sexta-feira, 30 de maio de 2014

LIÇÃO 9 - O MINISTÉRIO DE PASTOR





SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO
Em continuidade ao estudo dos dons ministeriais de Ef. 4.11, nos dedicaremos na aula de hoje ao dom ministerial de pastor. Inicialmente mostraremos a necessidade dos pastores na igreja, dando ênfase a Cristo, o maior exemplo de pastoreio. Em seguida, enfocaremos mais especificamente o dom ministerial, mostrando sua relevância para a edificação da igreja do Senhor. E ao final, destacaremos algumas características do pastor, ressaltando sua atuação para a preservação do rebanho de Deus.

1. A NECESSIDADE DOS PASTORES
Jesus é o maior exemplo de pastor, na verdade Ele é o Pastor dos pastores. Em Jo. 10 Jesus disse ser “o Bom Pastor” que dá a vida pelas ovelhas, contrastando com os mercenários, que buscavam apenas alimentar-se das ovelhas, não alimentá-las. Como Bom Pastor Ele conhece as suas ovelhas (Jo.14), cada uma nominalmente, pois são ovelhas do Seu pastoreio (Sl. 100.3). Como Pastor Jesus conduz as suas ovelhas, levando-as adiante (Jo. 10.3,4). Semelhante ao pastor do Sl. 23, Ele as “guia pelas veredas da justiça por amor do seu nome”. Pedro destacou que Jesus é o Pastor e Bispo das nossas almas, que nutre as nossas vidas com o alimento espiritual, instruindo no caminho que deve ser seguido (Sl. 32.8). Para o autor da Epístola aos Hebreus Jesus é o “Grande Pastor”, que não está sujeitos às limitações, por isso pode cuidar do Seu rebanho, tendo por ele interesse. Pedro denominou ainda Jesus de “Supremo Pastor”, que nos dará, se não desfalecermos, “a imarcescível coroa de glória” (I Pe. 5.4). Somos ovelhas carentes de um cuidado, por isso Cristo é Aquele que pode nos apascentar, considerando Suas credenciais. Ele desempenha essa função por meio dos pastores (gr. poimên), que Ele mesmo deu para a igreja (Ef. 4.11) Na medida em que a igreja foi se organizando, fez-se necessário que os pastores fossem estabelecidos, para supervisionar as igrejas (I Ts. 2.14). Esses pastores eram denominados nas igrejas judaicas de presbíteros, e bispos nas igrejas gregas (At. 11.30; 14.23; 20.17,28). Esses pastores tinham a responsabilidade de “apascentar o rebanho” (I Pe. 5.2). Nessa mesma passagem Pedro deixa claro que a motivação para o pastoreio não deveria ser o lucro, mas “a boa vontade”. Evidentemente digno é o pastor do seu salário (I Tm. 5.18), e aqueles que governam bem, e labutam na pregação e no ensino, são dignos de duplicada recompensa (I Tm. 5.17). 

2. O DOM MINISTERIAL DE PASTOR

O dom ministerial de pastor é necessário por diversos motivos, dentre eles, a importância de manter a decência e ordem no culto, atentando para os elementos litúrgicos da celebração (I Co. 14.40). Além disso existem falsas doutrinas que se proliferam, ameaçando a integridade do evangelho. O pastor tem responsabilidade apologética, de proteger o rebanho dos falsos mestres, os lobos que querem devorar as ovelhas (Tt. 1.11; II Pe. 2.1). Mas é no cuidado individual das ovelhas que o pastor exerce com maior propriedade o seu ministério, principalmente quando alguma delas se encontra enferma (Tg. 5.14). É nesse particular que o ministério de pastor se diferencia dos demais de Ef. 4.11. Cabe ao pastor a tarefa de dar acompanhamento pessoal às suas ovelhas. Em Jo. 21.15-17 Jesus orienta Pedro em relação à adequação do ministério pastoral. Ele deveria apascentar primeiramente instruir as ovelhas no caminho, não deixando de prover alimento apropriado para o crescimento saudável. É triste testemunhar que nos dias atuais muitos procuram o título de pastor, sem qualquer interesse nesse importante ministério. A elitização do pastorado tem causado muitos males à igreja, principalmente depois que se criou a figura dos “pastores-presidentes”. Ninguém quer mais ser um simples pastor, como foi Jesus, que se sacrificou pelo rebanho. Na verdade, a busca desenfreada por posição eclesiástica tem causado muitos danos à igreja institucionalizada. Individualmente muitos estão feridos em nome de Deus, e carregam marcas profundas advindas daqueles que deveriam curar, ao invés de causarem adoecimento. Nada há de errado em manter a relação do título de pastor com o ministério de pastor, contanto que esses de fato apascentem. Devemos considerar também que existem muitos que não têm o título, mas que são verdadeiros pastores, há muitos auxiliares, diáconos e presbíteros que são pastores, no sentido ministerial bíblico. Esses receberão do Senhor a recompensa, ainda que não tenham o devido reconhecimento eclesiástico.

3. CARACTERÍSTICAS DO PASTOR
É imprescindível que o pastor tenha conhecimento da Palavra, pois como irá doutrinar se não tiver fundamentação bíblica? Não podemos esquecer que toda Escritura é divinamente inspirada, e é a partir desta que o obreiro está preparado para toda boa obra (II Tm. 3.16,17). Se quisermos ser obreiros aprovados por Deus, inclusive no ministério pastoral, devemos manejar bem a palavra da verdade ( II Tm. 2.15). Atualmente há muitas exigências para o ofício de pastor, mas que não têm respaldo bíblico, não se fundamentam nas recomendações paulinas (Tt. 1.7-11). Há igrejas que substituíram o modelo pastoral bíblico pela administração empresarial. Alguns pastores são reconhecidos não pela capacidade de apascentar, mas pela produtividade organizacional, pelos lucros que trazem às igrejas. Esse modelo está em declínio, principalmente depois do sucesso editorial O monge e o executivo. Para espanto dos evangélicos, esse estilo de liderança-servidora tem fundamentação bíblica, sendo Jesus o Seu grande modelo (Jo. 13.1-17). Seguindo o exemplo de Jesus, o que mais se espera de um pastor é que esse seja amoroso, que apascente o rebanho com cuidado (I Pe. 5.1-3). Ele deve exercitar a longanimidade, não pode ser tempestivo, levado pelas emoções, o amor sacrificial precisa sustentar seu ministério (At. 20..31; II Tm. 4.2). O ministério de pastor é exercido também através dos cuidados com as necessidades dos irmãos mais pobres (Gl. 2.9,10). O dom de pastor não se concretiza apenas no cuidado com o espírito, é necessário também atentar para as carências materiais (Gl. 6.10). O ministério de pastor é percebido principalmente no cuidado com os enfermos. A sociedade contemporânea tende a descartar as pessoas, a medi-las pela capacidade de produção. Mas o pastor sabe que cada vida tem valor para Deus, por isso visita os enfermos, auxiliando-os em oração (Tg. 5.14,15). Ao proceder desse modo o pastor obterá do Senhor uma posição, não aquela acirradamente disputada nos arraiais evangélicos, mas a de “despenseiro dos mistérios de Deus” (I Pe. 4.1,2).

CONCLUSÃO
Jesus continua sendo o Maior exemplo de Pastor para as igrejas, todos aqueles que são chamados por Deus para esse ministério dão continuidade ao pastoreio do Senhor. A esse respeito é válido lembrar a pergunta de Jesus a Pedro após ressuscitar: “Pedro, tu me amas?” Em seguida o comissionou: “apascenta as minhas ovelhas” (Jo. 21.15-17). Que o Senhor continue dando pastores à sua igreja, e que sejam aprovados nesse importante critério: que amem ao Senhor, e também ao rebanho que Ele lhes confiou, tendo-o adquirido com Seu próprio sangue (Mt. 22.36-38; At. 20.28-30).
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa


SUBSÍDIO II


INTRODUÇÃO

Ser pastor sempre foi uma tarefa árdua. Muitas são as demandas internas e externas da igreja local, entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos, questões relacionadas a administração eclesiástica e o constante desafio de se dedicar à oração, à pregação e ao ensino da Palavra de Deus. O dia a dia pastoral é desafiador a quem é vocacionado por Deus para apascentar. Somente pela graça e o amor do Pai é possível encarar tão grande responsabilidade. Por outro lado, uma liderança madura e servidora é imprescindível ao desenvolvimento da igreja local. Assim, a lição de hoje abordará esse importante ministério. [Comentário: Em sequência ao estudo dos dons ministeriais, hoje nos deparamos com o mais árduo dom ministerial listado em Efésios 4.11. No hebraico Bíblico, “raah”, aparece com o sentido de pastor por setenta e sete vezes (Gn 49.24; Êx 2.17,19; Nm 27.17; 1Sm 17.40; Sl 23.1; Is 13.20; 31.4; 40.11; Jr 6.3; 23.4; 25.34-36; 31.10; Ez 34.2-10,12,23; Am 1.2; 3.1; Zc 10.2,3; 11.3,5,8,15,16; 13.7). Literalmente, “um pastor” é alguém que cuida dos rebanhos de ovelhas. Os pastores eram conhecidos como profissionais que alimentavam e protegiam os rebanhos (Jr 31.10; Ez 34.2), que procuravam as ovelhas perdidas (Ez 34.12) e que livravam dos animais ferozes as ovelhas que estivessem sendo atacadas (Am 3.12)” CHAMPLIN, 2004, p. 104. No Novo Testamento, a palavra grega é “poimén”: (a) em seu significado natural (Mt 9.36; 25.32; Mc 6.34; Lc 2.8,15,18,20; Jo 10.2,12); (b) metaforicamente, acerca de Jesus (Mt 26.31; Mc 14.27; Jo 10.11,14,16; Hb 13.20; I Pe 2.25); (c) metaforicamente, a cerca dos que atuam como pastores nas igrejas (Ef 4.11) VINE, 2002, p. 856. Longe destas descrições, nenhuma outra “profissão” tem caído tanto em descrédito quanto o pastorado. É desnecessário elencar os motivos e vamos fugir dessa linha de raciocínio, evidenciando apenas a proposição do comentarista - Jesus, o modelo ideal de pastorado.] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. JESUS, O SUMO PASTOR

1. Jesus é o pastor supremo. A expressão “grande Pastor das ovelhas”, que aparece em Hebreus 13.20, refere-se diretamente à sublimidade do Senhor Jesus como pastor no Novo Testamento. Marcado pela humildade e despojamento da sua glória, Ele foi chamado “grande” em seu nascimento (Lc 1.32). O adjetivo “grande” enfatiza o quanto o Nazareno é incomparável e mediador da nova aliança de Deus com os homens. Jesus Cristo é o supremo pastor em todos os aspectos. Ele venceu a morte e libertou o homem da prisão do pecado. Ele é Deus! [Comentário: Em Hebreus 13.20, Jesus Cristo aparece como o “Grande Pastor das ovelhas”. e na verdade ele é o único que merece a qualificação de “grande”. No seu nascimento, marcado pela humildade e despojamento de sua glória, Jesus foi chamado de “grande”, na mensagem do anjo a Maria (Lc 1.32). Nenhum pastor, nas igrejas locais, deve aceitar o título de “grande”, pois só Jesus o merece. Ele é grande em todos os aspectos que se possam considerar em relação à sua pessoa. Podemos refletir sobre o porquê Ele é chamado “grande”. Primeiramente, porque Ele é Deus! Todos os fundadores de religiões pereceram e seus restos mortais jazem sob a tumba fria. Em seus túmulos consta a inscrição “aqui jaz” fulano ou sicrano. No túmulo de Jesus, há uma inscrição diferente e gloriosa: “Ele não está aqui porque ressuscitou” (Mt 28.6; Mc 16.6). Se Jesus houvesse sido um homem comum, mortal, jazeria no túmulo como Buda, Maomé, Alan Kardec e outros fundadores de religiões ou de seitas. Mas Jesus é Deus. Como tal, venceu todos os poderes cósmicos, espirituais, humanos e físicos. E, por fim, vitorioso, venceu a morte! Em segundo lugar, Jesus é o grande pastor das ovelhas, porque ele é “a porta das ovelhas” (Jo 10.7). Em termos espirituais, as ovelhas ou os salvos em Cristo só podem chegar ao céu, na presença de Deus, através de Cristo, de seus ensinos, de seu exemplo marcante, que deixou para todos os pastores e crentes de todas as idades. Ele disse que era “o Bom Pastor”, que dá a vida por suas ovelhas e as conhece pelo nome (Jo 10.11,14). Para entrar no seu redil, o pecador tem que arrepender-se, crer em sua Palavra, e segui-lo (Jo 10.9). Não pode entrar, saltando os muros. O Adversário é “ladrão e salteador”, porque não entra pela porta das ovelhas. Ele, e somente Ele, dá acesso ao homem à presença de Deus. Jesus é ao mesmo tempo, “a porta”, “o caminho e a verdade e a vida”. E declarou: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 107. Champlin citando Moffatt, afirma que “foi na qualidade de grande Pastor que Jesus deu sua vida pelas ovelhas; e por esse ato estabeleceu, para sempre, sua reivindicação como o Pastor de seu povo. Ê igualmente essa reivindicação que garante que ele não perderá a qualquer dos seus, mas antes, os ressuscitará no último dia (Jo 15). «Deus de paz, significa que Deus salva e dá bem-aventurança (Hb 12.11). A ‘paz’ deve ser entendida no sentido pleno do A.T., isto é, de prosperidade segura, obtida pelo triunfo messiânico sobre poderes hostis da maldade. (Hb 2.14 e 7.2; Veja as palavras do próprio Cristo sobre essa questão do pacto, em Mc 14.24; Mt 26.28 e Lc 22.20). «O Senhor Jesus se tornou, devido ao seu trabalho medianeiro, o grande Pastor das ovelhas, em virtude daquele pacto que foi inaugurado por seu sangue, e em virtude do seu sangue é que ele foi levantado dentre os mortos como o grande Pastor, tendo subido até à mão direita do Pai». «...ovelhas...» Porquanto são conduzidas pelo Pastor, precisam de seus cuidados e em si mesmas são impotentes, tomando-se inofensivas; tal como as ovelhas, as almas remidas são expostas a grandes perigos, que somente um hábil pastor pode desviar. Elas dependem dele para sua alimentação segurança; suas vidas dependem totalmente de Cristo”. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Candeias. Vol. 5. pag. 667.]

2. O pastor conhece as suas ovelhas. Em João 10.14, o adjetivo “bom” identifica Jesus como o pastor que por amor protege e cuida das ovelhas que lhe pertence. Por isso, Ele é o “bom Pastor”. Tal expressão designa ainda a intimidade entre o Sumo Pastor e as suas ovelhas. Estas não ouvem a voz de outro pastor. O bondoso Salvador conhece a sua Igreja por inteiro, e se relaciona com cada membro (Jo 10.5,15). [Comentário: O Pr Elinaldo Renovato escreve em seu livro de apoio a esta revista: “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido” (Jo 10.14). Jesus cuida de seus servos, como um bom pastor cuida de suas ovelhas. Ele não vê apenas o “rebanho”, ou a Igreja, que é predestinada, coletivamente, para a salvação (Jo 1.5,11). Ele vê cada um dos seus servos, sabe o nome de cada um, ainda que sejam milhões e milhões, em todo o mundo, ao longo da História. Ele sabe o que cada um pensa ou diz (SI 139.1-4). As ovelhas de Jesus o conhecem. No relacionamento espiritual entre os crentes e o Senhor Jesus, através da comunhão constante, o servo de Deus não se engana com a voz do seu Pastor. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 109. Da mesma forma que o pastor chama as suas ovelhas, e elas seguem somente a ele, assim Jesus conhece o seu povo. Os seus seguidores, por sua vez, o conhecem como seu Messias, e eles o amam e confiam nele. Tal conhecimento e confiança entre Jesus e seus seguidores é comparado ao relacionamento entre Jesus e o Pai: “Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai”. E Jesus repetiu este ponto - que Ele é o Bom Pastor, e que Ele dá a sua vida pelas ovelhas. (Jo 10.14,15).]

3. O pastor dá a vida pelas ovelhas. Uma das principais fontes da economia israelita era o trabalho pastoril. Os pastores cuidavam das ovelhas para delas obterem o lucro diário. Este é o contexto de que se valeu o Senhor Jesus para referir-se ao ensinamento contido na expressão “o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (Jo 10.11). Aqui, diferente dos pastores que garantiam o seu sustento no campo através do uso das ovelhas, o Mestre Jesus mostra a disposição em dar a própria vida pelo seu rebanho (Jo 10.15). Os verdadeiros pastores da igreja devem imitar o Sumo Pastor, Jesus. NEle não há jamais exploração alguma do rebanho, e isso deve servir de exemplo a todos aqueles que desejam ministrar à igreja do Senhor, tal como ensina a Palavra em 1 Pedro 5.2-4. [Comentário: Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; e também a elas preciso conduzir. Elas ouvirão a minha voz. Então será um rebanho, um pastor. As outras ovelhas não estão no pátio cercado, neste aprisco, protegidas como Israel atrás da cerca da lei. Estão sem Cristo, excluídas da cidadania em Israel e estranhas aos testamentos da promessa, e por isso sem esperança e sem Deus no mundo (Ef 2.12). Contudo Jesus sabe o que ele fará de acordo com o maravilhoso plano e desejo do Pai. A promessa de Deus a Abraão em Gn 12.3 tinha de ser cumprida. Por essa razão Jesus precisa conduzir também essas muitas outras ovelhas de todas as gerações e línguas e povos, que ele comprará com seu sangue para Deus (Ap 5.9). E acontecerá o milagre que nenhuma pessoa podia esperar: Elas ouvirão a minha voz. Pessoas que por sua natureza, história e cultura não têm absolutamente nada a ver com esse homem da Palestina, são atingidas pela palavra de Jesus e encontram em Jesus sua vida, seu maior tesouro. Se isso não estivesse diante de nós na história do evangelho como uma realidade, ninguém o consideraria possível. Mas a palavra de Jesus é verdade: Ouvirão a minha voz. Então não haverá vários rebanhos diferentes, mas haverá um rebanho, um pastor. Jesus antevê aquela igreja de judeus e gentios que foi concedida pela primeira vez na casa de Cornélio, que existia nas comunidades de Paulo e das quais tratou o decisivo concílio dos apóstolos (At 15). Um rebanho, um pastor, isso se confirmou naquelas palavras de Paulo que testemunham a unidade em Cristo acima de todas as diferenças (1 Co 12.12s; Gl 3.28; Cl 3.11). A palavra de Jesus a respeito de um rebanho não é mero ideal. Foi gloriosamente cumprida. Em todos os continentes, países, raças e vozes foi ouvida a voz de Jesus e pessoas se agregaram à igreja de Jesus. Segundo sua essência, essa igreja somente pode ser sempre a única igreja, assim como existe apenas um pastor que a conquista com a sua vida. Werner de Boor.. Comentário Esperança Evangelho de João. Editora Evangélica Esperança. O Comentário Bíblico Beacon apresenta o seguinte comentário de 1Pd 5. 2-4: A responsabilidade pastoral desses presbíteros é descrita assim: apascentai o rebanho de Deus (2). A palavra “pastorear” explica melhor o significado do original do que apascentai. O dever do pastor é triplo: providenciar pasto, caminhos para o pasto e proteção nos caminhos para o pasto. Portanto, o dever do pastor vai além da pregação. O rebanho é a Igreja. Ela pertence a Deus como sua possessão comprada. Em certa época seus membros eram como ovelhas desgarradas, mas elas voltaram ao “Pastor e Bispo” da sua alma (cf. 2.25). O pastor deve instruir e guiar o rebanho em obediência e sujeição à completa vontade de Deus. O cuidado a ser exercido envolve três particularidades expressas de forma negativa e positiva. 1) Quanto ao espírito desse serviço, ele não é por força, mas voluntariamente. A liderança da igreja era tão perigosa naqueles dias que poderia custar a vida do líder. Mesmo assim, ele não deveria fazer essa obra relutantemente como se fosse um fardo ou considerá-lo como um dever profissional obrigatório. Em vez disso, esse era um ministério para o qual Deus o havia apontado e chamado e, por isso, deveria ser feito com obediência e alegria. 2) A motivação dessa supervisão não deveria ser por torpe ganância, mas de ânimo pronto — não como um mercenário que espera ganhar dinheiro. Os presbíteros tinham o direito de esperar sustento material daqueles a quem ministravam; mas sua motivação não deveria provir de um “amor ao ganho constitucional”, que “é uma desqualificação para o ministério cristão”. Considere seu efeito em Judas Iscariotes! 3) Quanto à forma de supervisão, ela não deve ser como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho (3). Os líderes nunca devem ser tirânicos ou se esquecer dos direitos das pessoas que lhes foram confiadas. Eles não devem dominar como o arrogante Diótrefes (3 Jo 9-11), mas liderar pelo poder de uma vida santa. O pastor nunca deve esquecer que ele não é o Sumo Pastor (4). A compensação terrena do líder pode ser insignificante, mas quando aparecer o Sumo Pastor (cf. 4.13), ele terá a sua recompensa incorruptível (cf. 1.4,5), a coroa de glória, “a felicidade do céu, o elemento principal de a vida de Deus ser derramada na alma por meio de Cristo”; “uma participação perpétua na sua glória e honra” (Bíblia Viva). Roy S. Nicholson. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 10. pag. 242-243.]

SINOPSE DO TÓPICO (1)
Jesus, o Pastor Supremo, conhece as suas ovelhas e deu a sua vida por elas.


II. AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PASTOR

1. Um caráter íntegro. Entre outras coisas, o exercício pastoral envolve aptidão para ensinar, aconselhar e comunicar-se de forma clara com a igreja local. Porém, essas características não são validadas se o caráter do pastor não for íntegro. Uma das piores queixas que se pode ouvir acerca de um ministro é que sua palavra pastoral não se coaduna com a sua vida. Como pode o líder falar sobre honestidade e ser desonesto? De simplicidade e mostrar-se esbanjador? De humildade e comportar-se soberbo? A melhor palavra pastoral é a vida do pastor em sintonia com a mensagem do Evangelho que ele proclama (Mt 7.24-27; 23.2-36). [Comentário: Ainda citando o Pr Elinaldo Renovato, ele esclarece o seguinte quanto a este tópico: enfatizamos as características do verdadeiro pastor, no sentido humano, daquele que tem o chamado de Deus para ser um guia de parte do rebanho do Sumo Pastor. E o que tem o dom ministerial de pastor. Não é qualquer pessoa que tem condições de receber esse dom, ainda que seja o mais procurado pelos aspirantes ao ministério eclesiástico. Paulo ensina que é JESUS quem dá pastores às igrejas (1 Co 12; Ef 4.1): “Os pastores são aqueles que dirigem a congregação local e cuidam das suas necessidades espirituais. Também são chamados “presbíteros” (At 20.17; Tt 1.5) e “bispos” ou supervisores (l Tm 3.1; Tt 1.7)”.2 O pastor de uma igreja deve espelhar-se nas características do “Sumo Pastor” (1 Pe 5.4). E deve possuir qualificações que o credenciem para tão importante missão. O pastor verdadeiro é dado por Deus à igreja. Ele não dá a igreja ao pastor (Ef 4.11); a igreja, mesmo no sentido local, não pertence ao pastor. O pastor deve ser um servo da igreja local, e não seu mandatário ou proprietário. A seguir, algumas dessas qualificações, conforme 1 Timóteo 3.1-7 e Tito 1.7, relativas ao bispo, que é sinônimo de pastor: 1) Irrepreensibilidade moral. Refere-se a uma vida de integridade, de que não tenha de que se envergonhar ou causar escândalo. 2) Vida conjugal ajustada (“marido de uma mulher”). Note-se que é prioridade o cuidado com a vida conjugal; no Novo Testamento, não é prevista a tolerância com a bigamia ou a poligamia; a regra é a monogamia, como plano original de Deus para o matrimônio; e o pastor como esposo deve ser exemplo para os demais esposos, na igreja, amando sua esposa e cuidando dela (Ef 5.25). 3) Vigilante. O pastor é o guarda do rebanho. Deve estar atento ao que se passa ao seu redor; vigiando, primeiro, a sua vida pessoal e ministerial (1 Tm 4.16). Depois, vigiando o rebanho para alertar e livrar dos “lobos devoradores”; Ser vigilante significa ser “atento, cauteloso, cuidadoso, precavido” quanto aos perigos que o rodeiam. Para assumir a função de liderança, na igreja local, o obreiro deve ser muito cuidadoso quanto à sua vida espiritual, moral, social, familiar e em todos os aspectos. Isso porque o Diabo “anda rugindo como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pe 5.7). O presbítero, bispo ou pastor deve obedecer o que Jesus disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41). Ele precisa ser “exemplo dos fiéis” (1 Tm 4.12; 1 Pe 5.3). 4) Sóbrio (simples, moderado). O pastor ou bispo deve zelar pela simplicidade, no ministério; o luxo, a ostentação material, a exibição de riqueza não convém a um homem de Deus; Jesus disse: “sede símplices como as pombas” (Mt 10.16). 5) Honesto. Tem o significado de ser “honrado, digno, correto, íntegro; decoroso, decente, puro, virtuoso”. Todas essas qualificações podem resumir-se numa expressão: ser “santo em toda a maneira de viver” (1 Pe 1.15). O homem de Deus não é perfeito em si mesmo, por mais que se esforce para ser santo. Mas, cuidando de sua vida pessoal, ministerial e como cidadão, pode ser muito bem visto pelos crentes como uma pessoa honesta. O seu falar deve ser “sim, sim; não, não” (Mt 5.37). Honestidade é sinônimo de integridade. O pastor ou bispo deve ser uma pessoa assim, fiel, sincera, verdadeira. Deve ser alguém que vive o que prega ou ensina (Tg 2.12). 6) Hospitaleiro. Esta palavra vem de hospital, na sua origem. Não havia casas de saúde como hoje. Uma hospedaria era um hospital, um lugar onde os viandantes podiam pousar, e também os enfermos, uma hospedaria ou estalagem (Lc 10. 34,45). Mas o pastor não tem obrigação de transformar sua casa em hospedaria. No sentido do texto, hospitaleiro é sinônimo de acolhedor, que sabe tratar bem as pessoas, sem fazer acepção de ninguém; (acepção é pecado - Dt 16.19; Ml 2.9; 1 Tm 2.11;Tg 2.9). 7) Apto a ensinar. Como o pastor é o que alimenta ou apascenta o rebanho, o pastor deve saber fazer uso da Palavra de Deus, ministrando mensagens, estudos e reflexões que edifiquem o rebanho sob seus cuidados. Se não tiver essa aptidão, pode estar no lugar errado (2 Tm 2.15). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 110-112.]

2. Exemplo para os fiéis e os infiéis. O texto bíblico de 1 Timóteo 3.2,3, afirma que o bispo não deve ser dado ao vinho, espancador, cobiçoso de torpe ganância, contencioso ou avarento; a recomendação é que o obreiro seja moderado. A Igreja, o Corpo de Cristo, precisa contemplar em seu líder sinais claros do fruto do Espírito, tais como autocontrole, mansidão, bondade e amor. Estas características denotam idoneidade moral e maturidade espiritual. A mesma postura moral que o pastor atesta aos fiéis deve ser demonstrada, igualmente, aos infiéis (1Tm 3.7). [Comentário: Norman Russell Champlin, em sua Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia, esclarece acerca das qualificações pastorais: No primeiro ponto, acima, demos os dons que um pastor deveria possuir; e isso, como é óbvio, faz parte de suas qualificações. Passagens das chamadas epistolas pastorais (I e II Timóteo e Tito) dão listas de qualificações desses ministros, além de outros (1Tm 3.1; Tt 2. Um pastor deve ser homem controlado, livre de vícios, não belicoso e sem excessos. Deve governar bem a sua casa; não pode ser um noviço; deve ter boa reputação, devidamente conquistada; deve ser avesso a maledicências e ao uso incorreto da língua; não deve ser ganancioso; não deve andar atrás do dinheiro; deve ser homem que se santifica; deve ter uma boa esposa, que não lhe traga perturbações; deve ser forte na fé e mestre da mesma; deve ter ousadia no seu ensino; deve ser cheio de amor e paciência; deve ser perseverante; deve caracterizar-se por boas obras; na doutrina, deve ser incorrupto; deve ser homem sério; sua linguagem deve ser sadia; deve saber exortar; deve ser honesto; deve saber repelir toda forma de impiedade; deve ser alguém ansioso para ensinar e capaz de fazê-lo; e, finalmente, deve ser homem de reconhecida piedade. Unger, no artigo intitulado Pastor, divide as muitas qualificações de um pastor em três categorias: a. O serviço de ministração ao culto divino, pondo em ordem a adoração da congregação, administrando as ordenanças, pregando a Palavra de Deus. Nesse sentido, o pastor é um ministro. b. Ele deve ser habilidoso nos cuidados pastorais, cuidando de alimentar espiritualmente o rebanho, mostrando-se vigilante, deixando-se envolver em boas obras e ações de misericórdia e compaixão. c. Ele deve brandir a autoridade espiritual da Igreja, sendo um dirigente que merece respeito e que impõe ordem e disciplina. Um pastor deve ter como um de seus alvos o aperfeiçoamento dos santos (Ef 4.12). mostrando-se espiritualmente alerta (Hb 13.17; 2Tm 4.5) sendo capaz de exortar, advertir, consolar e orientar com autoridade (1Ts 2.22; 1Co 4.14,15). CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 105-106.]

3. Exemplo para a família. Não podemos esquecer que antes de ser exemplo para igreja local, e com os de fora, o ministro do Evangelho, em primeiro lugar, deve ser o exemplo para a sua própria família — sua primeira comunidade e igreja. Governar a própria casa com modéstia e equilíbrio, criando seus filhos com respeito (1Tm 3.4), é o testemunho que toda a família cristã deseja experimentar na convivência sadia com o pastor que é esposo, pai e avô. Portanto, todo obreiro deve cuidar bem do seu lar, pois sem o devido respaldo deste, o seu ministério jamais terá credibilidade. [Comentário: “Que governe bem a sua casa”. O cartão de visita do Pastor é a sua família, a forma como ele a administra, como trata esposa e filhos. Sem dúvida, esta é a qualificação mais significativa, pois as pessoas ouvem as mensagens dos pastores, mas olham para ele e como se relaciona com a família, notadamente com os filhos. Ele é o cabeça (líder) da esposa e do lar (Ef 5.22)? Ao lado da esposa, que também governa a casa (1 Tm 5.14), cria seus filhos “com sujeição” (1 Tm 3.4)? Nesse ponto, é importante considerar o parâmetro traçado pelo apóstolo Paulo: “se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus? (1 Tm 3.5). É mesmo por isso que o aspirante ao pastorado deve ser um homem casado, que zele pela ordem familiar.]

SINOPSE DO TÓPICO (2)
Do pastor espera-se um caráter íntegro; um exemplo para os fiéis, aos infiéis e a toda a sua família.

III. O MINISTÉRIO PASTORAL

1. A missão do pastor. O termo pastor (do gr. poimēn) no Novo Testamento tem o significado de “apascentador de ovelhas”. De acordo com esta definição podemos afirmar que a principal missão de um ministro é cuidar das pessoas que receberam Cristo como Salvador, dando-lhes alimento espiritual através do ensino da Palavra de Deus, como encontramos no livro do profeta Isaías (Is 40.11). O verdadeiro pastor cuida das ovelhas com zeloso amor e compaixão, entregando-se totalmente às suas demandas. [Comentário: A palavra pastor vem do latim, pastor, com o significado de “aquele que guarda as ovelhas”, “o que cuida das ovelhas”. Na língua original do Novo Testamento, pastor (gr. poimen), de acordo com Vine, é “... aquele que cuida de rebanhos (não meramente aquele que os alimenta), é usado metaforicamente acerca dos ‘pastores’ cristãos (Ef 4.11)”. Em termos ministeriais, o pastor é aquele que tem esse dom ministerial, e é encarregado de cuidar da vida espiritual dos que aceitam a Cristo e ficam sob seus cuidados, numa igreja ou congregação local. Pastor é um termo de cuidado, de zelo, de ternura, para com as ovelhas de Jesus. Um pastor, sendo ocupante de um oficio eclesiástico respeitável, ainda assim, de acordo com certos grupos cristãos, ocupa posição inferior à de um bispo em muitas denominações evangélicas. Uma igreja pode ter mais de um pastor, dependendo das muitas necessidades da mesma. Assim um deles ocupar-se-á do trabalho pastoral interno, um outro cuidará dos jovens, e ainda um outro ficará encarregado do evangelismo, por exemplo. Isso ocorre devido à complexidade do oficio pastoral, sem falarmos no fato de que, às vezes, o rebanho toma-se por demais numeroso para que um único homem faça a contento o seu trabalho. CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 5. Editora Hagnos. pag. 105.]

2. Uma missão polivalente. A missão pastoral também é múltipla, pois o ministério envolve o ensinamento, o aconselhamento, a evangelização e missões, bem como a pregação expositiva da Palavra de Deus, que é o seu mais importante empreendimento. Para além dessas responsabilidades, o pastor age como o bom conciliador e administrador eclesiástico dos bens e recursos humanos disponíveis para toda boa obra da igreja local. Está sob os seus cuidados a gestão eficiente e honesta dos bens materiais, patrimoniais e das finanças da igreja local. [Comentário: O Pr Elinaldo Renovato discorre perfeitamente sobre esse tópico quando escreve: Muitos obreiros, principalmente os mais jovens, aspiram ao pastorado. Não é errado ter essa aspiração. Paulo escreveu ao jovem obreiro Timóteo: “Esta é uma palavra fiel: Se alguém deseja o episcopado, excelente obra deseja” (1 Tm 3.1). Mas os candidatos ao episcopado (pastorado) devem ter consciência de que um pastor é alvo de grandes contradições e oposições, a despeito de sua honrosa missão. A lista de contradições sobre o que as pessoas pensam do pastor, é ampla e variada. Alguém já escreveu diversas listas sobre isso. A seguir, resumimos uma delas: Se o pastor é ativo, é ambicioso; se é calmo, é preguiçoso; se o pastor é exigente, é intolerante; se não exige, é displicente; se fica com os jovens, é imaturo; se fica com os adultos, é antiquado; se procura atualizar-se, é mundano; se não se atualiza, é de mente fechada, retrógrado, ultrapassado; se prega muito, é prolixo, cansativo; se prega pouco, é que não tem mensagem; se veste-se bem, é vaidoso; se veste-se mal, é relaxado; se o pastor sorri, é irreverente; se não sorri, é cara dura. O que o pastor fizer, alguém pensa que faria melhor. Pode parecer algo hilário ou grotesco, mas reflete um pouco a visão que muitas pessoas têm do pastor de uma igreja local . Aliás, alguém já escreveu, dizendo que “pastor é uma espécie em extinção”. Mas tais contradições não devem ser motivo para desânimo ou desinteresse pelo ministério pastoral. O Sumo Pastor, Jesus Cristo, foi alvo de piores referências a seu respeito, mesmo demonstrando que era um ser especial, humano e divino, que só fazia o bem. Seus opositores o acusaram de ser “comilão e bebedor” (Mt 11.19); de ter demônio (Jo 8. 52); de ser endemoninhado e expulsar demônio pelo príncipe dos demônios (Mc 3-22); e de tramar contra o governo da época, justificando sua condenação (Lc 23.2; Jo 19.12). Mas Jesus não desistiu. Foi até ao fim, entregando sua vida em lugar dos pecadores. E cumpriu a sua missão (Jo 19.30). Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 114-115.]

3. O cuidado contra os falsos pastores. Quando Deus levantou Ezequiel como profeta de Israel, Ele ordenou-lhe que repreendesse os pastores infiéis da nação. O Altíssimo considerava como falsos pastores os que apascentavam a si mesmo e não as ovelhas (Ez 34.2c); exploravam o rebanho e não o poupavam (34.3); não demonstravam amor pelas ovelhas, fazendo com que elas se dispersassem (34.4-6). O próprio Deus é contra os falsos pastores (Ez 34.8-10)! Ele inspirou o apóstolo Paulo a escrever para Tito quando da sua instrução pastoral ao jovem obreiro, que este retivesse “firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores [...] aos quais convém tapar a boca” (Tt 1.9-11). [Comentário: “Profetiza contra os pastores de Israel” (Ez 34.1-10). No Antigo Testamento, o termo “pastor” é frequentemente usado para designar os reis de Israel e os seus líderes espirituais. Agora Ezequiel olhou para trás e identificou as falhas de liderança que contribuíram para o recente desastre de Judá. O verdadeiro propósito que Ezequiel tinha em mente, porém, era mostrar um contexto no qual um esperado Pastor, que ele estava prestes a descrever, iria se destacar. Que falhas nos líderes de Israel e de Judá levaram a nação ao desastre? Os príncipes dos reinos hebreus tinham pensado apenas em si mesmos em vez de pensar no rebanho (v. 2). Eles gananciosamente exploravam o rebanho para ganho pessoal (v. 3). Eles se recusaram a intervir em favor dos fracos e doentes (v. 4). E eles permitiram que o rebanho de Deus fosse espalhado por todas as nações (w. 5,6). Devido a estes pecados, Deus disse: “Demandarei as minhas ovelhas da sua mão; e eles deixarão de apascentar as ovelhas e não se apascentarão mais a si mesmos” (v. 10). O Novo Testamento adverte contra colocar-se no papel de liderança presunçosamente; Tiago 3.1 diz: “Muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo”. Qualquer um que veja a liderança como uma posição “superior” à dos outros, em vez de vê-la como uma posição que tem como finalidade servi-los, ainda não está pronto para ser um líder espiritual. Lawrence O. Richards. Comentário Devocional da Bíblia. Editora CPAD. pag.446.]

SINOPSE DO TÓPICO (3)
A missão do pastor é múltipla, pois ele cuida desde os assuntos espirituais até os mais terrenos.

CONCLUSÃO
O dom ministerial de pastor é concedido àqueles a quem Deus chama para servir ao seu precioso rebanho, a Igreja de Jesus. Esta acha-se espalhada nas igrejas locais que reúnem crentes oriundos de todos os lugares do mundo. Eles estão sob os cuidados de líderes para serem alimentados com a Palavra de Deus. O objetivo do ministério pastoral é fazer com que o rebanho do Senhor cresça na graça e no conhecimento do Evangelho de nosso Salvador (2Pe 3.18). Portanto, o pastor precisa da graça divina para não fracassar em seu ministério. Oremos pelos pastores, compreendamos as suas lutas e os apoiemos com amor e carinho. [Comentário: Não obstante o enorme crescimento do Evangelho em nossa nação, carecemos de pastores com aquelas características encontradas no Grande Pastor. Falta-n, na verdade, grandes líderes, que não à semelhança de Cristo, pelo menos parecidos com Paulo: zeloso e dedicado. Nossa esperança é que Deus mesmo apascentará o seu povo como as ovelhas do seu pasto, que haviam estado famintas. Deus trará os cativos de volta com segurança para a sua própria terra e os apascentará nos montes de Israel, que são um bom pasto, e um pasto farto. Ele socorrerá as ovelhas que estão aflitas, ligará as que estão quebradas e fortalecerá as que estão enfermas, consolará as que choram em Sião e com Sião. Se os ministros, que deveriam falar de paz para aqueles que têm um espírito triste negligenciarem ao seu dever, o Espírito Santo, o Consolador, será fiel ao seu ofício. Mas como se segue, a gorda e a forte serão destruídas. Aquele que tem o repouso para os santos atribulados tem o terror para os pecadores presunçosos. Todo vale se encherá, e se abaixará todo monte e outeiro (Lc 3.5).] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!


Francisco Barbosa

terça-feira, 27 de maio de 2014

ESTOU AQUI... SÓ CHECANDO



Um pastor passeava pela sua igreja, ao meio-dia, quando decidiu fazer uma pausa e observar, do altar, as pessoas que entravam para orar. Nesse momento a porta se abriu e um homem adentrou pelo corredor central.
O pastor franziu a testa enquanto o olhava e notou que não se barbeava há algum tempo. Sua camisa estava esfarrapada e o casaco que usava estava bastante surrado.
O homem ajoelhou-se, inclinou sua cabeça e em seguida levantou e foi embora.
Nos dias seguintes, sempre ao meio-dia, a mesma rotina se repetia. Cada vez que se ajoelhava por alguns instantes, deixava, de lado, a marmita com seu almoço.
Bem, a curiosidade do pastor crescia e também um receio de que fosse um assaltante. Então, decidiu aproximar-se dele e perguntar:
O que faz aqui?
O velho homem disse que trabalhava numa fábrica que ficava distante da igreja. Como o tempo para o almoço era de uma hora e meia, ele reservava o tempo restante para orar e assim encontrar força e poder para enfrentar as labutas da vida.
Fico apenas alguns momentos porque a fábrica fica distante daqui. Enquanto estou ajoelhado conversando com o Senhor é como se Lhe dissesse: “Eu vim novamente aqui, só para Lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos. Não sei bem como devo orar, mas eu penso em Você todos os dias. Estou aqui, o Jim, só checando”.
O pastor, então disse ao Jim que estava tudo bem, que ele era bem vindo e que poderia vir à igreja e orar sempre que desejasse.
É hora de ir disse Jim, sorrindo.
Agradeceu e dirigiu-se, rapidamente, para a porta.
O pastor ajoelhou-se diante do altar como nunca havia feito antes. Seu coração acelerou aquecido pelo amor e, ali, teve um encontro com Jesus. Enquanto lágrimas escorriam pelo seu rosto, ele repetiu a oração do velho Jim: “Eu vim novamente aqui, Senhor, só para Lhe dizer o quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos. Não sei bem como devo orar, mas eu penso em Você todos os dias. Jesus, eu estou aqui... Só checando”.
Um dia, quando passou o meio-dia o pastor notou que o velho Jim não havia vindo. Percebendo que a sua ausência se estendeu pelos dias seguintes, ficou preocupado. Quando perguntou por ele, na fábrica, descobriu que estava enfermo.
A enfermaria do hospital estava cheia, mas arrumaram uma vaga para ele. Durante a semana em que Jim esteve com eles, mudou a rotina da enfermaria. Seu sorriso e sua alegria eram contagiantes. Divertir e alegrar as pessoas eram o seu prêmio.
A enfermeira-chefe, contudo, não pôde entender porque um homem tão gentil e simpático como Jim não recebia flores, telefonemas ou cartões de amigos ou parentes, nem mesmo a visita de alguém.
Ao encontrá-lo, o pastor colocou-se ao lado de sua cama. Nesse instante, Jim ouviu o comentário da enfermeira: “Nenhum amigo veio para mostrar que se importa com ele. Ele não deve ter amigos com quem contar”.
Parecendo surpreso, o velho Jim virou-se para o pastor e disse com um largo sorriso:
A enfermeira está enganada... Ela não sabe, mas durante esses dias em que estou aqui, ao meio-dia, Ele está aqui. Um querido Amigo meu, que se senta bem junto a mim, segura a minha mão, inclina-se em minha direção e me diz:
Eu vim só para lhe dizer, Jim, quão feliz Eu sou desde que nos tornamos amigos e Eu o livrei dos seus pecados. Eu amo ouvi-lo quando você ora e penso em você todos os dias. Jim, eu estou aqui... Só checando.

Autor  Desconhecido

sexta-feira, 23 de maio de 2014

LIÇÃO 8 - O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA





SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO

Em continuidade ao estudo dos dons ministeriais, estudaremos na aula de hoje o dom de evangelista. Inicialmente mostraremos o que o Novo Testamento revela a respeito desse importante ministério. Em seguida, ressaltaremos as características do ministério de evangelista. Ao final, abordaremos a atuação do ministério de evangelista nos dias atuais, destacando sua relevância para a igreja.

1. O DOM DE EVANGELISTA

A palavra evangelista (gr. euaggelistas) ocorre apenas três vezes no Novo Testamento em At. 21.8, em referência a Filipe, o diácono-evangelista; em Ef. 4.11, ao dom ministerial de evangelista; e II Tm. 4.5, orientando Timóteo a fazer o trabalho de evangelista. O significado literal é de “anunciador de boas novas”, e nesse sentido, Jesus é o maior dos evangelistas, pois Ele deu testemunho de que havia sido enviado para pregar as boas novas aos quebrantados (Lc. 4.18,19; Is. 61.1-3). Ao que tudo indica essa era uma função ministerial na igreja primitiva, semelhante à de apóstolos, profetas, pastores e mestres. O evangelista, grosso modo, é alguém que tem amor pelas almas perdidas, um desejo de conduzir os pecadores a Cristo. Filipe é o único homem no Novo Testamento a ser denominado de evangelista. Ele era um dos sete diáconos que foram dispersos em virtude da perseguição que resultou na morte de Estevão (At. 6.5; 8.1-5). Filipe se destacou como um verdadeiro evangelista porque mesmo diante da perseguição não fugiu da responsabilidade de levar o evangelho adiante. Ele teve íntima relação com Deus, ouvindo Sua voz, em disposição para obedecê-LO. Como evangelista Filipe deixou o exemplo para aqueles que querem ganhar almas para Cristo. Isso somente poderá ser feito se não medirmos esforços para alcançar essa meta. É necessário também seguir as orientações do Espírito Santo. Identificamos o dom de evangelista na igreja sempre que vemos obreiros dedicados à tarefa de ganhar almas. Há pessoas que se gastam a fim de tirar os perdidos do caminho da perdição. Como Filipe, seu mote é a doutrina da salvação, a cruz de Cristo é seu tema central. Fundamentados na Bíblia, como fez Felipe diante do Eunuco, pregam a Cristo, e Esse crucificado (At. 8.32-35), loucura e escândalo para alguns, mas o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê (Rm. 1.16). Felipe foi separado como diácono pela igreja, mas se revelou evangelista em atuação. Isso demonstra a possibilidade das pessoas serem escolhidas para assumirem uma posição eclesiástica, e se destacarem em outra, de acordo com o chamado de Deus.

2. CARACTERÍSTICAS DO EVANGELISTA

O verdadeiro evangelista tem amor pelas almas perdidas, Paulo assumiu que pesava sobre ele a obrigação de pregar o evangelho (I Co. 9.16). Geralmente a atuação do dom ministerial de evangelista é acompanhada por milagres. Filipe pregou o evangelho, os milagres que Deus realizou através dele foram relevantes para a conversão de muitas vidas a Cristo (At. 8.6). É importante ressaltar, no entanto, que o ministério de Filipe não se reduziu à operação de milagres. Existem muitos pregadores atuais, principalmente os televisivos, que não pregam a mensagem. Eles apenas utilizam os milagres como um show, uma espécie de atrativo pessoal, como se isso fosse um fim em si mesmo. Alguns desses supostos evangelistas estão interessados apenas no dinheiro das pessoas. Elas não querem arrebatar almas da perdição, querem auferir lucros, e enriquecerem ilicitamente. Filipe não apenas fez milagres, o texto bíblico de At. 8.12 diz que as pessoas creram na sua mensagem. Isso quer dizer que elas ouviram a pregação, e foram convencidas e convertidas da necessidade do arrependimento (At. 3.19). Os evangelistas pregam o novo nascimento, a importância das pessoas deixarem o pecado se voltarem para Deus, em novidade de vida (II Co. 5.17). Um verdadeiro evangelista não se aparta da Bíblia, na verdade ele prega a Palavra de Deus (II Tm. 4.2). Paulo quando esteve entre os coríntios não levou palavras persuasivas de sabedoria humana. Como evangelista, pregou a mensagem da cruz, pelo poder do Espírito Santo (At. 8.13; I Co. 1.4). O evangelista valoriza as vidas individualmente, por isso Deus conduziu Filipe para pregar ao eunuco de Candace. As maiores mensagens de Jesus foram pregadas para uma pessoa. Em João 3 O encontramos pregando para Nicodemos, expondo a doutrina do novo nascimento. Em João 4 nos deparamos com o mesmo Senhor ministrando para uma mulher samaritana, destacando o valor da água da vida. Aqueles que apenas querem pregar para as multidões não são evangelistas, alguns deles querem apenas visibilidade pessoal. O verdadeiro evangelista valoriza cada alma, sabendo o valor que elas têm individualmente para Deus (Lc. 15.3-7).

3. O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA

O ministério de evangelista, como todos os dons ministeriais, é interdependente, isto é, se complementa. Ninguém pode ser obreiro de Deus sozinho, dispensando a contribuição de outros para o seu ministério. Felipe foi usado por Deus como evangelista, pregando a mensagem da cruz, com autoridade espiritual. Mas dependeu do trabalho dos apóstolos, por isso Pedro e João foram enviados para Samaria, a fim de confirmaram o trabalho por ele iniciado. Ao que tudo indica Filipe teria batizado Simão (At. 8.13), aquele que posteriormente quis comprar o dom de Deus (At. 8.18-23), sendo repreendido por Pedro. O evangelista, na ânsia de ganhar almas, pode se adiantar, e aceitar a todos, indistintamente. O evangelista, a fim de atrair muitos para Cristo, pode dizer "vinde como estás”, cabendo ao pastor-mestre complementar: “como estás não podes permanecer”. A doutrina apostólica é fundamental para orientar aqueles que se decidem por Cristo, por isso o discipulado é tão importante nas igrejas. Outra característica do evangelista é a itinerância, é o que atestamos no ministério de Filipe. Após cumprir sua missão em Samaria, é conduzido imediatamente para outro lugar (At. 8.26). Talvez Timóteo achasse cômodo permanecer em Éfeso, como pastor residente, mas Paulo o admoesta para que cumpra o ministério de evangelista (II Tm. 4.5). Para tanto deveria exercitar-se a si mesmo, isso porque não se pode ser evangelista apenas na teoria, é preciso praticar, fazer a obra de Deus (II Tm. 4.7). A negligência é o principal empecilho para que o evangelista se distancie da sua responsabilidade (I Tm. 4.14). O comodismo pode afastá-lo do seu trabalho, bem como a busca por posição eclesiástica. Por isso a igreja deve apoiar aqueles que exercem esse ministério, reconhecendo seu valor para a expansão do Reino. O evangelista, por outro lado, deve avivar o dom de Deus em sua vida, buscando experiências com o Senhor, fundamentadas na palavra (II Tm. 1.6).

CONCLUSÃO

Vivemos dias tenebrosos, as perseguições estão sobrevindo sobre a igreja, mas o evangelho não pode ser calado. Para tanto precisamos do ministério de evangelista, pessoas-dons que são escolhidas por Deus para levar adiante as boas novas de Jesus. Essas pessoas-dons são corajosas, tendo em vista que Deus não lhes deu espírito de covardia, mas de poder, amor e moderação (II Tm. 1.7), para ganharem almas para Cristo. Cumpramos, pois, no poder do Espírito Santo, o ministério de evangelista, para o qual fomos chamados.

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa.



SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

O ministério de evangelista é dado por Deus à Igreja como um dom valioso. Por isso, o estudaremos procurando vislumbrar como o Senhor Jesus o considerou, e como esse dom ministerial por Deus concedido é tratado em o Novo Testamento, bem como sua destacada operação nas igrejas de Corinto e Éfeso. Temos de Jesus a ordem para pregar o Evangelho, e em sua multiforme sabedoria Deus dispõe para a igreja o poder necessário para proclamar o Evangelho com ousadia. [Comentário: O dom ministerial do evangelista é dado por Deus a alguns membros do corpo de Cristo para expor as boas-novas aos não-cristãos, de maneira que, estes aceitem a Cristo e se tornem discípulos e membros responsáveis do Corpo de Cristo. Há muita confusão acerca desse dom ministerial, inclusive, o "evangelista" é mais um oficial da Igreja, independente se ele possui ou não o "dom espiritual de evangelista". No "Dicionário Vine" (CPAD, 2003, p. 629-630) lemos: "euangelistes (εὐαγγελιστής), literalmente, 'mensageiro do bem' (formado de eu, 'bem', e angelos, mensageiro), denota 'pregador do Evangelho' (At 21.8; Ef 4.11, que deixa claro a distinção da função nas igrejas; 2 Tm 4.5). [...] Os missionários são 'evangelistas' por serem essencialmente pregadores do Evangelho." Na Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal, de J. Rodman Williams (VIDA, 2011, p. 892, 894), os evangelistas são os que proclamam o evangelho, e contribuem para a preparação dos santos para a obra do ministério. Rodman afirma ainda que "precisamos hoje ver cada vez mais evangelistas escolhidos pelo Senhor, que sejam cheios do Espírito Santo, conheçam profundamente as Escrituras, operem sinais e maravilhas, despertem a fé e a entrega que mudam a vida e preparem o povo para receber o dom do Espírito Santo." Na Teologia Sistemática de Berkhof (Cultura Cristã, 1990, p. 538), juntamente com apóstolos e profetas, "evangelista" é designado de "oficial extraordinário", enquanto os oficiais ordinários são o presbítero, o mestre e os diáconos. A ideia de “evangelista” como ofício não está presente no conceito da maioria dos estudiosos. Uma ferramenta muito respeitada no meio pentecostal, a Bíblia de Estudo Pentecostal, apresenta o seguinte: "No NT, evangelista eram homens de Deus, capacitados e comissionados por Deus para anunciar o evangelho, i.e., as boas novas da salvação aos perdidos e ajudar a estabelecer uma nova obra numa localidade. A proclamação do evangelho reúne em si a oferta e o poder da salvação (Rm 1.16). [...] O evangelista é essencial no propósito de Deus para a igreja. A igreja que deixa de apoiar e promover o ministério de evangelista cessará de ganhar convertidos segundo o desejo de Deus. [...] A igreja que reconhece o dom espiritual de evangelista (grifo nosso) e tem amor intenso pelos perdidos, proclamará a mensagem da salvação com poder convincente e redentor (At 2.14-41)" bíblia de estudo pentecostal (cpad, 1995, p. 1815). Particularmente, não acredito que “evangelista” seja um cargo ministerial dado os seguintes fatos: (a). O texto usado para defender o cargo oficial à luz da Bíblia, Ef 4.11, também traz "profetas" e "mestres", e estes últimos não o são reconhecidos como cargo; (b). Não encontramos pré-requisitos para o pretendente ao cargo, como é exigido para diáconos, presbíteros e bispos (1 Tm 3.1-13; Tt 1.5-9). Dado os fatos expostos, não vou discorrer acerca do ofício, mas, seguindo o proposto pelo comentarista, vamos nos deter apenas no dom ministerial] Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. JESUS ENVIA OS SETENTA (LC 10.1-20)
  
1. São poucos os que anunciam. Quando Jesus enviou os setenta para anunciarem as boas novas do Reino de Deus na região da Galiléia, Ele asseverou: "Grande é, em verdade, a seara, mas os obreiros são poucos" (v.2). São poucos porque, primeiramente, os discípulos não podem proclamar a si mesmos ou uma mensagem própria. Em segundo lugar, porque os discípulos do Senhor são enviados a falar única e exclusivamente de Jesus e do Reino de Deus, jamais de si mesmos. Lamentavelmente, ao longo dos séculos, muitos foram aqueles que na Seara do Senhor falaram em seu próprio nome e pregaram a sua própria mensagem. Os discípulos segundo o coração do Nazareno ainda são poucos, mas o Senhor continua a convocar obreiros para a sua seara (v.2b). [Comentário: Num primeiro momento, vemos Jesus enviando “os doze” com uma missão similar a dos setenta, como podemos conferir nos textos de Mt 10 e Lc 10. Eles pregaram a Palavra e viram a glória de Deus, curaram enfermos, expulsaram demônios, tudo através da Palavra que Jesus lhes ordenou. Muito mais que doze pessoas vinham seguindo a Jesus. De acordo com 1 Coríntios 15.6, Jesus tinha pelo menos quinhentos seguidores na época em que concluiu seu ministério. Um grupo de 120 destes seguidores foi a Jerusalém para dar início à igreja ali (At 1.15). Aqui Jesus designa um grupo de setenta para preparar algumas cidades para sua visita posterior. O número 72 é encontrado nos primeiros manuscritos gregos. Este número é significativo porque era, de acordo com Gn 10, o número de nações do mundo, de acordo com a Septuaginta. Jesus estava mostrando simbolicamente que todas as nações do mundo um dia ouviriam a mensagem. Isto incluiria os gentios um ponto importante para o público de Lucas. No serviço cristão, não há desemprego. Deus tem trabalho suficiente para todos. Nenhum crente deve ficar sentado e olhar os outros trabalhando, porque a seara é grande. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 392. Depois dos doze, Jesus convoca setenta discípulos e os envia com um único e exclusivo propósito: anunciar a sua Palavra para as cidades onde Ele haveria de ir. Eles anunciaram o Caminho, prepararam o coração do povo acerca de Cristo, que em breve estaria se dirigindo para aquelas cidades. Isso nos remete à missão recebida por João, o Batizador, que viera para “anunciar o dia aceitável do Senhor”. No Oriente, era costume de um imperador enviar seus empregados antes, para anunciar a sua ida a determinada cidade ou lugar. Jesus como Embaixador do Reino Celestial, envia os seus servos como arautos. Após a eleição dos Doze, que constituíam o “Colégio Apostólico”, tempos depois, Jesus resolveu escolher outros discípulos, em número de setenta, para enviá-los como evangelistas a “a todas as cidades onde ele havia de ir” e os organizou em equipes de evangelizadores, “de dois em dois” (Lc 10.1, 2). O texto de Lucas, referente ao envio dos “outros setenta” é o mais substancial em informações quanto ao seu desempenho apostólico. Algumas das mais importantes afirmações de Jesus sobre seus enviados constam desse texto, ainda que não são considerados participantes do “colégio apostólico”. Para distingui-los dos 12, nesta análise, são chamados de evangelistas. Ao enviar os setenta, Jesus asseverou que “Grande é, em verdade a seara, mas os obreiros são poucos” (Lc 10.2a). Diante dessa realidade, Jesus exorta a que devemos rogar ao Senhor da seara, para “que envie obreiros para a sua seara” (Lc 10.2b).Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 95-96.]

2. Enviados para o meio de lobos. Proclamar o Evangelho num mundo contrário à mensagem do Reino de Deus certamente levaria os arautos de Cristo a serem perseguidos. Os setenta que Jesus enviou seriam rejeitados, perseguidos e até ameaçados de morte. A história da igreja nos mostra que pessoas pagaram com a vida por professar a fé em Cristo. Nas últimas décadas, mais cristãos foram mortos no mundo que em qualquer outra época da história da Igreja. Os verdadeiros evangelistas enfrentarão ainda muitas perseguições, sobretudo em países dominados por religiões anticristãs e fundamentalistas. Eles são comparados a cordeiros que se dirigem para o meio dos lobos (v.3). [Comentário: O Comentário Bíblico Beacon, comentando o versículo 3, afirma: Eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos. Que paradoxo: Cordeiros saindo para salvar ovelhas de lobos! Aqui está a simplicidade unida ao desamparo: nenhuma arma carnal como defesa. Mas Deus tem uma maneira de criar a força a partir da fraqueza, e de usar até a morte como uma arma da vitória e da vida. Aqui vemos a supremacia de Cristo. Ele é o maior Vencedor do mundo, e ainda assim as suas forças não foram utilizadas no que se refere à defesa carnal ou terrena. Os cristãos têm sido assassinados aos milhares, mas o avanço triunfal continua. A esta altura temos que parar e meditar e ganhar uma nova luz e inspiração para a tarefa e a batalha dos dias atuais. Não estamos desprotegidos, pois Cristo está conosco. Uma vez que a própria morte não nos vence, podemos começar a entender que somos imbatíveis. Mas, se começarmos a nos equipar com armas carnais, estaremos caminhando em direção à derrota. Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 410. Jesus disse que os enviaria como cordeiros para o meio de lobos. Deus nos envia como ovelhas, cordeiros no meio de lobos. Naturalmente falando, a ovelha é um animal indefeso, e o lobo, um animal de ataque. Jesus não enviou os seus discípulos com armas carnais para atacar alguém, mas sim, com armas espirituais que é a confiança na Palavra de Deus. No tempo de Jesus, os evangelizadores, ou evangelistas, enfrentariam situações comparáveis a cordeiros no meio de lobos (Lc 10.3). Certamente, os setenta puderam sentir de perto o cumprimento da advertência do Senhor. Devem ter sido rejeitados, aborrecidos e perseguidos, até com ameaça de morte. Nos dias atuais, os que são enviados por Cristo, para levarem a mensagem do evangelho a certas regiões do mundo, vivem em constante risco de morrer. Desde o século passado, e no presente, de cada três pessoas que morrem por causa de sua fé, uma é cristã. Mais cristãos foram mortos nas últimas décadas, do que em toda a história de Igreja de Cristo. Daí, porque a maior parte dos missionários está radicada onde já existem muitos obreiros. Poucos são os que se destinam a lugares inóspitos e ameaçadores. E compreensível, até certo ponto, mas Jesus mandou pregar o evangelho a toda criatura. E a tendência da perseguição aos servos de Jesus é de acentuar-se cada vez mais. Na maioria dos países do Ocidente, o Diabo tem levantado a perseguição institucional, através de governos, dos legislativos e do Judiciário, mediante a elaboração e aprovação de leis que dificultam e ameaçam a liberdade para a pregação do evangelho. São “as portas do inferno”, através das “leis injustas” (Is 10.1). Elas não prevalecerão, como profetizou Jesus, mas perturbarão e causarão grandes problemas à missão da Igreja. Mas será por um tempo. Quando Jesus intervier, na sua Vinda, os “lobos” serão aniquilados. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 96-97. O Senhor quer nos mostrar com isso que é Ele quem nos livra dos lobos (falsos mestres), através do poder da Sua Palavra. O Senhor conta conosco como ovelhas, animais indefesos, simples,  totalmente dependente do Pastor; “O Senhor é o meu pastor e nada me faltará”, disse o salmista. Quando somos enviados para uma obra na dependência de Deus, Ele supre todas as nossas necessidades. O verdadeiro servo é aquele que obedece ao ide do Senhor, sem se preocupar com ouro e prata. Foi assim que os setenta foram. Foram na condição de ovelhas confiando somente no seu Pastor.]

3. Os sinais e as maravilhas confirmam a Palavra. Os setenta discípulos receberam poder em nome de Jesus para pregar a mensagem do Reino de Deus com graça (vv.9,10; Mt 10.1,8). Quando voltaram da missão, os evangelistas, maravilhados e surpreendidos, diziam: "Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam" (v.17). Mas naquele momento Jesus falou-lhes de uma realidade que eles não compreendiam: aquele poder era para confirmar a Palavra do Reino, não a palavra do homem. O verdadeiro significado de desfrutar da alegria no Espírito não é primeiramente ver milagres, mas saber que através da exposição do Evangelho de poder temos os nossos nomes escritos nos céus (v.20). [Comentário: Na palavra aos setenta, Jesus os surpreendeu com uma declaração desconcertante, ante a alegria e a comemoração pelos milagres que viram ser realizados por seu intermédio. Curas, libertação de endemoninhados e outros milagres, não seriam o auge do sucesso ministerial. Porém Jesus lhes fez saber que maior privilégio do que operar milagres era ter o seus nomes “escritos nos céus” (Lc 10.20). Discurso semelhante, Jesus proferiu, em determinada ocasião, quando advertia seus seguidores acerca da operação de milagres, sem que a vida do obreiro ou do pregador esteja em consonância com aquilo que prega. No Sermão do Monte (Mt 7.21-23), de forma alguma Jesus quis decepcionar ou minimizar o valor do trabalho dos evangelizadores. Mas quis conscientizá-los de que ter o nome nos céus é o maior privilégio que um servo de Deus pode ter. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 97. Neste ponto, o Comentário Bíblico Beacon afirma: Eis que vos dou poder para pisar serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo. Esta escritura tem, de fato, uma implicação literal, mas o contexto parece exigir que o principal significado seja espiritual. Note como Jesus faz uma analogia entre serpentes, e escorpiões, e toda a força do Inimigo. Tanto os versículos anteriores como os posteriores se referem às forças satânicas. A gramática desses versículos implica, também, que essas serpentes e escorpiões estão incluídos nas forças do inimigo. O simbolismo é comum para as forças satânicas ou demônios e até para o próprio Satanás. O significado principal é que os cristãos têm poder para pisar triunfantemente sobre os exércitos de Satanás, através do auxílio e da graça de Jesus Cristo. Charles L. Childers. Comentário Bíblico Beacon. Editora CPAD. Vol. 6. pag. 411. Jesus ordenou aos discípulos que curassem os enfermos, e anunciassem o reino dos céus. Ele não os mandou pregarem prosperidade terrena, mas que anunciassem o reino de Deus, e o reino de Deus, não é composto de coisas materiais e sim espirituais. E Jesus ordenou que se em alguma cidade não os recebessem, que acudissem o pó das suas sandálias e seguissem em frente. Pó é símbolo do pecado. Jesus estava mostrando com isso que os próprios pecados do povo os destruiriam. Temos uma missão: a de anunciar o reino de Deus, de falar a verdade nua e crua, e desmascarar os falsos mestres, mostrando ao povo que se não se arrependerem estarão a caminho do inferno. Se eles não quiserem ouvir e nem nos receber, então devemos sacudir os nossos pés, e deixar que os pecados, e as iniquidades dos tais os matem e que por eles sejam julgados e condenados. Pois, para os que rejeitam a Palavra essa será sua sentença. A volta dos discípulos, após terem cumprido o ide. Após terem obedecido à palavra do SENHOR, eles voltaram jubilosos, alegres cheio de expectativa. Tudo porque obedeceram à voz do Senhor. Só somos discípulos e servos de Cristo se fizermos o que Ele nos manda. Deus jamais contraria a sua própria Palavra, pois Ele pôs a sua Palavra acima do Seu Próprio Nome. Ele jamais ordenaria que o povo levasse para casa objetos “ungidos” ou “pontos de contato”, como dizem os dessas seitas. Ele nunca ordenou isso em nenhuma parte das Escrituras, e jamais ordenará, pois Ele não mudou e nunca mudará (Malaquias 3:6;Hebreus 13:8). Os falsos mestres tiram textos fora dos seus contextos e com isso estão criando heresias destruidoras. Portanto fica bem claro que a voz que esses falsos líderes estão ouvindo não é a voz do Senhor, e sim a voz dos demônios que sempre teve como objetivo deturpar a Palavra de Deus. O diabo os inspira para que eles inventem essas idolatrias, eles são inventores de mentiras, como profetizou Isaias. Os discípulos voltaram alegres e recebeu do Senhor mais uma palavra gloriosa. Jesus lhes disse: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum” (vs 19). Serpentes e escorpiões são símbolos do diabo. Jesus nos deu autoridade sobre o diabo e seus demônios somente com o poder da Sua Palavra, e nos garante que se andarmos nela e em Sua obedecendo, nada nos causará dano algum. Os discípulos receberam essa palavra logo após terem obedecido à palavra de Jesus.]

SINOPSE DO TÓPICO (1)
Jesus enviou os setenta para pregar a mensagem do Reino de Deus e deu-lhes poder para confirmar a Palavra.

II. A GRANDE COMISSÃO (Mt 28.19,20; Mc 16.15-20)

1. O alcance da Grande Comissão. A ordem dada por Jesus aos seus discípulos, após a sua ressurreição, foi: "ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado" (Mt 28.19,20). Esta ordem é chamada comumente de A Grande Comissão. É o apelo de Jesus para os discípulos anunciarem o Evangelho até as últimas consequências. Foi nesse "espírito" que o apóstolo Paulo encarou a tarefa da evangelização (1 Co 9.16). [Comentário: Mateus 28:19-20 descreve o que passou a ser chamado de “A Grande Comissão”: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Jesus deu esse comando aos Apóstolos logo depois de ascender aos céus. Esse comando praticamente resume o que Jesus esperava que os Apóstolos, e os Seus seguidores depois dos Apóstolos, fizessem em Sua ausência. É interessante notar que no grego original, os únicos comandos específicos em Mateus 28:19-20 são: "ide" e "fazei discípulos". A Grande Comissão nos instrui a fazer discípulos enquanto viajamos pelo mundo e enquanto realizamos nossas atividades diárias. Como devemos fazer discípulos? Ao batizá-los e ensiná-los tudo que Jesus comandou. "Ide" e "fazei discípulos" são os comandos da Grande Comissão. "Batizando" e "ensinando" são a forma que devemos usar para executar o aspecto de "fazer discípulos" da Grande Comissão. Muitos enxergam Atos 1:8 como parte da Grande Comissão também: "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra." A Grande Comissão é capacitada pelo poder do Espírito Santo. Devemos ser testemunhas de Cristo, realizando a Grande Comissão em nossas cidades (Jerusalém), em nossos estados e países (Judéia e Samaria) e qualquer lugar aonde Deus nos enviar (os confins da terra). Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/Grande-Comissao.html#ixzz32IZIVYfbCongresso de Lausane definiu: “O propósito de Deus é o evangelho todo, por toda a igreja, em todo o mundo, a toda criatura”. Você foi alistado para fazer parte dessa maior missão de resgate do mundo: Não do Katrina, não dos acidentes naturais, mas do maior acidente cósmico: a queda. Não de uma tragédia temporária, mas da perdição eterna.Ultimatoonline, http://www.ultimato.com.br/pagina/pacto-de-lausanne]

2. O mundo está dividido em dois grupos. "Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado" (Mc 16.16). Aqui, o Evangelho de Marcos destaca que há dois grupos de pessoas diante da mensagem de Jesus: Os que creem e os que não creem. Acerca da salvação, os Evangelhos não se preocupam com nacionalidade, raça, sexo ou condição sócio-econômica do homem (Gl 3.28). Não há judeu, não há gentio (Rm 3.9,10,23). Toda a humanidade é carente da graça de Deus e precisa decidir o seu futuro eterno crendo ou não no Evangelho. [Comentário: O mundo seria dividido entre dois grupos. Os crentes e os incrédulos. Os salvos e os perdidos. “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Em sua visão divina, Jesus não vê nacionalidade, condição social, a cor da pele, raça, sexo, condição financeira ou econômica (G1 3.28). Ele só vê dois tipos de pessoas. Os salvos pela fé e os perdidos por causa da descrença nEle e em seu evangelho. Os homens não têm alternativa. Ou creem para serem salvos ou permanecem na incredulidade para serem perdidos. Os discípulos entenderam que a Grande Comissão é questão de vida ou de morte. A escolha é de cada um. A responsabilidade é individual. Mas a missão de pregar o evangelho é coletiva. E da Igreja. Os evangelistas têm um papel de vanguarda. Mas a ninguém é dado o direito de escusar-se de ser testemunha de Jesus. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 98-99. Mc 16.16 Os discípulos receberam a ordem de batizar as pessoas, porque o batismo une cada crente a Jesus Cristo na morte dele ou dela para o pecado, e na ressurreição para uma nova vida. Não é a água do batismo que salva, mas a graça de Deus aceita através da fé em Cristo. Por causa da resposta de Jesus ao criminoso que morreu ao seu lado na cruz, sabemos que é possível sermos salvos sem sermos batizados (Lc 23.43). Jesus não disse que aqueles que não fossem batizados seriam condenados, mas que quem não crer será condenado. O batismo simboliza a submissão a Cristo, uma disposição para seguir o caminho de Deus e a identificação com o povo que tem uma aliança com Deus. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 304-305.]

3. A Grande Comissão hoje. A tarefa da evangelização do mundo está inacabada. Apenas 33% da população mundial é composta por cristãos das várias confissões de fé. Há regiões em que número de cristãos está diminuindo, como na Europa. Recentemente, na Alemanha, cerca de 340 igrejas fecharam as portas; em Portugal, quase 300. A Holanda e a Inglaterra são países considerados "pós-cristãos". Ainda na Europa, cerca de 1500 templos cristãos foram transformados em mesquitas, restaurantes, bibliotecas e casas de shows. Se a Igreja não experimentar um real e poderoso avivamento espiritual, em poucas décadas a Europa se tornará mulçumana ou o cristianismo não mais a influenciará. Precisamos evangelizar o continente europeu. [Comentário:  O livro de Atos dos Apóstolos registra o início do mandato da Grande Comissão. Foi o início da obra missionária da Igreja de Cristo. Após a descida do Espírito Santo, aqueles discípulos que estavam amedrontados, após a morte de Jesus, tornaram-se intrépidos evangelistas e saíram levando o evangelho aonde puderam chegar, mesmo por causa da perseguição religiosa. O apóstolo Pedro, que negara Jesus três vezes, antes de ser revestido pelo Espírito Santo, em sua primeira pregação, com altivez e coragem, viu quase três mil almas aceitarem a Cristo como Salvador. Suas palavras foram simples e objetivas: “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.38-41). A Grande Comissão continua até à volta e Jesus. E “tarefa inacabada”. Segundo estatísticas de organizações evangélicas, o mundo tem 33% de cristãos, incluindo católicos evangélicos, espíritas, Testemunhas de Jeová, e outros. Os evangélicos só alcançam 11 % do total da população mundial. Há muito que se fazer ainda, antes da vinda de Jesus. Há muito trabalho para as igrejas, em busca das almas perdidas. Nesse contexto, o papel dos evangelistas, dos pregadores e missionários é de grande valia e necessidade. Que Deus desperte mais obreiros genuínos para fazer a sua obra evangelizadora no mundo. Que os verdadeiros evangelistas e missionários se disponham a ganhar almas para Cristo. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 100-101. Todos os quatro evangelistas deram ênfase à grande comissão. Lucas a repete no livro de Atos. As últimas palavras de uma pessoa, são as mais importantes e urgentes. Essas foram as últimas palavras de Cristo. Os campos já estão brancos para a ceifa. O tempo é agora.]

SINOPSE DO TÓPICO (2)
A Grande Comissão ordenada por Jesus de Nazaré ainda é uma tarefa inacabada.


III. O DOM MINISTERIAL DE EVANGELISTA

1. O conceito de evangelista. O termo "evangelista" deriva do verbo grego euangelizo, isto é, transmitir boas novas (do evangelho). Como dom, refere-se àquele que é chamado para pregar o Evangelho. Foi concedido pelo Pai através de uma capacitação ministerial objetivando propagar o Evangelho de Cristo para toda a humanidade. O evangelista tem paixão pela salvação dos perdidos. Esmera-se por buscar da parte de Deus mensagens inspiradas para tocar os corações e quebrantar a alma dos pecadores. [Comentário:"euangelistes (εὐαγγελιστής), literalmente, 'mensageiro do bem' (formado de eu, 'bem', e angelos, mensageiro), denota 'pregador do Evangelho' (At 21.8; Ef 4.11, que deixa claro a distinção da função nas igrejas; 2 Tm 4.5). [...] Os missionários são 'evangelistas' por serem essencialmente pregadores do Evangelho." É um dom de Deus, concedido através da capacitação espiritual e ministerial para a propagação do evangelho de Cristo a todas as pessoas que estiverem ao alcance da mensagem do obreiro que tem a chamada para cuidar da evangelização, como prioridade em sua missão. Enquanto o pastor tem a missão de cuidar do ensino e do discipulado, diretamente on auxiliado por pessoas que amam cuidar dos novos decididos, o evangelista esmera-se em buscar de Deus mensagens inspiradas e cheias de unção para tocarem os corações dos pecadores. O evangelista é por excelência o pregador das Boas-Novas de salvação. O salmista viu o trabalho dos evangelistas, em mensagem profética: “O Senhor deu a palavra; grande era o exército dos que anunciavam as boas-novas” (Sl 68.11). Nos dias presentes, há muitos evangelistas, espalhados pelo Brasil e pelo mundo afora, difundindo a pregação do evangelho de salvação em Cristo Jesus. Seus corações ardem de amor pelas almas perdidas, e elaboram mensagens, com oração, jejum e estudo da Palavra, para que, na hora do sermão, sejam instrumentos nas mãos de Deus para alcançar a mente e o coração dos que precisam de Cristo. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 101. Evangelista é aquele que é chamado para pregar o Evangelho em muitos lugares. Evangelizar significa trazer boas novas a alguém, especificamente anunciar informações a respeito da salvação cristã (1 Co 15.1-4). A palavra é encontrada três vezes no Novo Testamento. Os evangelistas estão relacionados junto com os apóstolos, profetas, pastores e doutores, como aqueles que são chamados para compartilhar a construção da igreja (Ef 4.11ss). Filipe foi chamado de "o evangelista" (At 21.8). Embora fosse um dos sete escolhidos para aliviar os apóstolos da tarefa de distribuir alimentos (At 6.5), ele foi especialmente notado por sua atividade evangelizadora. De Jerusalém, ele foi até Samaria e pregou com grande sucesso (At 8.4ss). Dali foi enviado para evangelizar um oficial da corte etíope, que estava viajando para casa depois de visitar Jerusalém (At 8.26ss). Então pregou o Evangelho desde Azoto até Cesárea, onde tinha sua casa (At 8.40; 21.8). Timóteo, o jovem ministro, foi exortado a realizar o trabalho de um evangelista (2 Tm 4.5) como um acompanhamento de sua supervisão pastoral. Está claro que, embora os apóstolos e outros compartilhassem o trabalho de evangelização, havia homens que Deus chamava especialmente para essa tarefa. Nos anos posteriores, os escritores dos quatro Evangelhos foram chamados de evangelistas porque registraram, de forma persuasiva, os fundamentos do Evangelho de Cristo.N. B. B.PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 725-726.]

2. O papel do evangelista. O evangelista é, por excelência, o pregador das boas-novas de salvação. Através da sua mensagem, vidas são alcançadas e conduzidas a Deus. Muitas vezes, o evangelista torna-se um plantador de igrejas, como tem ocorrido em diversos lugares do Brasil e pelo mundo afora. Um evangelista cheio da graça de Deus poderá tocar corações com a mensagem do Evangelho de modo tão convincente que leva o povo a crer e acatar as boas-novas da salvação e ao Salvador Jesus. [Comentário: A mensagem do evangelista foi tão impactante, que o homem converteu-se e desejou ser um seguidor de Cristo. Após a bem-sucedida evangelização, ao lado do alto dignitário etíope, Filipe deve ter-lhe falado sobre a necessidade do batismo em águas. Sem perda de tempo, o novo convertido a Jesus quis logo ser batizado em águas. Diz o texto (At 8.36, 37). Ali, na estrada deserta, entre Jerusalém e Gaza, três coisas importantes ocorreram, na vida do evangelista Filipe. Ele pregou o evangelho, na unção do Espírito Santo; o atento ouvinte aceitou a Cristo como Salvador; o discipulado foi tão eficaz, que o novo decidido quis logo batizar-se em águas; e Filipe mostrou qual é a condição para um novo crente ser batizado: “E lícito, se crês de todo o coração ’. Essa é a razão porque não se deve batizar crianças, quando não sabem discernir a fé em Cristo. E necessário que o novo crente creia de todo o coração. E, para isso, é indispensável o ensino ou o discipulado consciente e fundamentado na Palavra de Deus. “E mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou” (At 8.38). Aquele foi um caso especial, em que o novo convertido foi batizado no mesmo dia em que ouviu a mensagem evangelística. Nos dias presentes, é aconselhável só batizar quem tem consciência do que é ser um cristão verdadeiro, e não apenas congregado ou membro de uma denominação. Quando não há esse cuidado, de um discipulado eficaz, cumpre-se o que dizia um velho pastor, em relação ao batismo em águas de pessoas que não têm certeza nem testemunho da conversão: “mergulha-se um pecador enxuto e sai das águas um pecador molhado”. Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a DEUS e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 102-103.]

3. A finalidade do ministério do evangelista. Da mesma forma que o ministério do apóstolo e do profeta, o do evangelista tem por finalidade preparar os santos do Senhor para uma vida de serviço cristão, bem como à edificação do Corpo de Cristo (Ef 2.20-22). Por isso, espera-se desse obreiro que o fundamento do seu ministério seja Jesus Cristo, o nosso Senhor. Não pode haver outro fundamento, senão Cristo! O evangelista deve também, em tudo, ser sensível à voz do Espírito Santo. A exemplo de Filipe, o obreiro deve ser obediente ao Senhor, seja para pregar a multidões, seja para falar a uma única pessoa (At 8.6,26-40). Outro aspecto importante desse ministério é a habilidade que o evangelista deve ter na transmissão das boas-novas. O arauto de Deus precisa ser capaz de responder à seguinte pergunta dirigida ao pecador: "Entendes o que lês?" (At 8.30). [Comentário: No versículo 20, a igreja é comparada a um edifício. Os apóstolo e profetas são o fundamento desse edifício. Eles podem ser chamados assim em um sentido secundário, onde Cristo é o fundamento principal. Mas, nós temos de entender esse aspecto no contexto da doutrina anunciada pelos profetas do Antigo Testamento e os apóstolos do Novo. Lemos então: “...de que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina”. Nele, judeus e gentios se reúnem e constituem uma igreja; e Cristo sustenta o edifício pela sua força: “...no qual todo o edifício, bem ajustado...” (v. 21). Todos os crentes, que formam a igreja, estando unidos em Cristo pela fé, e entre si pela caridade cristã, “...crescem para templo santo...”, tornando-se uma sociedade sagrada, na qual há muita comunhão entre Deus e seu povo, como no templo. Na igreja eles o adoram e servem, e Ele se manifesta no meio deles. Eles oferecem sacrifícios espirituais a Deus, e Ele reparte suas bênçãos e favores a eles. Assim, o edifício, pela sua natureza, é um templo, um templo santo; porque a igreja é o lugar que Deus escolheu para colocar o seu nome, e ela se tornou um templo pela graça e força obtida dele - no Senhor. A igreja universal sendo edificada sobre Cristo como a pedra fundamental, e unida em Cristo como a principal pedra da esquina, vem finalmente a ser glorificada nele como a pedra mais elevada: “...no qual também vós juntamente sois edificados...” (v. 22). Observe: Não somente a igreja universal é chamada de templo de Deus, mas as igrejas locais também o são. Cada crente verdadeiro é um templo vivo, um edifício “...para morada de Deus no Espírito”. Deus habita em todos os crentes que se tornaram o templo de Deus por meio da operação do abençoado Espírito, e essa moradia agora é uma garantia da moradia deles junto com Ele na eternidade.HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 585.]

SINOPSE DO TÓPICO (3)
O papel do evangelista é exercer o ministério dado pelo Altíssimo como arauto de Deus.

CONCLUSÃO

O dom ministerial de evangelista é concedido por Deus a algumas pessoas conforme o propósito do Espírito Santo para o fortalecimento e a edificação das igrejas locais. Isto, porém, não significa desobrigar os crentes individualmente do labor da evangelização. Todo seguidor de Cristo, isto é, todo aquele que se acha discípulo de Jesus, tem em sua caminhada cristã o firme compromisso de propagar a mensagem do Evangelho. E deste compromisso não pode se apartar um único milímetro. Que Deus levante mais evangelistas para a sua grande seara! [Comentário: O Pastor Estêvam Angelo de Souza (1922 - 1996 - escritor, teólogo e grande líder que dirigiu a Assembleia de Deus no estado do Maranhão entre os anos de 1957 a 1996), em sua obra "Os Dons Ministeriais" (CPAD, 1993, p. 43) afirma o seguinte: "Devido a incorreta concepção do ministério de evangelista, vemos, às vezes, um 'Evangelista' ocupado com uma pequena igreja, completamente fora de sua função, ou mesmo, sem qualquer evidência deste dom ministerial. É evangelista simplesmente porque alguém o determinou ou porque lhe deram este nome. Isto nada tem a ver com o verdadeiro ministério de evangelista; isto não tem nenhum fundamento bíblico." Estevam Ângelo de Souza afirma ainda que "Não temos informação de que Filipe fora ordenado como evangelista para Samaria" , e que "[...] o poderoso dom de evangelista não é comum a todos os crentes; no entanto, a responsabilidade de pregar o Evangelho a toda a criatura é comum a todos os salvos, a quantos amam a Deus e a sua obra!" (Ibid., p. 48). Finalizando, entendo que, os evangelistas são aqueles cristãos, homens e mulheres, que inflamam sua vida e sua mente, com a propagação do Evangelho. Entendo que estes são os que vão em hospitais, presídios, praças, favelas, àqueles lugares onde todos rejeitam ir; seu interesse é o campo missionário! Você tem feito discípulos? Você tem buscado os perdidos? Você tem sido um ministro da reconciliação? Você tem gerado filhos espirituais? Você ganhado pessoas para Cristo? Uma alma vale mais do que o mundo inteiro!] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco Barbosa