quarta-feira, 20 de novembro de 2013

À MINHA ESPOSA COM CARINHO



Cantares 4

1 EIS que és formosa, meu amor, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas entre as tuas tranças; o teu cabelo é como o rebanho de cabras que pastam no monte de Gileade.
2 Os teus dentes são como o rebanho das ovelhas tosquiadas, que sobem do lavadouro, e das quais todas produzem gêmeos, e nenhuma há estéril entre elas.
3 Os teus lábios são como um fio de escarlate, e o teu falar é agradável; a tua fronte é qual um pedaço de romã entre os teus cabelos.
4 O teu pescoço é como a torre de Davi, edificada para pendurar armas; mil escudos pendem dela, todos broquéis de poderosos.
5 Os teus dois seios são como dois filhos gêmeos da gazela, que se apascentam entre os lírios.
6 Até que refresque o dia, e fujam as sombras, irei ao monte da mirra, e ao outeiro do incenso.
7 Tu és toda formosa, meu amor, e em ti não há mancha.
8 Vem comigo do Líbano, ó minha esposa, vem comigo do Líbano; olha desde o cume de Amana, desde o cume de Senir e de Hermom, desde os covis dos leões, desde os montes dos leopardos.
9 Enlevaste-me o coração, minha irmã, minha esposa; enlevaste-me o coração com um dos teus olhares, com um colar do teu pescoço.
10 Que belos são os teus amores, minha irmã, esposa minha! Quanto melhor é o teu amor do que o vinho! E o aroma dos teus unguentos do que o de todas as especiarias!
11 Favos de mel manam dos teus lábios, minha esposa! Mel e leite estão debaixo da tua língua, e o cheiro dos teus vestidos é como o cheiro do Líbano.
12 Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada.
13 Os teus renovos são um pomar de romãs, com frutos excelentes, o cipreste com o nardo.
14 O nardo, e o açafrão, o cálamo, e a canela, com toda a sorte de árvores de incenso, a mirra e aloés, com todas as principais especiarias.
15 És a fonte dos jardins, poço das águas vivas, que correm do Líbano!




As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam.







Dia Inesquecível - O amor existe, pois Deus é amor!

NO ENCONTRO DE CASAIS 
2 e 3 de Novembro de 2013



Dividindo o pão com amor
Cantares 7 

1 QUÃO formosos são os teus pés nos sapatos, ó filha do príncipe! Os contornos de tuas coxas são como jóias, trabalhadas por mãos de artista.
2 O teu umbigo como uma taça redonda, a que não falta bebida; o teu ventre como montão de trigo, cercado de lírios.
3 Os teus dois seios como dois filhos gêmeos de gazela.
4 O teu pescoço como a torre de marfim; os teus olhos como as piscinas de Hesbom, junto à porta de Bate-Rabim; o teu nariz como torre do Líbano, que olha para Damasco.
5 A tua cabeça sobre ti é como o monte Carmelo, e os cabelos da tua cabeça como a púrpura; o rei está preso nas galerias.
6 Quão formosa, e quão aprazível és, ó amor em delícias!
7 A tua estatura é semelhante à palmeira; e os teus seios são semelhantes aos cachos de uvas.
8 Dizia eu: Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos; e então os teus seios serão como os cachos na vide, e o cheiro da tua respiração como o das maçãs.
9 E a tua boca como o bom vinho para o meu amado, que se bebe suavemente, e faz com que falem os lábios dos que dormem.
10 Eu sou do meu amado, e ele me tem afeição.
11 Vem, ó amado meu, saiamos ao campo, passemos as noites nas aldeias.
12 Levantemo-nos de manhã para ir às vinhas, vejamos se florescem as vides, se já aparecem as tenras uvas, se já brotam as romãzeiras; ali te darei os meus amores.
13 As mandrágoras exalam o seu perfume, e às nossas portas há todo o gênero de excelentes frutos, novos e velhos; ó amado meu, eu os guardei para ti.


Renovando os laços de amor conjugal








sexta-feira, 15 de novembro de 2013

LIÇÃO 7 - CONTRAPONDO A ARROGÂNCIA COM A HUMILDADE




SUBSÍDIO I


INTRODUÇÃO
A arrogância causa muitos males ao ser humano, mas essa nem sempre é percebida, isso porque o orgulhoso não atenta para a sua condição. Por outro lado, a humildade, uma das principais virtudes cristãs, precisa ser cultivada, contrapondo a altivez de espírito. Na aula de hoje, com base no livro de Provérbios, bem como em outros textos bíblicos, faremos um estudo comparativo entre esses dois comportamentos. Ao final ressaltaremos os aspectos cristãos da humildade, personificados no próprio Cristo, o maior exemplo de serviço.


1. ARROGÂNCIA E HUMILDADE: DEFINIÇÕES 
A arrogância (hb. gabahh) é caracterizada pela falta de humildade e geralmente está associada ao fato de a pessoa se mostrar indisposta para ouvir os outros. A pessoa arrogante não quer aprender com o próximo, pois pensa ser dona da verdade. Ela se coloca acima dos outros, e se orgulha das percepções que tem de si mesmo. Esse é um pecado perigoso, pois não tem limites, o arrogante pode chegar a pensar que é o próprio Deus (Ez. 28.2). Esse foi o pecado que conduziu Satanás à queda, o inimigo não quis ficar na sua posição, tentou tomar o trono do Altíssimo (Is. 14.13,14). Como fez Satanás, o arrogante não se submete às normas, na verdade ele estabelece suas próprias regras, que geralmente favorecem apenas a ele mesmo (II Ts. 2.4). Aqueles que são altivos de coração também são orgulhosos, e por não se coadunarem aos princípios divinos, se voltam em rebelião contra Ele (Pv. 24.1; Tg. 3.16). A Torre de Babel, de Gn. 11, é uma demonstração do que o homem arrogante pode fazer, revela também as consequências dessa vaidade. Esse é também um pecado de cegueira espiritual, pois a pessoa que assim procede nega-se a ver o engano no qual se encontra (Mt. 15.14; 23.16-23; Rm. 2.19; Is. 3.12; 9.16; 42.19; 56.10; Os. 4.12). Por esse motivo os arrogantes não se dobram diante da Palavra de Deus (II Tm. 3.16), não se submetem em humildade ao que Deus diz (Pv. 11.2). Os falsos mestres tendem à arrogância, presunção e orgulho (I Co. 8.1; Cl. 2.18), e não são facilmente libertos do pecado porque rejeitam o ensinamento bíblico (Hb. 10.25; II Tm. 4.3; II Jo. 10,11). A oposição à arrogância é a humildade, uma virtude extremamente necessária àqueles que professam a fé em Cristo. Ser humilde (gr. ani) é uma disposição de dependência do outro, o verbo grego tapainoô tem a ver com a condição de fazer-se pequeno, mais que isso, a de ser obediente. Jesus, em Lc. 18.14, diz que aqueles que se exaltam serão humilhados, e os humilhados serão exaltados. Ele deu o maior exemplo de humildade, esvaziando a si mesmo, assumindo a posição de servo (Fp. 2.8).


2. ARROGÂNCIA E HUMILDADE EM PROVÉRBIOS
No livro de Provérbios, a contraposição entre arrogância e humildade é um dos principais temas desse texto sapiencial. O autor de Provérbios aconselha as pessoas a não se considerarem sábias aos seus próprios olhos, antes devem confiar no Senhor (Pv. 3.5-8), considerando que Ele exalta o soberbo, e dá graça aos humildes (Pv. 3.34). A arrogância, em várias passagens, traz consequências nefastas, pois com ela vem a desonra, a humildade, por sua vez, é uma demonstração de sabedoria (Pv. 11.2). O arrogante é comparado a um tolo, já que esse não aprende, não extrai lições da vida, não recebe conselhos (Pv. 13.10). A humildade, em Provérbios, é sinônima de sabedoria, que desvia o homem do mal, a arrogância, por sua vez, faz com que as pessoas tomem decisões precipitadas (Pv. 14.16). A arrogância é um pecado grave, pois faz com que as pessoas se afastem de Deus, conduzindo-as ao julgamento (Pv. 16.5). Ao se comparar a arrogância com a humildade, vale muito mais a pena viver entre os humildes do que entre os arrogantes (Pv. 16.16-18). Os arrogantes são comumente levados à ruina, enquanto que os humildes alcançam posição de honra (Pv. 18.12; 22.4; 25.6,7). Os arrogantes fazem muita propaganda enganosa, eles falam muito bem a respeito de si mesmos, mas passam vergonha quando são testados (Pv. 25.14,27). É melhor se aproximar de um tolo do que de uma pessoa arrogante, elas são altamente tóxicas, estragam tudo e todos que se encontra por perto (Pv. 26.12). Em virtude do muito dinheiro que conseguem acumular, os ricos são propensos à arrogância, os pobres, por serem dependentes, se aproximam de Deus, e encontram a verdadeira prosperidade (Pv. 28.11,25). Os pobres, especialmente os de espírito, se voltam para Deus, reconhecem que dEle vem a purificação (Pv. 30.13). O arrogante, por sua altivez de espírito, não pode ser salvo, peca contra Deus, diz blasfêmias, caminha para a perdição (Pv. 30.12), seria melhor que ele se calasse, ou então colocasse a mão na sua boca (Pv. 30.32). 


3. HUMILDADE VERSUS ARROGÂNCIA
Deus se opõe aos arrogantes, mas dá graça aos humildes, pois são estes que percebem sua condição, sua necessidade de salvação, que vem de cima, não deles mesmos (Tg. 4.6). Jesus deixou claro que não podemos fazer coisa alguma sem Ele, somos como um galho que precisa da raiz e do tronco para se desenvolver (Jo. 15.5). A humildade começa diante do próprio Deus, pois o ser humano é pequeno, somente o Senhor é grande, digno de honra, glória e louvor. Ao ouvir a Palavra de Deus, o humilde, diferentemente do arrogante, treme, e se arrepende dos seus pecados (Is. 6.5; 66.2). Ao invés de se gloriar da sua força, o humilde tem consciência da sua fraqueza, sabe que nisso consiste sua fortaleza, fundamentada na graça de Deus em Cristo (II Co. 12.9,10). Paulo precisou experimentar o sofrimento para aprender a não se gloriar nas revelações que recebeu de Deus. O espinho na carne pode ser um tratamento divino para modificar o comportamento dos arrogantes (I Co. 12.7). Mas a conversão da arrogância para a humildade não acontece apenas com palavras, é preciso que essa seja demonstrada em ações, assim procedeu Israel, ao se dobrar perante o Senhor, depois de ter seu orgulho abatido (Jz. 10.15-16). A pessoa quebrantada por Deus, e que vive em humildade, não coloca a si mesmo em primeiro lugar, antes tem consideração por aquilo que é dos outros (Fp. 2.3,4). Na visão cristã, o humilde é justamente aquele que se coloca na condição de servo, assim como fez Cristo, ao lavar os pés dos seus discípulos (Jo. 13). O próprio Senhor lembrou que aqueles que querem ser maiores, devem buscar servir aos seus irmãos, no reino de Deus é maior quem mais serve (Mc. 9.35), Jesus mesmo vem para servir, não para ser servido (Mc. 10.45). Ao invés de agirem como os arrogantes, os cristãos devem se humilhar debaixo da potente mão de Deus, a fim de serem exaltados em tempo oportuno (I Pe. 5.6).


CONCLUSÃO
O ser humano, em sua natureza pecaminosa, tem tendência à arrogância. Essa prática é naturalizada entre as pessoas, que acham normal o comportamento egoísta. Mas a Palavra de Deus, e mais especificamente o livro de Provérbios, se contrapõe àqueles que têm coração altivo, que são orgulhosos. A virtude cristã, exemplificada na própria pessoa de Cristo, é a humildade, característica que se fundamenta no interesse pelos outros. Jesus chamou a vir a Ele todos os humildes, para dEle aprenderem (Mt. 11.28). Assim procedem todos aqueles que estão na escola da humildade, não da arrogância, são pessoas que estão sempre predispostas a aprenderem, por isso alcançarão maturidade espiritual.

Extraído do blog: subsídioebd.

SUBSÍDIO II



Introdução


O livro de Provérbios se refere por diversas vezes aos termos contrastantes: "humildade" e "arrogância", mas sempre dentro do contexto das interações humanas. Dessa forma para se conhecer quem é o sábio, o autor de Provérbios põe no cenário como figura contrastante, o insensato. Mas Provérbios vai mais além -tanto a humildade como a arrogância serão melhor compreendidas quando se observa, além do sabido versus o insensato, também figuras contrastantes como: o justo versus o injusto; o rico versus o pobre e o príncipe versus o escravo.



I. O SÁBIO VERSUS O INSENSATO


Muitos ainda confundem humildade com a falta de bens e recursos materiais. Porém, humildade não tem nada a ver com os bens materiais que uma pessoa possui. Ser humilde é ser consciente das fraquezas, falhas, erros, imperfeições. Humildade também não é complexo de inferioridade. Muitos não têm uma auto- estima saudável e acabam adoecendo e confundido humildade com baixa autoestima. Quando uma pessoa não tem uma visão correta de si mesma, ela corre o perigo de desenvolver um complexo de inferioridade ou de se tornar uma pessoa altiva, arrogante, soberba. Deus pode e quer curar a forma como nos vemos.


A humildade nas Sagradas Escrituras está associada a uma atitude mental de que tudo que temos ou somos vem do Senhor. O apóstolo Pedro exorta-nos a que venhamos nos revestir de humildade (1 Pe 5.5). O livro de Provérbios exorta-nos a trilhar o caminho da humildade (Pv 15.33; 18.12; 22.4). Jesus, enquanto homem perfeito, é nosso maior exemplo de humildade (Mt 11.29). O Mestre não apenas falou, ensinou a respeito do assunto. Ele deu uma lição prática aos discípulos e a nós a respeito do que é ser humilde (Jo 13.3-16). Outra importante passagem cristológica que trata do assunto em o Novo Testamento é encontrada em Filipenses 2.5-11.


A soberba é o antônimo da humildade, e segundo o livro de Provérbios a arrogância evidencia a insensatez de uma pessoa. O temor ao Senhor é o princípio da sabedoria (Pv 1.7), logo quem teme a Deus aborrece o mal; a soberba e a arrogância (Pv 8.13). O temor ao Senhor é um antídoto contra o mal (Pv 16.6). Sem o reverente temor, nos tornamos vulneráveis ao mal, ao pecado. A soberba não somente desagrada a Deus, mas ela destrói nossos relacionamentos e a nós mesmos. Salomão já era rei quando reconheceu que sem Deus não teria condição de governar o seu povo com justiça. Ele num gesto de humildade pede a Deus sabedoria, pois reconheceu suas limitações. O soberbo não consegue reconhecer suas deficiências.


ARROGÂNCIA -> Arrogância (A palavra grega physiosis (2 Co 12.20) ocorre em uma lista de pecados relacionados ao ato de falar, e refere-se especificamente a estar dominado pela "presunção" ou "arrogância". Está escrito que a boca dos falsos mestres pronuncia "coisas mui arrogantes" (2 Pe 3.18; Jd 16), onde a palavra grega hyperogkos (literalmente, superinchado) significa algo "bombástico" ou "arrogante".


A palavra grega alazoneia (presunção em palavras ou soberba) se refere à pretensão e arrogância do alazon ("soberbo", Rm 1.30; 2 Tm 3.2), o jactancioso que usa as palavras em seu próprio benefício e promete o que não pode cumprir. Ela descreve o homem que ignora a soberania de DEUS, que tenta controlar a sua vida atual (1 Jo 2.16) e modelar o seu próprio futuro.


A palavra grega hyperephania (orgulhoso e arrogante em pensamentos) descreve o homem que exalta a si próprio acima dos outros, não através de atos exteriores de bazófia, mas com uma atitude interior do coração, que ergue um altar a si próprio em seu íntimo onde realiza o seu próprio culto ("orgulho", Rm 1.30; 2 Tm 3.2; Lc 1.51; Tg 4.6; 1 Pe 5.5; cf. Mc 7.22).


Arrogância, orgulho (em hebraico zed, ou "insolente, altivo"), como no Salmos 19.13 quando se fala sobre "pecados de presunção" que nascem de uma orgulhosa autoconfiança, e assim tais rebeldes deveriam ser rigorosamente castigados. A palavra zed é encontrada em Salmos 86.14; 119.21,51,69,78,85,122; Provérbios 21.24; Isaías 13.11; Jeremias 43.2; Malaquias 3.15; 4.1 significando muitas vezes "orgulho, impiedade, insolência".


Arrogância (heb., zadon, "orgulho, presunção"), personificada pela Babilônia que agiu com arrogância contra DEUS ao queimar seu Templo e levar seu povo prisioneiro (Jr 50.31,32). Cf. Deuteronômio 17.12; 18.22; 1 Samuel 17.28; Provérbios 11.2; 13.10; 21.24; Jeremias 49.16; Ezequiel 7.10; Obadias 3, onde ocorre a mesma palavra hebraica que expressa orgulho (q.v).  Presunção (em hebraico b'yad rama, "com arrogância"), que em Números 15.30 significa "desafiar", ou rebelar-se abertamente contra DEUS. Tal pessoa deveria ser eliminada (cf. Gn 17.14) sem a possibilidade de perdão porque havia desprezado a Palavra do Senhor (Nm 15.31).



II - O JUSTO VERSUS O INJUSTO


Nos Provérbios a humilde é característica de uma pessoa sensata, modesta e mansa e por isso sabe que a justiça é de origem divina (Pv 29.26); que ela exalta as nações (Pv 14.34); livra da morte (Pv 10.2); guarda o que anda em integridade (Pv 13.6); é amada por Deus (Pv 15.9) e por isso deve ser exercitada (Pv 21.3).


Comentando Provérbios 14.34, Antonio Neves de Mesquita destaca:


O pecado é o opróbrio dos povos. Aqui está toda a sabedoria de Provérbios. O pecado, sempre o pecado, que cria o invejoso, o prepotente, o opressor e toda essa coorte de sinistros elementos que infelicitam a vida. A falta de justiça na terra também resulta do pecado. Todo o mal é produto ou subproduto do pecado na vida. A seguir vem o texto áureo deste capítulo. 


A justiça exalta as nações... Há um folheto publicado por Howard Hoton sobre o título A Justiça Exalta as Nações (...) é um estudo socioeconômico das nações antigas e modernas a respeito das suas práticas de justiça social. No conceito desse autor citado, só a Justiça é capaz de dar aos povos a paz e harmonia que desejam, e essa justiça só pode vir do uso e prática da Bíblia. Fora dela não há justiça possível, nos termos em que a mesma Bíblia compreende. Os povos mais justos do mundo são os mais prósperos e os mais pacíficos, porém os menos justos são os mais pobres e os menos pacíficos. 


Em seu comentário do Livro de Provérbios, Warren W. Wiersbe destaca: “Vários teólogos acreditam que o orgulho é o “pecado dos pecados”, pois foi o orgulho eu transformou um anjo no Diabo (Is 14.12-15). As palavras de Lúcifer “serei semelhante ao Altíssimo” (v. 14), foram um desafio ao próprio trono de Deus e, no jardim do Éden, transformaram-se na declaração “como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal” (Gn 3.5). Eva acreditou nessas palavras, e o restante da história é conhecido. “Glória ao homem nas maiores alturas” — esse é o grito de guerra da humanidade orgulhosa e ímpia que continua desafiando Deus e tentando construir o céu na terra (11.1-9; Ap 18). Quanto ao soberbo e presumido, zombador é o seu nome; procede com indignação e arrogância (Pv 21.24). “Antes da ruína, gaba-se o coração do homem, e diante da honra vai a humildade” (Pv 18.12, ARA; ver 29.23). Deus aborrece “olhos altivos” (6.16,17) e promete destruir “a casa dos soberbos” (15.25). Quase todo cristão sabe Provérbios 16.18 de cor, mas nem todos nós atentamos para o que esse versículo diz: “A soberba precede a ruína, e altivez do espírito precede a queda”.



III - O RICO VERSUS O POBRE


A riqueza passa a ser estimada pelo próprio Deus quando atende aos seus propósitos: “O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado” (Pv 14.31, ARA). Nesse aspecto, riqueza e humildade podem até mesmo andarem juntas: “O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, e honra, e vida” (Pv 22.4).


O versículo 11 de Provérbios 28 é entendido pelo Comentário Beacon da seguinte forma: “A presunção do rico é o tema do versículo 11.0 homem arrogante pensa que a sua habilidade para os negócios é uma indicação de sabedoria superior, mas o pobre consegue perceber coisas por trás das limitações desse homem e possuir a verdadeira sabedoria e segurança.



IV. O PRÍNCIPE VERSUS O ESCRAVO


Em seu Comentário Devocional da Bíblia, o expositor bíblico Lawrence O. Richard, discorre sobre o sentido de Provérbios 31.1-9:

Esses versículos de conselho, dados por um rei que escrevia sob o pseudônimo de Lemuel, revelam uma visão elevada da responsabilidade real. O rei é servo do seu povo, e deve proteger os oprimidos e julgar com justiça. A indulgência pessoal “não é própria dos reis”. Eles devem despender a sua força e o seu vigor servindo ao seu povo, não procurando mulheres ou embriagando-se.


Essas palavras de uma mãe nos lembram de que devemos considerar toda autoridade no contexto da servidão. O homem, que é o “cabeça da casa”, como o rei desses versículos, não deve usar a sua autoridade para explorar ou “dominar” a sua esposa, mas para servir tanto a ela, como aos filhos que tiver com ela.


Dessa forma, através da sabedoria o rei justo deveria promover o bem-estar social: “O rei justo sustém a terra, mas o amigo de impostos a transtorna” (Pv 29.4, ARA). Quando esse governante não teme a Deus, mas age de forma perversa e arrogante o povo logo sente os reflexos: “Quando se multiplicam os justos, o povo se alegra, quando, porém, domina o perverso, o povo suspira” (Pv 29.2, ARA). Por isso o governante sábio dará atenção especial aos mais humildes: “O rei que julga os pobres com DEUS. Os profetas acusaram Israel por não receber a disciplina de DEUS: “Ah! SENHOR, atentam os teus olhos para a verdade? Feriste-os, e não lhes doeu; consumiste-os, e não quiseram receber a correção;  endureceram as suas faces mais do que uma rocha; não quiseram voltar” (Jr 5.3). 



Extraído do Blog: aildosilva.blogspot.com.br

sábado, 9 de novembro de 2013

LIÇÃO 6: O EXEMPLO PESSOAL NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS




SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO
Entre os vários assuntos abordados no livro de Provérbios, a educação dos filhos ocupa lugar de destaque. Na aula de hoje mostraremos, a partir desse compêndio sapiencial, algumas orientações em relação à instrução dos filhos no temor do Senhor. Atentaremos, a princípio, à realidade do sistema educacional moderno, respaldado no relativismo e na ausência de limites. Em seguida, nos voltaremos para o valor da instrução e correção, com base em Provérbios. Ao final apresentaremos conselhos práticos para o crescimento não apenas físico, mas, sobretudo espiritual dos nossos filhos.


1. A EDUCAÇÃO NA MODERNIDADE
A educação na modernidade está fundamentada em princípios seculares, isto é, em valores que fogem aos padrões judaico-cristãos. As instituições de ensino foram tomadas pelo pensamento iluminista, a ofensiva, nesses últimos anos, está voltada para as famílias. Os pensadores educacionais se distanciaram de Deus, passaram a negar a realidade da fé, e a criticar a crença em um Criador. Como resultado, as pessoas estão cada vez mais sem esperança, voltadas para o materialismo, centradas no egocentrismo. O material didático produzido para as escolas sequer cogita a possibilidade da existência de Deus. Muitos professores, formados em universidades centradas no ateísmo, voltam-se contra a religião, afirmando que essa não passa de ópio. Nessa correnteza os valores cristãos, há muito defendidos para a família, estão sendo questionados, em favor de uma tendência culturalista. Tais pensadores incitam os pais a não repreenderem seus filhos, defendem que a ausência de limites é necessária para o desenvolvimento do caráter.  A consequência dessa realidade é a formação de uma geração inteira de jovens que não se submete a autoridade dos pais, que desrespeitam os mais velhos.  As orientações  paternas deixaram de ter valor, tudo passou a ser objeto questionamento. Qualquer atitude de censura por parte dos pais é alvo de denúncia, até mesmo uma simples repreensão. Há ainda a ausência de ideais, de modelos a serem seguidos, os filhos não tem mais em quem se espelhar. A ênfase no individualismo enseja também comportamentos dúbios, a hipocrisia generalizada, assumida como algo normal, a fim de tirar vantagem do outro. Muitos filhos estão frustrados com os pais, que dizem uma coisa, mas fazem outra totalmente diferente. Esse comportamento hipócrita adentrou até mesmo as igrejas, muitos filhos não acreditam mais na fé exposta pelos pais, que não confere com suas práticas diárias.


2. PROVÉRBIOS: Uma visão educacional
Em oposição a essa realidade moderna o livro de Provérbios nos apresenta uma série de orientações para a educação dos filhos. Para o autor desse livro a disciplina faz parte do processo de criação dos filhos. A repreensão não deve ser motivo de culpa, mas uma necessidade, um ato de amor, de alguém que considera seu filho (Pv. 3.12). A passagem anterior é citada em Hb. 13.5-11, reforçando o princípio da disciplina amorosa. Ao contrário do que defendem alguns adeptos do humanismo sem limites, a correção, quando desempenhada com amor, traz resultados. Há uma passagem bastante controvertida no livro de Provérbios, que se encontra em Pv. 13.24, na qual existe uma orientação quanto ao uso da vara. Existem diversas análises teológicas a respeito do significado desse texto. Para alguns estudiosos, não se tratava da vara para açoitar, como se costuma fazer em alguns contextos, mas para chamar a atenção. O princípio, no entanto, permanece em relação à importância da correção, contanto que essa seja com amor. Essa também precisa ser feita no tempo apropriado, pois o tipo de disciplina depende da idade, e não pode ser postergada (Pv. 19.18). Em Pv. 22.6, os pais são orientados a ensinarem a criança no caminho em que devem andar, para que não se esqueçam dele quando crescerem. Destacamos inicialmente que o exemplo é relevante, os pais precisar estar NO caminho, precisam viver o que ensinam, para inspirar os filhos. Mesmo assim, isso não é garantia de que esses não se desviaram, pois o livro de Provérbios traz princípios gerais, não verdades específicas. Evidentemente as chances de se afastarem serão menores se os pais assumirem a responsabilidade de fazerem a sua parte. Timóteo é um exemplo de um  jovem que foi instruído desde a tenra idade nas sagradas letras, produzindo frutos (II Tm. 3.15). Os filhos não são perfeitos, têm uma natureza pecaminosa, por isso carecem de repreensão (Pv. 22.15). Esse é um motivo, em alguns casos, para o uso da vara, a fim de fustigar, não para espancar, e orientá-los quanto ao caminho a ser trilhado (Pv. 23.13,14). Eli, o sacerdote, falhou nesse sentido, tratando seus filhos com liberalismo, resultando em ruina (I Sm. 3.13). Os erros precisam ser identificados e corrigidos para conduzir os filhos ao caminho da sabedoria (Pv. 29.15). Alguns filhos causam inquietação nos pais porque não foram disciplinados, não receberam a correção no tempo adequado, os pais não assumiram sua responsabilidade (Pv. 29.17). 

3. ORIENTAÇÕES CRISTÃS PARA A EDUCAÇÃO DOS FILHOS
A educação dos filhos é uma tarefa complexa, para a qual os pais devem atentar, cientes das suas possibilidades e limitações. Isso porque existem diferentes tipos de pais, bem como de filhos, cada um deles com suas particularidades. Há os pais que são muito dominadores, que querem controlar todos os comportamentos dos filhos, mas isso pode resultar em amargura e revolta (Cl. 3.21). Outros os superprotegem, evitando, a qualquer custo, a frustração, cujo resultado é facilidade desses serem manipulados pelos outros quando crescerem (Pv. 13.24). Existem pais que acabam causando um excesso de dependência nos filhos, por serem possessivos e controladores, acompanham excessivamente tudo que os filhos fazem, fazendo com que esses se tornem indecisos e temerosos (Jr. 17.5). O oposto disso é a falta de cuidado em relação aos filhos, a ausência de todo e qualquer tipo de responsabilidade, que pode causar insegurança e falta de objetivos definidos no futuro (I Tm. 3.4). O ideal é que os pais busquem ensinar os filhos a se desenvolverem, acompanhando-os, através do encorajamento sincero, resultando em confiança e sabedoria (Lc. 2.40). Várias passagens da Bíblia admoestam quanto à necessidade de tratar os filhos com respeito (Cl. 3.21), ao cultivo do diálogo produtivo (I Ts. 4.1), à identificação de comportamentos negativos (Pv. 19.18), ao encorajamento à responsabilidade (Pv. 17.5), bem como ao reconhecimento das atitudes positivas (I Ts. 5.11). A educação dos filhos passa por uma série de atitudes, tais como: disposição para ouvi-los (Tg. 1.19), manifestação de amor entre os cônjuges (Ef. 5.33), não agir com favoritismo entre os filhos (Tg. 2.1), a disposição para pedir perdão diante das falhas (Mt. 5.23,24), sabedoria para lidar com as emoções (Cl. 3.8) e disciplina amorosa, nunca fundamentada na raiva (Ap. 3.19).


CONCLUSÃO
Vivemos em uma sociedade marcada pelo secularismo, que se distancia cada vez mais dos princípios divinos. O humanismo anticristão favorece o relativismo e a ausência de regras, de limites. Diante dessa realidade, precisamos resgatar, a partir de Provérbios, e da Bíblia como um todo, orientações que oportunizem a educação consistente dos nossos filhos, a fim de que esses temam ao Senhor, e vivam de acordo com Sua palavra. Mas a educação deve se pautar também pelo exemplo, não podemos ensinar uma coisa a agir de modo diferente, isso repercute negativamente na formação dos filhos.


Extraído do Blog: subsidioebd 

 
SUBSÍDIO II


OS PAIS: criação conjunta



Os filhos são do casal, e ambos os cônjuges precisam estar cônscios de que têm responsabilidades e deveres para com os filhos. Isso vale para os filhos que são gerados pelo casal e pelos que são adotados legalmente, e estende-se também aos filhos de casamentos anteriores de um ou dos dois cônjuges, especialmente quando estes filhos residem com o casal.

1) Maternidade – Gerar filhos é um privilégio da mulher. Embora não possa concebê-los sozinha, é exclusividade da maternidade a experiência única de sentir um ser crescendo e se movendo dentro do corpo feminino.

Isso ajuda a explicar porque, via de regra, a mulher é mais apegada aos filhos e mais responsável quanto ao cuidado com os mesmos (Is 49.15).

Na Bíblia, a mulher é designada como figura de amor e cuidado (Tt 2.15), termômetro e edificadora da casa (Pv 14.1) e educadora e guardiã do lar e dos filhos (Pv 31.10-31). Na nossa sociedade, até hoje dizemos “Sua mãe não te deu educação?” para alguém mal educado – o que ilustra o quanto atribuímos às mulheres a tarefa da formação moral dos filhos. Portanto, por mais que a jornada feminina esteja mais apertada face ao acúmulo de diferentes papéis que executa, a tarefa de cuidar, educar e evangelizar os filhos não pode ser renegada ou esquecida.

2) Paternidade – Quando Deus colocou o homem como cabeça da sua esposa e do lar, ele expressa como deve ser a postura masculina no casamento e na família: o homem deve planejar metas para a sua família, projetando planos futuros e esmerando-se no governo e na administração do lar e dos filhos.

Isso significa entender o casamento e a paternidade com responsabilidade, como o exercício de um compromisso que deve ser cumprido.

Do ponto de vista divino, o homem é ainda o sacerdote do lar, sendo co-responsável na evangelização e na formação de seus filhos (Dt 6.6-7 e Pv 3.12; 4.1; 15.5). A responsabilidade que Deus atribui à paternidade é ampla, a ponto de ser requisito para o exercício ministerial que o homem, enquanto pai, tenha seus filhos sob disciplina, mantenha o governo dos mesmos e forme filhos fiéis e obedientes (1Tm 3.4,5,12 e Tt 1.6).

Cabe ainda ressaltar que Deus usa a paternidade como modelo de sua relação conosco. Ele é o pai e nós somos seus filhos. Assim sendo, a imagem de Deus formada nos filhos (o “Papai do Céu”) é organizada a partir das atitudes paternas: o filho que tem um pai irresponsável, distante e grosso terá mais dificuldade de aceitar Deus como um Pai fiel amoroso e amigo.
 
3) Educação partilhada – Há muitos problemas familiares, a maioria deles decorrentes da má condução na educação dos filhos, como a entrada para a marginalidade, a prática da homossexualidade e da prostituição, a agressão doméstica e o uso de drogas. Nesses casos, primeiramente cada cônjuge precisa avaliar como executou seu papel, não para culpar-se, mas para organizar novas formas de atuação. Em segundo lugar, o casal deve discutir onde falhou na partilha das responsabilidades e das atribuições, unindo-se para traçar metas e estratégias de ação.

Afinal, é melhor serem dois do que um, e o cordão de três dobras não se quebra facilmente (Ec 4.9-12).

Elaine Cruz


 
SUBSÍDIO III


Lição 6: O exemplo pessoal na educação dos filhos
10 de novembro de 2013
 
TEXTO ÁUREO
“O justo anda na sua sinceridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele” (Pv 20.7).
VERDADE PRÁTICA
A melhor forma de se educar um filho é através do exemplo, pois as palavras passam, mas o exemplo permanece.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Provérbios 4.1-9
1 - Ouvi, filhos, a correção do pai e estai atentos para conhecerdes a prudência.
2 - Pois dou-vos boa doutrina; não deixeis a minha lei.
3 - Porque eu era filho de meu pai, tenro e único em estima diante de minha mãe.
4 - E ele ensinava-me e dizia-me: Retenha as minhas palavras o teu coração; guarda os meus mandamentos e vive.
5 - Adquire a sabedoria, adquire a inteligência e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca.
6 - Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama-a, e ela te conservará.
7 - A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento.
8 - Exalta-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará.
9 - Dará á tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
          Reconhecer a importância de se colocar limites aos filhos;
          Saber do valor do exemplo na educação dos filhos, e
          Promover a educação integral da criança.

PALAVRA-CHAVE
Influência: Ação ou efeito de influir, isto é, fazer fluir, correr para dentro de.
COMENTÁRIO
introdução
 
Nas lições anteriores, vimos que a expressão “ouve filho meu” soa como um refrão no livro de Provérbios. É o apelo de um pai amoroso, ensinando ao filho as regras do bom viver. É a partir de um conjunto de valores, já padronizado, que o pai assim o faz. Entretanto, sua preocupação não é despejar sobre o filho um código de regras, mas ensinar valores que o prepararão para a vida. Para isto, ele utilizará o exemplo, mostrando que a atitude fala muitas vezes mais alto que as palavras!. [Comentário:  Dando sequência ao estudo do livro de Provérbios, estudaremos hoje o que este livro nos fala sobre a educação dos filhos. Salomão tinha aprendido de seu pai sobre os caminhos de Deus, e agora instrui quanto a isso os seus próprios filhos. Deus quer que os ensinos sobre a verdadeira piedade e o conhecimento dos seus caminhos sejam ministrados primeiramente pelos pais e pelos exemplos ocorridos no lar (Dt 6.7). A palavra grega paideia, "treinamento infantil", "instrução", "alimentação", abrange todo o cultivo da mente e da moral de uma criança, e o emprego de ordens e admoestações, censura e castigo, com a finalidade de atingir este objetivo (Ef 6.4). Quando aplicada a adultos, ela fala daquilo que desenvolve a alma, corrigindo erros e controlando paixões através da "instrução" na justiça (2Tm 3.16). Quando aplicada a crianças, tem o sentido de treinamento infantil ou "castigo" (Hb 12.5,7,11; Pv 3.11,12; 15.5). A educação judaica era primeiramente religiosa e, até a época do Novo Testamento, dava-se em casa. Era dever do pai instruir seu filho sobre as tradições religiosas (Ex 12.26,27; Dt 4.9; 6.7).Continua sendo nosso o dever de passar aos nossos filhos os valores que o prepararão para a vida; como diz um adágio popular: “a palavra convence, o exemplo arrasta”]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!
 
I. A IMPORTÂNCIA DOS LIMITES
 
1. Satisfazendo necessidades, não vontades. Um princípio utilizado no treinamento de líderes, e que tem se mostrado bastante eficaz, é a máxima de que “liderar é satisfazer necessidades, não vontades”. No universo educacional, o princípio torna- se ainda mais forte e verdadeiro. Todo pai deve saber que o filho, especialmente se ainda é criança, deseja que suas vontades sejam imediatamente satisfeitas. Mas de que realmente a criança necessita? Embora queira comer só doces, ela precisa de uma alimentação balanceada para ter um crescimento saudável. É para isso que aponta a sabedoria de Provérbios 29.15. Portanto, estabeleçamos limites às crianças, não apenas quanto à alimentação, mas principalmente acerca dos valores morais e espirituais. [Comentário:  Os pais devem ensinar seus filhos a como se conduzir neste mundo, a como exercer o papel que Deus reservou à humanidade e, nesta tarefa de ensino e instrução, assemelham-se a Deus, Ele próprio chamado de Pai, precisamente porque é o Criador e o Instruidor dos homens (Hb.12:7-9). Neste quesito, notemos o que Salomão afirma em Provérbios 29.15: “a vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma vem a envergonhar a sua mãe”. A criança entregue a si mesma vive sem restrições, tem permissão para se comportar mal e não é corrigida. Esse filho leva vergonha aos pais. Como é difícil encontrar o equilíbrio. Muitas vezes os pais não são constantes ou deixam de disciplinar ou são severos demais na punição. É necessário muita oração, paciência e perseverança para ser pais com a mistura exata de amor e de disciplina. Mas o esforço vale a pena].
 
 
2. Presença versus Agressão. Os educadores descrevem como referências negativas, na educação da criança, a figura do “pai ausente” e a da “mãe superprotetora”. O pai ausente é omisso na educação de seus filhos. Evitando o diálogo, vale-se de métodos agressivos para impor-lhes a sua autoridade. Ele fala sempre aos gritos. O autor dos Provérbios, porém, exorta-nos a ensinar a criança no caminho em que deve andar, mas não aos gritos, nem utilizando-se de violência (Pv 22.6). A mãe superprotetora, por seu turno, temendo produzir algum trauma na formação da criança, acaba por não corrigi-la. Não é isso o que as Escrituras ensinam: o pai e mãe são os responsáveis pela disciplina dos filhos, e não podem fugir a esse dever (Pv 13.24). [Comentário:  Deus disciplina seus filhos, e os pais terrenos também devem fazê-lo. O pai amoroso inflige desconforto temporário aos filhos para afastá-los de futuras tragédias que, inevitávelmente, acompanham a vida sem disciplina. Observe o objetivo divino ao nos por em disciplina: para que possamos desfrutar de sua santidade e aprender a viver sábia e retamente (Hb 12.10-11). Os pais devem disciplinar os filhos pelos mesmos motivos. Não obstante isso, os pais têm abdicado deste dever que lhes foi dado pelo próprio Deus e deixado que seus filhos sejam instruídos por babás, ou pelas creches, pelos avós, pelas escolas e pior, pela TV, e já sabemos dos funestos resultados para essa criança, com o total desencaminhamento de nossas crianças, adolescentes e jovens, inclusive entre os filhos de pais crentes. A correção é uma função e uma responsabilidade do pai para com os seus filhos (Pv 23.13; 29.17; Jr 2.30; Hb 12.9) e de DEUS para com o seu povo (Jó 5.17; Pv 3.12; Hb 12.7,9). Tanto os termos em hebraico como em grego para disciplina e correção, sugerem um significado duplo: instruir, guiar, argumentar; e, também, punir, castigar, reprovar. A correção é visível em todo o processo de criação dos filhos, como sugere o termo grego mais comum paideuo, "educar um filho", envolvendo tanto a orientação positiva, como a disciplina negativa, no caso de má conduta. A expressão que mostra que a Palavra de Deus é útil para a correção (2 Tm 3.16), ressalta o seu valor na melhoria de vida e do caráter do crente. O termo grego aqui significa "restauração a um estado de retidão"].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Os pais devem satisfazer as necessidades dos seus filhos, não vontades; devem educá-los, não agredi-los
II. ENSINANDO ATRAVÉS DO EXEMPLO (VALORES)
1. Ética da personalidade. Hoje, mais do que nunca, necessitamos educar nossas crianças, tomando por base os valores morais e espirituais da Bíblia Sagrada. A ética ensinada pelas escolas seculares e pela mídia é relativista e permissiva. O que conta não é o ser e sim o ter. Com isso, nossos filhos ficam completamente desprotegidos diante das armadilhas deste mundo, por não terem ainda a noção do certo e do errado, conforme destaca Salomão em Provérbios 7.6,7. Nessa passagem, deparamo-nos com a triste figura do jovem simples e desprotegido diante da sedução do mundo. Algumas questões precisam ser elucidadas nesse texto. A palavra “simples”, traduzida do hebraico pethy, refere-se a uma pessoa tola e ingênua. O termo hebraico leb traduzido por “coração”, “ser interior” ou “juízo”, é usado para descrever o caráter moral do indivíduo. O que faltou ao jovem de Provérbios 7 foi exatamente a noção de valores morais bem demarcados. O resultado não poderia ser outro: ele caiu nas garras do pecado. Não permitamos, pois, que o mesmo ocorra com os nossos filhos. Vamos instruí-los enquanto é tempo. [Comentário:  A importância do papel dos pais, como visto supra, já explica porque o livro de Provérbios, cujo objetivo é ensinar como saber viver sobre a face da Terra, dedica-se a este tema largamente. É evidente que, tendo os pais sido escolhidos por Deus para que fossem os mestres de seus filhos, o saber viver abarcasse a questão da educação dos filhos. Os pais não criam os filhos para si. Eles os educam para o mundo. É na prática da vida que os filhos provarão se os pais foram ou não competentes na sublime missão de educá-los. É fundamental que o filho siga o que lhe for ensinado pelos seus pais e este ‘seguir’ só é possível mediante o exemplo (a palavra convence, mas o exemplo arrasta), pois as palavras apresentam maior peso quando acompanhadas por gestos e atitudes. Quando Salomão escreve a respeito da necessidade de não consentirmos com os pecadores, mostra que os pecadores convidam o filho a cometer as mesmas atitudes que eles cometem, façam o mesmo que eles fazem (Pv 1.10-16), isso denota que o aprendizado vem pelo exemplo, pela imitação do que é feito e não pelo guardar no intelecto aquilo que se falou apenas.].
 
 
2. Ética do caráter. A ética coloca os valores no lugar onde eles devem estar. A ideia, aqui, é educar a pessoa, tomando por base os valores ensinados na Bíblia. O mais importante não são os sentimentos, mas o comportamento. Não é a sensibilidade, mas o compromisso com a atitude correta a se tomar. É exatamente isso que Salomão diz ter herdado do seu pai e o mesmo objetiva transmitir ao seu “filho” (Pv 4.3,4). [Comentário:  Salomão tinha aprendido de seu pai sobre os caminhos de Deus, e agora instrui quanto a isso os seus próprios filhos. Deus quer que os ensinos sobre a verdadeira piedade e o conhecimento dos seus caminhos sejam ministrados primeiramente pelos pais e pelos exemplos ocorridos no lar (Dt 6.7). Há muitos pais que até indicam o caminho a seguir, mas não o trilham juntamente com o seu filho. O resultado é que de nada aproveitará esta instrução, pois é o caminhar junto com ele que o fará se lembrar dele e não a mera indicação, o mero dizer. O que ficará na mente do filho é o caminho trilhado pelo pai e se o pai andar por caminho que ao homem parece direito, mas cujo fim é a morte (Pv.14:12; 16:25) , será por ele que o filho percorrerá, por mais que o pai indique que o caminho da salvação seja outro. Os sábios continuam a tradição de sabedoria passando às gerações seguintes a sabedoria que aprenderam de seus pais. Idade e experiência não são autoridades absolutas, mas são fatores importantes e devem ser tidas em alto grau (Lv 19.32)].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O caráter cristão é formado a partir de uma educação que toma por base os valores ensinados na Bíblia.
 
III. EDUCAÇÃO INTEGRAL
1. Desenvolvimento mental. Provérbios mostra o quanto é importante os mais jovens serem treinados para que tenham o discernimento adequado para a vida. Por isso, Salomão mostra os frutos desse treinamento: sabedoria, disciplina, sensatez, justiça, direito, retidão, habilidade, prudência, conhecimento e reflexão. Todo esse aprendizado valia-se de uma técnica apurada de memorização, visando preparar integralmente o jovem à vida. Por conseguinte, inclinemos o coração ao entendimento (Pv 2.2). Atemos a benignidade ao pescoço, escrevemo-la na tábua do coração (Pv 3.3) e guardemos a instrução no lugar mais íntimo do ser (Pv 4.21). [Comentário:  O Antigo Testamento tem no coração a base da razão e da vontade. A moderna distinção popular entre conhecimento do coração e conhecimento da mente não tem aplicação aqui. O contraste usual do Antigo Testamento é entre obediência formal ou externa, à qual falta um verdadeiro assentimento da vontade, e a disposição, a obediência de todo o coração. Os termos hebraicos para benignidade e fidelidade indicam claramente que a sabedoria está avançando dentro da aliança com Deus. A instrução é um ensino prático para a vida, baseada no caráter de Deus revelado em sua Palavra. O firme propósito de Deus é que sua Palavra esteja no coração do seu povo (cf. Sl 119.11; Jr 31.33). Paulo declara explicitamente: "A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria" (Cl 3.16; cf. 2 Tm 3.15-17). Esse preceito somente pode ser cumprido se, diária e continuamente, examinarmos as Escrituras (Sl 119.97-100; Jo 8.31,32). Uma maneira de fazer isso é ler o NT todo duas vezes por ano, e o AT uma vez por ano (cf. Is 29.13; ver Tg 1.21)].
 
2. Desenvolvimento moral. A preocupação do sábio com o desenvolvimento moral e espiritual do aprendiz é claramente demonstrada em sua insistência em educá-lo, tomando por base a justiça, o direito e a retidão. Isso pode ser visto, quando Salomão destaca a prática da justiça (Pv 22.22,23), os bons princípios (Pv 22.28; 23.10,11), a instrução e a disciplina (Pv 23.13; 14.22-25), a prudência nas relações sociais (Pv 23.6-8) e o exercício da misericórdia (Pv 24.11,12). [Comentário:  Uma das mais veementes admoestações aos pais em Provérbios é para disciplinarem os filhos para que possam ser libertos da morte física. A disciplina capacita a criança a desfrutar de uma vida plena e feliz. Não há dúvida de que restará uma grande alegria no coração de mães e pais quando os filhos adultos escolhem a vereda da sabedoria. Esse filho deve ser louvado por suas escolhas sábias. Não é interessante que para a maioria de nós, pais, é muito mais fácil reclamarmos sem parar quando o filho se mostra insensato, mas, por outro lado, deixamos de elogiar quando o filho anda com sabedoria? Uma forma vital de expressar amor a Deus é cuidar do bem-estar espiritual dos filhos e esforçarmo-nos para levá-los a um real relacionamento com o Senhor. O ensino da Palavra de Deus aos filhos deve ser uma tarefa altamente prioritária dos pais (Sl 103.13; Lc 1.17; 2Tm 3.3). O ensino das coisas de Deus deve partir do lar, e nisso, tanto o pai como a mãe deve participar. Cultuar a Deus no lar não é uma opção; pelo contrário, é um mandamento direto do Senhor (Êx 20.12; Lv 20.9; Pv 1.8; 6.20; 2Tm 1.5). O propósito da instrução bíblica pelos pais é ensinar os filhos a temer ao Senhor, a andar em todos os seus caminhos, a amá-lo e ser-lhe grato e a servi-lo de todo o coração e alma (Dt 10.12; Ef 6.4). O crente deve proporcionar sabiamente aos seus filhos uma educação teocêntrica, em que tudo se relacione com Deus e às suas coisas (Dt 4.9; 11.19; 32.46; Gn 18.19; Êx 10.2; 12.26,27; 13.14-16; Is 38.19)].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A educação cristã do jovem crente deve ser pensada numa perspectiva integral. Isto é, desenvolvendo a vida moral e espiritual.
CONCLUSÃO

Num momento em que os modelos educacionais experimentam uma grave crise de valores, é urgente estudarmos o livro de Provérbios, a fim de extrairmos preciosas lições à educação dos nossos jovens, adolescentes e crianças. Não podemos consentir que a cultura deste século inocule, em nossos filhos, o veneno de um ensino permissivo e contrário aos valores da Bíblia Sagrada. Preservemos o que os nossos pais na fé construíram e, com muito sacrifício, deixaram-nos como legado espiritual e moral. [Comentário:  Vivemos dias difíceis, em qualquer área da vida secular há oposição ao Sagrado e à tudo que se baseia em princípios cristãos. A educação secular não é exceção e, via de regra, ridiculariza o ‘religioso’. A família moderna vem sofrendo grandes transformações e as famílias cristãs também são afetadas. Basta olharmos à nossa volta, aqui mesmo onde nos congregamos, e observarmos os casais ainda muito jovens, sem o compromisso do casamento, tornando-se pais no seio da Igreja. A educação certamente falhou; talvez ela tenha sido terceirizada. Todas as ações dos pais para com os filhos têm como base o amor. Mas amar não significa abonar os atos errados dos filhos. O maior ato de amor dos pais para com os filhos é corrigir quando eles estiverem errados; adverti-los quando forem repreensíveis. Amar não significa fechar os olhos para o erro; mas com mansidão corrigi-lo. Nossos filhos não são como os do “mundo”, nem nós, pais como os do “mundo”. “A base da paternidade competente está em ser capaz de colocar-se por trás dos olhos de seu filho, vendo o que ele vê e sentindo o que ele sente.].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

Francisco de Assis Barbosa
Cor mio tibi offero, Domine, prompte et sincere
Meu coração te ofereço, Senhor, pronto e sincero (Calvino)

Campina Grande-PB
Novembro de 2013.
VOCABULÁRIO
Elucidativo: Que elucida; explicativo.
Atroam: Ato ou efeito de atroar; barulham, estrondam.
Inocule: Introduza, insira ou entre.
 
 Extraído do Blog: auxilioaomestre