sexta-feira, 30 de setembro de 2016

LIÇÃO 1: A SOBREVIVÊNCIA EM TEMPOS DE CRISE





SUBSÍDIO I

Estamos vivendo tempos de crise! A Palavra de Deus relata várias vezes que esses tempos não seriam uma novidade para a Igreja de Cristo: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” (2 Tm 3.1). Seriam tempos marcados pela avareza dos homens, presunção, soberba, blasfêmia, ingratidão, profanação, desobediência aos pais, calúnia, traição, obstinação. Um tempo onde o ser humano olhará mais para si mesmo do que para o outro. Entretanto, nas palavras de Jesus, que é espírito e vida, há uma exortação para nós: “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz, no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” (Jo 16.33).
Em Cristo, somos convidados a ter paz em meio à “guerra” e às demais lutas enfrentadas em nosso dia a dia. Por quê? Ora, as Escrituras Sagradas nos apresentam um Deus onisciente, isto é, que sabe de todas as coisas, que não é pego de surpresa e que em tudo conhece a nossa fragilidade e limitação. As Escrituras também nos mostram um Deus pessoal, que apesar de ser onipotente, transcendente, soberano e todo-poderoso, se aproxima do seu povo, pois “eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem o seu ouvido, agravado, para não poder ouvir” (Is 59.1).
A lição do presente trimestre traz uma proposta para o povo de Deus refletir a respeito de um Deus que provê. Aqui, há uma excelente oportunidade de nos reencontrarmos com um tema sempre presente ao longo da teologia prática da igreja pentecostal. Nossa mensagem sempre proclamou a intervenção de Deus na história. A proclamação pentecostal sempre afirmou que a obra redentora de Jesus Cristo na Cruz do Calvário, provê cura para o corpo humano em resposta à oração da fé. Nesse aspecto, por intermédio de Jesus Cristo, e mediante a oração da fé, Deus pode suprir as nossas necessidades temporais. Aqui, não se trata de confissão positiva ou de um processo apelativo da Teologia da Prosperidade, mas do exercício genuíno de fé em que se formos a Deus com sinceridade, Ele é poderoso para intervir na situação humana, a mais trágica de que se pode imaginar.
As grandes distorções e devaneios de alguns movimentos supostamente pentecostais, não podem tirar de nossa mente e coração a esperança de que o nosso Deus responde a oração mediante a fé e por intermédio do nome de Jesus Cristo. Portanto, desejamos um trimestre de bênçãos!
  
 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 68 – out./nov./dez. de 2016. 


SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Neste trimestre estudaremos a respeito do Deus de toda provisão, sobretudo nesses últimos dias, marcados por crises política, econômica e espiritual. No início da aula nos voltaremos para as causas da crise, em segue destacaremos as características dos tempos de crise, e ao final, daremos orientações bíblicas para sobreviver as crises. Nossa expectativa é que ao longo dessas aulas sejamos confortados pelo Deus da Palavra, que nos dar força espiritual para enfrentar as adversidades.

1. AS CAUSAS DAS CRISES

As crises existem, elas são reais, e a sua causa, ao contrário do que postulam alguns sociólogos, está na natureza pecaminosa dos seres humanos. Há estudiosos que apontam as consequências como se essas fossem a causa das crises. Os problemas com os quais nos deparamos na sociedade contemporânea são apenas a ponta do iceberg. A causa das crises se encontra no pecado, na rebeldia do ser humano ao Seu Criador. No livro de Gênesis compreendemos que Deus criou um mundo perfeito, mas o primeiro homem e mulher optaram por viverem distantes do Senhor (Gn. 3.12-17). Ao invés de se submeterem à vontade de Deus, preferiram dar ouvidos à voz de Satanás, e instigados pelo desejo de serem quem não são, caíram em transgressão. O pecado é a principal mazela da sociedade, é por causa dele que o homem anda a passos largos para a destruição. Paulo é enfático ao declarar que o salário do pecado é a morte, não apenas a física, mas também a espiritual e eterna. É o pecado que incita a ganância, ao orgulho que conduziu Satanás à rebeldia. Umas das características do pecado é que ele cega o entendimento das pessoas. Adão e Eva, por exemplo, ao invés de reconhecerem o mal neles, preferiu transferi-los, ao ponto de um culpar o outro, e por fim, culpar o próprio Deus (Gn. 3.12). Anos atrás uma enquete foi feita, e perguntaram aos principais intelectuais da humanidade qual o grande problema da sociedade. Vários teóricos deram respostas diversas, mas Chesterton, o famoso escritor britânico, teve a coragem de reconhecer que o mal da sociedade poderia ser reduzido a uma palavra: “eu”. A causa das crises são os outros, por que todos pecaram (Rm. 3.23), mas esses outros também somos nós, quando preferirmos trilhar nossos próprios caminhos, ao invés dos caminhos de Deus.

2. OS TEMPOS DE CRISES

O apóstolo Paulo adverte aos crentes que nos últimos dias da igreja na terra sobreviriam tempos trabalhosos (I Tm. 4.1; II Tm. 3.1). Esses tempos são marcados pela apostasia, uma decisão premeditada de contrariar a vontade de Deus. A humanidade caída não reconhece que a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita (Rm. 12.1,2). Por causa disso, se ver diante de crises que não consegue resolver. A base das crises sociais é espiritual, não necessariamente religiosa, pois a religião pode servir apenas para expressar a condição da queda humana. A religião humana também é uma demonstração da queda, pois ao invés de se submeter a orientação divina, e se deixar guiar pelo Espírito, as pessoas postulam dogmas que para nada servem. A alternativa bíblica para a religião é o “andar no Espírito”, conduzindo-se pela orientação divina (Gl. 5.22). Por causa da natureza, as pessoas tomam decisões equivocadas, no campo da política, ao invés de votarem em candidatos que se propõem a trabalhar pelo bem comum, votam em pessoas que querem apenas se enriquecerem por meio dos recursos públicos. Na economia também identificamos traços da queda, pois ao invés das pessoas investirem no reino de Deus, e buscarem colocar o homem em primeiro plano, veem apenas o lucro, como se esse fosse um fim em si mesmo. A falta de amor, o genuíno elemento do fruto do Espírito, e o fundamento das relações humanas, tem sido a causa principal da iniquidade (Mt. 24.12). Tiago aponta em sua Epístola que a ganância é o mal gerador de todas as mazelas sociais (Tg. 4.4), e essa é incitada pelo amor ao dinheiro, que é raiz de todos os males (I Tm. 6.10). A adoração a Mamom, o deus das riquezas, e não ao Deus da provisão, é a razão das crises (Mt. 6.24).

3. SOBREVIVENDO AS CRISES

Aqueles que creem em Deus podem sobreviver às crises, assim como fez o profeta Habacuque, aprendem a superar as adversidades, ainda que os tempos sejam difíceis (Hc. 3.17). Precisamos aprender a olhar para a realidade a partir do prisma divino, e não se deixar guiar pelas cosmovisões humanas. O dinheiro deve servir para satisfazer nossas necessidades fundamentais, não deve se tornar um ídolo e não podemos viver exclusivamente para ele. Paulo nos orientou a esse respeito, afirmando que havia aprendido a se contatar com o que tinha (Fp. 4.10). É nesse contexto que podemos afirmar com ele: “tudo posso nAquele que me fortalece” (Fp. 4.13). O contentamento é uma virtude que precisa ser cultivada pelos cristãos, ainda que o mundo não saiba do que se trata (I Tm. 6.6). Esse é o caminho para sobreviver as crises da contemporaneidade, precisamos aprender a desfrutar da provisão divina. Deus sabe do que precisamos, Ele alimenta as andorinhas dos céus, e cuida dos lírios do campo (Mt. 6.25-34). Não temos motivos para viver ansiosos por coisa alguma, temos um Deus que conheces nossas necessidades, e as supre em Sua soberania. Como cidadãos da terra devemos votar, mas com realismo, identificando os limites da política. Também é importante estar atento à direção que a economia tem tomado, colocando o lucro como um fim em si mesmo, deixando de buscar as necessidades humanas. No tocante a espiritualidade, o desafio é o de desenvolver uma fé centrada na Palavra, que tenha Cristo como Exemplo Maior, que nos instigue ao genuíno amor. Longe disso, restam apenas crises, que se aprofundam nas próprias religiões, inclusive as cristãs. A alternativa para esse modelo de vida centrado no eu, que impulsiona ao consumismo e ao hedonismo, é viver para Deus, amando-O e também ao próximo como a nós mesmos (Mt. 22.34-40).

CONCLUSÃO

Vivemos em um mundo em crise, e essa é decorrente do pecado, da natureza caída dos seres humanos. Diante dessa realidade, precisamos de uma revolução espiritual, fundamentada no genuíno amor cristão. Somente o amor-agape é capaz de se sacrificar pelo próximo, tenho Cristo como maior demonstração dessa verdade (Jo. 3.16). Com base na vida e ensinamentos dEle, precisamos aprender a viver em contentamento, e a confiar nos cuidados do Deus de Toda Provisão, que sabe do que necessitamos.


Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Neste trimestre, estudaremos as crises que o mundo decaído vem enfrentando ao longo do tempo. Jesus nos alertou que no mundo teríamos aflições, mas prometeu estar conosco todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Não estamos sozinhos em meio às crises. Sabemos que o Brasil enfrenta uma séria crise política, moral e econômica sem precedentes. Já se fala em 11 milhões de desempregados. Muitas empresas estão fechando suas portas; a indústria não consegue escoar a produção, pois o comércio não tem para quem vender os produtos. E o resultado é a tão temida recessão econômica. A crise também tem afetado a área da saúde. Os que buscam os hospitais públicos sofrem nas filas de espera. Faltam médicos, remédios e leitos, e muitas pessoas morrem sem conseguir atendimento. A Educação também tem enfrentado crises. Vivemos em uma sociedade caótica, porém temos um Deus que cuida de nós. É o que veremos nesta lição. [Comentário: Os tempos são de crise – econômica, política, moral e ética, espiritual. O cotidiano está marcado por essa situação presente em todas as áreas de nossa vida. Mas como proceder nesses, momentos aflitivos? Qual deve ser a conduta de um cristão autêntico? A questão que Habacuque levanta e que a maioria dos cristãos enfrenta é: Onde está Deus que vê tudo isso e não faz nada para sanar o problema? Será que Deus não vê? Não vê toda esta brincadeira humilhante com a vida humana, como o direito está sendo pervertido, como o justo está sendo massacrado? Estar confiante e alegre, quando tudo vai bem é fácil. Porém, e quando tudo parece dar errado, quando atravessamos uma profunda crise? Aqui está o verdadeiro desafio! Sabendo que temos um Deus que zela por nós. O profeta Habacuque canta, em tempos de crise. É um hino que parte de um coração marcado pela dor, e sente que os tempos são difíceis. Nestas horas de aflições é que o povo de Deus mais deve adorar. O ensino, aqui, é no sentido de se regozijar no Senhor, venha o que vier. Paulo e Silas, na prisão, cantaram louvores a Deus (At 16.25) e o próprio Cristo nos orienta da necessidade de nos alegrarmos nos momentos difíceis (Mt 5.11,12). A propósito, no dizer do Rev Hernandes Dias Lopes, a crise é um tempo de oportunidade: “Era um tempo de seca. Isaque estava na terra dos filisteus. Isaque semeou naquela terra e colheu a cento por um. Ele cavou poços e reabriu os poços antigos. Mesmo sendo perseguido pelos filisteus não deixou seu coração azedar nem entrou em batalhas inúteis. Ele prosperou no deserto. A crise é um tempo de oportunidade, uma encruzilhada onde aqueles que confiam em Deus colocam o pé na estrada da vitória, mas os que duvidam da sua providência, enveredam-se pelos atalhos da dúvida e incredulidade. Você foi chamado a viver pela fé. Semeie no seu deserto e o deserto, pela graça de Deus, florescerá. É possível, à semelhança de Isaque, prosperar no deserto!” PROSPERANDO NO DESERTO, Hernandes Dias Lopes.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. A CRISE COMO UMA REALIDADE

1. Deus criou um mundo perfeito. Deus criou um mundo perfeito e nele colocou o homem, para cuidar da criação e com ela habitar. Adão recebeu do Criador a missão de governar a Terra e cultivar o solo. Por um período de tempo (não sabemos quanto tempo), Adão e Eva viveram sem crise e em harmonia, governando o mundo. Todavia, Adão e Eva caíram na tentação do Diabo, desobedecendo à ordem de Deus. Com o pecado veio o juízo divino sobre Adão, Eva e a serpente. A terra também sofreu as consequências do pecado (Gn 3.17). O pecado deformou a raça humana e fez com que o mundo viesse experimentar as diferentes crises que temos visto. A primeira crise que Adão enfrentou foi no seu relacionamento com sua esposa, Eva. Adão culpou a Deus e a mulher pelo seu erro (Gn 3.12). Em meio às crises, sejam elas de diferente ordem, temos a tendência de sempre culpar alguém. [Comentário: Gênesis 3 descreve a rebelião de Adão e Eva contra Deus e contra Seus mandamentos. Desde então, o pecado tem sido passado de geração a geração e nós, descendentes de Adão, temos herdado pecado dele. Romanos 5.12 nos diz que através de Adão o pecado entrou no mundo, e por causa disso a morte foi passada a todos os homens porque “o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). Essa é a condição que chamamos de pecado herdado. Assim como herdamos características físicas de nossos pais, assim também herdamos nossas naturezas pecaminosas de Adão. A queda de nossos primeiros pais, trouxe consequências desastrosas não apenas para eles, mas também para toda a humanidade. Entender o que aconteceu com Adão e Eva após o primeiro pecado é chave para compreendermos a situação em que o homem se encontra hoje. Isto porque, Adão não agiu como uma pessoa particular, mas como representante de toda a humanidade. Após o pecado, há uma fuga da responsabilidade. “E ele disse: Ouvi a Tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me” (Gn 3.10). Adão tenta encobrir sua culpa, colocando a culpa em Eva (v 12), que por sua vez, culpou a serpente (v 13). Eles não aceitaram a responsabilidade pelo erro. Ao contrário transferiram a responsabilidade para o outro. Não é assim também em nossos dias? Extraído de:http://www.monergismo.com/textos/pecado_original/pecado_gildasio.htm]
 2. Uma sociedade em crise. Com a Queda, vieram os males e as crises, que assolam a Terra até os dias atuais. A apostasia tornou-se universal. Hoje parece não haver mais limites ao adultério, a imoralidade e a corrupção. O homem está cada dia mais distante de Deus e cometendo toda sorte de torpeza. Nossa geração assemelha-se a dos dias de Noé. Contudo, Deus está no controle. O Dia do Senhor virá e a sua justiça será feita. Vivemos em uma sociedade corrupta e perversa, mas não pertencemos a este mundo, por isso, não podemos nos conformar com a sua maneira de pensar e agir (Rm 12.2). [Comentário: Após o pecado, a Terra foi amaldiçoada. (Gn 3.17): A natureza sofre junto com a humanidade, compartilhando assim as consequências da queda. As Escrituras descrevem esta maldição em três maneiras:
a) O sustento será obtido com fadiga v 17.
Assim como a mulher terá seus filhos com dor, o homem haverá de comer o fruto da Terra por meio de trabalho penoso. Antes da queda, o trabalho de Adão no jardim era prazeroso e agradável, mas de agora em diante, seu trabalho, bem como o dos seus descendentes será seguido de cansaço e tribulação.
b) A Terra produzirá cardos e abrolhos v 18.
O cultivo da terra seria mais difícil do que antes. Cardos e abrolhos aqui significam: plantas indesejáveis, desastres naturais, enchentes, insetos, secas e doenças. A natureza foi subvertida com o pecado do homem. (Rm 8:20-21).
c) No suor do rosto comerás v 19.
O trabalho árduo se tornaria a porção do homem. A vida não seria fácil.Extraído de:http://www.monergismo.com/textos/pecado_original/pecado_gildasio.htm. A Bíblia é muito clara ao afirmar que a civilização da época pré-diluviana conseguiu alcançar um nível de perversidade nunca visto até então. O homem estava aproveitando toda sua capacidade para a prática do mal, mostrando que o pecado havia corrompido de forma generalizada todos os aspectos da raça humana. Não sabemos ao certo qual era a população do planeta naquele momento da história, porém sabemos que apenas um homem achou graça perante os olhos do Senhor e, apenas Noé e sua família, conseguiram sobreviver ao juízo de Deus sobre aquela geração depravada. O que acontecia nos dias de Noé que se assemelham aos nossos dias? Afirma Jesus: “Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento”, v27. A expressão “casavam e davam-se em casamento” quer dizer, literalmente, casar e descasar-se seguidamente. Perceba que não há qualquer menção a Deus nessa passagem. O homem preocupa-se apenas consigo mesmo. Ele é o centro de tudo. Isso é homocentrismo, hedonismo, humanismo, existencialismo, secularismo. Em 2 Timóteo 4.10, Paulo conta que Demas se perdeu, “amando o presente século”. Demas foi um obreiro que amou o secularismo. Extraído de: http://www.cpadnews.com.br/blog/antoniogilberto/fe-e-razao/26/os-perigos-da-secularizacao-nas-igrejas-(1%C2%AA-parte).html]

SUBSÍDIO BIBLIOGRÁFICO

"Adão e Eva tentaram igualar-se a Deus e determinar seus próprios padrões de conduta (Gn 3.22). O ser humano, através da Queda, tornou-se até certo ponto independente de Deus, e começou a fazer o seu próprio julgamento entre o bem e o mal. Neste mundo, o julgamento ou discernimento humano, imperfeito e pervertido, constantemente decide sobre o que é bom ou mau. Tal coisa nunca foi da vontade de Deus, pois Ele pretendia que conhecêssemos somente o bem, e para isso, dependendo dEle e da sua palavra. Todos quantos confessam Cristo como Senhor, retornaram ao propósito original de Deus para a humanidade. Passam a depender da Palavra de Deus para determinarem o que é bom" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 38).
II. A CRISE COMO UMA CONSEQUÊNCIA DO  PECADO

1. A crise na sociedade antediluviana. Depois da Queda, o pecado se alastrou pela raça humana como um vírus letal (Gn 6.5). Porém, o mundo antediluviano ainda não vivia o caos. Segundo as Escrituras Sagradas não havia fome e a saúde do homem era boa, pois a expectativa de vida era bem elevada, chegando quase a mil anos (Gn 5.27). Embora houvesse provisão, saúde e expectativa de vida, o homem continuava longe de Deus e entregue a toda a sorte de torpeza. A terra encontrava-se corrompida e cheia de violência (Gn 6.11). Muitos, erroneamente, acreditam que a violência é consequência da modernidade e do capitalismo. A violência é consequência do pecado e da dureza do coração do homem, que vive longe do Criador. Dizendo isso, não estamos negando que a pobreza, o desemprego e a falta de acesso à educação contribuem para o aumento da violência. Deus é santo e não pode tolerar o pecado, por isso, decidiu frear a maldade do homem trazendo o dilúvio (Gn 6.13). Mas Deus também é misericordioso. Em sua bondade e misericórdia, Ele determinou que Noé construísse uma arca. A arca serviria para abrigar Noé e sua família, os animais e todos aqueles que acreditassem na pregação do servo de Deus. A arca era um refúgio contra a ira de Deus. Mas aquelas pessoas não creram nas advertências de Noé e não quiseram buscar refúgio em Deus. Somente Noé e sua família foram salvos das águas do dilúvio formando uma nova civilização. [Comentário: Muitos discutem as causas da violência, mas, à luz da Palavra de Deus, temos que a causa da violência é o pecado, a morte espiritual, que dá início ao processo que chega até a violência. Sem o pecado, não há que se falar em violência e é por isso, aliás, que, no reino milenial de Cristo, haverá paz e justiça (Sl 85.10).  “O antropólogo francês René Girard, no livro “A violência e o Sagrado”, publicado em 1972, afirma que a violência está na base da sociedade e da cultura sob a forma dissimulada do bode expiatório. O bode expiatório, sacrificado, serve para apaziguar e controlar a violência. Sacrifica-se um e todos ficam contentes. A culpa foi totalmente atribuída ao bode expiatório. Atualmente procuramos, também, os bodes expiatórios. E enquanto estes não forem sacrificados não haverá sossego”.http://www.horaluterana.org.br/multimidia/o-pecado-e-a-violencia/. “Já no mundo antediluviano, vemos que Deus, ao ver que a terra estava cheia de violência, ou seja, que se tinha atingido a “medida da tolerância de Deus”, tomou a devida providência para pôr fim àquele estado de coisas, mandando o dilúvio, o juízo sobre toda aquela geração perversa e corrompida. O mesmo, aliás, fará ao término da Grande Tribulação, quando, na batalha do Armagedom, porá fim à extrema violência com que o Anticristo terá atacado os santos daquele tempo e, mais precisamente, o remanescente de Israel. Assim também Deus agiu com relação a Sodoma e Gomorra, com relação aos moradores de Canaã, a Nínive e ao próprio povo do reino do norte, o reino de Israel, que, como nos dá conta o profeta Amós, também havia enveredado pelo caminho da violência (Am 6.3) . Deus, a cada momento, tem mostrado que não permitirá que a violência atinja limites superiores ao de Sua tolerância, sendo, mesmo, a violência existente uma demonstração do que é o pecado e de que como Deus está no controle de todas as coisas”. http://aandremoreira.blogspot.com.br/2009/05/violencia-chaga-visivel-do-pecado.html]
2. Crise na sociedade pós-dilúvio. Noé repovoou a terra, porém o homem continuou com a semente do pecado em seu coração. Não demorou muito para a crueldade adentrar na casa do próprio Noé. O servo do Senhor plantou uma vinha, fez vinho e se embriagou (Gn 9.20,21). Seu filho Cam, vendo o pai bêbado, expôs a sua nudez. Cam foi amaldiçoado por Noé (Gn 9.25), numa mostra clara de que o pecado traz maldição para a família e para a nação. Muitas vezes a crise é consequência do pecado. Os homens se estabeleceram na antiga planície da Suméria e não demorou muito para iniciarem a construção de uma torre. Esse era um monumento para engrandecimento do homem. Era a busca pelo poder. Muitos, na atualidade estão construindo monumentos para si mesmo (casas, carros importados, joias, roupas de grife), mas não ajudam aqueles que estão necessitados. Deus não se agradou desse projeto arrogante e fez com que cada um falasse uma língua diferente, dificultando o ajuntamento das pessoas em um só lugar. A sociedade pós-diluviana não se tornou melhor do que a antediluviana, pois a iniquidade humana continuou a crescer. [Comentário: O termo “corrupção” provém do latim, “corruptione”, e o Aurélio o define como “ato ou efeito de corromper; decomposição, putrefação”. Figuradamente a expressão significa: “devassidão, depravação, perversão” (FERREIRA, 2004, p. 560 – acréscimo nosso). 4.2 O juízo de Deus (Gn 6.13,17). Durante o tempo que Deus deu aos homens para se arrepender mediante a pregação de Noé, seus contemporâneos não lhe deram ouvidos (2Pe 2.5). Com a arca já construída e os animais dentro, Deus ordena que Noé e sua família entrem para que ele cumpra a Sua palavra enviando sobre a terra o seu juízo (Gn 7.1-24). “Embora o pecado e a violência possam ficar sem punição por algum tempo dentro da longanimidade divina, todavia não serão esquecidos. Apesar de ele ser “tardio em irar-se” e estar sempre interessado em mostrar-se misericordioso, não é absolutamente imune a ira quando sua lei é impugnada e sua graça desprezada” (ELISSEN, 1993, p. 318). 4.3 O livramento de Deus (Gn 6.14-16). Noé achou graça aos olhos de Deus (Gn 6.8). O Senhor o livrou junto com a sua família do grande dilúvio, porque este tinha um caráter santo distinguindo-se dos seus contemporâneos (Gn 6.9). Somando-se a isto a atitude do patriarca depois que recebeu a orientação divina quanto a construção da arca, não titubeou, mas agiu com fé (Hb 11.7-a), obedecendo de forma imparcial a Palavra de Deus (Gn 6.22; 7.5). No artigo A HUMANIDADE DEPOIS DO DILÚVIO, do Pr. Forrest Keener, ele escreve: “omo mencionamos antes, um erro clássico de muitos é pensar em Noé e sua descendência como uma linhagem boa de pessoas, marcada por um comportamento íntegro constante. Deixe-se saber que Noé foi "um homem justo". Ele "caminhou com Deus". Deus disse sobre ele: "Eu te vi íntegro diante de mim". Tudo isso é verdade e é um resultado da graça, mas deve ficar claro que Noé foi ainda descendência de Adão, e ele e os seus foram todos pecadores, mas por natureza e imputação. Poderíamos saber disso observando sua descendência hoje, mas isso não é necessário. A Bíblia o afirma em Gênesis 8:21: "Porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice". Essa verdade é demonstrada por toda geração e está registrada desse modo nas Escrituras, como Gênesis 9:22-29. Aqui, encontramos Noé em um estado de embriaguez e nudez. Desse modo, ele está sustentando a tentação para seu filho mais novo, Cão, para pecar, e seu coração depravado responde prontamente. Isso, alternadamente, traz o julgamento sobre sua descendência até Canaã, o mais jovem. Isso deve parecer injusto, mas se entendermos a Bíblia corretamente, veremos a espécie humana como uma raça, e não todos eles como um conjunto de indivíduos separados. Noé compartilhou o pecado de Adão tanto na culpa quanto no julgamento, e isso é transmitido através de Sem, Abraão, Isaque, Jacó, Judá e todos aqueles que nasceram ou nascerão. Mas, em Cristo, toda a semente santa é feita justa. Considere Romanos 5:19. Deve ser notado também que, como um resultado do efeito do pecado sobre o corpo físico, e alguns pensam que por causa das mudanças na terra depois do dilúvio, a expectativa de vida humana começou a diminuir rapidamente. Noé viveu 950 anos, mas seu filho Sem (o segundo de três) viveu apenas 600 anos. Seu filho, Arfaxade, viveu apenas 438 anos; seu filho, Selá, apenas 433; seu filho, Éber, 468, e seu filho, Pelegue, apenas 239 anos. Quando observamos dez gerações depois, a de Abraão, a expectativa de vida diminuiu para 175 anos. Isaque, depois dele, viveu 180 anos e Jacó, 147. Outro fato que nos ajudará a entender essa história é que a maior parte disso teve lugar durante a vida de Noé. Abraão nasceu cerca de 58 anos depois de Noé morrer e afastou-se de Harã apenas cerca de dezessete anos após a morte de Noé. Há dez gerações de Adão até Noé e dez gerações de Noé até Abraão. Como o efeito do pecado se expande rapidamente! Mas, em tudo isso, vemos a mão de Deus muito determinada e fielmente estabelecendo Sua aliança eterna pela qual produzirá a semente prometida, Jesus Cristo, por Quem Ele redimirá os homens de seus pecados.” Texto extraído de:http://www.palavraprudente.com.br/estudos/forrest_k/eventosvt/cap17.html]
3. Crise nos tempos de Jesus e na Igreja Primitiva. Jesus nasceu na terra de Israel, em uma região conhecida como Palestina. O Filho de Deus veio ao mundo em um tempo em que o Império Romano dominava Israel. A tensão política e a instabilidade social eram grandes. Era um tempo de crise política, social, moral e espiritual. Mas, em meio às crises a luz raiou dissipando as trevas e trazendo esperança para a humanidade. Nos dias de Jesus, havia muitos pobres e necessitados. Por isso, o Mestre ensinava que era preciso cumprir o que fora dito pelo profeta Isaías (Is 58.6,7). Não adiantava dizer que eram filhos de Abraão, caso não desfizessem o jugo do oprimido e repartissem o pão com o faminto. Isso nos faz lembrar que a fé sem as obras é morta (Tg 2.15-17). A Igreja Primitiva enfrentou uma terrível perseguição. Havia muitos necessitados, todavia os irmãos acudiam os pobres e necessitados. Em tempos de crise, os bens eram partilhados (At 4.34,35). É em meio à crise que podemos ver o quanto as pessoas são generosas. A generosidade aliada à comunhão fazia com que muitos fossem atraídos a Jesus Cristo, contribuindo para o crescimento da igreja. [Comentário: “O Filho de Deus não se fez homem, em geral: fez-se tal homem particular, judeu, galileu, num determinado momento da história do mundo. Como homem, ele foi, portanto, marcado pela geografia e pela história do seu país, por sua cultura; esteve sujeito às leis econômicas; entrou nos conflitos políticos; partilhou das esperanças do seu povo. Neste Caderno, fala-se pouco de Jesus, quase não se estudam textos bíblicos. No entanto este é um estudo importante — e que muitas vezes se exigia de nós: uma apresentação das condições sociais, econômicas, políticas que fizeram de Jesus o homem que ele foi. Sem dúvida, um homem não se explica unicamente por essas diferentes condições e Jesus menos que qualquer outro. Mas é conhecendo-as melhor que se vê surgir com mais clareza a originalidade da sua mensagem e da sua pessoa” Christiane Saulnier e Bernard Rolland. La Palestino au temps de Jésus © Editions du Cerf, Paris, 1979. O cristianismo surgiu no contexto de uma relação tensa entre os judeus e o Império Romano. Jesus ensinou claramente o princípio da separação entre os dois reinos com a célebre declaração de Mt 22:21: “Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. No seu nascimento e na sua morte, Jesus experimentou a ira dos poderes constituídos (Mt 2:3,13; 27:2,11,37; Lc 23:2,8-12), porém o seu maior conflito foi com o sistema religioso, não com o sistema político. Outras referências aos governantes nos evangelhos são encontradas em: Mt 20:25-26; Lc 2:1-2; 3:1-2,19; 13:32; Jo 18:36; 19:11. http://www.mackenzie.br/7113.html.]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Maldade e violência
Essas palavras são usadas para caracterizar os pecados que causaram o dilúvio de Gênesis. Maldade é rasab, atos criminosos que violam os direitos dos outros e tiram proveito do sofrimento deles. Violência é hamas, atos deliberadamente destrutivos que visam prejudicar outras pessoas. Quando qualquer sociedade é marcada por situações frequentes de maldade e violência corre o risco de receber o juízo de Deus.
Noé deve ser honrado por sua constante fidelidade. Ele trabalhou durante anos na construção da arca numa planície sem água (Gn 6.3). Ele deve ter sofrido zombaria sem piedade dos seus vizinhos, nenhum dos quais respondeu às suas advertências acerca do juízo divino. Contudo, Noé não deixou de confiar em Deus. Manteve uma postura obediente. Percebemos a qualidade de nossa fé quando passamos por provações" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 29).

III. A CRISE

1. A crise política. Israel enfrentou uma terrível crise política depois da morte de Salomão. Roboão, o filho sucessor, pede conselhos aos anciãos, mas ignora as orientações deles. Ele prefere seguir os conselhos de seus amigos (1 Rs 12.10). Roboão buscou fazer aquilo que era melhor para si e não para o seu povo. Os resultados foram os piores possíveis. A nação foi dividida, afastando o povo de Deus. Essa divisão perdurou por muito tempo trazendo dor e sofrimento para todos. Quando homens insensatos assumem o poder, toda a nação sofre as consequências. Atualmente, o Brasil está enfrentando uma crise política sem precedentes. Ela tem sido destaque nos principais jornais do mundo. A cada dia surge um novo escândalo. Estamos vivendo um momento muito delicado. A corrupção tem se alastrado como um câncer, atingindo todos os poderes. Como Igreja do Senhor, temos que orar em favor da nossa nação e lutar contra toda a forma de corrupção, pois temos um Deus que é santo e que abomina tal condição. Quando escolhemos, de forma errada, uma pessoa para nos representar tanto no Executivo quanto no Legislativo, a injustiça se alastra e muitos problemas surgem, como os que ocorreram em Israel (Dt 16.18-20; Is 1.23). [Comentário: O livro de 2 Reis registra três séculos tristes na história dos reinos de Israel e Judá. Continuando a história contada em 1 Reis, este livro relata os reinados paralelos dos reis de Israel e Judá do nono século a.C. até a queda destes reinos. Israel caiu à Assíria em 721 a.C., e Judá caiu À Babilônia em 586 a.C. O final do livro acrescenta mais informações sobre o cativeiro, com a última anotação sobre a libertação de Joaquim em 561 a.C. Estes três séculos foram especialmente tristes, não somente pela queda destes dois reinos, mas pelos motivos que levaram o Senhor a determinar tal sofrimento para seu povo. Depois da divisão do reino, todos os reis do norte (Israel) foram rebeldes contra Deus. Alguns eram piores que outros, mas nenhum dos reis de Israel se mostrou fiel ao Senhor. Pouco mais de 200 anos depois da divisão dos reinos, Israel caiu. Vale a pena ler a explicação dos motivos deste castigo severo, registrada em 2 Reis 17. http://www.estudosdabiblia.net/jbd069.htm. Pouco antes da morte de Salomão, em 931 a.C., Deus enviou Aías para profetizar contra a casa de Davi por causa da idolatria de Salomão (I Reis 11:29-31). A profecia era de que o reino de Israel seria dividido, e que 10 tribos seriam governadas por alguém de fora da casa de Davi. Apenas uma tribo deveria ser deixada para a casa de Davi. Isso, naturalmente, totaliza 11 tribos, enquanto houve 12. A razão para isso é que a tribo de Benjamin uniu-se com a casa de Judá e eles, aparentemente, tornaram-se uma tribo. Roboão, filho de Salomão, foi para Siquém para ser feito rei, mas quando Jeroboão, o filho de Nebate, servo de Salomão, ouviu isso, organizou uma conspiração que levou Roboão a agir imprudentemente. O povo foi até Roboão e perguntou se seus impostos sobre eles seriam aliviados em comparação àqueles de Salomão. Rejeitando o conselho dos anciãos e aceitando aquele dos homens jovens, ele disse que o encargo de seu governo seria tão pesado que o seu dedo pequeno ficaria mais grosso do que a cintura de seu pai. Deste modo, Israel rebelou-se contra ele, apedrejou seus coletores de impostos e Jeroboão se tornou rei sobre eles. Deste ponto em diante, Israel e Judá se tornaram dois reinos separados. Eles são geralmente aludidos como o Reino do Norte (Israel) e o Reino do Sul (Judá). Israel rapidamente voltaria para a escravidão e o Reino do Norte terminaria. A casa de Judá iria segui-los na escravidão não muitos anos mais tarde, mas a nação deles, pela providência de Deus, retornaria para a região e continuaria até o tempo de Jesus Cristo, o Messias. Observe que, na história de Israel, Deus elevou um homem depois de outro, e prometeu benção por obediência. Tal obediência nunca foi uma realidade. A benção prometida, ou seja, pela obediência, só pode vir por Cristo, não de homem.http://www.palavraprudente.com.br/estudos/forrest_k/eventosvt/cap46.html.]
2. A crise econômica. Muitos países já enfrentaram terríveis crises econômicas ao longo dos anos. Nas Escrituras Sagradas, encontramos, no livro de Gênesis, a extraordinária crise de alimentos pela qual passou toda a terra (Gn 41.55,56). Porém, a crise foi revelada a Faraó por intermédio de um sonho (Gn 41.1-8). Deus deu a José a interpretação do sonho e ele foi levantado como governador do Egito. José recebeu de Deus sabedoria para administrar em tempos de crise. A crise foi tão intensa que pessoas de todas as terras se dirigiam ao Egito para comprar alimento (Gn 41.57). No Brasil, a crise econômica que estamos enfrentando está diretamente ligada à crise política. Segundo alguns economistas, o "Brasil não sairá da crise econômica se não resolver a crise política e ética". Em meio à crise não podemos nos desesperar nem nos entristecer. Precisamos orar e confiar no Deus de toda provisão. [Comentário: "Registros egípcios contam que a fome, causada pelas estiagens nas cabeceiras do Nilo, durou muitos anos. A agricultura egípcia dependia das enchentes anuais ao longo do rio, que depositavam terra nova fértil tornando a irrigação possível. Também nesse aspecto a autenticidade do relato bíblico tem total sustentação histórica" Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.46. [...] Quando se tornou o segundo governante mais poderoso em posição no Egito. Ele sabia exatamente o que fazer. Durante anos de colheitas abundantes, juntou todas as colheitas que iam além das necessidades imediatas do povo e as armazenou em numerosas cidades do Egito. Durante esse tempo, nasceram-lhe dois filhos. O primeiro foi chamado Manassés, 'que esquece', como testemunho de que Deus havia apagado dos pensamentos tristes e íntimos de José os anos de trabalho e de toda a casa de seu pai. O segundo filho foi chamado Efraim, 'dupla fertilidade', como testemunho das providências misericordiosas de Deus na terra da sua aflição. Quando chegaram os sete anos de fome, o Egito estava preparado com uma grande provisão de alimentos armazenada para a emergência. Mas a seca cruzou as fronteiras do Egito e atingiu a Palestina e outros países vizinhos. Dentro do próprio Egito, logo as pessoas sentiram fome e pediram comida. Sem demora, José as abasteceu de provisões segundo um plano já em execução. As pessoas tiveram a permissão de comprar os grãos armazenados e, assim, tiveram o suficiente para comer. Habitantes de outros países ficaram sabendo da provisão que havia no Egito e foram comprar alimentos"(Comentário Bíblico Beacon. 1.ed. Vol 1. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp. 114,115). Se não houver uma reação adequada à crise, ela pode desestabilizar nossa fé, comprometer nosso potencial, bem como nossa motivação, tirando também de nós o senso de oportunidade. A história de José nos ensina que o sofrimento pode moldar nosso caráter e levar-nos a ser bem-sucedidos em todas as áreas de nossas vidas. Os sofrimentos nos ensinam a lidar com circunstâncias adversas. Cada episódio na vida de José fazia parte dos desígnios de Deus.]
3. A crise espiritual. No texto bíblico dessa lição, o profeta Habacuque, que viveu e ministrou em Judá, questionou a Deus a respeito da crise que seu povo estava enfrentando. O profeta estava em meio a uma sociedade agonizante, e por isso, desejava algumas respostas de Deus. Muitas vezes, como Habacuque, diante do caos também nos perguntamos: "Por que Senhor?" O profeta ficou perturbado ao ver que os ímpios prosperavam e os justos iam mal. Deus, entretanto, ouviu os questionamentos do profeta. Ele ouve e responde nossas indagações, embora nem sempre tenhamos as respostas no momento em que queremos. O Senhor não deixou Habacuque sem resposta (Hc 2.1,2). O Senhor falou que o seu julgamento viria sobre Judá. Deus não tolera o pecado. Para disciplinar seu povo, Ele usaria os babilônios (Hc 1.5-12). Habacuque questiona a Deus, porém ele era um homem de fé. Suas indagações não eram resultado de dúvida ou incredulidade. Ele confiava que Deus poderia suprir as necessidades do seu povo mesmo não florescendo a figueira e não havendo fruto na vide (Hc 3.17). Mesmo que não houvesse provisão, ele continuaria confiando na fidelidade do Senhor. Confiar em Deus em tempos de abundância é relativamente fácil; difícil é continuar confiando na provisão em meio à escassez. [Comentário: O profeta Habacuque viveu numa das épocas mais conturbadas da história de Israel. Homem de oração, de profunda comunhão com o Senhor, teve o privilégio de ver, com clareza o que estava ocorrendo e as consequências que adviriam de tanta desobediência e afastamento do Senhor. Para que sua pregação e testemunho permanecessem, ele escreveu sua mensagem num livro preciosíssimo. Além dos problemas espirituais de afastamento do Senhor, havia graves problemas internos e externos em seu país. Israel vivia um tempo de declínio espiritual e moral. Imperavam a violência, a iniquidade, a opressão, a injustiça (1.1-4); Nessa fase o povo estava longe de Deus e chegavam até a praticar a idolatria: “Ai daquele que diz à madeira: Acorda! E à pedra muda: Desperta! Pode o ídolo ensinar? Eis que está coberto de ouro e de prata, mas, no seu interior, não há fôlego nenhum”. Enfim, havia um fracasso nacional, como descrito em Hc 1.2-5. Notamos que os homens que não servem a Deus agem da mesma forma em todas as épocas: exploração do próximo, enriquecimento ilícito, ameaças, violência e assim por diante. O que Deus fez ontem pode fazer hoje, Hc 3.3. Deixemos o Senhor ficar no controle da Igreja. Para isso, devemos orar como o profeta Habacuque. “Aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos”, 3.2. E, se isso fizermos, o tão precioso avivamento certamente virá, a renovação se firmará e todos os pastores e igrejas triunfarão na plenitude do Espírito Santo. http://www.iprb.org.br/artigos/textos/art51_100/art74.htm]

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

O profeta Habacuque viveu  em Judá, provavelmente durante o reinado de Josias. Todavia, apesar do verniz superficial da religião, essa sociedade foi arruinada pela injustiça.
No passado, muitos profetas já haviam identificado e condenado duramente a sociedade injusta de Judá, mas foi sobre o governo de Manassés, avô de Josias, que a sociedade hebraica comprometeu-se com a idolatria, atrelada aos males sociais. Josias, que assumira o trono aos oito anos de idade, conclamou a nação a que voltasse para Deus. Após ter encontrado um livro perdido da lei de Deus, extirpou a idolatria, restabeleceu o Culto no Templo e empenhou-se na administração da antiga lei de Deus. Muito embora, todos esses procedimentos não tenham conseguido eliminar a corrupção, profundamente enraizada entre o povo e suas instituições.
Habacuque, ao rogar a Deus por uma explicação do por que Ele permitiria que o iníquo pecasse e o inocente sofresse, recebe a resposta. Na época, Deus estava preparando os babilônios para ingressarem no rol das potências mundiais.
O Senhor usaria as forças armadas desses pagãos para que seu próprio povo fosse punido. Habacuque entendeu o plano de Deus, pois o uso de nações inimigas para disciplinar Israel e Judá era um precedente bem arquitetado. Não obstante, havia ainda um problema de ordem moral que perturbava o profeta. Como poderia Deus usar um povo menos justo para disciplinar o mais justo?  Desde o início, este tema palpitante tem causado preocupação aos crentes de uma forma ou de outra. Por que permitiria Deus que o iníquo alcançasse sucesso neste mundo?
Por que Ele não tomaria atitude alguma de sorte que os bons e não os ímpios prosperassem? As respostas que encontramos em Habacuque deixam evidente que o ímpio não será bem-sucedido, pois não há quem, bom ou mau, que possa evitar a mão disciplinadora do Senhor" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 560).

CONCLUSÃO

O mundo pode estar em crise, mas o Reino dos Céus não. O Senhor é soberano e não perdeu o controle da situação. O governo está em suas mãos. O Dia do Senhor virá e os justos e ímpios terão a sua recompensa. Não desanime. Confie, pois em breve o Senhor virá em nosso socorro. [Comentário: Por que o justo sofre? Esta questão tem desafiado muitas pessoas desde o Antigo Testamento. A exemplo de Jó, as crises de Habacuque ou a dúvida de Asafe no Salmo 73, todos eles estavam intrigados com o fato de o justo atravessar tremendas tribulações. Tiago exorta: “Sintam-se alegres quando estiverem passando por provações”. Esta afirmativa é contrária ao evangelho pregado hoje em alguns círculos, e isso leva a muitas pessoas chegarem enganadas às nossas Igrejas, achando que seguir a Cristo implica em estar livre de toda espécie de dificuldades. Então, ao passarem por provações se desorientam por completo. Nosso entendimento das Escrituras e o que pregamos é a mesma ótica extraordinária de Tiago: quando a sua fé vence as tribulações ela produz a perseverança, ou seja a paciência. Essa perseverança é aquela virtude do homem que continua avançando, apesar das dificuldades. É nas provações que se forja o caráter. As dificuldades vencidas nos fortalecem para que enfrentemos outras que surjam com mais capacidade e confiança.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br


sábado, 24 de setembro de 2016

LIÇÃO 13: A EVANGELIZAÇÃO INTEGRAL NESTA ÚLTIMA HORA





SUBSÍDIO I

A evangelização integral nesta Última Hora

O ser humano foi constituído por duas dimensões (material e imaterial) em sua própria natureza e precisa ser compreendido holisticamente pela Igreja para que uma prática bíblica e teologicamente adequada na evangelização. Aqui podemos remontar uma postulação do teólogo John Stott, um dos maiores pregadores do século XX, quando ele observa a natureza global do ser humano. Para Stott, pela Palavra de Deus o nosso próximo é uma pessoa humana criada por Deus. Essa pessoa humana não é uma alma sem corpo, nem corpo sem alma, muito menos corpo-alma em isolamento. Ora, Deus criou o ser humano como ser espiritual, físico e social, isto é, integral. E segundo esta integralidade é que devemos pensar a nossa prática de evangelização.
Assim, é possível compreender John Stott quando diz que a sentença “Pregarás o Evangelho” não substitui a “Amarás o teu próximo”. Ambas as sentenças se complementam e sustentam-se por si mesmas, denotando suas autonomias teológicas para fazer cumprir a “doutrina” sistematizada em dois pilares por Jesus de Nazaré: a primeira “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento”; a segunda “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.
A Missão da Igreja Cristã permeará esses dois eixos, apontando que o homem precisa de salvação para o porvir (restauração da comunhão do homem com o Deus eterno), mas também de redenção para o presente. O ser humano inserido num contexto de um mundo injusto e mal, precisa ser compreendido pela Igreja numa perspectiva global. Onde ele entenda a sua função de existir para Deus e servir o próximo (Mc 12.30,31).
Segundo Nancy Pearcy, essa mensagem denota “o nosso valor e dignidade [...] fundamentados no fato de que somos criados à imagem de Deus, chamados para sermos seus representantes na terra”. Numa perspectiva profundamente bíblica, a Igreja é chamada por Deus à resgata a dignidade humana perdida no Éden após a Queda, mas estabelecida pelo Altíssimo desde a fundação do mundo (Gn 1.26). A salvação em Cristo recupera a imagem de Deus em nós. Então, agora podemos exercer o modelo bíblico de uma ação evangelizadora integral para mundo. Entretanto, precisamos confessar que muitas vezes enfatizamos mais o “ide” que o “amai”. Estas duas ordens não podem ser encaradas de maneira excludentes entre si. Necessitamos de resgatar a verdade bíblica que denota dois mandamentos que independem um do outro.

 Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 67 – julho/agosto/setembro de 2016. 


SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Estamos concluindo mais um trimestre na Escola Bíblica Dominical. Tivemos, ao longo das aulas, a oportunidade de refletir, e colocar em ação, a prática do evangelismo. Nesta última aula destacaremos o papel evangelizador da igreja, ressaltando sua missão integral. Explicitaremos, a princípio, o que queremos disser por evangelização integral, em seguida, nos voltaremos para a necessidade de um discipulado integral, e por fim, a evangelização integral da igreja.

1. MISSÃO INTEGRAL OU EVANGELIZAÇÃO INTEGRAL

Nesses dias marcados por discussões ideológicas no contexto eclesiástico, faz-se necessário marcar alguns posicionamentos, a fim de evitar confusões terminológicas e doutrinárias. Quando se menciona evangelização integral, comumente se confunde com a Missão Integral, ou Teologia da Libertação. Esta última surgiu na América Latina, e defende que o evangelho faz opção pelos pobres. Essa teologia tem compromisso com os fundamentos do marxismo, na tentativa de implementar a práxis social a partir de conceitos bíblicos. Há uma tendência em refutar essa abordagem, considerando que se trata de uma cosmovisão humana, que visa provocar mudanças sociais, com base em um aparato muito mais sociológico do que bíblico. A Missão Integral não deve ser confundida com a Teologia da Libertação, ainda que haja elementos doutrinários comuns nas duas posições. A Missão Integral, que também surgiu na América Latina, defende a necessidade da igreja ser relevante, e de não apenas levar o evangelho ao espírito, mas ao “homem todo”, considerando sua dimensão física. É preocupação da Missão Integral não apenas falar a respeito da salvação das pessoas, pela graça e por meio da fé em Jesus Cristo. Ela aborda também a integralidade da dignidade humana, enfocando temas diversos, dentre eles: a injustiça, sobretudo para com os mais pobres; e a preservação do meio ambiente. Essa teologia, por conseguinte, busca trabalhar as relações não apenas do homem com Deus, mas também entre as pessoas, umas com as outras, e essas com o meio ambiente.

2. A EVANGELIZAÇÃO INTEGRAL PARA O HOMEM TODO

A evangelização integral é termo menos comprometedor, geralmente utilizado pelos evangélicos que não querem ser confundidos com a Teologia da Libertação, e muito menos com a Missão Integral. Os fundamentos da Evangelização Integral são essencialmente bíblicos, evitando qualquer aproximação com ideologias humanas. A base para a Evangelização Integral é At. 1.8, cabe a Igreja a missão de levar o evangelho de Jesus Cristo até aos confins da terra, dependendo do poder do Espírito Santo. As orientações para a Evangelização Integral estão na Grande Comissão deixada por Jesus: fazer discípulos, indo a todas as etnias, pregando sua morte e ressurreição, e partindo do Seu exemplo. A igreja não pode ser confundida com uma organização não governamental, e também não pode estar atrelada a qualquer partido político. A tarefa evangelizadora da igreja é pregar, enviar pessoas para testificaram do amor grandioso de Deus em Jesus Cristo (Rm. 10.14,15). Evidentemente isso não quer dizer que devemos desconsiderar os pobres, e achar que essa não deve ser uma responsabilidade da igreja. As igrejas da Macedônia se envolveram com os pobres, sustentando-os em tempos de adversidade (II Co. 8.1-7). A igreja tem a missão de evangelizar as pessoas, a fim de que essas tenha acesso ao plano da salvação, provido por Deus por meio da fé em Jesus Cristo, para libertá-las do poder destruidor do pecado. A igreja sabe que sempre teremos os pobres conosco (Jo. 12.8), por isso não tem a pretensão de acabar com a miséria, porém, não deve se acostumar com a condição precária na qual muitos estão vivendo, e deve fazer alguma coisa para diminuir essa realidade (Gl. 2.10).

3. ESTRATÉGIAS RELEVANTES PARA A EVANGELIZAÇÃO INTEGRAL

Inicialmente, a igreja precisa identificar realidades nas quais irá se inserir, a fim de evangelizar as pessoas, e também suprir suas carências. A necessidade de treinamento é perene, é importante que os cristãos desenvolvam habilidades, para que possam se aproximar das pessoas. Cursos em algumas áreas, principalmente de saúde, pode ser um canal para levar Cristo às pessoas. Projetos sociais, ainda que esses sejam paliativos, podem garantir a suprimento necessário, a fim de que as pessoas possam dar atenção ao evangelho. Há igrejas que desenvolvem projetos relevantes no contexto em que estão plantadas. Elas não perdem a oportunidade de se integrarem a comunidade, ressaltando suas limitações bíblicas, com as quais tem maior compromisso. É preciso encontrar maneiras de dialogar com a sociedade em que estamos, não podemos nos enclausurar. A igreja deve, como fez Paulo em Atenas, buscar pontos de contato, a fim de apontar para o Deus desconhecido das pessoas. Existem igrejas locais que não conseguem ser relevantes, não conseguem trazer a mensagem que as pessoas precisam ouvir. Algumas delas, por causa do moralismo exacerbado, acabam por distanciar os pecadores do seu convívio. Carecemos de igrejas graciosas, que demonstrem misericórdia aos pecadores, que aliviem o fardo pesado que estão carregando. Evidentemente não podemos fugir da doutrina do pecado, e reconhecer que esse é real, mas devemos também mostrar a saída, e dizer a todos que Jesus é o Salvador amoroso, que se aproxima daqueles que são marginalizados pela sociedade.

CONCLUSÃO

Neste final de trimestre, esperamos que a Igreja tenha sido despertada para o valor da evangelização. Que não apenas durante essas lições, mas ao longo dos próximos meses, desenvolvamos projetos de evangelização em nossas igrejas locais. Não podemos esquecer que essa é A MISSÃO da igreja, levar a Cristo a todos os pecadores, mostrando-lhes que somente nEle, e nEle somente, encontramos descanso para nossas almas (Mt. 11.28-30).


Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

A Igreja Primitiva não precisou de mais do que uma geração para levar o Evangelho de Cristo aos confins do Império Romano. Seguindo o modelo que lhes deixara o Senhor, os discípulos, no poder do Espírito Santo, evangelizaram simultaneamente Jerusalém, a Judeia e Samaria até chegarem à capital de Roma, no Ocidente. Se levarmos em conta o modelo autenticamente pentecostal de evangelização, cumpriremos, em tempo recorde, o programa divino para alcançar tanto o nosso bairro quanto as nações mais distantes. Mas, para isso, temos de nos voltar ao método de evangelização simples, mas eficaz, dos primeiros evangelistas e missionários. [Comentário: Posto que o domínio de Cristo é universal, o evangelho deve ser levado ao mundo inteiro; constitui-se na razão primária para o evangelismo e missões. É digno de nota que, o termo grego para nações é o mesmo traduzido por ‘gentios’, numa clara referência à promessa de que em Abraão seriam benditas todas as famílias da terra (Gn 12.3) estava em condições de ser cumprida. Uma Igreja autenticamente pentecostal evangeliza, faz missões, ensina, protesta contra o pecado e ajuda aos necessitados, cumprindo integralmente a missão que lhe confiou o Senhor Jesus. Qualquer outro trabalho desenvolvido pelo crente é de menor importância; a prioridade máxima, o motivo de ‘ser Igreja’, é o cumprimento do imperativo de Cristo (“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19)). É digno de nota que, o propósito da Grande Comissão é fazer discípulos; a intenção de Jesus não é que evangelismo e missões resultem apenas em conversões, em aumentar o número do rol de membros, mas sim em fazer discípulos que se tornem imitadores dEle mesmo (Jo 8.31). É maravilhoso quando compreendemos que o imperativo de Cristo não é o de cristianizar o mundo ou assumir o comando da sociedade, mas sim fazer discípulos que abandonem o mundo e seu sistema maligno e imoral. Fica a pergunta: Como temos encarado a obra evangelizadora e missionária? Como um meio de tornar nossa placa mais conhecida e respeitada? Ou melhor, temos compreendido a razão pela qual recebemos a plenitude do Espírito Santo? O que é ser pentecostal? O poder celeste que nos alcançou nos capacita ao cumprimento do imperativo de ir e ensinar todas as nações.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. O QUE É EVANGELIZAÇÃO INTEGRAL

Não carecemos de nenhum método inovador, nem de fórmulas extravagantes, para cumprir plenamente o cronograma divino do anúncio universal do Evangelho.
1. Evangelização integral. Consiste na proclamação simultânea do Evangelho em todos os âmbitos: local, nacional e transcultural. O modelo de Atos 1.8 implica uma ação conjunta, ou seja, evangelizando Samaria, Judeia e os confins da terra ao mesmo tempo. Jesus não ordenou aos discípulos evangelizar primeiro Jerusalém, depois a Judeia, em seguida Samaria e, finalmente, os confins da terra. O seu plano-diretor era bem claro e objetivo: “e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra”. Isso implica uma ação da Igreja (At 13.1-5). A evangelização mundial, para ser bem-sucedida, tem de funcionar de acordo com o manual que nos deixou o Senhor Jesus no Novo Testamento. [Comentário: Ainda que a expressão “missão integral” esteja na moda, o modelo de missão que ela representa não é recente. Além disso, há muitas igrejas que a praticam sem necessariamente usar a expressão para referir-se ao que estão fazendo. O que aconteceu nos últimos anos foi uma recuperação da perspectiva bíblica segundo a qual não basta falar do amor de Deus em Cristo Jesus: é preciso vivê-lo e demonstrá-lo em termos de serviço. A igreja que se compromete com a missão integral entende que seu propósito não é chegar a ser grande, rica ou politicamente influente, mas sim encarnar os valores do reino de Deus e manifestar o amor e a justiça, tanto em âmbito pessoal como em âmbito comunitárioTexto extraído de http://www.ultimato.com.br/loja/produtos/o-que-e-missao-integral. Evangelização é a causa das causas. A esta causa devemos dedicar nosso tempo, dinheiro e vida. A Igreja tem a tarefa de testemunhar até os confins da terra, fazer discípulos de todas as nações e pregar o Evangelho a toda criatura em cada geração. Não se trata de uma opção ou de uma escolha da Igreja. A Igreja não pode tomar outra direção e nem perder de vista sua vocação mais excelente. A evangelização é ordem imperativa de Jesus a todos os seus discípulos. A principal ordem que Jesus deu à Igreja depois da Sua ressurreição foi a grande comissão para evangelizar o mundo todo. Todos os quatro evangelistas registram a grande comissão dada por Cristo. O livro de Atos também ressalta o comissionamento do Cristo ressurreto. Não evangelizar é uma declarada infidelidade e desobediência a Cristo.]
2. Avivamento e evangelização. Nenhum plano evangelístico, ainda que bem elaborado, terá êxito a menos que retornemos ao cenáculo. Sem o batismo com o Espírito Santo, não teremos o poder necessário para anunciar o Evangelho de Cristo. Evangelismo e Pentecostes são temas gêmeos, inseparáveis. O poder do alto é insubstituível na vida da igreja. A evangelização integral requer o revestimento de poder daquele que se predispõe a falar de Cristo no bairro, na cidade, no país e no exterior. [Comentário: O grande avivalista Edwin Orr, certa feita, pregava à uma grande multidão. Para espanto dos presentes, chamou um pastor imersionista e outro aspersionista e perguntou: “Qual de vocês usa mais água no batismo? Antes que o constrangimento se instalasse, ele disse: Não importa a quantidade de água. A água só lava o exterior. É preciso receber o batismo com fogo, porque o fogo queima e purifica o interior. Terminada essas palavras, ele voltou-se para a multidão e disse, vocês precisam ser batizados com fogo”. Nas palavras do Rev Hernandes Dias Lopes: “Ser cheio do Espírito Santo não é uma opção, é uma ordem. Não ser cheio do Espírito Santo é uma desobediência a um mandamento divino. Muitos crentes têm o Espírito Santo, mas não estão cheios dele. Uma coisa é ser habitado pelo Espírito, outra é transbordar do Espírito. Uma coisa é ter o Espírito residente, outra é tê-lo presidente. A expressa vontade de Deus para você é uma vida abundante, produzida pela plenitude do Espírito http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/a-plenitude-do-espirito-santo/. "E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, pois, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24.49). “A promessa de meu Pai” refere-se ao derramamento do Espírito Santo. Os discípulos aguardaram o cumprimento desta promessa em oração perseverante (At 1.14). O Espírito Santo ajuda-nos a viver de maneira santa e habilita-nos a realizar com eficácia, a obra do Senhor Jesus Cristo. O batismo com o Espírito Santo outorga maior dinamismo espiritual, isto é, mais disposição e maior coragem na vida cristã para testemunhar de Cristo (Mc 14.66-72; At 4.6-20). Jesus foi ungido com o Espírito Santo para servir (At 10.38; Lc 4.18, 19). Assim também cada crente foi chamado para servir (1Ts 1.9). O Espírito Santo desperta o crente para entregar-se ao serviço de Deus (Rm 6.13,19,22). O mesmo Espírito Eterno que levou Jesus a se oferecer para expiar os nossos pecados, opera também em nós o propósito de servir ao Deus Vivo (Hb 9.14). Se antes do batismo com o Espírito Santo o crente tem prazer em servir ao Senhor Jesus, quanto mais depois que “recebe a virtude do Espírito Santo para ser testemunha”! (At 1.8). O propósito principal do batismo no Espírito Santo é o recebimento de poder divino para testemunhar de Cristo, para ganhar os perdidos para Ele, e ensinar-lhes a observar tudo quanto Cristo ordenou.]

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para mostrar aos alunos o que é evangelização integral. Explique que a evangelização integral vai além do anúncio das Boas-Novas. É preciso ter uma visão integral do homem (corpo, alma e espírito). Conclua enfatizado que a evangelização integral é uma ordenança de Jesus para a sua Igreja.

EVANGELIZAÇÃO INTEGRAL
O QUE É
A proclamação simultânea do Evangelho em todos os âmbitos: local, nacional e transcultural.
PROPÓSITO
Apresentar as Boas-Novas aos não crentes.
AÇÃO
Proclamar o Evangelho em Jerusalém, Judéia, Samaria e até aos confins da terra.


II. DISCIPULADO INTEGRAL

A evangelização integral deve ser acompanhada do discipulado integral, que compreende as seguintes ações: doutrinação, integração, treinamento e identificação.
1. Doutrinação. A doutrinação do novo convertido consiste no ensino das verdades centrais da fé cristã, para que ele pense, aja e viva de acordo com o mandamento de Cristo. Dessa forma, poderá ele guardar todas as coisas ordenadas pelo Senhor, até o arrebatamento da Igreja (Mt 28.20). A doutrinação deve ser iniciada no ato da conversão, tendo continuidade durante toda a vida cristã (At 2.41-43). [Comentário:Doutrinação é o compartilhamento de valores, crenças, ideais e disciplina, tidos como princípios que devem ser seguidos entre os membros de um grupo, comunidade, tribos, e seguidores nos mais diversos camposhttp://www.dicionarioinformal.com.br/doutrina%C3%A7%C3%A3o/. Mateus 28.18,19 diz: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;”, estas palavras constituem a Grande Comissão de Cristo a todos os seus seguidores, em todas as gerações. Elas declaram o alvo, a responsabilidade e a outorga da tarefa missionária da igreja. O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos que observem os mandamentos de Cristo. Este é o único imperativo direto no texto original deste versículo. A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão. As energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o número de membros da igreja, mas, sim, em fazer verdadeiros discípulos que se separem do mundo, que observem os mandamentos de Cristo e que o segam de todo o coração, mente e vontade (Jo 8.31). Observe-se, ainda, que Cristo nos ordena a concentrar nossos esforços para alcançar os perdidos e não em cristianizar a sociedade ou assumir o controle do mundo.]
2. Integração. Sem a integração social do novo crente, sua doutrinação torna-se ineficaz. O novo convertido precisa sentir que é parte da família de Deus. Não se trata de um mero exercício sociológico, mas do compartilhamento do amor cristão (At 2.44). João sabia que, se os cristãos não se amassem mutuamente, jamais se sentiriam parte do corpo de Cristo. Por isso, não cessava de exortar a Igreja. O amor que integra não compreende apenas palavras, mas ações efetivas (1Jo 3.18). [Comentário: De cada cem pessoas que aceitam a Cristo, apenas dez descem às águas batismais, e dessas, apenas três permanecem após o primeiro ano do batismo. Uma das razões principais para isso é a falta de integração do novo convertido ao seio da igreja. O crescimento da Igreja se dá pela evangelização, mas só evangelizar não é o suficiente para crescermos numericamente. É necessário cuidarmos dos novos convertidos para eles permanecerem na Igreja. Atos 2.41-42 nos diz que logo após a conversão e o batismo os novos convertidos eram constantemente ensinados sobre as verdades bíblicas, levados à prática cristã, através da partilha dos bens com aqueles irmãos que eram mais carentes, participavam da Ceia do Senhor, praticavam a oração, dentre outras coisas. A Igreja Local deve ter condições de receber, nutrir, preparar e apoiar o novo crente em sua vida, sob o risco de seu esforço em evangelizar seja em vão.]
3. Treinamento. Ainda na fase da doutrinação e da integração, o novo convertido deve ser treinado a fazer novos discípulos. A libertação do endemoninhado gadareno ilustra muito bem esta etapa do discipulado radical. Tão logo Jesus o livrou daquela legião, recomendou-lhe: “Torna para tua casa e conta quão grandes coisas te fez Deus [...]” (Lc 8.39). E, no mesmo instante, o homem saiu a apregoar quão grandes coisas fizera-lhe o Senhor. [Comentário: Torna para tua casa, e conta quão grandes coisas te fez Deus. E ele foi apregoando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe tinha feito” (Lc 8.39). O homem liberto queria seguir a Jesus, a resposta foi inversa: “É melhor que você fique aqui, mostre ao povo que te conheceu debaixo da opressão do mal, como o amor de Deus te encontrou e como este amor mudou sua vida.” Este homem cumpriu a ordem à risca! O evangelismo na igreja primitiva era caracterizado pelo esforço constante dos crentes no cumprimento da Grande Comissão. Nem as proibições, nem as ameaças de morte, nem as prisões, puderam deter aqueles irmãos que inflamados pelo poder de Deus e pelo amor às almas perdidas, em nada tiveram suas vidas por preciosas contanto que pudessem cumprir com alegria a sublime missão que lhes fora dada pelo mestre. Constrangidos pelo amor de Cristo (2Co 5.14), eles não podiam deixar de falar do que tinham visto e ouvido (At 4.20).]
4. Identificação. Esta fase somente será eficaz se as anteriores forem bem executadas. A plenitude do discipulado radical será levar o novo crente a ser conhecido, através de seu testemunho e postura, como seguidor de Cristo. Os crentes primitivos, em virtude de seu compromisso com Jesus, eram conhecidos como cristãos (At 11.26). Hoje, mais do que nunca, devido à brevidade e a urgência destes dias, carecemos de homens, mulheres e crianças que sejam identificados como discípulos de Jesus Cristo (Jo 8.31). [Comentário: A palavra Christianos é um termo latinizado do grego, encontrado apenas três vezes no Novo Testamento e designa os seguidores de Cristo Jesus (Atos 11.26; 26.28; 1Pedro 4.16). Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. Atos 11:26. A recém formada igreja em Antioquia era constituída de uma mistura de gentios e judeus de fala grega e aramaica. Nessa cidade os crentes em Jesus foram chamados pela primeira vez de cristãos – aqueles que seguem a Cristo. Não foram identificados pela naturalidade, pela cultura nem pelo idioma, mas pelo que tinham em comum – a vida de Cristo http://piblondrina.com.br/index.php?option=com_k2&view=item&id=129:o-que-%C3%A9-ser-um-crist%C3%A3o?&Itemid=49&tmpl=component&print=1. Tornar-se mais semelhante a Cristo é o desejo de todo crente, e é encorajador saber que Deus tem o mesmo desejo para nós. Na verdade, a Bíblia diz que Deus "também os predestinou [crentes] para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos" (Rm 8.29). Tornar-nos semelhantes a Cristo é a obra de Deus, e Ele garante o seu cumprimento (Fp 1.6). No entanto, o fato de que Deus vai nos transformar na semelhança de Cristo não significa que possamos sentar e esperar sermos levados ao céu em uma "cama de rosas." O processo exige a nossa cooperação voluntária com o Espírito Santo. Tornar-se mais semelhante a Cristo exige tanto o poder divino quanto o cumprimento da responsabilidade humanahttp://www.gotquestions.org/Portugues/tornar-se-mais-semelhante-Cristo.html. “Romanos 8.29 diz que Deus predestinou seu povo para ser conforme à imagem do Filho, ou seja, tornar-se semelhante a Jesus. Todos sabemos que Adão, ao cair, perdeu muito — mas não tudo — da imagem divina conforme a qual fora criado. Deus, todavia, a restaurou em Cristo. Conformar-se à imagem de Deus significa tornar-se semelhante a Jesus: O propósito eterno de predestinação divina para nós é tornar-nos conformes à imagem de Cristo” (John Stott) http://ultimato.com.br/sites/john-stott/2012/11/01/o-paradigma-tornando-nos-mais-semelhantes-a-cristo/.]

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, reproduza o quadro abaixo e utilize-o para mostrar aos alunos o que é o discipulado integral. Explique que o novo convertido é alguém que experimentou o novo nascimento. Ninguém pode fazer parte do Reino de Deus se não nascer de novo (Jo 3.3). Mediante a fé em Jesus, experimentamos uma profunda transformação de vida. Essa mudança radical não é apenas exterior, mas interior. Temos visto que atualmente muitos apresentam um belo exterior, são bem apresentáveis, possuem uma boa oratória, mas interiormente estão cheios de podridão e imundícia. Segundo Jesus, estes são como sepulcros caiados (Mt 23.27). Eles acabam impedindo, devido ao mau testemunho, que muitos entrem no Reino de Deus e que a Igreja cumpra a sua missão integral.
Aqueles que experimentaram o novo nascimento precisam crescer na graça e no conhecimento de Cristo; para isso é preciso um discipulado eficiente.

DISCIPULADO INTEGRAL: CARACTERÍSTICAS
DOUTRINAÇÃO
Ensino das verdades centrais da fé cristã.
INTEGRAÇÃO
O novo convertido precisa ser acolhido para que sinta que é parte da igreja.
TREINAMENTO
O novo convertido precisa ser treinado para alcançar outros com as Boas-Novas.
IDENTIFICAÇÃO
Testemunho de vida. O novo convertido precisa ser identificado como seguidor de Cristo.
  
III. A IGREJA DA EVANGELIZAÇÃO INTEGRAL

A igreja da evangelização integral é caracterizada por três ações básicas na divulgação do Evangelho de Cristo: promoção, comissão e manutenção.
1. Promoção. À semelhança de Antioquia, a igreja da evangelização integral não vive de si e para si. Antes, promove a proclamação de Cristo em todos os âmbitos (At 13.1-3). Ela é evangelística e missionária. Para ela, não existe maior evento do que evangelizar e fazer missões. Que o Senhor avive nossas igrejas, impulsionando-as aos confins da Terra. [Comentário: “Com exceção de Jerusalém, nenhuma outra cidade esteve tão ligada aos primórdios do cristianismo como Antioquia. Lucas registra em At 6.5 que certo Nicolau abandonara o paganismo grego e se tornara membro de uma sinagoga judaica em Antioquia. [...] O caráter extraordinário dos cristãos de Antioquia foi demonstrado primeiramente naquele envio de esmolas para a igreja mãe de Jerusalém, quando a fome assolou esta cidade (At 11.27-30). Além disso, a igreja de Antioquia era o que nós podemos chamar de uma igreja semi-autônoma, isto é, apesar dela reconhecer o primado espiritual de Jerusalém, não seguia em todos os detalhes o ponto de vista evangelístico corrente ali. Desde o início de sua formação a igreja de Antioquia ministrava igualmente a judeus e gentios” http://ejesus.com.br/antioquia-a-igreja-e-sua-missao-estudo-1/. “De acordo com Atos 13.4 Barnabé e Saulo foram enviados pelo Espírito Santo que anteriormente havia instruído a igreja no sentido de separá-los para ele. Mas de acordo com o versículo seguinte foi a igreja que, após a imposição de mãos, os despediu. É verdade que o último verbo pode ser entendido como “deixou-os ir”, livrando-os de suas responsabilidades de ensino na igreja, pois às vezes Lucas usa o verbo “adulou” no sentido de soltar. Mas ele também o usa no sentido de dispensar. Portanto creio que seria certo dizer que o Espírito os enviou instruindo a igreja a fazê-lo e que a igreja os enviou, por ter recebido instruções do Espírito. Esse equilíbrio é sadio e evita ambos os extremos. O primeiro é a tendência para o individualismo pelo qual uma pessoa alega direção pessoal e direta do Espírito sem nenhuma referência à igreja. O segundo é a tendência para o institucionalismo, pelo qual todas as decisões são tomadas pela igreja sem nenhuma referência ao Espírito”http://www.monergismo.com/textos/missoes/missoes_stott.htm.]
2. Comissão. Na evangelização integral, a igreja tem de agir como a agência evangelizadora e missionária por excelência. Nenhuma organização pode substituí-la nessa tarefa. Discorrendo sobre os pressupostos da evangelização mundial, o apóstolo Paulo pergunta: “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? [...]” (Rm 10.14.15). [Comentário: Embora a palavra "missões" não se encontre nas Escrituras, a idéia está inserida em toda a Bíblia Sagrada, de Gênesis a Apocalipse. A palavra "missão" vem do latim "mitto" e significa "enviar". No Novo Testamento vemos o próprio Jesus empregando uma palavra com o mesmo significado - a palavra apóstolo (do grego apostello). De maneira simples, podemos afirmar que missão significa enviar. Quando falamos em missões nos referimos à proclamação do evangelho em todo mundo, o que é geralmente chamado de Grande Comissão. Esta Grande Comissão consiste nas últimas instruções de Jesus a seus discípulos e que se encontra registrado nos quatro Evangelhos (Mt 28.18-20; Mc 16.15,16; Lc 24.46-49; Jo 20.21,22), bem como no livro de Atos dos Apóstolos (1.8). Através da Grande Comissão, o Senhor Jesus revela sua vontade - de que todas as pessoas, em todas as épocas - ouçam o evangelho, e assim as famílias da terra seriam benditas (Gn 12.3). A clareza destes textos deixa evidente que na mente de cada cristão obediente a Jesus, deve haver um profundo sentimento de paixão pelas almas. A evangelização do mundo é a vontade e o plano inquestionáveis do Senhor. Uma simples leitura, mesmo superficial, do Novo Testamento, é capaz de nos fazer observar esse fato. http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao02-im-evangelizacao-amissaomaximadaigreja.htm. O livro de Atos mostra que missões é a prioridade de Deus para a sua Igreja, após a ascensão de Jesus. Antes da ascensão, a MISSÃO é definida: Lc. 24.44-49; At. 1.1-5. Após a ascensão a MISSÃO é praticada: Mc. 16.19-20 e At. 1.8. Na ascensão, Jesus retornou ao céu e está entronizado ao lado de Deus, comandando a obra missionária. Qual a base bíblica que temos para afirmar que a obra missionária é a prioridade da Igreja? O argumento que temos é Atos http://ipimoinhovelho.org.br/a-obra-missionaria-e-a-prioridade-da-igreja/.]
3. Manutenção. No auge da prosperidade econômica do Brasil, o que fizemos em prol da evangelização mundial? Sabemos que algumas igrejas aproveitaram aquele momento para chegar aos confins da Terra. Outras, porém, viveram apenas para si, como se aquele instante não tivesse fim. As igrejas da Macedônia, apesar de pobres, enriqueceram a muitos, sustentando obreiros e missionários (2Co 8.1-7). Nesta crise que ora atravessamos, demonstremos a nossa fé, mantendo as frentes evangelísticas já iniciadas e abrindo outras. [Comentário: O apóstolo Paulo e a igreja primitiva demonstravam igualmente profunda solicitude pelos necessitados. Bem cedo, Paulo e Barnabé, representando a igreja em Antioquia da Síria, levaram a Jerusalém uma oferta aos irmãos carentes da Judéia (At 11.28-30). Quando o concílio reuniu-se em Jerusalém, os anciãos recusaram-se a declarar a circuncisão como necessária à salvação, mas sugeriram a Paulo e aos seus companheiros “que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência” (Gl 2.10). Um dos alvos de sua terceira viagem missionária foi coletar dinheiro “para os pobres dentre os santos que estão em Jerusalém” (Rm 15.26). Ensinava as igrejas na Galácia e em Corinto a contribuir para esta causa (1Co 16.1-4). Como a igreja em Corinto não contribuísse conforme se esperava, o apóstolo exortou demoradamente aos seus membros a respeito da ajuda aos pobres e necessitados (2Co 8;9). Elogiou as igrejas na Macedônia por lhe terem rogado urgentemente que lhes deixasse participar da coleta (2Co 8.1-4; 9.2). Paulo tinha em grande estima o ato de contribuir. Na epístola aos Romanos, ele arrola, como dom do Espírito Santo, a capacidade de se contribuir com generosidade às necessidades da obra de Deus e de seu povo (ver Rm 12.8; ver 1Tm 6.17-19). Nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e necessitados, são os irmãos em Cristo. Jesus equiparou as dádivas repassadas aos irmãos na fé como se fossem a Ele próprio (Mt 25.40, 45). A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que se importava com o próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as necessidades uns dos outros (At 2.44,45; 4.34-37). Quando o crescimento da igreja tornou impossível aos apóstolos cuidar dos necessitados de modo justo e equânime, procedeu-se a escolha de sete homens, cheios do Espírito Santo, para executar a tarefa (At 6.1-6). Paulo declara explicitamente qual deve ser o princípio da comunidade cristã: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” (Gl 6.10). Deus quer que os que têm em abundância compartilhem com os que nada têm para que haja igualdade entre o seu povo (2Co 8.14,15; cf. Ef 4.28; Tt 3.14). Resumindo, a Bíblia não nos oferece outra alternativa senão tomarmos consciência das necessidades materiais dos que se acham ao nosso redor, especialmente de nossos irmãos em Cristo.Texto extraído de: http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao9-2co-oprincipiobiblicodagenerosidade.htm]

SUBSÍDIO EDUCAÇÃO CRISTÃ

“O que é a integração total do novo convertido
Integrar é juntar, incorporar, tornar parte. Quando falamos em integrar o novo-convertido, estamos falando simplesmente disto: fazê-lo parte do corpo visível do Senhor — a igreja local. A sua união ao corpo místico de Cristo é obra do Espírito Santo; cabe-nos, entretanto, a missão de levá-lo pela mão em seus primeiros passos na fé, e de ajudá-lo a ocupar o seu lugar na comunidade dos salvos.
Na maioria das vezes, as igrejas limitam-se a orar pelas pessoas no ato da conversão, quando ela manifesta, de alguma forma, o desejo de receber a Jesus como Salvador. Os cuidados com o novo crente resumem-se a preencher uma ficha com seus dados pessoais, oferecer-lhe, às vezes, um Novo Testamento, e, quando muito, visitá-lo em casa depois de alguns dias.
O novo convertido dá os primeiros passos na vida cristã, já participando dos trabalhos tradicionais da igreja, tentando digerir o ‘sólido mantimento’ sem antes haver recebido o leite dos ‘primeiros rudimentos da palavra de Deus’ (Hb 5.12). Quanto desestímulo e prejuízo esse descaso poderá trazer. A igreja precisa conscientizar-se da importância da integração total do novo convertido, para que ele não venha a sentir-se excluído ou desmotivado.
A recepção e os primeiros contatos servem para deixá-lo à vontade e despertar nele o interesse em voltar à casa de Deus. Contudo, o papel da igreja vai além; cabe-lhe promover a integração espiritual eclesiástica, doutrinária, social, emocional e cultural do novo crente, bem como envolvê-lo no serviço cristão. Isto é integração total” (DORETO, Marli; DORETO, Maísa; DORETO, Marta. Manual de Integração do Novo Convertido. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2007, pp.19,20 ).

CONCLUSÃO

Que a evangelização integral caracterize nossas igrejas nesses dias difíceis e trabalhosos. A crise que perturba o nosso país poderá não ser a última. Outras mais agudas poderão surgir. Mas, amparados pelo Autor e Consumador da nossa fé, não desanimemos. Caminhemos de vitória em vitória, evangelizando e fazendo missões, até que o Senhor nos venha buscar. [Comentário: O avivamento espiritual, que é tanto a causa como o produto de uma Igreja Viva, precisa abranger a igreja como um todo, se não queremos um organismo aleijado ou disforme. Não se pode falar de um avivamento que priorize apenas um aspecto da totalidade do ser humano como, por exemplo, o destino de sua alma, em detrimento de seu bem-estar físico e social. Não nos interessa uma comunidade apenas voltada para o futuro, em prejuízo do hoje, pois isso implica em negligenciar as necessidades imediatas e urgentes do ser humano. O homem vive na dimensão do aqui e agora. Tem fome, frio, doença, sofre injustiças; enfim, tem mil motivos para não ser feliz. Nossa missão, pois, é socorrer o homem no seu todo, para que não somente usufrua paz de espírito, mas também conserve no corpo e na mente motivos de alegria e esperança. O projeto de Jesus é para o homem todo e para todos os homens. Fugir dessa verdade é desobediência e rebelião contra aquEle que nos comissionou. Um verdadeiro avivamento trará de volta ao crente brasileiro o amor pelos quase 50 milhões de irmãos pátrios que vivem na pobreza absoluta. O estilo de vida de uma igreja avivada não se presta a esquisitices humanas, mas à formação de personalidades de acordo com o caráter de Cristo, que não negligenciam o amor ao próximo" CIDACO, J. Armando. Um Grito pela Vida da Igreja. 1.ed. RJ, CPAD, 1996, pp.87-8.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,

Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br