sexta-feira, 6 de novembro de 2015

LIÇÃO 6: O IMPIEDOSO MUNDO DE LAMEQUE




SUBSÍDIO I

O relato dos capítulos 5 e 6 se refere à linhagem familiar de Adão, mais particularmente à geração de Sete. Essa genealogia faz um contraste com a linhagem de Caim descrita no capítulo anterior (Gn 4.17- 4). Neste contraste, há a presença de dois “Lameques”, um no capítulo 4 (vv.18,23) e outro no capítulo 5 (vv.28- 31). Qual a diferença entre esses dois “Lameques”? O Lameque do capítulo 4 é o da linhagem de Caim, trata-se, pois, de um homem violento e odioso, conforme o autor sagrado descreveu: “E disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zilá ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete” (vv.23,24).
O Lameque do capítulo 4 cantava e entoava a impiedade e a violência. A intenção de fazer o mal pulsava em seu coração, pois Lameque matou um jovem só porque este o pisou. O Lameque do capítulo 5 é o da geração de Sete. A geração que começou a buscar a face do Senhor Deus. Esse Lameque é o pai de Noé. Diferentemente das palavras do Lameque do capítulo 4, o pai de Noé se referiu ao seu amado filho, quando o nomeou, assim: “E chamou o seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5.29). Este Lameque conhecia bem ao Senhor e sabia que a terra estava cheia de violência.
Entretanto, ele depositou a sua esperança no seu filho, pois sabia que Noé agradaria o Senhor seu Deus. Enquanto o Lameque do capítulo 4 simboliza a violência, o ódio, a desesperança, o mundo entregue ao mal, o plano de Caim que aprofundou o mal sobre a terra com a devassidão moral, a violência ilimitada e a terrível resistência à graça divina; o Lameque do capítulo 5 representa a esperança, o consolo de Deus a uma geração. Este Lameque é o Lameque que não prosperou em maldade, mas em bondade, misericórdia e consolação. Por intermédio de Lameque, o pai de Noé, chegou o livramento de Deus para a humanidade. Lembremos de que Jesus de Nazaré é da linhagem de Noé. No Dilúvio, o plano de Deus apontava para o plano maior dEle para o mundo: a Cruz do Calvário.
 LAMEQUE O FILHO DE CAIM (Gn4)
  LAMEQUE, O PAI DE NOÉ (Gn 5)
 Cantou o ódio, entoou a morte (v.23);
Cantou o amor, entoou a vida (v.28,29);
 Matou homens (v.23);
Gerou vida para o bem da humanidade (v.29);
 Só pensava em vingança (v.24).
 Só pensava em vida (v.29).

Fonte: CPAD News

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na última lição estudamos a respeito de Caim, identificando-o com o Maligno por causa da sua crueldade, ao assassinar seu irmão Abel. Na aula de hoje nos voltaremos para sua descendência, com destaque para Lameque, e seu mundo impiedoso. Mostraremos que o mundo jaz no Maligno, por isso precisamos seguir os passos de Cristo, e como Enoque aprender a andar na presença de Deus, diante de um mundo tenebroso.

1. O MUNDO DE LAMEQUE

Lameque, o descendente de Caim, absorveu a filosofia do seu pai, disseminando impiedade. Ele foi um dos primeiros homens bígamos, contrariando o princípio bíblico da monogamia (Gn. 2.24). Esse padrão se propagou ao longo das gerações, acarretando problemas para as famílias. O casamento, originalmente instituído por Deus, deveria ser monogâmico, um homem para uma mulher (Mt.19.5,6). O mundo atual é um reflexo daquele de Lameque, há um desrespeito pelo modelo divino, e isso tem causado males à sociedade. As pessoas preferem viver como se Deus não existisse, e fazer o que bem entendem. A insubmissão à Palavra de Deus é o principal problema da nossa época. Lameque como o pai também foi homicida, e se gloriava da sua maldade. Ele compôs uma música para divulgar sua crueldade, e para exaltar sua valentia. A mesma coisa acontece hoje, pessoas que incitam a violência, e a celebram através das suas músicas. As composições poéticas, que falam de amor e perdão, estão fora de moda. As músicas que mais tocam são aquelas que denigrem a imagem da mulher. Os ritmos musicais estão a serviço da maldade, da propagação de valores deturpados e contrários à vontade de Deus. Os filhos de Lameque também produziram tecnologia, Tubalcaim dedicou-se à metalurgia, tendo habilidade com o cobre e o ferro. A tecnologia pode ser útil para a sociedade, mas pode também trazer problemas. Estamos nos tornando escravos das maquinas, e essas, cada vez mais, tem sido usada contra os homens, e não a favor deles. A sociedade tecnológica, por causa da ganância desenfreada, traz males para a natureza, destruindo a criação de Deus.

2. A IMPIEDADE DO MUNDO

O mundo no qual vivemos não é muito diferente do mundo de Lameque, pois este continua debaixo do poder do Maligno (Jo. 5.19). Este mundo, como o daquele tempo, supervaloriza a beleza física, seduzindo até mesmo os filhos de Deus. Os descendentes de Sete foram levados a pecar por causa da formosura das filhas de Lameque (Gn. 6.1,2). A busca pela longevidade também pode se tornar um mal para a sociedade. Quando essa se torna uma obsessão, é uma demonstração que estamos vivendo longe de Deus. Nos tempos de Lameque as pessoas viviam muitos anos, aproximando-se dos mil anos. Isso fazia com que elas não se importassem com Deus, e achassem que Ele seria dispensável. A cultura da vida longeva está impregnada na sociedade contemporânea. Os cosméticos e as cirurgias plásticas são vendidos a preços promocionais. Viver muitos anos transformou-se em um fim em si mesmo, a ciência tem trabalhando para esse fim, com o intuito de evitar a morte, a todo e qualquer custo, ainda que essa seja inevitável (Hb. 9.27). Mas devemos saber que viver muitos anos não deve ser o objetivo último da existência. Amar a Deus e ao próximo deve ser o objetivo de todo aquele que professa a fé em Deus (Mt. 22.37). O hedonismo, levado às últimas consequências, dissemina a cultura do egoísmo, favorecendo o individualismo e o descaso para com o próximo. O acúmulo de riquezas se transformou no maior bem para as pessoas deste século. A raiz de todos os males (I Tm. 6.10), o reino de Mamom, está sendo adorando a luz do dia (Mt. 6.24), ninguém consegue ter contentamento (I Tm. 6.6). A ansiedade, segundo alguns estudiosos, é um mal com o qual temos que conviver, e aceita-lo com naturalidade. Mas Jesus nos ensinou a depender de Deus, e a buscar nEle a satisfação plena ( Mt. 6.27). Os valores do mundo são contrários a Palavra de Deus, e precisamos ter cuidado para não ir após eles.

3. ANDANDO COM DEUS

Mas há uma geração diferente neste mundo tenebroso, que luta com as armas espirituais, disponibilizadas por Deus (Ef. 6.13-17). Como Enoque, esses são chamados a andar com o Senhor,  por isso têm a esperança de serem tomados por Ele (Gn. 5.22-24). A trombeta irá soar, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, os que estiverem vivos serão transformados, e estarão para sempre com o Senhor (I Ts. 4.13-18). Todos aqueles que têm essa esperança devem entrar em uma nova dimensão ética, e purificar a si mesmos, assim como Ele é puro (I Jo. 3.3). É digno de destaque que Enoque passou a andar com o Senhor depois que sua esposa deu a luz um filho, cujo nome era Matusalém. O nascimento desse filho modificou radicalmente a existência daquele homem, que passou a se separar do mundo, e se voltar para Deus. Que cada um de nós venha a descobrir motivações apropriadas para se aproximar do Senhor. Enquanto o mundo decide viver a margem da revelação divina, devemos aprender a crescer na Palavra, sabendo que essa é luz para nossos caminhos (Sl. 119.105). Ainda que o mundo não nos compreenda, e até mesmo nos critique, devemos saber que o melhor é guardar a Palavra no coração, para não pecar contra o Senhor (Sl. 119.11). Não devemos esquecer que o mundo passa, bem como a sua concupiscência, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre (I Jo. 2.17). E mais que isso, devemos estar cientes que a vontade de Deus é agradável, boa e perfeita, mesmo que não compreendamos a princípio. Por esse motivo, não podemos nos conformar aos padrões desse mundo, antes oferecer nossos corpos como sacrifício a Deus, sendo esse nosso culto racional (Rm. 12.1,2).

CONCLUSÃO

O impiedoso mundo de Lameque não é outro mundo, mas este mesmo no qual todos nós estamos inseridos, entenebrecido por Satanás (II Co. 4.4). Temos a opção de seguir o exemplo da descendência dele, endeusando a crueldade, a longevidade, a formosura, a tecnologia e o dinheiro. Ou a de andar com o Senhor, seguindo os passos de Cristo, fazendo Sua agradável, boa e perfeita vontade (Rm. 12.1,2). Mais que isso, sabendo que essa é para preservação dos fieis neste mundo tenebroso, para que não venhamos a ser condenados com ele (I Co. 11.3132).

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

O exemplo de Caim não demorou a generalizar-se. Se por um lado, sua descendência destaca-se por empreendedores como Jabal e Jubal, por outro, é corrompida por homens devassos e violentos como Lameque. Primeiro bígamo da história, este viria a se notabilizar também por haver assassinado futilmente duas pessoas. E, para comemorar o feito, compôs um poema. Os pecados de Caim e Lameque alastraram-se de tal maneira que viriam a depravar, inclusive, a linhagem piedosa de Sete. Vivemos dias semelhantes. A devassidão e a violência nunca foram tão exaltadas. Esta geração existe como se não houvesse Deus. Entretanto, perto está o dia do juízo sobre os praticantes da iniquidade. Lameque é o mais perfeito símbolo da depravação total daquele período. [Comentário: Nestes poucos versículos nós temos o desenvolvimento da civilização. Infelizmente os efeitos do pecado se sobressaem. Mesmo aqui, os pecados que culminaram no dilúvio começaram a ser praticados. Caim teve um filho, Enoque, e edificou uma cidade, Enoque. Tal pai, tal filho. A linhagem de Caim constituiu uma raça de empreendedores impiedosos. Caim, Enoque, Irade, Meujael, Metusael, Lameque formam essa linhagem. Sem dúvida havia linhagens laterais, mas o livro menciona esta porque no fim dela aparece Lameque, em cuja família culminam as características da linhagem. Lameque tinha duas esposas, que lhe deram três filhos: Jabal, um boiadeiro, Jubal, um músico e Tubalcaim, um forjador de metal. A violência de Caim repetiu-se em Lameque, como se vê na sua “canção da espada” (Gn 4.23). Os descendentes de Caim deixaram um legado de iniqüidade e maldade. Tornaram-se auto-suficientes e a violência cada vez mais se multiplicava gerando uma sociedade hostil e competitiva. Começava o olho por olho, dente por dente. Esta era uma geração assassina e sábia. Caim e seus descendentes não estavam mais dispostos a viver em conformidade com o padrão, então, Deus estava morto para eles. Faziam suas próprias leis. Lameque havia matado alguém que tentou matá-lo e também outra pessoa. Vangloriava-se disso e não necessitava da proteção de Deus como Caim. A linhagem de Caim produziu as seguintes coisas: assassinato, cidade, poligamia, músico, forjador de metal, poesia; mas nenhum exemplo de homens que “andavam com Deu”]. Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?

I. UM MUNDO AINDA MARAVILHOSO

Apesar da Queda, o mundo antediluviano era farto e pródigo. Sua ecologia era perfeita; sua tecnologia, considerável.
1. Fartura de pão. A Terra, embora amaldiçoada, era fértil e nada retinha à primeira civilização. Todos comiam e bebiam à vontade (Mt 24.38,39). O pão não precisava ser racionado, o azeite era abundante e o vinho escorria dos lagares. Tem-se a impressão de que as pessoas daquela época viviam em permanente festança. Ninguém era capaz de reconhecer que do Senhor é a Terra e a sua plenitude (Sl 24.1). [Comentário: Apesar do pecado, a Terra pré-diluviana era um habitat perfeito; proporcionava alimentos e regalos a todos. Por isso, os filhos de Adão davam-se ao luxo de viver irresponsável e impiamente: “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca” (MT 24.38). Aquela geração não se angustiava com os problemas que, hoje, nos afligem. Ninguém se preocupava com a ecologia. Água? Rios e riachos não lhes faltavam. Como possuíssem tudo em abundância, gastavam as horas em orgias e truculências. Longevos, nem menção à morte faziam. Comiam e bebiam, e contavam a vida em séculos, não em décadas. O Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 45,46]

2. Saúde perfeita. Tais facilidades propiciaram aos antediluvianos uma saúde perfeita. Não era incomum encontrar pessoas de quase mil anos (Gn 5.27). Na genealogia de Adão, deparamo-nos com homens mais velhos que muitos dos países do mundo. Imaginemos a folha corrida de um pecador de 900 anos. Nove séculos de completa depravação. Quantos roubos, assassinatos, adultérios, mentiras e intolerâncias. Aos olhos do santo Deus, era algo abominável. [Comentário: Gênesis 1.6-7 menciona “águas sobre” a “expansão” de águas que circundavam a terra. Tal “expansão de água” teria criado um “efeito estufa” em toda a terra, e teria bloqueado muito da radiação que agora chega à terra. Isto teria resultado em condições ideais de vida na terra. Isto parece especialmente possível se considerarmos como a duração da vida começou a encolher tão rapidamente depois do Dilúvio. Gênesis 7.11 possivelmente indica que, no Dilúvio, a “expansão de água” se derramou sobre a terra, pondo fim às condições ideais de vida. Compare as idades antes do Dilúvio (Gênesis 5.1-32) com as idades após o Dilúvio (Gênesis 11.10-32). Imediatamente após o dilúvio, as idades decresceram dramaticamente.]

3. Beleza perfeita. Se a saúde era perfeita, a beleza daquela geração era singular, haja vista a formosura das filhas de Lameque. Não demorou para que viessem a encantar os filhos de Sete (Gn 6.1,2). Imitando a bigamia de Lameque, estes homens, outrora tão piedosos, tornaram-se polígamos incorrigíveis. Com tanta comida e bebida, por que não viver em prazeres? Já que a vida era contada em séculos, ninguém haveria de morrer amanhã. Sua filosofia não era apenas a busca pelo prazer, mas também diabolicamente libertina. Aquela geração não possuía qualquer referência moral ou ética.[Comentário: Sem sombra de dúvida, Adão teve outros filhos depois de Sete, dos quais descenderam outras linhagens. A linhagem citada parece ter sido escolhida por levar até Noé, que apresenta as melhores características e através de quem a raça humana se perpetuou e o descendente prometido veio. Podemos imaginar que o código genético humano ainda não havia desenvolvido defeitos. Adão e Eva foram criados perfeitos. Certamente eram altamente resistentes a doenças e enfermidades. Seus descendentes teriam herdado tal vantagem, mesmo que em um menor grau. Com o passar do tempo, entretanto, como resultado do pecado, o código genético humano em muito se degenerou, e os seres humanos se tornaram mais e mais vulneráveis à morte e doenças.]

4. Tecnologia avançada. O mundo de Lameque podia ostentar um surpreendente avanço tecnológico. Adão ainda vivia quando Tubalcaim começou a dedicar-se à metalurgia. Este foi um homem, filho de Lameque e de Zilá, se tornou conhecido pela sua habilidade em lidar com o cobre e o ferro (Gn 4.22). Além da metalurgia, aquela geração sabia como trabalhar a madeira e a cerâmica. O próprio Noé, aliás, não teve dificuldades técnicas em construir a Arca, nem os seus descendentes, após o Dilúvio, viram-se impedidos de erguer a Torre de Babel. [Comentário: Claudionor de Andrade escreve em sua obra de apoio a esta lição: Não há agricultura nem pecuária sem uma indústria de base. Há de se ter, pelo menos, uma boa metal urgia para se forjar enxadas, pás e relhas aos agricultores, e os instrumentos próprios dos pecuaristas. É justamente aí que surge a indústria de Tubalcaim. Filho de Caim com Zilá, foi ele “artífice de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro” (Gn 4.22). Não foi, portanto, o homo erectus quem descobriu o fogo. Dizem os evolucionistas que este, ao observar os raios faiscando nas árvores, veio a intuir ser possível dominá-lo. Também não foi Prometeu quem no-lo proporcionou, roubando-os aos deuses do Olimpo. Se alguém descobriu o fogo não foi o homo erectus, nem os deuses da mitologia grega, mas o justo Abel que, ao fazer sua oferenda ao Senhor, queimou-a como cheiro suave. A partir daí, os filhos de Adão passaram a utilizá-lo, a fim de preparar alimentos, alumiar suas casas, etc. Tubalcaim viria a descobrir ser possível industriar o fogo e, assim, fundir os minérios de bronze e de ferro. Ora, se a região era rica em ouro, por que não explorá-lo? Acredito que, se a humanidade não tivesse pecado contra o Senhor, poderia ter começado a civilização não a partir do ferro, mas do ouro. Segundo a história secular, a Idade do Ferro teria começado por volta do ano 1200 a.C. Todavia, já na aurora da humanidade, havia um metalúrgico e fundidor que, admirável mente, sabia como trabalhar o bronze e o ferro. Processando-os, forjava instrumentos cortantes. Das forjas de Tubalcaim deve ter saído também muita espada e punhal. Violência era o que não faltava àquela épocaO Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 49.]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Lameque

1. Filho de Metusael, um descendente de Caim, que foi o primeiro polígamo, tendo se casado com Ada e Zilá (Gn 4.18-24). Seus filhos foram Jabal (pai dos que habitam em tendas e têm gado), e Jubal (pai de todos que tocam harpa e órgão), e Tubalcaim (mestre de toda a obra de cobre e de ferro). Lameque cantou para suas esposas, vangloriando-se de ter matado os homens que o feriram ou o golpearam. Essa vanglória é geralmente entendida como sendo a confiança nas armas de metal de seu filho, em oposição à confiança em Deus. Estes filhos parecem torná-lo o pai dos nômades, músicos e artífices em metal.

2. O filho de Matusalém que, com a idade de 182 anos, se tornou o pai de Noé, e viveu até a idade de 777 anos (Gn 5.25-31). Por ocasião do nascimento de seu filho, ele expressou o desejo de que em Noé a maldição de Adão chegasse ao fim: ‘Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou’ (Gn 5.29). Ele está incluído na genealogia do Senhor Jesus (Lc 3.36)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1130).


II. UM MUNDO TOTALMENTE DEPRAVADO

O mundo de Lameque era ingrato e cruel. Voltando-se contra o Senhor, seus descendentes cometeram os pecados mais hediondos e abomináveis. [Comentário: Em Rm 1.28-32, Paulo descreve os gentios entregues à reprováveis sentimentos. Ele viu como evidência da culpa e da servidão ao pecado o fato de que o conhecimento do juízo divino não atua mais como força de restrição, antes, torna-se motivo para mais rebelião ainda, sob a forma de encorajar outros ao pecado. Um sinal evidente de Deus ter abandonado qualquer sociedade ou povo é que tais pessoas tornam-se obcecadas pela imoralidade e perversão sexuais. A Expressão: "Também Deus Os Entregou" À Imundícia (v 24),significa que Deus abandonou essas pessoas às concupiscências mais baixas. A palavra "concupiscência" (gr. epithumia) neste versículo, denota uma paixão desenfreada por prazeres sexuais proibidos - pornografia, sensualismo, devassidão, libidinagem, lascívia e luxuria! Deus “tirou o pé do freio” nos dias de Lameque, e os dias de hoje apontam para esta mesma situação.

1. Devassidão sexual. O exemplo de Lameque logo viria a replicar-se por toda a descendência de Adão. A família tradicional foi se degenerando. Os pecados sexuais, agora, eram cometidos como se nada fosse proibido; não havia limites à fornicação nem ao adultério. Até os mesmos descendentes de Sete portaram-se levianamente em meio àquela imoralidade crassa e gritante; corromperam-se até o inferno. Relata o autor sagrado: “Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” (Gn 6.2). [Comentário: Lameque, tomando para si duas esposas, agiu em claro desacordo com as intenções de Deus. A poligamia é uma prática contrária à ordem estabelecida por Deus na criação (Gn 2.24). Deus tolerou a poligamia, mas nunca a aprovou. Consequentemente, verificamos que esse mal sempre teve o seu devido castigo. Lameque não agiu por ignorância. Gênesis 4.24 mostra que ele conhecia as palavras de Deus. Não sentia nenhuma necessidade da proteção que Deus havia prometido a Caim. Suas palavras, cheias de orgulho e vanglória, manifestavam que se considerava capaz de se defender a si mesmo. Ele mesmo poderia lutar por seus direitos! Não precisava de Deus para nada! Vontade própria, independência e autoritarismo eram as características dominantes de sua personalidade. Com essas características, pode-se “alcançar” muito neste mundo pecaminoso.]

2. Violência sem limites. Os excessos daquela gente redundaram numa geração truculenta e implacável. Os assassinos eram cultuados como heróis: “Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama” (Gn 6.4). O que dizer do nosso tempo? Embora não sejamos tão fortes, nem tão longevos, em nada diferençamo-nos dos filhos de Lameque. Nunca o homem fez-se tão imoral quanto hoje. [Comentário: A maldade e a corrupção daquela geração abriram as portas para a violência. Os homens dos dias de Noé viviam agredindo-se mutuamente, pois as Escrituras afirmam que “… encheu-se a terra de violência” (Gn 6.11 b). Teologicamente, Adão foi o grande responsável pela introdução do pecado no mundo (Rm 5.12). Historicamente, porém, o pecado alastrou-se a partir de Lameque, filho de Metusael (Gn 4.18). Foi ele o primeiro pecador confesso da história da humanidade. De uma única feita, admitiu haver cometido duas transgressões contra Deus. Sua confissão, todavia, não foi acompanhada de arrependimento nem remorso; fez-se acompanhar de um medo que logo seria esquecido. Indiretamente, confessa a bigamia. E, diretamente, o duplo homicídio. Sua confissão j az num poema que, hoje, é conhecido como o Cântico da Espada. Se Caim teve de ser duramente arguido por Deus para confessar o assassinato de Abel, não precisou Lameque de arguição alguma. Espontânea e livremente, declara haver assassinado banal mente dois homens. Um adulto, ele o matou porque o ferira. E um rapaz por lhe ter pisado. Se recorrermos ao original, constataremos que o segundo crime foi ainda mais grave. Lameque revel a ter assassinado um jovem. Em hebraico, yeled pode aludir tanto a um adolescente quanto a uma criança. Logo, o seu crime, além de banal e covarde, foi singularmente brutal . O Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 47. Gn 6.5: todo o desígnio do seu coração – um retrato vívido da profundidade da depravação humana (compare com Romanos 1.28-32). ]

3. Resistência à graça divina. Por muito tempo, o Espírito de Deus instou junto àquela geração para que se convertesse e deixasse seus maus caminhos. Chegou, porém, o dia em que Deus deu um basta em tudo aquilo. Declarou o Senhor: “Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3). A graça de Deus, ainda que perfeita e infalível, pode ser resistida, haja vista a geração que saíra do Egito rumo a Canaã. Não obstante os milagres que presenciara, endureceu o seu coração de tal forma, que veio a ser rejeitada pelo Senhor (Hb 3.8). Isso significa que, mesmo hoje, há crentes que reagem contrariamente à graça divina (Hb 3.15). Sim, apesar de saber que o juízo divino é certo. [Comentário:  O termo “Contenderá” no original hebraico é difícil de ser traduzida. Alguns estudiosos a relacionam ao termo que significa “dominar” ou “julgar”, enquanto tradutores antigos a entendiam como “permanecer” ou “habitar”. De qualquer forma, a sentença indica a retirada do Espírito Santo, o doador da vida.  Claudionor de Andrade escreve: Da geração de Lameque, falou o Senhor: “O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3). Não sabemos por quantos anos, décadas, ou séculos, a geração de Lameque resistiu ao Espírito Santo. Da resistência ao Espírito de Deus, aqueles homens, mulheres e crianças passaram a blasfemar contra a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, depravando-se total mente. Imaginemos toda uma civilização a blasfemar contra o Espírito Santo. Fizeram-se aqueles homens piores do que os demônios. Estes, por não serem dotados de corpo, não podem estragar a criação física. Aqueles, pelo contrário, dotados de corpo e alma, transgrediam tanto no campo espiritual , como âmbito terreno. Os seguidores de Lameque eram duplamente endemoninhados Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 50.]


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Nos dias de Noé, o pecado abertamente se manifestava no ser humano, de duas principais maneiras: a concupsciência carnal (v.2) e a violência (vv.11,12). A degeneração humana não mudou; o mal continua irrompendo desenfreado através da depravação e da violência. Hoje em dia, a imoralidade, a incredulidade, a pornografia e a violência dominam a sociedade inteira.
Deus se revela já nestes primeiros capítulos da Bíblia, como um Deus pessoal para com o ser humano, e que é passível de sentir emoção, desagrado e reação contra o pecado deliberado e a rebelião da humanidade. (1) A expressão ‘arrependeu-se’ (6.6) significa que, por causa do trágico pecado da raça humana, Deus mudou a sua disposição para com as pessoas; sua atitude de misericórdia e de longaminidade passou à atitude de juízo. (2) A existência de Deus, o seu caráter e seus eternos propósitos traçados, permanecem imutáveis, porém, Ele pode alterar seu tratamento para com o homem, dependendo da conduta deste. Deus altera, sim, seus sentimentos, atitudes, atos e intenções, conforme as pessoas agem diante da sua vontade (Êx 32.14; 2Sm 24.16).
(3) Essa revelação de Deus como um Deus que pode sentir pesar e tristeza, deixa claro que Ele, em relação à sua criação, age pessoalmente, como no recesso de uma família. Ele tem um amor intenso pelos seres humanos e solicitude divina ante a penosa situação da raça humana (Sl 139.7-18)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.41).

III. UM MUNDO CONDENADO À DESTRUIÇÃO

Noé pregou aos seus contemporâneos durante muito tempo. Mesmo assim, a sua geração não se curvou aos apelos divinos. Que diferença dos ninivitas, que deram ouvidos à pregação de Jonas (Jn 3.10).[Comentário: A mensagem de Deus de julgamento tem sempre a intenção de arrependimento e reconciliação, O arrependimento de Nínive com a pregação de Jonas, libera a misericórdia de Deus –Deus se arrependeu.]

1. A pregação de Noé. Apresentado como pregador da justiça, Noé cumpriu um longo e penoso ministério (2Pe 2.5). Enquanto se dava à construção da arca, conclamava seus contemporâneos ao arrependimento (1Pe 3.20). Se levarmos em conta Gênesis 6.3, concluiremos que o seu ofício de pregoeiro teve a duração de 120 anos. Sem dúvida, foi o mais longo ministério profético da Bíblia. Ele pregava com a voz e com as obras. A construção da arca, em si, já era uma pregação carregada de eloquência. [Comentário: A sociedade adâmica fez-se tão arrogante e insolente, tão inimiga de Deus e adversária de si mesma, que, em breve, haveria de desaparecer da face da terra: nasceram, prosperaram, depravaram-se totalmente e totalmente foram voltados à destruição, por haverem rejeitado a graça divina. Em meio à essa degradação moral, ética e espiritual, estava Noé, filho de Lameque, o décimo descendente de Adão, pela linhagem do piedoso Sete (Gn 5.28,29); O nome Noé vem de um termo hebraico que significa “alívio”, “descanso” ou “consolo”; Tal qual Enoque, Noé também é descrito como um homem que andou com Deus (Gn 5.24; 6.9). A expressão “andar com Deus” aponta para a sua conduta, caracterizada pela vida de comunhão e obediência a Deus. Noé foi o “pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5), essa descrição é única nas Escrituras, mas é bem conhecida na tradição judaica. Refere-se ou a exortações que não foram registradas no Antigo Testamento ou ao estilo de vida de Noé, que condenava o pecado e recomendava vida justa aos seus contemporâneos.]

2. Uma geração corrompida. Apesar das instâncias de Noé, seus contemporâneos corrompiam-se de tal forma, que se tornaram totalmente depravados. Ao Senhor, portanto, não restava outra alternativa a não ser destruir toda aquela civilização: “O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra” (Gn 6.13). A geração atual assemelha-se à de Noé. Apesar da pregação do Evangelho, a iniquidade multiplica-se de tal modo que chega a contaminar, inclusive, o amor dos fiéis (Mt 24.12). Comem, bebem e entregam-se à sensualidade, como se não houvesse Deus. [Comentário: Como se não bastasse a maldade, a corrupção e a violência, aquela geração também era caracterizada pela incredulidade, pois não deram crédito à pregação de Noé “pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5). Nem mesmo a observação do milagre da entrada dos animais na arca, fez com que eles tomassem a iniciativa de arrepender-se dos seus pecados e entrar na arca para salvar as suas vidas. Tudo isto fez com que Deus tomasse a iniciativa de destruir a sua criação e, através de Noé, dar início a uma nova geração. Esta geração atual corresponda àquela.Note o seguinte do texto referenciado (Mt 24.12): guerras, terremotos, perseguições e falsos profetas são os sinais da vinda de Jesus, estes sinais indicam a certeza do julgamento. O versículo 14 diz: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo...” há algum lugar onde a mensagem do Evangelho ainda não chegou com a internet? "Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações estarão em angústia e perplexidade com o bramido e a agitação do mar. Os homens desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo; e os poderes celestes serão abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem com poder e grande glória. Quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês". (Lc 21.25-28). Não poderia haver uma descrição mais precisa sobre o mundo atual do que esta: "Os homens desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo". Armas nucleares são capazes de destruir completamente o planeta. E se, por acaso, alguns terroristas conseguirem se apossar de alguma ogiva nuclear? Jesus nos dá um fundamento para nossa esperança nessa era de calamidades. A crise atual do planeta, "angústia e perplexidade", apenas reforça a verdade de que a volta de Cristo está "próxima".]

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, neste tópico procure enfatizar a fidelidade de Noé. Diga aos alunos que ele trabalhou durante 120 anos na pregação e na construção da arca. Noé trabalhou na construção de um barco em um tempo que não havia chuva e em uma região sem água (cf. 6.3). Com certeza, ele deve ter tido que lidar com a zombaria das pessoas e a incredulidade com relação a sua pregação. Todavia, permaneceu firme e não deixou de realizar o seu trabalho e de confiar em Deus. A postura de Noé era de obediência a Deus e à sua palavra. Muitos, diante da primeira dificuldade pensam em parar, desistir. Como Igreja do Senhor, temos que continuar pregando a Palavra de Deus, confiando, tendo a certeza que em breve Jesus voltará e o juízo divino se dará sobre aqueles que rejeitaram a mensagem da salvação.


CONCLUSÃO

À semelhança de Noé, proclamemos a Palavra de Deus a tempo e a fora de tempo; esta é a nossa missão. Se nos conformarmos com o mundo, que esperança haverá aos que ainda anseiam pelo Evangelho? Levantemo-nos como pregoeiros da justiça. Ainda que soframos zombarias e escárnios, nossa missão não ficará inacabada. [Comentário: O Evangelho encontrou resistência por muitos anos. Hoje, quase que da noite para o dia, a Europa Oriental se libertou das cadeias de ferro do comunismo, o muro de Berlim caiu, o poderoso Império Soviético se ruiu. Em pouco tempo, praticamente metade do planeta abriu os braços para receber o evangelho. Não há barreiras para a Internet. Lugares antes inalcançáveis, são inundados com o Evangelho. Assim, a mensagem da Cruz Ensanguentada está verdadeiramente sendo espalhado por "todo o mundo" como nunca foi visto antes. Estes são os dias preditos por Jesus quando declarou: "Este evangelho do reino será pregado em todo o mundo" e "então virá o fim" - "Os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo... mas nos, segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça" (2 Pd 3).] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.



Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.


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