sexta-feira, 26 de junho de 2015

LIÇÃO 13: A RESSURREIÇÃO DE JESUS




SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO

Conforme destacou John Stott, “o cristianismo é, em essência, a religião da ressurreição”. Por isso nesta última aula nos voltaremos para a narrativa lucana da ressurreição de Cristo. Inicialmente destacaremos que o túmulo foi aberto, em seguida os olhos e o coração dos discípulos foram abertos, e ao final, a mente e os lábios deles se abriram. A ressurreição de Cristo, conforme atestaremos ao longo desta aula, é o maior evento de todos os tempos, além de ter profundo significado para os cristãos.

1. UM SEPULCRO ABERTO

A mensagem do evangelho se fundamenta na ressurreição de Cristo (I Co. 15.1-8), e a partir dela podemos reconhecer que Jesus é, de fato, o Filho de Deus (Rm. 1.4). Ele não apenas morreu pelos nossos pecados, mas também ressuscitou, comprovando a aceitação do Seu sacrifício (Rm. 4.24,25). Existem vários testemunhos que testificam a ressurreição de Jesus, todos eles de pessoas que viveram ao lado dele. Ele apareceu a Maria Madalena (Jo. 20.11-18), depois às outras mulheres (Mt. 28.9,10), e em seguida, aos homens no caminho de Emaús (Lc. 24.13-22). Posteriormente apareceu a Pedro (Lc. 24.34) e ao Seu meio-irmão Tiago (I Co. 15.7). Certa ocasião apareceu aos apóstolos (Lc. 24.36-43), quando Tomé não estava presente, e uma semana depois, para ser visto por Tomé (Jo. 20.26-31). Por fim, apareceu aos discípulos, antes de subir ao céu, comissionando-os a testemunharem do evangelho (At. 1.1-18). Maria Madalena foi a primeira chegar ao túmulo, juntamente Maria, mãe de Tiago, e outras mulheres piedosas (Lc.24.10). Elas estavam preocupadas sobre quem removeria a pedra do sepulcro, pois pretendiam preparar o corpo de Jesus para o sepultamento. Os anjos apareceram às mulheres, informando que Jesus não estava mais ali, por ter ressuscitado (Mt. 28.2; Mc. 16.5). Entusiasmadas, as mulheres correm para contar aos discípulos, por conseguinte, Pedro e João examinam o túmulo (Jo. 20.1-10), atestando que Jesus não estava mais naquele local. Em Jerusalém, há um sepulcro, identificado com aquele no qual Jesus teria sido colocado, e está escrito em inglês: Ele não está mais aqui, pois ressuscitou. Esse é o fundamento da doutrina cristã, Jesus está vivo (Gl. 2.20).

2. OS CORAÇÕES DOS DISCÍPULOS SÃO ABERTOS

Lucas registra o encontro de Jesus com dois discípulos no caminho de Emaús, um vilarejo que distava 12 quilômetros ao norte de Jerusalém. Eles estavam desanimados, talvez tivessem ouvido o relato da ressurreição do Senhor, mas não acreditaram. Mas Jesus os acompanhou, ouvindo a respeito do que eles discorriam ao longo da jornada. Até que Jesus se manifesta a eles, e utiliza as Escrituras para testificar dos fatos ocorridos naqueles últimos dias. Evidentemente a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus (Rm. 10.17), aqueles discípulos precisam abrir não apenas os olhos, mas também a mente e o coração (Lc. 24.25,32). Há muitos pregadores que estão esquecendo o cerne da mensagem evangélica: a cruz de Jesus Cristo (I Co. 2.1-5). O centro das Escrituras é Jesus Cristo, é Ele quem devemos pregar, desde Gêneses (Gn. 3.15) até o Apocalipse (Ap. 20.21,22). Jesus é a chave hermenêutica para a compreensão das Escritures, sem esse Fundamento a Bíblia torna-se um livro confuso, e não poucas vezes, legalista (Lc. 24.47). O coração daqueles discípulos ardeu enquanto Jesus expunha, ou seja, fazia a exegese dos textos do Antigo Testamento. As igrejas genuinamente evangélicas não podem se distanciam do ensinamento bíblico, os pastores devem retornar à pregação expositiva, fundamentada em uma exegese cristocêntrica.

3. A MENTE E OS LÁBIOS DOS DISCÍPULOS SÃO ABERTOS

Lucas destaca algumas emoções perturbadoras entre os discípulos, após a ressurreição de Jesus. Isso porque aquele episódio era tão extraordinário que eles não conseguiam se conter, a eles foi também revelado o motivo da morte e ressurreição do Senhor, até então incompreendida pelos discípulos (I Pe. 1.10-12). Depois dessa revelação, eles passaram a testemunhar com ousadia, sobretudo no poder do Espírito Santo (At. 1.8), a respeito da ressurreição de Jesus (At. 4.33). Existem estudos evidencialistas que se propõem a provar que Cristo realmente ressuscitou. Esses tratados apologéticos são úteis para convencer as mentes céticas em relação a esse episódio. Várias pessoas viram Jesus ressuscitado, e todas elas assumiram publicamente esse fato. Não há qualquer registro histórico que questione na época que a ressurreição tenha sido um engodo dos discípulos, ainda que as autoridades romanas tentaram “plantar” essa notícia (Mt. 28.11-15). Além disso, ninguém daria a vida por uma mentira, e os discípulos foram martirizados porque testemunharam a respeito da morte e ressurreição do Senhor. Essa mensagem revolucionou o mundo, pois diferentemente dos iniciadores religiosos, Jesus não está mais no sepulcro. A ressurreição de Jesus tem significado especial para a igreja, pois Ele agora está no céu assentado no trono (Jo. 17.5,11), Ele conquistou todos os inimigos e reina sobre todas as coisas (Ef. 1.18-23). E mais, ministra no céu, como Sumo Sacerdote (Hb. 7.25) e nosso Advogado (I Jo. 2.1).

CONCLUSÃO

A ressurreição de Jesus antecipa a ressurreição de todos aqueles que nEle acreditam, pois nEle também ressuscitarão (Rm. 5.17). A igreja aguarda o arrebatamento, quando Cristo voltará para levar para Si aqueles a quem redimiu (I Ts. 4.13-17). Mas temos a convicção que Jesus se tornou as primícias daqueles que ressuscitarão primeiro (I Co. 15.23). Ele ressuscitou, e se isso não tivesse acontecido, seria vã a nossa fé (I Co. 15.17). Mas como afirma a letra do hino sacro: porque Ele vive posso crer no amanhã, temor não há, pois nossas vidas está nas mãos dAquele que vivo está.

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa


COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

As Escrituras ensinam que Deus fez o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.26). Antes da Queda a morte não tinha domínio sobre o homem. Todavia, como um ser moralmente livre, o homem pecou fazendo com que o pecado entrasse no mundo e, com ele, a morte. A morte passou então a todos os homens.  Ainda na Antiga Aliança, o Senhor deu vida aos mortos para revelar o seu poder sobre a morte. E mesmo ainda não estando totalmente revelada, a doutrina da ressurreição já era crida por santos do Antigo Testamento (Jó 19.25). Eles anelavam pela redenção do corpo. Jesus se revelou como o Messias prometido e a sua morte e ressurreição garantiram que a penalidade do pecado - a morte -, fosse vencida. Em Cristo, o direito de viver eternamente em um corpo físico tornou-se novamente real. [Somente Lucas descreve com precisão médica a agonia de Jesus no Getsemani - orava mais intensamente – escreve ele. "E seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra". O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. Se produz em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. Esta tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra. É dispensável comentar aqui a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico e o envio de Jesus a Pilatos, bem como tudo que se sucedeu até a crucificação. É importante, sim, entender que o projeto de Jesus se completa na sua morte, sinal de amor até o fim. Mesmo diante da dor extrema, Jesus não se desvia do desígnio do Reino de Deus. Ele assume a cruz com liberdade e revela seu amor incondicional por nós. Pelo seu sangue é selada a nova aliança e são desmascaradas as artimanhas da mentira e do poder opressor que se opõe ao Reino de Deus. A cruz, que significava destruição, torna-se reconstrução da condição humana. Mas a cruz não foi o fim. A fé na ressurreição de Jesus Cristo é o fundamento da mensagem cristã. A fé cristã estaria morta se lhe fosse retirada a verdade da ressurreição de Cristo. A ressurreição de Jesus são as primícias de um mundo novo, de uma nova situação do homem. Ela cria para os homens uma nova dimensão de ser, um novo âmbito da vida: o estar com Deus. Também significa que Deus manifestou-se verdadeiramente e que Cristo é o critério no qual o homem pode confiar - “Se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia, e vazia também a vossa fé” (1Co 15.14). São duas as palavras gregas (anastasis e egeiró) que definem o termo ressurreição. Elas claramente indicam “tornar à vida”, “levantar-se”, “erguer-se”, “despertar”, “acordar”. Ressurreição é a outorga da vida ao que havia se extinguido fisicamente. E o ato do levantamento daquilo que havia estado no sepulcro. Várias vezes nos deparamos com a expressão “ressurreição dos mortos“ (1 Co 15.12,13,21,42), que se refere a uma ressurreição geral, de justos e ímpios. Porém, quando se refere aos justos, a expressão no original é restritiva e se traduz por “ressurreição de entre os mortos”. A expressão “de entre os mortos” quer dizer os mortos tirados do meio de outros mortos.] Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?

1. A DOUTRINA DA RESSURREIÇÃO

1. No Contexto do Antigo Testamento. O Antigo Testamento registra três casos de pessoas que ressuscitaram. Os três casos aconteceram no ministério profético de Elias e Eliseu. Em 1 Reis 17.17-24, Elias ressuscita o filho da viúva de Sarepta; em 2 Reis 4.32-37 encontramos Eliseu ressuscitando o filho da Sunamita. O outro caso está em 2 Reis 13.21 onde um morto torna à vida quando toca os ossos do profeta Eliseu. Esses fatos demonstram, já na Antiga Aliança, o poder de Deus para dar vida aos mortos.  Abraão, por exemplo, iria sacrificar seu filho Isaque Porque "considerou que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar" (Hb 11.18).  [ A despeito do que dizem diversos teólogos acera da crença na ressurreição no Antigo Testamento, é verdade que não encontramos declarações claras a respeito da ressurreição dos mortos antes do tempo dos profetas, embora Jesus fosse de parecer que já estava implícita em Ex 3.6; (confira Mt 22.29-32), e o escritor de Hebreus dá a entender que até mesmo os patriarcas anelavam à ressurreição dos mortos (confira Hb 11.10, 13-16, 19). O certo é que não faltam provas de que havia uma crença na ressurreição muito antes do cativeiro. Essa crença está implícita nas passagens que falam numa libertação do sheol (dependendo do contexto, significa sepultura, abismo e inferno) (Sl 49.15; 73.24, 25; Pv 23.14). Ela encontra expressão na declaração de Jó 19.25-27. Sobretudo a vemos ensinada claramente em Is 26.19 (passagem tardia, segundo os críticos), e em Dn 12.2, e provavelmente está implícita igualmente em Ez 37.1-14. Vários personagens importantes da história do Antigo Testamento demonstraram sua confiança e crença na ressurreição. Abraão cria na ressurreição (Gn 22.5, Hb 11.17-19); (Jó 19.25-27); um dos filhos de Coré, cantor, salmodiava sobre a ressurreição (Sl 49.15); o profeta Isaías cria e profetizava sobre a ressurreição (Is 26.19); Daniel, profeta e estadista, declarou sua crença na ressurreição (Dn 12.2,3); e Oséias, um profeta destacado em Israel, fez o mesmo (Os 13.14) Leia sobre as diferentes teses em http://igrejapresbiterianareformada.blogspot.com.br/2012/10/prova-biblica-da-ressurreicao-no-velho.html].

2. No contexto do Novo Testamento. Com o advento da Nova Aliança a doutrina da ressurreição é demonstrada em sua plenitude (2 Tm 1.10).  O Novo Testamento registra vários casos de pessoas sendo ressuscitadas. Algumas foram ressurreições efetuadas pelo Senhor Jesus, enquanto outras por seus apóstolos (Mc 5.35-43; Lc 7.11-17; Jo 11.11-45; At 9.36-42; 20.9,10). Em todos os casos, exceto a ressurreição de Jesus, as pessoas ressuscitadas morreram novamente. [A doutrina da ressurreição se baseia essencialmente sobre o fato da ressurreição de Cristo. O Mestre enfatizou e deu um sentido especial a essa doutrina (Jo 5.28,29), deixando claro que não haverá uma única, geral e simultânea ressurreição para os mortos, e sim, que acontecerá em duas fases distintas: a ressurreição dos justos e a dos ímpios. A doutrina da ressurreição foi declarada e ensinada por Jesus em seu ministério terrestre (Jo 5.28,29; 6.39,40,44,54; Lc 14.13,14; 20.35,36). Ensinada e reafirmada pelos apóstolos e os pais da Igreja primitiva (At 4.2). Em Atenas, na Grécia, Paulo pregou a Jesus Cristo e Sua ressurreição (At 17.18). Repetiu isso, também, para os filipenses (Fp 3.11), aos coríntios (1 Co 15.20), aos tessalonicenses (1 Ts 4.14-16), perante o governador Felix (At 24.15). O apóstolo João, não só relatou o ensino de Cristo sobre a ressurreição, mas ele mesmo ensinou sobre o assunto (Ap 20.4-6). No Novo Testamento encontramos os seguintes casos:
-O filho duma viuva (Lucas 7.11-15);
-A filha do Jairo (Lucas 8.41-42; 49-55);
-Lázaro (João 11.1-44);
-Muitos santos que haviam morrido, depois da morte de Jesus (Mateus 27.52);
-Jesus (Mateus 28.1-8);
-Tabita (Atos 9.36-43), e
-Êutico, o jovem que dormiu e morreu durante o sermãozão de Paulo! (Atos (20.9-10).]


2. A NATUREZA DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

1. Uma ressurreição literal. O testemunho do terceiro Evangelho é de uma ressurreição física e literal. O próprio Jesus, quando ressuscitou, disse: "Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho" (Lc 24.39). [A ressurreição de Cristo não é apenas o milagre de um cadáver reanimado. Não se trata do mesmo evento que ocorreu com outros personagens bíblicos como a filha de Jairo (cf. Mc 5, 22-24) ou Lázaro (cf. Jo 11, 1-44), que foram trazidos de volta à vida por Jesus, mas que, mais tarde, num certo momento, morreriam fisicamente. A ressurreição de Jesus “foi a evasão para um gênero de vida totalmente novo, para uma vida já não sujeita à lei do morrer e do transformar-se, mas situada para além disso: uma vida que inaugurou uma nova dimensão de ser homem”. Todas as outras pessoas na Bíblia (e fora dela!) que foram ressuscitadas eventualmente morreram de novo. Jesus entretanto, está vivo, para sempre. “Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo” (Rm 5.17). Por causa da ressurreição de Jesus, Deus pode agora dar-nos o dom da vida ressurreta: “Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo” (1Co 15.22). Esta é a promessa e a esperança que Jesus nos proporciona: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (Jo 11.25).].

2. Uma ressurreição corporal. A apologética cristã sempre assegurou que a ressurreição de Jesus foi um evento físico no qual o seu corpo foi revivificado. Isto significa que, apesar de transformado, Cristo ressuscitou com o mesmo corpo físico que fora sepultado. Lucas põe em relevo esse fato quando registra Jesus comendo com os discípulos após a ressurreição (Lc 24.43). Em sua primeira Carta aos Coríntios o apóstolo Paulo assevera que toda a fé cristã é falsa se a ressurreição de Jesus não aconteceu de forma corporal (1 Co 15.14,15). [{Sugiro uma leitura do artigo Existe um Homem de carne e ossos no ceu?, seguindo este link:http://www.respondi.com.br/2011/05/existe-um-homem-de-carne-e-ossos-no-ceu.html} De todas as doutrinas do Cristianismo, nenhuma é mais central que a ressurreição corporal dos mortos de Jesus Cristo. De maneira clara, se Jesus afirmou ser salvador, mas permaneceu morto em um túmulo após uma crucificação brutal, suas declarações eram, e são, vazias. Entretanto, se Jesus de fato ressurgiu dos mortos, então suas declarações sobre deidade, a penalidade de nossos pecados que ele levou em nosso lugar na cruz e suas afirmações sobre a eternidade são comprovadas Leia mais em http://voltemosaoevangelho.com/blog/2011/04/ressuscitou-a-ressurreicao-realmente-aconteceu/. Não há dúvida de que Jesus, depois de ressuscitado, foi mais reconhecido por seus gestos e por sua voz do que por sua aparência externa. Maria Madalena viu Jesus em pé junto ao túmulo, porém não o reconheceu. Mas quando Ele pronunciou exclamativamente o nome “Maria!”, ela devolveu de pronto outra exclamação: “Raboni”, que em hebraico quer dizer Mestre (Jo 20.14-16). Os dois discípulos que caminhavam de Jerusalém para Emaús não reconheceram Jesus quando Ele se pôs a caminho com eles, embora o céu ainda não estivesse escuro. Mas quando Jesus, à mesa com eles, tomou, abençoou, partiu e distribuiu o pão, Cléopas e seu amigo perceberam que aquele, até então estranho, era o Senhor! O que acabou por completo com a resistência dos apóstolos em crer na ressurreição do Senhor foi a repetição da pesca maravilhosa, na mesma praia e no mesmo horário (Jo 21.1-14; Lc 51-11). Jesus ressuscitou em glória. Não carregava mais nossas iniqüidades nem enfermidades. Ele as deixou na cruz. Não mais estava desfigurado, não mais tinha aparência de um condenado, não mais encontrava-se profundamente triste nem mais era desprovido de beleza (Is 52.13-53.12). Era o Jesus da transfiguração, cuja aparência encheu os discípulos de temor e tremor (Mc 9.6). Por esta razão, Jesus não foi imediata e facilmente reconhecido por seus discípulos. http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/263/o-corpo-de-jesus-depois-de-ressuscitado]

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, neste tópico, é interessante enfatizar que, após o sepultamento de Jesus, algumas mulheres foram ao túmulo de Cristo: Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago (Lc 24.10). Chegando lá, acharam a pedra do túmulo removida, mas o corpo do Senhor não estava mais lá. De modo que ouviram de dois homens vestidos com roupas brilhantes: "Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galileia, dizendo: Convém que o Filho do Homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e, ao terceiro dia, ressuscite" (Lc 24.6,7). Aqui, estamos diante de um versículo que afirma com clareza que Jesus foi crucificado, mas ressuscitou ao terceiro dia, isto é, no domingo pela manhã bem cedo. Por isso nos reunimos todos os domingos, o dia do Senhor, para celebrarmos Jesus Cristo ressuscitado. 
Conduza o seu aluno à conclusão de que a ressurreição do nosso Senhor foi um acontecimento tão extraordinário que os primeiros seguidores de Jesus, todos judeus que guardavam o sábado, passaram a observar o primeiro dia da semana, o domingo, como um dia especial. Não se pode desconsiderar o dia em que o nosso Senhor ressuscitou. Portanto, a doutrina da ressurreição é maravilhosa, confortante e enche-nos de esperança. Esperança para o presente, esperança para o futuro, e, acima de tudo, a suficiente certeza de que o nosso Senhor estará conosco para sempre.

3. EVIDÊNCIAS DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

1. Evidências diretas. As Escrituras apresentam muitas evidências da ressurreição de Jesus. Os apologistas classificam essas evidências em diretas e indiretas. O texto de Lucas 24.13-35 narra o encontro que dois discípulos, no caminho de Emaús, tiveram com Jesus após a sua ressurreição. Trata-se de uma evidência direta da ressurreição porque mostra Jesus ressuscitado com um corpo físico e tangível. Evidência semelhante pode ser vista no relato da ressurreição do Evangelho de João 20.10-18. Nesses relatos observamos que as pessoas para as quais o Senhor apareceu viram o seu corpo, conversaram com Ele e até mesmo chegaram a tocá-lo. Não se tratava, portanto, de uma visão ou sonho, mas de um encontro real! [Desde o princípio, a igreja cristã confessou que o corpo físico de Jesus foi elevado ao céu. Esta convicção está baseada em várias referências explícitas do Novo Testamento e em vastas evidências tangíveis. O próprio Jesus disse que o corpo no qual ressuscitou era de “carne e ossos” (Lc 24.39). Falando sobre a ressurreição de Cristo, Pedro insistiu neste assunto ao pregar que a “carne dele (Jesus) não viu a corrupção” (At 2.31). Escrevendo posteriormente sobre a ressurreição, João declarou que Jesus veio [e permaneceu] em carne” (1Jo 4.2. Cf. 2Jo 7). O corpo que emergiu da tumba na manhã pascal foi visto por aqueles que duvidaram (Mt 28.17), foi ouvido por Maria (Jo 20.15,16), e até mesmo abraçado pelos discípulos (Mt 28.9) em muitas ocasiões depois da ressurreição. Além disso, Jesus se alimentou pelo menos quatro vezes após sua ressurreição (Lc 24.30; 24.42,43; Jo 21.12,13). Ele também mostrou as cicatrizes de sua crucificação quando desafiou Tomé, dizendo: “Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente” (Jo 20.27).]

2. Evidências indiretas. Como vimos, os Evangelhos apresentam muitas provas diretas da ressurreição do Senhor, todavia, apresentam também outras provas indiretas. Antes da ressureição encontramos um grupo de discípulos desanimado, triste e cabisbaixo. Era um cenário desanimador. Após a ressurreição e Pentecostes, esses mesmos discípulos se apresentam ao povo com uma ousadia nunca vista. Eles agora passaram a testemunhar que o Senhor deles estava vivo e apresentavam provas disso. Eles curavam os doentes, levantavam os paralíticos, expeliam os demônios e testemunhavam: "Deus ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas" (At 2.32). A ressurreição de Jesus se tornou o principal tema da pregação apostólica. [A ressurreição de Cristo é o grande milagre do Cristianismo. Uma vez estabelecida a realidade deste acontecimento, a discussão dos demais milagres torna-se desnecessária. Sobre o milagre da ressurreição está firmada a nossa fé. Porque o Cristianismo é histórico, e baseia seus ensinamentos em acontecimentos ocorridos há quase 20 séculos, na Palestina. São estes eventos o nascimento e ministério de Jesus Cristo, culminando na sua morte, sepultamento e ressurreição. De tudo isto, é a ressurreição a pedra de esquina, porque, se Cristo não ressuscitou, não era o que alegava ser. Sua morte não seria morte expiadora - os cristãos estariam sendo enganados há séculos; os pregadores, proclamando erros; e os fiéis, acalentando falsas esperanças. Mas, graças a Deus, podemos proclamar esta doutrina: “Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem!”
1. Como sabemos que Ele ressuscitou? “Vocês, cristãos, vivem na fragrância de um túmulo vazio”, disse um cético francês. É fato que os que vieram embalsamar o corpo de Jesus, naquela notável manhã de Páscoa, encontraram vazio o túmulo. Este fato não pode ser explicado à parte da ressurreição de Jesus. Quão facilmente os judeus poderiam ter refutado o testemunho dos primeiros pregadores, apresentando o cadáver do Senhor! Não o fizeram, porém - porque não podiam! Quando se lhes exigia uma explicação, alegavam terem os discípulos furtado o corpo, como se um pequeno bando de homens desanimados pudesse arrancar de guardas treinados o corpo do Mestre, cuja morte parecia ter-lhes tirado todas as esperanças. Que faremos do testemunho dos que viram Jesus após a ressurreição, muitos dos quais falaram com Ele, tocaram- no, comeram com Ele? Centenas deles ainda viviam no tempo de Paulo, segundo ele mesmo testifica. Outros, dão seu inspirado testemunho no Novo Testamento. Como rejeitar o testemunho de homens que pregavam a mensagem com o sacrifício da própria vida? Como explicar a conversão de Paulo, antes perseguidor do Cristianismo, transformado num dos maiores missionários?
Há apenas uma resposta a estas perguntas: Cristo ressurgiu! O túmulo vazio desafia o mundo: À filosofia, diz: “Explique este evento!”
À História, diz: “Reproduza este evento!”
Ao tempo, diz: “Apague este evento!”
À Fé, diz: “Receba este evento!”
Alguns naturalistas oferecem outras explicações: “Foi uma visão que os discípulos tiveram”. Não é possível que centenas tivessem a mesma visão. Outros dizem: “ Jesus não morreu de fato; foi tirado inconsciente da cruz”. Mas um farrapo de homem não poderia ter persuadido os discípulos de que era o Senhor da vida! São explicações tão fracas que trazem consigo a sua própria refutação. Outra vez afirmamos: Cristo ressuscitou! De Wette, grande estudioso racionalista, depois de um exame científico, afirmou: “A ressurreição de Jesus Cristo não pode ser mais questionada que a certeza histórica do assassinato de Júlio César”. Que firme fundamento à fé de alguém - o fato histórico de um Salvador ressuscitado! 2. O que significa a nós? Significa que Jesus é tudo quanto declarava ser: Filho de Deus, Salvador e Senhor. O mundo respondeu às suas reivindicações com a cruz; a resposta de Deus foi a ressurreição. Como Senhor ressuscitado, pede que dediquemos nossas vidas a Ele. Significa que a morte expiadora de Cristo foi uma realidade, e que os homens podem achar perdão para os seus pecados e assim ter paz com Deus. A ressurreição completa a morte expiadora de Cristo. Não foi uma morte comum - porque Ele ressuscitou! Significa que temos um Sumo Sacerdote no Céu que simpatiza conosco, que já viveu a nossa vida, conheceu nossas tristezas e enfermidades e pode dar-nos o poder de viver a vida nEle. Significa que podemos ser batizados no Espírito Santo e receber poder para testificar deste Cristo ressurreto. Significa uma vida no porvir. A objeção comum é: “Ninguém voltou para contar acerca do outro mundo”. Mas alguém já voltou de lá, sim - Jesus Cristo. À pergunta: “Se um homem morrer, viverá outra vez?” responde a ciência: “Não sei”; a filosofia: “Deveria haver”. O Cristianismo, porém, afirma: “Porque Ele vive, viveremos nós; porque Ele ressuscitou dos mortos, ressuscitaremos também”. Significa certeza de juízo para os pecadores. Como disse o inspirado apóstolo: “[Deus] tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos” (At 17.31). A inexorável justiça de Roma deu origem ao provérbio: “Quem quiser fugir de César, fuja para César”. Aos não-convertidos, advertimos: o juízo é certo, e a única maneira de escapar de Cristo, o Juiz, é fugir para Cristo, o Salvador. Lucas - O Evangelho do Homem Perfeito - Myer Pearlman - CPAD]


SUBSÍDIO DIDÁTICO

"Antes de Jesus sair da terra, Ele leva os discípulos fora, a Betânia. Erguendo as mãos, Ele ora para que Deus os abençoe. Enquanto está orando, parte e é levado ao céu pelo Pai celestial. Sua ascensão significa que Ele entrou na glória (Lc 24.26), foi exaltado e entronizado à mão direita do Pai.
 A partida de Cristo, e sua ascensão, completa sua obra na terra. Seus seguidores não o verão na terra como viram no passado. Ele levou para o céu a humanidade que assumiu quando entrou na terra. Apesar de sua partida, os discípulos estão cheios 'com grande júbilo' e o adoram. Eles vieram a entender muito mais que antes. Em vez de esta separação final ser um tempo de tristeza, é ocasião de alegria, gratidão e louvor. Agora eles reconhecem que Ele é o Messias, o Filho divino de Deus, e o adoram como Senhor e Rei.
Os discípulos esperam ser cheios com o Espírito. Eles obedecem à ordem do Senhor, e voltam a Jerusalém" (ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p.479). 


4. O PROPÓSITO DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

1. Salvação e justificação. Aos discípulos no cenáculo, Jesus destaca a salvação como propósito da ressurreição (Lc 24.46-48). A ressurreição de Jesus difere de todas as outras, assim como Jesus difere de todos os homens. Ele é o Deus que se fez carne (Jo 1.14); o segundo Adão, representando a humanidade caída (Rm 5.12; 1 Co 15.45), o único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5), que nos salva de nossos pecados (1 Tm 1.15). A Bíblia diz que Ele morreu por causa de nossas transgressões (Rm 4.25); e que seu sacrifício foi em resgate de todos (1 Tm 2.6). Mostra ainda que a sua ressurreição foi por "causa de nossa justificação" (Rm 4.25) e que nesse aspecto Ele foi designado filho de Deus com poder  pela ressurreição dos mortos (Rm 1.4). [A Bíblia declara que "A alma que pecar, essa morrerá", e "o salário do pecado é a morte" (Ez 18.20; Rm 6.23). Deus determinou que a penalidade para o pecado seja a morte, física e eterna. As pessoas podem reclamar deste decreto de Deus considerando-o injusto ou extremo, mas seus protestos apenas mostram como o pecado os cegou para a verdadeira natureza do mesmo. O fato de que Deus requer um castigo tão drástico para o pecado deveria ensiná-los não que Deus é brutal, mas que o pecado é abominável. Ainda assim, Deus, em seu amor incomparável pelo homem, também determinou que a penalidade pelo pecado pode ser colocada sobre um substituto e, sobre este princípio, o sistema sacrifical do Velho Testamento é construído (Veja Lv 17.11). Deus o Filho, revestido de forma humana, derramou o seu sangue pelo pecado do homem, satisfazendo assim a justiça santa de Deus. E, através de seu sangue precioso, Deus se mostrou ao mesmo tempo "o justo e justificador de todos aqueles que crêem em Jesus" (Rm 3.26). A palavra justificação vem do verbo grego dikaioo e significa declarar que uma pessoa é justa, tornar justo. Já o substantivodikaiósis significa justificação, que é o ato da graça divina pelo qual Deus declara justa a pessoa que põe sua fé em Jesus Cristo como seu salvador. Podemos ilustrar isso com um criminoso que pode até ser perdoado pelo governo e deixa a prisão, porém leva a culpa consigo em sua consciência, mesmo já em liberdade. Na justificação, Jesus literalmente assumiu as nossas dívidas e pagou por nós: “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso senhor Jesus Cristo”, Rm 5: 1; “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito”, Rm 8: 1; “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”, Cl 2: 14.]

2. A redenção do corpo. A ressurreição de Jesus é a garantia de que os crentes também ressuscitarão dos mortos (Rm 5.17). Quando ressuscitou dentre os mortos, Jesus se tornou as primícias daqueles que ressuscitarão para não mais morrer (1 Co 15.23). O apóstolo Paulo afirma que se Cristo não ressuscitou então a nossa fé é vã (1 Co 15.17). Na ressurreição, Jesus derrotou a morte de forma que não precisamos mais temê-la (1 Co 15.55-58). Na ressurreição, receberemos corpos incorruptíveis e imortais (1 Co 15.42-49). [a ressurreição de Jesus é um testemunho da ressurreição de seres humanos, que é uma doutrina básica da fé Cristã. Ao contrário de outras religiões, o Cristianismo possui um fundador que transcende a morte e promete que os Seus seguidores farão o mesmo. Todas as outras (falsas) religiões foram fundadas por homens e profetas cujo fim foi o túmulo. Como Cristãos, podemos nos confortar com o fato de que Deus Se tornou homem, morreu pelos nossos pecados, foi morto e ressuscitou no terceiro dia. O túmulo não podia segurá-lO. Ele vive hoje e se senta à direita do Pai no Céu. A igreja viva tem um Cabeça vivo! Em 1 Coríntios 15, Paulo explica em detalhe a importância da ressurreição de Cristo. Alguns em Corinto não acreditavam na ressurreição dos mortos, e nesse capítulo Paulo lista seis consequências desastrosas se a ressurreição nunca tivesse ocorrido: 1) pregar sobre Cristo seria em vão (v.14); 2) fé em Cristo seria em vão (v.14); 3) todas as testemunhas e pregadores da ressurreição seriam mentirosos (v.15); 4) ninguém poderia ser redimido do pecado (v.17); 5) todos os Cristãos que dormiam teriam perecido (v.18); e 6) Cristãos seriam os mais infelizes de todos os homens (v.19). Mas Cristo realmente ressuscitou dos mortos e é “as primícias dos que dormem” (v.20), assegurando-nos de que vamos segui-lO na ressurreição. A inspirada Palavra de Deus garante a ressurreição do crente na vinda de Cristo para o Seu Corpo (a Igreja) durante o arrebatamento. Tal esperança e segurança são ilustradas em uma grande canção de triunfo que Paulo escreve em 1 Coríntios 15:55: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” Como é que esses versículos se relacionam com a importância da Ressurreição? Paulo responde: “o vosso trabalho não é vão” (v.58). Ele nos lembra que por sabermos que vamos ser ressuscitados a uma nova vida, podemos sofrer perseguição e perigo pela causa de Cristo (v.29-31), assim como Ele o fez, e assim como milhares de mártires por toda a história, que de bom grado trocaram suas vidas terrenas por vida eterna através da ressurreição. A Ressurreição é a vitória triunfante e gloriosa para todo o crente em Jesus Cristo, pois Ele morreu, foi enterrado e ressuscitou no terceiro dia de acordo com as Escrituras. E Ele voltará! Os mortos em Cristo vão ser ressuscitados, e aqueles que permanecem vivos na Sua vinda vão ser transformados e receber corpos novos e glorificados (1 Tessalonicenses 4:13-18). Por que a ressurreição de Cristo é tão importante? Por ter demonstrado que Deus aceitou o sacrifício de Jesus a nosso favor. Ela prova que Deus tem o poder de nos ressuscitar dos mortos. Ela garante que aqueles que acreditam em Cristo não vão permanecer mortos, mas serão ressuscitados à vida eterna. Essa é a nossa abençoada esperança! Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/ressurreicao-Cristo-importante.html#ixzz3dosWB6sU]

CONCLUSÃO

Sem dúvida uma das maiores notícias, e que foi dada por um anjo, foi que Jesus havia ressuscitado (Lc 24.6). Nos dias de Jesus, a crença na ressurreição dos mortos não era consenso. Os fariseus acreditavam nela, mas os saduceus a rejeitavam, e os gregos a ridicularizavam.  Até mesmo os discípulos de Jesus se mostraram incrédulos e lentos em aceitá-la. Quando ressuscitou dos mortos, o Senhor Jesus se apresentou a seus discípulos com provas incontestáveis a fim de que nenhum deles ficasse com dúvida. A ressurreição de Jesus era uma realidade inconteste para a Igreja Apostólica a ponto de se tornar o principal tema de sua pregação. . [O Rev Hernandes Dias Lopes escreve em seu artigo O impacto da ressurreição de Jesus: “A  ressurreição de Cristo é uma das fraudes mais maldosas da história ou então o fato mais extraordinário”. Isto, diz ele em consequencia de que “A ressurreição de Cristo e o Cristianismo permanecem em pé ou caem juntos. Sem a ressurreição de Cristo, o Cristianismo seria uma religião vazia de esperança, um museu de relíquias do passado”. Quando João 19: 30 diz: “está consumado”, que é a expressão grega tételestai, ele quer dizer quer tudo está pago. Isto representa a salvação para o cristão. Tudo foi comprado no calvário. Abrange cada fase de nossas necessidades e dura de eternidade a eternidade. Inclui a libertação do pecado no presente e a apresentação contra as invasões do pecado no futuro (Jd 1: 24-25; Tt 2: 11-13).]. NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.


Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.



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sexta-feira, 19 de junho de 2015

LIÇÃO 12: A MORTE DE JESUS





SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO

A morte de Jesus não foi apenas um episódio de natureza histórica. Na verdade, sua morte estava no desígnio e presciência de Deus (At. 2.23), estabelecido desde a eternidade (I Pe. 1.20; Ap. 13.8). Na aula de hoje destacaremos o significado da morte de Jesus no plano da salvação, destacando inicialmente a abordagem política de Pilatos. Em seguida, destacaremos o significado da morte de Jesus para Simão Cirineu, as mulheres de Jerusalém, e os malfeitores. E ao final, o significado do Pai, que providenciou em Jesus o sacrifício vicário para nossa salvação.

1. A MORTE DE JESUS E A POLÍTICA DE PILATOS

Pilatos foi o governador da Judéia no período de 26 a 36 d. C., e como a maioria dos políticos, tinha a preocupação de manter sua popularidade perante a população. Por causa disso, durante o julgamento de Jesus, mostrou-se escorregadio em relação as suas decisões. Na verdade, a vontade de Pilatos foi esquivar-se da morte de Jesus (Lc. 23.1-5). De igual modo, os políticos não costumam compreender o significado da morte de Jesus. Para alguns deles Jesus é apenas um nome por meio do qual tentar ganhar votos, a fim de satisfazer seus interesses pessoais. O Senhor foi acusado pela religião, que incitou o poder político, a condenar e crucificar Jesus. Ainda hoje essa relação entre religião e estado é extremamente danosa, muitos políticos se aproximam das igrejas evangélicas, com um discurso aparentemente moralista, a fim de ter apoio eleitoreiro. Por outro lado, algumas lideranças se dobram a esses interesses, e se necessário for, fazem concessões ao evangelho, a fim de tirarem proveito dessa relação. Pilatos reconheceu a inocência de Jesus Lc. 23.15), mas em nome da política dos homens preferiu entregá-lo à opinião pública. Há muitos governantes que sabem o que deve ser feito, mas não tomam uma atitude correta, preferem o pragmatismo para não perderem votos. Como geralmente acontece no plano da política dos homens, Pilatos e Herodes lançaram a responsabilidade de um para o outro em relação à morte de Jesus (Lc. 23.6-12). Pilatos, por fim, decidiu lavar as mãos, e entregar Jesus ao povo, incitado pela religiosidade, para satisfazer a multidão (Mc. 15.15).

2. A MORTE DE JESUS, SIMÃO CIRINEU, AS MULHERES E OS MALFEITORES

Os estudiosos não concluíram se Jesus carregou uma cruz ou apenas uma estaca, que seria afixada em uma haste, que comporia a cruz na qual foi pregado (Jo. 19.17). Fato  é que Jesus não foi capaz de seguir adiante, carregando a cruz, por isso Simão foi chamado para ajuda-lo, conforme estava previsto na lei romana (Mt. 5.41). Esse Simão não é o discípulo do Senhor com mesmo nome, na verdade esse prometera ficar ao lado do Senhor, mas O abandonou durante a perseguição. O Simão que partilhou o peso do instrumento de crucificação era um estrangeiro, que havia percorrido mais de 1.200 quilômetros, desde a África para celebrar a Páscoa. Tudo indica que esse Simão se converteu a Cristo, sendo posteriormente identificado como pai de Alexandre e de Rufo (Mc. 15.21). A tragédia da crucificação de Jesus possibilitou que aquele estrangeiro religioso tivesse um encontro pessoal com o Cristo. Essa é uma realidade atestada nos dias atuais, muitas pessoas estão encontrando Jesus, distanciando-se da mera religiosidade, principalmente nas situações adversas. As mulheres que testemunharam aquele episódio também se identificaram com o sofrimento de Jesus. O Evangelho segundo Lucas destaca o papel das mulheres no ministério do Senhor. Mais uma vez, diante da crucificação do Senhor, as mulheres mostraram sensibilidade e afeição pelas dores do Cristo (Lc. 23.27-31). Se fizermos um censo, atestaremos que o número de mulheres que se aproximam de Cristo é sempre maior que o de homens. Elas são mais sensíveis à mensagem da cruz, são mais propícias à aceitação do evangelho do Senhor. Os malfeitores também foram alcançados pela graça maravilhosa desse evangelho. Enquanto que os religiosos pediram a crucificação de Jesus, um dos malfeitores entre os quais Ele foi contado se arrependeu dos seus pecados (Lc. 22.37; Mt. 27.38). Um ladrão percebeu que estava diante de um Rei, e clamou para que fosse lembrando no Reino de Cristo (Lc. 23.35-43). Ainda hoje Jesus atrai para SI aqueles que se encontram nas condições mais deploráveis (Mt. 21.28-32).

3. A MORTE DE JESUS E A VONTADE DO PAI

A morte de Jesus não foi apenas um fato na dimensão horizontal, envolveu uma transação vertical, retratada com maestria por Isaias (Is. 53). Cristo não tinha pecado, mas fez-se necessário que Ele morresse a nossa morte, para a salvação dos nossos pecados. Ele foi feito pecado por nós, por esse motivo as trevas envolveram a cruz (II Co. 5.21). A própria natureza partilhou dos efeitos daquela situação, o clamor de Jesus retomou a declaração do salmista: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Sl. 22.1; Mc. 15.33; Mt. 27.45,46). Ao final Jesus clamou em voz alta: “Está consumado” (Jo. 19.30), pois na cruz Ele cumpriu o propósito divino da salvação (Jo. 17.4). Por isso quando Ele entregou o espírito ao Pai, como um ato voluntário, o véu do templo se rasgou de alto a baixo (Mc. 15.38). De modo que, a partir de então, temos livre acesso à presença de Deus (Hb. 4.6), e pela fé podemos nos achegar, e chamá-LO de Pai (Gl. 4.6). Lucas registra ainda que: 1) o centurião reconheceu que Jesus era o Filho de Deus (Lc. 23.47); 2) os expectadores deixaram o recinto, pois queriam ver apenas o show (Lc. 18.3); e 3) as mulheres permaneceram no local, partilhando a dor do Senhor (Lc. 24.22). Diante dessas reações, a pergunta crucial parece ser: como as pessoas reagem diante da morte de Jesus? Esse é o critério a respeito do qual é possível determinar a ortodoxia ou heterodoxia de uma crença. Se Jesus foi apenas um grande iniciador religioso, se a Sua morte não teve significado espiritual, então é vã a nossa fé. Mas pelo testemunho do evangelho temos a convicção que a morte de Jesus não foi um episódio casual, naquele ato Deus estava reconciliando os pecadores, isso porque Aquele que não conheceu pecado se fez pecado por nós (II Co. 5.21).

CONCLUSÃO

Por que Cristo morreu? Essa pergunta tem sido feita ao longo da história do pensamento teológico, e muitos pensadores querem trazer uma resposta razoável. A fundamentação bíblica destaca a caráter vicário e expiatório da morte de Jesus. A Sua morte foi o sacrifício perfeito pelos nossos pecados (Cl. 1.22;I Pe. 1.19). De modo que somos salvos não pelas nossas obras, mas pelo sacrifício de Jesus na cruz do calvário (Ef. 2.8,9), por meio do qual fomos reconciliados com Deus (II Co. 5.5).

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa


COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Os momentos que antecederam à prisão e julgamento de Jesus foram extremamente difíceis e penosos para Ele e seus seguidores. As autoridades judaicas já haviam decidido, em concílio, pela sua morte, e esperavam apenas o momento oportuno para isso. Não intentavam realizar o ato durante a Páscoa, para não causar tumulto. Nesse momento surge Judas Iscariotes, um dos doze discípulos, com a proposta de entregar Jesus a esses líderes. E foi o que ele fez. Preso, Jesus logo é submetido a um julgamento que o condenou e o entregou para ser crucificado! Pregado na cruz, Jesus, o homem perfeito, sentiu as dores dos cravos e o peso do pecado da humanidade. [A morte de Jesus é ponto central da fé cristã e precisa ser compreendida. Ela foi voluntária, de inteira vontade do Pai (Mt 26.36-39). Quando nosso Senhor terminou de comer a Páscoa e celebrar a ceia com seus discípulos, foi com eles ao Monte das Oliveiras, e entrou no jardim do Getsêmani, afastando-Se dos discípulos e ficando apenas com Pedro e os dois filhos de Zebedeu a Seu lado, foi orar. Quando Ele ficou sozinho, mais tarde, "adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando..." (Mt 26.39). Em profunda angústia, ele pedia: "..Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres" (v. 39). Jesus não recebeu resposta. O Pai ficou em silêncio. O aparente silêncio de Deus diante da oração de Jesus no Jardim foi uma clara resposta a essa oração. A oração de Jesus não foi para que Sua vida fosse poupada na cruz do Calvário. A oração de Jesus foi ter sua vida poupada para que não morresse ali no Jardim do Getsêmani. Ele estava destinado a morrer na cruz do Calvário para tirar os pecados do mundo. De Sua agonia de pavor, enquanto contemplava as implicações da sua morte, Jesus emergiu com confiança serena e resoluta. Assim, quando Pedro sacou da espada numa tentativa frenética de impedir a prisão, Jesus pôde dizer: “Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?” (Jo 18.11). Visto que João não registrou as orações agonizantes de Jesus pedindo a remoção do cálice, esta referencia a Ele é ainda mais importante. Jesus sabe que o que o cálice não lhe será tirado. O Pai lho deu. Ele o beberá Stott, John R. W. A Cruz de Cristo. Ed. Vida, São Paulo, SP, 9ª impressão 2002: p. 67. Assim como num jardim a auto-complacência de Adão nos arruinou, também em outro jardim as agonias do segundo Adão deveria nos restaurar.]. Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?

1. AS ÚLTIMAS ADVERTÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES

1. Aflição interior. Sabendo que era chegada a sua hora, Jesus trata de dar as últimas advertências e recomendações aos seus discípulos. Todos os evangelistas registram a advertência que Jesus fez a Pedro (Mt 26.31-35; Mc 14.27-31; Lc 22.31-34; Jo 13.36-38). Faltava pouco para o Mestre ser preso, e tanto Ele quanto seus discípulos iriam passar por um conflito interior sem precedentes. Daí a necessidade de estarem preparados espiritualmente para esse momento (Mt 26.41). Pedro é avisado de que Satanás o queria peneirar (Lc 22.31-34). No Monte das Oliveiras, pouco antes de sua prisão, Ele advertiu a todos sobre a necessidade da oração para suportar as provações que se avizinhavam (Lc 22.39-46). Podemos falhar e muitas vezes falhamos, entretanto, não é por falta de aviso. [No jardim do Getsêmani, pouco distante de Jerusalém, Jesus sabia exatamente o que estava vindo e começou a orar. Seu coração quase não podia suportar tamanho peso: “A minha alma está cheia de tristeza até a morte” (Mateus 26.38). Então, a multidão apareceu com espadas e porretes. Judas beijou Jesus, e o prenderam. Meditando na cena da agonia no Getsêmani, somos obrigados a dar-nos conta que nosso Salvador suportou ai uma tristeza desconhecida em qualquer outra etapa de Sua vida, portanto, vamos começar nosso discurso fazendo a seguinte pergunta: QUAL ERA A CAUSA DESSA TRISTEZA ESPECIAL DO GETSÊMANI? Nosso Senhor era “varão de dores e experimentado no sofrimento” ao longo de toda Sua vida, no entanto, ainda que soe paradoxo, penso que dificilmente existiu sobre a face da terra um homem mais feliz que Jesus de Nazaré, pois as dores que Ele teve que suportar foram compensadas pela paz da pureza, a calma da comunhão com Deus, e a alegria da benevolência. Todo homem bom sabe que a benevolência é doce e seu nível de doçura aumenta em proporção a dor suportada voluntariamente quando se cumprem seus amáveis desígnios. Fazer o bem sempre produz alegria. Mais ainda, Jesus tinha uma perfeita paz com Deus todo o tempo; sabemos que isso era assim porque Ele considerava essa paz como uma herança especial que Ele podia deixar a seus discípulos, e antes de morrer disse-lhes: “A paz os deixo, a minha paz os dou.” Ele era manso e humilde de coração, e, portanto sua alma possuía o descanso; Ele era um dos mansos que herdam a terra; um dos pacificadores que são e que devem ser abençoados. Estou certo que não me equivoco quando afirmou que nosso Senhor estava longe de ser um homem infeliz. Porem, no Getsêmani, tudo parece ter mudado. Sua paz o abandonou, Sua calma se converteu em tempestade. Depois da ceia, nosso Senhor tinha cantado um hino, porem no Getsêmani não havia cantos. Descendo pela encosta que levava de Jerusalém a torrente do Cedrom, Ele falava com muita vivacidade, dizendo: “eu sou a videira, vós os ramos,” e essa maravilhosa oração com que orou com Seus discípulos depois desse sermão, está repleta de majestade: “Pai, aqueles que me tens dado, quero que onde eu esteja, também eles estejam comigo.” É uma oração muito diferente dessa oração dentro dos muros do Getsêmani, onde clama: “ Pai, se possível, passe de mim esse cálice.” Observem que dificilmente ao largo de toda sua vida o observam com uma expressão de angustia, e no entanto, aqui Ele fala, não só mediante suspiros e suor de sangue, mas também por meio das seguintes palavras: “Minha alma está muito triste, até a morte.” No jardim, o homem que sofria não podia ocultar sua angustia, e dá a impressão que não queria fazê-lo. A Agonia no Getsêmani, Sermão pregado no Domingo, 18 de Outubro de 1874, por Charles Haddon Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres http://www.projetospurgeon.com.br/2012/03/a-agonia-no-getsemani/]

2. Aflição exterior. O texto de Lucas 22.35-38 tem chamado a atenção dos estudiosos da Bíblia. Estaria Jesus aqui pregando a luta armada? Não! Isso pelo simples fato de que o uso da força como parte do seu Reino é frontalmente contrário aos seus ensinos (Mt 5.9, 22.38-47). Jesus cita a profecia de Isaías 53.12 como se cumprindo naquele momento, e os discípulos, solidários com a sua missão, sofreriam as suas consequências. Assim como o seu Mestre, eles também seriam afligidos exteriormente com as consequências da prisão. Deveriam, portanto, estar preparados para aquele momento. Jesus seria contado com os malfeitores e seus discípulos seriam identificados da mesma forma (Mc 14.69). [As condições mudarão após a crucificação, e eles devem estar preparados para encontrar ódio e perseguição. Jesus não sugere que seus seguidores devem usar a força ao divulgarem o evangelho, mas que eles precisariam de vigilância perpétua, usando todos os recursos ao seu alcance.]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"As palavras finais de Jesus aos discípulos no cenáculo os fazem lembrar de dificuldades à frente (Lc 22.35-38). Anteriormente, Ele os tinha enviado de mãos vazias para pregar o evangelho (Lc 9.1-6; 1.3,4). Eles fizeram uma viagem curta e levaram consigo providências limitadas, mas suas necessidades tinham sido providas. Nos dias tranquilos da missão galileia, eles tinham confiado na hospitalidade das pessoas. Agora os tempos mudaram, e eles enfrentarão dificuldades como nunca antes. Logo, Jesus será executado como criminoso, e os discípulos serão vistos como comparsas no crime. Deus ainda estará com os discípulos, mas daqui em diante eles têm de tomar providências e buscar proteção para a viagem. Eles terão de se defender contra os inimigos do evangelho, contra Satanás e contra as forças das trevas. Eles devem obter uma espada. [ ]
Alguns tomam a palavra 'espada' literalmente, significando que os discípulos devem comprar espadas para usar em conflito físico. Mais tarde, alguns estarão preparados para defender Jesus com espadas, mas Ele detém essa tentativa antes de qualquer coisa (vv. 49-51). O que Jesus realmente quer é que os discípulos provejam as próprias necessidades e se protejam sem derramar sangue. Eles se encontrarão cada vez mais lançados numa luta espiritual e cósmica. A compra de espadas serve para lembrá-los daquela batalha iminente. Empreender esse tipo de guerra requer armas especiais, inclusive 'a espada do Espírito, que é a palavra de Deus' (Ef 6.11-18).
Os discípulos parecem não entender (Lc 22.38). Eles informam que têm duas espadas. Jesus diz: 'Basta', provavelmente com a intenção de repreensão irônica por pensarem assim. Eles encetarão uma guerra cósmica; os recursos humanos nunca são suficientes para esse tipo de luta" (ARRINGTON, French L. Lucas. In ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, pp.463-64). [ ]


2. JESUS É TRAÍDO E PRESO

1. A ambição. A traição de Jesus é um dos relatos mais dramáticos e tristes que o Novo Testamento registra. Jesus foi traído por alguém que compartilhava da sua intimidade (Sl 41.9). Judas, conforme relata Lucas, foi escolhido pelo próprio Cristo para ser um dos seus apóstolos (Lc 6.16).
O que levou, portanto, Judas a agir dessa forma? Os textos paralelos sobre o relato da traição mostram que Judas era avarento, amava o dinheiro e a ambição o levou a entregar o Senhor (Jo 12.4-6). [Embora não possamos ter certeza absoluta do motivo pelo qual Judas traiu a Jesus, algumas coisas são certas. Primeiro, temos que reconhecer que, embora Judas tenha sido escolhido de forma consciente para ser um dos doze (João 6:64), as Escrituras apontam ao fato de que ele nunca realmente acreditou que Jesus era Deus, e ele provavelmente nunca tinha sido convencido de que Jesus era o Messias. Ao contrário dos outros discípulos que chamaram Jesus de "Senhor" (que é de grande importância em várias formas), Judas nunca utilizou este título para Jesus e ao invés o chamou de "Rabi"; isso afirmava apenas que ele via Jesus como nada mais do que um professor. Enquanto outros discípulos várias vezes fizeram grandes profissões de fé e de lealdade (João 6:68, 11:16), Judas não só nunca fez isso, mas permaneceu bastante silencioso em todas as narrativas bíblicas. Esta falta de fé em Jesus é o alicerce para todas as outras considerações abaixo. O mesmo vale para nós. Se não reconhecermos Jesus como Deus encarnado e, portanto, a uma única pessoa que pode oferecer salvação eterna e perdão pelos nossos pecados, então seremos sujeitos a vários outros problemas que resultam de uma visão errada da Deus. Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/Judas-trair-Jesus.html#ixzz3dBPhh8vC]

2. A negociação. Há muito, os líderes religiosos procuravam uma oportunidade para matar Jesus, mas além de não encontrá-la, eles ainda temiam o povo (Mt 26.3-5; Lc 22.2). Lucas mostra que o Diabo entra em cena para afastar esse obstáculo (Lc 22.3-6). O terceiro Evangelho já havia mostrado, por ocasião da tentação, que o Diabo tinha se apartado de Jesus até o momento oportuno (Lc 4.13). Sabendo que Judas estava dominado pela ambição, Satanás incita-o a procurar os líderes religiosos para vender Jesus (Lc 22.2-6). O preço foi acertado em 30 moedas de prata (Mt 26.15). Quando o responsabiliza por seu ato, a Escritura mostra que Judas não estava predestinado a ser o traidor de Jesus (Mc 14.21). Ele o fez porque não vigiou (Lc 6.13; 22.40). Quem não vigia termina vendendo ou negociando a sua fé. [Judas foi consumido por ganância, a ponto de trair a confiança não só de Jesus, mas também dos outros discípulos, como vemos em João 12:5-6. Judas talvez teve o desejo de seguir a Jesus simplesmente porque ele viu que pessoas importantes também estavam seguindo a Jesus; ou talvez ele tenha acreditado que poderia tirar proveito das coletas para o grupo. O fato de Judas ter sido o encarregado da bolsa de dinheiro aparenta indicar o seu interesse e experiência com dinheiro (João 13:29). Judas, como a maioria das pessoas naquela época, acreditava que o Messias iria acabar com a ocupação romana e assumir uma posição de poder para reinar sobre a nação de Israel. Talvez Judas seguiu a Jesus com a intenção de tirar vantagem da sua associação com ele como o novo poder político. Não há qualquer dúvida de que ele esperava fazer parte da elite dominante quando isso viesse a se realizar. Ao chegar o momento da traição de Judas, Jesus já tinha deixado claro que ele
planejava morrer e não iniciar uma rebelião contra Roma. Por isso Judas pôde ter assumido, tal como fizeram os fariseus, que uma vez que ele não iria acabar com a ocupação romana, ele provavelmente não era o Messias que estavam esperando. Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/Judas-trair-Jesus.html#ixzz3dBQ4czVQ]

3. JULGAMENTO E CONDENAÇÃO DE JESUS

1. Na esfera religiosa. Os conflitos entre Jesus e os líderes religiosos de Israel começaram muito cedo (Mc 3.6). As libertações, as curas e autoridade com que transmitia a Palavra de Deus fez com que as multidões passassem a seguir a Jesus (Lc 5.1). Essa popularidade entre as massas provocou inveja e ciúme dos líderes religiosos que perdiam espaço a cada dia (Jo 12.19). Para esses líderes, alguma coisa deveria ser feita e com esse intuito reuniram o Sinédrio. A decisão foi pela morte de Jesus (Jo 11.47-57). O passo seguinte foi fazer um processo formal contra Jesus, onde Ele seria falsamente acusado de ser um sedicioso que fizera Israel se desviar.  [Houve seis partes dos julgamentos de Jesus: três estágios em um tribunal religioso e três estágios perante um tribunal romano. Jesus foi julgado diante de Anás, o antigo sumo sacerdote; Caifás, o atual sumo sacerdote, e o Sinédrio. Nestes julgamentos "eclesiásticos", Ele foi acusado de blasfêmia por ter alegado ser o Filho de Deus, o Messias. Os julgamentos diante das autoridades judaicas, ou seja, os julgamentos religiosos, mostraram em que grau os líderes judeus o odiavam porque descuidadamente desconsideraram muitas de suas próprias leis. De acordo com a própria lei judaica, houve várias ilegalidades envolvidas nestes julgamentos: (1) Nenhum julgamento era para ser realizado durante o tempo de festa, e Jesus foi julgado durante a Páscoa. (2) Cada membro do tribunal era para votar individualmente para condenar ou absolver, mas Jesus foi condenado por aclamação. (3) Se a pena de morte fosse dada, era necessário que pelo menos uma noite se passasse antes da sentença ser executada, porém, apenas algumas horas se passaram antes de Jesus ser crucificado. (4) Os judeus não tinham autoridade para executar ninguém, mas mesmo assim projetaram a execução de Jesus. (5) Nenhum julgamento era para ser realizado à noite, mas este julgamento foi realizado antes do amanhecer. (6) O acusado era para receber conselho ou representação, mas Jesus não teve nada. (7) Não deviam ter feito perguntas auto-incriminatórias a Jesus, mas Ele foi perguntado se era o Cristo. Os julgamentos perante as autoridades romanas começaram com Pilatos (João 18:23) depois de Jesus ser espancado. As acusações apresentadas contra Ele eram muito diferentes das acusações nos julgamentos religiosos. Ele foi acusado de incitar as pessoas à revolta, proibindo o povo a pagar os seus impostos, e afirmando ser rei. Pilatos não encontrou nenhuma razão para matar Jesus, por isso o enviou a Herodes (Lucas 23:7). Herodes permitiu a ridicularização de Jesus, mas, querendo evitar a responsabilidade política, enviou-o de volta a Pilatos (Lucas 23:11-12). Este foi o último julgamento, enquanto Pilatos tentava apaziguar a animosidade dos judeus ao ter Jesus flagelado. O flagelo romano é uma terrível surra, possivelmente de 39 chicotadas. Em um esforço final para liberar Jesus, Pilatos ofereceu que o prisioneiro Barrabás fosse crucificado e Jesus liberado, mas sem sucesso. As multidões pediram que Barrabás fosse solto e Jesus fosse crucificado. Pilatos atendeu ao seu pedido e entregou Jesus à vontade do povo (Lucas 23:25). Os julgamentos de Jesus representam o escárnio supremo da justiça. Jesus, o homem mais inocente na história do mundo, foi considerado culpado de crimes e condenado à morte por crucificação. Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/julgamentos-Jesus.html#ixzz3dBR2taxX]

2. Na esfera política. Para os líderes religiosos, Jesus era um herege, acusado de ter blasfemado, e que deveria ser tirado de cena a qualquer custo, mesmo que fosse a morte. Todavia, Israel nos dias de Jesus estava sob a dominação romana e os líderes judeus não poderiam conquistar o seu intento sem a aprovação do Império (Jo 18.31). Lucas deixa claro que a acusação dos líderes judeus feita a Jesus era tríplice: desviar a nação; proibir os judeus de pagarem impostos a Roma e afirmar que Ele, e não César, era rei (Lc 23.2,5,14). Em outras palavras, Jesus foi acusado de sedição. Desviar os judeus de sua fé não era crime para Roma, mas a sedição, fazer o povo se levantar contra o império, era! Jesus, portanto, estaria levando os seus discípulos a uma revolta política. Os romanos não toleravam nenhuma forma de levante contra o Estado e estipulavam para esse tipo de crime a pena capital. [A tarefa de Pilatos, como governador romano, era a de exercer justiça. Mesmo nos territórios de ocupação romana esperava-se que a justiça prevalecesse. O processo judicial romano reconhecia o direito de ficar em silêncio e a inocência do acusado até que se provasse o contrário. Antigos registros daquela época, transcritos de processos civis romanos, demonstram uma semelhança impressionante com o processo judicial nas cortes de justiça atuais: a presença dos advogados, a apresentação das provas documentais e testemunhais, bem como a formulação de elaborados argumentos legais. Pilatos, porém, desconsiderou todas as salvaguardas, ao permitir – e até mesmo ordenar – a execução de um homem que ele mesmo já tinha declarado inocente de qualquer crime passível de morte (Lc 23.14-15,22). A última interrogação de Pilatos a Jesus registrada nos Evangelhos, pergunta essa que deve ter sido feita num tom de frustração e arrogância ultrajante, foi a seguinte: “Não sabes que tenho autoridade [poder] para te soltar e autoridade para te crucificar?” (Jo 19.10). Mas a resposta de Jesus a Pilatos deve ter penetrado até a medula, quando ele lembrou ao governador romano que Deus é o Outorgante Supremo da autoridade (v. 11). A partir de então, Pilatos redobrou seus esforços para evitar que o fiasco legal e político se desenrolasse na sua presença, mas tudo foi em vão (v. 12). http://www.beth-shalom.tv.br/artigos/jesus_pilatos.html. Então eles entregaram Jesus ao governador romano, Pilatos, ainda no começo da sexta-feira. Depois do interrogatório, Pilatos o enviou ao Rei Herodes, que estava na cidade e esperou ver Jesus fazer um milagre. Herodes e seus soldados trataram Jesus com desrespeito, colocaram-lhe uma veste real para ultrajá-lo, e o enviaram de volta para Pilatos.

De acordo com um estranho costume, Pilatos ofereceu libertar um prisioneiro e dar à multidão a escolha entre Jesus e Barrabás, um notório terrorista que “tinha num motim cometido uma morte” (Marcos 15.7). A multidão escolheu Barrabás e gritou para que Jesus fosse crucificado. Eles fizeram-no ser uma ameaça ao império, que reivindicava ser um rei. “Se soltas este, não és amigo de César; qualquer que se faz rei é contra César” (João 19.12). Pilatos estava na parede. Deveria matar um homem inocente ou arriscar a aparência de sedição?

Pilatos tomou sua decisão. Lavou suas mãos, numa tentativa inútil de remover sua culpa por ter libertado Barrabás e entregue Jesus aos soldados. “Estou inocente do sangue deste justo. Considerai isso.”, ele disse (Mateus 27.24). O aconteceu nas horas seguintes está além de descrição ou ilustração. Os meros fatos não contam a história inteira. Porém, eles são cruciais.

Jesus foi oprimido. A palavra não é capaz de transmitir a realidade da tortura.

Açoitamento era uma preliminar legal a toda execução romana, e somente mulheres, senadores e soldados (exceto em caso de deserção) eram excluídos. O instrumento usual era um chicote curto (flagrum ou flagellum), de diversas formas, apenas uma ou muitas tiras de couro, de tamanhos diferentes, com esferas de metal ou garras feitas com ossos bovinos amarrados nelas. Para o castigo, o homem tinha suas roupas rasgadas e suas mãos eram amarradas. As costas, quadris e pernas eram chicoteados por dois soldados ou um, em diversas posições. Não se sabe se o número de açoites foi limitado a 39, de acordo com a lei judaica [1].

Depois da tortura, o batalhão inteiro de soldados se reuniu ao redor deste homem fraco e sangrando, e colocaram uma capa escarlate nele. Pressionado pelo peso da túnica sobre seus ombros dilacerados, Jesus recebeu uma cana em sua mão direita e ajoelharam-se diante dele, zombando “Salve, Rei dos Judeus”. Os soldados bateram nele com suas próprias mãos. Eles cuspiram nele. Fizeram uma coroa cheia de espinhos – provavelmente não aqueles que vemos em rosas, mas um tipo mais longo, parecido com lâminas. Então, eles não apenas colocaram a coroa, mas bateram em sua cabeça – cravando os espinhos em seu crânio (Marcos 15.17-19). http://www.monergismo.com/textos/cristologia/piper_momentos_sublimes.htm]
  
IV. CRUCIFICAÇÃO E A MORTE DE JESUS

1. O método. A pena capital imposta pelo Império Romano aos condenados se dava através da crucificação. Os pesquisadores são unânimes em afirmar que essa era a mais cruel e dolorosa forma de execução! Josefo, historiador judeu, informa que antes da execução, os condenados eram açoitados e submetidos a todo tipo de tortura e depois crucificados do lado oposto dos muros da cidade. Cícero, historiador romano, ao se referir à crucificação, afirmou que não havia palavra para descrever ato tão horrendo. A mensagem do Império Romano era clara - isso aconteceria com quem se levanta contra o Estado. Jesus, portanto, sofreu os horrores da cruz. De acordo com os Evangelhos, Ele foi açoitado, escarnecido, ridicularizado, blasfemado, torturado, forçado a levar a cruz e por fim crucificado (Jo 19.1-28). [Eles o levaram para uma montanha chamada Gólgota (latim: Calvário), fora da cidade, e o pregaram numa cruz. Martin Hengel escreveu um estudo histórico-científico sobre a crucificação no mundo antigo. Ele cita Lucius Seneca, em meados do primeiro século, que escreveu sobre uma variedade de crucificações: “Eu vejo cruzes, não apenas de um tipo, mas feitas de diferentes maneiras; algumas têm suas vítimas de ponta-cabeça, algumas empalam as suas partes íntimas; outros têm seus braços quebrados no madeiro” [2]. Hengel cita outra fonte antiga (Pseudo-Manetho) sobre o método de crucificação: “Punidos com os braços estendidos, eles viam a estaca como seu destino; eles eram fixados e pregados no mais doloroso tormento, uma comida maligna para aves de rapina e cães” [3]. Em suma, Hengel diz que “era uma sensação terrivelmente ofensiva, ‘obscena' no sentido original da palavra” [4]. E entre os judeus, a maldição divina era adicionada ao escândalo humano, porque na lei judaica, o Torá, diz-se: “porquanto o pendurado [num madeiro] é maldito de Deus” (Deuteronômio 21.23). “E era a hora terceira, e o crucificaram” (Marcos 15.25). Isto quer dizer 9 horas da manhã. Pilatos ordenou uma placa sobre sua cabeça: “Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus” (João 19.19). Transeuntes o ridicularizavam: “Tu, que destróis o templo, e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo. Se és Filho de Deus, desce da cruz” (Mateus 27.40). Os soldados o humilharam. Os príncipes dos sacerdotes com os escribas e anciãos uniram-se ao coro: “Salvou os outros, e a si mesmo não pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz, e crê-lo-emos” (Mateus 27.42). E mesmo os criminosos que estavam crucificados com ele, insultavam-no. Jesus bebeu o cálice de sofrimentos variados, e rejeitou qualquer anestésico contra a dor. “Deram-lhe a beber vinagre misturado com fel; mas ele, provando-o, não quis beber” (Mateus 27.34). Por volta do meio-dia, próximo ao fim, ele gritou “Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27.46). Surpreendentemente, estas aparentes palavras sem esperança são as exatas palavras no início do Salmo 22, do Antigo Testamento, que então termina como um Salmo de grande esperança. O salmista, que parece começar em desespero, finalmente exulta em Deus e diz: “Então declararei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação” (v.22). A igreja primitiva não perdeu a conexão entre as palavras agonizantes de Jesus e a esperança final deste salmo. Eles aplicaram estas próprias palavras de triunfo à Cristo, depois de sua ressurreição (Hebreus 2.12). Sim, havia um tipo de abandono da parte de Deus na cruz, mas o abandono não foi total. Depois de três horas na cruz, Jesus morreu. Seus discípulos viram um espantoso e transformador momento de diferentes ângulos e os sumarizaram de diferentes formas. Mateus diz: “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito” (Mateus 27.50). João escreve: “E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (João 19.30). Lucas, que não estava lá, mas que pôde ter conseguido esta informação com a mãe de Jesus, escreve: “E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou” (Lucas 23.46). Para ter certeza de que ele estava morto, um soldado romano “lhe furou o lado com uma lança” (João 19.34). Ele foi retirado da cruz por sua família e amigos, e colocado em um túmulo comprado, numa caverna. Pilatos deu ordem para que o túmulo fosse selado e guardado. Uma grande pedra foi usada para fechar a entrada da tumba e soldados ficaram de guarda. Lá, o corpo repousou até o começo da manhã de domingo. http://www.monergismo.com/textos/cristologia/piper_momentos_sublimes.htm]

2. O significado. Para muitos críticos, Jesus não passou de um mártir como foram tantos outros líderes judeus que viveram antes dEle. Todavia, a teologia lucana depõe contra essa ideia. O que se espera da morte de um mártir não pode ser encontrado na narrativa da morte de Jesus. Para Lucas, Jesus morreu vicariamente pela humanidade. A relação que Lucas faz do relato da paixão com a narrativa do Servo Sofredor de Isaías 53 mostra isso. O Servo sofredor, Jesus, justifica a muitos. O caráter universal da salvação presente em Isaías 53 aparece também em Lucas. Jesus, portanto, é o Servo Sofredor que se humilha até à morte de cruz, mas é exaltado e glorificado por Deus pela obra que realizou. [A morte física de Jesus aconteceu “segundo as Escrituras” (1 Co 15.3). Ela já estava prevista no Antigo Testamento. Salmos 22 e Isaías 53 descrevem os pormenores dessa morte. Jesus afirmou que a Lei de Moisés e os Profetas se convergem nEle, sendo sua paixão e morte o cumprimento das Escrituras Sagradas (Lc 24.26, 27; 44-46). Os quatro Evangelhos apontam essa morte como cumprimento dos profetas (Mt 27.35; Mc 15.24; Lc 23.34; Jo 19.24,36,37). O sacrifício de Jesus é a conclusão dos ensinamentos do Antigo Testamento. Até a natureza foi afetada com a morte do Filho de Deus. O Sol negou a sua luz em pleno dia. Houve trevas em toda a Terra desde o meio-dia até às três horas da tarde. Isso aconteceu em todo o planeta e não foi um eclipse solar; tratava-se de uma escuridão sobrenatural. Quando Jesus morreu, o véu do templo se rasgou em duas partes, de alto a baixo. O “véu do templo” era a cortina que separava o lugar Santo do lugar Santíssimo, onde somente o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, no dia da expiação (Êx 26.33; 30.10; Lv 16.15). O véu rasgado revela que a morte de Jesus abriu a todos os seres humanos o caminho para Deus (Hb 6.19,20; 10.19,20). O significado espiritual desse acontecimento se afirma claramente em Hebreus 9.1-14; 10.19-22. Lucas foi o único escritor que registrou as últimas palavras de Jesus citadas antes de entregar o espírito ao Pai. O relato de Lucas mostra de maneira inconfundível que Jesus entregou-se por nós. Ele deu sua vida pelos pecadores, como havia prometido. A minha vida, disse, “ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou” (Jo 10.18). Jesus entregou o espírito com “grande brado” (Mc 15.37) ou com “grande voz” (Lc 23.46; Mt 27.50). O termo “está consumado” (Jo 19.30), tanto em grego como em aramaico, é uma só palavra. O brado de Jesus na cruz, declarando haver concluído a obra da redenção e entregando ao Pai o espírito, indica triunfo. Ele foi crucificado, mas vitorioso, cumpriu a sua missão gloriosamente. A morte de Jesus foi um acontecimento ímpar. O centurião reconheceu haver crucificado um homem justo, e a multidão “voltava batendo nos peitos” (v.48) como gesto de aturdimento. Estavam ali participando de um espetáculo de zombaria, mas de repente, as palavras de Jesus e os miraculosos sinais da natureza, que acompanharam a morte de nosso Senhor na cruz, despertaram as consciências daquelas pessoas, levando-as a uma profunda lamentação por aquele crime sem precedentes na História. Era uma manifestação coletiva de culpa e vergonha; a reação foi um preparativo para o povo receber a mensagem de Pedro no dia de Pentecostes (At 2.23). Historiadores judeus e romanos atestaram o sacrifício de Jesus. O fato foi registrado por Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século da Era Cristã. A literatura judaica antiga também menciona a morte de Jesus. A morte vicária de Jesus proporciona ao crente reconciliação com Deus. Jesus é a única provisão de Deus para a salvação do homem. O termo “vicário” significa “o que faz as vezes de outro; substituto”. A morte vicária significa morte substitutiva, pois Jesus morreu, derramando o seu sangue, em nosso lugar. Os apóstolos entenderam o significado teológico da morte de Jesus. O apóstolo Paulo ensinava que Cristo morreu em nosso lugar (1 Co 15.3; Cl 2.20), e, que Deus propôs o sangue de seu Filho como propiciação pelos nossos pecados (Rm 3.25). Esse era também o ensino dos demais apóstolos (1 Pe 3.18; 1 Jo 2.1,2). O Antigo Testamento anunciava a vinda de Jesus, sua paixão e morte, apresentando também a importância do sangue, no sacrifício do Calvário: “... é o sangue que fará expiação pela alma” (Lv 17.11). Isso é confirmado no Novo Testamento: “... sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22). Expiação significa “remir a culpa”, e, por extensão, “reconciliação”. É a restauração de uma relação quebrada. Na cruz fomos reconciliados com Deus (2 Co 5.19; Ef 2.11-19). A Bíblia ensina que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23) e que o homem é incapaz de salvar-se (Is 64.6; Ef 2.8,9) e de ir para o céu pela sua própria força, justiça e bondade. Deus proveu a salvação de maneira que a paz e a justiça se encontrassem (Sl 85.10). O
sacrifício de Jesus satisfez toda a justiça da Lei e dos profetas. Os muçulmanos negam terminantemente a morte de Jesus. O Corão ensina que Jesus não morreu. Essa é a mais grotesca negação do cristianismo. Rechaçar a História, afirmando que Jesus não morreu, é um disparate. A confirmação bíblica e histórica da morte de Jesus é fato incontestável. A verdade é que a cruz de Cristo sempre foi escândalo para os que perecem (1 Co 1.23).]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"A figura de um cordeiro ou cabrito sacrificado como parte do drama da salvação e da redenção remonta à Páscoa (Êx 12.1-13). Deus veria o sangue aspergido e 'passaria por cima' daqueles que eram protegidos por sua marca. Quando o crente do Antigo Testamento colocava as suas mãos no sacrifício, o significado era muito mais que identificação (isto é: 'Meu sacrifício'). Era um substituto sacrificial (isto é: 'Sacrifico isto em meu lugar').
Embora não se deva forçar demais as comparações, a figura é claramente transferida a Cristo no Novo Testamento. João Batista apresentou-o, anunciando: 'Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo' (Jo 1.29). Em Atos 8, Filipe aplica às boas novas a respeito de Jesus a profecia de Isaías que diz que o Servo seria levado como um cordeiro ao matadouro (Is 53.7). Paulo se refere a Cristo como 'nossa páscoa' (1 Co 5.7). Pedro afirma que fomos redimidos 'com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado' (1 Pe 1.19)" (HORTON, Stanley (Ed). Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p.352).

CONCLUSÃO

É um fato histórico que Jesus foi condenado pelos líderes religiosos e executado pelas leis romanas. Todavia, devemos lembrar de que a causa primeira que levou Jesus de fato à cruz foram os nossos pecados  (Is 53.5). O apóstolo Paulo também destaca esse fato: "Àquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus" (2 Co 5.21). A cruz resolveu o problema do pecado, e todos nós finalmente pudemos desfrutar a paz com Deus (Rm 5.1). Deus seja louvado. [Jesus morreu por toda a humanidade, a fim de expiar, diante de Deus, todos os nossos pecados. O nascimento, a morte e a ressurreição de Jesus foram os acontecimentos mais importantes da história da humanidade. Então, curvemo-nos diante da cruz para recebermos o perdão de Cristo e adoremos aquEle que morreu e ressuscitou para dar-nos a vida eterna. “Você é Especial (Rm 8.39) Desejamos saber até onde o amor de Deus resistirá... Não apenas no domingo de Santa Ceia, quando estamos com os sapatos brilhando e os cabelos arrumados... Não quando estou animado e confiante, e pronto para resolver o problema da fome no mundo. Não. Sei como Ele se sente a meu respeito nestes momentos. Até eu gosto de mim nestas horas. Quero saber o que Ele sente por mim quando disparo contra qualquer coisa que se move, quando os meus pensamentos estão ao nível da sarjeta, quando minha língua está afiada o suficiente para fatiar uma rocha. Como Ele se sente a meu respeito então?... Pode alguma coisa separar-nos do amor que Cristo tem por nós? Deus respondeu nossa pergunta antes que a formulássemos. Para que enxergássemos a sua resposta, Ele iluminou o céu com uma estrela. Para que a ouvíssemos, Ele encheu a noite com um coral; e para que crêssemos nela, Ele fez que o homem algum jamais sonhara. Ele se fez carne e habitou entre nós, morreu e ressuscitou ao terceiro dia”. (LUCADO, M. Graça para o momento. RJ: CPAD, 2004, p.27.)] NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.


Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.