SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Na última lição estudamos o ministério de apóstolo, destacando que esses
se tratam de missionários, enviados para pregar o evangelho de Jesus Cristo. Na
aula de hoje atentaremos para o ministério de profeta (gr. profetas).
Inicialmente mostraremos algumas diferenças entre o dom de profecia e o
ministério profético no Novo Testamento. Em seguida, atentaremos para a
pregação e predição como elementos desse ministério. Ao final, destacaremos
algumas características bíblicas que mostram o aspecto fundador do ministério
profético na igreja, e sua atuação na igreja de hoje.
1. DOM E MINISTÉRIO PROFÉTICO NA IGREJA
Existe muita confusão na igreja em relação ao ministério profético nos
dias atuais. Isso pode ser justificado porque de fato não estão bem
explicitadas no Novo Testamento as atribuições desse ministério. Mas antes de
qualquer mal-entendido, gostaríamos de deixar bem claro que o ministério de
profeta no Novo Testamento não é igual aquele do Antigo Testamento. O
ministério de profeta não deve ser equiparado, sob qualquer hipótese, àquele
dos profetas do Antigo Testamento. Isso porque os profetas do Antigo Pacto
falavam com autoridade infalível, por isso utilizavam a expressão: “assim diz o
Senhor” (Jr. 17.5). Os profetas literários (aqueles que escreveram livros) e os
orais (os que expressaram suas mensagens verbalmente e estão registradas no
texto bíblico) compõem o cânon bíblico. Eles têm um status diferenciado, pois
sua enunciação foi inspirada pelo Espírito Santo (II Pe. 1.20,21). A mensagem
como dom de profecia não é inerrante, como acontecia com os profetas bíblicos,
tendo em vista que a profecia-dom deve ser julgada (I Co. 14.29). O dom de
profecia, conforme já estudamos em lição anterior, deve ser buscado pela igreja
(I Co. 12.3). Diferentemente do ministério de profeta que é um dom de Cristo
para a edificação da igreja. Qualquer cristão pode buscar o dom de profecia,
justamente porque esse é um dom de elocução que visa edificar, exortar e
consolar a igreja (I Co. 14.3,4). É importante ressaltar que os ministérios de
Ef. 4.11 são ofícios, tem propósito funcional na igreja, não devem ser
confundidos com títulos. Por conseguinte, as pessoas que são usadas por Deus,
geralmente de forma mais contínua, podem até serem denominadas profetas, mas
apenas no que tange à funcionalidade, não à titulação. Elas podem ser
reconhecidas como profetas, isso porque trazem uma mensagem do Senhor,
fundamentada na Palavra inspirada. Alguns estudiosos defendem que esses se
distinguem dos mestres (doutores) pelo seu enfoque mais emocional do que
racional. No entanto, discordamos desse ponto de vista, considerando que todo
aquele que exerce o ministério de profeta também deve se respaldar na revelação
de Deus nas Escrituras.
2. O MINISTÉRIO DE PROFETA COMO PREGAÇÃO E PREDIÇÃO
O ministério de profeta costuma ser realizado por aqueles que atuam na
ministração da Palavra de Deus. Essas pessoas ocupam posição de liderança na
igreja, por isso tem liberdade de corrigir seus rumos, a partir da revelação de
Deus, alicerçada na Bíblia. Tais líderes recebem iluminação durante a meditação
da Palavra, ou mesmo durante a ministração, para evitar que a igreja não perca
seu foco. Essas pessoas-dons também se dirigem ao mundo, elas demarcam as
fronteiras entre o que é e não é do Senhor. Judas e Silas, em At. 15.32, são
reconhecidos como líderes que exercitavam o ministério de profetas para a
igreja. Uma marca desse ofício, de acordo com o texto, está na capacidade para
o uso da palavra, principalmente para o fortalecimento dos irmãos. O fundamento
para o ministério de profeta, conforme está registrado em Rm. 12.6, é a fé na
revelação de Deus. Ao mesmo tempo em que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir através
da Palavra de Cristo (Rm. 10.17). O ministério de profeta, no Novo Testamento,
também pode ter um caráter preditivo. Mesmo assim isso não quer dizer que seja
inerrante, que o profeta esteja isento de cometer equívocos. Em At. 11.27-30;
21.11 temos o exemplo de Ágabo, um homem que recebeu de Cristo o ministério de
profeta. Sempre que alguém declara uma mensagem em relação ao futuro isso não
quer dizer que haverá cumprimento. O critério de Dt. 18.22 deve ser levado em
consideração, o mais viável é guardar a revelação no coração, e esperar seu
cabal cumprimento. Existe muita confusão em algumas igrejas locais por causa do
uso indevido de pessoas com o título de profeta. Há aqueles e aquelas que saem
de casa em casa, e outros e outras que são procurados em suas residências, para
entregarem revelações de Deus. Esse procedimento não tem respaldo bíblico, por
causa de atitudes semelhantes existem muitas pessoas adoecidas nas igrejas.
Devemos ter cuidado para avaliar tudo que ouvimos, julgar se de fato as
profecias procedem de Deus (I Jo.4.1), e ponderar sempre à luz da Palavra de
Deus (I Ts.5.19-21).
3. O ASPECTO FUNDADOR DO MINISTÉRIO DE PROFETA
O ministério de profeta tinha um aspecto fundador na igreja primitiva,
isso porque aqueles que falavam, com base na revelação que haviam recebido,
também declaravam com autoridade os desígnios de Deus. A igreja sempre esteve
fundamentada na doutrina apostólica, que, por sua vez, se baseava na mensagem
dos profetas do Antigo Testamento (At. 13.15,27; 15.15). Em Ef. 2.20 Paulo
destaca a importância da mensagem dos profetas, e sua relação com a pregação
apostólica, sobre Jesus Cristo, como a pedra fundamental da igreja (Is. 28.16).
No entanto, em Ef. 3.5 o apóstolo se refere à outra categoria de profeta, esse
com um ofício mais específico na igreja. Esses profetas, tanto no período da
igreja primitiva, como nos dias atuais, são arautos de Deus. Eles partem
daquilo que receberam de Deus, e que está revelado nas Escrituras, a fim de
orientar os ditames da igreja. Esse ministério é importantíssimo na igreja
atual, tendo em vista os perigos que enfrentamos, principalmente no contexto
evangélico brasileiro. Felizmente Jesus tem dado pessoas que são profetas de
Deus para esta nação, homens e mulheres corajosos que declaram, como fez Paulo
entre os efésios, todos os desígnios de Deus (At. 20.27). Esses profetas não se
vendem por status ou dinheiro, não estão interessados em posição, o objetivo
principal deles é repassar o que receberam do Senhor. Esses homens-dons também
se posicionam com ousadia, em alguns casos através da mídia, para denunciar o
erro, tanto na igreja quanto no mundo. Eles denunciam os excessos que
geralmente testemunhamos na igreja. Eles não se conformam ao ver a igreja ser
confundida com empresa, o ministério com profissão, e os cristãos com clientes.
Os profetas de Deus a essa nação falam com propriedade quando se trata da
cultura da morte, defendendo a cultura da vida, se opondo a práticas como o
aborto e a eutanásia. Esses profetas, quando fundamentados na Palavra, fazem as
estruturas institucionais estremeceram, pois têm a autoridade de Deus,
denunciando inclusive a corrupção.
CONCLUSÃO
Nesses dias, marcados pelo secularismo, em que as igrejas estão se
dobrando diante de mamom, precisamos de pessoas que exerçam o ministério de
profeta. Que Deus levante homens e mulheres com coragem e ousadia, que não se
dobrem diante das instituições humanas, que se respaldam na Palavra de Deus.
Estejamos atentos à voz dos profetas dados por Jesus Cristo à igreja. Eles
incomodam na maioria das vezes, pois nem sempre dizem o que gostaríamos de
ouvir, mas são fundamentais para que não sejamos conduzidos ao engano. Os
apóstolos são pioneiros a serem enviados a determinadas regiões para levarem a
mensagem de Cristo. Os profetas são homens de Deus que, juntamente com os
mestres-doutores, consolidam a fé na Palavra de Deus, apontando para o caminho
correto.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
SUBSÍDIO II
O MINISTÉRIO DE PROFETA
INTRODUÇÃO
A lição desta semana versa sobre o dom ministerial de profeta.
Estudaremos alguns aspectos deste dom à luz da Bíblia, mas também considerando
o contexto histórico e cultural do Antigo e do Novo Testamento. O ministério de
profeta é altamente importante para os nossos dias, pois de acordo com o ensino
dos apóstolos, tal ministério tem um valor excelso para a igreja de qualquer
tempo e lugar. [Comentário: Continuando o estudo dos dons ministeriais,
estudaremos hoje o ministério de profeta. No Novo Testamento, a palavra
comumente usada é prophétes, que aparece por cento e
quarenta e nove vezes, como exemplo, Mateus 1.22; 2.5,16; Marcos 8.28; Lucas
1.70,76; 7.16; João 1.21,23; 3.18,21; Romanos 1.2; 11.3; 1 Coríntios 12.28,29;
14.29,32,37; Efésios 2.20; Tiago 5.10; 1 Pedro 1.10; 2 Pedro 2.16; 3.2;
Apocalipse 10.7; 11.10. O substantivo prophetela, «profecia
», é usado por dezenove vezes no Novo Testamento: Mateus 13.14; Romanos 12.6; 1
Coríntios 12.10; 13.2,8; 14.6,22; 1 Tessalonissensses 5.20; 1 Timóteo 1.18;
4.14; 2 Pedro 1.20,21; Apocalipse 1.3; 11.6; 19.10; 22.7.10,18,19. Essas
palavras derivam-se do grego pro, «antes.., «em favor de..,
ephemi; «falar.., ou seja, «alguém que fala por outrem.., e, por
extensão, «intérprete.., especialmente da vontade de Deus. Tais palavras
gregas, naturalmente, estão por detrás do termo português «profeta. Os profetas
eram tidos como representantes de Deus. Eles serviam de elo vital na questão
das revelações, bem como veículos do conhecimento espiritual. As revelações por
eles recebidas, por ordem do Senhor em alguns casos tomaram-se concretas nos
livros que escreveram. Esses livros, por sua vez, foram canonizados, com a
passagem do tempo, sendo então aceitos como Escrituras Sagradas. O caráter do
profeta e da profecia neotestamentários é um pouco diferente daquele do Antigo
Testamento. Algumas pessoas têm dificuldades em aceitar a ideia de profetas
contemporâneos, porque estão olhando pela ótica do Antigo Testamento. Vivemos
em uma nova era, e nossa relação com Deus está debaixo da Nova Aliança. Isso
significa que devemos reformular nossos conceitos do ministério profético na
Nova Aliança. Não há apenas um ou dois profetas para uma nação, mas o dom de
profecia, o ministério profético e a palavra do Senhor estão difusos e
distribuídos por todo o corpo de Cristo] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
I. O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO
1. Conceito. O profeta do Antigo Testamento era a pessoa incumbida para falar em nome de Deus. O Altíssimo fazia dele o seu porta-voz, um embaixador que representava os interesses do reino divino na Terra. Quando Deus levantava um profeta, designava-o a falar para toda a nação israelita, e até mesmo a povos ou nações estranhas (Jr 1.5). Ao longo de toda a história veterotestamentária o Senhor levantou homens e mulheres para profetizarem em seu nome: Samuel, o último dos juízes e o primeiro dos profetas para a nação de Israel (1Sm 3.19,20), Elias e Eliseu (1Rs 18.18-46; 2Rs 2.1-25), a profetisa Hulda (2Rs 22.14-20) e muitos outros, como os profetas literários Isaías, Jeremias e Daniel. [Comentário: No Antigo Testamento, a palvra Ro’eh, traduzido por “vidente” em português, indica a capacidade especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros. O título sugere que o profeta não era enganado pela aparência das coisas, mas que as via conforme realmente eram — da perspectiva do próprio Deus. Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e revelações, da parte de Deus, que o capacitava a transmitir suas realidades ao povo. Também a palavra ‘Nabi’, a principal palavra hebraica para “profeta”, ocorre 316 vezes no Antigo Testamento. Nabi’im é sua forma no plural. Embora a origem da palavra não seja clara, o significado do verbo hebraico “profetizar” é: “emitir palavras abundantemente da parte de Deus, por meio do Espírito de Deus” (Gesenius, Hebrew Lexicon). Sendo assim, o ‘nabi’ era o porta-voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do Espírito de Deus. A palavra grega priophetes, da qual se deriva a palavra “profeta” em português, significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Os profetas falavam, em lugar de Deus, ao povo do concerto, baseados naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle. No Antigo Testamento, o profeta também era conhecido como “homem de Deus” (2Rs 4.21), “servo de Deus” (Is 20.3; Dn 6.20), homem que tem o Espírito de Deus sobre si (Is 61.1-3), “atalaia” (Ez 3.17), e “mensageiro do Senhor” (Ag 1.13). Os profetas também interpretavam sonhos (José, Daniel) e interpretavam a história — presente e futura — sob a perspectiva divina.]
1. Conceito. O profeta do Antigo Testamento era a pessoa incumbida para falar em nome de Deus. O Altíssimo fazia dele o seu porta-voz, um embaixador que representava os interesses do reino divino na Terra. Quando Deus levantava um profeta, designava-o a falar para toda a nação israelita, e até mesmo a povos ou nações estranhas (Jr 1.5). Ao longo de toda a história veterotestamentária o Senhor levantou homens e mulheres para profetizarem em seu nome: Samuel, o último dos juízes e o primeiro dos profetas para a nação de Israel (1Sm 3.19,20), Elias e Eliseu (1Rs 18.18-46; 2Rs 2.1-25), a profetisa Hulda (2Rs 22.14-20) e muitos outros, como os profetas literários Isaías, Jeremias e Daniel. [Comentário: No Antigo Testamento, a palvra Ro’eh, traduzido por “vidente” em português, indica a capacidade especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros. O título sugere que o profeta não era enganado pela aparência das coisas, mas que as via conforme realmente eram — da perspectiva do próprio Deus. Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e revelações, da parte de Deus, que o capacitava a transmitir suas realidades ao povo. Também a palavra ‘Nabi’, a principal palavra hebraica para “profeta”, ocorre 316 vezes no Antigo Testamento. Nabi’im é sua forma no plural. Embora a origem da palavra não seja clara, o significado do verbo hebraico “profetizar” é: “emitir palavras abundantemente da parte de Deus, por meio do Espírito de Deus” (Gesenius, Hebrew Lexicon). Sendo assim, o ‘nabi’ era o porta-voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do Espírito de Deus. A palavra grega priophetes, da qual se deriva a palavra “profeta” em português, significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Os profetas falavam, em lugar de Deus, ao povo do concerto, baseados naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle. No Antigo Testamento, o profeta também era conhecido como “homem de Deus” (2Rs 4.21), “servo de Deus” (Is 20.3; Dn 6.20), homem que tem o Espírito de Deus sobre si (Is 61.1-3), “atalaia” (Ez 3.17), e “mensageiro do Senhor” (Ag 1.13). Os profetas também interpretavam sonhos (José, Daniel) e interpretavam a história — presente e futura — sob a perspectiva divina.]
2. O ofício. Através
da inspiração divina o profeta recebia uma revelação que desvendava o oculto,
anunciava juízos, emitia conselhos e advertências divinas. Expressões como
“veio a mim a palavra do Senhor” e “assim diz o Senhor” eram fórmulas usuais
para o profeta começar a mensagem divina (Jr 1.4; Is 45.1). Símbolos e visões
também eram formas de Deus falar através dos profetas ao seu povo (Jr 31.28; Dn
7.1). Num primeiro momento, o profeta exercia um importante papel de
conselheiro no palácio real (Natã, cf. 2Sm 12.1; 1Rs 1.8,10,11). Contudo, após
a divisão do reino de Israel, o profeta passou a ser perseguido, pois sua
profecia confrontava diretamente a prepotência da nobreza, a dissimulação dos
sacerdotes e a injustiça social (Jr 1.18,19; 5.30,31; Is 58.1-12). [Comentário: O
Antigo Testamento foi marcado pela atividade e testemunho dos profetas. Quando
Jesus se despedia dos seus discípulos, lhes disse: “São estas as palavras
que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de
mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc
24.44). Os escritos dos profetas faziam parte da tríplice divisão da Bíblia
hebraica. Nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, vemos a presença de
Abraão, o pai da nação Israelita, que foi considerado um profeta (Gn 20.7);
quando Moisés, o líder do Êxodo, estava em aperto, na sua chamada para tirar o
povo do Egito, Deus lhe disse que Arão, seu irmão, seria seu profeta (Êx 7.1);
os 70 homens, levantados por Deus para ajudar Moisés profetizaram só uma vez;
dois israelitas, Eldade e Medade, que ficaram na tenda, também profetizaram,
provocando ciúmes em Josué (Nm 11.24-29). Em Números, Deus diz como usaria um
profeta, em visão ou sonhos (Nm 12.6). Em Deuteronômio, vemos Deus ensinando ao
povo como distinguir os verdadeiros e os falsos profetas (Dt 13.1-5). Aqueles
homens não tinham um ministério profético. Foram usados por Deus em mensagens
ou missões de caráter profético. Seus nomes não fazem parte dos “Profetas”, na
divisão da Bíblia hebraica, porque a profecia não era a sua missão principal.
Nos livros históricos, o papel dos profetas foi muito relevante. Os livros de 1
e 2 Samuel foram escritos pelo último dos juízes e o primeiro dos profetas,
realmente dedicados à missão de falar ao povo mensagens da parte de Deus de
modo marcante e consequente (1 Sm 8.10-17); ele também era vidente (1 Sm 9.15,
19,20; 10.1-5). Foi usado para ungir Saul, o primeiro rei de Israel e Davi, seu
sucessor (1 Sm 10.24; 16.13). Nos livros de 1 e 2 Reis, houve profetas de
destaque, como Natã, que ungiu Salomão (1 Rs 1.39) e revelou o pecado de
adultério de seu pai Davi antes, depois falou sobre a construção do templo pelo
mesmo Salomão que havia de ungir como rei; o profeta Aias, que profetizou a
divisão do Reino de Israel (1 Rs 11.31, 32); houve um profeta desconhecido, que
vaticinou o nascimento de Josias, e foi enganado por um “profeta velho”, que
mentiu, e, mesmo assim, foi usado por Deus (1 Rs 13.1-3; 11-26). Quando Deus
quer, usa a quem Ele quer. Dentre os profetas de 1 Reis, destacou-se o profeta
Elias, que denunciou os pecados do rei Acabe e sua mulher ímpia, Jezabel (1 Rs
17.1; 18.1) e confrontou os profetas de Baal e Asera, cultuados pelo casal real
(1 Rs 18.18-46). Seu sucessor foi o profeta Eliseu, que foi usado com grande
poder (2 Rs 2.9-11), com grandes sinais e maravilhas (2 Rs 2.19-25). Isaías foi
profeta de grande valor em 2 Reis (2 Rs 19.2, 6,7, 20-37), conhecido como o
profeta messiânico devido à grande parte de suas profecias se referirem o
Messias, no futuro. Naquele tempo, a profetiza Hulda foi usada por DEUS para
exortar o povo em sua desobediência (2 Rs 22.14-20). Esdras, líder da
reconstrução do Templo em Jerusalém, após o cativeiro babilônico, foi ajudado
por profetas (Ed 5.2). Na reconstrução dos muros, por Neemias, levantou-se a
falsa profetisa Noadias, que, juntamente com outros profetas conluiaram-se
contra Neemias, o líder da reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 6.4).]
3. O profetismo. De acordo com o
Dicionário Teológico (CPAD), o profetismo foi um movimento que surgiu no
período aproximado do século VIII a.C. tanto em Israel quanto em Judá. O
objetivo desse movimento era “restaurar o monoteísmo hebreu”, “combater a
idolatria”, “denunciar as injustiças sociais”, “proclamar o Dia do Senhor” e
“reavivar a esperança messiânica”. Foi nesse tempo que os verdadeiros profetas
em Israel foram cruelmente surrados, presos e mortos. [Comentário: O
profetismo em Israel foi o fenômeno que marcou esta nação de forma peculiar,
chegando a formar escola de profetismo, culminando na vasta literatura
profética que hoje faz parte da Bíblia. Estes profetas possuíam vida nômade. As
escolas de profetas marcaram a primeira época da profecia em Israel (Is
8.16;30.8; Jr 36). Pregavam a Benção e a Salvação e seu tema principal era
"a eleição do povo conduz os indivíduos a Deus, ainda que pela
punição". Outro tema importante era a exaltação de Israel: "Os
inimigos sempre serão aniquilados e Israel será salvo (Jr 14:13). Eles
dividiam-se em profetas reais, ou da corte e profetas por vocação e chamado,
independentes (Jr 28.1-17; 14.13-16; 23.9-40; 28.9; Ez 33.30-33; Jr 17.15;
12.1). Em Israel, quando a política se desviou dos planos de Deus, a profecia
mudou seu discurso e passou a criticar o rei, tornaram-se inimigos perigosos e
foram perseguidos por isso (1Rs 21.20; 18.17; 1Rs 18.13; 19.10; Jr 18.18;
26.11)]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
Os
profetas do Antigo Testamento falavam em nome de Deus, em primeiro lugar para a
nação de Israel, em segundo, para povos estranhos.
II. O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO
1. A importância do termo “profeta” em o Novo Testamento. Como já vimos, em Efésios 4.11 são mencionados
cinco ministérios que exerciam papéis fundamentais na liderança da Igreja
Antiga: apóstolo, profeta, evangelista, pastor e doutor. Não por acaso, o termo
“profeta” aparece na segunda posição da lista apresentada em 1 Coríntios 12.28;
Efésios 4.11. O profeta é identificado três vezes na epístola aos Efésios como
alguém que acompanhava os apóstolos (2.20; 3.5; 4.11). A Bíblia afirma que os
“concidadãos dos Santos e da família de Deus estão edificados sobre o
fundamento dos apóstolos e dos profetas [...]” (Ef 2.19,20). Aqui, a Bíblia
denota a importância do ministério de profeta na liderança da Igreja do
primeiro século. [Comentário: Apóstolos e profetas mencionados em Efésios
2.20 devem ser distinguidos dos da referência 4.11. Aqui, a referência é aos
apóstolos fundadores, como em Ap 21.14, enquanto que no texto do capitulo 4.11,
é sobre a missão contínua dos apóstolos, que servem a Igreja de Cristo de uma maneira
mais geral. Estes versículos expõem quatro aspectos da metáfora. Primeiro, os
apóstolos e profetas são as pedras da fundação do templo (20a). Recebem esta
designação, porque sua função é proclamar a Palavra do Senhor. Wesley observa
que “a palavra do Senhor, declarada pelos apóstolos e profetas, sustenta a fé
de todos os crentes”. Certos estudiosos veem uma contradição no pensamento de
Paulo ao usar esta metáfora aqui e em 1 Coríntios 3.11. Lá, Cristo é o
fundamento. O problema se resolve quando nos damos conta de que ele emprega a
metáfora em sentidos diferentes. Na passagem coríntia, o pensamento gira em
torno de si mesmo e de outros como construtores. Na relação aqui está claro que
Cristo é o fundamento sobre o qual eles constroem. Paulo está enfatizando as
pedras usadas na construção. Nesta relação, Cristo é a pedra da esquina. Todos
os outros são pedras de menor significação. Mas, mesmo sendo de menor
importância, os apóstolos e outros ministros na igreja são pedras de fundação
no edifício de Deus. Nos versículos 4 a 22, temos o assunto: “A Igreja, a
Morada de Deus”. A unidade da Igreja Invisível é o tema de fundo. 1) A fundação
da Igreja, 20; 2) A construção da Igreja: inclusiva, 11-19; exclusiva, 4-11; de
projeto simétrico — bem ajustado; cresce até à conclusão — cresce para templo
santo no Senhor, 21; 3) “Em Cristo”, a Igreja é a morada de Deus no Espírito,
22 (G. B. Williamson). Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon.
Editora CPAD. Vol. 9. pag. 143-144.]
2. O ofício do profeta neotestamentário. Seu ministério no Novo Testamento não consistia em
predizer o futuro, adivinhar o presente ou ficar fora de si. Não! De acordo com
o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, o profeta neotestamentário
era dotado por Deus para receber e mediar diretamente a Palavra do Altíssimo.
Apesar de ele algumas vezes predizer o futuro, conforme instrui-nos a Bíblia de
Estudo Pentecostal, seu ofício consiste em proclamar e interpretar a Palavra de
Deus, por vocação divina, com vistas à admoestação, exortação, ânimo,
consolação e edificação da igreja (At 3.12-26; 1Co 14.3). “Era dever do profeta
do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça,
advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o
povo de Deus (Lc 1.14-17)”. Por causa da mensagem de justiça que o profeta
apresenta em tempos de apostasia e confusão espiritual, inclusive na igreja,
não há outro jeito: ele fatalmente será rejeitado e perseguido por muitos. [Comentário: A
profecia é uma manifestação do Espírito de Deus e não da mente do homem, e é
concedida a cada um, visando a um fim proveitoso: 1 Co 12.7. A vida da Igreja
no Novo Testamento deveria ser abençoada pela presença do dom de profecia. Como
Paulo declara aqui ao colocar o amor como nossa busca primária, a profecia deve
ser bem acolhida para a edificação, consolação e exortação da congregação,
corporal e individualmente. Tal estímulo mutuo é profecia, não palavras, no
sentido da Bíblia que usa as próprias palavras de Deus, mas no sentido de
palavras humanas que somente o Espírito Santo leva à mente. A prática do dom de
profecia é um propósito da plenitude do Espírito Santo (At 2.17). Ela também
cumpre a profecia de Joel (Jl 2.28) e a esperança expressa por Moisés (Nm
11.29).]
3. O objetivo do dom ministerial de profeta. A função do profeta do Novo Testamento é
apresentada por Paulo no mesmo bloco de versículos em que ele menciona os cinco
ministérios em Efésios (4.11-16). Ou seja, o profeta é chamado por Deus a levar
a igreja de Cristo a uma plena maturidade cristã, pois como um organismo vivo,
a Igreja, o Corpo de Cristo, deve desenvolver-se para a edificação em amor
(v.16). Para que tal seja uma realidade, os profetas do Senhor devem
desempenhar suas funções, capacitados e dirigidos pelo Espírito Santo. [Comentário: A
finalidade dos dons ministeriais é “o aperfeiçoamento dos santos” (1 Pe 1.15),
ou seja, dos crentes fiéis, santificados e comprometidos com o Reino de Deus,
“para a obra do ministério”. Os profetas falam sob o impulso direto do Espírito
Santo, cuja motivação e interesse principal é a vida espiritual e pureza da
igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos
pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At
2.17; 4.8; 21.4). (1) O ministério profético do AT ajuda-nos a compreender o do
NT. A missão principal dos profetas do AT era transmitir a mensagem divina
através do Espírito, para encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme
os preceitos da antiga aliança. Às vezes eles também prediziam o futuro
conforme o Espírito lhes revelava Cristo e os apóstolos são um exemplo do ideal
do AT (At 3.22,23; 13.1,2). (2) A função do profeta na igreja incluía o
seguinte: (a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de
Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar,
consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1 Co 12.10; 14.3). (b) Devia exercer
o dom de profecia (c) Às vezes, ele era vidente (cf. 1 Cr 29.29),
predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11). (d) Era dever do profeta do NT, assim
como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo
vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc
1.14-17). Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser
rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia. (3) O
caráter, a solicitude espiritual, o desejo e a capacidade do profeta incluem:
(a) zelo pela pureza da igreja (Jo 17.15-17; 1Co 6.9-11; Gl 5.22-25); (b) profunda
sensibilidade diante do mal e a capacidade de identificar e detestar a
iniquidade (Rm 12.9; Hb 1.9); (c) profunda compreensão do perigo dos falsos
ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; 2 Co 11.12-15); (d) dependência contínua da
Palavra de Deus para validar sua mensagem (Lc 4.17-19; 1 Co 15.3,4; 2 Tm 3.16;
1 Pe 4.11); (e) interesse pelo sucesso espiritual do reino de Deus e
identificação com os sentimentos de Deus (cf. Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo
2.14-17; At 20.27-31). (4) A mensagem do profeta atual não deve ser considerada
infalível. Ela está sujeita ao julgamento da igreja, doutros profetas e da
Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da
mensagem profética, se ela é de Deus (1Co 14.29-33; 1Jo 4.1). (5) Os profetas
continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. A igreja
que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para
o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1 Co 14.3; cf. Mt
23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52). Se ao profeta não for permitido trazer a
mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo
16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do
Espírito. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do
Espírito (2Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3,12-22). Por outro lado, a igreja com os
seus dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de Deus, será impulsionada à
renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do Espírito
serão evidentes entre os fiéis (1Co 14.3; 1Ts 5.19-21; Ap 3.20-22). STAMPIS.
Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de
Janeiro: CPAD, 1995.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Os
profetas em o Novo Testamento desempenhavam um importante papel de liderança
nas igrejas locais.
III. DISCERNINDO O VERDADEIRO
PROFETA DO FALSO
1. Simplicidade x arrogância. Duas
características do verdadeiro profeta são a simplicidade e o amor. Ainda que a
Palavra seja de juízo, o coração do profeta transborda de amor e a sua conduta
simples demonstra a quem ele está servindo: o Deus de amor. Lembremo-nos de
Jeremias (38.14-27), Oseias (8.12) e do próprio Senhor Jesus (Mt 23.37). Já o
falso profeta só pensa em si, em seu status e benefícios. Profetiza objetivando
a autopromoção. Ele mente, ilude e engana. Lembremo-nos de Hananias, o profeta
mentiroso que enfrentou Jeremias (Jr 28.10-12). [Comentário: Existem
muitos falsos profetas que fingem ser guias cristãos, mas seu verdadeiro
objetivo é egoísta e destrutivo. Devemos testar aqueles que alegam profetizar
por meio de seus frutos, isto é, seu estilo de vida, caráter, ensinamentos e
influência. em 2 Pedro 2:1: "Assim como no meio da povo surgiram falsos
profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão
dissimuladamente heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberana
Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição."
Para que as pessoas pudessem discernir entre profetas falsos e verdadeiros o
Espírito dava a outros o dom do "discernimento de espíritos". Só o
fato de existirem profetas que falavam por revelação implicava na existência de
falsos profetas, como podemos verificar no Antigo e no Novo Testamentos. Os
cristãos neotestamentários não deviam desprezar a profecia, mas também tinham
de testar todas as coisas.]
2. Pelos frutos os conhecereis. Uma advertência séria de Jesus para os seus discípulos foi acerca da
precaução com os falsos profetas. Como reconhecê-los? Jesus disse que os
reconheceríamos “pelos seus frutos” (Mt 7.15,20), pois o resultado, ou “fruto”,
do que o profeta “diz” e “faz”, revela o seu caráter. Logo você conhecerá de
onde procede a “árvore” (o profeta). Lembre-se de que não devemos diferençar o
verdadeiro profeta do falso pela “performance” ou pelo “espetáculo”, mas pelos
frutos que eles produzem. [Comentário: A Bíblia ensina que
muitos falsos profetas e enganadores surgiriam dentro e fora da Igreja, mas que
no fim dos tempos eles intensificariam suas atividades. Paulo disse: "O
próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus
próprios ministros se transformem em ministros da justiça" (2Co 11.14, 15).
Centenas de líderes religiosos em todo o mundo não são Servos de Deus, mas do
Anticristo. São lobos em pele de ovelha; são joio, e não trigo - talvez nem
saibam que são joio. Espiritismo, ocultismo, adoração a Satanás e as atividades
dos demônios têm aumentado rapidamente no mundo ocidental. Ensinos falsos
(Paulo os chama de "ensinos de demônios" em 1Tm 4.1) acompanharam seu
surgimento. A grande pergunta é esta: Como podemos saber quais são verdadeiros
e quais não são? É por isto que os crentes precisam do dom de discernimento, ou
pelo menos respeito pela opinião dos que o têm. O apóstolo João disse:
"Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos
se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora"
(1Jo 4.1). Em outras palavras, os crentes devem testar os vários espíritos e
doutrinas que existem hoje em dia, principalmente comparando-os com o padrão da
Palavra de Deus, a Bíblia. Mas Deus dá a algumas pessoas capacidade
extraordinária para discernir a verdade. Lemos em 1 Coríntios 12.10: "A
outro (é dado) discernimento de espíritos." Em toda a Bíblia somos
alertados contra os falsos profetas e falsos mestres. No Sermão da Montanha,
Jesus disse: "Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam
disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos
os conhecereis" (Mt 7.15, 16). Torna-se difícil, às vezes até para um
cristão, distinguir e desmascarar o falso profeta. Existe semelhança muito
grande entre o verdadeiro e o falso profeta, e Jesus falava destes últimos, que
"surgirão... operando grandes sinais e prodígios para enganar, se
possível, os próprios eleitos" (Mt 24.24). Paulo fala-nos do Anticristo
vindouro, cuja atividade nos dias finais será marcado por "sinais e
prodígios da mentira" (2Ts 2.9). O maior disfarce de Satanás sempre foi o
aparecer aos homens como "anjo de luz" (2Co 11.14).]
3. Ainda sobre o falso profeta. Apesar de o falso profeta ser arrogante e iníquo, ele fala com grande
eloquência, e isso basta para que ele seja tido como verdadeiro. Na obra Assim
Diz o Senhor? (CPAD), John Bevere diz que falsos profetas “são aqueles que
ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências, os que partem o
coração dos justos, [e que] embora o ministério seja apresentado em nome de
Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito”. Não tenha medo! Na autoridade do
Espírito de Deus, “acautele-se” dos falsos profetas. Seja prudente! O Espírito
Santo mediante o Evangelho te fará discernir a procedência desses enganadores.
Não se deixe conduzir por eles! [Comentário: As
Escrituras ensinam claramente que devemos exercer o dom de discernimento –
porque aparecerão muitos profetas falsos. Não há como deixar de ver as muitas
advertências de Jesus e dos apóstolos quanto aos falsos profetas que viriam,
principalmente no fim dos tempos. Muitos serão como lobos em pele de ovelha.
Enganarão muitas vezes o povo de Deus. Por isso entre os cristãos deve haver os
que sabem distinguir entre profetas falsos e verdadeiros. Paulo estava
preocupado com os coríntios porque eles pareciam ter pouco discernimento,
recebendo a qualquer um como verdadeiro profeta de Cristo. "Porque vocês
suportam com alegria qualquer um que chega e anuncia um Jesus diferente, que
não é o Jesus que nós anunciamos. E acenam um espírito e um evangelho
completamente diferentes do Espírito de Deus e do Evangelho que receberam de
nós. ... Aqueles homens são apóstolos falsos, e não verdadeiros. Eles mentem a
respeito de seus trabalhos, e se disfarçam em verdadeiros apóstolos de Cristo"
(2Co 11.4, 13]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Uma
das formas de reconhecer o falso profeta é identificar a sua arrogância e a
podridão dos seus frutos.
CONCLUSÃO
Acabamos de estudar o exercício do ministério de profeta no Antigo e no
Novo Testamento. Vimos que tal ministério, juntamente com o dos apóstolos, era
um dos pilares na liderança da Igreja do primeiro século (Ef 2.20). Apesar de
ao longo da história da igreja o ministério de profeta ter perdido
preeminência, sabemos o quanto ele é importante para a vida espiritual da
Igreja de Cristo. O profeta do Senhor, com autoridade e sabedoria divina deve
desmascarar as injustiças, o falso profetismo e primar pela edificação da
Igreja do Senhor Jesus. Que Deus levante os legítimos profetas! [Comentário: O
dom da profecia no sentido de predição, não existe mais tanto quanto no
primeira século do cristianismo. Sabemos de casos em que cristãos têm
precognição de eventos futuros, mas ocasiões como esta são raras e não normais
e frequentes. Eu não quero afirmar que Deus não use seus servos dessa forma,
mas elas não são determinantes para os crentes como é a profecia bíblica. Eu
acredito que sua função é distinta do dom de profecia atual, que é a capacidade
de compreender e de empenhar-se na exposição da Palavra de Deus. Atenção! Deus
não revela mais "verdade nova" diretamente; a Bíblia não tem
adendos. Não creio em “novas revelações”. O cânon da Escritura está encerrado.
Na minha concepção o dom de profecia deve ser usado "na sentido ampliado
de apresentar ao povo de Deus verdades recebidas não por revelação direta mas do
estudo cuidadoso da Palavra de Deus, completa e infalível". A função do
Espírito é iluminar a mente dos que foram chamados para cargos proféticos para
que compreendam a Palavra de Deus e a apliquem com uma profundidade que os que
não têm o dom de profecia não possueem.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé,
e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8).
Graça e Paz a todos que estão em
Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero,
Domine,
prompte et sincere!
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