sexta-feira, 26 de julho de 2013

LIÇÃO 4 - JESUS, O MODELO IDEAL DE HUMILDADE




VÍDEO I


 
Professora Eliza Nantes de Londrina


 SUBSÍDIO

INTRODUÇÃO
Na última aula destacamos que a humildade é uma das características do cristão, condição necessária para a unidade da igreja. Na de hoje aprofundaremos esse tema, apontando Cristo como o modelo ideal de humildade. Inicialmente destacaremos a humilhação de Cristo, em seguida sua exaltação, e ao final, a necessidade de vivermos, como cristão, na mesma humildade.


1. O CRISTO HUMILHADO
O texto bíblico tem sido amplamente debatido entre os estudiosos das Escrituras, muito usado para explanar a doutrina da kenosis, isto é, do esvaziamento de Cristo. Mas esse não é o foco principal dessa passagem, tendo em vista que Paulo estava orientando em relação a um
problema prático na igreja de Filipos. Isso não deve ser motivo para desconsiderar o estudo teológico, apenas mostra que a teologia precisa está vinculada à prática. Os problemas não podem ser solucionados somente com base nas nossas experiências. A doutrina bíblica é o alicerce a partir do qual a liderança toma as decisões na igreja. É nesse sentido que a doutrina da kenosis (gr. Esvaziamento) tem como objetivo orientar os cristãos à humildade. Cristo abriu mão de usar seus atributos divinos em causa própria. Mesmo “subsistindo” (gr. hyparquein) em forma (gr. morphe) de Deus (Fp. 2.6), e sendo o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis (Cl. 1.16), “não julgou como usurpação o ser igual a Deus”, isto quer dizer que Ele não considerou a sua igualdade a Deus, antes, por amor aos homens, decidiu esvaziar-se. Esse esvaziamento, verbo grego kenou, revela que Ele não deixou de ser Deus, nem mesmo que perdeu seus atributos, mas renunciou Sua glória celestial (Jo. 17.5). Isso para assumir a forma de servo (Fp. 2.7), nos evangelhos Ele se apresenta como um servo (Mt. 20.27; Mc. 10.45; Lc. 22.27). Quando os discípulos quiseram ser uns maiores do que outros, o Senhor radicalizou, pegou uma toalha e uma bacia e lavou os seus pés (Jo. 13.1-13). Cristo tomou a forma real de homem, não era apenas aparente, como defendiam os adeptos do docetismo gnóstico. Ele era homem tanto internamente quanto externamente, tornando-se semelhante a Adão, mas sem pecado. Ele também se fez semelhante (gr. homoioma), isso mostra que Cristo não tinha apenas sentimentos e intelecto humanos (gr. morphe), tinha também aparência humana. A realização extrema dessa humilhação foi demonstrada em Seu sacrifício (Fp. 2.8). Cristo foi obediente até a morte, e morte de cruz, para remover o pecado (I Pe. 2.24; II Co. 5.21).

2. O CRISTO EXALTADO
Para ser exaltado primeiramente Cristo precisou sacrificar-se, essa é uma lição para nós, o caminho da exaltação passa pelo vale da humilhação. A Bíblia revela que Deus exalta aqueles que se humilham (Mt. 23.13; Lc. 14.11; 18.14; Tg. 4.10; I Pe 5.6). Jesus não ficou na sepultura, Deus o ressuscitou de entre os mortos (At. 2.33; Hb.1.3), dando-LHE “toda autoridade no céu e na terra” (Mt. 28.18). A máxima bíblica, que não pode ser esquecida, principalmente nessa geração da projeção pessoal, é: “... todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lc. 18.14). Essa exaltação de Cristo não foi uma restituição da Sua divindade, pois essa Ele nunca perdeu, mas da Sua glória, que tinha antes que houvesse mundo (Jo. 17.5,6). Ele foi exaltado “sobremaneira” (gr. hyperhypsoun), tendo ultrapassado os céus (Hb. 4.14), feito mais alto que os céus (Hb. 7.26) e subindo acima de todos os céus (Ef. 4.10). A Sua exaltação demanda uma atitude daqueles que nEle creem, os quais devem reconhecer Seu senhorio (Fp. 2.10). A igreja, na condição de súdita do Reino de Deus, já se encontra diante do Senhor, mas, no futuro, quando o Reino for pleno, toda língua confessará que Jesus é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores (Fp. 2.11; Ap. 5.13). Os apóstolos pregavam a respeito do senhorio de Cristo, mais que isso, eles viveram em submissão, reconhecendo Seu governo (At. 2.36; Rm. 10.9; Ap. 17.14; 19.16). Uma das primeiras confissões de fé da igreja cristã foi: Cristo é o Senhor, revelando Sua soberania. Isso significa que Ele está no comando de todas as coisas, nada ocorre sem Sua permissão. Muitos cristãos pregam a salvação, reconhecem Cristo como Salvador, mas não como Senhor. A igreja não pode esquecer essa doutrina fundamental das Escrituras: Cristo reina, portanto, devemos nos submeter à Sua voz. 

3. UM MODELO IDEAL
O triunfalismo está destruindo o modelo bíblico para a igreja cristã, não poucos líderes estão obcecados pelo poder temporal. Ninguém quer mais servir, alguns pastores acham-se quase deus, esqueceram que são, antes de tudo, diáconos (servos), tanto de Cristo quanto da igreja. Esse endeusamento acaba por provocar um desejo contido, uma neurose eclesiástica coletiva, implicando em doença no contexto da igreja. Os membros não querem ser diáconos, presbíteros nem pensar, evangelistas, talvez, mas a preferência nacional mesmo é a de ser pastor. Isso sem falar naqueles que são apóstolos, bispos, e se brincar, semideuses, em uma luta desenfreada para
ser o maior. Paradoxalmente Jesus ensinou justamente o contrário, que quem quiser ser o maior deve ser o menor. A atuação dos membros na igreja deve está alicerçada no princípio da funcionalidade, isso porque somos partes de um mesmo corpo, com múltiplas funções, dependendo das necessidades (I Co. 12.12). O sistema eclesiástico torna-se doentio quando a hierarquia resulta em um fim em si mesmo. Os espaços são limitados, e as pessoas disputam as posições de poder. O resultado é pura carnalidade, conflitos infindos que se arrastam, na medida em que um derruba o outro, mirando assumir sua posição. Esse sistema alimenta muita inveja, faz com que as pessoas não estejam dispostas a servir, mas a bajular. Elas se aproximam das pessoas não porque as amam, ou porque lhes desejam bem, mas por interesse, a fim de tirar algum proveito. Diante desse quadro, precisamos recuperar o modelo bíblico da liderança servidora. Os pastores das igrejas locais precisam dar o exemplo, cultivar uma cultura bíblica do serviço, motivar os crentes a se colocarem a disposição uns dos outros, com genuíno amor cristão. As posições de liderança são bíblicas, e os pastores devem ser respeitados como tais, aqueles que se dedicam à Palavra, dignos de redobrada recompensa (I Tm. 5.17), mas devem ter cuidado para não se transformarem em celebridades evangélicas, alimentando um sistema fadado ao fracasso espiritual.

CONCLUSÃO
Cristo é o maior modelo de humildade, Ele conviveu com a disputa pelo poder nos tempos dos apóstolos. Os discípulos já sofriam da síndrome do espírito de grandeza, cada um queria ser maior que o outro. Paulo também teve que enfrentar esse problema em Filipos, e nós, nos deparamos com situações de disputas por posição a todo instante. Mas precisamos ter equilíbrio espiritual, e não esquecer, que, tal como Jesus, não fomos chamados para ser servidos, mas para servir (Mc. 10.45).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOICE, J. M. Philippians. Michigan: BakerBooks, 2000.

LOPES, H. D. Filipenses. São Paulo: Hagnos, 2007

Extraído do blog: subsidioebd.blogspot.com.br.




SUBSÍDIO II

Caro professor, um termo grego muito importante no capítulo 2 de Filipenses é κηνοσις (kenosis). Este é um conceito que ganhou força na Teologia Cristã através dos séculos, pois, em Cristologia, ele trata do esvaziamento da glória divina de Jesus para tornar-se em “forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens”. É a iniciativa de Jesus em aniquilar a própria vontade para fazer a do Pai.

Quando estudamos Cristologia e deparamo-nos com o milagre da encarnação de Deus em Jesus Cristo, uma pergunta é inevitável: “Como o Deus todo-poderoso, soberano e criador de todas as coisas, revelou-se plenamente à humanidade de forma tão frágil (criança) e humana (Jesus de Nazaré)? Os palácios não foram a Sua casa, muito menos o quarto nababesco de um grande hotel. O lugar que acomodou o nosso Senhor foi uma estrebaria, onde se abrigava diversos animais. O símbolo da estrebaria remonta o significado do que o apóstolo Paulo quer dizer com esvaziamento de Cristo.

Deus estava em Jesus revelando-se à humanidade como nunca se revelara antes: humilde, humano, servo, lavador de pés. Esta foi a causa dos judeus não reconhecê-lo como Messias, pois Ele era o oposto daquilo que os judeus esperavam. Deus jamais se revelara assim tão humilde como revelou-se em Jesus. Jesus, o Cristo, uma loucura para gentios e judeus.

Usando a kenosis de Deus é que o apóstolo Paulo conclama os filipenses para terem o mesmo sentimento que predominava em Cristo Jesus. Logo, segundo a expressão do teólogo Reinold Blank, “a kenosis de Deus implica na kenosis do homem”. O mesmo sentimento que estava em Jesus deve estar no homem. Aqui, a humildade de Jesus nos constrange e modela.

Uma verdade que precisa ser destacada é a de que em Jesus o homem é capaz de abdicar-se de todo sentimento de poder, egoísmo e opressão.

Livrar-se de todos os atributos que descrevam um caráter soberbo, individualista, desejoso de fazer o mal. Outra verdade que deve ser ressaltada na classe é que em Jesus o ser humano é convidado a realizar a obra kenótica de si mesmo. Foi assim que Deus Pai se revelou nEle. Humilde e inimigo de qualquer artifício para fazer o mal. Conclame sua classe a ter a mesma postura de Jesus. Mostre aos alunos que o Evangelho quando encarna no discípulo de Cristo o impulsiona a fazer o bem, renunciar os próprios interesses e até mesmo amar os seus supostos inimigos.
  
Marcelo de Oliveira e Oliveira, redator do Setor de Educação Cristã da CPAD


















terça-feira, 23 de julho de 2013

A ASSEMBLEIA DE DEUS EM VITÓRIA DO MEARIM HOSPEDA O MAIOR CONGRESSO DE TODA A HISTÓRIA DAS ADS



 

Pr. João Damasceno - Líder da Igreja anfitriã
Mais uma vez a Assembleia de Deus em Vitória do Mearim, liderada pelo pastor João Damasceno, entra na história das Assembleias de Deus no Maranhão hospedando o maior Congresso já conhecido no Estado. O 31º Congresso de Dirigentes de Círculo de Oração e Missionárias Esposas de Obreiros (UNEOMAD), que transcorreu nos dias 17 a 19 de julho com o tema: Orando sempre, como aprendiz de Deus! 


O templo ficou pequeno diante da grande multidão de congressistas.
Missionária Rebekah Câmara - Belém PA

  A festa contou com a participação dos seguintes preletores: Pastor Osiel Gomes, líder da AD em Tirirical, São Luis-MA, que ministrou sob o tema: O Potencial da Oração na Casa de Deus; o pastor Antônio dos Santos, Líder da AD em Carutapera-MA, que ministrou sob o tema: Ofertas na casa do Senhor: Bênçãos x Responsabilidades;  missionária Rebekah Câmara, esposa do pastor Samuel Câmara (Líder da AD em Belém/PA), que ministrou sob o tema: As Armadilhas da Ofensa: Aprendendo a Perdoar com Cristo; irmã Telma Pinheiro, deputada federal e conferencista, que ministrou sob o tema: O Potencial da Vida Cristã na Terceira Idade. Os cantores foram Lucely Uchôa, Maria Amparo (Marabá/PA), Leny Silva (Recife/PE), Batistão, dentre outros.


Pr. Antonio de Santos da AD em Carutapera
O Congresso reuniu milhares de mulheres assembleianas de todo o Estado do Maranhão, e, segundo os organizadores do evento, o número de mulheres inscritas foi record, superando assim todas as expectativas da igreja anfitriã do congresso! Quem esteve presente neste congresso pode ver um dos maiores templos da Assembleia de Deus no Maranhão tornar-se pequeno para a quantidade de pessoas que ali se reuniram para adorar ao Senhor e aprender de Sua Palavra!  O Congresso da UNEOMAD foi conduzido pelo pastor presidente da CEADEMA, Pedro Aldir Damasceno, que organizou o evento em 12 plenárias de estudo da Palavra de Deus e louvores ao Senhor.
Pr. Oziel Gomes da AD em Tirirical

A Igreja de Vitória hospedou no ano de 2011 o Congresso da UNEOMAD que na época foi, deveras, grande para o porte da nossa cidade. Alguns até comentaram que a Igreja não tinha condições para tal. Deus nos surpreendeu. Todas as irmãs e alguns obreiros foram hospedados nas residências dos irmãos e levaram uma boa impressão desta Igreja, razão porque este foi maior ainda maior que o de 2011.



Nossos agradecimentos a todos os irmãos que contribuíram de forma dinâmica nos grupos de apoio. 
Podemos destacar os líderes dos grupos:

1.    COORDENAÇÃO GERAL – Paulo dos Santos Nunes e Joacy de Jesus F. Barros
2.    INSCRIÇÃO – Ribamar Nogueira e Pr. Djalma Bernardino Ferreira  
3.    HOSPEDAGEM – Pr. João Marcos Ribeiro e Raimundo Maciel
4.    RECEPÇÃO – Antonio Emerson Matos Lopes Muniz e Maria de Lourdes Ferreira 
5.    TRANSPORTE – José Benedito Sousa (BINA) e Edinaldo Costa
6.    CERIMONIAL – Evailde de Jesus Bogéa Neves e Geilson Nascimento
7.    ORNAMENTAÇÃO – Joana Viegas Pinto e Maria de Fátima Ferreira
8.    SOM – Antonio Sales de Brito e Jonielson Carvalho
9.  PRIMEIROS SOCORROS – Oracy Nunes Fernandes, Maceny Prazeres Gomes e Zany Prazeres Gomes
10. LIMPEZA – Irones Reis Soares e Hozana Sousa Licá
11. REFEITÓRIOS – João Nilson Carão e Domingas Lopes
12. SEGURANÇA – Edimilson Costa Campos, Josenir Bezerra da Rocha, Adimael Pereira Amurim
13.  VENDAS E ESTACIONAMENTO – Ev. Marconi Ramos da Silva e Virgínio Marinho


Todos esses líderes montaram sua equipe e arregaçaram as mangas e foram à luta. Por esse motivo, esse 31º Congresso foi uma bênção para todos que participaram.


sábado, 20 de julho de 2013

LIÇÃO 3 - O COMPORTAMENTO DOS SALVOS EM CRISTO





SUBSÍDIO

INTRODUÇÃO
 
Os salvos em Cristo não podem se comportar de qualquer maneira, isso porque a vida do crente demanda um procedimento ético. Na lição de hoje trataremos a esse respeito, destacaremos, a princípio, a consistência, a cooperação e a confiança como características do verdadeiro cristão. Em seguida, mostraremos as marcas espirituais com vistas à unidade do Corpo de Cristo.
 
1. A CONDIÇÃO DOS SALVOS EM CRISTO
 
Os seguidores de Jesus são chamados discípulos e devem carregar a cruz do discipulado (Mt. 16.24). Reconhecemos a condição de membros da família de Cristo, filhos do mesmo Pai (Fp. 1.1-11), e de servos com a responsabilidade de partilhar o evangelho (Fp. 1.12-26), mas somos também soldados, em uma batalha espiritual, em defesa da fé. A esse respeito destacou Judas, em sua Epístola, exortando os crentes a pelejarem pela “fé que uma vez foi entregue aos santos” (Jd. 3). Estejamos alerta, pois, conforme advertiu Paulo a Timóteo, a apostasia dos últimos dias da igreja já é evidente (I Tm. 1.11). A resposta da igreja a essa secularização é guardar o tesouro espiritual que fora confiado a Paulo, e que posteriormente ele o repassou a Timóteo (I Tm. 6.20), tendo este a responsabilidade de levá-lo adiante (II Tm. 2.2). Esse tesouro espiritual não é apenas uma tradição humana, mas o próprio evangelho, que deve ser ensinado às próximas gerações, a fim de que essas permaneçam fieis aos princípios revelados na Palavra de Deus (II Tm. 3.16). Não podemos abrir mão da “sã doutrina”, isto é, a ortodoxia, pois é a partir desta que surge o bom comportamento, a ortopraxia. Há quem defenda, inclusive nas igrejas evangélicas, um evangelho prático, destituído da doutrina bíblica. Esses pragmáticos argumentam: “não importa no que você acredita, contanto que faça o que é correto”. Mas essa premissa não tem qualquer fundamentação escriturística, pois os cristãos devem viver a partir daquilo que aprenderem, um discípulo não pode se basear em outro ensinamento senão o de seu Mestre (Jo. 15.12-14). O pragmatismo evangélico está conduzindo muitos a “fazerem o que dá certo”, não o que “é certo”. Nessa guerra espiritual precisamos recorrer às armas cristãs, que são poderosas em Deus (II Co. 10.4), mais especificamente a Palavra de Deus (Hb. 4.12) e a oração (Ef. 6.11-18).
2. CONSISTÊNCIA, COOPERAÇÃO E CONFIANÇA
 
Paulo dá aos crentes filipenses algumas estratégias a fim de que esses sejam exitosos nesse combate. A primeira delas é a consistência, eles deveriam se portar “dignamente conforme o evangelho de Cristo” (Fp. 1.27). Não podemos nos esquecer de que somos “cidadãos do céu”, e como tais devemos nos comportar. Por isso, enquanto estivermos na terra, devemos agir como pessoas que pertencem ao céu (Fp. 3.20). A igreja é embaixadora do Reino de Cristo na terra, por isso deve agir em conformidade com o seu chamado (Ef. 4.1), agradando ao Senhor em tudo (Cl. 1.10). Nossas vidas devem ser um livro aberto, mais precisamente, cartas abertas, que ninguém tenha do que nos acusar (II Co. 3.2). Devemos usar as palavras para pregar, mas também as nossas vidas. Nossas expressões devem ser endossadas pelo nosso comportamento. Esse é o princípio cristão para que não haja discrepância entre a ortodoxia e a ortopraxia. Em Fp. 1.27 Paulo faz uso de uma metáfora atlética para ressaltar o valor do comportamento cristão. Ele admoesta aos irmãos para que combatam “com o mesmo ânimo pela fé do evangelho”. Conforme identificamos em Fp. 4.2, havia desavenças na igreja de Filipos. Esses partidarismos também existiam na igreja de Corinto, resultando em divisão (I Co. 3.4-6). O Apóstolo usa, nesse trecho da epístola, o sufixo syn, que em grego dá ideia de trabalho em conjunto. O termo é synathleo, considerando que os crentes deveriam permanecer juntos, como fazem os atletas em uma disputa olímpica. Os jogos de revezamento ilustram bem essa verdade, pois o último esportista somente poderá completar sua missão se os outros da sua equipe cooperarem. É problemática quando uma igreja sofre da síndrome de Diótrefes, as pessoas querem sempre ser umas maiores do que as outras (III Jo. 9). Existem crentes que não querem fazer os trabalhos menos visados da igreja. Eles adoram, como os fariseus, serem vistos pelos homens (Mt. 23.5). Devemos também ser confiantes, não nos espantar diante daqueles que resistem o evangelho (Fp. 1.18). O Senhor está do nosso lado, ainda que não nos isente de aflições, pois nos “foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele” (Fp. 1.29). A mensagem contemporânea, propagada na mídia, inclusive a pseudoevangélica, é a seguinte: “pare de sofrer”. Mas Paulo nos mostra que fomos chamados para sofrer por amor a Cristo (Jo. 16.33; Fp. 3.10; II Tm. 3.12). O Apóstolo revela sua identificação com os crentes filipenses, destacando que se encontra, com eles, no mesmo combate. A palavra em grego é agonia, fazendo alusão aos sofrimentos pelos quais passam aqueles que seguem a Cristo.
 
3. MARCAS DA UNIDADE CRISTÃ
 
Paulo chama os crentes filipenses à unidade, não à uniformidade, algo totalmente diferente. Deus não nos chamou para sermos todos iguais, a diferença é normal no corpo de Cristo. A unidade é uma atuação espiritual, que vem de dentro. Enquanto que a uniformidade é uma atuação humana, que vem de fora. Alguns líderes não suportam a diferença na igreja, querem que todos os membros sejam iguais a eles. De vez em quando aparecem na televisão pregadores que imitam até o tom da voz dos seus líderes. A igreja deve investir na unidade espiritual, a uniformidade eclesiástica pode ser uma doença, uma falta de espiritualidade. Paulo avalia se há realmente unidade na igreja de Filipos, por isso identificamos quatro “ses” em Fp. 2.1. Esses “ses” revelam as condições para a verdadeira unidade eclesiástica, pois sem conforto – paraklesis (Jo. 14.16), consolação – paramuthion (Rm. 5.5), comunhão – koinonia (At. 2.42), afetos – slanchma (II Co. 7.13-15) e compaixões – oiktirmos (II Ts. 2.16) não há unidade. A verdadeira unidade é consequência do fruto do Espírito, não existe unidade em uma igreja local na qual predominam as obras da carne (Gl. 5.17-22). O individualismo está destruindo a unidade em muitas igrejas locais, há comunidades em que a premissa é: “cada um por si e o diabo contra todos”. Paulo convoca os crentes filipenses a agirem de modo diferenciado, a viverem tendo “o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentido uma mesma coisa” (Fp. 2.2). Isso é unidade, não uniformidade, ninguém faz coisa alguma por “contenda ou por vanglória, mas por humildade” (Fp. 2.3), pautados no amor-agape (I Co. 13), concretizado na humildade. A falta desta traz sérios danos à igreja local, pois quando a vanglória assume o primeiro lugar, o resultado é cada um querendo ser maior do que o outro. Os discípulos de Jesus sofriam dessa doença espiritual (Mt. 18.1-4). Mas o Senhor os repreendeu, e foi mais além, dando-lhes um exemplo radical de humildade (Jo. 13.16,17).
 
CONCLUSÃO
 
O comportamento dos salvos em Cristo deve ser pautado pela humildade, cada um deve considerar “os outros superiores a si mesmo” (Fp. 2.3). O individualismo não pode predominar no corpo de Cristo, para tanto, cada um deve atentar não para o “que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Fp 2.4). Ao invés de destruir-nos mutuamente, devemos carregar as cargas uns dos outros, fazendo assim estaremos cumprindo a lei de Cristo (Gl. 6.2).
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
MACARTHUR, J. Philippians. Chicago: Moody Publishers, 2001.
WIERSBE, W. W. Philippians: be joyfull. Colorado: David Cook, 2008.










quinta-feira, 11 de julho de 2013

LIÇÃO 2 - ESPERANÇA EM MEIO À ADVERSIDADE





Pastor Alexandre Coelho



SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO
 
Conforme estudamos na lição passada, Paulo estava preso em Roma, mas o evangelho não estava em cadeias. Na aula de hoje meditaremos a respeito da perspectiva do Apóstolo, que sabia discernir o passado, por isso tinha alegria no presente, e o mais importante, esperança no futuro. Veremos que as adversidades não foram capazes de diminuir a grandeza do evangelho, considerado, pelo próprio Paulo, uma boa nova (Fp. 1.12), a proclamação da Palavra de Deus (Fp. 1.14), que fora encarnada em Jesus Cristo (Fp. 1.18).
1. DISCERNINDO O PASSADO
 
Paulo não demonstrou autocomiseração em relação a sua adversidade, pois mesmo preso, algemado em Roma, não se queixava pela sua condição. Ao ponderar a respeito do passado, o Apóstolo põe em perspectiva a soberania de Deus. Todas as situações adversas pelos quais passou não retiraram o foco da direção de Deus para a sua vida. Ele sequer culpou alguém, nem mesmo satanás como agente das suas lutas. Ao considerar seu passado, Paulo vê, em tudo, o propósito divino. Ele foi perseguido em Damasco (At. 9.23-25), rejeitado em Jerusalém (At. 9.26-28), esquecido em Tarso (At. 9.30), apedrejado em Listra (At. 14.19), barrado por Deus em seus projetos (At. 16.6-10), preso e açoitado com varas (At. 16.19-26), escorraçado em Tessalônica (At. 17.5,13), preso em Jerusalém (At. 21.27,28), e dispensado do campo missionário pelo próprio Deus (At. 22.17-21). Mas nada disso deteve o entusiasmo do Apóstolo, muito pelo contrário, ele abraçou essas circunstâncias como possibilidades. Na verdade, isso tudo funcionou como uma abertura para o projeto de Deus em sua vida. O termo prokope, em grego, em Fp. 1.12, significa que Deus estava abrindo caminhos, através da adversidade, para o progresso do evangelho. A perspectiva cristã, em relação ao sofrimento, é diferente daquela divulgada pela sociedade contemporânea. As pessoas não querem mais sofrer, elas não admitem passar por aflições. Mas Jesus não prometeu isenção de sofrimento para os seus discípulos, muito pelo contrário (Jo. 16.33). Paulo também adverte Timóteo, o jovem pastor de Éfeso, quando às adversidades pelas quais passariam todos aqueles que seguem piedosamente a Cristo (II Tm. 3.12). As adversidades, em várias ocasiões, são meios usados por Deus para forjar o caráter dos seus servos para obras maiores que esses deverão desenvolver. Nas palavras do belo hino da Harpa Crista: “os mais belos hinos e poesias foram escritos em tribulação, e do céu as lindas melodias, se ouviram na escuridão” (HC 126).
2. CONVICÇÃO NO PRESENTE
 
Paulo não se deixou conduzir pelas adversidades, seu olhar não estava centrado no passado. O presente também não lhe causava desânimo, pois ele via o presente como oportunidade para a evangelização (Fp. 1.13). Ao invés de enfocar suas adversidades, Paulo via, no sofrimento, uma maneira de contribuir para a difusão da Palavra de Deus. A história dos avivamentos comprova que os maiores despertamentos espirituais da igreja ocorrem justamente em meio à perseguição. Por isso, a prisão de Paulo em Roma não foi capaz de deter a força poderosa do evangelho de Jesus Cristo. A própria guarda pretoriana fora alcançada através dos sofrimentos de Paulo na prisão, até mesmo os demais membros do palácio (Fp. 1.13). A situação de Paulo, como costuma acontecer em tempos de perseguição, estimulou os irmãos a falarem com ousadia a Palavra de Deus (Fp. 1.14,16). Mas não era propriamente as adversidades do Apóstolo que motivava os crentes de filipos, era o próprio Senhor Jesus que assim O fazia. Naquele tempo muitos estavam pregando o evangelho com “boa vontade e por amor”. Eles não pregavam a si mesmos, uma mera filosofia humana, mas Cristo, morto e ressuscitado (Fp. 1.15-18). Evidentemente nem todos tinha as intenções corretas para pregar a Cristo, alguns deles pregavam a doutrina certa, mas por motivo errados. Isso também acontece atualmente, não poucos estão pregando a Cristo, o revelado nas páginas do evangelho, mas não por amor aos pecadores, antes ao lucro. Há até os que pregam por inveja e contenda, por autopromoção, para serem vistos pelos outros, para aparecerem. É paradoxal, e, às vezes, perturbador, reconhecer que essas pessoas levam a mensagem certa, condizente com a ortodoxia bíblica, mas que não vivem o que pregam, não têm ortopraxia. Mas como esses não estavam deturpando a mensagem, o evangelho, Paulo não os censura, diferentemente daqueles que se infiltraram na Galácia (Gl. 1.7-9). O Apóstolo não se abala com aquela situação porque não se deixa conduzir pelas vaidades humanas. Ele não está preocupado se vai perder mais ou menos espaço no ministério. Isso porque o que interessa mesmo para Paulo é que Cristo fosse pregado, que a mensagem do evangelho fosse anunciada. Essa é uma lição para as disputas entre os pregadores nos dias atuais, que querem aparecer mais do que Cristo, diferentemente do que defendeu João Batista (Jo. 3.30).
3. ESPERANÇA NO FUTURO
 
Paulo contemplava o futuro pelos olhos de Deus, por isso, conforme já destacamos anteriormente, não tinha ressentimentos em relação ao passado. Muito pelo contrário, era mesmo capaz de se alegrar, e viver o presente com gozo espiritual. Ele estava certo de um futuro promissor, não necessariamente neste tempo, mas no futuro, em Deus (Fp. 1.19-21). Paulo não é adepto do estoicismo, doutrina filosófica que se compraz no sofrimento. Ele está preso, e deseja sair da prisão, tem expectativa quando a sua libertação (Fp. 1.19). A oração da igreja motiva a confiança do Apóstolo na sua liberdade. Ele sabe, consoante ao que diz Tiago, que a oração do justo pode muito por sua eficácia (Tg. 5.16). Deus usará os homens para coloca-lo em liberdade, mas isso acontecerá por uma obra soberana do Espírito Santo. É maravilhoso testemunhar os avanços da obra de Deus na vida de um homem ou mulher que olha para o futuro. Um dos principais problemas nas igrejas é justamente esse, há pessoas, inclusive líderes, que focam apenas o presente. As disputas, não poucas vezes, estão alicerçadas em interesses meramente terrenos. Mas Paulo está olhando para o futuro, ele tem esperança, em grego, apokaradokia, que significa “mirada fixa em um objeto de desejo”. Trata-se de uma esperança intensa, direcionada para um foco preestabelecido, ignorando outros interesses. A maior preocupação do Apóstolo é a de não ser envergonhado diante de Deus, ele trabalha para glorificar a Cristo em seu corpo (Fp. 1.20). Ao contrário do que muitos estão fazendo hoje em dia, não estava preocupado em construir seu próprio império. Ele sabia a razão pela qual estava atuando no ministério de Cristo, fora comprado por alto preço, para glorificar Cristo em seu corpo (I Co. 6.20). A glória de Deus deve ser a principal motivação de todo obreiro da seara cristã, Paulo quer glorificar a Cristo em sua vida, e se necessário for, na própria morte.
CONCLUSÃO
 
Essa atitude de Paulo é justificada porque, para ele, o viver é Cristo, não o dinheiro, ou os bens terrenos, o sentido da vida é o próprio Cristo. Por esse motivo morrer é lucro, ele não está apavorado, como acontece com o homem moderno, com a possibilidade da morte (Fp. 1.21). Para o cristão, a morte não é o fim, mas o descanso das fadigas (Ap. 14.13), é ser aperfeiçoado para entrar na glória (Hb. 12.23). A morte não é motivo de pavor para aqueles que militam na obra de Deus, pois esta, ao chegar, é bela aos olhos de Deus (Sl. 116.15).
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
LOPES, H. D. Filipenses. São Paulo: Hagnos, 2007.
 
MOTYER, J. A. The message of Phillipians. Leicester: Inter-versity Press, 1984.











quarta-feira, 3 de julho de 2013

LIÇÃO 1 - PAULO E A IGREJA EM FILIPOS



VÍDEO I
Prof. Fábio Segantin


 SUBSÍDIO I
 
INTRODUÇÃO
Estamos iniciando mais um trimestre na Escola Bíblica Dominical, e desta feita, estudaremos a Epístola de Paulo aos Filipenses. Na aula de hoje introduziremos essa que é uma das mais apreciadas cartas do Apóstolo. Inicialmente, mostraremos a relação de Paulo com essa igreja, em seguida, seu propósito, e, ao final, algumas características da Epístola que revelam Cristo como nossa maior Alegria, e exemplo inconfundível de humildade.

1. PAULO E A CIDADE DE FILIPOS
A meta de Paulo era inicialmente adentrar a província romana da Ásia por ocasião da sua Segunda Viagem Missionária, mas não obteve êxito. Por isso, tomou a direção do norte, para a Antioquia da Pisídia, atravessando a cordilheira montanhosa do Sultão Dagh, e prosseguindo para o norte, aonde chega aos limites da Bitínia, uma província senatorial a noroeste da Ásia (At. 16.6). Mas ao tentar entrar na Bitínia, pela estrada do norte, para a Nicomédia, Paulo foi impedido novamente (At. 16.7), voltando-se para oeste. Em seguida desceu para a costa de Trôade, onde recebeu uma visão, a qual o desafiou: “Passa à Macedônia e ajuda-nos” (At. 16.9). Em companhia de Lucas, viajou imediatamente para Samotrácia, chegando a Filipos. De acordo com o relato de At. 16.12, essa cidade era da Macedônia, “primeira do distrito, e colônia”. A relevância dessa cidade remete ao Sec. IV a. C., quando Filipe II, da Macedônia, tomou-a dos tracianos. Por isso ela recebeu esse nome, em sua própria homenagem. Em 42 a. C., essa cidade foi cenário da batalha entre as forças republicanas de Brutos e Cassius e as imperiais de Otávio e Antonio. Por volta de 52 d. C., Paulo, acompanhado por Silas e Timóteo, chega à cidade de Filipos, durante sua Segunda Viagem Missionária (At. 15.40; 16.1-3). O grupo apostólico se encontra com Lídia, de Tiatira, uma comerciante que negociava púrpura (At. 16.14), que se converte a Cristo, levando o primeiro grupo de cristãos de Filipos a congregar-se em sua casa (At. 16.15). O contexto religioso daquela cidade era de sincretismo, o panteão grego de deuses congregava uma série de divindades, tanto de origem grega quanto romana. A deusa Artemis era adorada, sob o nome de Bendis, Marte também era adorado, como deus tanto da agricultura quanto da guerra. Esse sincretismo religioso pode ser atestado em At. 16.16, em que uma jovem escrava era usada por um espírito de adivinhação. Paulo e Silas, após expulsarem aquele espírito da jovem, são presos por causarem prejuízo, sendo posteriormente libertos, tendo a oportunidade de plantar uma igreja naquela cidade (At. 16.16-40). Paulo teve a oportunidade de visitar a igreja de Filipos durante sua Terceira Viagem Missionária (At. 20.3-6).

2. DATAÇÃO, PROPÓSITO E ESTRUTURA
A Epístola de Paulo aos Filipenses está categorizada entre as Cartas da Prisão, as outras seriam Colossenses, Efésios e Filemon. A data provável de escrita é entre 60 a 63 d. C., em Roma, local no qual o Apóstolo estava em prisão domiciliar (At. 28.30,31). O objetivo do Apóstolo, nessa epístola, é agradecer uma oferta generosa que lhe fora enviada pelos filipenses, cujo portador foi Epafrodito (Fp. 4.14-19); e também para fortalecer a fé deles, mostrando que a verdadeira alegria é Jesus Cristo. A expressão-chave da Epístola aos Filipenses se encontra em Fp. 4.4: “Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos!”. O conceito de alegria, chara em grego, aparece 16 vezes em quatro capítulos. É maravilhoso observar que o Apóstolo, mesmo se encontrando em situação adversa, em pobreza extrema, não perdeu a alegria, que é um dos aspectos do fruto do Espírito (Gl. 5.22). Isso porque, conforme atestaremos mais adiante, ele aprendeu a viver contente (Fp. 4.11,12), a encontrar a verdadeira alegria ao focar sua atenção no conhecimento de Cristo (Fp. 3.8), e a obedecer-LHE incondicionalmente (Fp. 3.12,13). O conteúdo da Epístola pode ser assim sumarizado: 1) alegria apesar das vicissitudes da vida (Fp. 1.4,12; 2.17); 2) humildade e serviço como característica do verdadeiro cristão (Fp. 2.1-6); e 3) o valor inestimável de conhecer as profundezas de Cristo, a fonte da alegria (Fp. 3.1-21). Essa Epístola é altamente cristocêntrica, mostrando a comunhão do Apóstolo com Cristo (Fp. 1.21). Existem várias propostas de estrutura, a seguir destacamos uma delas: Introdução (1.1-11) – Saudações e Ações de Graça; As circunstâncias em que Paulo se encontrava (1.12-26) – O avanço do evangelho por causa da prisão de Paulo; a Proclamação de Cristo de todas as maneiras; A disposição de Paulo para viver ou morrer; Assuntos de Interesse da Igreja (1.27-4.9) – Exortação de Paulo aos Filipenses – perseverança, unidade, humildade, serviço e obediência; Os mensageiros de Paulo à Igreja – Timóteo e Epafrodito; Advertência de Paulo a respeito de falsos ensinamentos – a falsa e a verdadeira circuncisão – a mentalidade terrena diante da espiritual; Conselhos finais de Paulo – firmeza, harmonia, alegria, equidade, liberdade da ansiedade, controla da mente; Conclusão (4.10-23) – Reconhecimento e gratidão pela oferta; saudações e benção final.

3. ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
Paulo, juntamente com Timóteo, servos de Jesus Cristo, dirigem essa Epístola aos “santos em Cristo que estão em Filipos”, esse adjetivo “santo” diz respeito àqueles que creem em Cristo (Fp. 1.1). Isso porque esses filipenses, tal como os coríntios, foram santificados em Cristo Jesus, que também os chamou para a santificação (Rm. 1.6,7; I Co. 1.12). A expressão “em Cristo” é relevante nas epístolas paulinas, pois revela que a salvação vem dessa condição. Por causa dela, podemos desfrutas da “graça e paz”, do favor imerecido de Deus (Ef. 1.7), e da paz com Deus, podendo, agora, nos aproximar dEle (Rm. 5.1; Cl.1.20). Em Fp. 1.3-7, Paulo agradece a Deus e intercede pelos filipenses, reconhecendo que o Senhor começou uma boa obra na vida deles, e que a completará. O verbo começar, em grego, é enarchomai, que dá ideia de inaugurar. Ele levará adiante o que começou, não desistirá, pois o verbo, no original, revela intensificação. Isso quer dizer que Deus, em cada detalhe das nossas vidas, está trabalhando para construir nosso caráter. Sua meta é nos conduzir até aquele dia, no qual Cristo aparecerá, para arrebatar a Sua igreja (I Ts. 4.13-17; II Ts. 1.10). Enquanto isso, o Apóstolo revela sua preocupação com a expansão do evangelho, do qual os filipenses são também participantes, sendo nele também perseverantes. Essa é uma verdade que Paulo destacará nessa Epístola, que a fé deve nos levar a seguir adiante, apesar das circunstâncias. Essa fé, fundamentada no genuíno amor cristão, deve ser abundante. O alicerce da fé que gera crescimento é o amor, que deve está atrelado ao conhecimento e discernimento, com vistas à sinceridade. Existem muitas versões de cristianismos e evangelhos atualmente. Mas essas não apresentam “frutos de justiça”, e o pior, não são “para glória e louvor de Deus” (Fp. 1.11). A marca da verdadeira fé, e que conduz ao crescimento, é o amor, que deve abundar sempre mais. Todas as versões de cristianismos devem ser avaliadas com base nesse critério, pois é o amor que mostra nossa nova natureza em Cristo (II Co. 5,17), e que somos participantes da natureza divina (II Pe. 1.3,4).

CONCLUSÃO
A Epístola de Paulo aos Filipenses, a ser estudada ao longo deste trimestre, terá como foco a revelação da pessoa de Cristo. Na medida em que temos consciência que estamos nEle, poderemos crescer em amor cada vez mais, mostrando que somos participantes do Seu evangelho. Nesses dias difíceis, nos quais outros evangelhos têm sido pregados, que sejamos despertados por essa mensagem para uma vida de humildade, sobretudo de alegria, independentemente das circunstâncias.
Extraído do Blog: subsidioebd.blogspot.com.br


  
SUBSÍDIO II

AUTORIA, LOCAL E DATA DA REDAÇÃO

A Carta aos Filipenses foi escrita por Paulo por volta de 60/63 d.C., está no grupo das cartas de prisão (Filipenses, Filemon, Colossenses e Efésios). Pelo nome de Timóteo estar citado na saudação inicial, versículo 1, ele é considerado coautor, sendo que todas as orientações são creditadas ao apóstolo.

Paulo estava preso quando a carta foi redigida. Há controvérsia entre os estudiosos quanto à cidade em que ele estava no momento da redação. Alguns acreditam que estava em Cesaréia, outros em Éfeso, no entanto parece claro que estivesse em Roma porque menciona a guarda romana pretoriana - tropa de elite que cuidava da segurança do imperador (4.22). Contudo, é preciso considerar que os administradores de colônias romanas eram chamados de pretores (Atos 16.22, 35, 36, 38).

A CIDADE

Filipos foi fundada em 360 a.C. por Filipe da Macedônia, pai de Alexandre o Grande, construída na aldeia de Krenides em Tracia. Era uma pequena cidade usada como rota entre a Europa e a Ásia, serviu como um centro militar significativo e recebeu privilégios especiais. Sob o governo de Roma se tornou a principal cidade da Macedônia, um dos quatro distritos do que hoje é a Grécia.

Filipos foi a primeira cidade européia a receber o Evangelho (Atos 16.6-40). A casa de Lídia, uma negociante de púrpura, serviu para Paulo como ponto inicial para estabelecer o primeiro núcleo da comunidade cristã na região.

OS ATOS DE ORAÇÃO E MOTIVOS DA AÇÃO DE GRAÇAS DO APÓSTOLO PAULO

A relação que o apóstolo tinha com a igreja filipense era íntima e cordial. O apóstolo visitou Filipos diversas vezes. A Carta aos Filipenses retrata suas constantes orações e ações de graças  por aquela comunidade. Escreveu a carta com o propósito de expressar seu sentimento de gratidão aos filipenses por suas assistências generosas; para informar o seu estado pessoal na prisão de Roma; transmitir à congregação a certeza do triunfo do propósito de Deus na sua prisão para levar membros da igreja de Filipos a se esforçarem em conhecer melhor o Senhor, conservando a unidade, a humildade, a comunhão e a paz.

OUTROS MOTIVOS PERTINENTES PARA ESCREVER

O conteúdo apresenta  ensinamentos doutrinários com extrema lucidez e a alegria do Espírito na vida do apóstolo. Além de agradecer, Paulo redigiu a epístola abordando o caráter de Deus, a alegria, o serviço, o conflito e o sofrimento dos santos. E com maior ênfase o senhorio de Cristo (o Kyrios de Deus, 2.9-10).

• 2.1-4 - Preveniu a comunidade cristã do perigo de cultivar o hábito da competição, egoísmo e individualismo ;
• 2.5-8 - Apresentou a doutrina da kenosis - a auto-humilhação ou auto-esvaziamento de Cristo, que é uma das passagens bíblicas mais importantes no Novo Testamento;
• 2.19-30 - Informou a visita de Timóteo e explicou a razão do retorno inesperado de Epafrodito;
• 3.1-3 - Alertou acerca dos pregadores judaizantes que depositavam a salvação nos costumes passageiros e na observação da Lei para aplacar os desejos carnais (Colossenses 2.23);
• 3.4-14 - Redigiu um retrato autobiográfico significativo.

CONCLUSÃO

Embora Paulo estivesse escrevendo da prisão, a alegria faz parte de todos os temas. O segredo de sua alegria está baseada no seu relacionamento com Cristo. Atualmente as pessoas desejam desesperadamente ser felizes, e debatem-se entre o sucesso, fracassos e obstáculos de cada dia. Os cristãos devem manter a fé e o ânimo, ser alegres em todas as circunstâncias, mesmo quando as coisas estão ruins, mesmo quando sentem vontade de se queixar, mesmo quando há motivo para estar triste. Por quê? Porque Cristo reina em todas as ocasiões. E assim como Paulo declarou, também podemos declarar: "posso todas as coisas naquele que me fortalece"(4.13).


Extraído do Blog: familiaebd.blogspot.com.br















segunda-feira, 1 de julho de 2013

PROJETO DE LEITURA DO CE ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

No dia 28 de junho os alunos do Ensino Fundamental do Centro de Ensino Estado do Espírito Santo apresentaram a culminância do Projeto de Leitura. Os alunos recitaram poemas, fizeram leituras de cordel, apresentaram peças teatrais, entre outras, além de homenagear professores e as diretoras Maria da Paz e Roseli.

  










A diretora geral, Maria da Paz, recebendo o portfólio 










A diretora adjunta Roseli recebendo o portfólio


Grupo da peça teatral


Peça da peça teatral