sexta-feira, 13 de novembro de 2015

LIÇÃO 7: A FAMÍLIA QUE SOBREVIVEU AO DILÚVIO




SUBSÍDIO I


1ª CRIAÇÃO (Gn 1) - ADÃO
2ª CRIAÇÃO (Gn 6) - NOÉ
 A terra sem forma e vazia (1.2)
 O Dilúvio faz a terra novamente ficar sem  forma e vazia (7.17-24)
 O ciclo das estações (1.14)
 O restabelecimento do ciclo das estações (8.22)
 A ordem para os seres se multiplicarem (1.27)
 Novamente a ordem para se multiplicarem (9.6)
 O Princípio de tudo (1.1)
 Um novo começo (9.1)
UMA NOTA AMARGA
 A PRIMEIRA QUEDA (Gn 3) – ADÃO
 A SEGUNDA QUEDA (Gn 9) - NOÉ
 A queda do primeiro casal, Adão e  Eva (3.6,7)
 Noé se embebeda e Cam vê a sua nudez e conta para os seus  irmãos (9.20-23)


O quadro acima mostra fatos que a narrativa de Noé destaca em relação ao texto de Gênesis de 1 a 3. Em primeiro lugar, a expressão de que “andou Enoque com Deus” (Gn 5.24) e a repetição com a pessoa de Noé - “Noé andava com Deus” (Gn 6.9) - fazem eco para uma vida de justiça e se correlacionam com Adão e Eva, o primeiro casal, que andava com Deus no jardim.
Neste sentido, a narrativa de Noé intensifica uma série de paralelos com a de Adão e Eva: 
1) A terra se torna, de certa forma, novamente sem forma e vazia (Gn 7.17-24), como em Gênesis 1.1;
2) O restabelecimento do ciclo das estações (Gn 8.22), como em Gênesis 1.14;
3) Nova ordem para a multiplicação do gênero humano (Gn 9.6), como em Gênesis 1.27;
4) Houve, então, um novo começo (Gn 9.1), como tudo começou em Gênesis 1.1. 
Entretanto, da mesma forma que Gênesis 3 narra a queda do primeiro casal, a narrativa  e Noé mostra uma “queda” que envolveu a embriaguês de Noé e a maldição do filho mais novo de Cam, Canaã. Ou seja, a história de Noé repete a história do ser humano: Criação, Queda, mas promessa de Redenção. A narrativa conclui com a bênção sobre Sem, de cuja descendência virá a redenção da humanidade.
A história do Dilúvio nos revela a chance que Deus deu para a humanidade, mergulhada em violência e corrupção, arrepender-se do mau caminho. Ela mostra que, para Deus, formar o homem conforme a Sua imagem e semelhança foi bom, apesar de tudo. O relato de Noé aponta para a pessoa bendita de Jesus Cristo, a grande “Arca” que deseja livrar mais uma vez a humanidade do caos existencial, do caos psicológico, espiritual, moral e ético, e de tudo o que força o ser humano a uma natureza que nada tem a ver com o que o Pai deseja a seus filhos. Como aconteceu nos dias de Noé, o caos insiste em aterrorizar nossa vida, mas “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).
Fonte: Revista Ensinador Cristão, ano 16 - nº 64 – out/nov/dez de 2015. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na última aula estudamos a respeito do mundo de Lameque, mostrando que esse se distanciou de Deus, por isso tornou-se impiedoso. Na aula de hoje estudaremos sobre Noé, mostraremos que esse foi um homem agraciado por Deus, demonstrando também piedade e fidelidade. Ele foi chamado pelo Senhor para construir uma arca, em face do dilúvio que sobreviria sobre a terra, e destruiria a humanidade pecaminosa. Destacaremos, ao final da lição, que Noé cumpriu sua missão, preservando os animais, e principalmente sua família.

1. NOÉ, UM HOMEM AGRACIADO POR DEUS

A geração daquele tempo era perversa, marcada pela impiedade. Mas a narrativa, destaca: “porém Noé achou graça diante do Senhor” (Gn. 6.8). Noé foi agraciado por Deus porque era um homem justo, característica ressaltada em várias passagens das Escrituras (Ez. 14.14, 20; Hb. 11.7; II Pe. 2.5). Como Abraão, Noé deu ouvidos à Palavra de Deus, e isso lhe foi imputado para justiça (Rm. 4.9). Nós também encontramos graça em Deus, não por causa das nossas obras, que são incapazes de salvar (Ef. 2.8.9), mas em Cristo Jesus, o fundamento da nossa justificação (II Co. 5.21). O texto bíblico também ressalta que Noé era um homem íntegro, isto é, justo, isso não quer dizer, no entanto, que era sem pecado. Somente Jesus viveu na terra sem pecado (I Pe. 2.21,22). As palavras justo (hb. tzadiq) e perfeito (hb. tamiim) descrevem a condição de Noé perante Deus. Ele era um homem íntegro, irrepreensível e imaculado, tanto diante de Deus quanto dos homens. Ele não dava motivos para ser repreendido pelas pessoas que o cercavam. De igual modo, nós devemos, neste mundo tenebroso, ser sal e luz (Mt. 5.13,14), e não devemos dar razões para ser repreendidos (Fp. 2.12-16). Não podemos esquecer que somos salvos pela fé, não por meio das obras, mas, por outro lado, fomos criados para as boas obras (Ef. 2.10). É nesse sentido que Tiago afirma que a fé sem as obras é morta (Tg. 2.1), e Paulo assevera que existem muitos que professam conhecer a Deus, mas O negam por suas obras (Tt. 1.10,16). 

2. NOÉ, UM HOMEM QUE CONFIAVA EM DEUS

Noé era um homem obediente a Deus (Gn. 6.22; 7.5,16), não era apenas um ouvinte da Palavra (Tg. 1.22-25). Ele deve ter enfrentado muitos desafios para obedecer a Deus em um mundo contrário a Palavra de Deus. Não podemos esquecer que o mundo jaz no Maligno (I Jo. 5.19), que cega o entendimento das pessoas (II Co. 4.4), para moldá-las ao seu esquema (Rm. 12.1). Mas Noé estava na direção correta, enquanto o mundo vinha na direção contrária. Ele não cedeu às pressões sociais, não se deixou levar pelo politicamente correto. Ao invés de ouvir a voz das pessoas, que supostamente dizem ser a voz de Deus, preferiu seguir a vontade de Deus. E essa, como destaca Paulo, é sempre agradável, boa e perfeita (Rm. 12.2). Quando Noé recebeu de Deus a tarefa de construir uma arca, ele obedeceu sem restrições, obedecendo às especificações dadas pelo Senhor (Gn. 6.14-17). Os compartimentos daquela embarcação abrigariam animais de várias espécies. Essa orientação que não pode ser desconsiderado, é uma demonstração dos cuidados de Deus com Sua criação. Em sua soberania Deus conduziu os animais até Noé, e fez com que esses o obedecessem. Os cristãos devem ponderar a respeito da extinção dos animais que estão em perigo. O maltrato aos animais deve ser censurado, não podemos pactuar com práticas cruéis, principalmente com o abandono. Vemos também que Deus fez uma aliança com Noé, um pacto por meio do qual preservaria a vida daqueles que estariam na arca. O piedoso homem trabalhou na construção da arca por 120 anos, durante os quais pregou a mensagem de arrependimento, alertando a respeito do juízo vindouro. A pregação do patriarca, no entanto, foi considerada absurda pelos ouvintes. A mensagem da cruz também tem sido vilipendiada pelos ouvintes desta geração. Eles a consideraram loucura, estão tão acostumados a racionalizar tudo, que não se dobram a revelação do evangelho (I Co. 1.18). Jesus alertou a respeito desses dias, que como nos de Noé, assim também será a vinda do Filho do Homem (Mt. 24.37).

3. NOÉ, UM HOMEM QUE LEVOU SUA FAMÍLIA A DEUS

Através do dilúvio Deus julgou a humanidade perversa dos tempos de Noé (Gn. 7.11-24). O narrador bíblico afirma que “romperam-se todas as fontes do grande abismo” (Gn. 7.11), de modo que até mesmo as montanhas mais altas foram cobertas pela água (Gn 7.20). A chuva somente cessou depois de quarenta dias, mas as águas continuaram subindo, chegando ao ponto mais elevando depois de cento e cinquenta dias (Gn. 7.24). Até que a arca parou no pico do Monte Ararate (Gn. 8.4), passando mais cento e cinquenta dias até que as águas baixassem (Gn. 7.3). Após dois meses e dez dias Noé e sua família saíram da arca, tendo passado um ano e dez dias dentro da embarcação. Aquele dilúvio foi universal, pois conforme assegura o texto, “todo ser vivente havia corrompido o seu caminho na terra” (Gn. 6.12). Os achados fósseis também confirmam a universalidade do dilúvio, as narrativas em várias culturas confirmam essa verdade. Mais importante, contudo, é destacar que Noé e sua família foram salvos através da arca, por causa da sua fé (Hb. 11.7). Nós também somos salvos por meio de Cristo, pois Ele é a nossa arca (I Pe. 3.18-22). Jesus morreu e ressuscitou para que fossemos salvos dos nossos pecados, e nEle tivéssemos vida eterna. Nesses dias difíceis pelos quais estamos passando, como fez Noé, devemos conduzir nossa família a Cristo. Os filhos devem ser instruídos na Palavra de Deus, para que não venham a se desviar do caminho, depois que crescerem (Pv. 22.6). Ainda que o mundo acate a lassidão moral, e práticas contrárias as Escrituras, devemos permanecer fiéis aos princípios bíblicos (I Co. 15.58).

CONCLUSÃO

Os tempos em que estamos vivendo são tempos trabalhosos, dias difíceis para a Igreja que milita na terra (II Tm. 3.1,2). Mas nós, que fomos adquiridos pelo Senhor por alto preço, não podemos viver como vive o mundo. A família cristã precisa entrar na arca, e se conduzir de acordo com as especificações divinas. Devemos nos inspirar em Noé, que decidiu ser diferente, e confiar na Palavra de Deus. Devemos permanecer naquilo que fomos inteirados, sabendo de quem aprendemos (II Tm. 3.16). Certamente o juízo divino virá, e não tardará, mas aqueles que fazem a vontade de Deus permanecem para sempre (I Jo. 2.17).

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Resistindo sistematicamente ao Espírito de Deus, o mundo de Lameque depravara-se irreversível e totalmente. A apostasia, agora, era universal. Adultos, jovens e crianças; todos corrompidos. Por isso, o Senhor anuncia um juízo também universal: o Dilúvio.
Em meio àquela geração, sobressai a justiça de Noé. Divinamente alertado, o patriarca constrói uma arca, na qual sobrevive, com a sua família, à grande inundação.
O mesmo desafio cabe hoje à igreja do Senhor. Se por um lado, cabe-nos proclamar o Evangelho até aos confins da Terra, por outro, devemos preservar nosso lar em meio a uma sociedade que jaz no maligno. [Comentário:Chegamos ao capítulo 6 de Gênesis e ao relato do Dilúvio Universal. Pouco o mundo sabe acerca dos relatos bíblicos, mas poucos desconhecem a história do dilúvio e de como Deus salvou a Noé e sua familía numa arca. Muitas teorias contra e a favor da veracidade do fato; alguns afirmam que foi local, outros defendem que foi universal. Um dilúvio é conhecido e retratado em diversas culturas, fora do relato bíblico do livro de Gênesis. Conforme o relato de Gênesis, essa catástrofe abrangeu se não toda a terra, engoliu toda a humanidade, isto também é o que se deduz dos relatos que são encontrados em todos os continentes e entre quase todos os povos da terra. Todos estes relatos se referem a um dilúvio destrutivo ocorrendo logo no início de suas respectivas histórias. Notávelmente parecidos, todos afirmam que somente um ou poucos indivíduos foram salvos e foram encarregados de repovoar a terra. Já é sabido que, até agora, os antropólogos já reuniram cerca de 250 a 300 dessas histórias, o que somente comprova a veracidade do relato de Gênesis. A intenção do dilúvio foi a destruição da raça humana, totalmente depravada e sem recuperação; já a arca, foi designada para salvar Noé e sua família e assegurar o cumprimento do propósito divino para a criação e da promessa de salvação de Gênesis 3.15. Apenas Noé era justo em seus dias. “Disse o Senhor a Noé: Entra na arca, tu e tua casa, porque reconheço que tens sido justo diante de mim no meio desta geração.” (Gn 7.1). É interessante notar que, o que Deus resolveu destruir já era fadado à destruição: os homens eram depravados e corruptos por dentro e em si mesmos; o relacionamento do homem com seu semelhante se resumia numa palavra – violência! Ainda sobre evidências do dilúvio sugiro a leitura desta reportagem da rede ABC news sobre evidências do dilúvio:http://abcnews.go.com/Technology/evidence-suggests-biblical-great-flood-noahs-time-happened/story?id=17884533; Também sobre algumas teorias de cientistas não religiosos:http://www.wnd.com/2012/06/does-science-prove-noahs-flood/]. Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?

I. DEUS ANUNCIA O DILÚVIO

Em toda aquela geração, apenas Noé podia ser considerado justo e íntegro. Por essa razão, Deus anuncia-lhe o Dilúvio, instruindo-o a construir a arca de salvação. [Comentário: O caráter de Noé é descrito por duas palavras: justiça eintegridade (Gn 6.9).O hebraico saddiq  justiça, é uma palavra forense comumente usada com referência aos homens. Significa que eles se ajustam a um padrão. Noé se ajustou ao padrão divino e encontrou a aprovação de Deus. No entanto, apesar de haver a aprovação divina, esta não implica em perfeição por parte de Noé. Implica simplesmente em que, aquelas coisas que Deus procura num homem, estavam presentes em Noé; Ele foi um homem que guardou a Palavra de Deus, que satisfez a expectativa de Deus para o homem, enquanto que o resto da humanidade estava depravada. A segunda palavra hebraica é tamim – íntegro (completo), em Noé, não faltou nenhuma qualidade essencial].

1. O anúncio do Dilúvio. Já decidido a destruir a Terra, o Senhor acha graça em Noé (Gn 6.8). O patriarca soube como preservar moral e espiritualmente a esposa e os filhos. No entanto, pelo que inferimos do texto sagrado, nada pôde fazer aos seus irmãos e sobrinhos, pois estes também haviam se deixado corromper pelo exemplo de Lameque.
Ao justo e íntegro Noé, anuncia Deus o Dilúvio; “O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra” (Gn 6.13). O patriarca sabia, através da fé, que o juízo era certo. Quanto aos seus contemporâneos, preferiram ignorar a iminência do castigo divino. [Comentário: É importante salientar que não foram as obras de Noé que o preservaram do julgamento, mas a graça. “Mas Noé achou graça diante do Senhor” (Gn 6.8). Salvação é pela graça, mediante a fé, não por obras, mas para boas obras. (Ef 2.8-10). Deus revelou Seu plano de um juízo global catastrófico aproximadamente um milênio antes a Enoque, que deu a seu filho o nome de Metusalém para celebrar a memorável revelação. O nome Metusalém transmite um mau presságio e significa literalmente, “Quando ele morrer, isso será enviado”. Não é por coincidência que Metusalém morreu apenas alguns meses antes do grande Dilúvio e que sua vida seja a mais longa registrada em toda a história. A humanidade não estava apenas corrompida, mas era cheia de violência; o mundo estava pronto para o juízo (v.11). E, embora Deus tenha suspendido a execução da raça humana por muitos anos, Ele finalmente cumpriu o que havia prometido.].

2. Um juízo que parecia improvável. Se considerarmos Gênesis 2.5, concluiremos que, naquele tempo, a terra não era regada pela chuva como nos dias de hoje (Gn 2.6). Portanto, como acreditar no Dilúvio se nem chuva havia? Dessa forma, os “cientistas” da época devem ter questionado sarcasticamente a Noé. Nossa geração assim reage quanto à vinda de Cristo (2Pe 3.4). O que parece improvável, porém, está prestes a acontecer. Jesus está às portas. [Comentário: De onde vieram as águas que inundaram a terra? A Bíblia afirma que “No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as janelas do céu se abriram” (Gn 7.11). As fontes do grande abismo referem-se a uma espécie de sistema subterrâneo de reservatórios de água que se precipitaram sobre a superfície terrestre. Muito provavelmente como hoje vemos os geysers atuarem. Relativamente a isto, é interessante notar que, mesmo hoje, existe água suficiente debaixo da Terra para substituir a água dos oceanos mais de 10 vezes.].


SUBSÍDIO DIDÁTICO

“Em meio à iniquidade e maldade generalizada daqueles dias, Deus chamou Noé um homem que ainda buscava comunhão com Ele e que era ‘varão justo’. (1) ‘Reto em suas gerações’, equivale dizer que ele se mantinha distanciado da iniquidade moral da sociedade ao seu redor. Por ser justo e temer a Deus e resistir à opinião e conduta condenáveis do público, Noé achou favor aos olhos de Deus. (2) Essa retidão de Noé era fruto da graça de Deus nele, por meio da sua fé e do seu andar com Deus. A salvação no Novo Testamento é obtida exatamente da mesma maneira, mediante a graça e a misericórdia de Deus, recebidas pela fé, cuja eficácia conduz o crente a um esforço para andar com Deus e permanecer separado da geração ímpia ao seu redor. Hebreus 11.7 declara que Noé ‘foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé’. (3) O Novo Testamento também declara que Noé não somente era justo, como também pregador da justiça (2Pe 2.5). Nisso, ele é exemplo do que os pregadores devem ser” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.42).

II. A CONSTRUÇÃO DA ARCA

A fim de escapar ao Dilúvio, o patriarca foi orientado a construir um grande navio. Obediente, ele levou o projeto adiante.

1. A planta da arca. A salvação é pela fé, mas a fé salvadora conduz-nos às boas obras (Ef 2.8-10). Por isso Noé, movido por uma forte convicção quanto à iminência do juízo divino, pôs-se a construir o grande barco.
A planta da arca, mesmo que bastante simples, era eficaz: “Faze para ti uma arca da madeira de gofer; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume. E desta maneira farás: de trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinquenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura. Farás na arca uma janela e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares baixos, segundos e terceiros” (Gn 6.14-16).
O texto sagrado nos mostra que a Arca era um enorme barco, e sem leme. A finalidade da arca não era navegar, mas flutuar durante a grande inundação. O patriarca cumpriu a vontade divina; em suas promessas, repousou. Deus é o nosso piloto. Não se aflija. Deus está no comando. [Comentário:Construída com madeira de gofer – palavra que significa "abrigar-se em" - uma madeira usada para construir. É considerada como a maior parte dos ciprestes. De acordo com a Bíblia, a Arca de Noé era uma grande barcaça construída de madeira e impermeabilizada com betume. Suas dimensões eram aproximadamente 450 pés de comprimento, 75 pés de largura e 45 pés de altura com três andares interiores. Aparentemente, uma “janela” foi construída ao seu teto. (Gênesis 6:14-16). As dimensões da Arca tornam-a a maior embarcação marítima conhecida existente antes do século XX e suas proporções são surpreendemente semelhantes às encontradas nos grandes transatlânticos atuais”.http://www.christiananswers.net/portuguese/q-abr/abr-a001p.html. Suas dimensões em medida padrão são de 137m de comprimento, 23m de largura e 14m de altura (no hebraico: o côvado era uma medida linear de cerca de 45 centímetros). Possuía 3 andares. Note o leitor que era uma arca, não um navio, construída para flutuar e não para navegar- não possuía leme! O criacionista holandês Johan Huibers decidiu arregaçar as mangas e construiruma réplica da arca de Noé. Ele resolveu erigir a embarcação como uma demonstração de sua fé na verdade literal da Bíblia. Com 150 côvados de comprimento, 30 de altura e 20 de largura (67,5 metros x 13,5 x 9,0), a arca tem três andares e é totalmente funcional. As madeiras empregadas foram o cedro e o pinho, uma vez que até hoje os teólogos não concluíram o que seria o gôfer, madeira utilizada na arca original (Gênesis 6:14). Aberta à visitação após dois anos de construção, deixou o público boquiaberto, apesar de ter apenas metade do comprimento da original. Huibers pretende criar um zoológico no primeiro dos três pavimentos. Leia mais e veja algumas fotos em: Johan’s Ark – Wikipedia (em inglês); Ark van Noach – Site oficial (em inglês)].

2. A construção da arca. Enquanto Noé e seus filhos construíam a arca, apregoavam o juízo divino. Por isso, ele é chamado de pregoeiro da justiça (2Pe 2.5). Assim faz a Igreja. Enquanto aguardamos a volta de Cristo, proclamemos o Evangelho e o fim de todas as coisas (1Pe 3.20). O Senhor não tarda. [Comentário: Por 120 anos (Gn 6.3) Noé esforçou-se na construção da arca enquanto pregava o juízo vindouro; 120 anos foi o prazo para que o homem abandonasse o caminho ímpio e se voltasse para Deus. Em meio à iniqüidade e maldade generalizadas daqueles dias, Deus achou em Noé um homem que ainda buscava comunhão com Ele e que era varão justo. Hebreus 11.7 declara que Noé foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé. O Novo Testamento também declara que Noé não somente era justo, como também pregador da justiça (2 Pe 2.5). Nisso, ele é exemplo do que os pregadores devem ser.].


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“A arca não continha todas as espécies de animais, mas o protótipo de cada uma delas. Uma simples junta de gado portava os genes que provêm da ampla variação dessas classes animal. O relato bíblico da criação refuta a noção de que toda a vida animal evoluiu dos antepassados unicelulares. Contudo, não questiona o relato de evolucionistas sobre a variação dentro das espécies.
Maldade e violência. Essas palavras são usadas para caracterizar os pecados que causaram o dilúvio de Gênesis. Maldade é rasah, atos criminosos que violam os direitos dos outros e tiram proveito do sofrimento deles. Violência é hamas, atos deliberadamente destrutivos que visam prejudicar outras pessoas” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.29).

III. O DILÚVIO

Concluída a arca, Noé e sua família entram na formidável embarcação. Passados sete dias, veio o Dilúvio.

1. O Dilúvio. Caiu uma chuva torrencial durante quarenta dias e quarenta noites (Gn 7.12). Oceanos, mares e rios confundem-se em ondas sucessivas, intermináveis e destruidoras. O fim de um mundo corrupto e depravado havia chegado.
Noé, porém, estava seguro. Junto a ele, a esposa, os três filhos e suas respectivas mulheres. Ao todo oito pessoas (Gn 7.7). E, para conservar a vida sobre a nova Terra, os animais: dois de cada espécie, macho e fêmea (Gn 6.19). [Comentário: Como já vimos até agora, o Dilúvio descrito no livro de Gênesis foi, sem dúvida, um evento cataclísmico histórico. Ele ficou preservado na memória de muitas culturas, mais de duzentas e cinquenta. Evidências de uma inundação global são encontradas em todos os continentes, nos desertos, nas mais altas montanhas e, até mesmo, nos oceanos.Sugiro a leitura deste artigo:http://narrativabiblica.blogspot.com.br/2012/03/evidencias-e-explicacoes-sobre-o.html].

2. O Dilúvio foi local ou Universal? Em 26 de dezembro de 2004, ocorreu um tsunami no Oceano Índico, cujo epicentro deu-se na costa da Indonésia. Apesar de local, o fenômeno foi sentido em várias partes do mundo. O que não diremos do Dilúvio? Acreditamos na universalidade da grande inundação. A narrativa bíblica é bastante clara: “E as águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu foram cobertos” (Gn 7.19). [Comentário: Encontramos narrativas de um  dilúvio ocorrido em tempos remotos em quase todas as culturas mundo a fora, algumas delas muito semelhantes com o relato de Gênesis. A história babilônica do dilúvio, descoberto em tabuletas de argila é o Épico de Gilgamesh. O mito sumério de Gilgamesh conta os feitos do rei da cidade de Uruk, Gilgamesh, que parte em uma jornada de aventuras em busca da imortalidade, nesta busca encontra as duas únicas pessoas imortais: Utanapistim e sua esposa, estes contam à Gilgamesh como conquistaram tal sorte, esta é a história do dilúvio. O casal recebeu o dom da imortalidade ao sobreviver ao dilúvio que consumiu a raça humana. Na tradição suméria, o homem foi dizimado por incomodar aos deuses. Os elementos comuns incluem a construção de um navio e tomar todos os tipos de animais na mesma. Byron Nelson, em seu livro, "The Deluge Story in Stone",tem tabuladas as características comuns das lendas, inundação de muitas culturas e os comparou com o relato bíblico.].

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“O dilúvio
Cristãos que mantêm uma ampla visão das Escrituras debatem se o dilúvio descrito em Gênesis foi uma inundação universal, que cobriu a total superfície do globo, ou uma inundação limitada, que afetou somente áreas habitadas pelo homem. Versos como ‘todos os altos montes que havia debaixo de todo o céu foram cobertos’ (7.19,20) e ‘tudo que tinha fôlego de espírito de vida em seus narizes, tudo o que havia no seco, morreu’ (vv.21-23) sugerem um cataclisma mundial. Mas como seria o fato de que não há água suficiente em nosso planeta e na atmosfera para cobrir montanhas tais como o Evereste? Aqueles que mantêm a visão universal acreditam que o dilúvio modificou a face da terra, levando o leito dos mares e formar reentrâncias e empurrando montanhas para um lugar mais alto. Seja qual for a nossa visão, está claro que o relato do dilúvio estabelece uma poderosa declaração. Ele afirmava que Deus é Regente moral deste universo, que tem o poder de julgar o pecado. 2 Pedro 3 lembra-nos daqueles que escarnecem da ideia do Juízo Final que o Senhor perpetuou nos tempos de Noé para julgar os homens ímpios e violentos. O Todo-Poderoso, cujo ódio ao pecado está revelado no dilúvio, não permitirá que os pecados continuem impunes” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.29).

IV. O JUÍZO DE DEUS

Os contemporâneos de Noé tiveram mais de um século para se arrependerem e voltar para Deus. Fizeram-se, porém surdos à proclamação do juízo divino.

1. Um juízo universal. A inundação foi universal como universal foi o juízo divino sobre a Terra. O relato bíblico é impressionante e preciso: “E expirou toda carne que se movia sobre a terra, tanto de ave como de gado, e de feras, e de todo o réptil que rasteja sobre a terra, e de todo homem” (Gn 7.21).
Apenas Noé e a sua família, bem como os animais que se encontravam com eles na arca, foram preservados. A geração de Noé teve tempo para ouvir sua mensagem e ver a arca sendo construída, mas não deu ouvidos à pregação e ao trabalho daquele servo de Deus, e foi destruída. O pior juízo, contudo, achava-se no além. [Comentário: Gênesis 7.11 afirma que “se romperam todas as fontes do grande abismo, e as janelas dos céus se abriram”. É aparente, a partir de Gênesis 1.6-7 e 2.6 que o ambiente pré-dilúvio era muito diferente do que o que temos hoje. Pedro também descreve a universalidade do dilúvio em 2Pe 3.6-7, onde afirma: “Pelas quais coisas pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio, Mas os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios.” Nestes versos Pedro compara o julgamento “universal” vindouro ao dilúvio do tempo de Noé e afirma que o mundo que outrora existia foi inundado com água. Também, a promessa de Deus (Gn 8.21; 9.11; 15) de nunca mais mandar tal dilúvio já teria sido quebrada se se tratasse apenas de uma inundação local. Além disso, todos os homens no mundo de hoje, segundo Gênesis 9.1,19, descendem dos três filhos de Noé, e muitos escritores bíblicos posteriores aceitaram a historicidade do Dilúvio mundial (Is 54.9; 1Pe 3.20; 2Pe 2.5; Hb 11.7). Por último, o Senhor Jesus Cristo creu no Dilúvio universal e o tomou como o tipo de destruição vindoura do mundo, quando Ele retornar (Mt 24.37-39; Lc 17.26-27).].

2. O juízo divino no inferno. Não resta dúvida de que toda aquela geração pereceu e foi lançada no inferno, onde aguarda a última ressurreição, a fim de comparecer ao Juízo Final (Ap 20.11-15). Eles sabem que isso acontecerá, pois o Senhor Jesus, no interlúdio entre a sua morte e ressurreição, esteve no Hades, onde lhes proclamou a eficácia da justiça divina.
Escreve o apóstolo Pedro: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água” (1Pe 3.18-20 — ARA).
A geração de Noé recusou-se a ouvi-lo, mas viu-se obrigada a escutar o Senhor Jesus que, além de pregoeiro da justiça, apresentava-se, agora, como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Sua pregação não era redentiva, mas vindicativa. [Comentário: Há um equivoco aqui quanto ao que Jesus fez entre sua morte e ressurreição, bem como uma interpretação equivocada do texto de 1Pe 3.18-20. As Escrituras em lugar algum afirmam que Cristo desceu ao inferno; que o diabo possuía as chaves da morte e do inferno, que Jesus as tomou dele; uma segunda chance de salvação aos desobedientes após sua morte. Note, ainda, o seguinte: Inferno (o lago de fogo) é o lugar final e definitivo de julgamento para os perdidos; Hades é um lugar temporário. Então, Jesus não foi ao “Inferno – lago de fogo” porque “Inferno” é uma esfera futura que somente entrará em vigor após o Julgamento do Grande Trono Branco! (Ap 20.11-15). Entenda, ainda, que Seol (AT)/Hades(NT) é uma esfera com duas divisões (Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.23; At 2.27:31), o território dos salvos e o dos perdidos. O território dos salvos é chamado “Paraíso” e “Seio de Abraão”. Os territórios dos salvos e dos perdidos são separados por um “grande abismo” (Lc 16.26). Quando Jesus subiu aos Céus, Ele levou consigo os ocupantes do Paraíso (os crentes)! (Ef 4.8-10). O lado perdido do Seol/Hades permaneceu intacto. Todos os mortos incrédulos para lá vão e esperam seu futuro julgamento final. Jesus foi ao Seol/Hades? Sim, de acordo com Lucas 23.43: na Cruz, anos mais tarde, Jesus disse ao ladrão ao Seu lado: “Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”; então, Ele removeu do Paraíso todos os justos que já haviam morrido e os levou consigo aos Céus. Infelizmente, em muitas traduções da Bíblia, os tradutores não são consistentes ou corretos quando traduzem as palavras hebraica e grega para “Seol”, “Hades” e “Geena”, onde apenas esta última corresponde à inferno, o lago de fogo. No texto de 1Pe 3.18-20 Pedro está contrastando dois estados de existência de nosso Redentor:

a) O estado de limitação de Cristo.

"Na carne": este estado é a natureza humana de Cristo, 1Pe 4: 1; 1 Jo 4: 2; 2Jo 7; Jo 1: 14; 1Tm 3: 16, Rm 1: 3-4. A expressão "morto na carne" faz referência quando Jesus morreu e saiu do estado de fraqueza e de limitação.

b) O estado de não-limitação

"Espírito vivificado". A expressão "vivificado no espírito" se refere à natureza divina de Jesus. Seu estado antes de sua encarnação. E foi neste estado que Ele pregou aos "espíritos em prisão".
    Quando o texto fala que Jesus "vivificado em espírito foi e pregou, não está se referindo a um lugar depois de sua morte, mas onde Ele estava quando havia desobedientes dos tempos de Noé" (v. 20). Foi neste espírito que Ele pregou através dos profetas.
    "Também". A palavra "também" do v. 19 mostra a ênfase do estado de limitação para o estado de não-limitação. Dito de outra forma: Cristo pregou quando estava em nosso meio, como homem (dias de Sua carne), mas também pregou como Divino (não-limitação) nos dias de Noé através dos profetas.

2) Quando Cristo pregou?

O ensino desta passagem não é o que Cristo fez entre a morte e a ressurreição, mas o que Ele fez no seu estado antes da Encarnação - estado não-limitado, no tempo de Noé, 1Pe 1: 8-12.

3) Qual o conteúdo da pregação? O que Cristo pregou?

Jesus pregou o evangelho aos contemporâneos de Noé. Espiritualmente, Cristo estava presente em Noé quando este era o "pregoeiro da justiça", 2Pe 2: 5. Em 1Pe 1: 10-11, o apóstolo mostra o evangelho sendo pregado pelos profetas. Noé certamente pregou aos seus contemporâneos o evangelho e convocou-os ao arrependimento.

4) Quem são estes "espíritos em prisão" a quem Cristo pregou?

A expressão "espíritos em prisão" se refere às pessoas que no tempo de Noé (noutro tempo) rejeitaram a sua pregação e que foram consideradas "espíritos em prisão", incapazes de fazer qualquer coisa que os deixassem livres. Permaneceram no cativeiro espiritual; permaneceram incrédulos quanto à mensagem pregada por Noé e na prisão de suas almas. Cristo esteve sempre presente tipologicamente no Antigo Testamento, pregando através dos profetas o Evangelho de Salvação, Rm 4: 3; Gl 16-9, 2Pe 2: 5.].

CONCLUSÃO

Os antediluvianos não deram crédito à pregação de Noé. Viviam para pecar. Sua depravação não conhecia limites. A Deus não restou alternativa senão condená-los à destruição. Nosso mundo caminha no mesmo sentido. Todavia, se formos zelosos quanto à pregação do Evangelho, levaremos muitas almas a Cristo, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.
Sua família está segura? Jesus em breve virá. [Comentário: "Noé era varão justo e reto em suas gerações; Ele andava com Deus.Esta é uma síntese sublime! Toda a vida de um homem resumida em uma pequena frase – andava com Deus! O autor da Epístola aos Hebreus escreveu: "Pela fé, Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé" (Hb 11.7; 2 Pe 2.5). Outra síntese memorável da vida deste homem! Profeta, pregoeiro da justiça e herdeiro da fé. Meu desejo é ser lembrado com frases sublimes e memoráveis, como estas a respeito de Noé; para isto, preciso fazer agora de minha vida um testemunho inabalável de fé, justiça e retidão! O grande ensino desta história de fé é que o que será dito de você amanhã está subordinado ao que você é e faz hoje]. “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.



Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.


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