SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Os dons de poder são
classificados dentro dessa categoria porque estão relacionados à manifestação
de curas e milagres, através de uma fé sobrenatural. Como é peculiar dos
milagres, dizem respeito à realização de maravilhas, cuja causa é Deus, que tem todo poder sobre a natureza, sendo Ele mesmo
Seu Criador. Na aula de hoje aprenderemos sobre os seguintes dons de
poder com base em I Co. 12.4,9,11: dom de
fé, dons de curar e dom de operação de maravilhas.
1. O DOM DE FÉ
A fé, de acordo com o autor da Epístola aos hebreus, “é a
certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem” (Hb.
11.1), e vai mais além, afirma que “sem fé é impossível agradar a Deus” (v. 6).
Mas essa fé (gr. pistis) não é a fé enquanto dom, trata-se da fé enquanto
aspecto do fruto do Espírito. Em Gl. 5.22, essa fé é traduzida em algumas
versões como fidelidade. É uma segurança plena em Deus, mesmo diante das
situações mais adversas. De modo que Moisés abandonou o Egito e não ficou
amedrontado com a cólera do rei; antes permaneceu firme como quem vê Aquele que
é invisível (Hb. 11.27). Essa fé também deve ser diferenciada daquela para a
salvação, tendo em vista que a fé vem pelo ouvir, pela Palavra de Deus (Rm.
10.17; Ef. 2.8). A fé denominada salvífica opera para a salvação, que resulta
em uma confiança na suficiência do sacrifício de Cristo (Jo. 3.16). Ainda
existe a fé como conjunto de crenças, a doutrina defendida pela igreja, a
ortodoxia que se diferencia da heterodoxia (I Tm. 1.19; II Tm. 2.18). A fé como
dom é uma operação sobrenatural, geralmente instantânea, com vistas à operação
de alguma cura ou milagre. Quando o crente recebe essa fé, tudo se torna
possível, grandes coisas podem acontecer (Mc. 9.23). Essa fé independe da
atuação humana, pois é totalmente dependente de Deus. Em alguma circunstância,
quando Deus quer operar, Ele libera uma porção de fé sobre o cristão. Quando isso acontece, os cristãos são instrumentalizados com poder,
para alterar o curso natural da realidade (Mt. 14.30; Lc. 17.3-6). Foi com essa
fé que Jesus ressuscitou Lázaro (Jo. 11) e libertou a filha de uma mulher
Cananéia (Mt. 15.22-28). Existe uma relação muito próxima entre a fé dom e a
cura (Mt. 9.22). Jesus ressaltou, em várias ocasiões, que a fé de uma
determinada pessoa resultou em cura (Mt. 8.13; 9.26-29; Mc. 5.34). Paulo também
observou essa fé miraculosa, através da qual Deus fez que um paralítico andasse
(At. 14.8-10). É esse tipo de fé pela qual devemos orar, pedindo a Deus,
a fim de que possamos fazer proezas para Deus (Lc. 17.3-5).
2. DONS DE CURAR
Os dons de curar (gr. charismata
iamaton) são apresentados no plural no Novo Testamento grego, ressaltando,
assim, que se trata de uma diversidade, mesmo entre as possiblidades de curas.
Não podemos esquecer que o Espírito distribui os dons como lhe apraz. Por
conseguinte, nem todos recebem os dons, e mesmo entre os que recebem os dons de
cura, esse não sana todas as enfermidades. Por isso não é apropriado o crente
afirmar que possui o dom de curar, pois, na verdade, o que acontece é o uso de
Deus, para a cura de determinadas enfermidades. Jesus curou muitas pessoas pelo
dom do Espírito Santo, mas não curou a todos e nem todas as enfermidades (Mt.
20.30-34), um exemplo disso é a cura do paralítico próximo ao tanque de Betesda
(Jo. 5.1-9). A cura do corpo precisa ser percebida dentro de uma perspectiva
teológica mais ampla, que envolve a glorificação do corpo, que se dará no
futuro, na dimensão escatológica (I Co. 15.51-54). Ela aponta também para o
passado, quando Cristo, na cruz, carregou nossas transgressões (Is. 53.4,5).
Mateus, em seu relato evangélico, reafirma essa doutrina, reconhecendo que
Jesus tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças (Mt.
8.16,17). Para evitar equívocos e extremos em relação às doenças e
enfermidades, e não as associarmos com os pecados das pessoas, tal como fizeram
alguns discípulos de Jesus (Jo. 9.1,2), precisamos saber que estamos em mundo
caído (Rm. 5.12). Por essa razão estamos sujeitos às enfermidades, como
qualquer pessoa que habita essa terra. Existem casos de doenças decorrentes do
pecado (Tg. 5.14-16), mas não podemos fazer generalizações, tal como os amigos
de Jó, afirmando que ele adoeceu por causa do pecado, tal pensamento foi
repreendido por Deus (Jó. 42.7). Há também enfermidades causadas por operações
malignas, mas isso também não é regra geral (Lc. 13.16; At. 10.38). Em termos
práticos, o dom de cura pode ser manifesto por meio da oração da pessoa
enferma, dos membros da igreja (Tg. 5.16), e pela imposição de mãos (Mc.
16.18). Reafirmamos, como temos feito ao longo destes estudos, que os dons de
curar nada têm a ver com técnicas medicinais. Por outro lado não devemos nos
apor à intervenção médica, o próprio Jesus ressaltou a importância dos médicos
para os doentes (Mc. 2.17). Ninguém deve ser estimulado a abandonar um
tratamento médico sem que a cura seja clinicamente atestada. Esse cuidado evita
frustrações posteriores, principalmente escândalos dentro e fora da igreja. Ao
mesmo tempo, enquanto oramos pelos enfermos, entregando-os nas mãos de Deus,
para serem curados, assumimos, com fé, que Jesus é o mesmo ontem, hoje e para
sempre (Hb. 13.8).
3. DOM DE OPERAÇÃO DE MARAVILHAS
O dom de operação de maravilhas
(gr. energemata dynameon) está relacionado à operação de milagres. Este, por
sua vez, é um evento ou efeito no mundo físico, que não se coaduna às leis da
natureza ou que sobrepuja o conhecimento de tais leis. Os milagres de Jesus
chamavam a atenção daqueles que os testemunhavam (Mt. 9.33; Mc. 4.41). O Senhor
enviou Pedro ao mar, para fisgar um peixe, e ao abri-lo, em conformidade com a
palavra, retirou uma moeda da boca do peixe (Mt. 17.27). Paulo também foi usado
por Deus para realizar maravilhas, as enfermidades fugiam das suas vítimas e os
espíritos malignos se retiravam das pessoas oprimidas (At. 19.11,12). Os
milagres são sinais, eles apontam para o caráter messiânico de Cristo, para
demonstrar que Ele é o Senhor, principalmente o Salvador da humanidade. Os
milagres não são espetáculos, não devem ser usados para ganhar dinheiro, muito
menos para fazer publicidade. O objetivo central dos milagres é a glorificação
de Deus, no Seu filho Jesus Cristo (Jo. 14.12,13). ). Lucas testemunha que o
ministério de Cristo foi aprovado por Deus com milagres, prodígios e sinais
(At. 2.22). Quando os milagres apontam para Cristo, as pessoas glorificam a
Ele, se voltam para adorá-LO, reconhecendo-O como Senhor e Salvador (Lc.
19.37). Os missionários experimentam com poder a operação de maravilhas, os
sinais tendem a acompanhar aqueles que se dedicam à evangelização (Mc.
16.15,16). Por isso Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários
(At. 19.11). Os milagres, durante a vida ministerial, comprovam que o Pai está
em Cristo, e que Cristo está conosco (Jo. 10.38). O espanto decorrente dos
milagres pode servir para que as pessoas se voltem para Deus (Mc. 7.37), assim
ocorreu quando Jesus ressuscitou o filho da viúva de Naim (Lc. 7.11-16). Muitos
creram no Senhor por meio dos milagres realizados pelos apóstolos (At. 9.32-32).
A pregação do reino de Deus deve anteceder a ministração da cura, nunca o
contrário como fazem alguns pregadores televisivos (Mt. 10.7,8).
CONCLUSÃO
A igreja evangélica precisa
despertar para o valor desses dons de poder: fé para realizar milagres, dons de
curar para libertar os enfermos e operações de maravilhas. Todos esses dons têm
como objetivo precípuo a adoração a Deus, glorificar o Filho, Jesus Cristo, por
meio de quem realizamos proezas para Deus, também nos dias atuais (Jo. 14.12).
Para tanto, devemos pedir ao Senhor uma fé sobrenatural, a fim de que possamos
realizar grandes coisas para Deus.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
O ministério terreno de Jesus foi marcado por inúmeros milagres,
principalmente curas. A história eclesiástica comprova que a Igreja do primeiro
século também operou maravilhas no poder do Espírito Santo. Entre os primeiros
cristãos sobejavam os dons de poder. Se Jesus não mudou e os dons espirituais
são para a Igreja de hoje, por que atualmente não vemos as manifestações dos
dons de poder em nosso ambiente com mais frequência? Será falta de conhecimento
a respeito do assunto? Ou será por causa do mau uso que alguns fazem das
dádivas divinas?
Nesta lição estudaremos a respeito dos dons de poder. Veremos como eles
são necessários à vida da igreja. Se você deseja recebê-los e usá-los para a
glória do nome do Senhor; proporcionando a edificação da igreja, busque-os com
fé em oração. [Comentário: Na
continuidade do estudo dos dons espirituais, tomando a lista de 1 Coríntios
12.8-11, e na divisão didática sugerida na lição anterior, hoje faremos o
estudo dos chamados dons de poder, ou seja, os dons de curar, a operação de
maravilhas e o dom da fé. O pastor Raimundo F. de Oliveira escreve em seu livro
‘A Doutrina Pentecostal Hoje’: “Os dons de poder formam o segundo grupo dos
dons do Espírito Santo, e existem em função do sucesso e do cumprimento da
grande comissão dada por Jesus Cristo. Como o Evangelho é o poder de Deus, é
natural que tenha a sua pregação confirmada com sinais e maravilhas
sobrenaturais, que ratificam esse Evangelho e lhe dão patente divina.” Raimundo
F. de Oliveira. A Doutrina Pentecostal Hoje. Editora CPAD] Tenhamos todos
uma excelente e abençoada aula!
1. O que significa fé? Na epístola aos Hebreus
lemos que “a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das
coisas que se não vêem” (11.1). Essa é a definição bíblica sobre a fé, pois
mostra a total confiança e dependência em Deus. Aprendemos com o texto do
capítulo 11 de Hebreus, conhecido como a "galeria dos heróis da fé”, que
Deus é poderoso para fazer todas as coisas, sendo a nossa fé em Deus,
fundamental para as operações divinas entre os homens. [Comentário:
O dicionário VINE assim define o termo fé: “pistis, primariamente,
‘persuasão firme’, convicção fundamentada no ouvir, sempre é usado no NT acerca
da ‘fé em Deus ou em Jesus, ou às coisas espirituais’” DICIONÁRIO VINE -
W. E. Vine, Merril F. Unger & William White Jr. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
1ª edição, 2002; p. 648;. Em Mt 17.20 Jesus fala de uma fé que pode
remover montanhas, operar milagres e curas, e realizar grandes coisas para
Deus. É uma fé genuína que produz resultados: ‘nada vos será impossível’. É
distinta da fé que produz salvação e da fé como fruto do Espírito. Não se trata
da fé para salvação, mas de uma fé sobrenatural especial, comunicada pelo
Espírito Santo, capacitando o crente a crer em Deus para a realização de coisas
extraordinárias e milagrosas. É a fé que remove montanhas (1Co 13.12) e que
freqüentemente opera conjuntamente com outras manifestações do Espírito Santo,
como os dons de cura e de operação de milagres e maravilhas.]
2. A fé como dom. É distinta daquela que
recebemos por ocasião da nossa conversão: a fé salvífica (Rm 10.17; Ef 2.8).
Igualmente, se distingue da fé evidenciada como fruto do Espírito (Cl 5.22). O
dom da fé é a capacidade que o Espírito Santo concede ao crente para este
realizar coisas que transcendem à esfera natural da vida, objetivando sempre a
edificação da igreja. De acordo com o teólogo Stanley Horton, esse dom “é uma
fé milagrosa para uma situação ou oportunidade especial”. [Comentário:
Não confundamos este dom com a fé natural ou mesmo aquela manifestada
para a conversão. A palavra de Paulo ao carcereiro de Filipos mostra a fé para
a salvação: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa” (At
16.31) A redenção não se obtém pelos méritos, mas unicamente pela fé no Filho
de Deus (Ef 2.18). O segredo do Cristianismo não é o ‘ver para crer’ e, sim, o
‘crer para ver’. A fé “é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas
que se não vêem” (Hb 11.1). A fé natural se constitui num elemento puramente
humano. Essa fé é daquele que crê que Deus existe, mas nele não deposita
confiança. Qualquer pessoa pode possuí-la, independente de ser cristão ou não.
É a fé que o agricultor tem quando semeia o trigo, o arroz, o feijão, com a
esperança de que vai nascer. Satanás também acredita que Deus existe e tem
poder, (Tg 2.19). O dom da fé é um equipamento sobrenatural, que concede ao
crente poder de confiar em Deus nas ocasiões em que só um milagre pode alterar
a situação. É um poder extraordinário de confiança no Senhor, capacitando para
se valer dos recursos do poder divino. É um alto grau de fé, no poder e na
misericórdia, mediante a qual até milagres podem ser operados (Hb 11.32-34).
Este dom capacita o crente a confiar quando tudo está aparentemente perdido,
sem a mínima esperança de uma solução, atua visando fazer triunfar a vontade de
Deus. Aqui, o impossível se torna possível, o abstrato se torna concreto, o
invisível se torna visível, e o absurdo se torna uma possibilidade. Para Deus
nada é impossível. A fé como dom é distribuída soberanamente pelo Espírito
Santo para o proveito da Igreja onde ela for necessária. Recebemos a permissão,
na verdade uma ordem, de "procurar os melhores dons", e isto
"com zelo" (1Co. 12.31). É possível que este desejo sério esteja
relacionado com "a medida da fé que Deus repartiu a cada um" (Rm
12.3), e a Bíblia nos incentiva a orarmos por um aumento da nossa fé. Mesmo
assim, a partilha dos dons não depende da nossa vontade, mas da vontade do
próprio Espírito Santo. Portanto, os charismata provêm da vontade graciosa de
Deus, e são concedidos por Ele através do Espírito Santo.]
3. Exemplo Bíblico do dom da fé.
Quando
guiou o povo de Israel na saída do Egito e se aproximou do Mar Vermelho, já na
iminência de ser destruído por Faraó, Moisés disse: “Não temais; estai quietos
e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje
vistes, nunca mais vereis para sempre. O Senhor pelejará por vós, e vos
calareis” (Êx 14.13,14). Moisés “viu” pela fé o livramento do Senhor antes de o
fato acontecer. Esta é uma boa amostra bíblica do exercício do dom da fé. [Comentário:
Reproduzo aqui o que escreve o Pr Elinaldo Renovato, em seu livro ‘Dons espirituais
& Ministeriais Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário’: “A
resposta do líder do Êxodo foi uma demonstração de uma fé fora do comum.
“Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos e vede o livramento do
Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais
vereis para sempre. O Senhor pelejará por vós, e vos calareis” (Êx 14.13,14).
Ele “viu” o livramento de Deus antes que acontecesse. Se tivesse falhado em sua
fé, teria havido uma tragédia contra a sua liderança. Vemos esse dom operando
na vida de Daniel. Quando soube do decreto do rei, proibindo que alguém fizesse
qualquer pedido ou súplica a qualquer pessoa ou a qualquer Deus, e não
unicamente ao rei, seria lançado na cova dos leões famintos, Daniel continuou
orando ao Senhor, como o fazia três vezes ao dia. Foi acusado pelos seus
adversários, e foi lançado na cova dos leões. O próprio rei viu que Daniel
tinha fé em seu Deus (Dn 6.16). Daniel foi salvo da morte (Dn 6.23).
Certamente, o exemplo do profeta Elias, diante dos profetas de Baal e de Asera,
no Monte Carmelo, também envolveu o dom da fé. Ele fez um desafio aos profetas
dos deuses falsos. Propôs que o Deus que respondesse com fogo seria o
verdadeiro Deus. E Deus honrou sua fé, fazendo cair fogo do céu sobre o altar
encharcado de água (1 Rs 18.22-39). Em sua viagem a Roma, o apóstolo Paulo foi
vítima de um grande naufrágio. Escapando na Ilha de Malta, ele e os demais
náufragos foram acolhidos com hospitalidade. Ali, experimentou um milagre extraordinário.
Ao colocar alguns pedaços de madeira numa fogueira, foi picado por uma cobra
venenosa, conhecida na região. Os nativos logo imaginaram que Paulo iria
perecer dentro de poucas horas, pois sabiam que o efeito do veneno era mortal.
Mas o servo de Deus, simplesmente, sacudiu a mão e a víbora cai no fogo, e nada
lhe aconteceu (At 28.1-6). Esse dom da fé não se desenvolve. E concedido, em
ocasiões especiais, para a resolução de algum problema insolúvel aos meios
normais, racionais, ou naturais. E só é dado a quem já tem fé em Deus e em suas
promessas. “Esse dom em ação gera uma atmosfera de fé, que dá convicção de que
agora tudo é possível (cf. Jo 11.40-44; Mc 9.23). [...] Esse dom é um impulso
poderoso à oração da fé (cf. Tg 5.17), pois impõe a certeza de que para Deus
tudo é possível (cf. Lc 1.37; Mc 10.27).”3 Quando se diz que tudo é possível
deve-se ter em mente que se tem em mente tudo o que é de acordo com a vontade
de Deus Elinaldo Renovato. Dons espirituais & Ministeriais Servindo a
Deus e aos homens com poder extraordinário. Editora CPAD. pag. 45-46.]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
O Espírito Santo
concede aos crentes o dom da fé para que ele possa realizar coisas que
transcendem à esfera natural, visando à edificação da igreja.
II - DONS DE CURAR (1 Co 12-9)
1. O que são os dons de curar? São recursos de caráter
sobrenatural para atuarem na cura de qualquer tipo de enfermidade. Por isso a
expressão está no plural. Deus é quem cura! Ele concede os “dons” segundo o
conselho da sua vontade, sabedoria e no momento certo. No Antigo Testamento, o
Todo-Poderoso se manifestou ao povo de Israel como “Jeová Rafá” — O Senhor que
sara (Êx 1 5.26; SI 103.3). A concessão desses dons à Igreja deve-se à
necessidade de o Evangelho ser anunciado como uma mensagem poderosa ao não
crente, que outrora não tinha fé, mas que agora passou a crer no Evangelho,
arrependendo-se dos seus pecados (Mc 16.1 7,1 8; At 3.1 1-26; 4.23-31). [Comentário:
Dos dons de poder, a cura estabelece a continuidade do ministério terreno
de Jesus. Ele sarou a muitos e ordenou a seus discípulos: “Curai os enfermos”
(Mt 10.8). Em 1Co 12.9 Paulo se refere a ‘dons de curar’. Do grego charismata e
iamaton, convergindo para o português ‘dons de curar’. O fato destas palavras
estarem no plural não deixa dúvidas de que se trata de ‘dons especiais. A
Bíblia de Estudo Plenitude comentando 1Co 12.8-11, afirma: “Os dons de curar
são aquelas curas que Deus realiza sobrenaturalmente pelo Espírito. O plural
sugere, que como existem muitas doenças e moléstias, o dom está relacionado à
cura de muitas desordens” Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP,
Sociedade Bíblica do Brasil, 2001. Nota textual 1Co 12.8-11, p. 1189. Já
a Bíblia de Estudo Pentecostal traz o seguinte: “O plural indica curas de
diferentes enfermidades e sugere que cada ato de cura vem de um dom especial de
Deus STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal; CPAD. 2ª impressão,
1996, Rio de Janeiro; Adaptado do no Estudo Doutrinário Dons Espirituais para o
Crente; pp.1756 e 1757.]
2. A redenção e as curas. Apesar de o crente ser
redimido pelo Senhor através da obra expiatória efetuada por Jesus na cruz do
Calvário, ele (o crente) ainda aguarda a redenção do seu próprio corpo. Quando
o apóstolo Paulo tratou dos males que afligem à criação como resultado do
pecado da humanidade, escreveu que “não só ela, mas nós mesmos, que temos as
primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a
saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.2 3). Enquanto não recebermos o novo
corpo imortal e incorruptível estaremos sujeitos a toda sorte de doenças. [Comentário:
Aquele que recebe o dom de curar deve ser cônscio de que não pode curar
indiscriminadamente quem quer; para que haja a cura é necessário que haja fé
por parte do doente e também da permissão de Deus, ou seja, a cura do indivíduo
depende do querer de Deus para com ele naquele momento. A Bíblia afira que, por
onde os apóstolos passavam, os milagres e as curas aconteciam, e o povo era
liberto ao ouvir a mensagem do Evangelho. É necessário saber que as curas
divinas convenciam as pessoas do poder salvador de Jesus. Filipe exerceu o
poder de cura e libertação (At 8.5-7). Sem dúvida alguma, a pregação do
Evangelho, acompanhada por sinais e prodígios, promove a fé e a conversão de
muitas almas a Cristo. Negar este fato é negar a própria fé pentecostal. Os
dons de curar devem estar presentes na Igreja hoje para promover a fé e a
ousadia na pregação do Evangelho e, principalmente, para que ela não caia na
rotina e mero formalismo]
3. A necessidade desses dons. Os dons de curar são
necessários à igreja da atualidade. Num mundo incrédulo em que a medicina se
desenvolve rapidamente, o ser humano pensa que pode superar a Deus. A humanidade
precisa compreender a sua limitação e convencer-se da sublime realidade de um
Deus Todo-Poderoso que, em sua misericórdia e amor, concede sabedoria a homens
e mulheres para multiplicar o conhecimento da medicina visando o bem-estar de
todos. Quanto aos dons de curas, são manifestações de poder sobrenatural que o
Espírito Santo colocou à disposição da Igreja de j Cristo para que a humanidade
reconheça que Deus tem o poder de sanar todas as doenças. [Comentário:
A fim de que a missão da Igreja não pudesse ser limitada à capacidade de
simples iniciativa humana, o Espírito Santo fornece dons especialmente
designados e distribuídos. A clara intenção é que a cura sobrenatural dos
doentes deve ser um ministério permanente, estabelecido na Igreja ao lado e favorecendo
a obra de evangelização do mundo. Isso vale para hoje – eterno – ‘porque os
dons e a vocação de Deus são sem arrependimento’ (Rm 11.29) Bíblia de
Estudo Plenitude, Barueri, SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 2001. Nota textual
1Co 12.8-11, p. 1188. A Igreja é a expressão de Cristo, pois ela é o seu
corpo dinâmico na terra (1Co 12.12,27). Quando pregamos a Cristo, demônios são
expulsos, oramos e impomos as mãos sobre os enfermos, o fazemos em nome do
Filho de Deus. Os dons de curar são especiais para a libertação de vários tipos
de enfermidade. Eles atuam em prol da saúde do povo de Deus e da conversão dos
que não conhecem a Cristo. Como o dom da fé, os dons de curas não são
concedidos a todos os crentes (cf 1Co 12.11,30), todavia, todos nós podemos orar
pelos enfermos e havendo fé, eles serão curados.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
Existe uma
variedade de manifestações do dom de curas. Sua concessão à igreja deve-se ao
fato de que Deus quer dar saúde a seu povo.
III - O DOM DE OPERAÇÃO DE MARAVILHAS (1 Co 12.10)
1. O dom de operação de
maravilhas. Este
dom realiza obras extraordinárias além do poder humano. O dom de operação de
maravilhas altera a ordem natural das coisas consideradas impossíveis e
impensáveis. [Comentário: É algo sobrenatural (2Rs 4.1-7); algo que vai
contra todas as leis da natureza (2Rs 4.32-37); algo que vai contra as leis da
química e da física (2Rs 6.1-7); algo que está acima da compreensão e
raciocínio humano, capaz até mesmo de mudar toda a ordem universal (Js
10.12-13). Existem três termos gregos identificados com o dom de maravilhas:
dunamis, que significa poder, sem o qual não haveria milagres; teras, algo
estranho que leva o observador a se maravilhar; maravilha, correspondendo ao
que é assombroso e admirável, e semeion, que encerra o sentido de sinais.
Portanto, sinais e maravilhas estão na mesma magnitude de milagres. Pedro, em
seu sermão no dia de Pentecostes, asseverou: “Varões israelitas, escutai estas
palavras: a Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre vós com maravilhas,
prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem
sabeis” (At 2.22). O sinal tem o propósito de apelar para o entendimento, a
maravilha apela para a imaginação, o poder (dunamis) indica que a sua fonte é
sobrenatural DICIONÁRIO VINE - W. E. Vine, Merril F. Unger & William
White Jr. CPAD, Rio de Janeiro, RJ. 1ª edição, 2002; p. 774. Dom de
operação de Maravilhas, portanto, é a capacitação sobrenatural que o Espírito
Santo concede a Igreja de Cristo para que esta realize sinais, maravilhas e
obras portentosas, incluindo algumas como a ressurreição de mortos (Lc
7.11-17), e intervenção nas forças da natureza (Ex 14.21); incluindo os atos
divinos em que se manifesta o reino de Deus contra satanás e os espíritos
malignos (Jo 6.2).]
2. Exemplos bíblicos. O ministério terreno de
Jesus foi marcado por operações de maravilhas. O Bom Mestre repreendeu o vento
e o mar, e estes logo se aquietaram (Mt 8.23-27). O nosso Senhor atestou por
muitas vezes o seu poder sobre a natureza criada para sua glória (Jo 1.3).
Podemos destacar outros exemplos de operação de maravilhas no ministério de
Jesus: a ressurreição do filho da viúva de Naim (Lc 7.11 -1 7); a ressurreição
da filha de Jairo (Mc 5.21-43); a ressurreição de Lázaro, morto havia quatro dias
(Jo 11.1-45). Nosso Senhor tem todo o poder sobre a morte, pois para Ele “nada
é impossível” (Lc 1.37). Nosso Deus não mudou. O Pai Celestial deu dons a sua
igreja a fim de que ela atue no mundo moderno com poder e graça. [Comentário: Fritz Rienecker. (1887-1965),
editor, pastor e teólogo evangélico alemão, escreve o seguinte em seu
Comentário Esperança Evangelho de Mateus: “A autoridade de Jesus de realizar
milagres chega ao auge. Jesus tem poder sobre as forças da natureza, revela sua
autoridade sobre os poderes demoníacos (8.28-34) e sobre os poderes da morte
(9.18-26). Pelo plano indicado em 8.18, Jesus também queria anunciar o
evangelho na região além do mar da Galiléia, na terra das Dez Cidades. Tendo
falado longamente ao povo na margem de cá, estava tão cansado que, segundo a
informação muito exata de Marcos, nem saiu do navio do qual tinha ensinado o
povo. Seus discípulos o tinham levado “assim como estava”, i. é, sentado no
barco. Alguns outros barcos os acompanhavam, formando uma pequena frota. O tempo
estava calmo. Jesus, cedendo ao cansaço, adormeceu. O pincel de Marcos
preservou para nós o quadro com maior exatidão. Jesus estava deitado na parte
traseira do pesqueiro, sua cabeça repousava sobre um travesseiro que uma mão
amiga lhe tinha oferecido. A palavra adormeceu significa no texto original
“caiu em profundo sono”. É um termo do grego tardio. No lago cercado de
montanhas ocorre muitas vezes, sobretudo no final da tarde em dias quentes, que
súbitas tempestades intensas descem dos morros. Esse fenômeno conhecido é
indicado em Lc 8.23 com o termo “caiu sobre eles”, como diz o original. Mateus
expressa a vinda súbita e surpreendente da tempestade novamente com a palavra
eis (cf. o exposto em 1.18). Subitamente a tempestade veio sobre eles. Os v. 25-27
mostram um quadro com uma expressividade dificilmente igualada sobre a terra.
Os discípulos entram com Jesus na tempestade, i. é, penetram repentinamente na
aflição, no perigo extremo, nas piores dificuldades. O que os discípulos fazem
primeiro? Eles trabalham. São especialistas do ramo. Dirigem o barco como
pessoas capacitadas. Afinal, conhecem a tempestade e o clima. Várias vezes
essas tempestades já se abateram repentinamente sobre eles. E agora novamente
um furacão desses! As ondas se agitam às alturas, os marinheiros recorrem a
todas as forças para vencer o apuro e a tempestade. Empenham-se, trabalham
arduamente, controlam as velas etc. É errado isso? Não, pois o cristão deve
trabalhar, sim. Deve ser o trabalhador mais dedicado. O que é que os discípulos
precisam reconhecer? Que o perigo é maior que suas forças, as dificuldades
superam a sua capacidade. Que fazem, pois, os discípulos? Ficam nervosos!
Gritam e perdem o controle. Sua maior aflição, porém, é esta: O Senhor Jesus
dorme, ele silencia! Isso os leva a uma agitação maior ainda. Como Jesus pode
ser tão indiferente, dormindo numa dificuldade dessas? Isso é falta de amor e
de consideração. É indiferença. Então irritam-se com ele. Talvez até ficaram
irados! Essa atitude é certa? Isto é fé? Não, porque fé não é perturbação,
nervosismo, irritação, acusação, não é agitar-se nem gritar. O próprio Jesus
lhes diz: Homens de pequena fé!, “descrentes, homens sem fé!” (Mc e Lc). Por
que razão o Senhor realiza o milagre? Por causa da fé deles ou por causa da sua
falta de fé? É por causa da falta de fé! Isso é estranho. É uma palavra muito
séria! Que é falta de fé ou pequena fé? Podemos chamar os discípulos de
descrentes?
• Afinal, estão com Jesus, foram
junto com Jesus ao mar;
• Recorreram a ele na aflição;
• Contaram com a sua ajuda.
Não obstante, são descrentes,
pessoas sem fé. Por isso estão sendo censurados por Jesus!
Por que o Senhor chama a atitude
deles de falta de fé?
• Porque no apuro se tornam
nervosos, perdem a calma, gritam perturbados, irritam-se;
• Porque querem forçar Deus a
ajudar imediatamente e da maneira como eles imaginavam, como era o programa
deles.
• Porque queriam que os seus
problemas fossem eliminados.
Em Jesus nos é mostrado o que é
fé verdadeira.
• Na fé autêntica as coisas
acontecem muitas vezes de forma bem humana!
Também na pessoa de Jesus. Havia
passado um dia de trabalho cansativo. O afluxo de pessoas era tão grande que
ele nem sequer tinha tempo par comer, conforme relata Marcos. Ao entardecer ele
tinha ensinado a partir do barco. Agora necessitava de descanso. Assim como
estava, sentado no barco, eles o levaram. Na terra de fato não tinha onde
reclinar sua cabeça. Cansado e esgotado, adormece. Esta é a única vez em que
lemos que Jesus dormia (embora à noite naturalmente costumasse dormir).
Novamente somos colocados diante da natureza plenamente humana de Jesus. Ele
foi um ser humano igual a nós, teve fome e sede, chorou, sentiu compaixão,
trabalhou até o esgotamento total, andou sob o sol ardente em estradas
poeirentas. Na fé genuína as coisas acontecem de modo bem humano!
• Na fé verdadeira as coisas
acontecem muitas vezes de maneira bem desumana!
Todo o nosso programa, o que
planejamos e refletimos, às vezes é simplesmente deixado de lado. Esforçamo-nos
tanto, mas ainda assim só se fazem julgamentos negativos de nós. Tudo é
distorcido e pisado aos pés.
Quanta necessidade o Senhor
tinha do sono! Lá fora, sobre o mar calmo, ele espera que finalmente possa
descansar sem ser incomodado. Mas, no meio do sono, os discípulos o interrompem
sem a menor consideração. Contudo, em nenhum momento ele se altera pelo súbito
incômodo. Na fé autêntica não existe nervosismo, irritação, contrariedade,
lamentação, reação e murmuração.
• Na fé verdadeira a pessoa
sabe: Tudo é governado pelo melhor regente, tudo está nas melhores mãos.
Os discípulos pensam: O vento e
as ondas decidem sobre a nossa vida. A fé genuína sabe: Não são o vento e as
ondas, não são as pessoas que decidem sobre nós, mas tão somente Deus!
Tudo está sob controle. Jesus
foi o único que, mesmo na tempestade, conservou sua posição junto de Deus.
Observava a fúria dos elementos da natureza com a certeza: Tudo isso está sendo
governado! Jesus não precisa recordar-se penosamente do Pai. Pelo contrário,
quando acorda e seus olhos vêem o perigo, de imediato e com a mesma certeza ele
vê também o Pai. Está aí não apenas a tormenta. Também o Pai está presente e
governa. A natureza repousa dócil em suas mãos, pois é criatura dele. Acima da
lei da natureza governa uma vontade, a vontade do Pai. E o infinito dos espaços
siderais é envolto pela sua mão. Vento e ondas e tudo o que mais a natureza
tiver, são propriedade de Deus, permanecendo por isso incessantemente a seu
serviço. Essa não era apenas a doutrina de Jesus. Isso também ficava claro pela
suas ações. Fritz Rienecker. Comentário Esperança Evangelho de Mateus.
Editora Evangélica Esperança.]
3. Distorções no uso dos dons de
curar e de operação de maravilhas. O cristão não tem autorização divina para “de
terminar”, “decretar” ou “exigir” a cura dos enfermos. A nossa relação com Deus
não se dá em forma de barganha. Quem somos nós para exigir de Deus alguma
coisa? Somos seres humanos limitados! Se (não fosse a graça e a misericórdia de
Deus, o que seria de nós? Como discípulos de Cristo, devemos rogar ao Pai,
buscando-o de todo o nosso coração para curar os doentes, pois a Palavra de
Deus recomenda que oremos pelos enfermos (Tg 5.14). A oração do justo pode
muito em seus efeitos (Tg 5.16), e independe de se ter o dom ou não. Jesus nos
ensinou que em seu nome deveríamos impor as mãos sobre os enfermos para que
eles sejam curados (Mc 16.18). Nossa responsabilidade é orar pedindo a cura.
Quem sara o enfermo, de acordo com a sua soberana vontade, é Deus. O crente que
impõe as mãos sobre o enfermo não pode ser tratado como um ídolo na igreja,
principalmente se o enfermo for curado. Nem podemos imaginar que porque
aconteceu o milagre aquela vez, sempre haverá outros milagres. Que o Altíssimo
tenha misericórdia e proteja-nos dessa pretensão! Quem opera os sinais e as
maravilhas é o Senhor, não o homem. Toda ação decorrente dos dons vem do
Espírito Santo e, por isso, não podemos agendar dias nem marcar horários para
sua operação. Façamos a obra de Deus com honestidade e decência! [Comentário:
Os dons são dados à igreja para a sua própria edificação (1Co 14.12),
levando-a a manter e a desenvolver sua unidade no corpo de Cristo (Ef 4.4-6).
Podemos ver isso através dos ministérios espirituais, e dons espirituais. O
objetivo da Igreja como o corpo de Cristo é executar as ordens da cabeça, o
próprio Cristo. (Ef 4.16). Sem exceção, maravilhas acompanharam o ministério de
pregação dos líderes da Igreja primitiva. Pedro, em seu sermão registrado em At
2, relembrou às pessoas de que a credibilidade de Jesus baseava-se em seu
ministério de maravilhas. Essa mesma credibilidade acompanhou aqueles
escolhidos para liderança, como Estêvão, Filipe, Barnabé, Silas e Paulo, bem
como os apóstolos originais. Este permanece na presente era disponível à Igreja,
é um dom para todos os crentes em todas as gerações. Em At 2.39, ‘todos os que
estão longe’ incluem os crentes distantes, quer geográfica como temporalmente.
O dom, também chamado de operação de milagres, prodígios e sinais, se constitui
em manifestações especiais do poder de Deus que fogem às limitações humanas.
São superiores e inexplicáveis. Ele demonstra o poder de Deus na realização de
coisas miraculosas e extraordinárias. Ex: Jesus: “Dito isto, cuspiu no chão e
com a saliva fez lodo, e untou com lodo os olhos do cego, e disse-lhe: Vai,
lava-te no tanque de Siloé (que significa Enviado). E ele foi, lavou-se, e
voltou vendo.”(Jo 9.6,7), Paulo: “Mas ele, sacudindo o réptil no fogo, não
sofreu mal nenhum.”(At 28.5). Na operação dos poderosos sinais que envolvem os
milagres, o supremo Senhor, apenas usa da forma que ele quer as leis e forças
por ele mesmo criadas em socorro dos seus filhos. Isso é milagre (Leia Gl 3.5).
A Igreja que ignora a atualidade dos dons, acaba por apagar o Espírito, como afirmou
o teólogo holandês Abraham Kuiper: “Se os ministros não derem crédito à obra do
Espírito Santo, darão pedra em vez de pão ao seu rebanho”. Precisamos enfatizar
não apenas os dons de poder, mas todos os dons do Espírito, não apenas o dom de
línguas ou o de profecia, mas como espirituais, desejar os mais excelentes
dons; no dizer do Rev Hernandes Dias Lopes, “Hoje, quando se fala no Espírito
Santo, quase só se pensa em dons, especialmente os dons de sinais. Não se pode
restringir a ação do Espírto Santo aos dons. Não somos apenas carismáticos,
somos pneumáticos. [...] Temos apagado o Espírito – quando tiramos o
combustível que o alimenta: Palavra, oração.” http://hernandesdiaslopes.com.br/2011/03/a-acao-do-espirito-santo-na-vida-da-igreja/.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
O cristão não tem
autorização divina para “determinar”, “decretar” ou “exigir” a cura dos
enfermos.
CONCLUSÃO
Deus pode conceder a seus servos o dom da fé, dons de curar e o de
operação de milagres, mas sempre de acordo com a sua vontade e graça. Lembre-se
de que os dons de poder contribuem para legitimar a pregação do Evangelho.
Infelizmente, há pessoas que querem utilizar essas dádivas para obterem lucros
financeiros e enriquecimento pessoal. Isto envergonha o nome de Jesus e mancha
a idoneidade da Igreja na sociedade. Quem procede desta forma está suscetível
ao juízo de Deus, que virá no tempo próprio. Que nós, a Igreja, o povo do
Senhor, façamos uso dos dons de poder para propagar o Evangelho de nosso Senhor
e glorificar o nome do Pai no poder do Espírito Santo! [Comentário: Pela soberania divina é que
os dons são distribuídos, não como recompensa ou pelo mérito. Concluo afirmando
que é falacioso, antibíblico e insensato o ensino de que aquele que possui um
dom de operação exteriorizada (mais visível) é mais espiritual do que quem tem
dons de operação mais interiorizada, menos visível. Também, quando uma pessoa
possui um dom espiritual, isso não significa que Deus aprova tudo quanto ela
faz ou ensina. Os dons de poder, como os demais dons, são soberanamente
distribuídos pelo Espírito, continuam atuais e disponíveis à Igreja para a
glória do nome do Senhor. O Espírito Santo manifesta Seus dons e poder em
homens e mulheres de Deus, para que eles possam fazer o que Ele decide
soberanamente o que deve ser realizado. Nós precisamos destas Manifestações
Poderosas em nossa vida para que possamos cumprir o nosso papel para o qual
fomos alistados: servir e edificar a Igreja, estender a mão aos incrédulos e
edificar a nossa fé. No pensamento do apóstolo Paulo, vida na igreja e dons do
Espírito Santo eram coisas intrínsecas. Jesus, o nosso Mestre Poe excelência
viveu, trabalhou e orou no poder do Espírito Santo e é dele a afirmativa que
diz: “Aquele que crê em mim, também fará as obras que eu faço.” Com a
mesma unção que estava sobre Ele nós também podemos fazer estas obras e levar a
cabo seu imperativo de ir e ensinar todas as nações. Certa feita, os opositores
da seita do Caminho inquiriram os discípulos: “Por meio de que poder vocês
fizeram isso?” Foi no poder do qual Jesus havia falado: “Recebereis
poder ao descer sobre vós o Espírito Santo”. Ao findar este trimestre
abençoado, estaremos mais convictos da fé que temos abraçado e quiçá, também
poderemos nos tornar como Estêvão - “cheio de fé e poder, fazendo grandes
maravilhas e sinais entre o povo”.] “NaquEle que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa