LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 20.14; Deuteronômio
22.22-30
Êxodo 20
14 - Não
adulterarás.
Deuteronômio 22
22 - Quando um homem
for achado deitado com mulher casada com marido, então, ambos morrerão, o homem
que se deitou com a mulher e a mulher; assim, tirarás o mal de Israel.
23 - Quando houver
moça virgem, desposada com algum homem, e um homem a achar na cidade e se
deitar com ela,
24 - então, trareis
ambos à porta daquela cidade e os apedrejareis com pedras, até que morram; a
moça, porquanto não gritou na cidade, e o homem, porquanto humilhou a mulher do
seu próximo; assim, tirarás o mal do meio de ti.
25 - E, se algum
homem, no campo, achar uma moça desposada, e o homem a forçar, e se deitar com
ela, então, morrerá só o homem que se deitou com ela;
26 - porém à moça
não farás nada; a moça não tem culpa de morte; porque, como o homem que se
levanta contra o seu próximo e lhe tira a vida, assim é este negócio.
27 - Pois a achou no
campo; a moça desposada gritou, e não houve quem a livrasse.
28 - Quando um homem
achar uma moça virgem, que não for desposada, e pegar nela, e se deitar com
ela, e forem apanhados,
29 - então, o homem
que se deitou com ela dará ao pai da moça cinquenta siclos de prata; e,
porquanto a humilhou, lhe será por mulher; não a poderá despedir em todos os
seus dias.
30 - Nenhum homem
tomará a mulher de seu pai, nem descobrirá a ourela de seu pai.
OBJETIVO GERAL
Apresentar
o sétimo mandamento, ressaltando o intento de Deus em favor da família.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
I. Tratar a
abrangência e o objetivo do sétimo mandamento.
II. Mostrar o
real significado da infidelidade.
III. Relacionar alguns pecados sexuais segundo a lei divina.
IV. Analisar o ensino de Jesus acerca do sétimo mandamento.
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Nesta aula estudaremos o sétimo mandamento, que trata a
respeito do adultério. Esse é um assunto bastante apropriado, principalmente
nos dias atuais, nos quais a sociedade decidiu endeusar o sexo. Inicialmente
identificaremos as implicações de uma sociedade sexualizada, em seguida,
mostraremos que o adultério continua sendo pecado, e ao final, daremos
orientações cristãs que conduzam ao arrependimento, e a uma vida de santidade
na vida sexual.
I. SOCIEDADE SEXUALIZADA
Deus criou o ser humano para o sexo, negar essa dádiva
divina não é bíblico. Na verdade, antes mesmo da Queda, o Senhor orientou Adão
e Eva para que “fossem fecundos” (Gn. 1.28). O livro bíblico de Cantares,
geralmente alegorizado, reporta a beleza do sexo no casamento (Ct. 1.2-16). O ato
sexual, no contexto geral das Escrituras, deve existir dentro do casamento (Pv.
5.15-19). Para o escritor da Epístola aos Hebreus, o matrimônio e o leito sem
mácula devem ser considerados (Hb. 13.4). No casamento, o sexo é devido aos
cônjuges, de modo que o marido e a mulher devem se entregar um ao outro, também
evitando que o outro venha a pecar (I Co. 7.3). Isso deve ser levando em
conta porque o sexo é uma necessidade, e se realizado dentro do casamento é uma
benção de Deus. Contudo, por causa da natureza pecaminosa, o ser humano tem uma
propensão para desvirtuar os projetos de Deus. Assim, o sexo, que deveria ser
para o prazer, e também procriação, acabou fugindo do seu objetivo. Por isso,
Na Antiga Aliança, Deus proibiu o adultério, sendo este punido com a morte (Lv.
20.10). A intenção desse mandamento é proteger a família, evitando que os
cônjuges se entregam à devassidão, comprometendo a felicidade no lar. A cultura
da sexualidade, que se propaga na sociedade moderna, está destruindo muitos
casamentos. A mídia explorada demasiadamente a sexualidade, transformando-a não
em Eros, como destacou C. S. Lewis, mas em Vênus. A ênfase exagerada que é
posta no sexo, o transformou em algo irresponsável, objetivando apenas o
prazer. A psicologia materialista moderna nivelou os seres humanos a simples
animais, que não buscam outro interesse na vida a não ser o prazer sexual.
II. O PECADO DO ADULTÉRIO
Por causa da ênfase no sexo como um fim em se mesmo, o
adultério está se alastrando na sociedade. O número de casamentos desfeitos por
causa desse pecado tem aumentado consideravelmente. Nesses últimos tempos, com
o advento das mídias sociais, a adultério está sendo semeado através da
internet. Os recursos das redes sociais, caso sejam usados indevidamente, sem as
devidas precauções conjugais, podem contribuir para o adultério. O acesso à
pornografia também tem causado estragos em vários relacionamentos conjugais. Há
cônjuges que estão viciados nessa prática, e por causa dela estão idealizando o
ato sexual. A pornografia é perigosa porque vicia, e ao invés de levar a pessoa
a querer sempre mais, como acontece com os outros tipos de vícios, faz com que
queiram cada vez mais o diferente. Por causa disso, pessoas que se iniciaram na
pornografia, vendo imagens que consideravam simples, findaram em experiências
horrendas. É perigoso se deixar levar pela luxúria, por causa dela muitos
perderam não apenas a vida, mas também a alma (Pv. 6.25,26). Há homens e
mulheres que estão brincando com fogo, achando que uma aventura não fará mal ao
casamento (Pv. 6.27). Muitos que decidiram apenas “se divertir por um pouco”
acabaram em desgraça e vergonha (Pv. 6.33,33). Até mesmo o rei Davi, por deixar
de vigiar nessa área, pecou contra o Senhor (II Sm. 11.2). Os homens devem ter
cuidado com os olhos, pois é possível que através deles venha o adultério (II
Pe. 2.14). Como Jó, devem fazer um concerto com eles, para não coloca-los em
mulheres que possam desvirtuá-los da fé (Jó. 31.1). O investimento na
sexualidade sadia, dentro do casamento, previne o pecado do adultério (Pv.
5.15-20). Não devemos esquecer que o casamento é um mistério, homem e mulher se
tornam uma só carne no ato conjugal (Ef. 5.31,32). Aqueles que entregam seu
corpo a outro, que não seja o seu cônjuge, estão profanando o templo do Senhor
(I Co. 6.13,15).
III. NÃO ADULTERARÁS
O adultério está se tornando cada vez mais natural, em alguns
contextos pós-modernos chega a ser motivado, como demonstração de uma suporta
liberdade sexual. Antigamente a prática do adultério era criminalizada pelo
código jurídico brasileiro. Para Jesus o adultério continua sendo pecado, ele
ampliou seu alcance ao explicar que se alguém cobiçar uma mulher em seu coração
cometeu adultério com ela (Mt. 5.27,28). Na medida em que deixam de atentar para
as palavras do Senhor, as pessoas acabam se acostumando com a infidelidade
conjugal. Existem até aquelas que justificam seu pecado, argumentando que “a
carne é fraca”. É bíblico que a carne é fraca (Mt. 26.41), mas também que é
preciso andar no Espírito (Gl. 5.16). Quanto mais investimos no Espírito, menos
propensos nos tornamos ao controle da carne. Aqueles que estão envolvidos nesse
tipo de pecado precisam se arrepender e buscar o perdão. Como Davi, devem
reconhecer que estão distanciados de Deus e que pecaram contra o Senhor (II Sm.
12.13). A confissão do pecado de Davi se encontra no Sl. 51, nesse texto
bíblico o monarca abre seu coração, e clama pelo perdão e misericórdia divina.
A igreja de Corinto se encontrava em uma sociedade não muito deferente da que
nos encontramos atualmente. Por causa disso, estava vulnerável à carnalidade.
Paulo reconheceu que entre eles haviam muitos que vinham de experiências
sexuais pecaminosas. Mas essas pessoas, depois que se arrependeram, e se
voltaram para o Senhor, foram justificadas no nome do Senhor Jesus (I Co.
6.11).
CONCLUSÃO
Há esperança para aqueles que se entregaram ao pecado do
adultério, certa mulher foi flagrada nesse tipo de transgressão. Os acusadores
quiseram apedrejá-la, mas Jesus interviu em seu favor, perdoando os seus
pecados. As palavras do Senhor, para aquela mulher adúltera, se aplicam àqueles
que se arrependem: “nem eu tampouco de condeno, vá e não peques mais” (Jo.
8.10,11). Portanto, para alcançar a misericórdia do Senhor é preciso confessar
o pecado e abandoná-lo (Pv. 28.13).
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
O sétimo
mandamento condena o adultério e a impureza sexual com o objetivo de proteger a
família. A Bíblia não condena o sexo; a santidade dele é inquestionável dentro
do padrão divino, mas sua prática ilícita tem sido um dos maiores problemas do
ser humano ao longo dos séculos. O sétimo mandamento é tratado de uma maneira
na lei, e de outra na graça. Um olhar no episódio da mulher adúltera (Jo 8.1-11)
mostra que tal preceito foi resgatado pela graça e adaptado a ela, e não à
lei. [Comentário:
Normalmente quando pensamos em adultério, automaticamente pensamos em um homem
sendo infiel a sua esposa, ou vice versa. No entanto, este mandamento é muito mais
amplo e profundo do que apenas isso. Ele engloba não somente o campo da
experiência sexual humana, e seu relacionamento conjugal, que sem dúvida é um
assunto muito preocupante, mesmo porque vivemos em uma época em que a
sexualidade, e suas expressões, são cada vez mais explicitas em nossa
sociedade. No entanto este assunto pode ser mais abrangente quando tratado do
ponto de vista do adultério espiritual contra Deus inclusive. O sétimo
mandamento continua atual porque o mundo está às avessas, dizendo "não"
a tudo aquilo que Deus diz "sim” na sua Palavra, e "sim" a tudo
o que a Bíblia diz "não". O resultado é o caos social que estamos
vivendo. Esta lição é urgente para nós, isso por que, entendemos o adultério
como a relação sexual de um homem casado com uma mulher que não é sua esposa e
vice-versa. O mundo sem compromisso com Deus aceita tal prática como normal,
mas a Palavra de Deus declara: "Não adulterarás" (Êx 20.14; Dt 5.18).
Este mandamento vai muito além da cópula extraconjugal. Nele está a proibição
de toda a forma de prostituição; é Deus dizendo "não" a todas as
concupiscências desnaturais, imaginações e pensamentos impuros e lascivos (Mt
5.27, 28).] Convido você para mergulharmos mais fundo nas
Escrituras!
I. O SÉTIMO MANDAMENTO
1. Abrangência.
Trata de um tema muito abrangente, que envolve sexo e casamento num contexto
social contaminado pelo pecado. O mandamento consiste em uma proibição
absoluta, sem concessão, expressa de maneira simples em duas palavras: “não
adulterarás” (Êx 20.14; Dt 5.18). Sua regulamentação para os israelitas pode
ser encontrada nos livros de Levítico e Deuteronômio, que dispõem contra os
pecados sexuais, a prostituição e toda forma de violência sexual com suas
respectivas sanções. [Comentário:
É interessante notar que a Lei permitia a poligamia, e aqui não vamos
tecer maiores comentários mas, talvez, a tolerância visasse a proteção de
mulheres solteiras, mas não vemos a mesma tolerância para com a poliandria, que
é a situação em que uma mulher tem vários maridos simultaneamente. Relações
sexuais com uma mulher casada era considerado um pecado hediondo tanto contra
Deus como contra o esposo traído, e isso já bem antes da lei, à época dos
patriarcas (Gn 39.9). Talvez este mandamento esteja relacionado ao “furto” e à
“cobiça” proibidos nos dois mandamentos seguintes, já que a esposa pertencia a
outrem.]
2.
Objetivo. O Decálogo segue uma lógica. Primeiro aparece a proteção da vida, em
seguida vem a família e depois os bens e a honra. O mandamento “não adulterarás”
veio para proteger o lar e dessa forma estabelecer uma sociedade moral e
espiritualmente sadia. A proibição aqui é contra toda e qualquer imoralidade
sexual, expressa de maneira genérica, mas especificada em diversos dispositivos
na lei de Moisés. [Comentário:
O comentarista da revista, Pr Esequias Soares, concorda com o que escreve
Russell Norman Champlin em sua Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia.
Vol. 1. (Hagnos): “A fim de preservar a santidade do lar (Êx, 20:14; Dt.
5:18). Também está envolvida a questão da herança da família e a preservação da
pureza tribal. Finalmente, o próprio ato era considerado um crime sério, um ato
de contaminação (Lev. 18:20). Por esse motivo, era imposta a pena de morte,
envolvendo a execução de ambos os culpados (Êx, 20:14; Lv. 20:1 ss). Injunções
similares podem ser achadas no código babilônico de Hamurabi (129), e,
opcionalmente, na primitiva lei romana (Dion. Hal. Antiguidades Romanas). A
pena de morte mostra que as sociedades antigas encaravam o adultério não
meramente como um ato privado errado, mas que ameaçava o arcabouço do lar e da
sociedade. O fato de que o homem e a mulher tornam-se uma carne no matrimônio
(Gn. 2:24; Ef. 5:31,32) sugere uma comunicação mística de energias vitais
físicas e espirituais, e isso deve acontecer somente entre duas pessoas. No
adultério, o indivíduo é furtado de sua identidade, e a união mística de seres
é perturbada, talvez assemelhando-se ao homicídio, embora certamente com
menores consequências morais”. CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia
de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 66.]
3.
Contexto. A lei foi promulgada numa sociedade patriarcal que permitia a
poligamia. Nesse contexto social, o adultério na lei de Moisés consistia no
fato de um homem se deitar com uma mulher casada com outro homem,
independentemente de ser ele casado ou solteiro. Os infratores da lei deviam
ser mortos, tanto o homem quanto a mulher (Dt 22.22; Lv 20.10). [Comentário: A poligamia, como uma
relação legalizada entre o homem e várias esposas e concubinas a ele
subordinadas, era tolerada na época do Antigo Testamento, mas para a Igreja do
Novo Testamento está terminantemente proibida (por exemplo, 1 Tm 3.2,12). O
texto de Mateus 19.4-8 registra as declarações de Jesus em favor da monogamia e
contra o divórcio. Ele alicerçou o Seu ensino na narrativa da criação do homem.
Podemos supor, pois, que, apesar da tolerância do Antigo Testamento em relação
ao concubinato e à poligamia, a monogamia é o ideal espiritual. Então, como
entender a tolerância no Antigo Testamento? A Bíblia se cala quanto a isso.
Muitos estudiosos são do parecer que Deus permitiu a poligamia para proteger e
providenciar pelas mulheres que provavelmente não achariam um marido de outra
forma. Um homem que tinha várias esposas providenciava e protegia todas elas.
Enquanto acreditamos que esse não era o ideal, viver em um lar polígamo era
melhor do que as outras alternativas: prostituição, escravidão, fome, etc. Além
de proteção e provisão, poligamia capacitou um crescimento muito mais rápido da
humanidade, realizando o comando de Deus de “sede fecundos e multiplicai-vos
[...] povoai a terra e multiplicai-vos nela” (Gn 9.7). O Dicionário Bíblico
Wycliffe, de Charles F. Pfeiffer (CPAD) diz que “Ela não envolvia o pecado
do adultério. Apesar das rigorosas proibições bíblicas, o adultério foi
amplamente difundido em diferentes épocas e tornou-se particularmente ofensivo
como parte do culto cananeu de adoração aos Baalins, que incluía a prostituição
"sagrada". Indicações de uma lassidão moral são encontradas em
referências como Jó 24.15; 31.9; Provérbios 2.16-19; 7.5-22; Jeremias 23.10-14.
O caso de Davi foi especialmente notório e deu aos inimigos de Deus ocasião
para blasfemar (2 Sm 11.2-5; 12.14). Essa lassidão moral generalizada
prevaleceu durante o NT e pode ser claramente observada em Marcos 8.38; Lucas
18.11; 1 Coríntios 6.9; Gálatas 5.19; Hebreus 13.4 e em mais de 50 referências
feitas no NT ao conceito de fornicação (porneia, porneuo, porne, pomos)”. PFEIFFER
.Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 35-36.]
SÍNTESE DO TÓPICO I
O sétimo mandamento tem como objetivo proteger a família, estabelecendo
uma sociedade moral e espiritualmente sadia.
.
II. INFIDELIDADE
1.
Adultério. É traição e falsidade. É a quebra de uma aliança
assumida pelo casal diante de Deus e da sociedade, uma infidelidade que destrói
a harmonia no lar e desestabiliza a família. A tradição judaico-cristã leva o
assunto a sério e considera o adultério um pecado grave. Trata-se de uma
loucura que compromete a honra e a reputação de qualquer pessoa,
independentemente de sua confissão religiosa ou status social (Jr 29.23; Pv
6.32,33). [Comentário:
Adultério (do Latim adulterǐum) é a prática da infidelidade conjugal. Com o
tempo, o termo estendeu-se ao sentido de fraudar ou falsificar;
"adulterar". O dicionarioinformal.com.br define assim o termo: “Relacionamento
amoroso com pessoa do sexo oposto com intenção ou não de relacionamento sexual,
onde qualquer uma das partes já possua um relacionamento compromissado Segundo
a palavra de Deus, Biblicamente falando, mesmo que você não tenha contato
físico com o sexo oposto fora do casamento, mas só tenha pensado neste
relacionamento já adulterou”. O adultério refere-se ao pecado sexual de
pessoas casadas com alguém que não seja seu cônjuge, e a palavra é usada no
Antigo Testamento, literal e figurativamente. A palavra hebraica traduzida por
"adultério" significa literalmente "quebrando o casamento."
Curiosamente, Deus descreve a deserção do Seu povo a outros deuses como
adultério. O povo judeu foi considerado como o cônjuge de Jeová, então quando
eles se voltaram aos deuses de outras nações, foram comparados com uma esposa
adúltera. O Antigo Testamento muitas vezes se refere à idolatria de Israel como
uma mulher devassa que "prostituiu-se" com outros deuses (Êxodo
34:15-16, Levítico 17:7, Ezequiel 6:9). Além disso, todo o livro de Oseias
compara a relação entre Deus e Israel com o casamento do profeta Oseias e sua
esposa adúltera, Gomer. As ações de Gomer contra Oseias eram um retrato do
pecado e da infidelidade de Israel, que, vez após vez, abandonou o seu
verdadeiro marido (Jeová) para cometer adultério espiritual com outros deuses.
2.
Sexo antes do casamento. Esta prática está muito em voga na sociedade
moderna, mas nunca teve a aprovação divina, e por isso os jovens devem evitar
essas coisas (Sl 119.9). Em Israel, os envolvidos em tal prática, desde que a
mulher não fosse casada ou comprometida, não eram condenados à morte. A pena
era menos rigorosa, mas o homem tinha de se casar com a moça, pagar uma
indenização por danos morais ao pai da jovem e nunca mais se divorciar dela (Dt
22.28,29). Hoje, esse tipo de pecado requer aplicação de disciplina da Igreja,
mas nem sempre o casamento deles é a solução. [Comentário: A Bíblia
inegavelmente condena o adultério e imoralidade sexual, mas é o sexo antes do
casamento considerado sexualmente imoral? De acordo com 1 Coríntios 7.2,
"sim" é a resposta clara: "mas, por causa da prostituição,
tenha cada homem sua própria mulher e cada mulher seu próprio marido."
Neste versículo, Paulo declara que o casamento é a "cura" para a
imoralidade sexual. 1 Coríntios 7.2 está essencialmente dizendo que, porque as
pessoas não conseguem se controlar e por isso muitas estão tendo sexo imoral
fora do casamento, elas devem se casar. Só então poderão satisfazer as suas
paixões de uma forma moral; estamos tratando aqui de palavras escritas por um
judeu conhecedor da Lei, logo, entendemos que Paulo se baseou no Antigo
Testamento para emitir este parecer. Infelizmente, este trata-se de um pecado
recorrente no meio cristão, e eu quero observar o que diz Êxodo 22.16-17:
"Se um homem seduzir uma virgem que ainda não tenha compromisso de
casamento e deitar-se com ela, terá que pagar o preço do seu dote, e ela será
sua mulher. Mas se o pai recusar-se a entregá-la, ainda assim o homem terá que
pagar o equivalente ao dote das virgens" (NVI); aqui trata-se da
hipótese de um homem e uma jovem virgem não comprometida fazerem sexo antes do
casamento. O texto não diz que isso seria pecado, e nem que o casal seria
condenado a apedrejamento ou a qualquer outra punição severa. É dito apenas que
o casal seria obrigado a se casar, a não ser que o pai da moça não aprovasse o
casamento. Assim, pode-se concluir que, se uma mulher e um homem caírem na
tentação e fizerem sexo antes do casamento, eles devem se casar logo após essa
primeira relação sexual que eles tiveram. Consequentemente, pode-se concluir
também que o sexo sem compromisso é pecado].
3.
Fornicação. A “moça virgem, desposada com algum homem” (Dt
22.23) diz respeito, no contexto atual, à noiva que ainda não se casou, mas
está comprometida em casamento. Trata-se do pecado sexual de fornicação
praticado com consentimento mútuo. A pena da lei é a morte por apedrejamento,
como no caso de envolvimento com uma mulher casada (Dt 22.24). A razão desta
pena vai além do simples ato, pois se trata da quebra de fidelidade, “porquanto
humilhou a mulher do seu próximo; assim, tirarás o mal do meio de ti” (Dt
22.24b). [Comentário:
Fornicação (palavra que vem de fornicis, ou fornix: abóbada, ou arco). Fornice
era o arco da porta sob a qual as prostitutas romanas se exibiam. As meretrizes
ficavam por lá porque, além de ligar o lugar ao sexo, a mulher romana que não
tivesse pai, nem marido, nem filho do sexo masculino devia obediência a um
homem, a qual podiam também serem escravas. Sendo assim, as mulheres deveriam
ficar sempre dentro dos limites da casa/prédio do seu "dono" ou
protetor - por isso, não podiam passar do arco (fornice). http://pt.wikipedia.org/wiki/Fornica%C3%A7%C3%A3o O dicionarioinformal.com.br esclarece: “Ato ou
efeito de fornicar. Ter relações sexuais por puro prazer, para satisfazer os
desejos da carne. Coito carnal”. A relação sexual entre um homem e uma
mulher solteira (zemt) era proibida e os pais eram especialmente proibidos de
permitir que suas filhas se tomassem prostitutas (Lv 19.29), “para que a terra
não se prostitua, nem se encha de maldade” (a vida sexual dos indivíduos era
considerada como capaz de afetar profundamente a prosperidade da comunidade
toda, ao invés de ser um assunto meramente privado). Nenhuma penalidade padrão
foi estabelecida para a fornicação. Ao que parece, um israelita, não um
sacerdote, podia se casar com uma meretriz arrependida e corrigida - Veja o
caso da meretriz Raabe que fez parte da família de onde viria Jesus (visto que
isto foi expressamente proibido apenas aos sacerdotes, 21.7). A fornicação era
um crime capital para a filha de um sacerdote; ela devia ser queimada no
madeiro (21.9) como alguém que havia “profanado seu pai”. Devemos observar que
DEUS elogiou Finéias, o neto de Arão, por matar um israelita que tomou uma
prostituta midianita em sua tenda (Nm 25.7-15) em conexão com o episódio de
Baal-Peor. MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura
Cristã. Vol. 1. pag. 1226-1227.]
SÍNTESE DO TÓPICO II
A infidelidade conjugal quebra a aliança assumida pelo casal diante de
Deus e dos homens.
III. OUTROS PECADOS SEXUAIS
1.
Estupro. A lei contrasta a cidade com o campo para deixar clara a diferença
entre estupro e ato sexual consentido. Os versículos 25-27 tratam do caso de
violência sexual, pois no campo a probabilidade de socorro era praticamente
nula, e a moça era forçada a praticar o ato (22.25). Neste caso, somente o
estuprador era morto, acusado de crime sexual, mas a moça era inocentada (Dt
22.26,27). [Comentário: A
Enciclopédia da Bíblia. (Cultura Cristã) define assim: “Estupro e sedução.
Se um homem violasse forçosamente uma mulher solteira fora de casa (longe da
proteção da casa), ele devia ser morto, sem qualquer pena sendo atribuída à
mulher (Dt 22.25-27). O estupro de uma mulher que era casada ou noiva era
considerado como adultério e, portanto, sujeito à pena de morte. Se um homem
seduzisse uma virgem com o consentimento dela, não sendo ela noiva, então ele
devia pagar ao pai dela uma alta indenização de cinquenta moedas de prata, e
levá-la para sua casa como sua esposa legal, a menos que o pai se recusasse
completamente permitir que ele se casasse com ela (Êx 22.16,17; Dt 22.28,29).
Neste caso a esposa não estava sujeita ao divórcio até o fim de sua vida
(22.29).” MERRILL C. TENNEY. Enciclopédia da Bíblia. Editora Cultura
Cristã. Vol. 1. pag. 1227. Russell Norman Champlin, em sua Enciclopédia
de Bíblia Teologia e Filosofia (Hagnos), escreve: “A sedução é uma espécie
de violação, embora reconhecida como menos séria que "a violação forçada,
ou estupro. Contudo, a sedução também envolve violência, embora do tipo mental
e psicológico. Algumas vezes, envolve o poder do dinheiro, ou alguma vantagem
qualquer, capaz de convencer a mulher a ceder. Porém, também se reconhece que
uma mulher pode querer ser seduzida, embora nunca o declare. Outrossim, as
mulheres convidam à sedução mediante a maneira como se vestem e agem. Ademais,
algumas vezes a mulher é que seduz o homem. Por causa dessa variedade de
fatores, a sedução é considerada menos séria que a violação. Porém, a sedução
contra uma mulher casada era considerada adultério, pelo que ambos os
envolvidos estavam sujeitos à pena de morte. A violação era punida com a morte
do homem culpado (Deu. 22:25-27). Se um homem seduzisse uma virgem (que não
estivesse noiva) que consentisse com o ato, então ele poderia corrigir o erro
casando-se com ela legalmente, além de pagar uma multa a seu pai. Se o pai não
permitisse o casamento, a jovem não se casava, e o culpado tinha de pagar uma
importância adicional. Se um sedutor se casasse com a jovem a quem seduzira,
nunca poderia divorciar-se dela (Deu. 22:29).” CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos.
pag. 968-969.]
2.
Incesto. A lei estabelece a lista de parentesco em que deve e não deve haver
casamento, para evitar a endogamia e o incesto (Lv 18.6-18). Mais adiante, a
lei prescreve as penas de cada grupo desses pecados (Lv 20.10-23). “Nenhum
homem tomará a mulher de seu pai” (Dt 22.30). A lei dispõe contra a prática
sexual execrável de abusar da madrasta. É o pecado que desonra o pai, invade e
macula o seu leito. Quem pratica tal abominação está sob a maldição divina (Dt
27.20). Na lei, o assunto pertence ao campo jurídico e a condenação prevista é
a morte (Lv 20.11). Entretanto, estamos debaixo da graça, e por essa razão o
tema é levado à esfera espiritual, cuja sanção se restringe à perda da comunhão
da Igreja (1Co 5.1-5). A sábia decisão apostólica é a base para o princípio
disciplinar que as igrejas aplicam hoje. [Comentário: Incesto é quando dois parentes possuem uma
relação sexual ou marital entre parentes próximos ou alguma forma de restrição
sexual dentro de determinada sociedade. É condenado em quase todas as culturas
humanas. O incesto é punido como crime em algumas jurisdições, e é considerado
um pecado pelas maiores religiões do mundo. Na maior parte dos países
ocidentais o incesto é legalmente proibido, ainda que haja consentimento de
ambas as partes. Na Bíblia há três referências explícitas ao incesto, duas no
livro de Gênesis e uma no segundo livro do profeta Samuel. A primeira diz
respeito a Ló e suas filhas, onde elas embebedam o pai e com ele se deitam para
ficarem grávidas e terem filhos com ele (Gênesis 19.30-38). A segunda diz
respeito a Abraão, que revela ao rei Abimeleque que Sara de fato era sua irmã
(na verdade meia irmã), não somente sua esposa (Gênesis 20.10-16). Já a
terceira diz respeito ao relacionamento de Amnon e Tamar, meio-irmãos por parte
de pai, pois ambos eram filhos do rei David (2 Samuel 13). Foi Moisés, no Livro
de Levítico 18:6-18 e 20:11-12, que proibiu as relações incestuosas. Existem
ainda outros exemplos de incesto na história de Israel: Jacó tem duas esposas,
irmãs entre elas (Gênesis 29,30); Rubens tem relações com a concubina do pai
(Gênesis 35,22); Judá tem dois filhos da nora, Tamar (Gênesis 38). Ainda
Russell Norman Champlin em obra já citada: “Todas as variedades de incesto
requeriam a pena de morte (Lev. 20:11). Relações sexuais com a própria sogra ou
com a mãe de uma concubina eram punidas com a execução na fogueira. Irmão e
irmã, sobrinho e tia, cunhado e cunhada são outros casos especificamente
mencionados. Ver as referências abaixo, onde são mencionados os vários casos:
Lev. 20:11,12,17; 19:21 e Deut.27:33. Entretanto, um homem podia casar-se com a
viúva de um seu irmão e até mesmo estava nessa obrigação, se seu irmão e aquela
mulher não tivessem tido filhos”. CHAMPLIN, Russell Norman,
Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 1. Editora Hagnos. pag. 969.]
3.
Bestialidade. É uma aberração sexual, tanto masculina como
feminina, contra a qual a lei dispõe tendo como sanção a pena de morte, seja
para o homem, seja para a mulher e também para o animal, que devia ser morto
(Lv 20.15,16). Bestialidade e homossexualismo desonram a Deus e eram práticas
cananeias, razão pela qual os cananeus foram vomitados da terra (Lv
18.23-28). [Comentário: É
o mesmo que zoofilia, relações sexuais desnaturais de um homem ou uma mulher
com um animal. Interessante a colocação deste assunto aqui, a despeito da
repulsa que esse ato provoca na maioria das pessoas, sempre foi uma prática
popular. A Lei mosaica condenava enfaticamente esta prática pervertida,
sentenciando o culpado e o animal à morte. “Quando um homem dá a sua emissão
seminal a um animal, sem falta deve ser morto, e deveis matar o animal. E
quando uma mulher se aproxima de algum animal para ter contato com ele, tens de
matar a mulher e o animal.” (Lv 20.15, 16; 18.23; Êx 22.19; Dt 27.21). A
prática depravada da bestialidade está incluída na palavra grega por·neí·a,
traduzida “fornicação”. Quem se entrega a tal prática imunda é moralmente
impuro, e se um membro da congregação cristã se entregasse a tal prática,
estaria sujeito a ser desassociado (Ef 5.3; Cl 3.5, 6). Os desejos anormais de
sodomia e bestialidade (pecados que não devem ser mencionados sem horror)
deviam ser punidos com a morte, assim como o são hoje, segundo a lei da nossa
nação, v. 13,15,16. Até mesmo o animal que fosse maltratado com este pecado
devia ser morto com o pecador, ao qual consequentemente cabia a maior vergonha.
E a infâmia era assim representada no grau mais execrável e abominável, devendo
ser eliminadas todas as oportunidades para que ela fosse lembrada ou
mencionada.]
SÍNTESE DO TÓPICO
III
Deus abomina o estupro, o incesto e a bestialidade.
IV. O ENSINO DE JESUS
1. O
sétimo mandamento nos Evangelhos. O Senhor Jesus reiterou o que
Deus disse no princípio da criação sobre o casamento, que se trata de uma
instituição divina, uma união estabelecida pelo próprio Deus (Mt 19.4-6). Ele
também se referiu ao tema do sétimo mandamento de maneira direta e indireta.
Direta ao fazer uso das palavras “não adulterarás” ou “não cometerás adultério”
no Sermão do Monte (Mt 5.27), na questão do moço rico (Mt 19.18) e nas
passagens paralelas (Mc 10.19; Lc 18.20). Indireta quando fala acerca do
divórcio, tema pertinente ao sétimo mandamento (Mt 19.9; Mc 10.11,12). [Comentário: Os homens de outrora,
como também os escribas e fariseus dos dias de Jesus, certamente estavam
corretos em citar o sétimo mandamento na forma como o faziam. Porém, novamente
aqui, como já mostramos ao tratar do sexto mandamento, eles não conseguiam dar
uma exposição satisfatória do assunto. Como no caso anterior, não era a lei, e,
sim, a exposição dos rabinos que era defeituosa. O sétimo mandamento deveria
ter sido explicado à luz do décimo: “Não cobice a mulher do seu próximo” (Ex
20.17; Dt 5.18). Caso tivessem feito isso, teria ficado plenamente claro que é
“do coração que vêm as más deliberações, os homicídios, os adultérios, as
imoralidades...” (Mt 15.19). Os inimigos de Cristo condenavam os atos exteriores.
Pelo menos era isso que enfatizavam. Quando convinha aos seus propósitos, eles
podiam ser muitíssimo severos para com aqueles que cometiam um adultério
literal ou concreto (Jo 8.1-11). Entretanto, Jesus considera que os maus
desejos do coração já constituem adultério, assim como considera que o ódio do
coração já é homicídio. Só é necessário acrescentar que o que é dito ao homem
casado, também se aplica à mulher casada. A infidelidade no vínculo matrimonial
é sempre errada. Naturalmente, isso significa que qualquer tendência que
suscite tal infidelidade — por exemplo, a intenção de uma pessoa solteira de
romper um matrimônio — é igualmente um pecado contra o sétimo mandamento.
Depois de um exame mais detido notamos que nada há de inocente com referência
ao homem descrito no v.28. Ele não é alguém que, sem quaisquer más intenções,
vê alguém do sexo oposto. Não. Ele está olhando, observando, examinando uma
mulher com o fim de cobiçá-la, para em seguida possuí-la e dominá-la
completamente, de usá-la para o seu próprio prazer. A expressão verbal
“qualquer que olha”, tomada isoladamente, é inteiramente neutra. A forma verbal
usada original é muito geral em seu uso. Porém, o que temos aqui no v.28 é um
olhar para cobiçar. Não há nada de inocente nisso. É egoísmo. Ver Mt 7.12. Em
seu cenário apropriado, o sexo é um maravilhoso dom de Deus. Entretanto, não há
desculpas para a luxúria e a vulgaridade. Isso é errôneo sempre e em qualquer
lugar, seja para os solteiros ou para os casados. HENDRIKSEN. William. Comentário
do Novo Testamento. Mateus I. Editora Cultura Cristã. pag. 423-424.]
2. O
problema dos escribas e fariseus. Mais uma vez Ele corrige o
pensamento equivocado das autoridades religiosas de Israel. Os escribas e
fariseus haviam reduzido o sétimo mandamento ao próprio ato físico, pois
desconheciam o espírito da lei, apegavam-se à letra dela (2Co 3.6). Assim, como
é possível cometer assassinato com a cólera ou palavras insultuosas, sem o ato
físico (Mt 5.21,22), da mesma forma é possível também cometer adultério só no
pensamento (Mt 5.27,28). [Comentário:
Jesus indica que o pecado descrito em Êx 20.14 tem raízes mais profundas que o
ato declarado. Qualquer que olhar caracteriza o homem cujo olhar não está
controlado por uma santa reserva e que forma o desejo impuro de concupiscência
por determinada mulher. O ato será consumado quando houver oportunidade. É
exatamente o pensamento expresso pelo comentarista da revista, o Pr Esequias
Soares: “O adultério começa na mente contaminada pela cobiça e termina no
corpo pela prática física (Mt 15.34; Tg 1.15). O ensino de Jesus é mais
profundo e vai à raiz do problema. Ele disse que nem é preciso o homem se
deitar com uma mulher para cometer adultério; basta olhar e cobiçar uma mulher
que não seja sua esposa, e já cometeu adultério com ela (Mt 5.28). É o
adultério da mente que é consumado no corpo; não se restringe somente à prática
do ato, mas também ao pensamento. E a sanção contra o referido pecado é de
caráter espiritual e se distingue do sistema mosaico”. Esequias
Soares. Os Dez Mandamentos. Valores Divinos para uma Sociedade em Constante
Mudança. Editora CPAD. pag. 107.]
3. A
concupiscência. Há diferença entre olhar e cobiçar. O pecado é o
olhar concupiscente. O sexo é santo aos olhos de Deus, desde que dentro do
casamento, nunca fora dele. O livro de Cantares de Salomão mostra que o sexo
não é apenas para procriação, mas para o prazer e a felicidade dos seres
humanos. Jesus não está questionando o sexo, mas combatendo a impureza sexual e
o sexo ilícito, a prostituição. O Senhor Jesus disse que os adultérios procedem
do coração humano (Mt 15.19). [Comentário: Concupiscência significa um forte desejo,
um forte anseio de fazer algo que desagrada a Deus ou de ter coisas de uma
forma que desagrada a Deus. Algumas traduções bíblicas a traduzem como “desejo”
ou como “cobiça”. Em um sentido amplo, qualquer desejo, ou cobiça, ou anseio
por fazer ou ter coisas que são pecado e desagradam a Deus, se enquadram no
significado dessa palavra. Não se aplica apenas a área sexual como alguns
pensam, mas a todas as áreas onde o desejo humano de alguma forma desagrada a Deus,
ofendendo-o através da prática continuada do pecado. O texto de Paulo aos
Romanos exemplifica bem essa questão: “Mas o pecado, tomando ocasião pelo
mandamento, despertou em mim toda sorte de concupiscência; porque, sem lei,
está morto o pecado.” (Rm 7. 8). O Comentário Bíblico Beacon (CPAD) nos informa
o seguinte: “Tiago conhecia os poderes sobrenaturais do mal que agiam no
mundo (cf. 3.6), mas aqui ele procura ressaltar o envolvimento e a
responsabilidade pessoal do homem ao cometer pecados. O engodo do mal está em
nossa própria natureza. Ele está de alguma forma entrelaçado com a nossa
liberdade. A questão é: “Será que eu preferiria ser livre, tentado e ter a
possibilidade de vitória ou ser um ‘bom’ robô?” O robô está livre de tentação,
mas ele também não conhece a dignidade da liberdade ou o desafio do conflito e
não conhece nada acerca da imensa alegria quando vencemos uma batalha. Tiago
diz que cada um é atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Essa
palavra epithumia (“desejo”, RSV) pode ter um significado neutro, nem bom nem
mal. Assim, H. Orton Wiley escreve: “Todo apetite é instintivo e sem lógica.
Ele não identifica o erro, mas simplesmente anela pelo prazer. O apetite nunca
se controla, mas está sujeito ao controle. Por isso o apóstolo Paulo diz:
‘Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos
outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado’ (1 Co 9.27)”.
Este talvez seja o sentido que Tiago emprega aqui. No entanto, na maioria dos
casos no Novo Testamento, epithumia tem implicações maléficas. Se for o caso
aqui, quando um homem é seduzido para longe do caminho reto, isso ocorre por
causa de um desejo errado. Tasker escreve: “Este versículo, na verdade,
confirma a doutrina do pecado original. Tiago certamente teria concordado com a
declaração de que ‘a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice’
(Gn 8.21). Desejos concupiscentes, como nosso Senhor ensinou de maneira tão
clara (Mt 5.28), são pecaminosos mesmo quando ainda não se concretizaram em
ações lascivas”.13 Se essa interpretação for verdadeira, há aqui mais uma
dimensão na origem da tentação. Desejos errados podem ser errados não somente
porque são incontrolados, mas porque, à parte da presença santificadora do
Espírito, eles são carnais”. A. F. Harper. Comentário Bíblico Beacon.
Tiago. Editora CPAD. Vol. 10. pag.159-160.]
SÍNTESE DO TÓPICO IV
O Senhor Jesus reiterou o princípio do sétimo mandamento.
CONCLUSÃO
Cremos que
Deus sabe o que é certo e o que é errado para a vida humana. A Bíblia é o
manual divino do fabricante e é loucura querer ir contra Ele. A sanção contra
os que violarem o sétimo mandamento, na fé cristã, não vai além da disciplina
da Igreja e, em alguns casos, o caos na família. Mas o julgamento divino é tão
certo quanto a sucessão dos dias e das noites, e a única salvação é Jesus (At
16.31; 17.31). [Comentário: Entendemos
que a manutenção da santidade e pureza no tocante à vida sexual dos redimidos,
o que vale é o que está contido nas Escrituras. Nossos dias gozam de liberdade
de expressão e de um estilo "livre" de vida. A mídia e a propaganda
negociam o sexo. Hoje, o sexo está tão banalizado que não há mais aquela
expectativa dos noivos em se descobrirem aos poucos, em maravilharem-se um com
o outro vivendo uma novidade maravilhosa de um toque, de uma fragrância, de
surpresas que fortalecem o casamento e o amor. Devemos ter cuidado com o
“normal” e verificarmos o que a Bíblia diz sobre o assunto, o que não se esgota
com esta lição, como por exemplo, a masturbação, que não foi esclarecida aqui.
O que devemos ter em mente é que o impulso sexual é uma parte normal, dada por
Deus, de qualquer homem ou mulher saudável. Envergonhar-se disto é duvidar da bondade
de Deus para conosco, porém, abusar dele é contrariar a graça que Deus tenciona
para nós. Ele nos criou com muitos impulsos e desejos, que podemos desenvolver
ou usar de maneira errada. Como um deles, o impulso sexual ativa ou destrói os
relacionamentos, de acordo com seu controle e aplicação. Fugi da
prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se
prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso
corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e
que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai,
pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.
(1Co 6.18-20). Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério,
prostituição, impureza, lascívia (Gl 5.19). Porque esta é a vontade de
Deus, a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição; Que cada um de
vós saiba possuir o seu vaso em santificação e honra; Não na paixão da
concupiscência, como os gentios, que não conhecem a Deus. Ninguém oprima ou
engane a seu irmão em negócio algum, porque o Senhor é vingador de todas estas
coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos. Porque não nos chamou
Deus para a imundícia, mas para a santificação. (1 Ts 4.3-7)]. “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.