INTRODUÇÃO
Depois de ter estudado a função
do presbítero na igreja local, nos voltaremos na aula de hoje para o diaconato.
Inicialmente mostraremos sua origem, abordando tantos aspectos linguísticos
quanto culturais. Enfocaremos também o sentido amplo e estrito do termo diácono
em hebraico e grego. Mostraremos a atuação dos diáconos no contexto do Novo
Testamento. Ao final, abordaremos, com base em I Tm. 3.8-13, as qualificações
bíblicas para a seleção dos diáconos na igreja.
1. A ORIGEM DO DIACONATO
O diácono é um servo, que em
hebraico é o ebed, e diz respeito à condição de qualquer pessoa diante de Deus,
é nesse sentido que Israel é considerado servo de Deus (Lv. 25.55). No livro de
Isaias, entre os capítulos 40 a 55, há alusões ao Servo do Senhor, relacionado
à restauração de Israel e das nações. No capítulo 53 se encontra a revelação
dAquele que viria a ser o Servo Sofredor: Jesus Cristo. Na verdade Jesus é o
grande modelo de diácono (gr. diakonos), ou melhor, de servo. Paulo reconhece
que Jesus, “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.
Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante
aos homens” (Fp. 2.6,7). A palavra servo nessa passagem em grego é doulos, e se
refere a muito mais que um servo, talvez a tradução mais apropriada seja
“escravo”. Em consonância com essa verdade, em Jo. 13.12-17 Jesus se apresenta
não apenas como Mestre, mas também como o servo, ao se dispor a lavar os pés
dos discípulos. Antes de chegarmos ao trono, precisamos passar pelo caminho da
“toalha e da bacia”. Essa é uma mensagem importante, considerando que muitos líderes
querem apenas ser servidos, contrariando o ensino de Jesus. Ele mesmo
testificou que o Filho do Homem veio para servir, não para ser servido (Mc.
10.45). O diaconato é um ministério de entrega, sobretudo de renúncia pessoal.
Paulo descreve sua atuação ministerial como um diaconato (II Co. 6.1-4), sendo
servo de uma nova aliança (II Co. 3.6), da justificação (II Co. 11.15), de
Cristo (Cl. 1.7) e de Deus (II Co. 6.4), do evangelho (Ef. 3.7) e da igreja
(Cl. 1.25). Qualquer obreiro na seara do Senhor deve se considerar um diácono,
de preferência um escravo, fazendo não a sua vontade, antes a dAquele que o
vocacionou.
2. O DIÁCONO NO NOVO TESTAMENTO
Em sentido específico, o diácono
é um ofício na igreja cristã, referido por Paulo em Fp. 1.1; I Tm.
3.8,12. A esse respeito é preciso fazer a distinção entre o uso amplo do
termo diácono, englobando as mulheres, como o caso de Febe (Rm. 16.1), e o
restrito, relacionado ao ofício eclesiástico (I Tm. 3.8-13). A instituição do
diaconato na igreja aconteceu em virtude do crescimento, demandando atitudes
para sua administração. Os helenistas da igreja argumentavam que as viúvas
gregas estavam sendo preteridas da assistência social (At. 6.1). Para resolver
esse importante negócio os diáconos foram escolhidos, a fim de que os apóstolos
pudessem se dedicar mais à Palavra. Isso quer dizer que eles acumulavam as
atribuições, faziam mais do que podiam. Ministros centralizadores acabam por
arcar com as consequências da liderança insegura. Há pastores que estão
sobrecarregados com tantas responsabilidades, querem suprir todas as carências
da igreja sozinhos, por causa disso comprometem a integridade física e
espiritual. A opção dos apóstolos para a solução desse problema na igreja foi a
escolha de sete homens, a maioria deles helenistas, para cumprir essa função
social. Os apóstolos não tiveram receio de partilhar a organização da igreja
com os cristãos gregos. Entre esses se encontrava Estevão, um diácono que não
se restringiu apenas em servir às mesas. Ele era um diácono cheio do Espírito
Santo e de sabedoria (At. 6.3,10), cheio de fé (At. 6.5) e de poder (At. 6.8).
Os diáconos da igreja, seguindo o exemplo de Estevão, não precisam ficar
restritos ao trabalho social. Eles podem, com ousadia e intrepidez do Espírito,
testemunhar do evangelho de Jesus (At. 1.8).
3. QUALIFICAÇÕES PARA O
DIACONATO
Como aconteceu nos tempos dos
apóstolos, a função diaconal na igreja alivia bastante as atribuições dos
presbíteros (pastores). Esse era um trabalho tão importante para a vida social
da igreja que Paulo apresenta instruções detalhadas para a escolha desses. Na
seleção dos diáconos para o serviço na igreja deveriam ser observadas as
seguintes qualificações: 1) respeitável – seu caráter deveria ser digno de
imitação, levando suas atribuições a sério, não podiam apenas ocupar um cargo;
2) de uma só palavra – não deveria ser dado às conversas fúteis, tratava-se de
uma pessoa digna de confiança; 3) não inclinado ao vinho – naquela região era
comum as pessoas se embriagarem, os diáconos deveriam fugir da bebedeira; 4)
não cobiçoso – a ganância tem conduzido muitos líderes à ruína, os diáconos
deveriam se distanciar dessa prática, tendo em vista que é também da sua
responsabilidade arrecadar as ofertas na igreja; 5) íntegros na doutrina –
precisam ser conhecedores da Palavra de Deus, atentarem para as Escrituras, e
sua conduta em piedade; 6) testado e experimentado – a vida dos candidatos ao
diaconato deve ser provada, quando alguém assume um cargo de liderança sem ser
provado pode decepcionar toda a congregação; 7) exemplo no lar – a esposa do
diácono é parte do seu ministério, sua família deve ser um exemplo de piedade,
sua mulher deve contribuir com o serviço diaconal; e 8) disposição para o
trabalho – o diaconato é mais do que um título eclesiástico, as pessoas que são
separadas para esse trabalho devem exercê-lo na igreja, com disposição e
humildade. O versículo 13, de I Tm. 3, aponta para a possibilidade do diácono
ser “promovido” a presbítero, isto é, para o ofício pastoral. O mais importante
é saber que o exercício zeloso do diaconato resulta no reconhecimento de
Cristo, e em galardão para todos aqueles que amam a Sua vinda (II Tm. 4.8).
CONCLUSÃO
Todos os cristãos,
independentemente da condição, sejam homens ou mulheres, são chamados, em
sentido amplo, para o diaconato, isto é, o serviço na igreja. Mas existem
alguns que são escolhidos para essa função institucional, com vistas à
organização dos trabalhos, principalmente o de ordem social. Esses devem ser
selecionados a partir de critérios bíblicos, atentando para as especificações
apresentadas por Paulo em I Tm. 3.8-13, a fim de esses que recebam do Senhor a
recompensa.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
No primeiro século da era
cristã, a Igreja cresceu sob o avivamento do Espírito e expandiu-se pelo mundo.
Na mesma medida em que cresceu, surgiram também problemas na esfera social, demandando
urgentes providências. Por uma sábia e unânime decisão, em assembleia, a igreja
de Jerusalém escolheu sete homens de moral ilibada e cheios do Espírito Santo,
para administrarem esse “importante negócio” (At 6.3). Nesta lição estudaremos
esse importante ministério de serviço que, por causa de uma crise étnica na
igreja, levou os apóstolos a propor medidas que serviram de base para instituir
a função diaconal. Esta, até hoje, faz parte do ministério ordenado pelas
igrejas cristãs. [Comentário: No estudo dos dons ministeriais, passamos, desde
a lição anterior, a analisar as “funções eclesiásticas”, ou seja, as posições
sociais na igreja local mediante as quais se exercem os dons ministeriais com
reconhecimento de todos os membros daquele grupo social. Nesta lição,
estudaremos a função de diácono. Lucas registra em Atos 6 a separação dos
primeiros diáconos, a quem foi confiada a função de administrar as coisas
materiais e se ocupavam do suprimento dos necessitados na igreja. Por que
existe o ministério do diácono? Qual a sua função e importância na vida da
igreja local? São questionamentos que veremos hoje. Hoje em dia, há muitos que
não entendem o assunto, “O Diaconato,” e
existe muita confusão a respeito. Há
igrejas pequenas com muitos diáconos. Há
igrejas com nenhum. Há irmãos que pensam
que o pastor tem que ser diácono antes de ser pastor. Outros acham que “Uma vez diácono, sempre
diácono,” e também que quando um diácono muda de uma igreja para a outra, é
automaticamente considerado diácono da
igreja de destino. Há igrejas que
têm diácono, mas usam um outro membro como tesoureiro. Algumas igrejas pensam do diácono como líder
espiritual, um irmão que deve decidir apenas as questões de natureza
administrativa da igreja. Muitos irmãos
querem consagrar um diácono no lugar de pastor.
Outros não provam o candidato antes da consagração ao diaconato. Será que não devemos repensar a nossa posição
sobre o diácono e sua atuação na igreja? http://solascriptura-tt.org/EclesiologiaEBatistas/DiaconoESuaAtuacao-Montgomery.htm] Tenhamos
todos uma excelente e abençoada aula!
I. A DIACONIA DE JESUS CRISTO
1. Significado do termo. O termo grego diaconia
significa “ministério” ou “serviço”. A vida inteira de Jesus aqui na Terra
demonstrou o verdadeiro sentido da diaconia em todos os seus aspectos. Na
realidade, seu ministério terreno evidenciou o quanto Ele foi “apóstolo da
nossa confissão” (Hb 3.1), profeta (Lc 24.19), evangelista (Lc 4.18,19), pastor
(Jo 10.11), mas principalmente, diácono por excelência (Mt 20.28). O apóstolo
Paulo disse que Jesus, “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser
igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens” (Fp 2.6-7). Segundo a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, a
expressão “tomando a forma de servo” denota o sentido de uma condição humilde. [Comentário: A palavra
"diácono" vem de uma palavra grega (diakonos) que é encontrada
algumas 30 vezes no Novo Testamento. Palavras semelhantes são diakonia
(ministério ou diaconato) e diakoneo (servir ou ministrar). "Diácono"
quer dizer "atendente" ou "servente". A mesma palavra
descreve escravos, empregados e obreiros voluntários. A ênfase não está na
posição da pessoa, mas no servo em relação ao seu trabalho. No Léxico do Novo
Testamento Grego/Português de F. Wilbur Gingrich e de Frederick W. Danker, é
dito que “diákonos” significa “servo” (Mt. 20.26; 22.13; Mc 9.35);
especificamente “garçom” (Jo 2.5,9); “agente” (Rm 13. 4; Gl 2.17); “auxiliar”,
pessoa que presta serviço como cristão: a) a serviço de Deus, Cristo ou a outro
cristão (2Co 6.4; 11.23; Ef 6.21; Cl 1.23,25; 1Tm 4.6); b) em caráter oficial
ou semioficial (Rm 16.1; Fp 1.1; 1Tm 3.8,12)....” (op.cit., p.53). Em seu
Dicionário do Novo Testamento Grego, oferece-nos W.C. Taylor a seguinte
definição de diácono: garçom, servo e administrador. Na Grécia clássica,
diácono era o encarregado de levar as iguarias à mesa, e manter sempre
satisfeitos os convivas. Na septuaginta, eram os servos chamados de diáconos,
porém não desfrutavam da dignidade de que usufruíram seus homônimos do NT, nem
eram incumbidos de exercer a tarefa básica destes: socorrer os pobres e
necessitados. Não passavam de meros serviçais. Aos olhos judaicos, era esse um
cargo nada honroso. A palavra diácono aparece cerca de trinta vezes no NT. É uma sublime função que passou a existir na
Igreja Primitiva a partir de Atos, capítulo seis. Valdemir P. Moreira.
Manual do Diácono.. Eles devem ser como o próprio Mestre; e é muito
apropriado que eles o fossem, pois, enquanto estivessem no mundo, deveriam ser
como Ele foi quando estava no mundo. Porque para ambos o estado atual é um
estado de humilhação; a coroa e a glória estavam reservadas para ambos no estado
futuro. Eles precisavam considerar que “o Filho do Homem não veio para ser
servido, mas para servir e para dar a sua vida em resgate de muitos” (v. 28). O
nosso Senhor Jesus aqui se coloca diante dos seus discípulos como um padrão de
duas qualidades anteriormente recomendadas: a humildade e a utilidade. 1] Nunca
houve um exemplo de humildade e condescendência como houve na vida de Cristo,
que não veio para “ser servido, mas para servir”. Quando o Filho de Deus entrou
no mundo - o Embaixador de Deus para os filhos dos homens alguém poderia pensar
que Ele deveria ser servido, que deveria ter se apresentado em um aparato que
estivesse de acordo com a sua pessoa e caráter; mas Ele não fez isso; Ele não
agiu como uma celebridade, Ele não teve nenhum séquito pomposo de servos de
Estado para servi-lo, nem se vestiu em túnicas de honra, porque tomou sobre si
a “forma de servo”. Ele, na verdade, viveu como um homem pobre, e isto fez
parte da sua humilhação. Houve pessoas que o serviram com as “suas fazendas”
(Lc 8.2,3); mas Ele nunca foi servido como um grande homem. Ele nunca tomou a
pompa sobre si, não foi servido em mesas, como um dos grandes deste mundo.
Cristo, certa vez, lavou os pés dos seus discípulos, mas nunca lemos que eles
tenham lavado os pés dele. Ele veio para ajudar a todos quantos estivessem em
aflição. Ele se fez servo para os doentes e debilitados; estava pronto para
atender aos seus pedidos como qualquer servo estaria pronto para atender à
ordem do seu senhor, e se esforçou muito para servi-los. O Senhor Jesus serviu
continuamente visando este fim, negando a si até mesmo o alimento e o descanso
para cumprir essa tarefa. [2] Nunca houve um exemplo de beneficência e
utilidade como houve na morte de Cristo, que “deu a sua vida em resgate de
muitos”. Ele viveu como um servo, e fez o bem; mas morreu como um sacrifício, e
com isso Ele fez o maior bem de todos. Ele entrou no mundo com o propósito de
dar a sua vida em resgate; isto estava primeiro em sua intenção. Os aspirantes
a príncipes dos gentios fizeram da vida de muitos um resgate para a sua própria
honra, e talvez um sacrifício para a sua própria diversão. Cristo não age
assim; o sangue daqueles que lhe são sujeitos é precioso para Ele, e Ele não é
pródigo nisso (SI 72.14); mas, ao contrário, Ele dá a sua honra e a sua vida
como resgate pelos seus súditos. Note, em primeiro lugar, que Jesus Cristo
sacrificou a sua vida como um resgate. A nossa vida perdeu o direito nas mãos
da justiça divina por causa do pecado. Cristo, entregando a sua vida, fez a expiação
pelo pecado, e assim nos resgatou. Ele foi feito “pecado” e uma “maldição” por
nós, e morreu, não só para o nosso bem, mas “em nosso lugar” (At 20.28; 1 Pe
1.18,19). Em segundo lugar, foi um resgate por muitos. Ele foi suficiente para
todos, mas eficaz para muitos; e se foi eficaz para muitos, então diz a pobre
alma duvidosa: “Por que não por mim?” Foi por muitos, para que por ele muitos
pudessem ser feitos justos. Esses muitos eram a sua semente, pela qual a sua
alma sofreu (Is 53.10,11). “De muitos”, assim eles serão quando forem reunidos,
embora parecessem então um pequeno rebanho. Então esse é um bom motivo para não
disputarmos a precedência, porque a cruz é a nossa bandeira, e a morte do nosso
Senhor é a nossa vida. Esse é um bom motivo para pensarmos em fazer o bem, e,
em consideração ao amor de Cristo ao morrer por nós, não hesitarmos em
“sacrificar as nossas vidas pelos irmãos” (1 Jo 3.16). Os ministros devem estar
mais ansiosos do que os outros para servir e sofrer pelo bem das almas, como o
bendito apóstolo Paulo estava (At 20.24; Fp 2.17). Quanto mais interessados,
favorecidos e próximos estivermos da humildade e da humilhação de Cristo, mais
prontos e cuidadosos estaremos para imitá-las. HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag.
261-262.]
2. Serviço de escravo. Na véspera da sua
crucificação, o Senhor Jesus reuniu os seus doze discípulos para comer a última
ceia. Tomando uma toalha e uma bacia com água, ele começou a lavar os pés dos
discípulos, um a um (Jo 13.4,5). Não há atitude mais comovente do nosso Senhor
como o relato do lava-pés, demonstrando serviço, exemplo e humildade. A
“diaconia da toalha e da bacia” é a convocação cristocêntrica para uma vida de
serviço humilde (Jo 13.12-17). [Comentário:
Diaconia significa “ministério, serviço”. Jesus Cristo foi exemplo para a
Igreja em todos os aspectos. Em sua Diaconia, Ele foi “apóstolo... da nossa
confissão” (Hb 13.1). Foi profeta (Lc 24.19); foi evangelista (Lc 4.18-19); foi
Pastor (Jo 10.11) e também foi diácono. Ele demonstrou seu caráter e sua
personalidade, dando exemplo de humildade. Para cumprir sua missão sacrificial
em favor dos homens, Jesus despojou-se temporariamente de sua glória plena (Jo
17.14). Paulo diz que Ele assumiu a forma de servo, mais que isso, a forma de
“escravo”. Jesus, “... sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual
a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo- se
semelhante aos homens-, e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,
sendo obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.6-8 — grifo nosso). A
expressão “tomando a forma de servo”, “significa aparecer em uma condição
humilde e desprezível”. Elinaldo Renovato. Dons espirituais &
Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora
CPAD. pag. 140.]
3. O discípulo é um serviçal. Certa vez, Tiago e João
pediram ao Senhor lugares de destaques, “à direita” e “à esquerda” de Jesus,
quando da implantação do seu Reino (Mc 10.35-37). Os discípulos ainda não
haviam compreendido a mensagem de Jesus. A proposta do Nazareno nunca foi a de
estabelecer uma hierarquia de poder temporal para a sua igreja, mas a de
serviço conforme demonstra sua resposta a eles: “entre vós não será assim; antes,
qualquer que, entre vós, quiser ser grande será vosso serviçal [diakonos]. E
qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos. Porque o
Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua
vida em resgate de muitos” (Mc 10.43-45). [Comentário: O diácono é um homem recompensado por Deus (1Tm
3.13). “Pois os que desempenharem bem o diaconato alcançam para si mesmos justa
preeminência e muita intrepidez na fé em Cristo Jesus”. Jesus foi o diácono por
excelência. Ele não veio para ser servido, mas para servir. Nunca somos tão
grandes como quando servimos. No reino de Deus maior é o que serve. No reino de
Deus quem tem preeminência não são aqueles que os homens exaltam, mas aqueles a
quem Deus enaltece. Nesse ínterim é mister esclarecer que o diaconato não deve
ser entendido como o primeiro degrau de uma carreira ministerial, se há este
entendimento, ele é equivocado. Outra vez, Jesus surge como ápice exemplar;
enquanto Ele estava pensando em uma cruz, Tiago e João estavam pensando em
coroas. O fardo do Senhor se confrontava com a cegueira deles, e o seu
sacrifício com o egoísmo que demonstravam. Ele só queria dar, mas eles só
queriam receber. A motivação dele era servir; a deles era a própria satisfação
pessoal. Sabeis que os que julgam ser príncipes das gentes (literalmente,
“aqueles que parecem governar”) delas se assenhoreiam. Os discípulos sentiram o
aguilhão dessas palavras ao se lembrarem das táticas opressoras dos
governadores das províncias. Mas entre vós não será assim. O grande entre os
seguidores de Jesus será aquele que quiser ser um serviçal (ministro) e servo
(escravo) de todos. Mas por que teria que ser assim? “Porque o próprio Filho do
Homem não tinha vindo para ser servido, mas para servir”. Nisto, Cristo nos
deixou o exemplo que devemos imitar, seguindo as Suas pisadas (1 Pe 2.21). Ralph
Earle. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 288-289.]
SINOPSE
DO TÓPICO (1)
A diaconia de Jesus Cristo está
centralizada na disponibilidade em servir o próximo.
II. A INSTITUIÇÃO DOS DIÁCONOS
1. O conceito da função. A palavra diácono (gr.
diakonos), segundo o Dicionário Vine, refere-se àquele que presta trabalhos
voluntários aludindo aos exemplos dos criados domésticos dos tempos do Novo
Testamento. O termo destaca, em especial, a função de um mestre ou de um pastor
cristão, entrelaçando o sentido técnico do diácono ou diaconisa. Outra palavra
grega relacionada a “diácono” é doulos. Esta refere-se a “um servo” ou “um
escravo” (Mt 13.27,28; Jo 4.51). Portanto, a ideia preponderante que a função
do diácono remonta é a do serviço voluntário prestado, pelo “ministro”, o
“servo” ou o “assistente”, para alguém. [Comentário: diakonos (em português, “diácono”),
denota primariamente "criado", quer aquele que faz trabalhos servis,
ou o ajudante que presta serviços voluntários, sem referência particular ao seu
caráter. A palavra está provavelmente relacionada com o verbo diõkõ.
“apressar-se após, perseguir" (talvez dito originalmente acerca de um
corredor). "Ocorre no Novo Testamento em alusão aos criados domésticos (Jo
2.5.9); ao governante civil (Rm 13.4); a Cristo (Rm 15.8; Gl 2.17); aos
seguidores de Jesus em sua relação com o Senhor (Jo 12.26: Ef 6.21; Cl 1.7;
4.7); aos seguidores de Jesus em relação uns com os outros (Mt 20.26: 23.11: Mc
9.35; 10.43); aos servos de Cristo no trabalho de orar e ensinar (1 Co 3.5: 2
Co 3.6: 6.4; 11.23: Ef 3.7; Cl 1.23.25: 1 Ts 3.2; I Tm 4.6); àqueles que servem
nas igrejas (Rm 16.1 [usado acerca de uma mulher só aqui no Novo Testamento];
Fp 1.1; 1 Tm 3.8.12); aos falsos apóstolos, servos de Satanás (2 Co 11.15). O
termo diakonos é usado uma vez onde. aparentemente, a referência é aos anjos
(Mt 22.13); em Mt 22.3. onde a referência é aos homens, o termo doulos é
usado** (extraído de Notes on Thessalonians, de Hogg e Vine. p. 91). O termo
diakonos deve, falando de modo geral, ser distinguido do termo doidos,
"servo, escravo”: o lernio diakonos encara o servo em relação ao seu
trabalho: o termo doidos o vê em relação ao seu mestre. Veja. por exemplo. Mt
22.2-14; aqueles que chamam os convidados e os trazem (Mt 22.3.4.6.8.10) são os
douloi: aqueles que executam a sentença do rei (Mt 22.13) são os diakonoi.
Nota: Quanto aos termos sinônimos, leitourgos denota "aquele que executa
deveres públicos"; misthios e misthôtos, “servo contratado"; oiketes,
“servo doméstico**; huperetes. “funcionário subordinado que serve seu
superior" (designava, originalmente. o remador da fileira de baixo numa
galera de guerra); therapon, aquele cujo serviço é o de liberdade e dignidade.
Os denominados “sete diáconos" em At 6 não são mencionados por esse nome,
embora o tipo de serviço no qual estavam engajados era do caráter daquele
consignado para tal. W. E. VINE; Merril F. UNGER; Wllliam WHITE Jr. Dicionário
VINE. Editora CPAD. pag. 563.]
2. Origem do diaconato. “A bênção”, “problema” e
“reivindicação” são palavras-chave para o advento do ministério formal dos
diáconos em o Novo Testamento. A bênção foi o extraordinário crescimento da
igreja local em Jerusalém. A questão étnica causada pela situação social de
muitos que aceitavam a fé, especialmente envolvendo viúvas judias de fala
hebraica e as de fala grega (At 6.1), era o problema. A reivindicação pode ser
vista na manifestação verbal destas viúvas que, sentindo-se injustiçadas pelo
que elas interpretaram ser uma forma de discriminação dos líderes da igreja de
Jerusalém, cobraram sua assistência (At 6.1). [Comentário: Matthew Henry em seu Comentário do Novo
Testamento, escreve o seguinte: “ausa-nos desalento descobrir que o crescimento
do número dos discípulos (v. 1) dá oportunidade para discórdias. Até agora,
todos eles eram unânimes em uma mesma opinião. Esta. observação frequente
significava uma honra para eles. Mas agora que cresciam em número, começaram a
murmurar, semelhantemente ao que ocorreu no velho mundo. Quando os homens
começaram a multiplicar-se, eles se corromperam (Gn 6.1,12). Houve uma
murmuração, não uma desavença aberta, mas um ressentimento secreto. (1) Os
queixosos eram os gregos, ou helenistas, contra os hebreus (v. 1). Os gregos
eram os judeus que se espalharam pela Grécia e outras regiões, falavam
comumente a língua grega e liam o Antigo Testamento na versão grega, não no
original hebraico. Muitos deles estavam em Jerusalém para a festa quando
aceitaram a fé cristã e foram acrescentados à igreja. Estes murmuraram contra
os hebreus, que eram os judeus nativos que usavam o original hebraico do Antigo
Testamento. Alguns pertencentes a cada um desses grupos se tornaram cristãos,
mas, pelo visto, essa aceitação conjunta da fé não teve sucesso, como deveria,
em extinguir os poucos ciúmes que tinham uns dos outros antes da conversão.
Eles retiveram um pouco do fermento velho e não entenderam ou não se lembraram
de que em CRISTO JESUS não há nem grego nem judeu (Cl 3.9). Portanto, não há
distinção entre hebreus e helenistas, mas todos são igualmente acolhidos em
CRISTO, e deveriam ser, por causa dele, queridos uns dos outros. (2) A
murmuração destes gregos era que as suas viúvas eram desprezadas no ministério
cotidiano (v. 1), quer dizer; na distribuição de refeições, e as viúvas
hebreias eram mais bem cuidadas. É pena que as pequenas coisas deste mundo
sejam pontos de discórdia entre os que admitem ter relações com as grandes
coisas do outro mundo. Os apóstolos fizeram a distribuição, obviamente, com a
mais absoluta imparcialidade, e nem de longe intentaram respeitar os hebreus
mais que os gregos. Contudo, houve queixa deles, que diziam estarem as viúvas
gregas sendo desprezadas. Embora elas fossem aptas a receber esse tipo de
assistência social, os apóstolos não lhes deram o suficiente, ou não
contemplaram todas, ou não deram exatamente a mesma soma oferecida às viúvas
hebreias. [1] Talvez esta murmuração (v. 1) fosse infundada e injusta, sem motivo
algum. Mas aqueles que, por qualquer razão, se encontram em situação
desfavorável (como estavam os judeus gregos em comparação com os que eram
hebreus de hebreus), são susceptíveis a, por ciúme, acharem que estão sendo
desprezados quando na verdade não estão. É erro comum de pessoas pobres que, em
vez de serem gratas pelo que recebem, se queixem e reclamem. Tendem a pensar
que recebem pouco, ou que os outros ganham mais que elas. Há inveja e cobiça,
raízes de amargura que se encontram tanto entre os pobres quanto entre os
ricos, apesar das situações humilhantes em que estão e às quais devem se
adaptar. [2] Partamos do pressuposto de que havia motivo para a murmuração. Em
primeiro lugar, certos estudiosos sugerem que os outros pobres no grupo dos
gregos tinham a subsistência provida, embora as suas viúvas fossem desprezadas
(v. 1). Essa falha acontecia porque os gerentes administravam de acordo com uma
regra antiga observada entre os hebreus: a viúva deve ser sustentada pelos
filhos do seu marido (veja 1 Tm 5.4). Em segundo lugar, as viúvas, ao meu ver,
são citadas no lugar de todos os pobres, porque muitos desses que estavam nos
registros da igreja e recebiam esmolas, eram viúvas que tinham sido fartamente
sustentadas pelas atividades dos seus maridos enquanto estavam vivos, mas que
caíram em grandes dificuldades financeiras quando faleceram. Os que administram
a justiça pública devem de uma maneira particular proteger as viúvas de
injustiças (Is 1.17; Lc 18.3), assim os que administram os fundos da caridade
pública devem de uma maneira particular sustentar as viúvas no que for
necessário (veja 1 Tm 5.3). Perceba que estas viúvas e os outros pobres
recebiam uma ajuda diária (v. 1). Talvez, após um cálculo prévio, sabiam que
não podiam acumular sua porção para o futuro. Então os administradores dos
fundos, num gesto de bondade, davam-lhes dia a dia o pão necessário. Eles
dependiam do quinhão do dia para viver. Pelo visto, as viúvas gregas foram,
comparativamente, desprezadas. Talvez os que distribuíam o dinheiro
consideraram que os hebreus ricos contribuíam mais para o fundo do que os
gregos ricos, que não tinham propriedades para vender, como os hebreus. Por
conseguinte, os gregos pobres deveriam ter menos direito ao fundo. Embora
houvesse certa dose de tolerância, tratava-se de procedimento cruel e injusto.
Veja que mesmo na igreja mais bem organizada do mundo sempre haverá algo
impróprio, administração incompetente, queixas ou, pelo menos, algumas
reclamações”. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento
ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 59-60.]
3. A escolha dos diáconos. Para resolver o impasse,
orando e impondo-lhes as mãos, os apóstolos separaram sete irmãos de boa
reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria para administrar uma questão
étnica e social (At 6.2-7). Foi uma decisão de caráter pacificador e de muito
bom-senso para a igreja não se perder em permanentes desentendimentos. O
objetivo era estimulá-la a resolver a questão reconhecendo o caminho equivocado
antes aderido pelos líderes até aquele momento. Assim, eles puderam executar as
mudanças necessárias e resolveram uma questão que poderia trazer sérios
problemas para a igreja de Jerusalém. [Comentário: O Pr Altair Germano escreve o seguinte
em seu Blog: “- Boa Reputação (gr. martyrouménous): boa fama, alguém de quem se
fala bem, louvado, recomendável (esposa, filhos, vizinhos, patrão, igreja,
pastor, etc.); Cheios do Espírito (gr. plêreis pneúmatos): repletos, plenos do
Espírito (c/ Ef 5.18). O termo “Santo” não aparece nas edições críticas da
Vulgata e no N.T. Grego (27ª ed. Nestle-Aland). Pode estar implícito aqui o
Batismo com o Espírito Santo (At 2.1-4), a manifestação dos dons do Espírito (1
Co 12-14) e o fruto do Espírito (Gl 5.22-25). De Sabedoria (gr.sophías):
habilidade, tato, bom senso, juízo sensato, experiência nas questões da vida
(Tg 1.5-7). Negócio (gr. chréias): trabalho, serviço, tarefa necessária. O
termo “importante” foi traduzido na versão ARC para dar ênfase ao serviço http://www.altairgermano.net/2014/06/o-diaconato-subsidio-para-licao-biblica.html.
O Manual do Diácono, de Valdemir P. Moreira, traz o seguinte: “Na versão Revista
e Corrigida de Almeida, lemos: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões
(...) aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At 6.3). A versão
atualizada, porém, buscando maior aproximação com o grego, usa a seguinte
expressão: “aos quais encarreguemos deste serviço”. É o diaconato, afinal, um
serviço ou um importante negócio? Ambas
as coisas, pois estão certas ambas as versões. A palavra grega chréia tanto
pode ser traduzida como serviço quanto como negócio. Ela pode ser compreendida,
ainda, como “um serviço para suprir auxilio em caso de necessidade”. Portanto,
nenhum erro cometeu os revisores dessas versões. Servir a Igreja, a Noiva do
Cordeiro, é de fato um importante negócio! Pense nisso, diácono, e
conscientize-se de sua responsabilidade”. Valdemir P. Moreira. Manual do
Diácono.]
SINOPSE
DO TÓPICO (2)
O livro dos Atos dos Apóstolos,
no capítulo 6, descreve a instituição do ministério de diácono.
III. O PERFIL E FUNÇÃO DO DIÁCONO
1. Qualificações do diácono. As qualificações dos
diáconos descritas no livro de Atos e na primeira carta a Timóteo revelam que
em nada elas diferem da atribuição ética exigida aos bispos (1 Timóteo e Tito).
a)
Caráter moral (1Tm 3.8). Os diáconos devem ser pessoas honradas, dignas,
corretas e íntegras. Não pode haver “língua dobre” neles, isto é, a sua palavra
deve ser sim, sim e não, não. A ganância por dinheiro tem de passar longe da
sua vida, pois sua função é exatamente a de executar trabalhos administrativos
da igreja local, como auxiliar nas tarefas do culto e acompanhar as viúvas e os
pobres da Igreja do Senhor.
b)
Caráter espiritual (1Tm 3.9,10). Ter a plena convicção do que é crer no
Evangelho. O diácono guarda a revelação de Deus que está em Cristo Jesus, o
nosso Senhor (cf. Rm 16.25). Por isso, a liderança e a igreja local devem
avaliar o candidato ao diaconato levando em conta o seu caráter moral e
espiritual.
c)
Caráter familiar. O candidato deve ser marido de uma mulher, fiel à sua esposa
e bom pai. A exemplo dos bispos, os diáconos devem ser zelosos com o seu lar,
amar as suas esposas com amor sacrifical. Devem respeitar os seus filhos, para
obterem deles o mesmo respeito. O “serviço” do diácono à sua família revelará
como ele servirá a igreja local. [Comentário: Ainda o
Pr Altair Germano, sobre o diaconato, escreve: “8 Da mesma sorte os diáconos
sejam honestos, não de língua dobre, não dados a muito vinho, não cobiçosos de
torpe ganância, 9 guardando o mistério da fé em uma pura consciência. 10 E
também estes sejam primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis.
(1 Tm 3.8-10, ARC). 12 Os diáconos sejam maridos de uma mulher e governem bem
seus filhos e suas próprias casas. 13 Porque os que servirem bem como diáconos
adquirirão para si uma boa posição e muita confiança na fé que há em Cristo
Jesus. (1 Tm 3.12-13, ARC). a) Honestos (gr. semnous): respeitável, honorável,
digno. Envolve condição interior e postura exterior.[8] b) Não de língua dobre
(gr. mê dilogous): sem palavra, não de duas palavras, que tenha uma só palavra.
Que não muda de opinião por conveniência.[9] c) Não dados (gr. proséchontas,
inclinados) a muito vinho: sobriedade. d) Não cobiçosos de torpe ganância (gr.
aischpokepdeís): Uma advertência em relação às tentações que poderiam ficar
expostos na administração das esmolas, à assistência aos pobres e às finanças
da congregação em geral.[10]Paganelli comenta que: “A advertência de Paulo não
proíbe diáconos terem riquezas [...]. O problema reside no modo como tal
riqueza é adquirida [...]".[11] e) Guardando o mistério da fé (gr.
mystêrion tês písteos): devem ter convicções ortodoxas, pois “mistério”
representa a soma total de todas as verdades reveladas da fé.[12] f) Provados
(gr. dokimazésthosan): Experimentados. Apenas depois de uma triagem (exame)
cuidadosa a respeito do seu caráter, da sua conduta, e da sua adequabilidade,
se mostrarem irrepreensíveis (gr. anégkletoi, inculpáveis, não acusáveis),
devem ter licença para exercer o diaconato.[13] Andrade, apropriadamente
adverte: “[...] muitos pastores, não sabendo como provar, ou experimentar, os
seus aspirantes ao ministério, acabam por confundir as legítimas e bíblicas
provações com caprichos acintosamente humanos.”[14] g) Maridos de uma mulher e
governem (gr. proistámenoi, liderem, dirijam, cuidem) bem seus filhos e suas
próprias casas: Stott, em seu comentário acerca de 1 Tm 3. 2, cita cinco
possibilidades de interpretação quanto a “maridos de uma mulher”: (1) Os que
nunca se casaram; (2) Os polígamos; (3) Os que se divorciaram, e casaram-se de
novo; (4) Os que tendo enviuvado, casaram-se novamente; (5) Os que cometem o
pecado da infidelidade no casamento. Não existe, nem mesmo na perspectiva
intradenominacional, unanimidade acerca da questão. Quanto a questão de governo
ou liderança, aquele que não é bom administrador de sua própria casa,
certamente reproduzirá os mesmos erros no trato com a congregação (igreja
local) http://www.altairgermano.net/2014/06/o-diaconato-subsidio-para-licao-biblica.html.]
2. A função dos diáconos em Atos
6. Quando
foram instituídos diáconos, setes homens de fala grega foram separados para
assistir socialmente as viúvas: tanto as de fala hebraica como as de fala
grega. Os diáconos não podiam permitir que houvesse injustiças de caráter
social na igreja do primeiro século. A função do diaconato era fundamentalmente
de caráter social. [Comentário: Quanto ao total de sete homens separados para a
função, Champlin escreve o seguinte: “Alguns têm suposto que tal número foi
regulado pela circunstância de que a cidade de Jerusalém, naquela época, estava
dividida em sete distritos. Porém, acerca disso não há qualquer evidência
comprobatória. Talvez esse número tenha sido escolhido por ser considerado um
número sagrado segundo o pensamento dos hebreus”. CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. Editora Hagnos.
pag.135.. O Rev Hernandes Dias Lopes escrevendo em seu Blog acerca das
Qualificações Bíblicas do Diaconato, afirma: “Depois de elencar as virtudes que
devem ornar a vida do presbítero, o apóstolo Paulo passa a falar dos atributos
do diácono (1Tm 3.8-13). Muitas das qualificações do diácono são as mesmas do
presbítero. O diácono, diákonos, é o servo que coopera com aqueles que se
dedicam à oração e ao ministério da palavra. Os primeiros diáconos foram
nomeados assistentes dos apóstolos. Há dois ministérios na igreja: a diaconia
das mesas (At 6.2,3) e a diaconia da palavra (At 6.4); a ação social e a
pregação do evangelho. O ministério das mesas não substitui o ministério da
palavra, nem o ministério da palavra dispensa o ministério das mesas. Nenhum
dos dois ministérios é superior ao outro. Ambos são ministérios cristãos que exigem
pessoas espirituais, cheias do Espírito Santo para exercê-los. A única
diferença está na forma que cada ministério assume, exigindo dons e chamados
diferentes” http://hernandesdiaslopes.com.br/2014/03/qualificacoes-biblicas-do-diacono/#.U6BhDSineAQ.
Atos 6.2 nos mostra que os homens que estavam alimentando o rebanho ao pregar e
ensinar perceberam que não era certo abandonar essas atividades para servir às
mesas, por isso encontraram alguns outros homens que estavam dispostos a servir
e ministrar às necessidades físicas da igreja enquanto eles ministravam às
necessidades espirituais. Era uma melhor utilização dos recursos e um melhor
uso dos dons de cada um. Isso também envolvia mais pessoas no atendimento e
auxílio uma à outra.Leia mais:
http://www.gotquestions.org/Portugues/responsabilidades-diaconos-igreja.html#ixzz34wAR40Lp]
3. A função dos diáconos hoje. Atualmente, a função
primordial do diácono é auxiliar a igreja local através das orientações do seu
pastor em atividades ligadas a visitar os enfermos, os necessitados e os
desviados, bem como cuidar das tarefas espirituais ligadas ao culto, como a
distribuir os elementos da Ceia do Senhor, recolher as contribuições para a
manutenção da igreja local (dízimos e ofertas) e auxiliar na ordem e na
segurança da liturgia do culto, bem como de outras tarefas já mencionadas. [Comentário:
Não é preciso dizer aqui que esta função hoje é mal utilizada. Hoje, em
uma Igreja que se julga bíblica, a função diaconal é essencialmente a mesma. Os
presbíteros e pastores devem "pregar a palavra, instar a tempo e fora de
tempo, admoestar, repreender, exortar, com toda longanimidade e ensino"
(2Tm 4.2), e os diáconos devem cuidar de tudo o mais. As responsabilidades de
um diácono podem incluir tarefas administrativas ou organizacionais, servir
como atendente ou porteiro nos cultos, cuidar da manutenção do edifício ou
servir como tesoureiro da igreja. É lógico que tudo isso depende das
necessidades da igreja local e dos dons dos homens disponíveis. Como os demais
dons ministeriais são dados a algumas pessoas (Ef 4.11), não são todos que
recebem o dom de diácono. A frase
“Escolhei, pois, irmãos, dentre vós...” usada em Atos 6.3 nos mostra
isso. Todavia, a “função de servir” no grego “diaconia”, é peculiar a todos os
outros dons ministeriais. “Todo ministro começa como diácono. Isto é uma
verdade. Mas ele jamais cessa de ser um diácono. O ministro continua sendo um
diácono” CHAMPLIN, p. 130, 2005. Logo são diáconos: (a) os apóstolos
(At 20.19; 1Co 3.5); (b) os profetas(At 13.1); (c) os pastores (1Pe 5.2); (d)
os evangelistas (2Tm 4.5); e (e) os presbíteros (At 20.28).]
SINOPSE
DO TÓPICO (3)
Para o perfil e a função do
diácono deve-se levar em conta o caráter moral, o caráter espiritual e o
caráter familiar do candidato.
CONCLUSÃO
O diaconato foi instituído pelos
apóstolos de Cristo quando a comunidade cristã cresceu e precisou ter pessoas
que pudessem resolver questões relacionadas a problemas sociais que demandavam
atenção e cuidado. Hoje, os diáconos servem à igreja e a Deus em trabalhos
diferentes, e a liderança das igrejas locais deve valorizar o seu trabalho e
reconhecê-los como excelentes servidores do Reino de Deus, pois, no sentido
lato, todos somos diáconos da Igreja de Deus. [Comentário:
Não há dúvidas que o diácono é o auxiliar mais direto de que dispõe o
pastor e deve ser assim reconhecido. Sua origem, na Igreja Primitiva, deveu-se
ao fato da necessidade dos apóstolos se manterem afeitos à oração e à palavra.
Não deve ser encarado como um primeiro degrau na “carreira” ministerial, e
muito menos, como geralmente acontece, ser desempenhada visando ser “visto”
pelo pastor e consequentemente “promovido” a cargos mais elevados. É lamentável
quando observamos alguém que, enquanto Diácono, exercia sua função com
maestria, depois de alçado ao presbitério, “apaga-se”, evidenciando tão somente
que a sua busca era carreirista. É importante, ainda, o esmero em aprimorar-se
intelectualmente, ser um frequentador assíduo do culto de doutrina e da escola
dominical, e ser um homem de oração. Note que entre os sete homens escolhidos
para servir como diáconos estão Estêvão e Filipe (os únicos dois sobre quem
Lucas apresenta detalhes). Filipe se destaca como pregador (At 8.4-8,26-40;
21.8); ele é o primeiro a fundar uma igreja entre os samaritanos. Estêvão é
descrito como ‘homem cheio de fé’, sem dúvida significando a fé que faz
milagres. Ele faz ‘prodígios e grandes sinais entre o povo’, e seus oponentes
não sabem como lidar com a pregação que ele faz. O ministério destes dois
homens ilustra os ministérios dos diáconos, os quais se estendem muito além das
preocupações práticas do dia a dia da Igreja.] “NaquEle que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
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