sexta-feira, 16 de maio de 2014

LIÇÃO 7 - O MINISTÉRIO DE PROFETA






SUBSÍDIO I 

INTRODUÇÃO

Na última lição estudamos o ministério de apóstolo, destacando que esses se tratam de missionários, enviados para pregar o evangelho de Jesus Cristo. Na aula de hoje atentaremos para o ministério de profeta (gr. profetas). Inicialmente mostraremos algumas diferenças entre o dom de profecia e o ministério profético no Novo Testamento. Em seguida, atentaremos para a pregação e predição como elementos desse ministério. Ao final, destacaremos algumas características bíblicas que mostram o aspecto fundador do ministério profético na igreja, e sua atuação na igreja de hoje.

1. DOM E MINISTÉRIO PROFÉTICO NA IGREJA

Existe muita confusão na igreja em relação ao ministério profético nos dias atuais. Isso pode ser justificado porque de fato não estão bem explicitadas no Novo Testamento as atribuições desse ministério. Mas antes de qualquer mal-entendido, gostaríamos de deixar bem claro que o ministério de profeta no Novo Testamento não é igual aquele do Antigo Testamento. O ministério de profeta não deve ser equiparado, sob qualquer hipótese, àquele dos profetas do Antigo Testamento. Isso porque os profetas do Antigo Pacto falavam com autoridade infalível, por isso utilizavam a expressão: “assim diz o Senhor” (Jr. 17.5). Os profetas literários (aqueles que escreveram livros) e os orais (os que expressaram suas mensagens verbalmente e estão registradas no texto bíblico) compõem o cânon bíblico. Eles têm um status diferenciado, pois sua enunciação foi inspirada pelo Espírito Santo (II Pe. 1.20,21). A mensagem como dom de profecia não é inerrante, como acontecia com os profetas bíblicos, tendo em vista que a profecia-dom deve ser julgada (I Co. 14.29). O dom de profecia, conforme já estudamos em lição anterior, deve ser buscado pela igreja (I Co. 12.3). Diferentemente do ministério de profeta que é um dom de Cristo para a edificação da igreja. Qualquer cristão pode buscar o dom de profecia, justamente porque esse é um dom de elocução que visa edificar, exortar e consolar a igreja (I Co. 14.3,4). É importante ressaltar que os ministérios de Ef. 4.11 são ofícios, tem propósito funcional na igreja, não devem ser confundidos com títulos. Por conseguinte, as pessoas que são usadas por Deus, geralmente de forma mais contínua, podem até serem denominadas profetas, mas apenas no que tange à funcionalidade, não à titulação. Elas podem ser reconhecidas como profetas, isso porque trazem uma mensagem do Senhor, fundamentada na Palavra inspirada. Alguns estudiosos defendem que esses se distinguem dos mestres (doutores) pelo seu enfoque mais emocional do que racional. No entanto, discordamos desse ponto de vista, considerando que todo aquele que exerce o ministério de profeta também deve se respaldar na revelação de Deus nas Escrituras.

2. O MINISTÉRIO DE PROFETA COMO PREGAÇÃO E PREDIÇÃO

O ministério de profeta costuma ser realizado por aqueles que atuam na ministração da Palavra de Deus. Essas pessoas ocupam posição de liderança na igreja, por isso tem liberdade de corrigir seus rumos, a partir da revelação de Deus, alicerçada na Bíblia. Tais líderes recebem iluminação durante a meditação da Palavra, ou mesmo durante a ministração, para evitar que a igreja não perca seu foco. Essas pessoas-dons também se dirigem ao mundo, elas demarcam as fronteiras entre o que é e não é do Senhor. Judas e Silas, em At. 15.32, são reconhecidos como líderes que exercitavam o ministério de profetas para a igreja. Uma marca desse ofício, de acordo com o texto, está na capacidade para o uso da palavra, principalmente para o fortalecimento dos irmãos. O fundamento para o ministério de profeta, conforme está registrado em Rm. 12.6, é a fé na revelação de Deus. Ao mesmo tempo em que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir através da Palavra de Cristo (Rm. 10.17). O ministério de profeta, no Novo Testamento, também pode ter um caráter preditivo. Mesmo assim isso não quer dizer que seja inerrante, que o profeta esteja isento de cometer equívocos. Em At. 11.27-30; 21.11 temos o exemplo de Ágabo, um homem que recebeu de Cristo o ministério de profeta. Sempre que alguém declara uma mensagem em relação ao futuro isso não quer dizer que haverá cumprimento. O critério de Dt. 18.22 deve ser levado em consideração, o mais viável é guardar a revelação no coração, e esperar seu cabal cumprimento. Existe muita confusão em algumas igrejas locais por causa do uso indevido de pessoas com o título de profeta. Há aqueles e aquelas que saem de casa em casa, e outros e outras que são procurados em suas residências, para entregarem revelações de Deus. Esse procedimento não tem respaldo bíblico, por causa de atitudes semelhantes existem muitas pessoas adoecidas nas igrejas. Devemos ter cuidado para avaliar tudo que ouvimos, julgar se de fato as profecias procedem de Deus (I Jo.4.1), e ponderar sempre à luz da Palavra de Deus (I Ts.5.19-21).

3. O ASPECTO FUNDADOR DO MINISTÉRIO DE PROFETA

O ministério de profeta tinha um aspecto fundador na igreja primitiva, isso porque aqueles que falavam, com base na revelação que haviam recebido, também declaravam com autoridade os desígnios de Deus. A igreja sempre esteve fundamentada na doutrina apostólica, que, por sua vez, se baseava na mensagem dos profetas do Antigo Testamento (At. 13.15,27; 15.15). Em Ef. 2.20 Paulo destaca a importância da mensagem dos profetas, e sua relação com a pregação apostólica, sobre Jesus Cristo, como a pedra fundamental da igreja (Is. 28.16). No entanto, em Ef. 3.5 o apóstolo se refere à outra categoria de profeta, esse com um ofício mais específico na igreja. Esses profetas, tanto no período da igreja primitiva, como nos dias atuais, são arautos de Deus. Eles partem daquilo que receberam de Deus, e que está revelado nas Escrituras, a fim de orientar os ditames da igreja. Esse ministério é importantíssimo na igreja atual, tendo em vista os perigos que enfrentamos, principalmente no contexto evangélico brasileiro. Felizmente Jesus tem dado pessoas que são profetas de Deus para esta nação, homens e mulheres corajosos que declaram, como fez Paulo entre os efésios, todos os desígnios de Deus (At. 20.27). Esses profetas não se vendem por status ou dinheiro, não estão interessados em posição, o objetivo principal deles é repassar o que receberam do Senhor. Esses homens-dons também se posicionam com ousadia, em alguns casos através da mídia, para denunciar o erro, tanto na igreja quanto no mundo. Eles denunciam os excessos que geralmente testemunhamos na igreja. Eles não se conformam ao ver a igreja ser confundida com empresa, o ministério com profissão, e os cristãos com clientes. Os profetas de Deus a essa nação falam com propriedade quando se trata da cultura da morte, defendendo a cultura da vida, se opondo a práticas como o aborto e a eutanásia. Esses profetas, quando fundamentados na Palavra, fazem as estruturas institucionais estremeceram, pois têm a autoridade de Deus, denunciando inclusive a corrupção.

CONCLUSÃO

Nesses dias, marcados pelo secularismo, em que as igrejas estão se dobrando diante de mamom, precisamos de pessoas que exerçam o ministério de profeta. Que Deus levante homens e mulheres com coragem e ousadia, que não se dobrem diante das instituições humanas, que se respaldam na Palavra de Deus. Estejamos atentos à voz dos profetas dados por Jesus Cristo à igreja. Eles incomodam na maioria das vezes, pois nem sempre dizem o que gostaríamos de ouvir, mas são fundamentais para que não sejamos conduzidos ao engano. Os apóstolos são pioneiros a serem enviados a determinadas regiões para levarem a mensagem de Cristo. Os profetas são homens de Deus que, juntamente com os mestres-doutores, consolidam a fé na Palavra de Deus, apontando para o caminho correto.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa


  
 SUBSÍDIO II

O MINISTÉRIO DE PROFETA

 INTRODUÇÃO

A lição desta semana versa sobre o dom ministerial de profeta. Estudaremos alguns aspectos deste dom à luz da Bíblia, mas também considerando o contexto histórico e cultural do Antigo e do Novo Testamento. O ministério de profeta é altamente importante para os nossos dias, pois de acordo com o ensino dos apóstolos, tal ministério tem um valor excelso para a igreja de qualquer tempo e lugar. [Comentário: Continuando o estudo dos dons ministeriais, estudaremos hoje o ministério de profeta. No Novo Testamento, a palavra comumente usada é prophétes, que aparece por cento e quarenta e nove vezes, como exemplo, Mateus 1.22; 2.5,16; Marcos 8.28; Lucas 1.70,76; 7.16; João 1.21,23; 3.18,21; Romanos 1.2; 11.3; 1 Coríntios 12.28,29; 14.29,32,37; Efésios 2.20; Tiago 5.10; 1 Pedro 1.10; 2 Pedro 2.16; 3.2; Apocalipse 10.7; 11.10. O substantivo prophetela, «profecia », é usado por dezenove vezes no Novo Testamento: Mateus 13.14; Romanos 12.6; 1 Coríntios 12.10; 13.2,8; 14.6,22; 1 Tessalonissensses 5.20; 1 Timóteo 1.18; 4.14; 2 Pedro 1.20,21; Apocalipse 1.3; 11.6; 19.10; 22.7.10,18,19. Essas palavras derivam-se do grego pro, «antes.., «em favor de.., ephemi; «falar.., ou seja, «alguém que fala por outrem.., e, por extensão, «intérprete.., especialmente da vontade de Deus. Tais palavras gregas, naturalmente, estão por detrás do termo português «profeta. Os profetas eram tidos como representantes de Deus. Eles serviam de elo vital na questão das revelações, bem como veículos do conhecimento espiritual. As revelações por eles recebidas, por ordem do Senhor em alguns casos tomaram-se concretas nos livros que escreveram. Esses livros, por sua vez, foram canonizados, com a passagem do tempo, sendo então aceitos como Escrituras Sagradas. O caráter do profeta e da profecia neotestamentários é um pouco diferente daquele do Antigo Testamento. Algumas pessoas têm dificuldades em aceitar a ideia de profetas contemporâneos, porque estão olhando pela ótica do Antigo Testamento. Vivemos em uma nova era, e nossa relação com Deus está debaixo da Nova Aliança. Isso significa que devemos reformular nossos conceitos do ministério profético na Nova Aliança. Não há apenas um ou dois profetas para uma nação, mas o dom de profecia, o ministério profético e a palavra do Senhor estão difusos e distribuídos por todo o corpo de Cristo] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. O PROFETA DO ANTIGO TESTAMENTO

1. Conceito. O profeta do Antigo Testamento era a pessoa incumbida para falar em nome de Deus. O Altíssimo fazia dele o seu porta-voz, um embaixador que representava os interesses do reino divino na Terra. Quando Deus levantava um profeta, designava-o a falar para toda a nação israelita, e até mesmo a povos ou nações estranhas (Jr 1.5). Ao longo de toda a história veterotestamentária o Senhor levantou homens e mulheres para profetizarem em seu nome: Samuel, o último dos juízes e o primeiro dos profetas para a nação de Israel (1Sm 3.19,20), Elias e Eliseu (1Rs 18.18-46; 2Rs 2.1-25), a profetisa Hulda (2Rs 22.14-20) e muitos outros, como os profetas literários Isaías, Jeremias e Daniel. [Comentário: No Antigo Testamento, a palvra Ro’eh, traduzido por “vidente” em português, indica a capacidade especial de se ver na dimensão espiritual e prever eventos futuros. O título sugere que o profeta não era enganado pela aparência das coisas, mas que as via conforme realmente eram — da perspectiva do próprio Deus. Como vidente, o profeta recebia sonhos, visões e revelações, da parte de Deus, que o capacitava a transmitir suas realidades ao povo. Também a palavra ‘Nabi’, a principal palavra hebraica para “profeta”, ocorre 316 vezes no Antigo Testamento. Nabi’im é sua forma no plural. Embora a origem da palavra não seja clara, o significado do verbo hebraico “profetizar” é: “emitir palavras abundantemente da parte de Deus, por meio do Espírito de Deus” (Gesenius, Hebrew Lexicon). Sendo assim, o ‘nabi’ era o porta-voz que emitia palavras sob o poder impulsionador do Espírito de Deus. A palavra grega priophetes, da qual se deriva a palavra “profeta” em português, significa “aquele que fala em lugar de outrem”. Os profetas falavam, em lugar de Deus, ao povo do concerto, baseados naquilo que ouviam, viam e recebiam da parte dEle. No Antigo Testamento, o profeta também era conhecido como “homem de Deus” (2Rs 4.21), “servo de Deus” (Is 20.3; Dn 6.20), homem que tem o Espírito de Deus sobre si (Is 61.1-3), “atalaia” (Ez 3.17), e “mensageiro do Senhor” (Ag 1.13). Os profetas também interpretavam sonhos (José, Daniel) e interpretavam a história — presente e futura — sob a perspectiva divina.]

2. O ofício. Através da inspiração divina o profeta recebia uma revelação que desvendava o oculto, anunciava juízos, emitia conselhos e advertências divinas. Expressões como “veio a mim a palavra do Senhor” e “assim diz o Senhor” eram fórmulas usuais para o profeta começar a mensagem divina (Jr 1.4; Is 45.1). Símbolos e visões também eram formas de Deus falar através dos profetas ao seu povo (Jr 31.28; Dn 7.1). Num primeiro momento, o profeta exercia um importante papel de conselheiro no palácio real (Natã, cf. 2Sm 12.1; 1Rs 1.8,10,11). Contudo, após a divisão do reino de Israel, o profeta passou a ser perseguido, pois sua profecia confrontava diretamente a prepotência da nobreza, a dissimulação dos sacerdotes e a injustiça social (Jr 1.18,19; 5.30,31; Is 58.1-12). [Comentário: O Antigo Testamento foi marcado pela atividade e testemunho dos profetas. Quando Jesus se despedia dos seus discípulos, lhes disse: “São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos” (Lc 24.44). Os escritos dos profetas faziam parte da tríplice divisão da Bíblia hebraica. Nos cinco primeiros livros do Antigo Testamento, vemos a presença de Abraão, o pai da nação Israelita, que foi considerado um profeta (Gn 20.7); quando Moisés, o líder do Êxodo, estava em aperto, na sua chamada para tirar o povo do Egito, Deus lhe disse que Arão, seu irmão, seria seu profeta (Êx 7.1); os 70 homens, levantados por Deus para ajudar Moisés profetizaram só uma vez; dois israelitas, Eldade e Medade, que ficaram na tenda, também profetizaram, provocando ciúmes em Josué (Nm 11.24-29). Em Números, Deus diz como usaria um profeta, em visão ou sonhos (Nm 12.6). Em Deuteronômio, vemos Deus ensinando ao povo como distinguir os verdadeiros e os falsos profetas (Dt 13.1-5). Aqueles homens não tinham um ministério profético. Foram usados por Deus em mensagens ou missões de caráter profético. Seus nomes não fazem parte dos “Profetas”, na divisão da Bíblia hebraica, porque a profecia não era a sua missão principal. Nos livros históricos, o papel dos profetas foi muito relevante. Os livros de 1 e 2 Samuel foram escritos pelo último dos juízes e o primeiro dos profetas, realmente dedicados à missão de falar ao povo mensagens da parte de Deus de modo marcante e consequente (1 Sm 8.10-17); ele também era vidente (1 Sm 9.15, 19,20; 10.1-5). Foi usado para ungir Saul, o primeiro rei de Israel e Davi, seu sucessor (1 Sm 10.24; 16.13). Nos livros de 1 e 2 Reis, houve profetas de destaque, como Natã, que ungiu Salomão (1 Rs 1.39) e revelou o pecado de adultério de seu pai Davi antes, depois falou sobre a construção do templo pelo mesmo Salomão que havia de ungir como rei; o profeta Aias, que profetizou a divisão do Reino de Israel (1 Rs 11.31, 32); houve um profeta desconhecido, que vaticinou o nascimento de Josias, e foi enganado por um “profeta velho”, que mentiu, e, mesmo assim, foi usado por Deus (1 Rs 13.1-3; 11-26). Quando Deus quer, usa a quem Ele quer. Dentre os profetas de 1 Reis, destacou-se o profeta Elias, que denunciou os pecados do rei Acabe e sua mulher ímpia, Jezabel (1 Rs 17.1; 18.1) e confrontou os profetas de Baal e Asera, cultuados pelo casal real (1 Rs 18.18-46). Seu sucessor foi o profeta Eliseu, que foi usado com grande poder (2 Rs 2.9-11), com grandes sinais e maravilhas (2 Rs 2.19-25). Isaías foi profeta de grande valor em 2 Reis (2 Rs 19.2, 6,7, 20-37), conhecido como o profeta messiânico devido à grande parte de suas profecias se referirem o Messias, no futuro. Naquele tempo, a profetiza Hulda foi usada por DEUS para exortar o povo em sua desobediência (2 Rs 22.14-20). Esdras, líder da reconstrução do Templo em Jerusalém, após o cativeiro babilônico, foi ajudado por profetas (Ed 5.2). Na reconstrução dos muros, por Neemias, levantou-se a falsa profetisa Noadias, que, juntamente com outros profetas conluiaram-se contra Neemias, o líder da reconstrução dos muros de Jerusalém (Ne 6.4).]

3. O profetismo. De acordo com o Dicionário Teológico (CPAD), o profetismo foi um movimento que surgiu no período aproximado do século VIII a.C. tanto em Israel quanto em Judá. O objetivo desse movimento era “restaurar o monoteísmo hebreu”, “combater a idolatria”, “denunciar as injustiças sociais”, “proclamar o Dia do Senhor” e “reavivar a esperança messiânica”. Foi nesse tempo que os verdadeiros profetas em Israel foram cruelmente surrados, presos e mortos. [Comentário: O profetismo em Israel foi o fenômeno que marcou esta nação de forma peculiar, chegando a formar escola de profetismo, culminando na vasta literatura profética que hoje faz parte da Bíblia. Estes profetas possuíam vida nômade. As escolas de profetas marcaram a primeira época da profecia em Israel (Is 8.16;30.8; Jr 36). Pregavam a Benção e a Salvação e seu tema principal era "a eleição do povo conduz os indivíduos a Deus, ainda que pela punição". Outro tema importante era a exaltação de Israel: "Os inimigos sempre serão aniquilados e Israel será salvo (Jr 14:13). Eles dividiam-se em profetas reais, ou da corte e profetas por vocação e chamado, independentes (Jr 28.1-17; 14.13-16; 23.9-40; 28.9; Ez 33.30-33; Jr 17.15; 12.1). Em Israel, quando a política se desviou dos planos de Deus, a profecia mudou seu discurso e passou a criticar o rei, tornaram-se inimigos perigosos e foram perseguidos por isso (1Rs 21.20; 18.17; 1Rs 18.13; 19.10; Jr 18.18; 26.11)]

SINOPSE DO TÓPICO (1)

Os profetas do Antigo Testamento falavam em nome de Deus, em primeiro lugar para a nação de Israel, em segundo, para povos estranhos.



II. O PROFETA EM O NOVO TESTAMENTO

1. A importância do termo “profeta” em o Novo Testamento. Como já vimos, em Efésios 4.11 são mencionados cinco ministérios que exerciam papéis fundamentais na liderança da Igreja Antiga: apóstolo, profeta, evangelista, pastor e doutor. Não por acaso, o termo “profeta” aparece na segunda posição da lista apresentada em 1 Coríntios 12.28; Efésios 4.11. O profeta é identificado três vezes na epístola aos Efésios como alguém que acompanhava os apóstolos (2.20; 3.5; 4.11). A Bíblia afirma que os “concidadãos dos Santos e da família de Deus estão edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas [...]” (Ef 2.19,20). Aqui, a Bíblia denota a importância do ministério de profeta na liderança da Igreja do primeiro século. [Comentário: Apóstolos e profetas mencionados em Efésios 2.20 devem ser distinguidos dos da referência 4.11. Aqui, a referência é aos apóstolos fundadores, como em Ap 21.14, enquanto que no texto do capitulo 4.11, é sobre a missão contínua dos apóstolos, que servem a Igreja de Cristo de uma maneira mais geral. Estes versículos expõem quatro aspectos da metáfora. Primeiro, os apóstolos e profetas são as pedras da fundação do templo (20a). Recebem esta designação, porque sua função é proclamar a Palavra do Senhor. Wesley observa que “a palavra do Senhor, declarada pelos apóstolos e profetas, sustenta a fé de todos os crentes”. Certos estudiosos veem uma contradição no pensamento de Paulo ao usar esta metáfora aqui e em 1 Coríntios 3.11. Lá, Cristo é o fundamento. O problema se resolve quando nos damos conta de que ele emprega a metáfora em sentidos diferentes. Na passagem coríntia, o pensamento gira em torno de si mesmo e de outros como construtores. Na relação aqui está claro que Cristo é o fundamento sobre o qual eles constroem. Paulo está enfatizando as pedras usadas na construção. Nesta relação, Cristo é a pedra da esquina. Todos os outros são pedras de menor significação. Mas, mesmo sendo de menor importância, os apóstolos e outros ministros na igreja são pedras de fundação no edifício de Deus. Nos versículos 4 a 22, temos o assunto: “A Igreja, a Morada de Deus”. A unidade da Igreja Invisível é o tema de fundo. 1) A fundação da Igreja, 20; 2) A construção da Igreja: inclusiva, 11-19; exclusiva, 4-11; de projeto simétrico — bem ajustado; cresce até à conclusão — cresce para templo santo no Senhor, 21; 3) “Em Cristo”, a Igreja é a morada de Deus no Espírito, 22 (G. B. Williamson). Willard H. Taylor. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 9. pag. 143-144.]

2. O ofício do profeta neotestamentário. Seu ministério no Novo Testamento não consistia em predizer o futuro, adivinhar o presente ou ficar fora de si. Não! De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, o profeta neotestamentário era dotado por Deus para receber e mediar diretamente a Palavra do Altíssimo. Apesar de ele algumas vezes predizer o futuro, conforme instrui-nos a Bíblia de Estudo Pentecostal, seu ofício consiste em proclamar e interpretar a Palavra de Deus, por vocação divina, com vistas à admoestação, exortação, ânimo, consolação e edificação da igreja (At 3.12-26; 1Co 14.3). “Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17)”. Por causa da mensagem de justiça que o profeta apresenta em tempos de apostasia e confusão espiritual, inclusive na igreja, não há outro jeito: ele fatalmente será rejeitado e perseguido por muitos. [Comentário: A profecia é uma manifestação do Espírito de Deus e não da mente do homem, e é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso: 1 Co 12.7. A vida da Igreja no Novo Testamento deveria ser abençoada pela presença do dom de profecia. Como Paulo declara aqui ao colocar o amor como nossa busca primária, a profecia deve ser bem acolhida para a edificação, consolação e exortação da congregação, corporal e individualmente. Tal estímulo mutuo é profecia, não palavras, no sentido da Bíblia que usa as próprias palavras de Deus, mas no sentido de palavras humanas que somente o Espírito Santo leva à mente. A prática do dom de profecia é um propósito da plenitude do Espírito Santo (At 2.17). Ela também cumpre a profecia de Joel (Jl 2.28) e a esperança expressa por Moisés (Nm 11.29).]

3. O objetivo do dom ministerial de profeta. A função do profeta do Novo Testamento é apresentada por Paulo no mesmo bloco de versículos em que ele menciona os cinco ministérios em Efésios (4.11-16). Ou seja, o profeta é chamado por Deus a levar a igreja de Cristo a uma plena maturidade cristã, pois como um organismo vivo, a Igreja, o Corpo de Cristo, deve desenvolver-se para a edificação em amor (v.16). Para que tal seja uma realidade, os profetas do Senhor devem desempenhar suas funções, capacitados e dirigidos pelo Espírito Santo. [Comentário: A finalidade dos dons ministeriais é “o aperfeiçoamento dos santos” (1 Pe 1.15), ou seja, dos crentes fiéis, santificados e comprometidos com o Reino de Deus, “para a obra do ministério”. Os profetas falam sob o impulso direto do Espírito Santo, cuja motivação e interesse principal é a vida espiritual e pureza da igreja. Sob o novo concerto, foram levantados pelo Espírito Santo e revestidos pelo seu poder para trazerem uma mensagem da parte de Deus ao seu povo (At 2.17; 4.8; 21.4). (1) O ministério profético do AT ajuda-nos a compreender o do NT. A missão principal dos profetas do AT era transmitir a mensagem divina através do Espírito, para encorajar o povo de Deus a permanecer fiel, conforme os preceitos da antiga aliança. Às vezes eles também prediziam o futuro conforme o Espírito lhes revelava Cristo e os apóstolos são um exemplo do ideal do AT (At 3.22,23; 13.1,2). (2) A função do profeta na igreja incluía o seguinte: (a) Proclamava e interpretava, cheio do Espírito Santo, a Palavra de Deus, por chamada divina. Sua mensagem visava admoestar, exortar, animar, consolar e edificar (At 2.14-36; 3.12-26; 1 Co 12.10; 14.3). (b) Devia exercer o dom de profecia  (c) Às vezes, ele era vidente (cf. 1 Cr 29.29), predizendo o futuro (At 11.28; 21.10,11). (d) Era dever do profeta do NT, assim como para o do AT, desmascarar o pecado, proclamar a justiça, advertir do juízo vindouro e combater o mundanismo e frieza espiritual entre o povo de Deus (Lc 1.14-17). Por causa da sua mensagem de justiça, o profeta pode esperar ser rejeitado por muitos nas igrejas, em tempos de mornidão e apostasia. (3) O caráter, a solicitude espiritual, o desejo e a capacidade do profeta incluem: (a) zelo pela pureza da igreja (Jo 17.15-17; 1Co 6.9-11; Gl 5.22-25); (b) profunda sensibilidade diante do mal e a capacidade de identificar e detestar a iniquidade (Rm 12.9; Hb 1.9); (c) profunda compreensão do perigo dos falsos ensinos (Mt 7.15; 24.11,24; Gl 1.9; 2 Co 11.12-15); (d) dependência contínua da Palavra de Deus para validar sua mensagem (Lc 4.17-19; 1 Co 15.3,4; 2 Tm 3.16; 1 Pe 4.11); (e) interesse pelo sucesso espiritual do reino de Deus e identificação com os sentimentos de Deus (cf. Mt 21.11-13; 23.37; Lc 13.34; Jo 2.14-17; At 20.27-31). (4) A mensagem do profeta atual não deve ser considerada infalível. Ela está sujeita ao julgamento da igreja, doutros profetas e da Palavra de Deus. A congregação tem o dever de discernir e julgar o conteúdo da mensagem profética, se ela é de Deus (1Co 14.29-33; 1Jo 4.1). (5) Os profetas continuam sendo imprescindíveis ao propósito de Deus para a igreja. A igreja que rejeitar os profetas de Deus caminhará para a decadência, desviando-se para o mundanismo e o liberalismo quanto aos ensinos da Bíblia (1 Co 14.3; cf. Mt 23.31-38; Lc 11.49; At 7.51,52). Se ao profeta não for permitido trazer a mensagem de repreensão e de advertência denunciando o pecado e a injustiça (Jo 16.8-11), então a igreja já não será o lugar onde se possa ouvir a voz do Espírito. A política eclesiástica e a direção humana tomarão o lugar do Espírito (2Tm 3.1-9; 4.3-5; 2Pe 2.1-3,12-22). Por outro lado, a igreja com os seus dirigentes, tendo a mensagem dos profetas de Deus, será impulsionada à renovação espiritual. O pecado será abandonado, a presença e a santidade do Espírito serão evidentes entre os fiéis (1Co 14.3; 1Ts 5.19-21; Ap 3.20-22). STAMPIS. Donald C. (Ed) Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 1995.]

SINOPSE DO TÓPICO (2)
Os profetas em o Novo Testamento desempenhavam um importante papel de liderança nas igrejas locais.

III. DISCERNINDO O VERDADEIRO PROFETA DO FALSO

1. Simplicidade x arrogância. Duas características do verdadeiro profeta são a simplicidade e o amor. Ainda que a Palavra seja de juízo, o coração do profeta transborda de amor e a sua conduta simples demonstra a quem ele está servindo: o Deus de amor. Lembremo-nos de Jeremias (38.14-27), Oseias (8.12) e do próprio Senhor Jesus (Mt 23.37). Já o falso profeta só pensa em si, em seu status e benefícios. Profetiza objetivando a autopromoção. Ele mente, ilude e engana. Lembremo-nos de Hananias, o profeta mentiroso que enfrentou Jeremias (Jr 28.10-12). [Comentário: Existem muitos falsos profetas que fingem ser guias cristãos, mas seu verdadeiro objetivo é egoísta e destrutivo. Devemos testar aqueles que alegam profetizar por meio de seus frutos, isto é, seu estilo de vida, caráter, ensinamentos e influência. em 2 Pedro 2:1: "Assim como no meio da povo surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão dissimuladamente heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberana Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição." Para que as pessoas pudessem discernir entre profetas falsos e verdadeiros o Espírito dava a outros o dom do "discernimento de espíritos". Só o fato de existirem profetas que falavam por revelação implicava na existência de falsos profetas, como podemos verificar no Antigo e no Novo Testamentos. Os cristãos neotestamentários não deviam desprezar a profecia, mas também tinham de testar todas as coisas.]

2. Pelos frutos os conhecereis. Uma advertência séria de Jesus para os seus discípulos foi acerca da precaução com os falsos profetas. Como reconhecê-los? Jesus disse que os reconheceríamos “pelos seus frutos” (Mt 7.15,20), pois o resultado, ou “fruto”, do que o profeta “diz” e “faz”, revela o seu caráter. Logo você conhecerá de onde procede a “árvore” (o profeta). Lembre-se de que não devemos diferençar o verdadeiro profeta do falso pela “performance” ou pelo “espetáculo”, mas pelos frutos que eles produzem. [Comentário: A Bíblia ensina que muitos falsos profetas e enganadores surgiriam dentro e fora da Igreja, mas que no fim dos tempos eles intensificariam suas atividades. Paulo disse: "O próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros da justiça" (2Co 11.14, 15). Centenas de líderes religiosos em todo o mundo não são Servos de Deus, mas do Anticristo. São lobos em pele de ovelha; são joio, e não trigo - talvez nem saibam que são joio. Espiritismo, ocultismo, adoração a Satanás e as atividades dos demônios têm aumentado rapidamente no mundo ocidental. Ensinos falsos (Paulo os chama de "ensinos de demônios" em 1Tm 4.1) acompanharam seu surgimento. A grande pergunta é esta: Como podemos saber quais são verdadeiros e quais não são? É por isto que os crentes precisam do dom de discernimento, ou pelo menos respeito pela opinião dos que o têm. O apóstolo João disse: "Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora" (1Jo 4.1). Em outras palavras, os crentes devem testar os vários espíritos e doutrinas que existem hoje em dia, principalmente comparando-os com o padrão da Palavra de Deus, a Bíblia. Mas Deus dá a algumas pessoas capacidade extraordinária para discernir a verdade. Lemos em 1 Coríntios 12.10: "A outro (é dado) discernimento de espíritos." Em toda a Bíblia somos alertados contra os falsos profetas e falsos mestres. No Sermão da Montanha, Jesus disse: "Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores. Pelos seus frutos os conhecereis" (Mt 7.15, 16). Torna-se difícil, às vezes até para um cristão, distinguir e desmascarar o falso profeta. Existe semelhança muito grande entre o verdadeiro e o falso profeta, e Jesus falava destes últimos, que "surgirão... operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mt 24.24). Paulo fala-nos do Anticristo vindouro, cuja atividade nos dias finais será marcado por "sinais e prodígios da mentira" (2Ts 2.9). O maior disfarce de Satanás sempre foi o aparecer aos homens como "anjo de luz" (2Co 11.14).]

3. Ainda sobre o falso profeta. Apesar de o falso profeta ser arrogante e iníquo, ele fala com grande eloquência, e isso basta para que ele seja tido como verdadeiro. Na obra Assim Diz o Senhor? (CPAD), John Bevere diz que falsos profetas “são aqueles que ministram em nome de Jesus nas nossas igrejas e conferências, os que partem o coração dos justos, [e que] embora o ministério seja apresentado em nome de Jesus, não é desempenhado pelo seu Espírito”. Não tenha medo! Na autoridade do Espírito de Deus, “acautele-se” dos falsos profetas. Seja prudente! O Espírito Santo mediante o Evangelho te fará discernir a procedência desses enganadores. Não se deixe conduzir por eles! [Comentário: As Escrituras ensinam claramente que devemos exercer o dom de discernimento – porque aparecerão muitos profetas falsos. Não há como deixar de ver as muitas advertências de Jesus e dos apóstolos quanto aos falsos profetas que viriam, principalmente no fim dos tempos. Muitos serão como lobos em pele de ovelha. Enganarão muitas vezes o povo de Deus. Por isso entre os cristãos deve haver os que sabem distinguir entre profetas falsos e verdadeiros. Paulo estava preocupado com os coríntios porque eles pareciam ter pouco discernimento, recebendo a qualquer um como verdadeiro profeta de Cristo. "Porque vocês suportam com alegria qualquer um que chega e anuncia um Jesus diferente, que não é o Jesus que nós anunciamos. E acenam um espírito e um evangelho completamente diferentes do Espírito de Deus e do Evangelho que receberam de nós. ... Aqueles homens são apóstolos falsos, e não verdadeiros. Eles mentem a respeito de seus trabalhos, e se disfarçam em verdadeiros apóstolos de Cristo" (2Co 11.4, 13]

SINOPSE DO TÓPICO (3)
Uma das formas de reconhecer o falso profeta é identificar a sua arrogância e a podridão dos seus frutos.


CONCLUSÃO

Acabamos de estudar o exercício do ministério de profeta no Antigo e no Novo Testamento. Vimos que tal ministério, juntamente com o dos apóstolos, era um dos pilares na liderança da Igreja do primeiro século (Ef 2.20). Apesar de ao longo da história da igreja o ministério de profeta ter perdido preeminência, sabemos o quanto ele é importante para a vida espiritual da Igreja de Cristo. O profeta do Senhor, com autoridade e sabedoria divina deve desmascarar as injustiças, o falso profetismo e primar pela edificação da Igreja do Senhor Jesus. Que Deus levante os legítimos profetas! [Comentário: O dom da profecia no sentido de predição, não existe mais tanto quanto no primeira século do cristianismo. Sabemos de casos em que cristãos têm precognição de eventos futuros, mas ocasiões como esta são raras e não normais e frequentes. Eu não quero afirmar que Deus não use seus servos dessa forma, mas elas não são determinantes para os crentes como é a profecia bíblica. Eu acredito que sua função é distinta do dom de profecia atual, que é a capacidade de compreender e de empenhar-se na exposição da Palavra de Deus. Atenção! Deus não revela mais "verdade nova" diretamente; a Bíblia não tem adendos. Não creio em “novas revelações”. O cânon da Escritura está encerrado. Na minha concepção o dom de profecia deve ser usado "na sentido ampliado de apresentar ao povo de Deus verdades recebidas não por revelação direta mas do estudo cuidadoso da Palavra de Deus, completa e infalível". A função do Espírito é iluminar a mente dos que foram chamados para cargos proféticos para que compreendam a Palavra de Deus e a apliquem com uma profundidade que os que não têm o dom de profecia não possueem.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8).
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
Cor mio tibi offero,
Domine,
prompte et sincere!


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