nossa eleição, buscar a iluminação do Espírito para compreender a dimensão de nossa chamada e herança divina, bem como entender a grandeza do poder de nosso Deus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
No trecho da Carta aos Efésios que vamos estudar hoje (Ef 1.15-23), Paulo nos mostra que a igreja de Deus, é o povo mais poderoso do mundo. “Nesses versículos, Paulo, com coração devoto, lembrando-se de seus leitores, orando e agradecendo a Deus por eles, numa demonstração do seu espírito altruísta e intercessório, ensina-nos uma grande lição. Nos versos 3 a 14 do mesmo capítulo, nossa posição em Cristo é assegurada pelas três bênçãos principais que emanam de Deus: fomos eleitos em Cristo para sermos santos e irrepreensíveis; fomos remidos pelo seu sangue; e fomos selados com o Espírito Santo até o dia em que corpo, alma e espírito sejam plenamente livres para o gozo eterno. A oração do "apóstolo das gentes" teve três pedidos especiais para os crentes da igreja em Éfeso. Ele começa com as palavras [que Ele] vos dê" (v. 17) e apresenta a seguir os três pedidos. Primeiro, "o espírito de sabedoria". Segundo, "[o espírito] de revelação". Terceiro, que lhes fossem "iluminados os olhos do... entendimento"”. (bibliotecabiblica).
  I. A ESPERANÇA DA VOCAÇÃO E AS RIQUEZAS DA GLÓRIA
O apóstolo ensina que os salvos precisam ser iluminados para compreenderem quais são a esperança da vocação e as riquezas da glória da sua herança.
1. Ação de graças e intercessão. O apóstolo se alegra em dar graças a Deus pela vida dos eleitos (1.16) e por todas as bênçãos espirituais recebidas, tais como: a eleição, a predestinação, a filiação e o dom do Espírito Santo (1.3-14). Ele intercede para que seja concedido aos seus leitores “o espírito de sabedoria e de revelação” (1.17). Paulo estava ciente de quão maravilhoso é o Evangelho, mas ao mesmo, de quão impossível é alguém perceber a glória dessas boas novas sem ser ensinado por Deus (1 Co 2.14,15). Por isso, ele rogava para que os crentes recebessem a capacidade de compreenderem, por meio do Espírito Santo, a esperança da chamada, as riquezas da herança e a grandeza do poder de Deus (1.18,19). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
“Em Efésios 1.1-14, Paulo mostra-nos que somos o povo mais rico do mundo. Mas, agora, ele pede para Deus abrir o nosso entendimento a fim de que saibamos que somos o povo mais poderoso do mundo. Ele começa com uma grande bênção (1.1-14) e continua com uma grande intercessão (1.15-23)” (Stott, John. A mensagem dc Efcsios, p. 29.). O apóstolo pede que Deus abra os olhos do nosso coração para sabermos o que já temos.
Em Efésios 1.17-18, “espírito de sabedoria... coração”, Paulo estava orando para que os cristãos tivessem a disposição do conhecimento piedoso e a percepção do que uma mente santificada é capaz, e assim, entender a grandeza da esperança (Rm 8.29; 1 Jo 3.2) e da herança que eles têm em Cristo. O único meio do verdadeiro entendimento e apreciação da esperança e da herança em Cristo e de viver de maneira obediente a ele é somente através de uma mente iluminada espiritualmente, como assevera o versículo 8.
“O conhecimento é a escada através da qual a fé sobe mais alto, é o trampolim de onde pula mais longe”. A palavra grega usada por Paulo, epignosis, “conhecimento”, deve ser distinguida degnosis, cuja tradução também é “conhecimento”. A palavra composta epignosis é uma amplitude de gnosis, denotando um conhecimento mais amplo e mais completo. Esse conhecimento pleno é aquele que advém de intimidade experimental. E mais do que conhecimento acadêmico e teórico. E pessoal” (Lopes, Hernandes Dias Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2009. P. 37).
2. A esperança da vocação. Em sua petição a Deus, Paulo intercede para que o Espírito Santo ilumine os crentes a fim de saberem “qual seja a esperança da sua vocação” (1.18). Assim, eles seriam capazes de experimentar e conhecer profunda e espiritualmente os privilégios de serem vocacionados. Podemos dizer que tal esperança divide-se em pelo menos três aspectos: a) Deus chamou pessoas no passado (2 Tm 1.9), ou seja, uma chamada em que Ele teve a iniciativa por meio da eleição em Cristo, da qual fazemos parte (1.3-14); b) a chamada abrange serviço e santificação no presente (Fp 3.14), isto é, achar-se irrepreensível, viver em comunhão e andar de modo digno (1.4; 2.11-18; 4.1); c) a participação gloriosa no futuro (5.27), que compreende a vida eterna e a esperança de conhecer Deus face a face (1 Co 13.12)”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
Paulo ora para que a igreja venha a conhecer e a experimentar essa gloriosa esperança. Paulo está falando que Deus é a nossa herança. Salmo 16.5 diz que Deus é a nossa herança. “Paulo expressa, aqui, o desejo de que os crentes compreendam quão preciosos eles são para Deus. Eles são o troféu da graça de Deus. O tesouro deles está em Deus, e, num sentido bem verdadeiro, o tesouro de Deus está nos santos”. (Vaughan, Curtis. Efésios, p. 42.)
3. As riquezas da glória da sua herança. Na oração, o apóstolo pede para que os crentes entendessem “as riquezas da glória da sua herança” (1.18). A expressão “sua herança” enfatiza o que Deus deu aos seus eleitos (Cl 1.12). Já o termo “riquezas” refere-se às maravilhosas bênçãos que acompanham o plano da salvação, tais como: o perdão dos pecados, a adoção de filhos e as bênçãos que serão desfrutadas no porvir (Cl 1.27; 1 Pe 1.4,5), como por exemplo: vermos a Deus, a Cristo e O adorarmos (Ap 22.3,4). Sim, no dia aprazado, os fiéis estarão reunidos nas bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Então, os salvos tomarão posse da herança preparada desde a fundação do mundo (Mt 25.34).
“Nós somos a riqueza de Deus, o presente de Deus, o tesouro de Deus, a menina dos olhos de Deus. Somos filhos, herdeiros, coerdeiros, santuários, ovelhas e a delícia de Deus.” (HERNANDES, p. 42).
Aqueles que vivem afastados da iluminação do Evangelho estão cegados por satanás para a verdade espiritual (2Co 4.4; 6.14; Mt 15.14). Por este fato, os descrentes estarem nas trevas de sua cegueira espiritual, a Bíblia muitas vezes usa a luz para retratar a salvação (At 13.47; 26.23; Mt 4.16; Jo 1.4-5,7-9:3.19-21; 8.12; 9.5; 12.36).
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
É importante introduzir esta aula lendo com a classe os versículos 15-17. Esses versículos retratam a ação de graças e a intercessão apostólica. Para introduzir este tópico, além do texto do comentário, leve em conta o seguinte fragmento de texto: “Será muito importante observar o relacionamento entre 1.3-14 e 1.15-23. O primeiro representa um profundo hino de louvor pelas bênçãos redentoras de Deus em Cristo; o último é uma oração de intercessão para que os olhos espirituais dos crentes se abram para, através da experiência, alcançarem a compreensão da plenitude dessas bênçãos. Dessa forma, Paulo faz junção do louvor com a oração, da adoração com a intercessão, como dois componentes necessários ao verdadeiro conhecimento de Deus” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.403).
  II. A SOBRE-EXCELENCIA ULTURA DOMINADA PELA INIQUIDADE
O poder divino é imensurável e nada pode detê-lo. Em sua Carta, Paulo se esmera no esforço de traduzir a grandiosidade e a eficácia desse poder que opera em favor dos crentes.
1. A sobre-excelente grandeza do seu poder. O apóstolo orou para que os salvos pudessem entender a “sobre-excelente grandeza do poder de Deus” (1.19). Perceba que a palavra “sobre-excelente” é traduzida do grego uperballõ, que na forma adjetivada significa “extraordinário” (2 Co 4.7). Já a expressão seguinte, megethos (grandeza), objetiva enaltecer a magnitude do poder de Deus que a tudo sobrepuja (Mt 26.64). O termo dunamis, aqui traduzido por “poder”, indica feitos miraculosos que requerem força “fora de medida” (At 8.13). Logo, a repetição desses termos indica que apenas o maior de todos os poderes é capaz de realizar a transformação e a salvação do homem (2 Pe 1.4); e que somente um poder tão grande assim pode operar e concretizar as bênçãos inclusas na “esperança da vocação” e nas “riquezas da herança” (1.18). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
O grande poder de Deus, esse mesmo poder que ressuscitou Jesus da morte e o elevou de volta pela ascensão para a glória a fim de fazê-lo sentar-se à direita de Deus, é dado a todo cristão no momento da salvação e está sempre disponível (At 1.8; Cl 1.29). Paulo, portanto, não ora para que o poder de Deus seja dado aos cristãos, mas para que eles se conscientizem do poder que já possuem em Cristo e façam uso dele (Ef 3.20). Paulo enfatiza o poder de Deus usando quatro palavras distintas para a palavra poder no versículo 19:
1) dunamis — traz a ideia de uma dinamite, um poder irresistível;
2) energeia — o poder que trabalha como uma energia;
3) kratos — poder ou força exercida;
4) ischus — poder, grande força inerente.
Paulo faz uso dessas quatro palavras para enfatizar a plenitude e a certeza desse poder. Esse poder é tão tremendo que é o mesmo que Deus exerceu para ressuscitar seu Filho.
2. A força do poder divino. Na sentença “segundo a operação da força do seu poder” (Ef 1.19), o apóstolo faz uso de três vocábulos gregos concordes entre si. Primeiro, a palavra “operação”, que é a tradução de energeia, e também significa “eficácia”, sinalizando a ideia de “poder em atividade” (Cl 1.29). Segundo, a expressão “força” vem do termo kratos, que traz a ideia de “intensidade”. E, finalmente, ischus, que indica o “poder inerente” de Deus (Jo 1.12; 2 Pe 2.11). A associação desses conceitos revela o poder potencial de Deus que, inerente à sua natureza divina, opera em favor dos que creem. Para aprofundar essa impressionante descrição, Paulo apresenta três exemplos irrefutáveis da força desse poder: (1) A ressurreição de Cristo; (2) sua ascensão à direita de Deus nos céus (1.20); e (3) sua elevação acima de todo o domínio (1.21,22). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
“O poder que atua nos crentes é o poder da ressurreição. E o poder que ressuscitou a Cristo dentre os mortos, assentou-o à direita de Deus e lhe deu a soberania sobre o Universo inteiro. Esse poder é como um caudal impetuoso que arrasta com sua força os obstáculos que encontra pelo caminho. F. F. Bruce afirma que a morte de Cristo é a principal demonstração do amor de Deus, mas a ressurreição de Cristo é a principal demonstração do poder de Deus. [...] À luz do que Paulo pediu, como você avalia a sua vida espiritual? Você tem usufruído as riquezas que tem em Cristo? Você tem crescido no relacionamento íntimo com Deus? Você conhece mais a Deus? Você tem fome de Deus? Você compreende a esperança do seu chamado: de onde Deus o chamou, para que Deus o chamou e para onde Deus o chamou? Você compreende o quão valioso você é para Deus? Você tem experimentado de forma prática o poder da ressurreição em sua vida?” (HERNANDES, p. 42 e 45)
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A NATUREZA DE DEUS
O Deus onipotente não pode ser plenamente compreendido pelo ser humano, mas nem por isso deixou de se revelar de diversas maneiras e em várias ocasiões a fim de que o venhamos a conhecer. Deus não pode ser compreendido pela mera lógica humana, e nem sequer sua própria existência pode ser comprovada desta maneira. Com isso, queremos dizer que não de forma alguma diminuindo os seus atributos, fazendo uma declaração confessional das nossas limitações e da infinitude divina. Nosso modo de entender a Deus pode ser classificado em duas pressuposições primárias: (1) Deus existe; e (2) Ele se revelou a nós de modo adequado através da sua revelação inspirada.
[...] Além disso, Deus está sustentando ativamente o mundo que criou. Na conservação, Ele sustenta a criação através de leis estabelecidas (At 17.25). Na providência, Ele controla todas as coisas existentes no Universo, com o propósito de levar a efeito seu plano sábio e amoroso, de forma que não venha a interferir na liberdade das suas criaturas (Gn 20.6; 50.20; Jó 1.12; Rm 1.24)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, pp.151,53).
  III. CRISTO: NOSSO EXEMPLO DE EXALTAÇÃO
Nesse ponto veremos três aspectos da exaltação de Cristo que atestam a grandiosidade do Poder de Deus disponível também aos crentes.
1. Cristo: As primícias dos que dormem. Paulo enfatiza que o poder de Deus se “manifestou em Cristo, ressuscitando-o dos mortos” (1.20). De fato, o Novo Testamento descreve a ressurreição de Cristo como obra do poder de Deus Pai (At 2.24; 3.26; 17.31). Ao ressurgir dentre os mortos, Cristo foi feito as primícias dos que dormem (1 Co 15.20-22). Assim sendo, a ressurreição de Jesus é a garantia de que seremos ressuscitados (1 Ts 4.14). O mesmo poder que ressuscitou a Cristo está disponível também aos salvos (2.6). Desse modo, os crentes vencerão a morte e se erguerão gloriosamente de seus sepulcros para reinarem com Cristo eternamente (Jo 5.28,29; Fp 3.20,21). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
Por causa do seu poder divino (Jo 11.25; Hb 2.14), da promessa e do propósito de Deus (Lc 24.46; jo 2.18-22; 1 Co 15.16-26), a morte não podia reter Jesus na sepultura. A ressurreição autenticou o ministério do Senhor, selou sua obra de redenção, marcou o começo de sua glorificação e foi a confirmação pública de que o Pai aceitou seu sacrifício.
Mas não apenas numa ação futura, Deus já nos resgatou da sepultura espiritual em que o pecado nos havia posto. Deus realizou uma poderosa ressurreição espiritual em nós por meio do poder do Espírito Santo. Quando cremos em Cristo, passamos da morte para a vida (Jo 5.24). Recebemos vida nova: a vida de Deus em nós.
2. Cristo elevado à direita de Deus. Paulo reforça o poder de Deus quando da elevação de Cristo ao trono: “Pondo-o à sua direita nos céus” (1.20). Aqui está em foco à ascensão de Cristo em referência a promessa messiânica (Sl 110; At 1.6). O grau de exaltação para uma posição de honra e autoridade indica o completo triunfo de Cristo sobre o pecado e as forças do mal (Fp 2.9-11; Cl 2.15). Esse triunfo também está assegurado aos salvos (1 Co 15.56,57) e endossa nossa participação na vida celestial, conforme indica a expressão “nos fez assentar nos lugares celestiais” (2.6). Assim, tanto a ressurreição como à ascensão de Cristo são obras do poder do Pai. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
Depois de haver ressuscitado a Cristo dentre os mortos, Deus manifestou seu poder fazendo-o assentar-se “à sua direita” (1.20,21). A “direita” de Deus é uma figura de linguagem indicando o lugar de supremo privilégio e autoridade. A mais alta honra e autoridade no Universo foi tributada a Cristo (Mt 28.18).
"ressuscitou" e "fez" indica serem esses os resultados imediatos e diretos da salvação. O cristão não só está morto para o pecado e vivo para a justiça por meio da ressurreição de Cristo, mas ele também desfruta da exaltação do Senhor e compartilha de sua glória preeminente. A esfera sobrenatural onde Deus reina é o lugar onde Cristo nos fez assentar! “Nos Lugares Celestiais” é a esfera espiritual onde as bênçãos dos cristãos estão (Ef 1.3), onde está a herança deles (1 Pe 1.4), onde os sentimentos deles devem estar (Cl 3.3) e onde eles desfrutam da comunhão com o Senhor. É a esfera de onde toda revelação divina provém e para onde vão todo o louvo e todas as petições.
3. Cristo exaltado sobremaneira. Nesse ponto, Paulo ensina que o poder de Deus exaltou Cristo “acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia” (1.21). Significa que Ele foi exaltado acima de toda eminência do bem e do mal e de todo título que se possa conferir nessa era e também no porvir. O resultado desse triunfo traz duplo benefício para a Igreja: primeiro, que Deus fez Cristo o cabeça da Igreja (1.22); e, segundo, que Deus designou a Igreja para ser a expressão plena de Cristo (1.23). Isso significa que nenhum poder pode prevalecer contra a Igreja do Senhor (Mt 16.18). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
Paulo queria que os crentes entendessem a grandeza de Deus comparada a outros seres celestiais. "Principado, potestade, poder e domínio" eram os termos tradicionais judaicos para designar seres angelicais que tinham unia alta posição no exército de Deus. Deus está acima deles todos (Ap 20.10-15).
No versículo 22 Paulo cita o SaImo 8.6, indicando que Deus exaltou a Cristo sobre todas as coisas (Hb 2.8), incluindo a sua igreja (Cl 1.18). Cristo é, claramente, o cabeça dominante porque todas as coisas foram colocadas sob seus pés. No versículo 23, Paulo usa uma metáfora para o povo redimido de Deus, chamando-o de ‘Corpo’, metáfora essa que é usada exclusivamente no Novo Testamento para falar da igreja (Ef 4.12-16; 1 Co 12.12-27). Isso nos esclarece que, a Igreja é o único meio que o mundo pode enxergar a Cristo, é através da Igreja que Cristo pode ser conhecido pelo mundo entenebrecido. “A igreja é a plenitude de Cristo. A igreja está cheia da sua presença, animada pela sua vida, cheia com os seus dons, poder e graça.93 A igreja é o prolongamento da encarnação de Cristo. A igreja é o seu corpo em ação na terra. A igreja está cheia da própria Trindade: Filho (1.23), Pai (3.19) e Espírito Santo (5.18).” (HERNANDES, p. 44).
Ainda, esclarecendo o ponto “Isso significa que nenhum poder pode prevalecer contra a Igreja do Senhor (Mt 16.18)”, em Mateus 16.18, "as portas do inferno", são literalmente "as portas do Hades". O inferno é o local de punição do espírito dos descrentes que morrem. O ponto de entrada para tal é a morte. Essa, então, é uma expressão judaica que se refere à morte. Até mesmo a morte, a derradeira arma de Satanás (Hb 2.14-15), não tem poder para obstruir a igreja. O sangue dos mártires, de fato, acelerou o crescimento da igreja em tamanho e em poder espiritual! Esse foi o principal propósito da encarnação: Jesus veio à terra para morrer. Ao morrer, ele pôde vencer a morte em sua ressurreição (Jo 14.19). Ao vencer a morte, ele tornou ineficaz o poder de Satanás contra todos os que são salvos. Para o cristão, "tragada foi a morte pela vitória" (1Co 15.54). Portanto, o pavor da morte e sua escravidão espiritual foram destruídos por meio da obra de Cristo!
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A ênfase no Novo Testamento recai mais na ressurreição do corpo do que naquilo que acontece imediatamente depois da morte. A morte continua sendo uma inimiga, mas já não é para ser temida (1 Co 15.55-57; Hb 2.15). Para o crente, o viver é Cristo e o morrer é lucro; isto significa que morrer é receber mais de Cristo (Fp 1.21). Logo, morrer e estar com Cristo é muito melhor que permanecer no corpo presente, embora devamos ficar aqui enquanto Deus considera que isso seja necessário (Fp 1.23,24). Depois disso, a morte nos trará o repouso ou cessação das nossas labutas e sofrimentos terrestres, e a entrada na glória (2 Co 4.17; cf.2 Pe 1.10,11; Ap 14.13)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.621).
  CONCLUSÃO
Embevecido com as bênçãos espirituais, Paulo mantém adoração contínua ao Eterno Deus, atitude que deve ser seguida por todos os salvos. A compreensão das dádivas da salvação demonstra o excelso valor daquilo que Deus fez por nós. Seus atos poderosos viabilizam a transformação e a glorificação dos que creem. Aleluia! [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 4, 26 Abril, 2020]
Cristo é a fonte da herança divina do cristão, a qual é tão certa que é mencionada como se já tivesse sido recebida (nele, digo, no qual fomos também feitos Herança...), Assim, em Efésios 1.1-14, Paulo mostra-nos que somos o povo mais rico da terra, e agora, ele pede para Deus abrir o nosso entendimento a fim de que saibamos que somos o povo mais poderoso da terra. Todas essas riquezas vêm pela graça de Deus e são para a glória de Deus. Toda a obra do Pai (1.6), do Filho (1.12) e do Espírito Santo (1.13,14) tem uma fonte (a graça) e um propósito (a glória de Deus). O nosso fim principal é glorificar a Deus, e o fim principal de Deus é glorificar a si mesmo.
 Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

quinta-feira, 16 de abril de 2020

LIÇÃO 3: ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO




COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I
ELEIÇÃO E PREDESTINAÇÃO

Nesta semana estudaremos sobre a Eleição e a Predestinação. Veremos que, em Cristo, fomos eleitos para a salvação e predestinados a desfrutar das bênçãos espirituais preparadas por Deus aos eleitos em Cristo. Nesse sentido, a lição tem o objetivo geral de informar que Deus soube de antemão, por meio de sua presciência, quais as pessoas creriam e que, em Cristo, seriam predestinadas a receberem essas bênçãos. Nesse aspecto, você deve trabalhar pontos bem específicos: (1) Esclarecer a diferença entre eleição e predestinação; (2) explicar como ocorreu a eleição divina desde antes à fundação do mundo; (3) constatar que a predestinação bíblica retrata as bênçãos concedidas aos eleitos. Basicamente esses são os assuntos que permearão a lição.

Resumo da lição

Toda lição culminará para mostrar que a eleição é segundo a presciência divina. Esse é o ponto central do assunto. Tendo isso em mente, você desenvolverá o primeiro tópico mostrando que a eleição para a salvação ocorreu por iniciativa de Deus em Cristo Jesus e não por causa da obra humana. Nesse sentido, nós destacamos aqui o amor de Deus pelo pecador.
Distinguindo a eleição da predestinação, no segundo tópico você deve desenvolver o conceito de predestinação mostrando que o Altíssimo predestinou os eleitos para serem filhos por adoção, tendo a imagem de Cristo e serem herdeiros das bênçãos espirituais. Aqui, deve ficar claro que na Bíblia não existe a ideia de uma dupla predestinação, onde Deus decretaria que uns fossem para o céu e outros para o inferno.
Logo, se a predestinação não se refere à condenação eterna, o terceiro tópico reafirma essa verdade mostrando que ela está ligada diretamente a salvação e que esse ato está diretamente ligado ao amor de Deus.  

Uma dica importante

Os termos “eleição” e “predestinação” são importantíssimos para serem bem dominados a fim de que você tenha segurança quando for expor a lição. Por isso, sugerimos algumas obras para a sua consulta e preparo: (1) Bíblia de Estudo Pentecostal; (2) Arminianismo Puro e Simples; (3) Arminianismo – A Mecânica da Salvação; (4) Teologia Sistemática: uma Perspectiva Pentecostal; (5) Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Ambas as obras são editadas pela CPAD.
Portanto, prepare-se bem e tenha uma boa aula! 
 Subsídio extraído da Revista Ensinador Cristão - Ano 21 nº 81 (Jan/Fev/Mar) 
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

  INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a eleição e a predestinação, duas doutrinas de suma importância, que diz respeito a soteriologia; veremos o que significam esses termos à luz das Escrituras; e quais as principais distorções interpretativas sobre a eleição e predestinação e sua respectiva refutação.
  I – O QUE É ELEIÇÃO
1.1 Definição etimológica e exegética. O termo eleição advém do latim: “electionem” que quer dizer: “ato de eleger, escolha” (ANDRADE, 2000, p. 133). Atrelado a eleição encontramos os termos gregos: “eklektós”, que significa literalmente: “escolhido, eleito” (formado de ek, “de”, e legõ, “juntar, escolher”), e é usado para designar: (a) Cristo, o escolhido de Deus, como Messias (Lc 23.55), como a principal pedra de esquina (1Pd 2.4,6); (b) os anjos (1Tm 5.2); e, (c) os crentes (Rm 8.33; Cl 3.12; 2Tm 2.10; Tt 1.1; 1Pd 1.2; 2.9). Como também o termo: “eklegõ”, “escolher, selecionar, eleger, escolher para si mesmo”, não implicando necessariamente a rejeição do que não é escolhido, mas escolher com as ideias subsidiárias de generosidade, favor ou amor (Jo 6.70; 13.18; 15.16,19; 1Co 1.27,28; At 13.17; 15.7; Ef 1.4; Tg 2.5) (VINE, 2002, pp. 584,608 – acréscimo nosso).
1.2 Definição teológica. De acordo com Thiessen (2009, p. 246) eleição é: “o ato soberano de Deus em graça, pelo qual Ele escolheu em Jesus Cristo para a salvação todos aqueles que de antemão sabia que O aceitariam. Esta é a eleição em seu aspecto redentor”. Em termos práticos a eleição bíblica diz respeito a verdade que: “[…] pela presciência divina, Deus soube quem iria crer e perseverar em Cristo desde a eternidade e elegeu-os conforme a sua vontade e, para esses eleitos, determinou propósitos específicos” (1Pd 1.2) (BAPTISTA, 2020, p. 34). A eleição é a escolha graciosa feita por Deus daqueles que estão em Cristo para formarem o Seu povo (Ef 1.4).
  II – A ELEIÇÃO À LUZ DAS ESCRITURAS
2.1 A eleição é cristocêntrica. Fora de Cristo não existe eleição para nenhuma pessoa; do início ao fim a bênção de Deus é realizada “em Cristo” como vemos o apóstolo declarar: (a) nos abençoou em Cristo (Ef 1.3); (b) nos elegeu nEle (Ef 1.4); (c) nos predestinou para filhos por Jesus Cristo (Ef 1.5); (d) nos fez agradáveis a si no Amado (Ef 1.6); (e) em quem temos a redenção (Ef 1.7); (f) nEle fomos feitos herança (Ef 1.11). A expressão paulina “em Cristo” aparece 106 vezes nas suas epístolas. Somadas às suas equivalentes “no Senhor e nEle”, o número é 160 vezes (36 das quais apenas em Efésios) (STAMPS, 1995, p. 1807). Ficando claro que, estar em Cristo é a condição para fazer parte do povo eleito (Rm 8.1,29-10,39; 1Pd 2.9). Todos estão entre os não-eleitos até que estejam nEle (Cristo). Estar em Cristo é estar em união redentora com Ele; e para estar nEle a condição é: (a) fé (Jo 1.11,12; 3.18; At 16.31; Rm 1.16,17; 5.1; Gl 3.26; 5.6; Ef 2.8; Cl 2.12;); e, (b) arrependimento (Mc 1.15; At 2.38; 3.19; 17.30).
2.2 A eleição é corporativa. As Escrituras sempre que tratam da doutrina da eleição, sempre usam o plural: “nos elegeu” (Ef 1.4). Na epístola as Efésios Paulo refere-se aos eleitos sempre como um conjunto, como: (a) um corpo (Ef 1.23; 2.15,16; 3.6; 4.4,12,16,25; 5.23,30); (b) uma família (Ef 2.19; 3.15); e, (c) um edifício (Ef 2.20-22). De modo que o foco não são indivíduos, mas o grupo, a Igreja, formada por todos aqueles que creram em Cristo e permanecerão até o fim (Ef 1.22; 3.10; 5.23-25,27,29,32).
2.3 A eleição é segundo a presciência de Deus. A eleição ou escolha de Deus não é arbitrária, de forma que alguns sejam destinados à salvação e outros à perdição, sem levar em conta a disposição de cada indivíduo, como Paulo afirma: “[…] os que dantes conheceu, também os predestinou [...] (Rm 8.29). O detalhe é que estes que Deus conheceu, do grego: “proginosko” que significa: “ato de saber de antemão”, conforme a construção da oração paulina, são: “aqueles que amam a Deus” (Rm 8.28), ou seja, Deus previu ou pré conheceu aqueles que o amariam e continuariam a amá-lo até o fim, e os predestinou a serem feitos conforme a imagem de Cristo. O apóstolo Pedro corrobora esta doutrina asseverando que: “somos eleitos, segundo a presciência de Deus Pai” (1Pd 1.2). Fica claro que a presciência vem antes da eleição e da subsequente predestinação (DANIEL, 2017, p. 431 – acréscimo nosso). Os eleitos são constituídos, não por decreto absoluto, mas por aceitação das condições do chamado de Deus (Jo 3.16; Rm 10.13).
  III – FALSAS CONCEPÇÕES A RESPEITO DA ELEIÇÃO
3.1 Eleição incondicional. Para os que defendem este ponto de vista, a escolha divina se dá a um grupo seleto de forma incondicional, ou seja, que Deus desde a eternidade passada, já determinou para a salvação, sendo os demais predestinados por Deus à condenação eterna. No entanto, esta doutrina não é ensinada nas Escrituras (Ez 18.23,32; 33.11; 1Tm 2.3,4; 2Pd 3.9), que mostra claramente que Deus é bom para com todos (Sl 145.9), é inteiramente imparcial (Tg 3.17), não faz acepção de pessoas (At 10.34), e deseja que todos sejam salvos (1Tm 2.3,4). Podemos então dizer que: todos os homens são igualmente, dignos de Sua condenação e, igualmente, indignos de Sua graça (HUNT, 2015, p. 354 – acréscimo nosso).
3.2 Eleição individual. A eleição individual só aparece na Bíblia em relação a “chamados específicos” de pessoas para serviços diversos (Is 45.1-4). Deus sabendo que determinadas pessoas lhe seguirão e segundo os propósitos que Ele tem em vista serem realizados, escolhe alguns indivíduos para exercerem funções de relevância em seu Reino. Entre outros podemos citar: (a) Jeremias (Jr 1.5); e, (b) Paulo (At 9.15). Essa chamada é um ato soberano de Deus (Sl 105.26; 43.13; Sl 78.70-72), que escolhe, nomeia, capacita e envia (Mt 9.37,38; 20.1-14; Lc 10.2; Jo 15.16; Ef 4.8-12) a quem Ele quer (Mc 3.13,14). Vale salientar que, esta escolha de Deus, também está diretamente ligada a livre escolha de quem por ele é chamado.
  IV – O QUE É PREDESTINAÇÃO
4.1 Definição etimológica e exegética. O vocábulo “predestinação”, vem do grego: “prooridzo”, que significa: “assinalar diante mão”. A preposição grega: “pró” trás a ideia de: “uma atividade feita de antemão”, já a expressão: “oridzo” quer dizer: “dividir com fronteira, definir” (SILVA, 1989, pp. 11,12 – acréscimo nosso). De modo que predestinação significa: “destinar com antecipação”. À luz do Novo Testamento, o termo equivalente a predestinação ocorre seis vezes, traduzido por: (a) ordenou antes (1Co 2.7); (b) anteriormente determinado (At 4.28); e, (c) destinar (Rm 8.28,30; Ef 1.5,11). Com o passar do tempo, o vocábulo predestinação tornou-se sinônimo de “decreto divino” e com este sentido, passou a indicar um conjunto de palavras e expressões com os seguintes resultados: (a) determinado conselho (At 2.23); (b) beneplácito (Ef 1.9); e, (c) propósito da Sua vontade (Ef 1.11) (SILVA, 1989, pp. 11,12 – acréscimo nosso).
4.2 Definição teológica. Do ponto de vista teológico predestinação diz respeito a: “propósito determinado por Deus desde a eternidade para os que estão em Cristo”. Desse modo, é bom que se destaque que embora estejam intimamente relacionadas, eleição e predestinação não são uma e mesma coisa. Eleição significa escolha, enquanto predestinação tem a ver com o fim dado aos escolhidos. Eleição é o ato pelo qual Deus escolhe homens para si mesmo; predestinação é o ato determinativo de Deus quanto ao destino dos que Ele escolheu. Predestinação, na Bíblia, não tem a ver com escolha, mas com o destino dado àqueles que já foram escolhidos (DANIEL, 2017, pp. 424,425 – grifo nosso).
4.3 O objetivo da predestinação. Podemos afirmar à luz dos ensinos do apóstolo Paulo, que três são os objetivos da predestinação bíblica em relação aos salvos em Cristo: (a) serem filhos de adoção (Ef 1.5); (b) serem coerdeiros com Cristo (Ef 1.11); e, (c) serem conforme a imagem de Cristo (Rm 8.29). Predestinação à luz da Bíblia, não tem por objeto a fé (não define se alguém vai crer ou não) […] trata-se da definição divina daquilo em que aqueles que estão em Cristo se tornarão ao final (DANIEL, 2017, p. 424).
 V – FALSAS CONCEPÇÕES A RESPEITO DA PREDESTINAÇÃO
A problemática a respeito da predestinação não é se ela existe ou não, como alguns pretensiosamente querem fazer pensar, pois a Bíblia deixa muito claro que a predestinação é uma doutrina bíblica (Rm 8.29,30; Ef 1.5,11), de modo que o ponto a ser considerado é como ocorre essa predestinação (OLIVEIRA, 2016, p. 17– acréscimo nosso). Vejamos portanto algumas falsas concepções a respeito:
5.1 Dupla predestinação. A predestinação dentro desta falsa perspectiva seria: “o decreto eterno de Deus, pelo qual […] alguns são predestinados à vida eterna, e outros à condenação eterna […]”, segundo esta afirmativa, implica que: “aqueles, portanto, a quem Deus ignora, Ele reprova, e por nenhuma outra causa, senão porque Ele tem prazer de os excluir da herança que Ele predestina para seus Filhos [...]”. Tal doutrina deve ser rejeitada, visto que isso é no mínimo uma calúnia contra o caráter de Deus, dizer que rejeitar pessoas O agrada! (HUNT, 2015, pp. 390,391 – acréscimo nosso), como também contraria frontalmente as Escrituras (1Tm 2.4; ver Jo 3.16,17; 6.37). A Bíblia não fala em lugar algum sobre predestinação dupla. Ela só fala de predestinação em um sentido: em relação aos salvos em Cristo, ou seja o propósito determinado por Deus desde a eternidade para seu povo (Ef 1.5,11; Rm 8.29) (DANIEL, 2017, pp. 423,424).
5.2 Predestinação fatalista. Fatalismo é uma crença distorcida da doutrina da predestinação, uma vez que ela atribui as ações e escolhas do homem ao “determinismo” de Deus. De modo que, se Deus não o eleger e predestinar incondicionalmente, embora querendo ser salvo não o poderá ser, pois lhe é negado essa graça. Vieram ao mundo, recebem benefícios naturais, ouvem o evangelho, mas não poderão ser salvos, uma vez que Deus decretou de antemão, a perdição deles. Tal ensino não tem base nas Escrituras, uma vez que a predestinação bíblica não é uma manipulação divina das escolhas do homem, isso o faria um fantoche, sem capacidade de escolha e de vontade, o que não se harmoniza com várias passagens bíblicas. A Bíblia deixa claro que nós podemos agir livremente, ao invés de sermos robôs programados apenas para seguir comandos pré-determinados (Gn 4.6,7; Js 25.15; Dt 28.1,15; 30.19; Jr 4.1,2; Sl 119.30; 1Pd 2.16; 5.2; Fm v.14; Gl 5.13).
  CONCLUSÃO
A eleição e predestinação é um tema fundamental para a compreensão da doutrina da salvação, que percorre as Escrituras Sagradas do começo ao fim. Um Deus soberano que a todos concede o favor da salvação.

Ev. Caramuru Afonso Francisco. Disponível em: https://www.portalebd.org.br
COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

   INTRODUÇÃO
A eleição e a predestinação são termos importantes na compreensão da doutrina da salvação. Esses vocábulos ligados entre si elucidam o plano divino de salvar os pecadores. Nesta lição abordaremos os conceitos bíblicos e a interpretação pentecostal referente à eleição e à predestinação. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Antes de iniciar a discussão acerca do tema proposto, acredito ser vital esclarecer que, quando o arminianismo surgiu, em meados do século 17, os herdeiros dos reformadores entenderam isso como uma volta para Roma. [Timothy George. Teologia dos Reformadores. São Paulo, SP: Vida Nova, 1993.]. Isso não implica dizer que, antes de Armínio, todos os protestantes pensavam igualmente sobre essas questões (veja aqui sobre isso). Os termos propostos para estudo nos falam do Plano da Salvação que Jesus, por amar-nos singularmente, consumou no Calvário. Tendo a predestinação como uma de suas principais colunas, é eficaz para livrar-nos do pecado e da ira vindoura. Veremos com a ajuda de Deus, que a predestinação ensinada nas Escrituras Sagradas é sempre salvadora. Os que Deus predestina, predestina-os sempre à salvação. E, quando alguém se perde, perde-se por não haver se curvado ao senhorio de Jesus Cristo.
   I. ELEITOS PARA UMA VIDA SANTA E IRREPREENSÍVEL
A dádiva da eleição precede a nossa existência. Antes da fundação do mundo, Deus planejou salvar e capacitar para uma vida de santidade os que Ele elegeu de antemão.
1. A Eleição divina. Eleição traz a ideia de escolha. Aos Efésios (1.4), Paulo menciona três aspectos dessa escolha: (1) Em quem fomos escolhidos? Em Jesus, por isso ela é Cristocêntrica; (2) Em que tempo se deu essa escolha? O tempo é dito como “antes da fundação do mundo”; (3) E qual a finalidade? Para que fôssemos “santos e irrepreensíveis”. Donald Stamps, editor da Bíblia de Estudos Pentecostal, afirma que a eleição de pessoas ocorre somente em união com Jesus Cristo e que ninguém é eleito sem estar unido a Cristo pela fé. Nossa Declaração de Fé assevera que Deus elegeu a Igreja desde a eternidade, antes da fundação do mundo, segundo a sua presciência (1 Pe 1.2). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
A eleição indica o ato de Deus separar alguns indivíduos de entre a raça humana caída para a salvação. A eleição destes indivíduos ocorreu antes da fundação do mundo (Ef 1.1-13). A eleição aparece na Bíblia em diferentes sentidos. Temos a eleição de Israel como um povo separado para um serviço especial (Dt 4.37; Os 13.5). Alguns indivíduos são eleitos (escolhidos) para desempenhar um ofício ou determinado serviço (Dt 18.5; 1Sm 10.24; Jr 1.5; At 9.16). Lemos também sobre a eleição de indivíduos para serem recebidos como filhos de Deus através da obra redentora de Cristo (Mt 22.14; At 13.48; Rm 1.5; Ef 1.4).
2. As condições da eleição. A Bíblia de Estudo Pentecostal ensina que a eleição para a salvação em Cristo é oferecida a todos (Jo 3.16; 1 Tm 2.4-6), e torna-se uma realidade para cada pessoa de acordo com seu prévio arrependimento e fé (2.8; 3.17). Entretanto, esse meio não é meritório e ninguém pode cumpri-lo sem a graça de Deus. Desse modo, fomos eleitos por iniciativa divina por causa da graciosa Obra de Cristo e não pelas nossas obras (2.8-9).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Na língua Portuguesa temos a seguinte definição do termo eleição: "Eleição significa 'ato de eleger; escolha, opção, preferência, predileção'." (apud LIMA, 2008, p. 82). No Novo Testamento, há 22 ocorrências do verbo "escolher" ou "eleger" (eklego), sendo que, em sete ocorrências apenas se referindo a pessoas como os objetos da eleição para a vida eterna (Mc 13.20; At 13.17; 1 Co 1.27, 28; Ef 1.4; Tg 2.5). Eklektos (substantivo), também aparece 22 vezes, sendo 17 casos se referindo a pessoas como "eleitos" de Deus, os escolhidos para vida eterna (Mt 22.14; 24.22, 24,31; Mc 13.20, 22,27; Lc 18.7; Rm 8.33; Cl 3.12; 2 Tm 2.10; Tt 1.1; 1 Pe 1.1; 2.9; 2 Jo 1, 13; Ap 17.14). Também há o uso da palavra haireo três vezes, sendo que apenas uma se refere a Deus "escolher" pessoas para a salvação (2Ts 2.14).
 Simplificando, os "eleitos de Deus" são aqueles que Deus predestinou para a salvação. Eles são chamados de "eleitos" porque essa palavra denota o conceito de escolher. Se é escolha, não pode ser entendida que ela é ‘oferecida’, muito menos a ‘todos’, como defende a BEP citada no comentário; não há sentido numa eleição que não elegeu.
Como a revista defende a visão presciente ou de presciência, onde Deus, através de sua onisciência, sabe quem vai no curso do tempo escolher de própria vontade colocar a sua fé e confiança em Jesus Cristo para a sua salvação, Deus elegeu estes indivíduos "antes da fundação do mundo" (Ef 1.4); logo, ela não está sendo oferecida, no sentido de como se oferece uma mercadoria a prováveis compradores. De forma simples e bíblica, entende-se por eleição, uma escolha feita por Deus de um povo, algo ou alguém.
 Como o subtópico propõe As condições da eleição, vamos definir com está na própria Bíblia de Estudo Pentecostal: "A eleição é cristocêntrica, i.e., a eleição de pessoas ocorre somente em união com Jesus Cristo. Deus nos elegeu em Cristo para a salvação. O próprio Cristo é o primeiro de todos os eleitos de Deus. A respeito de Jesus, Deus declara: 'Eis aqui meu servo, que escolhi (Mt 12.18; cf. Is 42. 1,6; 1 Pe 2.4). Ninguém é eleito sem estar unido a Cristo pela fé." (STAMPS, 1995, p. 1808). – Assim, a condição ‘Sine qua non’ da eleição é depositar fé em Cristo. As Escrituras também nos revelam que a fé é a condição para que alguém seja salvo (At 16.31); "A condição sine quanon [sem a qual não] para a salvação do indivíduo é a fé em Jesus Cristo." (TITILLO, 2015, p. 54).
3. Vida Santa e irrepreensível. Paulo enfatiza que a eleição tem a finalidade específica de sermos “santos e irrepreensíveis diante dEle” (1.4). Nesse aspecto, o vocábulo grego hagios (santo) significa “separado do pecado” (1 Pe 1.15,16); o adjetivo grego amõmos (irrepreensível) expressa algo “sem defeito” ou “inculpável” (Fp 2.15). Os termos apontam para a santificação, isto é, o mais alto padrão ético e moral de vida para agradar a Deus, que nos elegeu em Cristo (5.1-3). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Santos e irrepreensíveis perante ele (Ef 1.4) descreve tanto o propósito quanto o resultado da escolha de Deus daqueles que serão salvos. As pessoas iníquas são declaradas justas, os pecadores indignos são declarados dignos da salvação, tudo porque são escolhidos "nele" (Cristo). Refere-se à justiça imputada de Cristo concedida a nós, a justiça perfeita que coloca os cristãos numa posição santa e irrepreensível diante de Deus (Ef 5.27; Cl 2.10), embora no viver diário não consigamos atingir o seu padrão santo, em amor. De fato, a vida santa e irrepreensível é fruto da eleição em Cristo, não um meio para ser eleito! Essa expressão é mais bem entendida à luz do versículo 5, onde temos o motivo divino do propósito eletivo de Deus (Ef 2.4; Dt 7.8).
4. A nova vida dos eleitos. O tema é apresentado com exortações contra a velha conduta, tais como: mentira, furto, palavras torpes, amargura, ira e cólera (4.22,25, 28,29,31). E ainda severas advertências contra a fornicação, impureza, avareza e embriaguez (5.3,15,18). A finalidade é apresentar a Deus uma “igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga... mas santa e irrepreensível” (5.27). Não obstante, somente o Espírito Santo capacita o crente para esse novo estilo de vida (Gl 5.22-25). Trata-se, portanto, de um processo contínuo de santificação até a glorificação final no dia de Cristo (2 Co 3.18). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
A salvação é a união espiritual com Jesus Cristo que é descrita como a morte e o sepultamento do velho ser, e a ressurreição do novo ser andando em novidade de vida. Essa transformação é tratada por Paulo em Romanos 6.2-8, onde ele defende que isso é verdade se, em Cristo, morremos e fomos sepultados com ele; então, também estaremos unidos a ele na sua ressurreição. Há uma nova qualidade e caráter para a nossa vida, um novo princípio de vida. Trata-se da regeneração do cristão. Enquanto o pecado descreve a vida antiga, a justiça descreve a nova! A graça salvadora torna os cristãos santos por meio da ação da Palavra de Deus (Tt 2.1-9; 3.5); desse modo, eles podem ser a noiva pura.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
O que é Eleição? Quais as condições da eleição bíblica? O que se espera da nova vida dos eleitos? A necessidade de se ter uma vida santa e irrepreensível é um dos propósitos da eleição? Essas são algumas perguntas que você pode fazer para introduzir a lição, mais especificamente, o primeiro tópico. O tema desta lição é muito importante para uma compreensão bíblica adequada acerca do desdobramento do milagre da salvação na vida do crente. Por isso, prepara-se para essa aula e, com o auxílio das perguntas anteriores, estimule a classe a refletir sobre a importância do assunto. Deixe claro que Deus nos elegeu em Cristo para a salvação, bem como para viver uma vida santa e irrepreensível.
  II. PREDESTINADOS PARA FILHOS DE ADOÇÃO
A palavra “predestinar” mostra que o destino dos eleitos foi feito na eternidade.
1. A predestinação. O termo grego proorizõ, traduzido como predestinar (1.5a), é formado pelo vocábulo orizõ que significa “determinar” e pela preposição pro que indica algo feito “antes”, ou seja, predestinar significa literalmente “determinar antes”. A Bíblia de Estudo Pentecostal esclarece que a predestinação se aplica aos propósitos de Deus inclusos na eleição. Que a eleição é a escolha feita por Deus, “em Cristo”, de um povo para si mesmo (1.4), e que a predestinação abrange o que acontecerá ao povo escolhido por Deus (1.5). Por conseguinte, nossa Declaração de Fé ensina que a predestinação dos salvos é precedida pelo conhecimento prévio de Deus daqueles que diante do chamamento do Evangelho recebem a Cristo como seu Salvador pessoal e perseveram até o fim (Rm 8.29,30). Logo, foi vontade de Deus reconciliar os pecadores e torná-los seus filhos (1.5b). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
A palavra traduzida frequentemente como "predeterminar" ou "predestinar" (proorizo) é encontrada seis vezes no Novo Testamento. Ela é usada uma vez em referência aos sofrimentos de Cristo (At 4.28), uma vez em relação à predestinação do plano redentor de Deus (1 Co 2.7) e quatro vezes em relação à predestinação de pessoas à salvação (Rm 8.29,30; Ef 1.5,11). A palavra que significa "colocar, nomear, ordenar" (Tasso) é usada oito vezes no Novo Testamento. Somente uma dessas vezes (At 13.48) ela é usada de forma aplicável ao nosso estudo.
Claudionor de Andrade assim define predestinação: “O predestinacionismo é definido como a doutrina segundo a qual Deus, em sua inquestionável soberania, predestinou uma parte dos seres humano à salvação eterna, e outra, à eterna perdição. Assim entendia o teólogo francês João Calvino (1509-1564). Em cima dessa proposição, os protestantes, conhecidos como reformados, alicerçaram a sua soteriologia; é a pedra de esquina de todo o seu edifício teológico.” (A genuína Predestinação Bíblica)
2. Filhos por adoção. Paulo é o único escritor do Novo Testamento que emprega o termo “adoção” (Rm 8.15,23; 9.4; Gl 4.5; Ef 1.5). Essa prática não fazia parte do sistema legal judaico, mas era comum entre os romanos e perfeitamente conhecida entre os gregos. Assim, o apóstolo enfatiza que foi agradável a Deus inserir, no plano da salvação, a adoção dos eleitos como filhos “segundo o beneplácito da sua vontade” (1.5b). Ele ainda assinala que o amor foi o que moveu o Pai a nos adotar (2.4,5). Se noutro tempo éramos estranhos e inimigos de Deus, agora estamos reconciliados com Ele em Cristo e somos Seus filhos (Cl 1.21; Rm 8.17). Essa posição nos é imerecida, contudo, aprouve ao Pai fazê-la assim (Mt 11.26). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Continuando o texto de Efésios 1, no verso 5 é afirmado que: “nos predestinou para ele, para a adoção de filhos”. Os pais humanos podem conceder amor, recursos e herança a um filho adotivo, mas não suas próprias características peculiares. Mas Deus, de maneira milagrosa, concede a sua própria natureza àqueles a quem ele elegeu e que creu em Cristo. Ele os torna seus filhos à imagem de seu Filho divino, concedendo a eles não só as riquezas de Cristo, mas também a sua própria natureza (Jo 15.15; Rm 8.15). No verso 6 Paulo esclarece “Que ele nos concedeu... no Amado”, "Que" refere-se à graça divina (amor e favor imerecidos) que tornou possível aos pecadores serem aceitos por Deus por meio da morte substitutiva e da justiça imputada concedida por Jesus Cristo (Ml 3.17; Cl 1.13). Porque os cristãos são aceitos nele, então eles, como Cristo, são amados por Deus!
3. Os privilégios da adoção. Deus criou o ser humano para estar em comunhão com Ele, mas o pecado rompeu com essa dádiva (Gn 1.26; 3.23,24). Entretanto, em Cristo, o Pai reconciliou-se com os homens, adotando os escolhidos (1.5). Nesse sentido, o apóstolo Paulo usa uma analogia da adoção na sociedade romana, em que o filho adotado recebia o direito ao nome e aos bens de quem o adotava. Igualmente, na filiação divina, Deus predestinou as bênçãos de um novo nome e de uma nova imagem – a imagem de Cristo – aos eleitos (Rm 8.29; Ap 2.17). Então, Deus concede a redenção e a remissão de pecados (1.7,8) e restabelece a comunhão com o pecador, dando-lhe o direito de clamar “Aba, Pai” (Gl 4.6), isto é, o direito de ter intimidade com o Pai. Isso significa que passamos a ser herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo (Rm 8.17), das promessas a Abraão (Gl 3.29) e da vida eterna (Ef 3.6; Tt 3.7). Tendo sido aceitos por Deus, fomos transformados em filhos para Seu louvor e glória (1.6). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
- A consciência produzida pelo Espírito de uma rica realidade de que Deus nos tornou seus filhos, nos autoriza a chegarmos diante dele sem medo ou hesitação como um pai amoroso. Isso inclui a confiança de que somos, verdadeiramente, filhos de Deus. Esclarecendo o termo informal aramaico Aba (Pai), transmite um sentido de intimidade, assim mesmo como em nossa língua "papai" ou "paizinho", indicam ternura, dependência e um relacionamento livre do medo e da ansiedade (Mc 14.36). É interessante notar que, na cultura romana, para uma adoção ser legalmente concretizada, sete testemunhas respeitáveis tinham de estar presentes para atestar a sua validade. O Espírito Santo de Deus confirma a validade de nossa adoção, não por meio de uma voz interior mística, mas pelo fruto que produz em nós (Gl 5.22-23) e pelo poder que ele fornece para o serviço espiritual (At 1.8). Também, é dito que todo cristão tornou-se herdeiro de Deus, nosso pai (Mt 25.34; Gl 3.29; Ef 1.11; Cl 1.12; 3.24; Hb 6.12; 9.15; 1 Pe 1.4). Mas no que consiste a nossa herança? Nós herdaremos a salvação eterna (Tt 3.7), o próprio Deus (Lm 3.24; cf. Sl 73.25; Ap 21.3), glória (5.2) o tudo o que há no universo (Hb 1.2). Ao contrário da prática judaica da primazia do filho primogênito, sob a lei romana a herança era dividida igualmente entre os filhos, em que a lei protegia, mais cuidadosamente, os bens que haviam sido herdados, assim, entendemos quando Paulo afirma que somos coerdeiros com Cristo. Deus nomeou o seu filho para ser o herdeiro de todas as coisas (Hb 1.2). Todo o filho adotado receberá, pela graça divina, toda a herança que Cristo recebe por direito divino (Mt 25.21; Jo 17.22; 2Co 8.9).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A predestinação genuinamente bíblica diz respeito apenas à salvação, s endo condicionada à fé em Cristo Jesus, estando relacionada à presciência d e Deus. Portanto, a predestinação dos salvos é precedida pelo conhecimento prévio de Deus daqueles que, diante do chamamento do Evangelho, recebem a Cristo como o seu Salvador Pessoal e perseveram até o fim. A predestinação do crente leva-o a ser conforme a imagem de Cristo; assim sendo, todos somos exortados a perseverar até o fim: ‘aquele que perseverar até ao fim será salvo’ (Mt 24.13). A graça divina tanto salva quanto nos preserva a alma neste mundo corrupto e corruptor. A fé antecede a regeneração: ‘Porque pela graça sois salvos por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus’ (Ef 2.8); ‘Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado’ (Mc 16.16); ‘Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás s alvo’” (SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.110-11).
  III. A SUBLIMIDADE DO PROPÓSITO DIVINO NA PREDESTINAÇÃO
A excelência da predestinação está na provisão de bênçãos espirituais aos eleitos pela vontade divina em Cristo e por seu incalculável amor.
1. Predestinação e salvação. O Soberano Deus não predestinou incondicionalmente pessoa alguma à condenação eterna, mas deseja que todos se arrependam e convertam-se de seus maus caminhos (At 17.30). Nas seis vezes que a palavra aparece no Novo Testamento (At 4.28; Rm 8.29,30; 1 Co 2.7; Ef 1.5,11), nenhuma delas faz referência a condenação de pecadores. Portanto, não houve uma dupla predestinação em que Deus decretou e escolheu que uns vão para o céu e outros para o inferno. Nossa Declaração de Fé assevera que a predestinação bíblica diz respeito apenas à salvação, sendo condicionada ao arrependimento e à fé em Cristo Jesus segundo a presciência divina (1.4,5; 1 Pe 1.2). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Referente à dupla predestinação, dentro do Calvinismo, é importante esclarecer que esta não é uma crença da doutrina dita calvinista, mas apenas um pequeno grupo que a defende, permanecendo uma discussão com relação à reprovação dos não-eleitos. Alguns estudiosos sugerem uma dupla predestinação, isto é, predestinação à salvação e à perdição. Outros simplesmente falam sobre a predestinação dos eleitos e adotam a indiferença quanto aos reprovados. Assim, Ele predestinou os eleitos à salvação, e simplesmente deixou os demais indivíduos às suas próprias concupiscências. Não haveria necessidade de predestiná-los à perdição, pois os reprovados são condenados com base em sua própria culpa. O Calvinismo rejeita a eleição e predestinação com base na fé prevista como defendida nesta lição. E o argumento é que em nenhum lugar na Bíblia a presciência de Deus é aplicada à fé, escolhas ou ações das pessoas. Nos textos bíblicos Deus sempre prevê pessoas. A Bíblia diz que Deus conheceu pessoas de antemão, e não suas ações. Claro que Deus conhece suas ações, obras e decisões, mas o foco está nas pessoas. Além disso, a presciência de Deus não é simplesmente uma mera previsão, apenas uma cognição prévia.
2. Predestinação e o amor. Antes de Deus criar qualquer coisa, o seu plano de redimir a humanidade e de definir o destino dos crentes estava estabelecido (1.4,5). Por conseguinte, a Bíblia mostra que a redenção divina não foi uma medida de emergência; ao contrário, era o plano imutável do amor de Deus desde sempre (2 Ts 2.13; 2 Tm 1.9). Aqui consiste a sublimidade dos propósitos eternos em prover a salvação: o amor de Deus (Jo 3.16, 1 Jo 4.10,19). Foi por amor que Ele nos elegeu e nos predestinou em Cristo (Rm 8.29, Ef 1.4,5). Isso implica dizer que a salvação, como “favor imerecido”, provém do amor de Deus (2.4,8). Não obstante, os que se achegam a Cristo não são coagidos, mas atraídos a Ele (Jo 12.32). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
A predestinação é a expressão final do amor de Deus. Claudionor de Andrade discorre assim: “A base da predestinação genuinamente bíblica é o amor de Deus. Amando-nos com um amor ainda inexplicável, estabeleceu um plano para a salvação de toda a humanidade antes mesmo que viéssemos a existir. Atentemos ao que escreveu Paulo aos irmãos de Éfeso: “Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da sua vontade” (Ef 1.11). O maravilhoso conselho mencionado pelo apóstolo contemplava a criação do mundo, a formação do ser humano, a redenção deste e a nossa união eterna com o Pai através do Filho. E, para que o Plano de Salvação se efetivasse, Deus chamou, santificou e preparou dois povos (Gn 12:1-3). No Antigo Testamento, Israel. E, no Testamento Novo, a Igreja (Ef 3:9-11).” (A genuína Predestinação Bíblica).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“O verbo ‘predestinar’ (proorizo) ocorre seis vezes no Novo Testamento, uma vez em Atos (4.28) e nas outras cartas de Paulo (Rm 8.29,30; 1 Co 2.7; Ef 1.5,11). Esse verbo significa ‘decidir antecipadamente’ e se aplica ao propósito de Deus compreendido pela eleição. A eleição é Deus escolhendo ‘em Cristo’ um povo para si mesmo, e a predestinação diz respeito ao que Deus planejou, antecipadamente, fazer com aqueles que foram escolhidos. Dessa forma, a questão da predestinação não significa Deus decidindo antecipadamente quem será salvo ou não, mas decidindo antecipadamente o que planeja que os eleitos, em Cristo, sejam ou venham a ser. Deus predestinou como os eleitos (isto é, aqueles que estão sendo salvos em Cristo) deveriam ser: em primeiro lugar, conforme a semelhança de seu Filho (Rm 8.29) e em seguida serem chamados (8.30), justificados (8.30), glorificados (8.30), santos e irrepreensíveis (Ef 1.4), adotados como seus filhos (1.5), redimidos (1.7), para o louvor de sua glória (1.11,12), aqueles que receberiam o Espírito Santo (1.13), destinatários de uma herança (1.14) e serem criados para realizar as boas obras (2.10)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp.396-97).
  CONCLUSÃO
Cristo morreu por todos e por cada um dos pecadores. Desde a eternidade, segundo a sua presciência, em Cristo, Deus elegeu e predestinou os que creriam e perseverariam na fé a viver em santidade, receber a filiação divina e a desfrutar de todas as bênçãos espirituais divinamente estipuladas. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 3, 19 Abril, 2020]
Predestinados à eternidade com Deus, não tenhamos uma espiritualidade desleixada e leniente. Esforcemo-nos, então, por alcançar a excelência cristã, pois o Pai Celeste espera sempre o melhor de seus filhos. Eis o que nos recomenda o apóstolo na Epístola aos Hebreus: “Quanto a vós outros, todavia, ó amados, estamos persuadidos das coisas que são melhores e pertencentes à salvação, ainda que falamos desta maneira” (Hb 6.9). Quanto à possibilidade de o crente predestinado vir a perder a salvação, como alguns de fato a perderam, não vivamos amedrontados, pois temos a ajudar-nos o Espírito Santo. Eis o que Ele promete-nos através do apóstolo: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28). Que o Senhor nos ajude a permanecer firmes em seus caminhos, pois, em breve, virá Ele buscar-nos para vivermos na Jerusalém Celeste (esquinapentecostal) 
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br