SUBSÍDIO I
O relato dos capítulos 5 e 6 se refere à
linhagem familiar de Adão, mais particularmente à geração de Sete.
Essa genealogia faz um contraste com a linhagem de Caim descrita no
capítulo anterior (Gn 4.17- 4). Neste contraste, há a presença de dois
“Lameques”, um no capítulo 4 (vv.18,23) e outro no capítulo 5
(vv.28- 31). Qual a diferença entre esses dois “Lameques”? O Lameque
do capítulo 4 é o da linhagem de Caim, trata-se, pois, de um homem
violento e odioso, conforme o autor sagrado descreveu: “E disse
Lameque a suas mulheres: Ada e Zilá ouvi a minha voz; vós, mulheres
de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e
um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas
Lameque, setenta vezes sete” (vv.23,24).
O Lameque do capítulo 4 cantava e entoava a
impiedade e a violência. A intenção de fazer o mal pulsava em seu coração,
pois Lameque matou um jovem só porque este o pisou. O Lameque do
capítulo 5 é o da geração de Sete. A geração que começou a buscar a face
do Senhor Deus. Esse Lameque é o pai de Noé. Diferentemente das
palavras do Lameque do capítulo 4, o pai de Noé se referiu ao seu amado
filho, quando o nomeou, assim: “E chamou o seu nome Noé, dizendo:
Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas
mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5.29). Este Lameque
conhecia bem ao Senhor e sabia que a terra estava cheia de violência.
Entretanto, ele depositou a sua esperança no seu filho, pois
sabia que Noé agradaria o Senhor seu Deus. Enquanto o Lameque do capítulo
4 simboliza a violência, o ódio, a desesperança, o mundo entregue ao
mal, o plano de Caim que aprofundou o mal sobre a terra com a devassidão
moral, a violência ilimitada e a terrível resistência à graça divina; o
Lameque do capítulo 5 representa a esperança, o consolo de Deus a uma
geração. Este Lameque é o Lameque que não prosperou em maldade, mas
em bondade, misericórdia e consolação. Por intermédio de Lameque, o pai de
Noé, chegou o livramento de Deus para a humanidade. Lembremos de que
Jesus de Nazaré é da linhagem de Noé. No Dilúvio, o plano de Deus apontava
para o plano maior dEle para o mundo: a Cruz do Calvário.
LAMEQUE O FILHO DE CAIM (Gn4)
|
LAMEQUE, O PAI DE NOÉ (Gn 5)
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Cantou o ódio, entoou a morte (v.23);
|
Cantou o amor, entoou a vida (v.28,29);
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Matou homens (v.23);
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Gerou vida para o bem da humanidade (v.29);
|
Só pensava em vingança (v.24).
|
Só pensava em vida (v.29).
|
Fonte: CPAD News
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na última lição estudamos a respeito de Caim,
identificando-o com o Maligno por causa da sua crueldade, ao assassinar seu
irmão Abel. Na aula de hoje nos voltaremos para sua descendência, com destaque
para Lameque, e seu mundo impiedoso. Mostraremos que o mundo jaz no Maligno,
por isso precisamos seguir os passos de Cristo, e como Enoque aprender a andar
na presença de Deus, diante de um mundo tenebroso.
1. O MUNDO
DE LAMEQUE
Lameque, o descendente de Caim, absorveu a
filosofia do seu pai, disseminando impiedade. Ele foi um dos primeiros homens
bígamos, contrariando o princípio bíblico da monogamia (Gn. 2.24). Esse padrão
se propagou ao longo das gerações, acarretando problemas para as famílias. O
casamento, originalmente instituído por Deus, deveria ser monogâmico, um homem
para uma mulher (Mt.19.5,6). O mundo atual é um reflexo daquele de Lameque, há
um desrespeito pelo modelo divino, e isso tem causado males à sociedade. As
pessoas preferem viver como se Deus não existisse, e fazer o que bem entendem. A
insubmissão à Palavra de Deus é o principal problema da nossa época. Lameque
como o pai também foi homicida, e se gloriava da sua maldade. Ele compôs uma
música para divulgar sua crueldade, e para exaltar sua valentia. A mesma coisa
acontece hoje, pessoas que incitam a violência, e a celebram através das suas
músicas. As composições poéticas, que falam de amor e perdão, estão fora de
moda. As músicas que mais tocam são aquelas que denigrem a imagem da mulher. Os
ritmos musicais estão a serviço da maldade, da propagação de valores deturpados
e contrários à vontade de Deus. Os filhos de Lameque também produziram
tecnologia, Tubalcaim dedicou-se à metalurgia, tendo habilidade com o cobre e o
ferro. A tecnologia pode ser útil para a sociedade, mas pode também trazer
problemas. Estamos nos tornando escravos das maquinas, e essas, cada vez mais,
tem sido usada contra os homens, e não a favor deles. A sociedade tecnológica,
por causa da ganância desenfreada, traz males para a natureza, destruindo a
criação de Deus.
2. A
IMPIEDADE DO MUNDO
O mundo no qual vivemos não é muito diferente do
mundo de Lameque, pois este continua debaixo do poder do Maligno (Jo. 5.19).
Este mundo, como o daquele tempo, supervaloriza a beleza física, seduzindo até
mesmo os filhos de Deus. Os descendentes de Sete foram levados a pecar por
causa da formosura das filhas de Lameque (Gn. 6.1,2). A busca pela longevidade
também pode se tornar um mal para a sociedade. Quando essa se torna uma
obsessão, é uma demonstração que estamos vivendo longe de Deus. Nos tempos de
Lameque as pessoas viviam muitos anos, aproximando-se dos mil anos. Isso fazia
com que elas não se importassem com Deus, e achassem que Ele seria dispensável.
A cultura da vida longeva está impregnada na sociedade contemporânea. Os cosméticos
e as cirurgias plásticas são vendidos a preços promocionais. Viver muitos anos
transformou-se em um fim em si mesmo, a ciência tem trabalhando para esse fim,
com o intuito de evitar a morte, a todo e qualquer custo, ainda que essa seja
inevitável (Hb. 9.27). Mas devemos saber que viver muitos anos não deve ser o
objetivo último da existência. Amar a Deus e ao próximo deve ser o objetivo de
todo aquele que professa a fé em Deus (Mt. 22.37). O hedonismo, levado às
últimas consequências, dissemina a cultura do egoísmo, favorecendo o
individualismo e o descaso para com o próximo. O acúmulo de riquezas se
transformou no maior bem para as pessoas deste século. A raiz de todos os males
(I Tm. 6.10), o reino de Mamom, está sendo adorando a luz do dia (Mt. 6.24),
ninguém consegue ter contentamento (I Tm. 6.6). A ansiedade, segundo alguns
estudiosos, é um mal com o qual temos que conviver, e aceita-lo com
naturalidade. Mas Jesus nos ensinou a depender de Deus, e a buscar nEle a
satisfação plena ( Mt. 6.27). Os valores do mundo são contrários a Palavra de
Deus, e precisamos ter cuidado para não ir após eles.
3. ANDANDO
COM DEUS
Mas há uma geração diferente neste mundo tenebroso,
que luta com as armas espirituais, disponibilizadas por Deus (Ef. 6.13-17).
Como Enoque, esses são chamados a andar com o Senhor, por isso têm a
esperança de serem tomados por Ele (Gn. 5.22-24). A trombeta irá soar, e os
mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, os que estiverem vivos serão
transformados, e estarão para sempre com o Senhor (I Ts. 4.13-18). Todos
aqueles que têm essa esperança devem entrar em uma nova dimensão ética, e
purificar a si mesmos, assim como Ele é puro (I Jo. 3.3). É digno de destaque
que Enoque passou a andar com o Senhor depois que sua esposa deu a luz um filho,
cujo nome era Matusalém. O nascimento desse filho modificou radicalmente a
existência daquele homem, que passou a se separar do mundo, e se voltar para
Deus. Que cada um de nós venha a descobrir motivações apropriadas para se
aproximar do Senhor. Enquanto o mundo decide viver a margem da revelação
divina, devemos aprender a crescer na Palavra, sabendo que essa é luz para
nossos caminhos (Sl. 119.105). Ainda que o mundo não nos compreenda, e até
mesmo nos critique, devemos saber que o melhor é guardar a Palavra no coração,
para não pecar contra o Senhor (Sl. 119.11). Não devemos esquecer que o mundo
passa, bem como a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus
permanece para sempre (I Jo. 2.17). E mais que isso, devemos estar cientes que a
vontade de Deus é agradável, boa e perfeita, mesmo que não compreendamos a
princípio. Por esse motivo, não podemos nos conformar aos padrões desse mundo,
antes oferecer nossos corpos como sacrifício a Deus, sendo esse nosso culto
racional (Rm. 12.1,2).
CONCLUSÃO
O impiedoso mundo de Lameque não é outro mundo, mas
este mesmo no qual todos nós estamos inseridos, entenebrecido por Satanás (II
Co. 4.4). Temos a opção de seguir o exemplo da descendência dele, endeusando a
crueldade, a longevidade, a formosura, a tecnologia e o dinheiro. Ou a de andar
com o Senhor, seguindo os passos de Cristo, fazendo Sua agradável, boa e
perfeita vontade (Rm. 12.1,2). Mais que isso, sabendo que essa é para
preservação dos fieis neste mundo tenebroso, para que não venhamos a ser
condenados com ele (I Co. 11.3132).
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
O exemplo de Caim
não demorou a generalizar-se. Se por um lado, sua descendência destaca-se por
empreendedores como Jabal e Jubal, por outro, é corrompida por homens devassos
e violentos como Lameque. Primeiro bígamo da história, este viria a se notabilizar
também por haver assassinado futilmente duas pessoas. E, para comemorar o
feito, compôs um poema. Os pecados de Caim e Lameque alastraram-se de tal
maneira que viriam a depravar, inclusive, a linhagem piedosa de Sete. Vivemos
dias semelhantes. A devassidão e a violência nunca foram tão exaltadas. Esta
geração existe como se não houvesse Deus. Entretanto, perto está o dia do juízo
sobre os praticantes da iniquidade. Lameque é o mais perfeito símbolo da
depravação total daquele período. [Comentário: Nestes poucos versículos nós temos o desenvolvimento da
civilização. Infelizmente os efeitos do pecado se sobressaem. Mesmo aqui, os
pecados que culminaram no dilúvio começaram a ser praticados. Caim teve um
filho, Enoque, e edificou uma cidade, Enoque. Tal pai, tal filho. A linhagem de
Caim constituiu uma raça de empreendedores impiedosos. Caim, Enoque, Irade,
Meujael, Metusael, Lameque formam essa linhagem. Sem dúvida havia linhagens
laterais, mas o livro menciona esta porque no fim dela aparece Lameque, em cuja
família culminam as características da linhagem. Lameque tinha duas esposas,
que lhe deram três filhos: Jabal, um boiadeiro, Jubal, um músico e Tubalcaim,
um forjador de metal. A violência de Caim repetiu-se em Lameque, como se vê na
sua “canção da espada” (Gn 4.23). Os descendentes de Caim deixaram um legado de
iniqüidade e maldade. Tornaram-se auto-suficientes e a violência cada vez mais
se multiplicava gerando uma sociedade hostil e competitiva. Começava o olho por
olho, dente por dente. Esta era uma geração assassina e sábia. Caim e seus
descendentes não estavam mais dispostos a viver em conformidade com o padrão,
então, Deus estava morto para eles. Faziam suas próprias leis. Lameque havia
matado alguém que tentou matá-lo e também outra pessoa. Vangloriava-se disso e
não necessitava da proteção de Deus como Caim. A linhagem de Caim produziu as
seguintes coisas: assassinato, cidade, poligamia, músico, forjador de metal,
poesia; mas nenhum exemplo de homens que “andavam com Deu”]. Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?
I. UM MUNDO AINDA MARAVILHOSO
Apesar da Queda, o mundo antediluviano era farto e
pródigo. Sua ecologia era perfeita; sua tecnologia, considerável.
1. Fartura de pão. A Terra, embora amaldiçoada, era fértil e
nada retinha à primeira civilização. Todos comiam e bebiam à vontade (Mt
24.38,39). O pão não precisava ser racionado, o azeite era abundante e o vinho
escorria dos lagares. Tem-se a impressão de que as pessoas daquela época viviam
em permanente festança. Ninguém era capaz de reconhecer que do Senhor é a Terra
e a sua plenitude (Sl 24.1). [Comentário: Apesar do pecado, a Terra pré-diluviana era um habitat perfeito;
proporcionava alimentos e regalos a todos. Por isso, os filhos de Adão davam-se
ao luxo de viver irresponsável e impiamente: “Porquanto, assim como nos dias
anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao
dia em que Noé entrou na arca” (MT 24.38). Aquela geração não se angustiava
com os problemas que, hoje, nos afligem. Ninguém se preocupava com a ecologia.
Água? Rios e riachos não lhes faltavam. Como possuíssem tudo em abundância,
gastavam as horas em orgias e truculências. Longevos, nem menção à morte
faziam. Comiam e bebiam, e contavam a vida em séculos, não em décadas. O
Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 45,46]
2. Saúde perfeita. Tais facilidades propiciaram aos
antediluvianos uma saúde perfeita. Não era incomum encontrar pessoas de quase
mil anos (Gn 5.27). Na genealogia de Adão, deparamo-nos com homens mais velhos
que muitos dos países do mundo. Imaginemos a folha corrida de um pecador de 900
anos. Nove séculos de completa depravação. Quantos roubos, assassinatos,
adultérios, mentiras e intolerâncias. Aos olhos do santo Deus, era algo abominável. [Comentário: Gênesis 1.6-7 menciona “águas sobre” a “expansão”
de águas que circundavam a terra. Tal “expansão de água” teria criado um
“efeito estufa” em toda a terra, e teria bloqueado muito da radiação que agora
chega à terra. Isto teria resultado em condições ideais de vida na terra. Isto
parece especialmente possível se considerarmos como a duração da vida começou a
encolher tão rapidamente depois do Dilúvio. Gênesis 7.11 possivelmente indica
que, no Dilúvio, a “expansão de água” se derramou sobre a terra, pondo fim às
condições ideais de vida. Compare as idades antes do Dilúvio (Gênesis 5.1-32)
com as idades após o Dilúvio (Gênesis 11.10-32). Imediatamente após o dilúvio,
as idades decresceram dramaticamente.]
3. Beleza perfeita. Se a saúde era perfeita, a beleza daquela
geração era singular, haja vista a formosura das filhas de Lameque. Não demorou
para que viessem a encantar os filhos de Sete (Gn 6.1,2). Imitando a bigamia de
Lameque, estes homens, outrora tão piedosos, tornaram-se polígamos
incorrigíveis. Com tanta comida e bebida, por que não viver em prazeres? Já que
a vida era contada em séculos, ninguém haveria de morrer amanhã. Sua filosofia
não era apenas a busca pelo prazer, mas também diabolicamente libertina. Aquela
geração não possuía qualquer referência moral ou ética.[Comentário: Sem sombra de dúvida, Adão teve outros filhos
depois de Sete, dos quais descenderam outras linhagens. A linhagem citada
parece ter sido escolhida por levar até Noé, que apresenta as melhores
características e através de quem a raça humana se perpetuou e o descendente
prometido veio. Podemos imaginar que o código genético humano ainda não havia
desenvolvido defeitos. Adão e Eva foram criados perfeitos. Certamente eram
altamente resistentes a doenças e enfermidades. Seus descendentes teriam
herdado tal vantagem, mesmo que em um menor grau. Com o passar do tempo,
entretanto, como resultado do pecado, o código genético humano em muito se
degenerou, e os seres humanos se tornaram mais e mais vulneráveis à morte e
doenças.]
4. Tecnologia avançada. O mundo de Lameque podia ostentar um
surpreendente avanço tecnológico. Adão ainda vivia quando Tubalcaim começou a
dedicar-se à metalurgia. Este foi um homem, filho de Lameque e de Zilá, se
tornou conhecido pela sua habilidade em lidar com o cobre e o ferro (Gn 4.22).
Além da metalurgia, aquela geração sabia como trabalhar a madeira e a cerâmica.
O próprio Noé, aliás, não teve dificuldades técnicas em construir a Arca, nem
os seus descendentes, após o Dilúvio, viram-se impedidos de erguer a Torre de
Babel. [Comentário: Claudionor de Andrade escreve em sua obra de apoio
a esta lição: Não há agricultura nem pecuária sem uma indústria de base. Há de
se ter, pelo menos, uma boa metal urgia para se forjar enxadas, pás e relhas
aos agricultores, e os instrumentos próprios dos pecuaristas. É justamente aí
que surge a indústria de Tubalcaim. Filho de Caim com Zilá, foi ele “artífice
de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro” (Gn 4.22). Não foi,
portanto, o homo erectus quem descobriu o fogo. Dizem os evolucionistas que
este, ao observar os raios faiscando nas árvores, veio a intuir ser possível
dominá-lo. Também não foi Prometeu quem no-lo proporcionou, roubando-os aos
deuses do Olimpo. Se alguém descobriu o fogo não foi o homo erectus, nem os
deuses da mitologia grega, mas o justo Abel que, ao fazer sua oferenda ao
Senhor, queimou-a como cheiro suave. A partir daí, os filhos de Adão passaram a
utilizá-lo, a fim de preparar alimentos, alumiar suas casas, etc. Tubalcaim
viria a descobrir ser possível industriar o fogo e, assim, fundir os minérios
de bronze e de ferro. Ora, se a região era rica em ouro, por que não
explorá-lo? Acredito que, se a humanidade não tivesse pecado contra o Senhor,
poderia ter começado a civilização não a partir do ferro, mas do ouro. Segundo
a história secular, a Idade do Ferro teria começado por volta do ano 1200 a.C.
Todavia, já na aurora da humanidade, havia um metalúrgico e fundidor que,
admirável mente, sabia como trabalhar o bronze e o ferro. Processando-os,
forjava instrumentos cortantes. Das forjas de Tubalcaim deve ter saído também
muita espada e punhal. Violência era o que não faltava àquela épocaO
Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 49.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Lameque
1. Filho de Metusael, um
descendente de Caim, que foi o primeiro polígamo, tendo se casado com Ada e
Zilá (Gn 4.18-24). Seus filhos foram Jabal (pai dos que habitam em tendas e têm
gado), e Jubal (pai de todos que tocam harpa e órgão), e Tubalcaim (mestre de
toda a obra de cobre e de ferro). Lameque cantou para suas esposas,
vangloriando-se de ter matado os homens que o feriram ou o golpearam. Essa
vanglória é geralmente entendida como sendo a confiança nas armas de metal de
seu filho, em oposição à confiança em Deus. Estes filhos parecem torná-lo o pai
dos nômades, músicos e artífices em metal.
2. O filho de Matusalém que, com
a idade de 182 anos, se tornou o pai de Noé, e viveu até a idade de 777 anos
(Gn 5.25-31). Por ocasião do nascimento de seu filho, ele expressou o desejo de
que em Noé a maldição de Adão chegasse ao fim: ‘Este nos consolará acerca de nossas
obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou’
(Gn 5.29). Ele está incluído na genealogia do Senhor Jesus (Lc 3.36)” (Dicionário
Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1130).
II. UM MUNDO TOTALMENTE DEPRAVADO
O mundo de Lameque era ingrato e cruel. Voltando-se
contra o Senhor, seus descendentes cometeram os pecados mais hediondos e
abomináveis. [Comentário: Em Rm 1.28-32, Paulo descreve os gentios entregues
à reprováveis sentimentos. Ele viu como evidência da culpa e da servidão ao
pecado o fato de que o conhecimento do juízo divino não atua mais como força de
restrição, antes, torna-se motivo para mais rebelião ainda, sob a forma de
encorajar outros ao pecado. Um sinal evidente de Deus ter abandonado qualquer
sociedade ou povo é que tais pessoas tornam-se obcecadas pela imoralidade e
perversão sexuais. A Expressão: "Também Deus Os Entregou" À Imundícia
(v 24),significa que Deus abandonou essas pessoas às concupiscências mais
baixas. A palavra "concupiscência" (gr. epithumia) neste versículo,
denota uma paixão desenfreada por prazeres sexuais proibidos - pornografia,
sensualismo, devassidão, libidinagem, lascívia e luxuria! Deus “tirou o pé do
freio” nos dias de Lameque, e os dias de hoje apontam para esta mesma situação.
1. Devassidão sexual. O exemplo de Lameque logo viria a replicar-se
por toda a descendência de Adão. A família tradicional foi se degenerando. Os
pecados sexuais, agora, eram cometidos como se nada fosse proibido; não havia
limites à fornicação nem ao adultério. Até os mesmos descendentes de Sete
portaram-se levianamente em meio àquela imoralidade crassa e gritante;
corromperam-se até o inferno. Relata o autor sagrado: “Viram os filhos de Deus
que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as
que escolheram” (Gn 6.2). [Comentário: Lameque, tomando para si duas esposas, agiu em claro desacordo com as
intenções de Deus. A poligamia é uma prática contrária à ordem estabelecida por
Deus na criação (Gn 2.24). Deus tolerou a poligamia, mas nunca a aprovou. Consequentemente,
verificamos que esse mal sempre teve o seu devido castigo. Lameque não agiu por
ignorância. Gênesis 4.24 mostra que ele conhecia as palavras de Deus. Não
sentia nenhuma necessidade da proteção que Deus havia prometido a Caim. Suas
palavras, cheias de orgulho e vanglória, manifestavam que se considerava capaz
de se defender a si mesmo. Ele mesmo poderia lutar por seus direitos! Não
precisava de Deus para nada! Vontade própria, independência e autoritarismo
eram as características dominantes de sua personalidade. Com essas
características, pode-se “alcançar” muito neste mundo pecaminoso.]
2. Violência sem limites. Os excessos daquela gente redundaram numa geração
truculenta e implacável. Os assassinos eram cultuados como heróis: “Havia,
naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus
entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes
que houve na antiguidade, os varões de fama” (Gn 6.4). O que dizer do nosso
tempo? Embora não sejamos tão fortes, nem tão longevos, em nada diferençamo-nos
dos filhos de Lameque. Nunca o homem fez-se tão imoral quanto hoje. [Comentário: A maldade e a corrupção daquela geração abriram as
portas para a violência. Os homens dos dias de Noé viviam agredindo-se
mutuamente, pois as Escrituras afirmam que “… encheu-se a terra de violência”
(Gn 6.11 b). Teologicamente, Adão foi o grande responsável pela
introdução do pecado no mundo (Rm 5.12). Historicamente, porém, o pecado
alastrou-se a partir de Lameque, filho de Metusael (Gn 4.18). Foi ele o
primeiro pecador confesso da história da humanidade. De uma única feita,
admitiu haver cometido duas transgressões contra Deus. Sua confissão, todavia,
não foi acompanhada de arrependimento nem remorso; fez-se acompanhar de um medo
que logo seria esquecido. Indiretamente, confessa a bigamia. E, diretamente, o
duplo homicídio. Sua confissão j az num poema que, hoje, é conhecido como o
Cântico da Espada. Se Caim teve de ser duramente arguido por Deus para
confessar o assassinato de Abel, não precisou Lameque de arguição alguma.
Espontânea e livremente, declara haver assassinado banal mente dois homens. Um
adulto, ele o matou porque o ferira. E um rapaz por lhe ter pisado. Se
recorrermos ao original, constataremos que o segundo crime foi ainda mais
grave. Lameque revel a ter assassinado um jovem. Em hebraico, yeled pode aludir
tanto a um adolescente quanto a uma criança. Logo, o seu crime, além de banal e
covarde, foi singularmente brutal . O Começo de Todas as Coisas –
Claudionor de Andrade, CPAD - p. 47. Gn 6.5: todo o desígnio do seu
coração – um retrato vívido da profundidade da depravação humana (compare com
Romanos 1.28-32). ]
3. Resistência à graça divina. Por muito tempo, o Espírito de Deus instou
junto àquela geração para que se convertesse e deixasse seus maus caminhos.
Chegou, porém, o dia em que Deus deu um basta em tudo aquilo. Declarou o
Senhor: “Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele
também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3). A graça
de Deus, ainda que perfeita e infalível, pode ser resistida, haja vista a
geração que saíra do Egito rumo a Canaã. Não obstante os milagres que presenciara,
endureceu o seu coração de tal forma, que veio a ser rejeitada pelo Senhor (Hb
3.8). Isso significa que, mesmo hoje, há crentes que reagem contrariamente à
graça divina (Hb 3.15). Sim, apesar de saber que o juízo divino é certo. [Comentário: O termo “Contenderá” no original hebraico é
difícil de ser traduzida. Alguns estudiosos a relacionam ao termo que significa
“dominar” ou “julgar”, enquanto tradutores antigos a entendiam como
“permanecer” ou “habitar”. De qualquer forma, a sentença indica a retirada do
Espírito Santo, o doador da vida. Claudionor de Andrade
escreve: Da geração de Lameque, falou o Senhor: “O meu Espírito não
agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e
vinte anos” (Gn 6.3). Não sabemos por quantos anos, décadas, ou séculos, a
geração de Lameque resistiu ao Espírito Santo. Da resistência ao Espírito de
Deus, aqueles homens, mulheres e crianças passaram a blasfemar contra a
Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, depravando-se total mente. Imaginemos toda
uma civilização a blasfemar contra o Espírito Santo. Fizeram-se aqueles homens
piores do que os demônios. Estes, por não serem dotados de corpo, não podem
estragar a criação física. Aqueles, pelo contrário, dotados de corpo e alma,
transgrediam tanto no campo espiritual , como âmbito terreno. Os seguidores de
Lameque eram duplamente endemoninhados Começo de Todas as Coisas
– Claudionor de Andrade, CPAD - p. 50.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Nos dias de Noé, o pecado abertamente se
manifestava no ser humano, de duas principais maneiras: a concupsciência carnal
(v.2) e a violência (vv.11,12). A degeneração humana não mudou; o mal continua
irrompendo desenfreado através da depravação e da violência. Hoje em dia, a
imoralidade, a incredulidade, a pornografia e a violência dominam a sociedade
inteira.
Deus se revela já nestes primeiros capítulos da
Bíblia, como um Deus pessoal para com o ser humano, e que é passível de sentir
emoção, desagrado e reação contra o pecado deliberado e a rebelião da
humanidade. (1) A expressão ‘arrependeu-se’ (6.6) significa que, por causa do
trágico pecado da raça humana, Deus mudou a sua disposição para com as pessoas;
sua atitude de misericórdia e de longaminidade passou à atitude de juízo. (2) A
existência de Deus, o seu caráter e seus eternos propósitos traçados,
permanecem imutáveis, porém, Ele pode alterar seu tratamento para com o homem,
dependendo da conduta deste. Deus altera, sim, seus sentimentos, atitudes, atos
e intenções, conforme as pessoas agem diante da sua vontade (Êx 32.14; 2Sm
24.16).
(3) Essa revelação de Deus como um Deus que pode
sentir pesar e tristeza, deixa claro que Ele, em relação à sua criação, age
pessoalmente, como no recesso de uma família. Ele tem um amor intenso pelos
seres humanos e solicitude divina ante a penosa situação da raça humana (Sl
139.7-18)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.41).
III. UM MUNDO CONDENADO À DESTRUIÇÃO
Noé pregou aos seus contemporâneos durante muito
tempo. Mesmo assim, a sua geração não se curvou aos apelos divinos. Que
diferença dos ninivitas, que deram ouvidos à pregação de Jonas (Jn 3.10).[Comentário: A mensagem de Deus de julgamento tem sempre a intenção
de arrependimento e reconciliação, O arrependimento de Nínive com a pregação de
Jonas, libera a misericórdia de Deus –Deus se arrependeu.]
1. A pregação de Noé. Apresentado como pregador da justiça, Noé
cumpriu um longo e penoso ministério (2Pe 2.5). Enquanto se dava à construção
da arca, conclamava seus contemporâneos ao arrependimento (1Pe 3.20). Se
levarmos em conta Gênesis 6.3, concluiremos que o seu ofício de pregoeiro teve
a duração de 120 anos. Sem dúvida, foi o mais longo ministério profético da
Bíblia. Ele pregava com a voz e com as obras. A construção da arca, em si, já
era uma pregação carregada de eloquência. [Comentário: A sociedade adâmica fez-se
tão arrogante e insolente, tão inimiga de Deus e adversária de si mesma, que,
em breve, haveria de desaparecer da face da terra: nasceram, prosperaram,
depravaram-se totalmente e totalmente foram voltados à destruição, por haverem
rejeitado a graça divina. Em meio à essa degradação moral, ética e espiritual,
estava Noé, filho de Lameque, o décimo descendente de Adão, pela linhagem do
piedoso Sete (Gn 5.28,29); O nome Noé vem de um termo hebraico que significa
“alívio”, “descanso” ou “consolo”; Tal qual Enoque, Noé também é descrito como
um homem que andou com Deus (Gn 5.24; 6.9). A expressão “andar com Deus” aponta
para a sua conduta, caracterizada pela vida de comunhão e obediência a Deus.
Noé foi o “pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5), essa descrição é única nas
Escrituras, mas é bem conhecida na tradição judaica. Refere-se ou a exortações
que não foram registradas no Antigo Testamento ou ao estilo de vida de Noé, que
condenava o pecado e recomendava vida justa aos seus contemporâneos.]
2. Uma geração corrompida. Apesar das instâncias de Noé, seus
contemporâneos corrompiam-se de tal forma, que se tornaram totalmente
depravados. Ao Senhor, portanto, não restava outra alternativa a não ser
destruir toda aquela civilização: “O fim de toda carne é vindo perante a minha
face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a
terra” (Gn 6.13). A geração atual assemelha-se à de Noé. Apesar da pregação do
Evangelho, a iniquidade multiplica-se de tal modo que chega a contaminar,
inclusive, o amor dos fiéis (Mt 24.12). Comem, bebem e entregam-se à
sensualidade, como se não houvesse Deus. [Comentário: Como se não bastasse a maldade, a corrupção e a
violência, aquela geração também era caracterizada pela incredulidade, pois não
deram crédito à pregação de Noé “pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5). Nem mesmo a
observação do milagre da entrada dos animais na arca, fez com que eles tomassem
a iniciativa de arrepender-se dos seus pecados e entrar na arca para salvar as
suas vidas. Tudo isto fez com que Deus tomasse a iniciativa de destruir a sua
criação e, através de Noé, dar início a uma nova geração. Esta geração atual
corresponda àquela.Note o seguinte do texto referenciado (Mt 24.12): guerras,
terremotos, perseguições e falsos profetas são os sinais da vinda de Jesus,
estes sinais indicam a certeza do julgamento. O versículo 14 diz: “E será
pregado este evangelho do reino por todo o mundo...” há algum lugar onde a
mensagem do Evangelho ainda não chegou com a internet? "Haverá sinais
no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações estarão em angústia e
perplexidade com o bramido e a agitação do mar. Os homens desmaiarão de terror,
apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo; e os poderes celestes serão
abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem com poder e grande
glória. Quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a
cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês". (Lc 21.25-28). Não
poderia haver uma descrição mais precisa sobre o mundo atual do que esta:
"Os homens desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará
sobrevindo ao mundo". Armas nucleares são capazes de destruir
completamente o planeta. E se, por acaso, alguns terroristas conseguirem se
apossar de alguma ogiva nuclear? Jesus nos dá um fundamento para nossa
esperança nessa era de calamidades. A crise atual do planeta, "angústia
e perplexidade", apenas reforça a verdade de que a volta de Cristo
está "próxima".]
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, neste tópico procure
enfatizar a fidelidade de Noé. Diga aos alunos que ele trabalhou durante 120
anos na pregação e na construção da arca. Noé trabalhou na construção de um
barco em um tempo que não havia chuva e em uma região sem água (cf. 6.3). Com
certeza, ele deve ter tido que lidar com a zombaria das pessoas e a
incredulidade com relação a sua pregação. Todavia, permaneceu firme e não
deixou de realizar o seu trabalho e de confiar em Deus. A postura de Noé era de
obediência a Deus e à sua palavra. Muitos, diante da primeira dificuldade
pensam em parar, desistir. Como Igreja do Senhor, temos que continuar pregando
a Palavra de Deus, confiando, tendo a certeza que em breve Jesus voltará e o
juízo divino se dará sobre aqueles que rejeitaram a mensagem da salvação.
CONCLUSÃO
À semelhança de Noé, proclamemos a Palavra de Deus
a tempo e a fora de tempo; esta é a nossa missão. Se nos conformarmos com o
mundo, que esperança haverá aos que ainda anseiam pelo Evangelho? Levantemo-nos
como pregoeiros da justiça. Ainda que soframos zombarias e escárnios, nossa
missão não ficará inacabada. [Comentário: O Evangelho encontrou resistência por muitos anos. Hoje, quase que da
noite para o dia, a Europa Oriental se libertou das cadeias de ferro do comunismo,
o muro de Berlim caiu, o poderoso Império Soviético se ruiu. Em pouco tempo,
praticamente metade do planeta abriu os braços para receber o evangelho. Não há
barreiras para a Internet. Lugares antes inalcançáveis, são inundados com o
Evangelho. Assim, a mensagem da Cruz Ensanguentada está verdadeiramente sendo
espalhado por "todo o mundo" como nunca foi visto antes. Estes são os
dias preditos por Jesus quando declarou: "Este evangelho do reino será
pregado em todo o mundo" e "então virá o fim" -
"Os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam
como tesouro, e se guardam para o fogo... mas nos, segundo a Sua promessa,
aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça" (2 Pd 3).] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos,
por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.
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