SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Em continuidade ao estudo dos dons ministeriais,
estudaremos na aula de hoje o dom de evangelista. Inicialmente mostraremos o
que o Novo Testamento revela a respeito desse importante ministério. Em
seguida, ressaltaremos as características do ministério de evangelista. Ao
final, abordaremos a atuação do ministério de evangelista nos dias atuais, destacando
sua relevância para a igreja.
1. O DOM DE EVANGELISTA
A palavra evangelista (gr. euaggelistas) ocorre
apenas três vezes no Novo Testamento em At. 21.8, em referência a Filipe, o
diácono-evangelista; em Ef. 4.11, ao dom ministerial de evangelista; e II Tm.
4.5, orientando Timóteo a fazer o trabalho de evangelista. O significado
literal é de “anunciador de boas novas”, e nesse sentido, Jesus é o maior dos
evangelistas, pois Ele deu testemunho de que havia sido enviado para pregar as
boas novas aos quebrantados (Lc. 4.18,19; Is. 61.1-3). Ao que tudo indica essa
era uma função ministerial na igreja primitiva, semelhante à de apóstolos,
profetas, pastores e mestres. O evangelista, grosso modo, é alguém que tem amor
pelas almas perdidas, um desejo de conduzir os pecadores a Cristo. Filipe é o
único homem no Novo Testamento a ser denominado de evangelista. Ele era um dos
sete diáconos que foram dispersos em virtude da perseguição que resultou na
morte de Estevão (At. 6.5; 8.1-5). Filipe se destacou como um verdadeiro
evangelista porque mesmo diante da perseguição não fugiu da responsabilidade de
levar o evangelho adiante. Ele teve íntima relação com Deus, ouvindo Sua voz,
em disposição para obedecê-LO. Como evangelista Filipe deixou o exemplo para
aqueles que querem ganhar almas para Cristo. Isso somente poderá ser feito se
não medirmos esforços para alcançar essa meta. É necessário também seguir as
orientações do Espírito Santo. Identificamos o dom de evangelista na igreja
sempre que vemos obreiros dedicados à tarefa de ganhar almas. Há pessoas que se
gastam a fim de tirar os perdidos do caminho da perdição. Como Filipe, seu mote
é a doutrina da salvação, a cruz de Cristo é seu tema central. Fundamentados na
Bíblia, como fez Felipe diante do Eunuco, pregam a Cristo, e Esse crucificado
(At. 8.32-35), loucura e escândalo para alguns, mas o poder de Deus para a
salvação de todo aquele que crê (Rm. 1.16). Felipe foi separado como diácono
pela igreja, mas se revelou evangelista em atuação. Isso demonstra a
possibilidade das pessoas serem escolhidas para assumirem uma posição eclesiástica,
e se destacarem em outra, de acordo com o chamado de Deus.
2. CARACTERÍSTICAS DO EVANGELISTA
O verdadeiro evangelista tem amor pelas almas
perdidas, Paulo assumiu que pesava sobre ele a obrigação de pregar o evangelho
(I Co. 9.16). Geralmente a atuação do dom ministerial de evangelista é
acompanhada por milagres. Filipe pregou o evangelho, os milagres que Deus
realizou através dele foram relevantes para a conversão de muitas vidas a
Cristo (At. 8.6). É importante ressaltar, no entanto, que o ministério de
Filipe não se reduziu à operação de milagres. Existem muitos pregadores atuais,
principalmente os televisivos, que não pregam a mensagem. Eles apenas utilizam
os milagres como um show, uma espécie de atrativo pessoal, como se isso fosse
um fim em si mesmo. Alguns desses supostos evangelistas estão interessados
apenas no dinheiro das pessoas. Elas não querem arrebatar almas da perdição,
querem auferir lucros, e enriquecerem ilicitamente. Filipe não apenas fez
milagres, o texto bíblico de At. 8.12 diz que as pessoas creram na sua
mensagem. Isso quer dizer que elas ouviram a pregação, e foram convencidas e
convertidas da necessidade do arrependimento (At. 3.19). Os evangelistas pregam
o novo nascimento, a importância das pessoas deixarem o pecado se voltarem para
Deus, em novidade de vida (II Co. 5.17). Um verdadeiro evangelista não se
aparta da Bíblia, na verdade ele prega a Palavra de Deus (II Tm. 4.2). Paulo
quando esteve entre os coríntios não levou palavras persuasivas de sabedoria
humana. Como evangelista, pregou a mensagem da cruz, pelo poder do Espírito
Santo (At. 8.13; I Co. 1.4). O evangelista valoriza as vidas individualmente,
por isso Deus conduziu Filipe para pregar ao eunuco de Candace. As maiores
mensagens de Jesus foram pregadas para uma pessoa. Em João 3 O encontramos
pregando para Nicodemos, expondo a doutrina do novo nascimento. Em João 4 nos
deparamos com o mesmo Senhor ministrando para uma mulher samaritana, destacando
o valor da água da vida. Aqueles que apenas querem pregar para as multidões não
são evangelistas, alguns deles querem apenas visibilidade pessoal. O verdadeiro
evangelista valoriza cada alma, sabendo o valor que elas têm individualmente
para Deus (Lc. 15.3-7).
3. O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA
O ministério de evangelista, como todos os dons
ministeriais, é interdependente, isto é, se complementa. Ninguém pode ser
obreiro de Deus sozinho, dispensando a contribuição de outros para o seu
ministério. Felipe foi usado por Deus como evangelista, pregando a mensagem da
cruz, com autoridade espiritual. Mas dependeu do trabalho dos apóstolos, por
isso Pedro e João foram enviados para Samaria, a fim de confirmaram o trabalho
por ele iniciado. Ao que tudo indica Filipe teria batizado Simão (At. 8.13),
aquele que posteriormente quis comprar o dom de Deus (At. 8.18-23), sendo
repreendido por Pedro. O evangelista, na ânsia de ganhar almas, pode se
adiantar, e aceitar a todos, indistintamente. O evangelista, a fim de atrair
muitos para Cristo, pode dizer "vinde como estás”, cabendo ao
pastor-mestre complementar: “como estás não podes permanecer”. A doutrina
apostólica é fundamental para orientar aqueles que se decidem por Cristo, por
isso o discipulado é tão importante nas igrejas. Outra característica do
evangelista é a itinerância, é o que atestamos no ministério de Filipe. Após
cumprir sua missão em Samaria, é conduzido imediatamente para outro lugar (At.
8.26). Talvez Timóteo achasse cômodo permanecer em Éfeso, como pastor
residente, mas Paulo o admoesta para que cumpra o ministério de evangelista (II
Tm. 4.5). Para tanto deveria exercitar-se a si mesmo, isso porque não se pode
ser evangelista apenas na teoria, é preciso praticar, fazer a obra de Deus (II
Tm. 4.7). A negligência é o principal empecilho para que o evangelista se distancie
da sua responsabilidade (I Tm. 4.14). O comodismo pode afastá-lo do seu
trabalho, bem como a busca por posição eclesiástica. Por isso a igreja deve
apoiar aqueles que exercem esse ministério, reconhecendo seu valor para a
expansão do Reino. O evangelista, por outro lado, deve avivar o dom de Deus em
sua vida, buscando experiências com o Senhor, fundamentadas na palavra (II Tm.
1.6).
CONCLUSÃO
Vivemos dias tenebrosos, as perseguições estão
sobrevindo sobre a igreja, mas o evangelho não pode ser calado. Para tanto
precisamos do ministério de evangelista, pessoas-dons que são escolhidas por
Deus para levar adiante as boas novas de Jesus. Essas pessoas-dons são
corajosas, tendo em vista que Deus não lhes deu espírito de covardia, mas de
poder, amor e moderação (II Tm. 1.7), para ganharem almas para Cristo.
Cumpramos, pois, no poder do Espírito Santo, o ministério de evangelista, para
o qual fomos chamados.
Prof. Ev. José Roberto A.
Barbosa.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
O ministério de evangelista é dado por Deus à
Igreja como um dom valioso. Por isso, o estudaremos procurando vislumbrar como
o Senhor Jesus o considerou, e como esse dom ministerial por Deus concedido é
tratado em o Novo Testamento, bem como sua destacada operação nas igrejas de
Corinto e Éfeso. Temos de Jesus a ordem para pregar o Evangelho, e em sua
multiforme sabedoria Deus dispõe para a igreja o poder necessário para
proclamar o Evangelho com ousadia. [Comentário: O dom
ministerial do evangelista é dado por Deus a alguns membros do corpo de Cristo
para expor as boas-novas aos não-cristãos, de maneira que, estes aceitem a
Cristo e se tornem discípulos e membros responsáveis do Corpo de Cristo. Há
muita confusão acerca desse dom ministerial, inclusive, o
"evangelista" é mais um oficial da Igreja, independente se ele possui
ou não o "dom espiritual de evangelista". No "Dicionário
Vine" (CPAD, 2003, p. 629-630) lemos: "euangelistes (εὐαγγελιστής),
literalmente, 'mensageiro do bem' (formado de eu, 'bem', e angelos,
mensageiro), denota 'pregador do Evangelho' (At 21.8; Ef 4.11, que deixa claro
a distinção da função nas igrejas; 2 Tm 4.5). [...] Os missionários são
'evangelistas' por serem essencialmente pregadores do Evangelho." Na
Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal, de J. Rodman Williams (VIDA,
2011, p. 892, 894), os evangelistas são os que proclamam o evangelho, e
contribuem para a preparação dos santos para a obra do ministério. Rodman
afirma ainda que "precisamos hoje ver cada vez mais evangelistas
escolhidos pelo Senhor, que sejam cheios do Espírito Santo, conheçam
profundamente as Escrituras, operem sinais e maravilhas, despertem a fé e a
entrega que mudam a vida e preparem o povo para receber o dom do Espírito
Santo." Na Teologia Sistemática de Berkhof (Cultura Cristã, 1990, p. 538),
juntamente com apóstolos e profetas, "evangelista" é designado de
"oficial extraordinário", enquanto os oficiais ordinários são o
presbítero, o mestre e os diáconos. A ideia de “evangelista” como ofício não
está presente no conceito da maioria dos estudiosos. Uma ferramenta muito
respeitada no meio pentecostal, a Bíblia de Estudo Pentecostal, apresenta o
seguinte: "No NT, evangelista eram homens de Deus, capacitados e comissionados
por Deus para anunciar o evangelho, i.e., as boas novas da salvação aos
perdidos e ajudar a estabelecer uma nova obra numa localidade. A proclamação do
evangelho reúne em si a oferta e o poder da salvação (Rm 1.16). [...] O
evangelista é essencial no propósito de Deus para a igreja. A igreja que deixa
de apoiar e promover o ministério de evangelista cessará de ganhar convertidos
segundo o desejo de Deus. [...] A igreja que reconhece o dom espiritual de
evangelista (grifo nosso) e tem amor intenso pelos perdidos, proclamará a
mensagem da salvação com poder convincente e redentor (At 2.14-41)" bíblia
de estudo pentecostal (cpad, 1995, p. 1815). Particularmente, não
acredito que “evangelista” seja um cargo ministerial dado os seguintes fatos:
(a). O texto usado para defender o cargo oficial à luz da Bíblia, Ef 4.11,
também traz "profetas" e "mestres", e estes últimos não o
são reconhecidos como cargo; (b). Não encontramos pré-requisitos para o
pretendente ao cargo, como é exigido para diáconos, presbíteros e bispos (1 Tm
3.1-13; Tt 1.5-9). Dado os fatos expostos, não vou discorrer acerca do ofício,
mas, seguindo o proposto pelo comentarista, vamos nos deter apenas no dom
ministerial] Tenhamos todos uma excelente e
abençoada aula!
I. JESUS ENVIA OS SETENTA (LC 10.1-20)
1. São poucos os que anunciam. Quando Jesus enviou os setenta para anunciarem as
boas novas do Reino de Deus na região da Galiléia, Ele asseverou: "Grande
é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos" (v.2). São poucos
porque, primeiramente, os discípulos não podem proclamar a si mesmos ou uma
mensagem própria. Em segundo lugar, porque os discípulos do Senhor são enviados
a falar única e exclusivamente de Jesus e do Reino de Deus, jamais de si
mesmos. Lamentavelmente, ao longo dos séculos, muitos foram aqueles que na
Seara do Senhor falaram em seu próprio nome e pregaram a sua própria mensagem.
Os discípulos segundo o coração do Nazareno ainda são poucos, mas o Senhor
continua a convocar obreiros para a sua seara (v.2b). [Comentário: Num
primeiro momento, vemos Jesus enviando “os doze” com uma missão similar a dos
setenta, como podemos conferir nos textos de Mt 10 e Lc 10. Eles pregaram a
Palavra e viram a glória de Deus, curaram enfermos, expulsaram demônios, tudo
através da Palavra que Jesus lhes ordenou. Muito mais que doze pessoas vinham
seguindo a Jesus. De acordo com 1 Coríntios 15.6, Jesus tinha pelo menos
quinhentos seguidores na época em que concluiu seu ministério. Um grupo de 120
destes seguidores foi a Jerusalém para dar início à igreja ali (At 1.15). Aqui
Jesus designa um grupo de setenta para preparar algumas cidades para sua visita
posterior. O número 72 é encontrado nos primeiros manuscritos gregos. Este
número é significativo porque era, de acordo com Gn 10, o número de nações do
mundo, de acordo com a Septuaginta. Jesus estava mostrando simbolicamente que
todas as nações do mundo um dia ouviriam a mensagem. Isto incluiria os gentios
um ponto importante para o público de Lucas. No serviço cristão, não há
desemprego. Deus tem trabalho suficiente para todos. Nenhum crente deve ficar
sentado e olhar os outros trabalhando, porque a seara é grande. Comentário
do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 392. Depois dos
doze, Jesus convoca setenta discípulos e os envia com um único e exclusivo
propósito: anunciar a sua Palavra para as cidades onde Ele haveria de ir. Eles
anunciaram o Caminho, prepararam o coração do povo acerca de Cristo, que em
breve estaria se dirigindo para aquelas cidades. Isso nos remete à missão
recebida por João, o Batizador, que viera para “anunciar o dia aceitável do
Senhor”. No Oriente, era costume de um imperador enviar seus empregados antes,
para anunciar a sua ida a determinada cidade ou lugar. Jesus como Embaixador do
Reino Celestial, envia os seus servos como arautos. Após a eleição dos Doze,
que constituíam o “Colégio Apostólico”, tempos depois, Jesus resolveu escolher
outros discípulos, em número de setenta, para enviá-los como evangelistas a “a
todas as cidades onde ele havia de ir” e os organizou em equipes de
evangelizadores, “de dois em dois” (Lc 10.1, 2). O texto de Lucas, referente ao
envio dos “outros setenta” é o mais substancial em informações quanto ao seu
desempenho apostólico. Algumas das mais importantes afirmações de Jesus sobre
seus enviados constam desse texto, ainda que não são considerados participantes
do “colégio apostólico”. Para distingui-los dos 12, nesta análise, são chamados
de evangelistas. Ao enviar os setenta, Jesus asseverou que “Grande é, em
verdade a seara, mas os obreiros são poucos” (Lc 10.2a). Diante dessa
realidade, Jesus exorta a que devemos rogar ao Senhor da seara, para “que envie
obreiros para a sua seara” (Lc 10.2b).Elinaldo Renovato. Dons espirituais
& Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário.
Editora CPAD. pag. 95-96.]
2. Enviados para o meio de lobos. Proclamar o Evangelho num mundo contrário à
mensagem do Reino de Deus certamente levaria os arautos de Cristo a serem
perseguidos. Os setenta que Jesus enviou seriam rejeitados, perseguidos e até
ameaçados de morte. A história da igreja nos mostra que pessoas pagaram com a
vida por professar a fé em Cristo. Nas últimas décadas, mais cristãos foram
mortos no mundo que em qualquer outra época da história da Igreja. Os
verdadeiros evangelistas enfrentarão ainda muitas perseguições, sobretudo em
países dominados por religiões anticristãs e fundamentalistas. Eles são
comparados a cordeiros que se dirigem para o meio dos lobos (v.3). [Comentário: O
Comentário Bíblico Beacon, comentando o versículo 3, afirma: Eis que vos mando
como cordeiros ao meio de lobos. Que paradoxo: Cordeiros saindo para salvar
ovelhas de lobos! Aqui está a simplicidade unida ao desamparo: nenhuma arma
carnal como defesa. Mas Deus tem uma maneira de criar a força a partir da
fraqueza, e de usar até a morte como uma arma da vitória e da vida. Aqui vemos
a supremacia de Cristo. Ele é o maior Vencedor do mundo, e ainda assim as suas
forças não foram utilizadas no que se refere à defesa carnal ou terrena. Os
cristãos têm sido assassinados aos milhares, mas o avanço triunfal continua. A
esta altura temos que parar e meditar e ganhar uma nova luz e inspiração para a
tarefa e a batalha dos dias atuais. Não estamos desprotegidos, pois Cristo está
conosco. Uma vez que a própria morte não nos vence, podemos começar a entender
que somos imbatíveis. Mas, se começarmos a nos equipar com armas carnais,
estaremos caminhando em direção à derrota. Charles L. Childers.
Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 410. Jesus disse
que os enviaria como cordeiros para o meio de lobos. Deus nos envia como
ovelhas, cordeiros no meio de lobos. Naturalmente falando, a ovelha é um animal
indefeso, e o lobo, um animal de ataque. Jesus não enviou os seus discípulos
com armas carnais para atacar alguém, mas sim, com armas espirituais que é a
confiança na Palavra de Deus. No tempo de Jesus, os evangelizadores, ou
evangelistas, enfrentariam situações comparáveis a cordeiros no meio de lobos
(Lc 10.3). Certamente, os setenta puderam sentir de perto o cumprimento da
advertência do Senhor. Devem ter sido rejeitados, aborrecidos e perseguidos,
até com ameaça de morte. Nos dias atuais, os que são enviados por Cristo, para
levarem a mensagem do evangelho a certas regiões do mundo, vivem em constante
risco de morrer. Desde o século passado, e no presente, de cada três pessoas
que morrem por causa de sua fé, uma é cristã. Mais cristãos foram mortos nas
últimas décadas, do que em toda a história de Igreja de Cristo. Daí, porque a
maior parte dos missionários está radicada onde já existem muitos obreiros.
Poucos são os que se destinam a lugares inóspitos e ameaçadores. E
compreensível, até certo ponto, mas Jesus mandou pregar o evangelho a toda
criatura. E a tendência da perseguição aos servos de Jesus é de acentuar-se
cada vez mais. Na maioria dos países do Ocidente, o Diabo tem levantado a
perseguição institucional, através de governos, dos legislativos e do
Judiciário, mediante a elaboração e aprovação de leis que dificultam e ameaçam
a liberdade para a pregação do evangelho. São “as portas do inferno”, através
das “leis injustas” (Is 10.1). Elas não prevalecerão, como profetizou Jesus,
mas perturbarão e causarão grandes problemas à missão da Igreja. Mas será por
um tempo. Quando Jesus intervier, na sua Vinda, os “lobos” serão aniquilados. Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 96-97. O Senhor quer nos mostrar
com isso que é Ele quem nos livra dos lobos (falsos mestres), através do poder
da Sua Palavra. O Senhor conta conosco como ovelhas, animais indefesos,
simples, totalmente dependente do Pastor; “O Senhor é o meu pastor e nada
me faltará”, disse o salmista. Quando somos enviados para uma obra na
dependência de Deus, Ele supre todas as nossas necessidades. O verdadeiro servo
é aquele que obedece ao ide do Senhor, sem se preocupar com ouro e prata. Foi
assim que os setenta foram. Foram na condição de ovelhas confiando somente no
seu Pastor.]
3. Os sinais e as maravilhas confirmam a Palavra. Os setenta discípulos receberam poder em nome de
Jesus para pregar a mensagem do Reino de Deus com graça (vv.9,10; Mt 10.1,8).
Quando voltaram da missão, os evangelistas, maravilhados e surpreendidos,
diziam: "Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam"
(v.17). Mas naquele momento Jesus falou-lhes de uma realidade que eles não
compreendiam: aquele poder era para confirmar a Palavra do Reino, não a palavra
do homem. O verdadeiro significado de desfrutar da alegria no Espírito não é
primeiramente ver milagres, mas saber que através da exposição do Evangelho de
poder temos os nossos nomes escritos nos céus (v.20). [Comentário: Na
palavra aos setenta, Jesus os surpreendeu com uma declaração desconcertante,
ante a alegria e a comemoração pelos milagres que viram ser realizados por seu
intermédio. Curas, libertação de endemoninhados e outros milagres, não seriam o
auge do sucesso ministerial. Porém Jesus lhes fez saber que maior privilégio do
que operar milagres era ter o seus nomes “escritos nos céus” (Lc 10.20).
Discurso semelhante, Jesus proferiu, em determinada ocasião, quando advertia
seus seguidores acerca da operação de milagres, sem que a vida do obreiro ou do
pregador esteja em consonância com aquilo que prega. No Sermão do Monte (Mt
7.21-23), de forma alguma Jesus quis decepcionar ou minimizar o valor do
trabalho dos evangelizadores. Mas quis conscientizá-los de que ter o nome nos
céus é o maior privilégio que um servo de Deus pode ter. Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 97. Neste ponto, o Comentário
Bíblico Beacon afirma: Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e
escorpiões, e toda a força do Inimigo. Esta escritura tem, de fato, uma
implicação literal, mas o contexto parece exigir que o principal significado
seja espiritual. Note como Jesus faz uma analogia entre serpentes, e escorpiões,
e toda a força do Inimigo. Tanto os versículos anteriores como os posteriores
se referem às forças satânicas. A gramática desses versículos implica, também,
que essas serpentes e escorpiões estão incluídos nas forças do inimigo. O
simbolismo é comum para as forças satânicas ou demônios e até para o próprio
Satanás. O significado principal é que os cristãos têm poder para pisar
triunfantemente sobre os exércitos de Satanás, através do auxílio e da graça de
Jesus Cristo. Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora
CPAD. Vol. 6. pag. 411. Jesus ordenou aos discípulos que curassem os
enfermos, e anunciassem o reino dos céus. Ele não os mandou pregarem
prosperidade terrena, mas que anunciassem o reino de Deus, e o reino de Deus,
não é composto de coisas materiais e sim espirituais. E Jesus ordenou que se em
alguma cidade não os recebessem, que acudissem o pó das suas sandálias e
seguissem em frente. Pó é símbolo do pecado. Jesus estava mostrando com isso
que os próprios pecados do povo os destruiriam. Temos uma missão: a de anunciar
o reino de Deus, de falar a verdade nua e crua, e desmascarar os falsos
mestres, mostrando ao povo que se não se arrependerem estarão a caminho do
inferno. Se eles não quiserem ouvir e nem nos receber, então devemos sacudir os
nossos pés, e deixar que os pecados, e as iniquidades dos tais os matem e que
por eles sejam julgados e condenados. Pois, para os que rejeitam a Palavra essa
será sua sentença. A volta dos discípulos, após terem cumprido o ide. Após
terem obedecido à palavra do SENHOR, eles voltaram jubilosos, alegres cheio de
expectativa. Tudo porque obedeceram à voz do Senhor. Só somos discípulos e
servos de Cristo se fizermos o que Ele nos manda. Deus jamais contraria a sua
própria Palavra, pois Ele pôs a sua Palavra acima do Seu Próprio Nome. Ele
jamais ordenaria que o povo levasse para casa objetos “ungidos” ou “pontos de
contato”, como dizem os dessas seitas. Ele nunca ordenou isso em nenhuma parte
das Escrituras, e jamais ordenará, pois Ele não mudou e nunca mudará (Malaquias
3:6;Hebreus 13:8). Os falsos mestres tiram textos fora dos seus contextos e com
isso estão criando heresias destruidoras. Portanto fica bem claro que a voz que
esses falsos líderes estão ouvindo não é a voz do Senhor, e sim a voz dos demônios
que sempre teve como objetivo deturpar a Palavra de Deus. O diabo os inspira
para que eles inventem essas idolatrias, eles são inventores de mentiras, como
profetizou Isaias. Os discípulos voltaram alegres e recebeu do Senhor mais uma
palavra gloriosa. Jesus lhes disse: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes
e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum” (vs 19).
Serpentes e escorpiões são símbolos do diabo. Jesus nos deu autoridade sobre o
diabo e seus demônios somente com o poder da Sua Palavra, e nos garante que se
andarmos nela e em Sua obedecendo, nada nos causará dano algum. Os discípulos
receberam essa palavra logo após terem obedecido à palavra de Jesus.]
SINOPSE
DO TÓPICO (1)
Jesus enviou os setenta para pregar a mensagem do
Reino de Deus e deu-lhes poder para confirmar a Palavra.
II. A GRANDE COMISSÃO (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20)
1. O alcance da Grande Comissão. A ordem dada por Jesus aos seus discípulos,
após a sua ressurreição, foi: "ide, ensinai todas as nações, batizando-as
em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas
as coisas que eu vos tenho mandado" (Mt 28.19,20). Esta ordem é chamada
comumente de A Grande Comissão. É o apelo de Jesus para os discípulos
anunciarem o Evangelho até as últimas consequências. Foi nesse
"espírito" que o apóstolo Paulo encarou a tarefa da evangelização (1
Co 9.16). [Comentário: Mateus 28:19-20 descreve o que passou a ser
chamado de “A Grande Comissão”: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu
estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Jesus deu esse
comando aos Apóstolos logo depois de ascender aos céus. Esse comando
praticamente resume o que Jesus esperava que os Apóstolos, e os Seus seguidores
depois dos Apóstolos, fizessem em Sua ausência. É interessante notar que no
grego original, os únicos comandos específicos em Mateus 28:19-20 são:
"ide" e "fazei discípulos". A Grande Comissão nos instrui a
fazer discípulos enquanto viajamos pelo mundo e enquanto realizamos nossas
atividades diárias. Como devemos fazer discípulos? Ao batizá-los e ensiná-los
tudo que Jesus comandou. "Ide" e "fazei discípulos" são os
comandos da Grande Comissão. "Batizando" e "ensinando" são
a forma que devemos usar para executar o aspecto de "fazer
discípulos" da Grande Comissão. Muitos enxergam Atos 1:8 como parte da
Grande Comissão também: "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o
Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a
Judéia e Samaria, e até os confins da terra." A Grande Comissão é
capacitada pelo poder do Espírito Santo. Devemos ser testemunhas de Cristo,
realizando a Grande Comissão em nossas cidades (Jerusalém), em nossos estados e
países (Judéia e Samaria) e qualquer lugar aonde Deus nos enviar (os confins da
terra). Leia mais:
http://www.gotquestions.org/Portugues/Grande-Comissao.html#ixzz32IZIVYfbO Congresso de
Lausane definiu: “O propósito de Deus é o evangelho todo, por toda a
igreja, em todo o mundo, a toda criatura”. Você foi alistado para fazer parte
dessa maior missão de resgate do mundo: Não do Katrina, não dos acidentes
naturais, mas do maior acidente cósmico: a queda. Não de uma tragédia
temporária, mas da perdição eterna.Ultimatoonline, http://www.ultimato.com.br/pagina/pacto-de-lausanne]
2. O mundo está dividido em dois grupos. "Quem crer e for batizado será salvo; mas quem
não crer será condenado" (Mc 16.16). Aqui, o Evangelho de Marcos destaca
que há dois grupos de pessoas diante da mensagem de Jesus: Os que creem e os
que não creem. Acerca da salvação, os Evangelhos não se preocupam com
nacionalidade, raça, sexo ou condição sócio-econômica do homem (Gl 3.28). Não
há judeu, não há gentio (Rm 3.9,10,23). Toda a humanidade é carente da graça de
Deus e precisa decidir o seu futuro eterno crendo ou não no Evangelho. [Comentário: O
mundo seria dividido entre dois grupos. Os crentes e os incrédulos. Os salvos e
os perdidos. “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será
condenado” (Mc 16.16). Em sua visão divina, Jesus não vê nacionalidade,
condição social, a cor da pele, raça, sexo, condição financeira ou econômica
(G1 3.28). Ele só vê dois tipos de pessoas. Os salvos pela fé e os perdidos por
causa da descrença nEle e em seu evangelho. Os homens não têm alternativa. Ou
creem para serem salvos ou permanecem na incredulidade para serem perdidos. Os
discípulos entenderam que a Grande Comissão é questão de vida ou de morte. A
escolha é de cada um. A responsabilidade é individual. Mas a missão de pregar o
evangelho é coletiva. E da Igreja. Os evangelistas têm um papel de vanguarda.
Mas a ninguém é dado o direito de escusar-se de ser testemunha de Jesus. Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 98-99. Mc 16.16 Os discípulos
receberam a ordem de batizar as pessoas, porque o batismo une cada crente a
Jesus Cristo na morte dele ou dela para o pecado, e na ressurreição para uma
nova vida. Não é a água do batismo que salva, mas a graça de Deus aceita
através da fé em Cristo. Por causa da resposta de Jesus ao criminoso que morreu
ao seu lado na cruz, sabemos que é possível sermos salvos sem sermos batizados
(Lc 23.43). Jesus não disse que aqueles que não fossem batizados seriam
condenados, mas que quem não crer será condenado. O batismo simboliza a submissão
a Cristo, uma disposição para seguir o caminho de Deus e a identificação com o
povo que tem uma aliança com Deus. Comentário do Novo Testamento
Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 304-305.]
3. A Grande Comissão hoje. A tarefa da evangelização do mundo está inacabada.
Apenas 33% da população mundial é composta por cristãos das várias confissões
de fé. Há regiões em que número de cristãos está diminuindo, como na Europa.
Recentemente, na Alemanha, cerca de 340 igrejas fecharam as portas; em Portugal,
quase 300. A Holanda e a Inglaterra são países considerados
"pós-cristãos". Ainda na Europa, cerca de 1500 templos cristãos foram
transformados em mesquitas, restaurantes, bibliotecas e casas de shows. Se a
Igreja não experimentar um real e poderoso avivamento espiritual, em poucas
décadas a Europa se tornará mulçumana ou o cristianismo não mais a
influenciará. Precisamos evangelizar o continente europeu. [Comentário: O
livro de Atos dos Apóstolos registra o início do mandato da Grande Comissão.
Foi o início da obra missionária da Igreja de Cristo. Após a descida do
Espírito Santo, aqueles discípulos que estavam amedrontados, após a morte de
Jesus, tornaram-se intrépidos evangelistas e saíram levando o evangelho aonde
puderam chegar, mesmo por causa da perseguição religiosa. O apóstolo Pedro, que
negara Jesus três vezes, antes de ser revestido pelo Espírito Santo, em sua
primeira pregação, com altivez e coragem, viu quase três mil almas aceitarem a
Cristo como Salvador. Suas palavras foram simples e objetivas: “E disse-lhes
Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo
para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a
promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe:
a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.38-41). A Grande Comissão
continua até à volta e Jesus. E “tarefa inacabada”. Segundo estatísticas de
organizações evangélicas, o mundo tem 33% de cristãos, incluindo católicos
evangélicos, espíritas, Testemunhas de Jeová, e outros. Os evangélicos só
alcançam 11 % do total da população mundial. Há muito que se fazer ainda, antes
da vinda de Jesus. Há muito trabalho para as igrejas, em busca das almas
perdidas. Nesse contexto, o papel dos evangelistas, dos pregadores e
missionários é de grande valia e necessidade. Que Deus desperte mais obreiros
genuínos para fazer a sua obra evangelizadora no mundo. Que os verdadeiros
evangelistas e missionários se disponham a ganhar almas para Cristo. Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 100-101. Todos os quatro
evangelistas deram ênfase à grande comissão. Lucas a repete no livro de Atos.
As últimas palavras de uma pessoa, são as mais importantes e urgentes. Essas
foram as últimas palavras de Cristo. Os campos já estão brancos para a ceifa. O
tempo é agora.]
SINOPSE
DO TÓPICO (2)
A Grande Comissão ordenada por Jesus de Nazaré
ainda é uma tarefa inacabada.
III. O DOM MINISTERIAL DE EVANGELISTA
1. O conceito de evangelista. O
termo "evangelista" deriva do verbo grego euangelizo, isto é,
transmitir boas novas (do evangelho). Como dom, refere-se àquele que é chamado
para pregar o Evangelho. Foi concedido pelo Pai através de uma capacitação
ministerial objetivando propagar o Evangelho de Cristo para toda a humanidade.
O evangelista tem paixão pela salvação dos perdidos. Esmera-se por buscar da
parte de Deus mensagens inspiradas para tocar os corações e quebrantar a alma
dos pecadores. [Comentário:"euangelistes (εὐαγγελιστής), literalmente,
'mensageiro do bem' (formado de eu, 'bem', e angelos, mensageiro), denota
'pregador do Evangelho' (At 21.8; Ef 4.11, que deixa claro a distinção da
função nas igrejas; 2 Tm 4.5). [...] Os missionários são 'evangelistas' por
serem essencialmente pregadores do Evangelho." É um dom de Deus, concedido
através da capacitação espiritual e ministerial para a propagação do evangelho
de Cristo a todas as pessoas que estiverem ao alcance da mensagem do obreiro
que tem a chamada para cuidar da evangelização, como prioridade em sua missão.
Enquanto o pastor tem a missão de cuidar do ensino e do discipulado,
diretamente on auxiliado por pessoas que amam cuidar dos novos decididos, o
evangelista esmera-se em buscar de Deus mensagens inspiradas e cheias de unção
para tocarem os corações dos pecadores. O evangelista é por excelência o
pregador das Boas-Novas de salvação. O salmista viu o trabalho dos
evangelistas, em mensagem profética: “O Senhor deu a palavra; grande era o
exército dos que anunciavam as boas-novas” (Sl 68.11). Nos dias presentes, há
muitos evangelistas, espalhados pelo Brasil e pelo mundo afora, difundindo a
pregação do evangelho de salvação em Cristo Jesus. Seus corações ardem de amor
pelas almas perdidas, e elaboram mensagens, com oração, jejum e estudo da
Palavra, para que, na hora do sermão, sejam instrumentos nas mãos de Deus para
alcançar a mente e o coração dos que precisam de Cristo. Elinaldo
Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com
poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 101. Evangelista é aquele que é
chamado para pregar o Evangelho em muitos lugares. Evangelizar significa trazer
boas novas a alguém, especificamente anunciar informações a respeito da
salvação cristã (1 Co 15.1-4). A palavra é encontrada três vezes no Novo
Testamento. Os evangelistas estão relacionados junto com os apóstolos,
profetas, pastores e doutores, como aqueles que são chamados para compartilhar
a construção da igreja (Ef 4.11ss). Filipe foi chamado de "o
evangelista" (At 21.8). Embora fosse um dos sete escolhidos para aliviar
os apóstolos da tarefa de distribuir alimentos (At 6.5), ele foi especialmente
notado por sua atividade evangelizadora. De Jerusalém, ele foi até Samaria e
pregou com grande sucesso (At 8.4ss). Dali foi enviado para evangelizar um
oficial da corte etíope, que estava viajando para casa depois de visitar
Jerusalém (At 8.26ss). Então pregou o Evangelho desde Azoto até Cesárea, onde
tinha sua casa (At 8.40; 21.8). Timóteo, o jovem ministro, foi exortado a
realizar o trabalho de um evangelista (2 Tm 4.5) como um acompanhamento de sua
supervisão pastoral. Está claro que, embora os apóstolos e outros
compartilhassem o trabalho de evangelização, havia homens que Deus chamava
especialmente para essa tarefa. Nos anos posteriores, os escritores dos quatro
Evangelhos foram chamados de evangelistas porque registraram, de forma
persuasiva, os fundamentos do Evangelho de Cristo.N. B. B.PFEIFFER
.Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 725-726.]
2. O papel do evangelista. O
evangelista é, por excelência, o pregador das boas-novas de salvação. Através
da sua mensagem, vidas são alcançadas e conduzidas a Deus. Muitas vezes, o
evangelista torna-se um plantador de igrejas, como tem ocorrido em diversos
lugares do Brasil e pelo mundo afora. Um evangelista cheio da graça de Deus
poderá tocar corações com a mensagem do Evangelho de modo tão convincente que
leva o povo a crer e acatar as boas-novas da salvação e ao Salvador Jesus. [Comentário: A
mensagem do evangelista foi tão impactante, que o homem converteu-se e desejou
ser um seguidor de Cristo. Após a bem-sucedida evangelização, ao lado do alto
dignitário etíope, Filipe deve ter-lhe falado sobre a necessidade do batismo em
águas. Sem perda de tempo, o novo convertido a Jesus quis logo ser
batizado em águas. Diz o texto (At 8.36, 37). Ali, na estrada deserta, entre
Jerusalém e Gaza, três coisas importantes ocorreram, na vida do evangelista
Filipe. Ele pregou o evangelho, na unção do Espírito Santo; o atento ouvinte aceitou
a Cristo como Salvador; o discipulado foi tão eficaz, que o novo decidido quis
logo batizar-se em águas; e Filipe mostrou qual é a condição para um novo
crente ser batizado: “E lícito, se crês de todo o coração ’. Essa é a razão
porque não se deve batizar crianças, quando não sabem discernir a fé em Cristo.
E necessário que o novo crente creia de todo o coração. E, para isso, é
indispensável o ensino ou o discipulado consciente e fundamentado na Palavra de
Deus. “E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o
eunuco, e o batizou” (At 8.38). Aquele foi um caso especial, em que o novo
convertido foi batizado no mesmo dia em que ouviu a mensagem evangelística. Nos
dias presentes, é aconselhável só batizar quem tem consciência do que é ser um
cristão verdadeiro, e não apenas congregado ou membro de uma denominação.
Quando não há esse cuidado, de um discipulado eficaz, cumpre-se o que dizia um
velho pastor, em relação ao batismo em águas de pessoas que não têm certeza nem
testemunho da conversão: “mergulha-se um pecador enxuto e sai das águas um
pecador molhado”. Elinaldo Renovato. Dons espirituais &
Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora
CPAD. pag. 102-103.]
3. A finalidade do ministério do evangelista. Da
mesma forma que o ministério do apóstolo e do profeta, o do evangelista tem por
finalidade preparar os santos do Senhor para uma vida de serviço cristão, bem
como à edificação do Corpo de Cristo (Ef 2.20-22). Por isso, espera-se desse
obreiro que o fundamento do seu ministério seja Jesus Cristo, o nosso Senhor.
Não pode haver outro fundamento, senão Cristo! O evangelista deve também, em
tudo, ser sensível à voz do Espírito Santo. A exemplo de Filipe, o obreiro deve
ser obediente ao Senhor, seja para pregar a multidões, seja para falar a uma
única pessoa (At 8.6,26-40). Outro aspecto importante desse ministério é a
habilidade que o evangelista deve ter na transmissão das boas-novas. O arauto
de Deus precisa ser capaz de responder à seguinte pergunta dirigida ao pecador:
"Entendes o que lês?" (At 8.30). [Comentário: No
versículo 20, a igreja é comparada a um edifício. Os apóstolo e profetas são o
fundamento desse edifício. Eles podem ser chamados assim em um sentido
secundário, onde Cristo é o fundamento principal. Mas, nós temos de entender
esse aspecto no contexto da doutrina anunciada pelos profetas do Antigo
Testamento e os apóstolos do Novo. Lemos então: “...de que Jesus Cristo é a
principal pedra da esquina”. Nele, judeus e gentios se reúnem e constituem uma
igreja; e Cristo sustenta o edifício pela sua força: “...no qual todo o
edifício, bem ajustado...” (v. 21). Todos os crentes, que formam a igreja,
estando unidos em Cristo pela fé, e entre si pela caridade cristã, “...crescem
para templo santo...”, tornando-se uma sociedade sagrada, na qual há muita
comunhão entre Deus e seu povo, como no templo. Na igreja eles o adoram e
servem, e Ele se manifesta no meio deles. Eles oferecem sacrifícios espirituais
a Deus, e Ele reparte suas bênçãos e favores a eles. Assim, o edifício, pela
sua natureza, é um templo, um templo santo; porque a igreja é o lugar que Deus
escolheu para colocar o seu nome, e ela se tornou um templo pela graça e força
obtida dele - no Senhor. A igreja universal sendo edificada sobre Cristo como a
pedra fundamental, e unida em Cristo como a principal pedra da esquina, vem
finalmente a ser glorificada nele como a pedra mais elevada: “...no qual também
vós juntamente sois edificados...” (v. 22). Observe: Não somente a igreja
universal é chamada de templo de Deus, mas as igrejas locais também o são. Cada
crente verdadeiro é um templo vivo, um edifício “...para morada de Deus no
Espírito”. Deus habita em todos os crentes que se tornaram o templo de Deus por
meio da operação do abençoado Espírito, e essa moradia agora é uma garantia da
moradia deles junto com Ele na eternidade.HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD.
pag. 585.]
SINOPSE
DO TÓPICO (3)
O papel do evangelista é exercer o ministério dado
pelo Altíssimo como arauto de Deus.
CONCLUSÃO
O dom ministerial de evangelista é concedido por
Deus a algumas pessoas conforme o propósito do Espírito Santo para o
fortalecimento e a edificação das igrejas locais. Isto, porém, não significa
desobrigar os crentes individualmente do labor da evangelização. Todo seguidor
de Cristo, isto é, todo aquele que se acha discípulo de Jesus, tem em sua
caminhada cristã o firme compromisso de propagar a mensagem do Evangelho. E
deste compromisso não pode se apartar um único milímetro. Que Deus levante mais
evangelistas para a sua grande seara! [Comentário: O Pastor
Estêvam Angelo de Souza (1922 - 1996 - escritor, teólogo e grande líder que
dirigiu a Assembleia de Deus no estado do Maranhão entre os anos de 1957 a
1996), em sua obra "Os Dons Ministeriais" (CPAD, 1993, p. 43) afirma
o seguinte: "Devido a incorreta concepção do ministério de evangelista,
vemos, às vezes, um 'Evangelista' ocupado com uma pequena igreja, completamente
fora de sua função, ou mesmo, sem qualquer evidência deste dom ministerial. É
evangelista simplesmente porque alguém o determinou ou porque lhe deram este
nome. Isto nada tem a ver com o verdadeiro ministério de evangelista; isto não
tem nenhum fundamento bíblico." Estevam Ângelo de Souza afirma ainda que
"Não temos informação de que Filipe fora ordenado como evangelista para
Samaria" , e que "[...] o poderoso dom de evangelista não é comum a
todos os crentes; no entanto, a responsabilidade de pregar o Evangelho a toda a
criatura é comum a todos os salvos, a quantos amam a Deus e a sua obra!" (Ibid.,
p. 48). Finalizando, entendo que, os evangelistas são aqueles cristãos, homens
e mulheres, que inflamam sua vida e sua mente, com a propagação do Evangelho.
Entendo que estes são os que vão em hospitais, presídios, praças, favelas,
àqueles lugares onde todos rejeitam ir; seu interesse é o campo missionário!
Você tem feito discípulos? Você tem buscado os perdidos? Você tem sido um
ministro da reconciliação? Você tem gerado filhos espirituais? Você ganhado
pessoas para Cristo? Uma alma vale mais do que o mundo inteiro!] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em
Cristo!
Francisco Barbosa
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