LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 20.12; Ef
6.1-3; Mc 7.10-13
Êxodo 20:12
Honra a teu pai e a
tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus,
te dá.
Efésios 6.1-3
1 Vós, filhos, sede
obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
2 Honra a teu pai e
a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa,
3 para que te vá
bem, e vivas muito tempo sobre a terra.
Marcos 7.10-13
10 Porque Moisés
disse: Honra a teu pai e a tua mãe e: Quem maldisser ou o pai ou a mãe deve ser
punido com a morte.
11 Porém vós dizeis:
Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é
Corbã, isto é, oferta ao Senhor,
12 nada mais lhe
deixais fazer por seu pai ou por sua mãe,
13 invalidando,
assim, a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas
coisas fazeis semelhantes a estas.
OBJETIVO GERAL
Estimular
um profundo respeito aos pais e às mães, não somente de palavras, mas de obras,
de amor e carinho.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
I. Mostrar que
“honrar pai e mãe” é o primeiro mandamento do Decálogo que se refere ao
relacionamento com o próximo.
II. Destacar que,
na família, os pais representam a Deus.
III. Apontar que, segundo as Escrituras, os filhos devem aos
pais o respeito, a atenção e a devida obediência.
IV. Conscientizar os alunos de que os filhos têm responsabilidades econômicas com os pais.
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Um dos sinais dos últimos dias da igreja na terra é a
desobediência aos pais, uma demonstração de apostasia (II Tm. 3.9). Essa é uma
realidade evidente, o espírito de rebeldia está se difundindo cada vez mais na sociedade.
Conforme estudaremos na lição de hoje, a orientação de Deus, em resposta a essa
constatação, é a obediência aos pais, dando-lhes a honra devida. Na primeira
parte da aula faremos uma apresentação contextualizada do mandamento. Na
segunda, ressaltaremos as promessas de Deus no prolongamento dos dias vidas
àqueles que obedecem ao mandamento do Senhor.
I. HONRAR PAI E MÃE
O verbo honrar, em hebraico, é kaved, e se encontra no modo imperativo,
cujo significado é “levar em consideração”. Essa palavra hebraica,
literalmente, significa “pesado” ou “que pesa”, com o sentido de “demonstrar
peso”. Esse termo é usado inclusive para ressaltar a glória de Deus, dando o
devido “peso” à Sua condição. Esse mandamento é de capital importância, haja
vista esse ser o primeiro mandamento da segunda tábua da torah (Ex. 31.18). Em
se tratando dos mandamentos sociais, a honra aos pais tem proeminência. Isso
também mostra o valor dado por Deus à família, o relacionamento saudável entre
seus membros é fundamental. Agostinho de Hipona perguntou certa feita: “Se
alguém não honrar os pais, haverá alguém que ele poupará?” Ao que tudo indica,
parece que não, tendo em vista que a forma como nos relacionamos com os outros
se sustenta na maneira como tratamos os membros da família. No Antigo
Testamento a honra aos pais é posta na mais elevada posição, por isso, está
escrito que “Quando um homem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente
morrerá: amaldiçoou a seu pai ou a sua mãe; o seu sangue é sobre ele” (Lv.
20.9). A penalidade para a desonra aos pais era a morte, o filho rebelde
deveria ser levado aos anciãos da cidade, ser apedrejado (Dt. 21.18-21). O
livro de Provérbios, carregado de sabedoria judaica, apresenta orientações
práticas a fim de que os filhos atentem para esse importante mandamento (Pv.
1.8; 3.1,2; 6.20; 23.22).
II. UM MANDAMENTO COM PROMESSA
Estamos inseridos em uma sociedade contestadora, nossos filhos estão
sendo ensinados pela mídia, e até mesmo nas escolas, a não obedecerem aos seus
pais. Em oposição a essa filosofia pós-moderna, a Palavra de Deus nos instrui à
obediência, a considerar aquilo que os pais dizem. Muitos filhos estão pagando
alto preço por causa da desatenção que deram às palavras dos seus pais. Se
muitos que se encontram nos presídios atualmente tivessem ouvindo os conselhos
paternos, certamente não estariam atrás das grades. A obediência a esse
mandamento está atrelada a uma promessa, a de uma vida longa (Ex. 20.12). O
apóstolo Paulo lembra que esse é o primeiro mandamento com promessa (Ef. 6.2) e
reforça que “isto é agradável ao Senhor” (Cl. 3.20). Essa mensagem deve ser
reafirmada nos dias atuais, os filhos precisam saber que poderão colher frutos
amargos se decidirem contrariar a orientação de seus pais. Há aqueles que consideram
seus pais ultrapassados, e querem ter um estilo de vida diferenciado,
comprometendo a integridade da vida na desobediência. Os pais, principalmente
aqueles que se fundamentam na Palavra de Deus, têm condições de nortear as
decisões dos filhos. A experiência também não pode ser descartada, é preciso
ouvir os mais velhos, coadunando-se às instruções do Senhor (Lv. 19.32). Os
pais também não podem fugir da responsabilidade de dar as instruções
necessárias aos seus filhos (Pv. 22.6). Existem pais que estão relaxando no
ensinamento da Palavra aos seus filhos, deixando de cria-los “na doutrina e
admoestação do Senhor” (Ef. 3.21; 6.4).
III. A APLICABILIDADE DO
MANDAMENTO
É responsabilidade dos pais a
instrução dos filhos no caminho do Senhor, especialmente dos obreiros (I Tm.
3.5; Tt. 1.6). Evidentemente esse texto se aplica aos filhos em idade de
sujeição, existem aqueles que ao cresceram se distanciam dos conselhos dos pais,
e se afastam do evangelho de Cristo. Esses são os filhos pródigos, que devem
ser tratados com amor, e pelos quais os pais devem orar, na expectativa de que
retornem à casa do Pai (Lc. 15.19). O tempo, e as adversidades, poderão atuar
na vida deles, e como aconteceu com o filho perdido, poderão reencontrar o
caminho de volta, e saber que não existe lugar melhor que nos braços do Pai.
Aos filhos que estão na igreja, a admoestação bíblica é a de que honrem seus
pais, a menos que esses se interponham ao discipulado de Cristo (Mt. 10.37).
Jesus é o maior exemplo de filho que soube honrar seus pais, o evangelista
narra que desceu Ele com seus pais para Nazaré, e em conformidade com o costume
judaico, era-lhes sujeito (Lc. 2.41-50). Até mesmo nos momentos finais de vida
na terra, Jesus se lembrou da sua mãe, entregando-a aos cuidados de João, o
discípulo amado (Jo. 19.26,27). Essa é um modelo que deve ser seguido pelos
filhos crentes, para que não se deixem levar pelo utilitarismo da sociedade
contemporânea. Nossos pais, ainda que não consigam produzir como antes, e
demandem cuidados por causa da idade avançada, devem ser honrados pelo
desprendimento que tiveram a fim de nos provê o necessário para a existência.
CONCLUSÃO
O princípio da honra aos pais
permanece como mandamento do Senhor aos filhos cristãos. A promessa de vida
longa é reafirmada no Novo Testamento. Aqueles que quiserem longevidade,
deverão ouvir os conselhos dos seus pais, ainda que parecem ser ultrapassados.
O reflexo de uma sociedade decadente é percebido na medida em que essa se
distancia dos marcos antigos (Pv. 22.28). Atitudes simples podem fazer muita
diferença, pedir a benção aos pais era um costume normal antigamente, mas que,
infelizmente, está desaparecendo dos lares.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
O quinto
mandamento era originalmente uma ponte entre as obrigações do israelita com
Deus e as do israelita com seu próximo, e liga os quatro primeiros mandamentos
aos cinco seguintes. Oito dos dez mandamentos do Decálogo são proibições e dois
são positivos, o quarto e o quinto. Temos aqui o segundo mandamento apresentado
em fórmula positiva. [Comentário: "honra":1.
Sentimento do dever, da dignidade e da justiça; Conjunto de
ações e qualidades que fazem com que alguém seja respeitado = DIGNIDADE,
HONRADEZ, PROBIDADE, RETIDÃO; Distinção
que resulta de ações ou qualidades que nobilitam; Manifestação de apreço
ou de homenagem a alguém = DISTINÇÃO, GRAÇA, MERCÊ,
PRIVILÉGIO. Honrar seu pai e mãe é demonstrado através de
palavras e ações que surgem de uma atitude interior de estima e respeito pela
posição que ocupam. A palavra grega para honra significa reverenciar, estimar e
valorizar. Honrar é dar respeito não apenas pelo mérito, mas pela posição.
Todas as ações humanas estão alicerçadas na obediência aos pais, é na família
que se aprende esse valor que cimenta toda a sociedade É tão vital que Deus
incluiu esse princípio nos 10 mandamentos (Êx 20.12) e novamente no Novo Testamento:
“Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo.
Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que
te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra” (Ef 6.1-3). Durante a época
do Velho Testamento, falar mal contra os pais ou rebelar-se contra as suas
instruções resultava em punição capital (Êx 21.15-17; Mt 15.14). Note-se,
ainda, que esta é uma marca distintiva daqueles com uma “mente corrompida” e
que não agradam a Deus nos últimos dias (Rm 1.30; 2Tm 3.2). Honrar traz consigo
a ideia de dar glória a alguém. 1Co 10.31 nos diz que qualquer coisa que
façamos deve ser feita para a glória de Deus. Devemos procurar honrar nossos
pais da mesma forma que Cristãos tentam trazer glória a Deus – em nossos pensamentos,
palavras e ações. Note o que diz Eugene H. Merrill em sua obra ‘Teologia do
Antigo Testamento’ (Shedd Publicações); “O primeiro dos seis últimos
mandamentos toca diretamente em um ponto teológico muitíssimo relevante em
torno do qual gira boa parte da nossa abordagem, e este é a inter-relação
inerente à criação e à ordem da criação (Êx 20.12). Deus, como Criador, é
soberano, mas ele escolheu executar seu governo por intermédio da humanidade.
Contudo, há esferas de soberania na humanidade, pessoas ou instituições que,
por natureza ou indicação, são designadas para exercer senhorio benemérito
sobre outros. Isso começa na esfera do casamento e da família, matéria de que
tratamos de passagem. O modelo do Antigo Testamento é claramente patriarcal,
mas não patriarcal ditatorial. Conforme observaremos, muitas estipulações da
aliança que regulamentam o comportamento dos filhos exigem que eles tratem pai
e mãe exatamente da mesma maneira”. Eugene H. Merrill. Teologia do
Antigo Testamento. Editora Shedd Publicações. pag. 334.] Convido você para mergulharmos mais fundo nas Escrituras!
I. O QUINTO MANDAMENTO
1. Os
pais biológicos. O propósito divino aqui é a sustentabilidade da
estrutura familiar e a santificação da ordem social. Os pais são representantes
de Deus na família; honrá-los e temê-los significa fazer o mesmo em relação a
Deus. São eles que geram os filhos e são responsáveis pelo bem-estar deles,
pelo seu sustento, alimentação, vestes, saúde e educação. Não existe na vida
alguém mais importante para o filho do que o pai e a mãe, pois eles são seus
heróis. Esse relacionamento é semelhante ao de Javé com o seu povo Israel (Dt
1.31; Ml 1.6). [Comentário: Os
termos mãe e pai veem do Latim mater e pater, equivalentes ao
grego, pater, palavra relacionada à raiz que significa «nutridor»
ou «protetor». A palavra hebraica correspondente à mãe é ’em;
e no grego é meter. O Rev. Hernandes Dias Lopes escreve em sua
obra ‘MALAQUIAS A Igreja no tribunal de Deus’ (Editora Hagnos):
Malaquias inicia essa mensagem fazendo uma declaração indiscutível: “O filho
honra o pai e o servo ao seu Senhor” (1.6). Assim, ele conquista a atenção dos sacerdotes
antes de acusá-los.51 A primeira relação envolve afeição e a segunda respeito.
Mas os sacerdotes não demonstraram amor nem respeito a Deus. Desde o início,
Deus tratou Israel como um filho amado, tirando-o do Egito, dando-lhe uma
herança, proteção, revelação sobrenatural e missão especial. Não obstante
Israel ser o filho primogênito de Deus (Êx 4.22), ele tornou-se um filho
ingrato (Os 11.1) e rebelde (Is 1.2). Malaquias, também, acusa Israel de uma
ingratidão inegável. Como foi que Israel retribuiu ao Senhor Seu amor gracioso?
Do amor de Deus, o profeta volta-se para a ingratidão do povo. Deus o tratou
como filho, mas Israel não o honrou como pai. Não houve honra nem respeito a
Deus. LOPES. Hernandes Dias. MALAQUIAS A Igreja no tribunal de Deus. Editora
Hagnos.]
2. Os
pais espirituais. A expressão "o teu pai e a tua mãe" se
aplica também aos pais espirituais, que devem ser honrados e respeitados pelos
filhos na fé. Isso é visto na lei (2 Rs 2.12; 13.14) e na graça (1 Tm 1.2; 2 Tm
1.2; 2.1; Tt 1.4). A figura do governante também se assemelha à dos pais; veja
como Débora se considera mãe de Israel (Jz 5.7). Assim, o mandamento abrange as
autoridades espirituais e civis, que devemos respeitar. [Comentário: O pai espiritual pode
ser o pastor, líder, ou pessoa mais madura na fé. O tempo não cura ferida
gerada por problemas de paternidade. Eliseu falou de Elias de forma muito
honrável, mostrando o motivo de tanto lamentar sua ausência. Ele próprio tinha
perdido o guia de sua mocidade: Meu pai, meu pai. Ele viu sua própria condição
como a da criança sem pai atirada ao mundo, e lamentou isto da forma adequada.
Quando Cristo deixou seus discípulos, não os deixou órfãos (Jo 14.15), mas
Elias teve que fazê-lo.]
3. Os
pais intelectuais. O respeito e a honra se devem também a quem se
destaca pelo conhecimento em qualquer área. Isso é visto no Faraó que
constituiu José como primeiro ministro do Egito (Gn 45.8). Isso deve servir
como exemplo nas igrejas atuais. Muitos cristãos hoje precisam aprender a lição
desse Faraó. Em qualquer lugar em que chegarmos, iremos sempre encontrar alguém
melhor do que nós em alguma área, e devemos ter humildade suficiente para
reconhecer essa autoridade. [Comentário: O
quinto mandamento se aplica também ao relacionamento secular, pois a figura do
governante se assemelha à de um pai. Débora se considera mãe de Israel (Jz
5.7). O respeito e a honra se devem também a quem se destaca pelo conhecimento
em qualquer área. Embora Faraó fosse a maior autoridade no Egito, ele honrou e
respeitou um escravo hebreu simplesmente porque este tinha o conhecimento da
vontade de Deus: "senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por
senhor de toda a sua casa" (Gn 45.8). O rei do Egito nos dá o exemplo
mesmo séculos antes da promulgação da lei. Isso deve servir como exemplo hoje
nas igrejas. Esse respeito e essa consideração não se restringem apenas aos
membros da Igreja e a seu pastor, mas vale também entre os próprios pares e
companheiros de ministério. A hierarquia, portanto, é esta: Deus, os pais e as
autoridades eclesiásticas e civis. Esequias Soares. Os Dez Mandamentos.
Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora CPAD. pag.
80-81.]
SÍNTESE DO TÓPICO I
O quinto mandamento revela a sustentabilidade divina da estrutura familiar
e da ordem social.
.
II. OBEDIÊNCIA
1. O
verbo honrar. Honrar pai e mãe é mandamento divino, e não
sugestão humana (Êx 20.12; Dt 5.16; Mt 15.4). O verbo honrar, kaved, é um
imperativo intensivo hebraico, do qual vem o substantivo kavod, "honra,
glória". A raiz desse verbo aparece em todas as línguas semíticas, com
exceção do aramaico, e o significado é de "ser pesado", sentido
figurado, cuja ideia é de ser importante (Nm 22.15). É usado no Antigo
Testamento com vários significados. Um deles diz respeito ao temor, ao
reconhecimento, responsabilidade e autoridade; em nosso contexto, refere-se a
alguém merecedor de respeito, atenção e obediência (Lv 19.3). [Comentário: A honra é o alto
respeito ou estima mostrada a uma outra pessoa ou recebida dela, ou ainda uma
demonstração de tal respeito. O conceito é expresso figurativamente no AT por
palavras que também são traduzidas como beleza, majestade, talento,
preciosidade, valor e glória. Os paralelos são significativos: glória e honra
(1 Cr 16.27; SI 8.5); glória e majestade (SI 21.5; 96.6; 104.1); honra e
distinção (Et 6.3); dádivas, prêmios e grandes honras (Dn 2.6); riquezas e
glória (1 Rs 3.13). Dessa forma, o conceito insere-se na adoração (q.v.), que é
o reconhecimento do valor. O próprio Deus merece toda a honra: o reconhecimento
daquilo que Ele é, e a atribuição do louvor que lhe é devido. Deus também pode
fazer com que os homens sejam reconhecidos pelos outros: "Deus deu
riquezas, fazenda e honra" (Ec 6.2). Ele ordenou que fosse mostrado
respeito aos pais (Êx 20.12) e aos mais velhos (Lv 19.32). Uma esposa virtuosa
merece a estima de seu marido (Pv 31.25; 11.16; 1 Pe 3.7). Aqueles que honram a
Deus serão por sua vez honrados (1 Sm 2.30). O homem que persegue a justiça e a
lealdade da aliança encontrará a honra (Pv 21.21). Uma sugestão para o motivo
pelo qual Deus restaura a honra aos homens de modo redentor é dada no Salmo
8.5: Deus fez o homem um pouco menor do que os anjos. O homem mais
representativo, o Senhor Jesus, coroado com glória e honra por seu sofrimento
de morte, traz a redenção e a glória final para os seus redimidos (veja Hb
2.5-10). A honra, como um subproduto da sabedoria e da piedade, é associada à
vida no sentido de que só poderia encontrar seu cumprimento em uma imortalidade
abençoada (Pv 3.16; 8.18; 21.21; 22.4; cf. Rm 2.7,10). No NT grego, palavras
significando valor e glória são traduzidos como honra. Os valores éticos estão
em perspectiva. A honra descreve de forma majestosa a aprovação e a estima mútua
entre o Pai e o Filho (2 Pe 1.17; Hb 2.9; Jo 8.49,54). A honra em glória
redentora é concedida por Deus aos homens (Rm 2.10; 1 Pe 1.7; Jo 12.26). Os
homens e os anjos dão glória e honra a Deus (1 Tm 1.17; Ap 4.9; 19.1) e a
Cristo (Jo 5.23; Ap 5.12ss.). Os homens devem buscar a honra ou a aprovação que
vem de Deus ao invés da aprovação dos homens (Jo 12.43). Entretanto, não
devemos negar a honra que é devida aos outros (Rm 12.10): aos pais (Mt 15.4),
às viúvas (1 Tm 5.3), aos mestres (1 Tm 6.1), e ao rei (1 Pe 2.17). O
casamento, também, deve ser honrado por todos (Hb 13.4). PFEIFFER .Charles
F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 936.]
2.
Filho adulto. A ordem divina é para os adultos; não se restringe
à infância e adolescência. Não importa o estado civil ou o status social, todos
devem respeitar e reverenciar de coração os pais. Em nenhum lugar da Bíblia
ensina que essa ordem seja somente para crianças e adolescentes. Quando o moço
e a moça chegam à maioridade, ou mesmo se casam, seus pais continuarão sendo os
seus genitores e os filhos devem honrá-los e respeitá-los. [Comentário: Salomão, o homem mais sábio que já existiu,
encorajou os filhos a respeitarem seus pais (Pv 1.8; 13.1; 30.17). Apesar de
que talvez não estejamos mais sob sua autoridade, não podemos ignorar o comando
de Deus de honrar nossos pais. Até Jesus, Deus Filho, submeteu-se aos Seu pais
terrenos e ao seu Pai Celestial (Mt 26.39; Lc 2.51). Ao seguir o exemplo de
Cristo, como Cristãos devemos tratar nossos pais da mesma forma reverencial com
a qual nos aproximaríamos de nosso Pai Celestial (Hb 12.9; Ml 1.6).]
3. À
luz da exegese. O termo grego usado em Efésios para
"filhos" é tekna, plural de teknon; que indica descendente imediato
sem especificar sexo ou idade. Aparece cinco vezes nesta epístola: "filhos
da ira" (2.3); "filhos amados" (5.1); "filhos da luz"
(5.8). Somente 6.4 sugere criança ou adolescente. Em 6.1 parece ambíguo; seria
precipitação aplicar esse ensino apenas às crianças e adolescentes. O verbo
"obedecer" está na voz ativa, mostrando que se trata de pessoas
moralmente livres para assumir uma responsabilidade diante de Deus (Ef
6.1). [Comentário: A palavra
«...obedecei...», no original grego, é «upakouo», que quer dizer «obedecer»,
«seguir», «estar sujeito a». Fica subentendido que aquilo que aos filhos é
ordenado, seja justo, moral, correto, visando o desenvolvimento espiritual da
criança, ou simplesmente apropriado para a vida e a conduta diárias. Seu trecho
paralelo, de Cl 3.20, acrescenta «em tudo». Mas tudo deve estar sujeito à mesma
condição de justiça, incluindo até mesmo questões indiferentes, atinentes à
vida diária, que não têm conteúdo «certo» ou «errado». O pai da família deve
assumir a «direção» do lar, tanto nas coisas importantes como nas incidentais.
Mas, ao assim fazer, o pai deve manter uma atitude razoável, a fim de não
alienar de si os seus filhos, satisfazendo os desejos razoáveis dos filhos o
tanto que lhe for possível, para que seja reputado como gentil e cheio de
consideração por eles, que dessa maneira o amarão e respeitarão, sujeitando-se
naturalmente à sua autoridade, não querendo subjugá-los pelo temor ou pelo mero
senso de obrigação. Devemos notar que, em Rm 1.30, a desobediência aos pais é
nomeada entre os pecados sérios dos povos pagãos, que são reprovados por Deus.
E a própria natureza nos ensina a conveniência dos mais jovens e menos
experientes se sujeitarem aos mais velhos, que já têm bastante experiência de
vida, em suas exigências e inúmeras situações. Outrossim, dos pais crentes se espera
que entendam as implicações espirituais da necessidade de obediência, para que
assim exerçam a devida autoridade sobre seus filhos. CHAMPLIN, Russell
Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Candeias. Vol. 5. pag. 635.]
SÍNTESE DO TÓPICO II
A Bíblia declara que “honrar pai e
mãe” é mandamento divino, não sugestão humana.
III. SUSTENTO
1.
Cuidado. O sentido de deixar pai e mãe quando se casa (Gn 2.24) é a construção
de um novo lar, e não o abandono dos pais. Deus é justo e retribuirá tudo o que
o filho fizer com o pai e com a mãe. Quem age dessa forma está semeando para o
seu próprio futuro, pois colherá isso na velhice. Há inúmeros exemplos no Antigo
Testamento da responsabilidade do filho em cuidar do sustento dos pais (Gn
47.12; Js 2.13,18; 6.23; 1Sm 22.3). O Senhor Jesus citou e viveu este
mandamento (Mt 15.4, 5; 19.19; Mc 7.10-12; Lc 2.51). [Comentário: Honrar pai e mãe é
muito abrangente e envolve cuidar dos pais, principalmente na velhice:
"Ouve a teu pai, que te gerou, e não desprezes a tua mãe, quando vier a
envelhecer” (Pv 23.22). O termo "filho meu", frequentemente empregado
em Provérbios, em geral se aponta para o aconselhamento de um mestre a seus
discípulos, mas aqui ambos são mencionados, pai e mãe, referindo-se, portanto,
aos pais naturais. O quinto mandamento vai além do sustento dos pais na
velhice. É dever dos filhos proteger os pais, a sanção da lei é dura contra os
que descumprem o quinto mandamento: "O que ferir a seu pai ou a sua mãe
certamente morrerá... E quem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe certamente
morrerá" (Êx 21.15, 17). O v. 15 fala sobre violência fisica, e o v. 17,
que é reiterado mais adiante de forma expandida (Lv 20.9), vai além do desprezo
e do abandono. Amaldiçoar aqui significa depreciar e repudiar a autoridade dos
pais. Além da agressão e do menosprezo em relação aos progenitores, a lei
estabelecia a pena capital para o filho desobediente, o rebelde contumaz (Dt
21.18-21). Qualquer atitude de desonra era um grave insulto, e a punição da lei
era a mesma para ambos os casos: agressão física e moral, violência e
desrespeito. Por isso, a lei impõe respeito e honra aos pais (Êx 20.12; Dt
5.16). Desonrar a pai e mãe é desonrar a Deus. Esequias Soares. Os Dez
Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora
CPAD. pag. 63.]
2.
Oferta Corbã. O termo "corbã", korban, é aramaico e
significa literalmente "sacrifício", mas o contexto aqui é algo muito
triste. Trata-se de um artifício para fugir "legalmente" do
compromisso de sustentar pai e mãe na velhice. O filho podia ser absolvido
dessa responsabilidade se fizesse uma promessa de doação em dinheiro destinada
ao Templo (Mc 7.11,12). Era uma desculpa para não ajudar os pais, pois se
consagrava a Deus tudo o que possuía. Assim, ele dizia aos pais que não podia
oferecer ajuda nem fazer nada por eles porque tudo já estava comprometido
diante de Deus. [Comentário: Corbã
(a transliteração do hebraico é “Qorban”) é uma palavra hebraica que significa
“Sacrifício”, “oferta”, “oblação”. Literalmente, descreve aquilo que é levado
para junto do altar (do verbo qarab). Matthew henry explica o seguinte: “E
fácil deduzir que é dever dos filhos, se os pais são pobres, ajudá-los,
conforme a sua capacidade; e se os filhos que maldizem os seus pais merecem a
morte, muito mais a merecem aqueles que não os sustentam. Se alguém estivesse
de acordo com todos os pontos da tradição dos anciãos, eles descobririam um expediente
pelo qual ele poderia ser liberado dessa obrigação (v. 11). Se os pais
estivessem em necessidade, e o filho tivesse os recursos necessários para
ajudá-los, mas não tivesse a intenção de fazer isso, ele poderia jurar pelo
Corbã, ou seja, pelo “ouro do templo”, e pela “oferta que está sobre o altar”,
e assim os seus pais não seriam beneficiados por ele; esse filho não os
ajudaria. E, se eles lhe pedissem qualquer coisa, bastava que ele lhes
respondesse isso, e seria suficiente. Como se pela obrigação desse juramento
iníquo alguém pudesse se liberar da obrigação imposta pela santa lei de Deus.
Observe a interpretação do Dr. Hammond: Um antigo cânone dos rabinos diz que os
juramentos devem acontecer com referência a coisas ordenadas pela lei, e também
a coisas indiferentes, para que, se alguém fizer um juramento (ou um voto) que
não possa ser ratificado sem infringir um mandamento, o juramento seja
ratificado, e o mandamento violado. Esta opinião está de acordo com a
interpretação do Dr. Whitby. Os papistas ensinam uma doutrina como essa,
isentando os filhos de qualquer obrigação para com os seus pais, por meio dos
seus juramentos (ou votos) monásticos, e da sua admissão à religião, como eles
os chamam. O Senhor Jesus conclui: “E muitas coisas fazeis semelhantes a
estas”. Onde os homens irão parar, quando tiverem feito com que a Palavra de
Deus dê lugar às suas tradições? Esses que avidamente impunham tais cerimônias,
no início somente menosprezavam os mandamentos de Deus em comparação com as
suas tradições; mas, posteriormente, anulavam os mandamentos de Deus, se estes
entrassem em conflito com as suas tradições. Tudo isso, na verdade, Isaías
tinha profetizado; aquilo que ele dizia sobre os hipócritas na sua época,
aplicava-se também aos escribas e fariseus (v. 6). Observe que quando vemos a
iniquidade dos tempos atuais, e reclamamos dela, se dissermos que os dias
passados foram melhores do que estes, estaremos mostrando que não investigamos
esse assunto mais a fundo (Ec 7.10). O pior dos hipócritas e malfeitores já
teve os seus predecessores”. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo
Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 441.]
3.
Ensino de Jesus. Deus não exige esse tipo de oferta de ninguém em
sua Palavra, por isso o Senhor Jesus foi contundente com as autoridades
religiosas de Israel. Essa doutrina dos fariseus era uma afronta a Deus e à sua
Palavra (Mc 7.13). Eles violavam a lei sob um manto de santidade, exibindo uma
religiosidade externa e falsa. Ninguém precisa sacrificar a família pela causa
do evangelho. Quem cuida do pai e da mãe já está fazendo a obra de Deus; o
cuidado da família deve ser prioritário, só depois é que vem a Igreja (1 Tm
5.8). Esse é o pensamento cristão, que muitas vezes, infelizmente, é invertido
entre nós. [Comentário: A
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal (CPAD), traz o seguinte: “Mc 7.13. O voto
Corbã colocava efetivamente a tradição acima da Palavra de Deus. Ser capaz de
se isentar de um dos mandamentos de Deus, adotando um voto humano, significava
que os fariseus estavam invalidando a Palavra de Deus. Jesus acrescentou que os
fariseus faziam muitas e muitas coisas como essa. E esse era apenas um exemplo
da premeditada mesquinhez desses líderes religiosos que se colocavam acima de
todas as pessoas, mas que, de fato, destruíam as leis que tinham tanto orgulho
de parecer obedecer. Nesse exemplo, Jesus deixou claro a esses líderes
religiosos hipócritas que a lei de Deus, e não a tradição oral, deveria ser a
verdadeira autoridade na vida das pessoas”. Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. Vol. 1. pag. 234.]
SÍNTESE DO TÓPICO
III
Os filhos não podem se esconder das
suas responsabilidades para com os seus pais.
IV. ENTRE A LEI E A GRAÇA
1.
Autoridade dos pais. Honrar e respeitar pai e mãe é um ensinamento que
ocupa um lugar de elevada consideração na Bíblia. Desobedecer aos pais é
desobedecer a Deus, pois estão investidos de autoridade divina sobre a vida dos
filhos e receberam de Deus a responsabilidade pelo bem-estar deles. A observação
"porque isto é justo" (Ef 6.1) ou "porque isto é
correto", como diz outra tradução (NTLH), significa tratar-se de uma
lei natural que existe desde o princípio do mundo. Deus já havia colocado a sua
lei no coração de todos os homens, mesmo antes de se revelar a Moisés no Sinai
(Rm 1.19; 2.14,15). Essa norma existe em todas as civilizações antes e depois
de Moisés, e foi dada a Israel como revelação e mandamento divinos (Mt 15.4). [Comentário: Os judeus colocam o quinto mandamento como dever do homem para com
Deus. Os mandamentos de caráter vertical, do compromisso do israelita com Deus,
de amar a Deus acima de todas as coisas, de acordo com o ensino de Jesus, são
teológicos e estão registrados na primeira tábua; os outros são de caráter
horizontal, são preceitos éticos que constam da segunda tábua, resumidos no
segundo mandamento de amar o próximo como a si mesmo. Esta é a interpretação
judaica. Esta linha de pensamento mostra a relevância de honrar os pais, os
quais são representantes de Deus. Honrar pai e mãe ocupa um lugar de elevada
consideração na lei porque a autoridade deles foi delegada por Deus.
Desobedecer a eles, portanto, é desobedecer a Deus, pois eles estão investidos
de autoridade sobre a vida e receberam a responsabilidade do bem-estar dos
filhos. O apóstolo Paulo ensina obedecer aos pais e explica, "porque isto
é justo" (Ef 6.1). Ele está falando a respeito de uma lei natural que
existe desde o princípio do mundo. Deus já havia colocado a sua lei no coração
de todos os homens, mesmo antes de se revelar a Moisés no Sinai (Rm 1.19; 2.14,
15). Essa prática existe em todas as civilizações antes e depois de Moisés.
Todos esses povos já reconheciam a importância de obedecer e respeitar aos pais
como fundamento para uma sociedade estável. Sua inobservância sinaliza a
decadência da estrutura social. Infelizmente, o que se vê na atualidade é
inversão desses valores; os pais estão perdendo o direito de opinar e decidir
sobre a vida dos filhos adolescentes por imposição até do Estado. Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante
Mudança. Editora CPAD. pag. 81.]
2. O
sistema mosaico. A promessa aos filhos que honram e obedecem aos
pais, descrita no Decálogo, é a longevidade: "para que se prolonguem os
teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá" (Êx 20.12). A passagem
paralela de Deuteronômio acrescenta o sucesso econômico: "para que te vá
bem" (Dt 5.16). Temos aqui uma prova incontestável de que originalmente
este mandamento era exclusividade de Israel, pois fala sobre herdar a terra de
Canaã. [Comentário: Os quatro
primeiros mandamentos da lei mosaica tratam dos deveres do homem para com Deus.
Os últimos seis, tratam dos relacionamentos humanos. Por isso mesmo, as tábuas
do testemunho, onde tinham sido inscritos os mandamentos, eram duas. Essas duas
tábuas da lei incorporavam todas as atitudes apropriadas aos seres humanos.
Honrar aos próprios progenitores não somente é uma forma de piedade do mais
alto calibre, como também é uma regra social de suprema importância, pois os
conflitos domésticos naturalmente têm reflexos sobre a sociedade como um todo.
Visto que os pais atuam como representantes de Deus, ocupando o lugar de Deus
no seio da família, este quinto mandamento, na realidade, é uma aplicação dos
dois primeiros mandamentos. Assim, honrar a Yahweh implica em honrar aos pais.
A solidariedade familiar jamais poderá tomar-se um fato nos lugares onde houver
filhos desobedientes, que tentem impingir sua voluntariedade às expensas dos
pais. Dentro do contexto hebreu, honrar os próprios pais era uma parte vital da
existência, tão vital quanto a respiração. Um filho que ousasse ferir seus pais
sofria a pena de morte (Êx 21.15). Idêntico castigo cabia a quem amaldiçoasse
qualquer de seus pais (Êx 21.17). Somente os zombadores insensatos rejeitariam
esse princípio de respeito pelos próprios pais, e o fim deles é triste (Pro.
30.17). Paulo reitera esse mandamento em Efésios 6.1-3. Todavia, o apóstolo
também frisou sabiamente a responsabilidade dos pais para com seus filhos (vs.
4). E lembrou que o quinto mandamento é o primeiro mandamento que envolve uma
promessa, ou seja, que os filhos obedientes serão abençoados com uma vida longa
e feliz (Ef 6.3). Nesse ponto, Paulo citou o trecho de Deuteronômio 5.16. A punição
capital (ver a esse respeito no Dicionário) era imposta no caso de quatro
crimes, mencionados em Êx 21.12-17 (que vide). Entre esses queremos destacar
aqui a quebra do sexto mandamento (o homicídio; Êx 21.12,14) e a quebra do
quinto mandamento (os abusos contra os pais; Êx 21.17). Entre certas tribos
indígenas do Rio Negro, no estado do Amazonas, Brasil, somente dois atos são
tidos como aquilo que chamamos de pecados, ou seja, atos errados: abusar de
qualquer modo da própria mãe e furtar. Entre eles, esses atos são considerados
piores do que o homicídio, o qual, entre eles, é tão comum que deixou de ser
censurado. Assim sendo, o código de ética daqueles indígenas incorpora somente
o quinto e o oitavo mandamentos do decálogo mosaico. Aristóteles pensava que as
relações entre filho e progenitor são análogas àquelas que existem entre o
homem e Deus (Ethics, Nic. vii.12 par.5). O confucionismo alicerça toda a sua
moralidade sobre as relações entre pais e filhos. Os egípcios enfatizavam a
questão a ponto de ameaçarem a uma má vida pós-túmulo aos filhos que fossem
desobedientes a seus pais (apud Lenormant, Histoire Ancienne, vs. 1, pág. 343
s.). Interessante é notar que se os egípcios prometiam uma boa vida pós-túmulo
aos filhos obedientes, o código mosaico só prometia uma boa vida neste mundo,
uma vida longa e abençoada, mas nenhuma promessa de vida pós-túmulo, o que é
típico no Pentateuco. Se existem alguns indícios sobre uma vida para além da
morte biológica (como na doutrina do homem como partícipe da imagem divina;
Gên. 1.26,27), essa doutrina só passou a ser destacada formalmente, no Antigo
Testamento, nos Salmos e nos Profetas. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo
Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 392.]
3.
Adaptado sob a graça. O apóstolo Paulo deliberadamente combina as
palavras do quinto mandamento em ambos os textos do Decálogo, Êxodo e
Deuteronômio: "Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento
com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra" (Ef
6.2,3). Aqui, a Terra Prometida não é citada nem especificada como no Decálogo:
"que te dá o SENHOR, teu Deus". A Igreja, o povo de Deus do novo
concerto, não tem terra para herdar, pois a nossa herança é o céu (Fp 3.20).
Somos uma congregação de estrangeiros e peregrinos no mundo (1 Pe 2.11). [Comentário: Nós vivemos essas
coisas como resultado da nossa nova vida em Cristo e não por coerção da lei,
que condena à morte os filhos rebeldes (Êx 21.15,17; Lv 20.9; Dt 21.18-21). O
cristão está debaixo da graça e é guiado pelo Espírito Santo para as boas obras
que "Deus preparou para que andássemos nelas" (Ef 2.10). Cabe a cada
um de nós não desperdiçarmos o privilégio e a oportunidade de honrar pai e mãe
para não perdermos as bênçãos de Deus. Esequias Soares. Os Dez
Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante Mudança. Editora
CPAD. pag. 85.]
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Dentro da perspectiva da graça, o
quinto mandamento tem o mesmo valor que os outros. Uma lei que existe desde que
o mundo existe.
CONCLUSÃO
O quinto
mandamento é de fundamental importância para conservar uma sociedade estável.
Todavia, o cristão o observa como resultado da sua nova vida em Cristo, e não
por coerção da lei, que condena à morte os filhos rebeldes (Êx 21.15,17; Lv
20.9; Dt 21.18-21), pois na graça somos guiados pelo Espírito Santo para as
boas obras que Deus preparou para andarmos nelas. Não desperdice, portanto, o
privilégio e a oportunidade de honrar seu pai e sua mãe, para não perder as
bênçãos de Deus. [Comentário: “Ao
honrarmos os nossos pais estamos honrando a autoridade do Deus Todo-Poderoso,
na medida que isto é delegado ao homem. O quinto mandamento realmente trata a
respeito da atitude do homem para com a autoridade outorgada por Deus. A mais antiga
e básica forma desta autoridade é aquela manifestada através da
paternidade. Ao honrarmos os nossos pais nós estamos nos submetendo ao
Senhor que instituiu e autorizou a família. Considere o fato de que Deus mesmo
se revela como o nosso Pai (Mt 6.9)]. A “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.
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