sexta-feira, 23 de maio de 2014

LIÇÃO 8 - O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA





SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO

Em continuidade ao estudo dos dons ministeriais, estudaremos na aula de hoje o dom de evangelista. Inicialmente mostraremos o que o Novo Testamento revela a respeito desse importante ministério. Em seguida, ressaltaremos as características do ministério de evangelista. Ao final, abordaremos a atuação do ministério de evangelista nos dias atuais, destacando sua relevância para a igreja.

1. O DOM DE EVANGELISTA

A palavra evangelista (gr. euaggelistas) ocorre apenas três vezes no Novo Testamento em At. 21.8, em referência a Filipe, o diácono-evangelista; em Ef. 4.11, ao dom ministerial de evangelista; e II Tm. 4.5, orientando Timóteo a fazer o trabalho de evangelista. O significado literal é de “anunciador de boas novas”, e nesse sentido, Jesus é o maior dos evangelistas, pois Ele deu testemunho de que havia sido enviado para pregar as boas novas aos quebrantados (Lc. 4.18,19; Is. 61.1-3). Ao que tudo indica essa era uma função ministerial na igreja primitiva, semelhante à de apóstolos, profetas, pastores e mestres. O evangelista, grosso modo, é alguém que tem amor pelas almas perdidas, um desejo de conduzir os pecadores a Cristo. Filipe é o único homem no Novo Testamento a ser denominado de evangelista. Ele era um dos sete diáconos que foram dispersos em virtude da perseguição que resultou na morte de Estevão (At. 6.5; 8.1-5). Filipe se destacou como um verdadeiro evangelista porque mesmo diante da perseguição não fugiu da responsabilidade de levar o evangelho adiante. Ele teve íntima relação com Deus, ouvindo Sua voz, em disposição para obedecê-LO. Como evangelista Filipe deixou o exemplo para aqueles que querem ganhar almas para Cristo. Isso somente poderá ser feito se não medirmos esforços para alcançar essa meta. É necessário também seguir as orientações do Espírito Santo. Identificamos o dom de evangelista na igreja sempre que vemos obreiros dedicados à tarefa de ganhar almas. Há pessoas que se gastam a fim de tirar os perdidos do caminho da perdição. Como Filipe, seu mote é a doutrina da salvação, a cruz de Cristo é seu tema central. Fundamentados na Bíblia, como fez Felipe diante do Eunuco, pregam a Cristo, e Esse crucificado (At. 8.32-35), loucura e escândalo para alguns, mas o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm. 1.16). Felipe foi separado como diácono pela igreja, mas se revelou evangelista em atuação. Isso demonstra a possibilidade das pessoas serem escolhidas para assumirem uma posição eclesiástica, e se destacarem em outra, de acordo com o chamado de Deus.

2. CARACTERÍSTICAS DO EVANGELISTA

O verdadeiro evangelista tem amor pelas almas perdidas, Paulo assumiu que pesava sobre ele a obrigação de pregar o evangelho (I Co. 9.16). Geralmente a atuação do dom ministerial de evangelista é acompanhada por milagres. Filipe pregou o evangelho, os milagres que Deus realizou através dele foram relevantes para a conversão de muitas vidas a Cristo (At. 8.6). É importante ressaltar, no entanto, que o ministério de Filipe não se reduziu à operação de milagres. Existem muitos pregadores atuais, principalmente os televisivos, que não pregam a mensagem. Eles apenas utilizam os milagres como um show, uma espécie de atrativo pessoal, como se isso fosse um fim em si mesmo. Alguns desses supostos evangelistas estão interessados apenas no dinheiro das pessoas. Elas não querem arrebatar almas da perdição, querem auferir lucros, e enriquecerem ilicitamente. Filipe não apenas fez milagres, o texto bíblico de At. 8.12 diz que as pessoas creram na sua mensagem. Isso quer dizer que elas ouviram a pregação, e foram convencidas e convertidas da necessidade do arrependimento (At. 3.19). Os evangelistas pregam o novo nascimento, a importância das pessoas deixarem o pecado se voltarem para Deus, em novidade de vida (II Co. 5.17). Um verdadeiro evangelista não se aparta da Bíblia, na verdade ele prega a Palavra de Deus (II Tm. 4.2). Paulo quando esteve entre os coríntios não levou palavras persuasivas de sabedoria humana. Como evangelista, pregou a mensagem da cruz, pelo poder do Espírito Santo (At. 8.13; I Co. 1.4). O evangelista valoriza as vidas individualmente, por isso Deus conduziu Filipe para pregar ao eunuco de Candace. As maiores mensagens de Jesus foram pregadas para uma pessoa. Em João 3 O encontramos pregando para Nicodemos, expondo a doutrina do novo nascimento. Em João 4 nos deparamos com o mesmo Senhor ministrando para uma mulher samaritana, destacando o valor da água da vida. Aqueles que apenas querem pregar para as multidões não são evangelistas, alguns deles querem apenas visibilidade pessoal. O verdadeiro evangelista valoriza cada alma, sabendo o valor que elas têm individualmente para Deus (Lc. 15.3-7).

3. O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA

O ministério de evangelista, como todos os dons ministeriais, é interdependente, isto é, se complementa. Ninguém pode ser obreiro de Deus sozinho, dispensando a contribuição de outros para o seu ministério. Felipe foi usado por Deus como evangelista, pregando a mensagem da cruz, com autoridade espiritual. Mas dependeu do trabalho dos apóstolos, por isso Pedro e João foram enviados para Samaria, a fim de confirmaram o trabalho por ele iniciado. Ao que tudo indica Filipe teria batizado Simão (At. 8.13), aquele que posteriormente quis comprar o dom de Deus (At. 8.18-23), sendo repreendido por Pedro. O evangelista, na ânsia de ganhar almas, pode se adiantar, e aceitar a todos, indistintamente. O evangelista, a fim de atrair muitos para Cristo, pode dizer "vinde como estás”, cabendo ao pastor-mestre complementar: “como estás não podes permanecer”. A doutrina apostólica é fundamental para orientar aqueles que se decidem por Cristo, por isso o discipulado é tão importante nas igrejas. Outra característica do evangelista é a itinerância, é o que atestamos no ministério de Filipe. Após cumprir sua missão em Samaria, é conduzido imediatamente para outro lugar (At. 8.26). Talvez Timóteo achasse cômodo permanecer em Éfeso, como pastor residente, mas Paulo o admoesta para que cumpra o ministério de evangelista (II Tm. 4.5). Para tanto deveria exercitar-se a si mesmo, isso porque não se pode ser evangelista apenas na teoria, é preciso praticar, fazer a obra de Deus (II Tm. 4.7). A negligência é o principal empecilho para que o evangelista se distancie da sua responsabilidade (I Tm. 4.14). O comodismo pode afastá-lo do seu trabalho, bem como a busca por posição eclesiástica. Por isso a igreja deve apoiar aqueles que exercem esse ministério, reconhecendo seu valor para a expansão do Reino. O evangelista, por outro lado, deve avivar o dom de Deus em sua vida, buscando experiências com o Senhor, fundamentadas na palavra (II Tm. 1.6).

CONCLUSÃO

Vivemos dias tenebrosos, as perseguições estão sobrevindo sobre a igreja, mas o evangelho não pode ser calado. Para tanto precisamos do ministério de evangelista, pessoas-dons que são escolhidas por Deus para levar adiante as boas novas de Jesus. Essas pessoas-dons são corajosas, tendo em vista que Deus não lhes deu espírito de covardia, mas de poder, amor e moderação (II Tm. 1.7), para ganharem almas para Cristo. Cumpramos, pois, no poder do Espírito Santo, o ministério de evangelista, para o qual fomos chamados.

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa.



SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

O ministério de evangelista é dado por Deus à Igreja como um dom valioso. Por isso, o estudaremos procurando vislumbrar como o Senhor Jesus o considerou, e como esse dom ministerial por Deus concedido é tratado em o Novo Testamento, bem como sua destacada operação nas igrejas de Corinto e Éfeso. Temos de Jesus a ordem para pregar o Evangelho, e em sua multiforme sabedoria Deus dispõe para a igreja o poder necessário para proclamar o Evangelho com ousadia. [Comentário: O dom ministerial do evangelista é dado por Deus a alguns membros do corpo de Cristo para expor as boas-novas aos não-cristãos, de maneira que, estes aceitem a Cristo e se tornem discípulos e membros responsáveis do Corpo de Cristo. Há muita confusão acerca desse dom ministerial, inclusive, o "evangelista" é mais um oficial da Igreja, independente se ele possui ou não o "dom espiritual de evangelista". No "Dicionário Vine" (CPAD, 2003, p. 629-630) lemos: "euangelistes (εὐαγγελιστής), literalmente, 'mensageiro do bem' (formado de eu, 'bem', e angelos, mensageiro), denota 'pregador do Evangelho' (At 21.8; Ef 4.11, que deixa claro a distinção da função nas igrejas; 2 Tm 4.5). [...] Os missionários são 'evangelistas' por serem essencialmente pregadores do Evangelho." Na Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal, de J. Rodman Williams (VIDA, 2011, p. 892, 894), os evangelistas são os que proclamam o evangelho, e contribuem para a preparação dos santos para a obra do ministério. Rodman afirma ainda que "precisamos hoje ver cada vez mais evangelistas escolhidos pelo Senhor, que sejam cheios do Espírito Santo, conheçam profundamente as Escrituras, operem sinais e maravilhas, despertem a fé e a entrega que mudam a vida e preparem o povo para receber o dom do Espírito Santo." Na Teologia Sistemática de Berkhof (Cultura Cristã, 1990, p. 538), juntamente com apóstolos e profetas, "evangelista" é designado de "oficial extraordinário", enquanto os oficiais ordinários são o presbítero, o mestre e os diáconos. A ideia de “evangelista” como ofício não está presente no conceito da maioria dos estudiosos. Uma ferramenta muito respeitada no meio pentecostal, a Bíblia de Estudo Pentecostal, apresenta o seguinte: "No NT, evangelista eram homens de Deus, capacitados e comissionados por Deus para anunciar o evangelho, i.e., as boas novas da salvação aos perdidos e ajudar a estabelecer uma nova obra numa localidade. A proclamação do evangelho reúne em si a oferta e o poder da salvação (Rm 1.16). [...] O evangelista é essencial no propósito de Deus para a igreja. A igreja que deixa de apoiar e promover o ministério de evangelista cessará de ganhar convertidos segundo o desejo de Deus. [...] A igreja que reconhece o dom espiritual de evangelista (grifo nosso) e tem amor intenso pelos perdidos, proclamará a mensagem da salvação com poder convincente e redentor (At 2.14-41)" bíblia de estudo pentecostal (cpad, 1995, p. 1815). Particularmente, não acredito que “evangelista” seja um cargo ministerial dado os seguintes fatos: (a). O texto usado para defender o cargo oficial à luz da Bíblia, Ef 4.11, também traz "profetas" e "mestres", e estes últimos não o são reconhecidos como cargo; (b). Não encontramos pré-requisitos para o pretendente ao cargo, como é exigido para diáconos, presbíteros e bispos (1 Tm 3.1-13; Tt 1.5-9). Dado os fatos expostos, não vou discorrer acerca do ofício, mas, seguindo o proposto pelo comentarista, vamos nos deter apenas no dom ministerial] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. JESUS ENVIA OS SETENTA (LC 10.1-20)
  
1. São poucos os que anunciam. Quando Jesus enviou os setenta para anunciarem as boas novas do Reino de Deus na região da Galiléia, Ele asseverou: "Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos" (v.2). São poucos porque, primeiramente, os discípulos não podem proclamar a si mesmos ou uma mensagem própria. Em segundo lugar, porque os discípulos do Senhor são enviados a falar única e exclusivamente de Jesus e do Reino de Deus, jamais de si mesmos. Lamentavelmente, ao longo dos séculos, muitos foram aqueles que na Seara do Senhor falaram em seu próprio nome e pregaram a sua própria mensagem. Os discípulos segundo o coração do Nazareno ainda são poucos, mas o Senhor continua a convocar obreiros para a sua seara (v.2b). [Comentário: Num primeiro momento, vemos Jesus enviando “os doze” com uma missão similar a dos setenta, como podemos conferir nos textos de Mt 10 e Lc 10. Eles pregaram a Palavra e viram a glória de Deus, curaram enfermos, expulsaram demônios, tudo através da Palavra que Jesus lhes ordenou. Muito mais que doze pessoas vinham seguindo a Jesus. De acordo com 1 Coríntios 15.6, Jesus tinha pelo menos quinhentos seguidores na época em que concluiu seu ministério. Um grupo de 120 destes seguidores foi a Jerusalém para dar início à igreja ali (At 1.15). Aqui Jesus designa um grupo de setenta para preparar algumas cidades para sua visita posterior. O número 72 é encontrado nos primeiros manuscritos gregos. Este número é significativo porque era, de acordo com Gn 10, o número de nações do mundo, de acordo com a Septuaginta. Jesus estava mostrando simbolicamente que todas as nações do mundo um dia ouviriam a mensagem. Isto incluiria os gentios um ponto importante para o público de Lucas. No serviço cristão, não há desemprego. Deus tem trabalho suficiente para todos. Nenhum crente deve ficar sentado e olhar os outros trabalhando, porque a seara é grande. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 392. Depois dos doze, Jesus convoca setenta discípulos e os envia com um único e exclusivo propósito: anunciar a sua Palavra para as cidades onde Ele haveria de ir. Eles anunciaram o Caminho, prepararam o coração do povo acerca de Cristo, que em breve estaria se dirigindo para aquelas cidades. Isso nos remete à missão recebida por João, o Batizador, que viera para “anunciar o dia aceitável do Senhor”. No Oriente, era costume de um imperador enviar seus empregados antes, para anunciar a sua ida a determinada cidade ou lugar. Jesus como Embaixador do Reino Celestial, envia os seus servos como arautos. Após a eleição dos Doze, que constituíam o “Colégio Apostólico”, tempos depois, Jesus resolveu escolher outros discípulos, em número de setenta, para enviá-los como evangelistas a “a todas as cidades onde ele havia de ir” e os organizou em equipes de evangelizadores, “de dois em dois” (Lc 10.1, 2). O texto de Lucas, referente ao envio dos “outros setenta” é o mais substancial em informações quanto ao seu desempenho apostólico. Algumas das mais importantes afirmações de Jesus sobre seus enviados constam desse texto, ainda que não são considerados participantes do “colégio apostólico”. Para distingui-los dos 12, nesta análise, são chamados de evangelistas. Ao enviar os setenta, Jesus asseverou que “Grande é, em verdade a seara, mas os obreiros são poucos” (Lc 10.2a). Diante dessa realidade, Jesus exorta a que devemos rogar ao Senhor da seara, para “que envie obreiros para a sua seara” (Lc 10.2b).Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 95-96.]

2. Enviados para o meio de lobos. Proclamar o Evangelho num mundo contrário à mensagem do Reino de Deus certamente levaria os arautos de Cristo a serem perseguidos. Os setenta que Jesus enviou seriam rejeitados, perseguidos e até ameaçados de morte. A história da igreja nos mostra que pessoas pagaram com a vida por professar a fé em Cristo. Nas últimas décadas, mais cristãos foram mortos no mundo que em qualquer outra época da história da Igreja. Os verdadeiros evangelistas enfrentarão ainda muitas perseguições, sobretudo em países dominados por religiões anticristãs e fundamentalistas. Eles são comparados a cordeiros que se dirigem para o meio dos lobos (v.3). [Comentário: O Comentário Bíblico Beacon, comentando o versículo 3, afirma: Eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos. Que paradoxo: Cordeiros saindo para salvar ovelhas de lobos! Aqui está a simplicidade unida ao desamparo: nenhuma arma carnal como defesa. Mas Deus tem uma maneira de criar a força a partir da fraqueza, e de usar até a morte como uma arma da vitória e da vida. Aqui vemos a supremacia de Cristo. Ele é o maior Vencedor do mundo, e ainda assim as suas forças não foram utilizadas no que se refere à defesa carnal ou terrena. Os cristãos têm sido assassinados aos milhares, mas o avanço triunfal continua. A esta altura temos que parar e meditar e ganhar uma nova luz e inspiração para a tarefa e a batalha dos dias atuais. Não estamos desprotegidos, pois Cristo está conosco. Uma vez que a própria morte não nos vence, podemos começar a entender que somos imbatíveis. Mas, se começarmos a nos equipar com armas carnais, estaremos caminhando em direção à derrota. Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 410. Jesus disse que os enviaria como cordeiros para o meio de lobos. Deus nos envia como ovelhas, cordeiros no meio de lobos. Naturalmente falando, a ovelha é um animal indefeso, e o lobo, um animal de ataque. Jesus não enviou os seus discípulos com armas carnais para atacar alguém, mas sim, com armas espirituais que é a confiança na Palavra de Deus. No tempo de Jesus, os evangelizadores, ou evangelistas, enfrentariam situações comparáveis a cordeiros no meio de lobos (Lc 10.3). Certamente, os setenta puderam sentir de perto o cumprimento da advertência do Senhor. Devem ter sido rejeitados, aborrecidos e perseguidos, até com ameaça de morte. Nos dias atuais, os que são enviados por Cristo, para levarem a mensagem do evangelho a certas regiões do mundo, vivem em constante risco de morrer. Desde o século passado, e no presente, de cada três pessoas que morrem por causa de sua fé, uma é cristã. Mais cristãos foram mortos nas últimas décadas, do que em toda a história de Igreja de Cristo. Daí, porque a maior parte dos missionários está radicada onde já existem muitos obreiros. Poucos são os que se destinam a lugares inóspitos e ameaçadores. E compreensível, até certo ponto, mas Jesus mandou pregar o evangelho a toda criatura. E a tendência da perseguição aos servos de Jesus é de acentuar-se cada vez mais. Na maioria dos países do Ocidente, o Diabo tem levantado a perseguição institucional, através de governos, dos legislativos e do Judiciário, mediante a elaboração e aprovação de leis que dificultam e ameaçam a liberdade para a pregação do evangelho. São “as portas do inferno”, através das “leis injustas” (Is 10.1). Elas não prevalecerão, como profetizou Jesus, mas perturbarão e causarão grandes problemas à missão da Igreja. Mas será por um tempo. Quando Jesus intervier, na sua Vinda, os “lobos” serão aniquilados. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 96-97. O Senhor quer nos mostrar com isso que é Ele quem nos livra dos lobos (falsos mestres), através do poder da Sua Palavra. O Senhor conta conosco como ovelhas, animais indefesos, simples,  totalmente dependente do Pastor; “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará”, disse o salmista. Quando somos enviados para uma obra na dependência de Deus, Ele supre todas as nossas necessidades. O verdadeiro servo é aquele que obedece ao ide do Senhor, sem se preocupar com ouro e prata. Foi assim que os setenta foram. Foram na condição de ovelhas confiando somente no seu Pastor.]

3. Os sinais e as maravilhas confirmam a Palavra. Os setenta discípulos receberam poder em nome de Jesus para pregar a mensagem do Reino de Deus com graça (vv.9,10; Mt 10.1,8). Quando voltaram da missão, os evangelistas, maravilhados e surpreendidos, diziam: "Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam" (v.17). Mas naquele momento Jesus falou-lhes de uma realidade que eles não compreendiam: aquele poder era para confirmar a Palavra do Reino, não a palavra do homem. O verdadeiro significado de desfrutar da alegria no Espírito não é primeiramente ver milagres, mas saber que através da exposição do Evangelho de poder temos os nossos nomes escritos nos céus (v.20). [Comentário: Na palavra aos setenta, Jesus os surpreendeu com uma declaração desconcertante, ante a alegria e a comemoração pelos milagres que viram ser realizados por seu intermédio. Curas, libertação de endemoninhados e outros milagres, não seriam o auge do sucesso ministerial. Porém Jesus lhes fez saber que maior privilégio do que operar milagres era ter o seus nomes “escritos nos céus” (Lc 10.20). Discurso semelhante, Jesus proferiu, em determinada ocasião, quando advertia seus seguidores acerca da operação de milagres, sem que a vida do obreiro ou do pregador esteja em consonância com aquilo que prega. No Sermão do Monte (Mt 7.21-23), de forma alguma Jesus quis decepcionar ou minimizar o valor do trabalho dos evangelizadores. Mas quis conscientizá-los de que ter o nome nos céus é o maior privilégio que um servo de Deus pode ter. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 97. Neste ponto, o Comentário Bíblico Beacon afirma: Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo. Esta escritura tem, de fato, uma implicação literal, mas o contexto parece exigir que o principal significado seja espiritual. Note como Jesus faz uma analogia entre serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo. Tanto os versículos anteriores como os posteriores se referem às forças satânicas. A gramática desses versículos implica, também, que essas serpentes e escorpiões estão incluídos nas forças do inimigo. O simbolismo é comum para as forças satânicas ou demônios e até para o próprio Satanás. O significado principal é que os cristãos têm poder para pisar triunfantemente sobre os exércitos de Satanás, através do auxílio e da graça de Jesus Cristo. Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 411. Jesus ordenou aos discípulos que curassem os enfermos, e anunciassem o reino dos céus. Ele não os mandou pregarem prosperidade terrena, mas que anunciassem o reino de Deus, e o reino de Deus, não é composto de coisas materiais e sim espirituais. E Jesus ordenou que se em alguma cidade não os recebessem, que acudissem o pó das suas sandálias e seguissem em frente. Pó é símbolo do pecado. Jesus estava mostrando com isso que os próprios pecados do povo os destruiriam. Temos uma missão: a de anunciar o reino de Deus, de falar a verdade nua e crua, e desmascarar os falsos mestres, mostrando ao povo que se não se arrependerem estarão a caminho do inferno. Se eles não quiserem ouvir e nem nos receber, então devemos sacudir os nossos pés, e deixar que os pecados, e as iniquidades dos tais os matem e que por eles sejam julgados e condenados. Pois, para os que rejeitam a Palavra essa será sua sentença. A volta dos discípulos, após terem cumprido o ide. Após terem obedecido à palavra do SENHOR, eles voltaram jubilosos, alegres cheio de expectativa. Tudo porque obedeceram à voz do Senhor. Só somos discípulos e servos de Cristo se fizermos o que Ele nos manda. Deus jamais contraria a sua própria Palavra, pois Ele pôs a sua Palavra acima do Seu Próprio Nome. Ele jamais ordenaria que o povo levasse para casa objetos “ungidos” ou “pontos de contato”, como dizem os dessas seitas. Ele nunca ordenou isso em nenhuma parte das Escrituras, e jamais ordenará, pois Ele não mudou e nunca mudará (Malaquias 3:6;Hebreus 13:8). Os falsos mestres tiram textos fora dos seus contextos e com isso estão criando heresias destruidoras. Portanto fica bem claro que a voz que esses falsos líderes estão ouvindo não é a voz do Senhor, e sim a voz dos demônios que sempre teve como objetivo deturpar a Palavra de Deus. O diabo os inspira para que eles inventem essas idolatrias, eles são inventores de mentiras, como profetizou Isaias. Os discípulos voltaram alegres e recebeu do Senhor mais uma palavra gloriosa. Jesus lhes disse: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum” (vs 19). Serpentes e escorpiões são símbolos do diabo. Jesus nos deu autoridade sobre o diabo e seus demônios somente com o poder da Sua Palavra, e nos garante que se andarmos nela e em Sua obedecendo, nada nos causará dano algum. Os discípulos receberam essa palavra logo após terem obedecido à palavra de Jesus.]

SINOPSE DO TÓPICO (1)
Jesus enviou os setenta para pregar a mensagem do Reino de Deus e deu-lhes poder para confirmar a Palavra.

II. A GRANDE COMISSÃO (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20)

1. O alcance da Grande Comissão. A ordem dada por Jesus aos seus discípulos, após a sua ressurreição, foi: "ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado" (Mt 28.19,20). Esta ordem é chamada comumente de A Grande Comissão. É o apelo de Jesus para os discípulos anunciarem o Evangelho até as últimas consequências. Foi nesse "espírito" que o apóstolo Paulo encarou a tarefa da evangelização (1 Co 9.16). [Comentário: Mateus 28:19-20 descreve o que passou a ser chamado de “A Grande Comissão”: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Jesus deu esse comando aos Apóstolos logo depois de ascender aos céus. Esse comando praticamente resume o que Jesus esperava que os Apóstolos, e os Seus seguidores depois dos Apóstolos, fizessem em Sua ausência. É interessante notar que no grego original, os únicos comandos específicos em Mateus 28:19-20 são: "ide" e "fazei discípulos". A Grande Comissão nos instrui a fazer discípulos enquanto viajamos pelo mundo e enquanto realizamos nossas atividades diárias. Como devemos fazer discípulos? Ao batizá-los e ensiná-los tudo que Jesus comandou. "Ide" e "fazei discípulos" são os comandos da Grande Comissão. "Batizando" e "ensinando" são a forma que devemos usar para executar o aspecto de "fazer discípulos" da Grande Comissão. Muitos enxergam Atos 1:8 como parte da Grande Comissão também: "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra." A Grande Comissão é capacitada pelo poder do Espírito Santo. Devemos ser testemunhas de Cristo, realizando a Grande Comissão em nossas cidades (Jerusalém), em nossos estados e países (Judéia e Samaria) e qualquer lugar aonde Deus nos enviar (os confins da terra). Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/Grande-Comissao.html#ixzz32IZIVYfbCongresso de Lausane definiu: “O propósito de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, em todo o mundo, a toda criatura”. Você foi alistado para fazer parte dessa maior missão de resgate do mundo: Não do Katrina, não dos acidentes naturais, mas do maior acidente cósmico: a queda. Não de uma tragédia temporária, mas da perdição eterna.Ultimatoonline, http://www.ultimato.com.br/pagina/pacto-de-lausanne]

2. O mundo está dividido em dois grupos. "Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado" (Mc 16.16). Aqui, o Evangelho de Marcos destaca que há dois grupos de pessoas diante da mensagem de Jesus: Os que creem e os que não creem. Acerca da salvação, os Evangelhos não se preocupam com nacionalidade, raça, sexo ou condição sócio-econômica do homem (Gl 3.28). Não há judeu, não há gentio (Rm 3.9,10,23). Toda a humanidade é carente da graça de Deus e precisa decidir o seu futuro eterno crendo ou não no Evangelho. [Comentário: O mundo seria dividido entre dois grupos. Os crentes e os incrédulos. Os salvos e os perdidos. “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Em sua visão divina, Jesus não vê nacionalidade, condição social, a cor da pele, raça, sexo, condição financeira ou econômica (G1 3.28). Ele só vê dois tipos de pessoas. Os salvos pela fé e os perdidos por causa da descrença nEle e em seu evangelho. Os homens não têm alternativa. Ou creem para serem salvos ou permanecem na incredulidade para serem perdidos. Os discípulos entenderam que a Grande Comissão é questão de vida ou de morte. A escolha é de cada um. A responsabilidade é individual. Mas a missão de pregar o evangelho é coletiva. E da Igreja. Os evangelistas têm um papel de vanguarda. Mas a ninguém é dado o direito de escusar-se de ser testemunha de Jesus. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 98-99. Mc 16.16 Os discípulos receberam a ordem de batizar as pessoas, porque o batismo une cada crente a Jesus Cristo na morte dele ou dela para o pecado, e na ressurreição para uma nova vida. Não é a água do batismo que salva, mas a graça de Deus aceita através da fé em Cristo. Por causa da resposta de Jesus ao criminoso que morreu ao seu lado na cruz, sabemos que é possível sermos salvos sem sermos batizados (Lc 23.43). Jesus não disse que aqueles que não fossem batizados seriam condenados, mas que quem não crer será condenado. O batismo simboliza a submissão a Cristo, uma disposição para seguir o caminho de Deus e a identificação com o povo que tem uma aliança com Deus. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 304-305.]

3. A Grande Comissão hoje. A tarefa da evangelização do mundo está inacabada. Apenas 33% da população mundial é composta por cristãos das várias confissões de fé. Há regiões em que número de cristãos está diminuindo, como na Europa. Recentemente, na Alemanha, cerca de 340 igrejas fecharam as portas; em Portugal, quase 300. A Holanda e a Inglaterra são países considerados "pós-cristãos". Ainda na Europa, cerca de 1500 templos cristãos foram transformados em mesquitas, restaurantes, bibliotecas e casas de shows. Se a Igreja não experimentar um real e poderoso avivamento espiritual, em poucas décadas a Europa se tornará mulçumana ou o cristianismo não mais a influenciará. Precisamos evangelizar o continente europeu. [Comentário:  O livro de Atos dos Apóstolos registra o início do mandato da Grande Comissão. Foi o início da obra missionária da Igreja de Cristo. Após a descida do Espírito Santo, aqueles discípulos que estavam amedrontados, após a morte de Jesus, tornaram-se intrépidos evangelistas e saíram levando o evangelho aonde puderam chegar, mesmo por causa da perseguição religiosa. O apóstolo Pedro, que negara Jesus três vezes, antes de ser revestido pelo Espírito Santo, em sua primeira pregação, com altivez e coragem, viu quase três mil almas aceitarem a Cristo como Salvador. Suas palavras foram simples e objetivas: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.38-41). A Grande Comissão continua até à volta e Jesus. E “tarefa inacabada”. Segundo estatísticas de organizações evangélicas, o mundo tem 33% de cristãos, incluindo católicos evangélicos, espíritas, Testemunhas de Jeová, e outros. Os evangélicos só alcançam 11 % do total da população mundial. Há muito que se fazer ainda, antes da vinda de Jesus. Há muito trabalho para as igrejas, em busca das almas perdidas. Nesse contexto, o papel dos evangelistas, dos pregadores e missionários é de grande valia e necessidade. Que Deus desperte mais obreiros genuínos para fazer a sua obra evangelizadora no mundo. Que os verdadeiros evangelistas e missionários se disponham a ganhar almas para Cristo. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 100-101. Todos os quatro evangelistas deram ênfase à grande comissão. Lucas a repete no livro de Atos. As últimas palavras de uma pessoa, são as mais importantes e urgentes. Essas foram as últimas palavras de Cristo. Os campos já estão brancos para a ceifa. O tempo é agora.]

SINOPSE DO TÓPICO (2)
A Grande Comissão ordenada por Jesus de Nazaré ainda é uma tarefa inacabada.


III. O DOM MINISTERIAL DE EVANGELISTA

1. O conceito de evangelista. O termo "evangelista" deriva do verbo grego euangelizo, isto é, transmitir boas novas (do evangelho). Como dom, refere-se àquele que é chamado para pregar o Evangelho. Foi concedido pelo Pai através de uma capacitação ministerial objetivando propagar o Evangelho de Cristo para toda a humanidade. O evangelista tem paixão pela salvação dos perdidos. Esmera-se por buscar da parte de Deus mensagens inspiradas para tocar os corações e quebrantar a alma dos pecadores. [Comentário:"euangelistes (εὐαγγελιστής), literalmente, 'mensageiro do bem' (formado de eu, 'bem', e angelos, mensageiro), denota 'pregador do Evangelho' (At 21.8; Ef 4.11, que deixa claro a distinção da função nas igrejas; 2 Tm 4.5). [...] Os missionários são 'evangelistas' por serem essencialmente pregadores do Evangelho." É um dom de Deus, concedido através da capacitação espiritual e ministerial para a propagação do evangelho de Cristo a todas as pessoas que estiverem ao alcance da mensagem do obreiro que tem a chamada para cuidar da evangelização, como prioridade em sua missão. Enquanto o pastor tem a missão de cuidar do ensino e do discipulado, diretamente on auxiliado por pessoas que amam cuidar dos novos decididos, o evangelista esmera-se em buscar de Deus mensagens inspiradas e cheias de unção para tocarem os corações dos pecadores. O evangelista é por excelência o pregador das Boas-Novas de salvação. O salmista viu o trabalho dos evangelistas, em mensagem profética: “O Senhor deu a palavra; grande era o exército dos que anunciavam as boas-novas” (Sl 68.11). Nos dias presentes, há muitos evangelistas, espalhados pelo Brasil e pelo mundo afora, difundindo a pregação do evangelho de salvação em Cristo Jesus. Seus corações ardem de amor pelas almas perdidas, e elaboram mensagens, com oração, jejum e estudo da Palavra, para que, na hora do sermão, sejam instrumentos nas mãos de Deus para alcançar a mente e o coração dos que precisam de Cristo. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 101. Evangelista é aquele que é chamado para pregar o Evangelho em muitos lugares. Evangelizar significa trazer boas novas a alguém, especificamente anunciar informações a respeito da salvação cristã (1 Co 15.1-4). A palavra é encontrada três vezes no Novo Testamento. Os evangelistas estão relacionados junto com os apóstolos, profetas, pastores e doutores, como aqueles que são chamados para compartilhar a construção da igreja (Ef 4.11ss). Filipe foi chamado de "o evangelista" (At 21.8). Embora fosse um dos sete escolhidos para aliviar os apóstolos da tarefa de distribuir alimentos (At 6.5), ele foi especialmente notado por sua atividade evangelizadora. De Jerusalém, ele foi até Samaria e pregou com grande sucesso (At 8.4ss). Dali foi enviado para evangelizar um oficial da corte etíope, que estava viajando para casa depois de visitar Jerusalém (At 8.26ss). Então pregou o Evangelho desde Azoto até Cesárea, onde tinha sua casa (At 8.40; 21.8). Timóteo, o jovem ministro, foi exortado a realizar o trabalho de um evangelista (2 Tm 4.5) como um acompanhamento de sua supervisão pastoral. Está claro que, embora os apóstolos e outros compartilhassem o trabalho de evangelização, havia homens que Deus chamava especialmente para essa tarefa. Nos anos posteriores, os escritores dos quatro Evangelhos foram chamados de evangelistas porque registraram, de forma persuasiva, os fundamentos do Evangelho de Cristo.N. B. B.PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 725-726.]

2. O papel do evangelista. O evangelista é, por excelência, o pregador das boas-novas de salvação. Através da sua mensagem, vidas são alcançadas e conduzidas a Deus. Muitas vezes, o evangelista torna-se um plantador de igrejas, como tem ocorrido em diversos lugares do Brasil e pelo mundo afora. Um evangelista cheio da graça de Deus poderá tocar corações com a mensagem do Evangelho de modo tão convincente que leva o povo a crer e acatar as boas-novas da salvação e ao Salvador Jesus. [Comentário: A mensagem do evangelista foi tão impactante, que o homem converteu-se e desejou ser um seguidor de Cristo. Após a bem-sucedida evangelização, ao lado do alto dignitário etíope, Filipe deve ter-lhe falado sobre a necessidade do batismo em águas. Sem perda de tempo, o novo convertido a Jesus quis logo ser batizado em águas. Diz o texto (At 8.36, 37). Ali, na estrada deserta, entre Jerusalém e Gaza, três coisas importantes ocorreram, na vida do evangelista Filipe. Ele pregou o evangelho, na unção do Espírito Santo; o atento ouvinte aceitou a Cristo como Salvador; o discipulado foi tão eficaz, que o novo decidido quis logo batizar-se em águas; e Filipe mostrou qual é a condição para um novo crente ser batizado: “E lícito, se crês de todo o coração ’. Essa é a razão porque não se deve batizar crianças, quando não sabem discernir a fé em Cristo. E necessário que o novo crente creia de todo o coração. E, para isso, é indispensável o ensino ou o discipulado consciente e fundamentado na Palavra de Deus. “E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou” (At 8.38). Aquele foi um caso especial, em que o novo convertido foi batizado no mesmo dia em que ouviu a mensagem evangelística. Nos dias presentes, é aconselhável só batizar quem tem consciência do que é ser um cristão verdadeiro, e não apenas congregado ou membro de uma denominação. Quando não há esse cuidado, de um discipulado eficaz, cumpre-se o que dizia um velho pastor, em relação ao batismo em águas de pessoas que não têm certeza nem testemunho da conversão: “mergulha-se um pecador enxuto e sai das águas um pecador molhado”. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 102-103.]

3. A finalidade do ministério do evangelista. Da mesma forma que o ministério do apóstolo e do profeta, o do evangelista tem por finalidade preparar os santos do Senhor para uma vida de serviço cristão, bem como à edificação do Corpo de Cristo (Ef 2.20-22). Por isso, espera-se desse obreiro que o fundamento do seu ministério seja Jesus Cristo, o nosso Senhor. Não pode haver outro fundamento, senão Cristo! O evangelista deve também, em tudo, ser sensível à voz do Espírito Santo. A exemplo de Filipe, o obreiro deve ser obediente ao Senhor, seja para pregar a multidões, seja para falar a uma única pessoa (At 8.6,26-40). Outro aspecto importante desse ministério é a habilidade que o evangelista deve ter na transmissão das boas-novas. O arauto de Deus precisa ser capaz de responder à seguinte pergunta dirigida ao pecador: "Entendes o que lês?" (At 8.30). [Comentário: No versículo 20, a igreja é comparada a um edifício. Os apóstolo e profetas são o fundamento desse edifício. Eles podem ser chamados assim em um sentido secundário, onde Cristo é o fundamento principal. Mas, nós temos de entender esse aspecto no contexto da doutrina anunciada pelos profetas do Antigo Testamento e os apóstolos do Novo. Lemos então: “...de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina”. Nele, judeus e gentios se reúnem e constituem uma igreja; e Cristo sustenta o edifício pela sua força: “...no qual todo o edifício, bem ajustado...” (v. 21). Todos os crentes, que formam a igreja, estando unidos em Cristo pela fé, e entre si pela caridade cristã, “...crescem para templo santo...”, tornando-se uma sociedade sagrada, na qual há muita comunhão entre Deus e seu povo, como no templo. Na igreja eles o adoram e servem, e Ele se manifesta no meio deles. Eles oferecem sacrifícios espirituais a Deus, e Ele reparte suas bênçãos e favores a eles. Assim, o edifício, pela sua natureza, é um templo, um templo santo; porque a igreja é o lugar que Deus escolheu para colocar o seu nome, e ela se tornou um templo pela graça e força obtida dele - no Senhor. A igreja universal sendo edificada sobre Cristo como a pedra fundamental, e unida em Cristo como a principal pedra da esquina, vem finalmente a ser glorificada nele como a pedra mais elevada: “...no qual também vós juntamente sois edificados...” (v. 22). Observe: Não somente a igreja universal é chamada de templo de Deus, mas as igrejas locais também o são. Cada crente verdadeiro é um templo vivo, um edifício “...para morada de Deus no Espírito”. Deus habita em todos os crentes que se tornaram o templo de Deus por meio da operação do abençoado Espírito, e essa moradia agora é uma garantia da moradia deles junto com Ele na eternidade.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 585.]

SINOPSE DO TÓPICO (3)
O papel do evangelista é exercer o ministério dado pelo Altíssimo como arauto de Deus.

CONCLUSÃO

O dom ministerial de evangelista é concedido por Deus a algumas pessoas conforme o propósito do Espírito Santo para o fortalecimento e a edificação das igrejas locais. Isto, porém, não significa desobrigar os crentes individualmente do labor da evangelização. Todo seguidor de Cristo, isto é, todo aquele que se acha discípulo de Jesus, tem em sua caminhada cristã o firme compromisso de propagar a mensagem do Evangelho. E deste compromisso não pode se apartar um único milímetro. Que Deus levante mais evangelistas para a sua grande seara! [Comentário: O Pastor Estêvam Angelo de Souza (1922 - 1996 - escritor, teólogo e grande líder que dirigiu a Assembleia de Deus no estado do Maranhão entre os anos de 1957 a 1996), em sua obra "Os Dons Ministeriais" (CPAD, 1993, p. 43) afirma o seguinte: "Devido a incorreta concepção do ministério de evangelista, vemos, às vezes, um 'Evangelista' ocupado com uma pequena igreja, completamente fora de sua função, ou mesmo, sem qualquer evidência deste dom ministerial. É evangelista simplesmente porque alguém o determinou ou porque lhe deram este nome. Isto nada tem a ver com o verdadeiro ministério de evangelista; isto não tem nenhum fundamento bíblico." Estevam Ângelo de Souza afirma ainda que "Não temos informação de que Filipe fora ordenado como evangelista para Samaria" , e que "[...] o poderoso dom de evangelista não é comum a todos os crentes; no entanto, a responsabilidade de pregar o Evangelho a toda a criatura é comum a todos os salvos, a quantos amam a Deus e a sua obra!" (Ibid., p. 48). Finalizando, entendo que, os evangelistas são aqueles cristãos, homens e mulheres, que inflamam sua vida e sua mente, com a propagação do Evangelho. Entendo que estes são os que vão em hospitais, presídios, praças, favelas, àqueles lugares onde todos rejeitam ir; seu interesse é o campo missionário! Você tem feito discípulos? Você tem buscado os perdidos? Você tem sido um ministro da reconciliação? Você tem gerado filhos espirituais? Você ganhado pessoas para Cristo? Uma alma vale mais do que o mundo inteiro!] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco Barbosa


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