sábado, 26 de agosto de 2017

LIÇÃO 9: A NECESSIDADE DE TERMOS UMA VIDA SANTA


SUBSÍDIO I

Caro professor, prezada professora,

Na lição desta semana é importante pontuarmos e ampliarmos o termo “santidade” usado tanto no Antigo quanto em o Novo Testamento. Para isso, disponibilizamos o texto, abaixo, do pastor e teólogo Esequias Soares:

DEFININDO OS TERMOS

O significado básico de qâdash é ‘ser santo, ser santificado, santificar, ser posto à parte’ (Êx 29.21). O adjetivo qâdosh, ‘santo’, designa o próprio Deus: ‘Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos exércitos’ (Is 6.3). Isso diz que respeito à santidade como pureza ética. O equivalente grego é hágios: ‘Quem não te temerá, Senhor, e quem não glorificará o teu nome? pois só tu és santo’ (Ap 15.4). Deus é santo em si mesmo completamente separado de tudo o que comum e impuro ou pecaminoso: ‘Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade e cujo nome é Santo: Em um alto e santo lugar habito e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e para vivificar o coração dos contritos’ (57.15). A revelação aqui mostra um Deus transcendente e imanente. Ele é exaltado e elevado das nações e habita na eternidade do tempo e do espaço, e seu nome, natureza e caráter é Santo [qâdôsh]. Isso é transcendência. Mas habita também com o contrito e abatido para vivificar o pecador abatido de espírito e contrito de coração. É a graça salvadora de Deus para todas as pessoas (Tt 2.11).
A etimologia da raiz de qâdash é ainda incerta; parece ser uma combinação que indica ‘queimar no fogo’, uma referência à oferta queimada, ou ‘brilho, brilhante’, especificamente divino, como no substantivo ‘sanidade’, qôdesh: ‘Quem é semelhante a ti, glorioso em santidade, terrível em louvores, operando maravilhas? (Êx 15.11 – TB), mas a ideia básica é de ‘separar, retirar do uso comum’. A natureza essencial do substantivo qôdesh pertence ao domínio do sagrado; a ideia é de santidade, que distingue daquilo que é comum ou profano: ‘para fazer diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo’ (Lv 10.10); ‘e profanam as minhas coisas santas; entre o santo e o profano não fazem diferença, nem discernem o impuro do puro’ (Ez 22.26); ‘E a meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano e o farão discernir entre o impuro e o puro’ (Ez 44.23).”

(Texto extraído da obra A Razão da Nossa Fé: Assim cremos, assim vivemos, editora CPAD, 2017)
Marcelo Oliveira de Oliveira
Redator do setor de Educação Cristã (CPAD)

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na aula de hoje daremos continuidade aos estudos sobre o Cremos, com ênfase na santificação, doutrina basilar da nossa fé, considerando a necessidade de termos vida santa. Inicialmente, definiremos o que é a santificação, a partir do Novo Testamento. Em seguida, trataremos a respeito dos três aspectos da santificação (passado) – justificação; presente (progressivo) e glorificação (futuro). Ao final, destacaremos a importância de uma vida cristã santificada, a fim de agradar ao Senhor.
                                                                                                       
1. DEFININDO SANTIFICAÇÃO

A palavra santificação (hagiasmos, em grego), de acordo com o Dicionário Vine, é usada para significar: a) a separação para Deus (I Co. 1.30; II Ts. 2.13; I Pe. 1.2); b) o curso de vida adequando aos que assim são separados (I Ts. 4.3,4,7; Rm. 6.19,22; I Tm. 2.15; Hb. 12.14). A santificação é, portanto, a relação com Deus na qual os homens entram pela fé em Cristo (At. 26.18; I Co. 6.11), e à qual o seu direito exclusivo é a morte de Cristo (Ef. 5.25,26; Cl. 1.22; Hb. 10.10,29; 13.12). A separação do crente das coisas más é a vontade de Deus (I Ts. 4.3), e o Seu propósito em chamá-lo para o evangelho (I Ts. 4.4), conforme Ele a ensina pela Palavra (Jo. 17.17,19) e deve ser procurada, avidamente e constantemente (I Tm. 2.15; Hb. 12.14). O agente da santificação é o Espírito Santo (Rm. 15.16; II Ts. 2.13; I Pe. 1.2; I Co. 6.11).

2. OS TRÊS ASPECTOS DA SANTIFICAÇÃO

2.1 Posicional – em Hb. 10.10, o autor diz que “Temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez”. Isso quer dizer, então, que, de certo modo, já somos santos. Por isso, nas epístolas o Paulo se dirige aos seus destinatários como santos(Rm. 12.13; I Co. 14.33; Fp. 4.21).
2.2 Progressivo – embora sejamos declarados imediatamente e legalmente santos, pelo ato da regeneração e da justificação, somos instruídos a seguir adiante, em santificação (Fp. 3.13,14). Assim, espera-se que cresçamos até o ponto de podermos digerir alimento sólido (Hb. 5.12-14; I Pe. 2.1-3). Esse processo de transformação se dá em amor (Cl. 3.7-14) no contato com Espírito do Senhor (II Co. 3.18; I Co.10.13).
2.3 Futura – em Fp. 3.11 Paulo fala da ressurreição dos mortos, isto é, o momento da glorificação do corpo, esse é o aspecto futuro da santificação. A passagem bíblica de I Co. 15.51,52 detalha como isso acontecera. Com essa esperança, temos a fé de  “as aflições do tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm. 8.18).

3. A VIDA EM SANTIFICAÇÃO

Concordamos com Menzies e Horton (1995, p. 159), que “embora jamais venhamos a atingir, nesta vida, um estágio que não nos permita pecar, podemos receber capacidade para evitar o pecado. Não somente precisamos da contínua purificação pelo sangue (I Jo. 1.7) como jamais chegaremos ao ponto de não precisarmos dela enquanto vivermos aqui. Por isso, precisamos ser realistas, e atentar para o que está escrito em I Jo. 1.10: “Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós”. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que não podemos viver na prática contínua do pecado (I Jo. 3.8-10). Isso porque a rejeição persistente à voz do Espírito Santo poderá levar à rebelião e à perda definitiva da salvação, melhor dizendo, à apostasia (Gl. 5.21; Hb. 6 e 10). Devemos levar em conta a recomendação de Paulo: “Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?”. Diante dos fracassos ao longo do caminho, não devemos nos sentir derrotados, pois temos um Advogado junto ao Pai, um Amigo, Jesus Cristo (I Jo. 1.7).

CONCLUSÃO

A santificação, enquanto processo, é o ato de separar-se do mal e devotar-se a Deus (Rm. 12.1,2; I Ts. 5.23; Hb. 13.12). As Escrituras põem a santificação posicional, e, por conseguinte, a progressiva, como condição para se ver a Deus (Hb. 12.14). Mas uma vida de santificação, conforme exigida em de I Pe. 1.15,16), somente pode ser efetivada pelo Espírito Santo, que produz em nós e conosco, o Seu fruto (Rm. 6.1-11,13; 8.1,2,13; Gl. 2.20; Fp. 2.12,13; I Pe. 1.5).

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Quando o pecador se arrepende e aceita Jesus como seu Salvador pessoal, ele é justificado, regenerado, santificado e adotado na família de Deus. A santificação é especialidade do Espírito Santo; é instantânea, mas ao mesmo tempo progressiva, pois esse processo continua na vida do crente. O presente estudo pretende explicar a necessidade e a possibilidade de uma vida santa. [Comentário: A Palavra de Deus demonstra enfaticamente que a nossa salvação não é um fim em si mesma, antes é o início da vida cristã, através da qual nos tornamos filhos de Deus e progredimos em santificação até à consumação de todo propósito de Deus em nossa vida. Devemos estar atentos para o fato de que a salvação (justificação, regeneração, união com Cristo), não é a linha de chegada da vida cristã; antes, é o ponto de partida [1]. Um dos maiores desafios da vida para o cristão resume-se numa única pergunta: “Como viver de forma santa num mundo de tanta corrupção, podridão moral e apelos sexuais?”. Diante de tudo isso, fica difícil para o homem tomar decisões morais e éticas sob o prisma da santidade, vivendo em um mundo dominado pelo pecado e por operações malignas.] 

I. DEFININDO OS TERMOS
                                
1. A santidade de Deus. Essa santidade é absoluta, pois Deus é santo em seu caráter e essência, conforme disse o profeta Amos, em duas ocasiões: "Jurou o Senhor Jeová, pela sua santidade" e "Jurou o Senhor Jeová pela sua alma" (Am 4.2; 6.8). A santidade é característica fundamental de Deus (Is 6.3; Ap 4.8). Ele é singular por causa de sua majestade infinita e também em virtude de se tratar de um Ser totalmente distinto e separado, em pureza, de suas criaturas (SI 99.1-5). Essa santidade é a plenitude gloriosa da excelência moral de Deus, que existe nEle e que nEle se originou, não tendo sido derivada de ninguém: "Não há santo como é o SENHOR [...]" (1 Sm 2.2). [Comentário: O termo "SANTIDADE" denota a transcendência de Deus, sua separação do mundo e de todas as coisas criadas. Consiste na qualidade divina de estar distinguido (separado) das coisas criadas e finitas. O termo, ao longo da história, nunca perdeu o seu sentido de transcendência ou separação do mundo. O termo em si não representava necessariamente uma importância ética, o que se demonstra pelo fato de que as coisas de uso secular eram consideradas santas quando separadas e consagradas ao serviço de Jeová — tais como o templo, o sacrifício, o sábado. Qualquer coisa relacionada diretamente com o culto ou presença de Jeová era considerada santa — Jerusalém era a Cidade Santa porque ali habitava Jeová e manifestava-se a seu povo. É evidente que a ideia de santidade não é primariamente ética em si, mas o sentido bíblico conferido ao conceito de "santo" é proeminentemente ético. Nos Salmos, Profetas e no Novo Testamento, a ideia de transcendência está presente, porém uma transcendência ética – Deus é uma pessoa, e seus caminhos e pensamentos transcendem aos do homem; Deus transcende ao homem em bondade, e isto é um aspecto ético. A santidade de Deus é mais difícil de explicar do que todos os Seus outros atributos, em parte porque é um dos Seus atributos essenciais que não é compartilhado pelo homem. Fomos criados à imagem de Deus e compartilhamos muitos dos seus atributos, obviamente em um grau muito menor –amor, misericórdia, fidelidade, etc. Entretanto, alguns dos atributos de Deus nunca serão compartilhados por seres criados -- onipresença, onisciência, onipotência e santidade. A santidade de Deus é o que o separa e distingue de todos os outros seres. A santidade de Deus é mais do que Sua perfeição ou pureza sem pecado; é a essência de Sua “alteridade” -- Sua transcendência. A santidade de Deus encarna o mistério da Sua grandiosidade e nos faz olhar para Ele com assombro quando começamos a compreender um pouco da Sua majestade.]
2. Significado. O verbo hebraico qadash,"ser santo", e seus derivados "santo, santificar, dedicar, consagrar", no Antigo Testamento, significam "separar". Quando aplicado à religião de Israel, tem a ideia de "separar para Deus, retirar do uso comum", tal como pode ser visto em Levítico 10.10. Isso vale para lugares (Êx 3.5), casas e campos (Lv 17.14,16), utensílios e animais (Lv 8.10,11; 10.12,13,17), o ouro do Templo (Mt 23.17,19), pessoas (Êx 28.41) e muitas outras coisas, como dias santos, festas, etc. Assim, o sentido de santidade é de afastar-se de tudo o que é pecaminoso, de tudo o que contamina. A Septuaginta traduz qadosh,"santo", pelo termo grego hagíos, "santo", palavra adotada pelos escritores do Novo Testamento. Há outro termo menos comum, mas igualmente importante, taher, "purificar", e seu cognato katharizo, no grego, usado na Septuaginta e no Novo Testamento nos sentidos cerimonial e moral. [Comentário: No Antigo Testamento encontramos a palavra qadash, para designar “santificar”. O substantivo correspondente é qodesh, enquanto o adjetivo é qadosh. Os principais significados destas palavras estão relacionados a “brilhar” e “cortar”, apontando para pureza e separação. Estas ideias podem ser melhor entendidas quando lemos o que diz estudioso Girdlestone em sua obra Old Testament Synonyms (Sinônimos no Antigo Testamento, Pg. 283), citado por Louis Berkhof em seu livro Teologia Sistemática (Editora Luz para o Caminho, 1990, Pg 531): “Os termos santificação e santidade são empregados  atualmente com tanta frequência para descrever qualidades morais e espirituais, que mal comunicam ao leitor a ideia de posição ou de relação existente entre Deus e uma pessoa ou coisa a Ele consagrada.” No Novo Testamento encontramos o verbo hagiazo, que é derivado de hagios, que também apresenta a ideia primária de separação.]
3. Exclusividade. Dizer que qualquer coisa, objeto ou pessoa é consagrada, separada ou dedicada a Deus significa dizer que isso pertence a Ele (Êx 13.2) ou serve a Ele com exclusividade (Êx 30.30; Lv 20.26). O que é sagrado não pode ter uso comum; o azeite da unção e o incenso do santuário não podiam ter outro uso (Êx 30.33,38). O sagrado deve ser tratado como tal. Os antigos hebreus levavam a santidade a sério. Todos esses rituais de consagração são representações visuais de verdades espirituais reveladas no Novo Testamento (Cl 2.17; Hb 8.5; 9.9). [Comentário: As palavras "santificar", "sagrado" e "santo" são traduções da mesma palavra grega. Elas significam estar separado para um serviço especial. Na Bíblia muitas coisas além de pessoas são apresentadas como santificadas –- os móveis do Tabernáculo (Êx 40.10,11,13); uma montanha (Êx 19.23); comida (1Tm 4.5). Torna-se até possível para um crente santificar a Deus no seu coração (1Pd 3.15). Portanto, santificar, ou tornar sagrado, não significa purificar ou tornar sem pecado, mas separar alguma coisa para Deus e o serviço a Deus. Em relação ao Cristão, santificação ou santidade significa estar separado do pecado e para Deus. Existem três aspectos distintamente diferentes desta santificação: passado, presente e futuro. Todo Cristão está autorizado a falar, "fui santificado; estou sendo santificado; ainda serei santificado."]

SUBSÍDIO DIDÁTICO
                               
Este tópico tem uma característica conceituai, por esse motivo sugerimos que o prezado professor, a prezada professora, estude bem os termos tanto do Antigo quanto do Novo Testamento para o termo "santo". Nesta oportunidade, disponibilizam os o conceito exegético desse termo:
"Santo [Antigo Testamento], qõdesh:' santidade, coisa santa, santuário'. Este substantivo o corre 469 vezes com os significados de: 'santidade' (Êx 15.11), ’coisas santas' (Nm 4.15, ARA) e 'santuário' (Êx 36.4).
Santo (Novo Testamento): hagiasmos, é traduzido em Rm 6.19,22; 1 Ts 4.7; 1 Tm 2.15; Hb 12.14 por 'santificação'. Significa: (a) separação para Deus (1 Co 1.30; 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2); (b) o estado resultante, a conduta que convém àqueles que são separados (1 Ts 4.3,4,7; e os quatro primeiros textos citados acima). A ’santificação' é, pois, o estado predeterminado por Deus para os crentes, no qual Ele pela graça os chama, e no qual eles começam o curso cristão e assim o buscam. Por conseguinte, eles são chamados ’santos' (hagioi)" (VINE, W. E.; UNGER, Merril F. (et all). Dicionário Vine: O Significado Exegético e Expositivos das Palavras do Antigo e do Novo Testamento, 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, pp.281,970).

II. A NECESSIDADE DE TERMOS UMA VIDA SANTA

1. Israel. O apelo à santidade diz respeito à pureza da nação de Israel para manter o povo distante da idolatria, da prostituição e de outras práticas pecaminosas. Deus escolheu Israel para ser sua propriedade particular dentre todos os povos, reino sacerdotal e povo santo: "[...] então, sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha. E vós me sereis reino sacerdotal e povo santo [...]" (Êx 19.5,6). O estilo de vida dos israelitas devia estar de acordo com a santidade do seu Deus: "Santos sereis, porque eu, o SENHOR, vosso Deus, sou santo" (Lv 19.2). Essa santidade exigida era mais do que natural, porque Deus é santo (Lv 11.44), e os israelitas foram "separados", ou seja, "retirados" dentre os povos para Deus. [Comentário: Alguma vez você já pensou no grande privilégio que é ser chamado de “a propriedade peculiar de Deus”? Pois bem, o povo de Israel está recebendo do Senhor essa maravilhosa boa nova: “Vós sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos.” Mas, como todo privilégio traz consigo uma série de responsabilidades, o Senhor determinou que isso só seria possível se o seu povo vivesse sob a égide dos seus mandamentos e da sua aliança eterna. O que temos aqui é, na verdade, um pacto ou uma aliança entre o Deus libertador e o seu povo, que foi liberto da escravidão do Egito. Era muito comum na época os tratados de suserania. Quando um rei vencia uma determinada nação, o povo conquistado passava a ser seu vassalo e uma espécie de sua propriedade peculiar. Deus é o senhor supremo de todo o universo. Ele é o dono dos céus e da terra: “Toda a terra é minha” (Ex 19.5b). Porém, que maravilha Deus querer nos fazer a sua propriedade peculiar! Essa verdade é tão preciosa que será mais uma vez destacada no contexto neotestamentário na primeira carta de Pedro. Lá, o apóstolo nos revela que o propósito de Deus em nos conceder esse grande privilégio é para anunciarmos as suas maravilhosas virtudes ao mundo (1Pe 2.9)]
2. A Igreja. Os três propósitos de Deus com Israel são os mesmos para a Igreja: "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (1Pe 2.9). Assim como os israelitas, fomos chamados por Deus e separados para o seu serviço; agora somos sacerdócio real, nação santa e povo ' adquirido. Desde os tempos do Antigo Testamento, a idolatria e a prostituição sempre caminharam juntas (Jz 8.33; Os A.13,14). Esses são os mesmos desafios da igreja hoje: "Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição" (1Ts 4.3). Devemos fugir da prostituição e também da idolatria (1Co 6.18; 10.14). [Comentário: 1Pe 2.9-10 “Vós, porém,” nos versículos 1 a 8 Pedro estabelece um contraste entre aqueles que obedecem à Palavra e os que não obedecem a ela; entre os que aceitam e os que rejeitam a Cristo (1Pe 1.22; 2.8). Daí o motivo de ele começar o versículo 9 com uma conjunção adversativa – “porém”. Somos escolhidos para fazer parte do Reino de Deus, da nação santa, fomos eleitos pelo próprio Senhor! Temos um papel importante na história do mundo. Estamos aqui para declarar louvores a Deus àqueles que não O conhecem, para que possam receber o Seu amor e a Sua Graça, pois o Senhor nos tirou do mundo de trevas e escuridão e nos trouxe para Sua maravilhosa luz. “A palavra nação refere-se a um grupo de pessoas, isto é, um conjunto de pes­soas que pertencem a uma comunidade humana por falarem a mesma língua e compartilharem uma cultura e uma história comum. (Shedd, ob. cit., p.46). Aos Efésios, o apóstolo declarou que a igreja tem “um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Ef 4.5-6). Sendo assim, a igreja compartilha de muitas coisas em comum e, por isso, pode ser chamada de nação. Essa nação é “santa” porque o Deus que a escolheu é Santo. A ideia bíblica de santidade de Deus é dupla. Primeiro, Ele é absolutamente distinto de todas as Suas criaturas e exaltado sobre elas em infinita majestade (Ec 5.2); segundo, Ele não tem comunhão com o pecado (Jó 34.10; Hc 1.13; 1Jo 1.5). Desde há muito o Senhor vem dizendo ao Seu povo que Sua vontade é que ele seja santo – separado (Lv 19.1-2; 2Co 6.14-7.1; 1Ts 4.3; 1Pe 1.13-16)]
3. Uma exigência natural. Essa exigência é mais do que natural porque Deus é Santo: "mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo" (l Pé 1.15,16) assim como o é seu Filho Jesus Cristo (Lc 1.35; Jo 6.69). Da mesma maneira como Deus escolheu e santificou o povo de Israel para viver em santidade, assim também o Senhor Jesus nos chamou para vivermos uma vida santa. Israel precisava viver longe das práticas imorais dos cananeus, nós, da mesma forma devemos nos abster da prostituição. [Comentário: Quando é que algo nos pertence? Quando ganhamos, herdamos ou compramos esse “algo”. Certo? Seguindo essa ideia, a igreja é propriedade do Senhor porque Ele a comprou; não com ouro ou prata, mas com Seu precioso sangue (1Pe 1.18-19; 1Co 6.19-20; 7.23; Gl 3.13; 4.5; Cl 1.13-14; Ap 5.9). “Cristo comprou os homens para Deus ‘da terra’ (Ap 14.3), de maneira que eles se tornam propriedade de Deus, livres da escravidão do pecado e da morte, do mal e do sofrimento que importunou a sua existência terrena. O preço da compra é o sangue de Cristo”[10]. A santidade do homem é uma ordem de Deus (Lv 19.2, 1Pe 1.16b). A ideia de santidade aqui é de afastamento do mal, do pecado para uma vida consagrada a Deus. É parte da nova vida em Cristo, da Nova Aliança (cf Hb 12.14; 2Co 7.1) . A igreja precisa crescer em santidade, pois é o santuário de Deus: “no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor” (Ef 2.21; 5.26-27). A santidade de Deus determina o conceito de adoração (Hb 10.22). O adorador deve se adaptar ao adorado. No serviço ao Senhor devemos nos oferecer com santo procedimento: “… sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor.” (Hb 12.28b-29) – O termo “sirvamos” pode ser traduzido por “cultuemos”. Portanto, em nosso “serviço” (culto) devemos fazer com temor e tremor. Deus quer que sejamos santos para Ele e não seguir o nosso coração enganoso (cf Jr 17.9)]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Quem subirá ao monte do Senhor Quem estará no seu lugar santo? 'Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do Senhor e justiça do Deus da sua salvação' ([Sl 24]vv.3,4).
Estou profundamente convencido de que oração pelo reavivamento é uma ofensa diante de Deus se não tivermos um coração puro. É quase uma blasfêmia ousar entrar na presença do Deus santo e pedir que nos abençoe se os nossos corações não estiverem puros diante dEle. A oração pelo reavivamento tem um pré-requisito. Quem subirá ao monte do Senhor? Quem estará no seu lugar santo? Quem estará em sua presença? Quem estará na sala do trono - o santo dos santos-conforme descreve Hebreus 10?" (BLACKABY, Henry. Santidade: O plano de Deus para uma vida abundante, l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2015. pp.77-78).

III. A POSSIBILIDADE DE TERMOS UMA VIDA SANTA

1. A santificação posicional. É o primeiro aspecto da santificação, também chamado de santificação passada ou instantânea. É posicional porque acontece uma mudança no ser humano, de pecador para santificado em Cristo (At 26.18; 1Co 1.2). É a santificação que ocorre quando o pecador recebe, pela fé, a Jesus como Senhor e Salvador pessoal (1 Co 1.30). Essa santificação é instantânea, mas é também o começo de uma vida progressiva de santificação. Todos nós, salvos em Jesus, somos santos, e é assim que somos reconhecidos no Novo Testamento (At 9.13,32,41) e é dessa maneira que o apóstolo Paulo se dirige aos crentes nas suas epístolas (Rm 1.7). A base dessa santificação é o sacrifício de Jesus (Hb 10.10,14), mas ela é obra do Deus trino e uno por ocasião da conversão do pecador a Cristo (Jo 17.17; 1 Co 6.11; 1Pe 1.2). [Comentário: É o estamos em Cristo (2Co 5.17 e Jo 15.4). O Pr. Antonio Gilberto escreve: “Santificação é um ato divino que também ocorre dentro do homem, refletindo logo em seu exterior. Daí a diferença entre santidade – um estado – e justiça – santidade prática, de vida (Lc 1.75). Na operação divina da conversão, a santidade de Cristo passa a ser a nossa santidade (Cl 2.10; 1Co 2.30; Hb 10.10,14 e Rm 8.2). Seus méritos são creditados à nossa conta. Estamos tratando da santificação posicional em Cristo, não da santificação progressiva, no viver diário do crente, como mostrada em 2 Coríntios 7.1 e Apocalipse 22.1.”.]
2. A santificação real. É conhecida como a santificação presente. Ela é progressiva (Pv 4.18). A cada dia avançamos em santidade: "Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor" (2 Co 3.18). Observe que havia crentes carnais na Igreja de Corinto (1Co 3.3) e, mesmo assim, eles são considerados "santos", por isso precisavam de crescimento espiritual (2 Pé 3.18). De igual modo, o apóstolo Pedro exorta à santificação (1 Pe 1.15,16) os mesmos que ele antes chama "santos" 1 Pe 1.2). Isso é possível porque somos nascidos de Deus (1 Jo 4.7; 5.1) e o Espírito Santo está em nós e habita em nós (Jo 14.17; 2 Tm 1.14). [Comentário: É a salvação do domínio e influência do pecado. Santificação bíblica significa basicamente separação para uso e posse de Deus. Uma boa definição é a de Paulo em Atos 27.23: “...do Senhor, de quem sou e a quem sirvo”. Santificação não é apenas a pessoa pertencer a Deus, mas também servi-lo. Se o leitor é um santo de Deus, certamente está servindo a Deus. Há muita santificação por aí que pode ser tudo, menos bíblica. A santificação posicional, deve tornar-se experimental no viver diário do crente. A santificação é primeiramente interna, isto é, pureza interior, purificação do pecado, refletindo isso em nosso exterior, traduzido em separação do pecado e dedicação a Deus. É um termo ligado ao culto a Deus e consagração ao seu serviço, conforme se vê no livro de Levítico, através de pessoas e coisas, sacerdotes, templo, objetos etc. Quem pensa ser santo deve ser separado do mal e dedicado a Deus para seu uso (2Tm 2.21). A santificação, como aca¬bamos de ver, tem um lado posicional e outro prático: um santo viver. A justiça é comparada a um vestido (Jó 29.14 e Is 59.17). Mas o corpo, que recebe esse vestido, como deve estar? É razoável um vestido limpo em corpo sujo? A santificação é o que Deus faz em nós. Nesse sentido, a salvação é progressiva. Uma criança nova é perfeita, mas não é adulta. Uma frutinha é também perfeita ao formar-se, mas não é madura (Ef 4.13). Tendo sido justificado, o crente progride e prossegue para a perfeição, de que em seguida nos ocuparemos. Portanto, ao estudarmos a santificação precisamos vê-la quanto à posição do crente em Jesus Cristo, e quanto ao estado do crente em si mesmo.]
3. A santificação futura. É o terceiro aspecto da santificação, conhecido também como "glorificação" (Fp 3.11). Na ressurreição, seremos completos, e isso é extensivo à santificação, quando o Senhor Jesus declara "que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso" (Fp 3.21). É nessa ocasião que veremos a Deus como Ele é (1Jo 3.2). Essa é a nossa esperança. [Comentário: glorificação: Será a salvação da presença do pecado em nossa vida. A glorificação é a inteira conformação com Jesus Cristo (Rm 8.23 e 1Jo 3.2). É a perfeição do crente. Na glorificação, a salvação envolverá o corpo físico, então glorificado. Estaremos ressuscitados. Estaremos no Céu (Rm 13.11; 2Co 5.2,4; Fp 2.12 e Hb 9.2). Será redenção do corpo (Rm 8.23). A glorificação será o que Deus fará conosco]
4. É possível ser santo? Sim! É possível. E deve ser o desejo de todo cristão se parecer com Jesus e ter uma vida santa, assim como o Mestre teve. Pela sua infinita graça, Deus concede vida santa a todos os pecadores, desde que eles se arrependam e confessem o nome de Jesus (Rm 10.9,10). Assim, Deus disponibilizou três meios para a santificação: o sangue de Jesus: "E, por isso, também Jesus, para santificar o povo pelo seu próprio sangue, padeceu fora da porta" (Hb 13.12); o Espírito Santo (2 Ts 2.13); e a própria Palavra de Deus (Jo 17.17; Ef 5.26). O Senhor nos forneceu todos os recursos necessários para uma vida santa e separada do mundanismo (Rm 12.1,2). [Comentário: 1. O Sangue de Cristo: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1.7). O Sangue fala da nossa posição perante Deus. É uma obra consumada que concede ao pecador arrependido um lugar na presença de Deus (Hb 13.12; 10.10, 14; 1 Jo 1.7). Observemos que, como resultado da obra consumada de Cristo, o pecador arrependido é transformado de pecador impuro em adorador santo. A santificação é o resultado dessa maravilhosa obra redentora do Filho de Deus, ao oferecer-se no Calvário para aniquilar o pecado pelo seu sacrifício. Em virtude desse sacrifício, o crente é eternamente separado para Deus; sua consciência é purificada e ele próprio é unido em comunhão com o Senhor Jesus Cristo (Hb 12.11; 9.14). À luz de 1 Jo 1.7 fica claro que o que remove essa barreira, que é o pecado, entre o ser humano e Deus, para que flua entre ambos a comunhão, é o Sangue eficaz de Jesus Cristo. Não há ninguém perfeito, mas é possível andar em comunhão com Deus, desde que o Sangue do Cordeiro esteja nos purificando. Não há comunhão com Deus se não debaixo do sangue de Cristo (1 Jo 1.9).
2. O Espírito Santo: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). É impossível a santificação sem a operação do Espírito Santo. Diríamos que Ele é o agente, o dinamizador. O ensino bíblico deixa bem claro este fato (1 Co 6.11; 1 Pe 1.1, 2; Rm 15.16). “Da mesma forma que o Espírito Santo pairava sobre o caos original (Gn 1.2), seguindo-se o estabelecimento da ordem pelo Verbo de Deus assim o Espírito paira sobre a alma humana, fazendo-a abrir-se para receber a luz e a vida de Deus” (2 Co 4.6). O Espírito Santo toma o imundo e o leva ao santo. Fez o que aconteceu na casa de Cornélio (At 10). E agora os gentios são aceitos na família de Deus porque foram santificados, separados pelo Espírito Santo. Para uma vida de santidade o Espírito Santo terá de entrar em cena. Homens e mulheres santos são aqueles em que o Espírito Santo trabalha.
3. A Palavra de Deus: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado” (Jo 15.1-3). Os cristãos são descritos como sendo gerados pela Palavra de Deus (1 Pe 1.23). A Palavra de Deus desperta as pessoas para compreenderem a insensatez e impiedade de suas vidas. Quando dão importância à Palavra, arrependendo-se e crendo em Cristo, são purificados pela Palavra que lhes fora falada. Esse é o início da purificação, que deve continuar através da vida do crente. No início de sua consagração ao ministério, o sacerdote israelita tomava um banho cerimonial completo, banho que nunca se repetia, era uma obra feita uma vez para sempre. Todos os dias, porém, era obrigado a lavar as mãos e os pés. Da mesma maneira, o regenerado foi lavado (Tt 3.5, Jo 13.10); mas precisa de uma separação diária das impurezas e imperfeições conforme lhe foram reveladas pela Palavra de Deus, que serve como espelho para a alma (Tg 1.22-25). Deve lavar as mãos, isto é, seus atos devem ser retos; deve lavar os pés, isto é, “guardar-se das imundícias em que tão facilmente tropeçam os pés do peregrino, que anda pelas estradas deste mundo.]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"No mundo, os crentes são forasteiros e peregrinos (Hb 11.13; 1 Pe 2.11). (a) Não devem pertencer ao mundo (Jo 15-9), não se conformar com o mundo (ver Rm 12.2), não amar para o mundo (2.15), vencer o mundo (5.4), odiar a iniquidade do mundo (ver Hb 1.9), morrer para o mundo e ao Pai ao mesmo tempo (Mt 6.24; Lc 16.13; ver Tg 4 .4). Amar o mundo significa estar em estreita comunhão com ele e dedicar-se aos seus valores, interesses, caminhos e prazeres. Significa ter prazer e satisfação naquilo que ofende a Deus e que se opõe a Ele (Lc 23.35). Note, é claro, que os termos 'mundo' e 'terra' não são sinônimos; Deus não proíbe o amor à terra criada, i.e., à natureza, às montanhas, às florestas, etc" (ARRINGTON, French L; SRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, pp. 1957-58).

CONCLUSÃO

O nosso dever não consiste apenas em nos afastar do pecado e de toda a forma de paganismo, mas também de combatê-los com a pregação do evangelho e com nossa maneira de viver, assim como fizeram os primeiros cristãos. O cristianismo é a única religião do planeta que tem o Espírito Santo (Jo 14.16,17). É Ele quem nos capacita a viver em santidade e a vencer as tentações. Somos privilegiados porque temos Jesus e o Espírito Santo. [Comentário: Somos posicionalmente santos e esta posição nos obriga a vivermos em santidade. A santidade implica principalmente na mortificação do pecado que habita em nós e em viver de acordo com a vontade de Deus revelada nas Escrituras. Sabemos que embora santificados, o velho homem permanece em nós e carece de ser mortificado diariamente, pelo poder do Espírito Santo. Sendo pelo poder do Espírito Santo, a santificação deve ser um processo irresistível na vida do verdadeiro salvo; o alvo da escolha de Deus é que sejamos santos e irrepreensíveis diante dele (Efésios 1.4), para isso nos escolheu mediante a santificação do Espírito (2Ts 2.13).] “... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2).

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br




quarta-feira, 16 de agosto de 2017

LIÇÃO 8: A IGREJA DE CRISTO

SUBSÍDIO I

Caro professor, prezada professora,

A Paz do Senhor!

Uma igreja local dividida não terá êxito em sua jornada terrena e jamais alcançará o objetivo da evangelização mundial. Você tem a oportunidade, neste domingo, de tocar num assunto determinante para o crescimento da Igreja Primitiva: A COMUNHÃO CRISTÃ.
A palavra Comunhão, de acordo com o texto bíblico na língua original, tem um sentido bem amplo. Proveniente do gregokoinê, o termo para comunhão é KOINONIA. Este expressa os seguintes significados: “participação, quinhão; comunicação, auxílio, contribuição; sociedade, comunhão, intimidade, ‘cooperação’; (nos papiros, da relação conjugal)”1. A ideia da palavra é expressar o vínculo perfeito de unidade fraternal dentro de uma comunidade específica cujas características essenciais são a cooperação e o relacionamento mútuo.
A Igreja de Cristo é a reunião de diversas pessoas (diferentes classes sociais, sexos e etnias). Essas pessoas formam − seja no bairro, no município, no Estado ou até mesmo no país − a “assembleia” visível [a comunidade do Altíssimo] e convocada por Deus para proclamar o Evangelho da salvação a toda criatura. Para atingir esse alvo, a comunhão cristã tem um papel preponderante na divulgação das Boas Novas. 
Por intermédio da koinonia, a Igreja Cristã denotará a relevância do Evangelho de Jesus Cristo a uma sociedade, cuja paz e a verdadeira dignidade humana são o objeto de busca frequente. A igreja local está estabelecida nessa sociedade. Aquela precisa ser relevante e autêntica no desenvolvimento de suas ações. Por isso, a comunhão do Corpo de Cristo deve transparecer uma realidade visível de amor a Deus acima de todas as coisas, ao próximo e entre os irmãos. Só assim que a sociedade sem Deus reconhecerá a graça acolhedora da igreja local e atentará para a proclamação do Evangelho de Cristo Jesus (At 2.46,47). 

SUGESTÃO PEDAGÓGICA

Caro professor, prezada professora, ao final da aula, discuta com os alunos sobre o que poderia ser feito por eles na igreja local e, na sociedade, que refletissem como luz a atividade evangelizadora da Igreja e a vida em comunhão do Corpo de Cristo. Evoque o testemunho do Livro de Atos a partir do testemunho poderoso de vida daquela igreja que resultou na conversão de milhares de pessoas a Cristo (At 2.42-47).

1 TAYLOR, W. C. Dicionário do N T Grego. 10. ed. Rio de Janeiro: Imprensa Batista Regular, 2001, p. 119.

Marcelo Oliveira de Oliveira
Redator do setor de Educação Cristã (CPAD)

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

A palavra igreja, no grego, é ekklesia, forma de ek, “para fora de” e klesis, “chamado”, era usado entre os gregos para descrever um corpo de cidadãos reunidos, uma assembleia, com a finalidade de discutir os assuntos do estado (At. 19.39). No cristianismo, diz respeito: 1) ao grupo inteiro dos redimidos ao longo de toda história, do qual Cristo se referiu como “minha igreja”, Mt. 16.18, que, mais tarde, é definida por Paulo como “a igreja, que é o seu corpo” (Ef. 1.22,23; 5.23); 2) no singular, como em Mt. 18.17, refere-se a um grupo formado por crentes professor (At. 20.28; I Co. 1.2; Gl. 1.13; I Ts. 1.1; II Ts. 1.1; I Tm. 3.5), quando no plural, diz respeito às igrejas de uma região.
                                                                                                                                         
1. A NATUREZA DA IGREJA

O termo ekklesia, conforme mostrado acima, se refere, portanto, a 1) todo o corpo de cristão em uma cidade (At. 11.22; 13.1); 2) uma congregação (I Co. 14.19,35; Rm. 16.5); e 3) todo o corpo de crentes na terra (Ef. 5.32). Os cristão, por sua vez, são chamados de 1) irmãos – já que ela é uma fraternidade ou comunhão espiritual, no qual foram abolidas as divisões que separam a humanidade (Cl. 3.11; Gl. 3.28); e 2) os do Caminho – já que seguir a maneira especial daquele que assim se identificou (Jo. 14.6), vivendo de acordo com Ele (At; 9.2). É possível que também os irmãos sejam denominados de crentes (por depositarem sua fé nos ensinamentos de Cristo), santos (por terem sido separados por Ele para servirem-no), eleitos (por terem sido escolhidos para um ministério glorioso), discípulos (por se predisporem a ser aprendizes do Mestre) e cristão (já que sua devoção se fundamenta não apenas em ensinamentos, mas na pessoa de Cristo). A igreja é ilustrada, ao longo do Novo Testamento, como 1) corpo de Cristo (I Co. 12.13); 2) templo de Deus (I Pe. 2.5,6); e 3) noiva de Cristo (II Co. 11.2; Ef. 5.25-27; Ap. 19.7; 21.2; 22.17).

2. OS MEMBROS DA IGREJA

A condição bíblica para ser membro da igreja de Jesus é, primordialmente, a fé explícita no Evangelho e confiança sincera e de todo coração na salvação vicária (At. 16.31), além disso, a submissão ao batismo como testemunho simbólico da fé em Cristo, confessando, verbalmente, essa fé (Rm. 10.9,10). É interessante distinguir, aqui, a igreja visível, constituída de todos os verdadeiros cristão de todas as denominações, cujos nomes estão elencados no livro de membros das igrejas, da igreja invisível, composta daqueles cujos nomes estão registrados no céu. Os muitos membros da igreja, constituem, na verdade, um corpo (Cl. 1.18), tendo Cristo como Cabeça (Ef. 4.15), o qual, deu “uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef. 4.11). A igreja, como organização, tem Presbíteros/ bispos (At. 14.23; 20.28 a fim de cuidar ou supervisionar (I Tm. 3.1), presidir (I Tm. 5.17), defender a sã doutrina (Tt. 1.9), escolhidos de acordo com especificações (I Tm. 3.1-6; Tt. 1.7-9) como critério para a ordenação (I Tm. 4.14; Tt. 1.5) e os diáconos, que tinham como objetivo servirem aos necessitados da igreja e as mesas, para os quais, também, se observavam algumas qualificações (I Tm. 3.8-10,12-13) para auxiliarem os presbíteros (pastores) At. 6.1-6).

3. A MISSÃO DA IGREJA

Tudo isso tem como objetivo central: 1) a evangelização (Mt. 28.19; At. 1.8) a todas as nações, para isso, Jesus prometeu estar com aqueles que seguiam levando a mensagem do evangelho (Mt. 28.20); 2) a edificação dos crentes (Ef. 4.12), com vistas “ao aperfeiçoamento dos santos”, para isso, deve ter os dons espirituais (I Co. 12). Mas não deve ficar restrita a esses dons, precisa também investir no ensino (Ef. 4.11); 3) a adoração, por meio das ofertas (I Co. 16.2), a fim de desenvolver a comunhão entre os membros (Hb. 10.25), com orações, músicas e ações de graças; 4) o auxílio aos mais necessitados, principalmente, aos órfãos e as viúvas (Tg. 1.27), sensível a carência dos mais pobres (Tg. 2.1-11). Mas é preciso ter em mente que o foco central da igreja é o evangelho de Cristo, para isso, não podemos fugir da mensagem da salvação pelo sacrifício vicário de Jesus, o qual morreu pelos nossos pecados (I Co. 15.3), ressuscitou dentre os mortos (I Co. 15.20; Rm. 1.3,4) para livrar os seres humanos do julgamento vindouro (II Ts. 1.8). Não podemos esquecer que o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo que crê (Rm. 1.16), por isso, ai de nós se não pregarmos o evangelho (I Co. 9.16).

4. AS ORDENANÇAS DA IGREJA

1) o batismo – palavra usada na fórmula de Mt. 28.19,20 em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, na autoridade de Jesus, quando enviou sua igreja (At. 2.38). Todos aqueles que recebem a Cristo como salvador podem ser batizados, por meio da profissão de fé (At. 8.37), da oração (At. 22.16) e do voto de consagração (I Pe. 3.21). O motivo central do batismo é o testemunho (Gl. 3.27). 2) a santa ceia – é uma comemoração em memória de Cristo (Lc. 22.19; I Co. 11.24,25) que expõe a encarnação do Verbo (Jo. 1.14; Jo. 6.33), a aliança com Cristo, no seu sangue (I co. 11.25); Hb. 9.14-24; Rm. 3.25,26; I Pe. 1.2), que nos conclama à responsabilidade (I Co. 11.20-34), mas isso não quer dizer que precisemos ser perfeitos para participar da ceia, pois somente são dignos aqueles que se consideram indignos (I Tm. 1.15), isso, porém, não deva dar margem a vida em pecado (Rm. 6.1,2). O pecado mais grave, na ceia do Senhor, é não discernir o valor da sua morte e ressurreição pelos nossos pecados, no caso de Corinto, muitos se reuniam, não para celebrar esse memorial, mas para se embriagarem e se empanturrarem de comida.

CONCLUSÃO

A igreja é o corpo de Cristo, a habitação de Deus através do Espírito. Portanto, cada crente, nascido de cima, é parte da igreja universal, isto é, daqueles que estão inscritos no céu (Ef. 1.22,23; 2.22; Hb. 12.23). A igreja existe, como razão prioritária, a fim de 1) ser agência de Deus para a evangelização do mundo (Mt. 28.19,20; Mc. 16.15,16; At. 1.8); 2) ser um corpo coletivo no qual o homem possa adorar a Deus (I Co. 12.13); 3) ser canal do propósito divino de edificar um corpo de santos aperfeiçoados segundo a imagem de Seu Filho (I Co. 12.28; 14.12; Ef. 4.11-16)

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

A descida do Espírito Santo no dia de Pentecostes marcou o início da jornada da Igreja, e vemos o seu final glorioso no epílogo da história humana, em Apocalipse. Todos nós fazemos parte dessa história. O presente estudo pretende descrever a Igreja como corpo de Cristo, o que isso significa e quais são os elementos que identificam uma igreja. [Comentário: Eclesiologia (do grego ekklesia e logos) é o ramo da teologia cristã que trata da doutrina da Igreja: seu papel na salvação, sua origem, sua disciplina, sua forma de se relacionar com o mundo, seu papel social, as mudanças ocorridas, as crises enfrentadas, suas doutrinas, a relação com outras denominações e sua forma de governo. A Igreja tem sua origem na presciência de Deus e cumpre a relevante responsabilidade de ser o instrumento da revelação de Seus mistérios ao mundo, bem como o Seu instrumento de ação na Terra. A Igreja é um projeto de Deus (Ef 3.1-12), implantado na Terra pelo próprio SENHOR: “edificarei a minha igreja” Mt 16.18. Nenhuma outra organização religiosa na Terra recebeu do próprio Deus o privilégio de ter sido fundada por Ele mesmo, que reclama para Si o Seu direito de Propriedade sobre ela: Minha Igreja! (At 20.28, Hb 9.12) [2]. A Igreja é um projeto oculto no mistério de Deus porque foi estabelecido desde a eternidade (Mt 25.34, 1Pe 1.20). Encontramos duas citações de Jesus usando o termo “Igreja” , a primeira em Mt 16.18 e a segunda, também em Mateus 18.18.]

I. A COMUNIDADE DOS FIÉIS
                                
1. Etimologia. O termo grego para "igreja" é ekklesía. literalmente, "chamado para fora", do verbo grego ekkaleo, "chamar, convocar", que não aparece no Novo Testamento grego e só ocorre duas vezes na Septuaginta: "e chamaram Ló" (Gn 19.5) e "chamarás pacificamente" (Dt 20.10, LXX). O substantivo ekklesía aparece 115 vezes no Novo Testamento, das quais em apenas cinco não é traduzido por "igreja": em Atos 19.32,39 e 41, a ideia é de "ajuntamento" ou "assembleia", como aparece na ARA; e nas outras duas ocorrências o termo se refere à congregação de Israel (At 7.38; Hb 2.12). [Comentário: Igreja (do grego εκκλησία [ekklesía] através do latim ecclesia). É uma palavra de origem grega escolhida pelos autores da Septuaginta (a tradução grega da Bíblia Hebraica) para traduzir o termo hebraico q(e)hal Yahveh, usado entre os judeus para designar a assembleia geral do "povo do deserto", reunida ao apelo de Moisés. Etimologicamente, a palavra grega ekklesia é composta de dois radicais gregos: ek, que significa para fora, e klesia, que significa chamados. A Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã traz a seguinte definição para igreja: “No NT, “igreja” traduz a palavra grega ekklēsia. No grego secular, ekklēsia designava uma assembleia pública, e este significado ainda foi mantido no NT (At 19.32, 39, 41). No AT hebraico a palavra qahal designa a assembleia do povo de Deus (e.g. Dt 10,4; 23.2-3; 31.30; Sl 22.23), e a LXX, a tradução grega do AT, traduz esta palavra por ekklēsia e synagōgē, igualmente. Até mesmo no NT, ekklēsia pode significa a assembleia dos israelitas (At 7.38; Hb 2.12); mas, à parte destas exceções, a palavra ekklēsia no NT designa a igreja cristã, tanto local (e.g. Mt 18.17; At 15.41; Rm 16.16; 1 Co 4.17; 7.17; 14.33; Cl 4.15) quanto universal (e.g. Mt 16.18; At 20.28; 1 Co 12.28; 15.9; Ef 1.22).]

2. A assembleia dos cidadãos. A Septuaginta emprega o mesmo termo ekklesía para traduzir o hebraico qahal, "assembleia, multidão humana reunida", em referência à congregação de Israel (Dt 23.2; 31.30; 2 Cr 6.3), e para verter mais quatro palavras menos frequentes no Antigo Testamento. Esse era o mesmo vocábulo para a assembleia dos cidadãos em Atenas. Mas o termo aparece no Novo Testamento com um significado glorioso: "Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus" (Ef 2.19) e "universal assembleia e igreja dos primogênitos" (Hb 12.23). Essas palavras expressam um tom de uma celebração jubilosa, de uma reunião festiva com todos os remidos como cidadãos da comunidade celestial (Ap 5.11-13). [Comentário: A versão dos Setenta esteve em uso durante os tempos do Novo Testamento e os escritores do Novo Testamento que usavam a palavra, talvez fossem influenciados de algum modo pelo uso da versão dos Setenta. Talvez a melhor maneira de examinar a palavra nesta versão é dar os resultados dos estudos dos três eruditos no assunto. Resumiremos seus achados e acrescentaremos alguma informação que observamos em nosso próprio estudo. Na versão dos Setenta "eclesia" é usada quase que cem vezes. Ela traduz a palavra hebraica "qahal" que significa assembleia ou congregação. No hebreu há duas palavras usadas para a reunião do povo de Israel: ‘edhah’ e ‘qahal’]

3. O significado da expressão "Santa Igreja Católica". Essas palavras aparecem nos principais credos da antiguidade cristã. O termo katholikós, "universal, geral", significa literalmente "de acordo com o todo", pois é substantivo composto por katá e de holos. A preposição grega katá significa "de cima para baixo, contra, ao longo de, conforme, de acordo, segundo", e a palavra holos quer dizer "todo, inteiro, completo". Foi Inácio, bispo de Antioquia (70-110), que empregou o termo para designar a igreja com o sentido de "geral, universal". Mas o significado exato do termo se perdeu com o tempo. [Comentário: καθολικός (katholikos), significa "universal", "geral" ou "referente à totalidade. No Credo Niceno de fé nossa Igreja é definida como a "Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica": "Una" porque apenas pode haver uma só Igreja verdadeira, com um só chefe que é Cristo. "Santa" porque a Igreja procura santificar e transformar seus membros através dos Sacramentos. "Católica" porque a Igreja é universal e tem membros em todas as partes do mundo. A palavra "Católica" provém da palavra grega "Katholikos" que significa mundial ou universal]

SUBSÍDIO DIDÁTICO
                               
O primeiro tópico é um pouco técnico. Mas é importante conhecer o sentido etimológico do termo "igreja". O comentarista m ostra que ekklesia é uma palavra grega que significa um grupo de pessoas "chamado para fora" e a interliga com o termo hebraico qahal, “assembleia, multidão humana reunida", no contexto do Antigo Testamento.

II. ELEMENTOS QUE IDENTIFICAM UMA IGREJA

1. Afinal, o que é Igreja? É toda congregação ou assembleia que se reúne em torno do nome de Jesus Cristo como Senhor e Salvador, professando sua fé nEle publicamente e de forma diversificada, aberta a todas as pessoas, a qual inclui o batismo e a Ceia do Senhor (nas reuniões específicas). Trata-se da igreja no sentido completo da palavra. Como Jesus mesmo prometeu. Ele está presente na igreja por meio do Espírito Santo até a consumação dos séculos (Mt 18.20; 28.20). [Comentário: A igreja é o Corpo de Cristo. Efésios 1.22-23 diz: “E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos.” O Corpo de Cristo é feito de todos os crentes desde o tempo de Pentecoste até ao Arrebatamento. O Corpo de Cristo consiste em dois aspectos: a Igreja Universal e a Igreja Local. a igreja não é um prédio, ou uma denominação. De acordo com a Bíblia, a igreja é o Corpo de Cristo: todos aqueles que já colocaram sua fé em Jesus Cristo para salvação (Jo 3.16; 1Co 12.13). A igreja é uma organização? Muitas pessoas têm a noção errada de que a igreja é uma organização ou instituição, independente do povo que compõe a igreja. Este não é o conceito bíblico de igreja. Jesus não morreu para estabelecer uma instituição, mas para salvar o povo do pecado (At 20.28; 1Co 6.20). Jesus e o Pai não habitam numa organização, mas no povo que os obedece (Jo 14.15,23). Em vez de falar de uma organização, a Bíblia descreve a igreja como um corpo composto de membros vivos (Rm 12.4-5; 1Co 12.12-27; Cl 1.18,24; Ef 5.23). Estes membros do corpo são “blocos” ou “pedras” usados na construção da igreja (1Pd 2.5; 1Co 3.10-15). Muitas pessoas sugerem que a “igreja universal” é constituída de todas as congregações locais no mundo. Isto não é um conceito bíblico. Uma igreja local consiste de cristãos que se reúnem num determinado lugar. Eles podem ser identificados e contados (Rm 16.14, 15; 1Co 16.19; Cl 4.15). A igreja universal consiste de todos os discípulos de Cristo em todo o mundo. Nenhum homem é capaz de identificar e contar todos os membros deste corpo universal. Tentativas de contar todos os verdadeiros cristãos em uma nação ou no mundo ilustram a ignorância e a vaidade dos homens. Somente Deus pode contar e identificar seus “primogênitos arrolados nos céus” (Hb 12.23). A igreja cristã é o corpo de Cristo, acima e além de ser uma instituição dotada de organização, recursos vários, objetivos e realizações. E como tal, é ou deve ser mantida na unidade do Espírito. ]

2. As ordenanças. São duas as ordenanças da Igreja dadas por ordem específica do Senhor Jesus. A primeira é o batismo em águas: "Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19). A segunda é a Ceia do Senhor: "fazei isso em memória de mim" (Lc 22.19). O batismo em águas é o rito que simboliza a nossa união com Cristo e é a nossa confissão pública de fé em Jesus (Rm 6.A). Como se nasce apenas uma vez, da mesma forma o batismo acontece uma só vez (Ef 4.5). Já a Ceia do Senhor é o rito da comunhão e significa a continuação da vida espiritual (l Co 10.16). O crente em Jesus precisa estar em comunhão com a Igreja para participar da Ceia do Senhor. Isso por si mostra a impossibilidade de alguém querer ser crente sem se tornar membro da Igreja. [Comentário: A expressão ordenanças traz a ideia de um grupo de mandamentos específicos, que devem ser repetidos reiteradas vezes. No caso das ordenanças de Jesus, o Batismo e a Santa Ceia, devem ser repetidos sempre, para que o povo de Deus, a Igreja, se lembrasse não apenas do sacrifício de Cristo, mas igualmente do seu efeito para conosco. Ordenanças, no caso do batismo e da Santa Ceia, são rituais que exemplificam para a Igreja os últimos momentos de Jesus com seus discípulos e a ressurreição de nosso Senhor. Jesus deixou claro que seus discípulos deveriam ensinar, batizar e celebrar a Ceia do Senhor: “Portanto, ide,ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;” (Mt 28.19).Em relação à Santa Ceia, “E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até àquele Dia em que o beba de novo convosco no Reino de meu Pai” (Mt 26.29). A igreja romana entende que o cumprimento das ordenanças fazem com que o fiel seja contemplado por Deus com uma graça especial, mas a Bíblia não confirma esse ensinamento. Seu cumprimento mostra que somos obedientes e que cremos naquilo que Jesus nos disse; portanto, somos pessoas agraciadas por Deus tendo em vista nossa fé e obediência. As ordenanças, pois, não são um poder mágico que confere alguma bênção especial.]

3. A adoração. Os crentes em Jesus se reúnem para a adoração pública e coletiva. Os dois principais verbos gregos para "adorar", no Novo Testamento, são proskyneo, que significa "adorar, render homenagem", no sentido de prostrar-se (Ap 19.10), e latreuo, que significa "servir" a Deus (Ap 22.3). À luz da Bíblia, podemos definir adoração como serviço sagrado, culto ou reverência a Deus por suas obras (SI 92.1-5) e por aquilo que Deus é (SI 100.1-4). Não há diferença entre "servir" e "adorar" nem entre "prostrar-se" e "adorar". Os principais elementos de um culto são: oração, louvor, leitura bíblica, pregação ou testemunho, oferta e manifestação dos dons do Espírito Santo (1Co 14.26). [Comentário: Os termos estão muito bem definidos. Cabe apenas ressaltar que existe uma distinção entre a vida cristã como culto constante a Deus (Dt 6.6,7; Cl 3.17), o culto individual (Mt 6.6), o culto familiar (Jó 1.5) e o culto público solene (Is 56.7; Hb 10.25). Não há nas Escrituras algum "manual litúrgico" preciso e literal que forneça todos os dados e circunstâncias exatas de como devem ser administrados os elementos constituintes do culto. No entanto, também não somos deixados ao bel prazer e às vãs imaginações de como podemos aplicar àquilo que a Igreja de Cristo foi ordenada a realizar. Ressalta-se, ainda, que a vida cristã é um culto constante a Deus, que é oferecido individualmente, em qualquer tempo e lugar e onde não é necessário que se exerçam os chamados elementos de culto, como por exemplo, oração, cânticos e leitura da Bíblia. O culto público é o ajuntamento solene do povo de Deus, convocado para reunir-se em dia, hora e local estabelecidos, com o objetivo de prestar serviço espiritual a Deus sob a liderança de pessoas especialmente designadas para tal. É preciso que se entenda claramente que existe uma diferença fundamental entre nossa vida diária como culto a Deus e o culto que a ele prestamos publicamente, juntamente com os demais irmãos em Cristo. Determinadas atividades que seriam pertinentes à nossa vida como culto não seriam próprias a este culto público]

4. A família de Deus. Não devemos confundir igreja com templo; a casa de Deus é outra coisa. Há passagens no Novo Testamento em que o termo "casa" parece se referir à igreja: "para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo" (1Tm 3.15); "vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo" (1 Pe 2.5); "já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus" (1Pe 4.17). O termo "casa" também é utilizado na Bíblia metaforicamente para designar "família" (Js 24.15; At 16.31). A Igreja é citada como a família de Deus (Ef 2.19) e o templo espiritual de Deus (1Co 3.16; Ef 2.22). É por isso que chamamos de irmãos aqueles que se convertem ao Senhor Jesus. [Comentário: 1Tm 3.15,16 identifica a igreja como sendo a “casa de Deus”. Nesta casa, Deus é nosso Pai (Ef 3.14,15). Nós somos a Noiva de Cristo (Ef 5.22-33). Somos irmãos em Cristo. Tratamos uns aos outros como membros da mesma família: “Não repreendas ao homem idoso, antes exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas, como a mães, às moças, como a irmãs, com toda a pureza” (1Tm 5.1,2). A igreja de Cristo na terra é a nossa família (Ef 2.19, 1Jo 3.1, Ef 3.14-15).]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"Precisamos nos identificar primeiro com o Senhor Jesus Cristo, parecer com Ele no amor, no trato com as pessoas, nas estratégias de trabalho, no aproveitamento das oportunidades, no uso de autoridade para libertar os oprimidos e na compaixão pelas pessoas. Enfim, identificar-se com Cristo é ser parecido com Ele no projeto de transformar o mundo [...]. Precisamos também de identificação entre nós mesmos, ou seja, precisamos entender e praticar o que é ser Igreja. Não me refiro a uma comunidade com estatuto e CGC, endereço e liderança, que faz o que quer, com o quer e quando quer. Uma comunidade burocrática e fria, cheia de deveres e direitos, sem vida nem poder. Igreja não é um lugar onde uma multidão ali chega triste e sai vazia, nem tampouco um meio através do qual se possa ganhar dinheiro, explorando-se a boa fé alheia. Igreja não é uma facção dividida por um grupo de radicais e outro de liberais, onde só há confronto e não há vida. Igreja não é lugar de promessas mirabolantes, mas um lugar de vida onde Jesus se manifesta, onde há sinceridade, onde acontecem maravilhas, onde o amor tem liberdade de atuar, onde há comunhão e onde há poder" (FERREIRA, Israel Alves. Igreja Lugar de Soluções: Como recuperar os enfermos espirituais, l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp.12-13).


III. O CORPO DE CRISTO

1. O corpo e seus membros. A Igreja é o corpo místico de Cristo (Ef 1.22,23). O apóstolo Paulo chama a atenção para um detalhe importante: "o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo" (1Co 12.12). Mas ele não relaciona o tema unidade e diversidade do corpo e seus membros com a Igreja, o que era de se esperar, mas diz o seguinte: "assim é Cristo também". Longe de confundir Cristo com a Igreja, pois Jesus é transcendente (Cl 1.16,17), o que Paulo nos ensina é que pertencemos a Cristo e por Ele somos membros do seu corpo (1 Co 12.27). [Comentário: A frase "o Corpo de Cristo" é uma metáfora comum do Novo Testamento para a Igreja (todos aqueles que são verdadeiramente salvos). A Igreja é chamada "um só corpo em Cristo" em Romanos 12:5, "um só corpo" em 1 Coríntios 10:17, "o corpo de Cristo" em 1 Coríntios 12:27 e Efésios 4:12, e "no corpo" em Hebreus 13:3. A Igreja é claramente equacionada com "o corpo" de Cristo em Efésios 5:23 e Colossenses 1:24. Ao entrar em nosso mundo, Cristo assumiu um corpo físico "preparado" para Ele (Hebreus 10:5; Filipenses 2:7). Por meio de Seu corpo físico, Jesus demonstrou o amor de Deus de forma clara, tangível e corajosa - especialmente através da Sua morte sacrificial na cruz (Romanos 5:8). Depois de Sua ascensão física, Cristo continua a Sua obra no mundo através daqueles que Ele redimiu - a Igreja agora demonstra o amor de Deus de forma clara, tangível e corajosa. Desta forma, a Igreja funciona como o "Corpo de Cristo"]

2. A morada de Deus. Quando Saulo de Tarso se encontrou com Jesus no caminho de Damasco, ele ouviu a voz que dizia: "Saulo, Saulo, por que me persegues?" (At 9.4). Saulo perseguia os discípulos de Jesus, mas o Senhor se identificou com eles. Ao apóstolo foi revelado que a Igreja é o corpo espiritual de Cristo, sendo o Senhor mesmo a cabeça (Ef 1.22,23; Cl 1.18), e seus membros são o templo de Deus, a habitação do Espírito Santo (1Co 3.16); em outras palavras, a morada de Deus no Espírito (Ef 2.22). O tabernáculo e o Templo de Jerusalém representavam a presença de Deus (Êx 40.34; 2 Cr 7.2,16). O salmista diz: "SENHOR, eu tenho amado a habitação da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória" (SI 26.8). Não existe mais o Templo de Jerusalém, mas Deus habita no cristão individual (Jo 14.23; 1Co 6.19). [Comentário: A Igreja pode ser chamada do Corpo de Cristo por causa desses fatos:
1) Os membros do Corpo de Cristo são unidos a Cristo no momento da salvação (Efésios 4:15-16).
2) Os membros do Corpo de Cristo seguem a Cristo como o seu Cabeça (Efésios 1:22-23).
3) Os membros do Corpo de Cristo são a Sua representação física neste mundo. A Igreja é o organismo através do qual Cristo manifesta a Sua vida para o mundo de hoje.
4) Os membros do Corpo de Cristo são habitados pelo Espírito Santo de Cristo (Romanos 8:9).
5) Os membros do Corpo de Cristo possuem uma diversidade de dons adaptados a funções específicas (1 Coríntios 12:4-31). "Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim também é Cristo" (Versículo 12).
6) Os membros do Corpo de Cristo compartilham um vínculo comum com todos os outros cristãos, independentemente da sua origem, raça ou ministério. "para que não haja divisão no corpo, mas que os membros tenham igual cuidado uns dos outros." (1 Coríntios 12:25).
7) Os membros do Corpo de Cristo são seguros em sua salvação (João 10:28-30). Para um Cristão perder a sua salvação, Deus teria que realizar uma "amputação" no Corpo de Cristo!
8) Os membros do Corpo de Cristo participam da Sua morte e ressurreição (Colossenses 2:12).
9) Os membros do Corpo de Cristo compartilham a herança de Cristo (Romanos 8:17).
10) Os membros do Corpo de Cristo recebem o dom da justiça de Cristo (Romanos 5:17)]

3. Os membros do corpo. A tradução "por um só Espírito" (1Co 12.13), como aparece na Almeida Século 21, e expressões correlatas na NTLH, e na NVI (que tem esta nota: "Ou com; ou ainda por"), não significa o mesmo que "em um só Espírito". As duas versões são gramaticalmente legítimas (Lc 2.27; 1 Co 12.3; Ef 3.5). Ser batizado "por um só Espírito" quer dizer que é o Espírito quem batiza; isso indica a iniciação dos crentes no corpo de Cristo e não se refere ao batismo do dia de Pentecostes. Essa posição é defendida também por Stanley M. Horton. Não há distinção de pessoas, raça ou status social na Igreja. O apóstolo explica: "formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos bebido de um Espírito" (1Co 12.13b). A ilustração do corpo humano com a Igreja nos versículos seguintes, além de mostrar a unidade na diversidade, ensina também que precisamos uns dos outros (1 Co 12.21) e que, igualmente, diferimos entre si (1Co 12.18) e que precisamos cuidar uns dos outros (1Co 12.25). Isso é Igreja. [Comentário: O apóstolo Paulo, em sua primeira carta aos coríntios, evoca uma das principais figuras da igreja para ensinar que não devemos lutar uns contra os outros, mas devemos servir uns aos outros. Somos um corpo com diferentes membros e cada membro trabalha para servir ao corpo. Três verdades são destacadas pelo veterano apóstolo: Em primeiro lugar, a unidade do corpo (1Co 12.12,13). A igreja é o corpo de Cristo. Só existe uma igreja, um corpo, um rebanho, uma noiva. Todos aqueles que foram predestinados, chamados, justificados e glorificados fazem parte desse corpo. Exatamente quando cremos em Cristo, somos batizados pelo Espírito nesse corpo. Passamos, então, a fazer parte da família de Deus. Tornamo-nos membros da igreja do Deus vivo. Tornamo-nos filhos de Deus e ovelhas do seu pastoreio. Somos introduzidos nesse corpo místico e dele jamais seremos desligados. A igreja visível possui muitas denominações, com várias peculiaridades distintas. Temos diferenças de sistema de governo. Temos formas diferentes de administrar os sacramentos. Temos formas diferentes de interpretarmos determinadas passagens das Escrituras. Mas, se cremos na Trindade. Se cremos que Jesus é o nosso único Salvador e Senhor. Se temos as Escrituras como nossa única regra de fé e prática. Se cremos na salvação pela graça mediante a fé. Se cremos que Jesus voltará em glória para julgar os vivos e os mortos, então, fazemos parte da verdadeira igreja, da única igreja, do corpo de Cristo. Não importa a cor da nossa pele, a nossa condição social ou mesmo a nossa denominação. Se estamos em Cristo, somos um. Em segundo lugar, a diversidade dos membros do corpo (1Co 12.14-23). O corpo é um só, mas possui muitos membros. Os membros são diversos, mas todos pertencem ao mesmo corpo. É Deus quem dispôs os membros no corpo como lhe aprouve. Por isso, no corpo não pode existir competição. Não há espaço no corpo para complexo de superioridade. Os olhos não podem dizer às mãos: Não preciso de vocês. Também, no corpo não pode existir complexo de inferioridade. Os pés não podem dizer aos olhos: Por que não sou olho, pé eu não quero ser. Cada membro tem sua função no corpo e deve desempenhá-la para a edificação do corpo. É impensável um membro do corpo atacar outro. Seria evidência de insanidade um membro do corpo deixar de servir a outro membro ou mesmo feri-lo. A diversidade dos membros não é uma negação da unidade corpo, mas uma prova incontestável de sua funcionalidade e beleza. Em terceiro lugar, a mutualidade no corpo (1Co 12.24-31). Os membros estão no corpo não para competirem uns com os outros, mas para servirem uns aos outros. Cada um é colocado por Deus para uma atividade peculiar. Deixar de cumprir o seu papel é prejudicar todo o corpo. Nenhum membro do corpo é autossuficiente. Precisamos servir uns aos outros. Precisamos suprir as necessidades uns dos outros. Nenhum crente possui todos os dons espirituais. O que nos falta é suprido por outro membro do corpo e o que falta ao outro membro do corpo, deve ser suprido por nós. Essa mutualidade traz comunhão na igreja na terra e promove a glória de Deus no céu. Esse cuidado recíproco no corpo e esse amor prático na igreja demonstra ao mundo a eficácia do evangelho. O amor, desta forma, é a apologética final, a prova mais eloquente de que somos discípulos de Jesus. Agindo assim, o mundo crerá que Deus enviou Jesus. Então, haverá a salvação dos perdidos, a edificação dos salvos e a glorificação do nome de Deus]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"A fim de enfatizar e visualizar a relação viva dos crentes com o Cristo, a Bíblia o apresenta como o 'cabeça' da Igreja, e a Igreja como seu 'corpo' (1 Co 12.27; Ef 1.22,23; Cl 1.18). Há várias razões para esta analogia. A igreja é a manifestação física - visível - de Cristo no mundo, a fazer seu trabalho, tal como chamar os pecadores ao arrependimento, proclamando a verdade de Deus às nações e preparando-se para as eras vindouras. A Igreja também é um corpo, composta de um arranjo complexo de diversas partes, cada qual discreta, cada qual recebendo do Cabeça, cada qual com seus próprios dons e ministérios, contudo, todos necessários à obra de Deus por vir (Rm 12.4-8; 1 Co 6.15; 10.16,17; 12.12-27; Ef 4.15,16). (MENZIES, William W.; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, pp.134-35).

CONCLUSÃO

Diante do exposto, concluímos que Deus estabeleceu a sua morada, primeiramente no tabernáculo e depois no Templo, ambos consagrados a Ele, e que da mesma forma o Espírito Santo também estabeleceu a sua habitação no corpo do cristão individual. Entre gentios e judeus, o Senhor Jesus formou um novo povo (1Co 10.32), de modo que o gentio deixa de ser gentio quando se converte ao evangelho de Jesus Cristo (1Co 12.2; Ef 2.11). A missão principal da igreja é adorar a Deus e propagar o evangelho a todas as nações da terra (Mt 28.19,20). [Comentário: É difícil concebermos que um ambiente tenso, hostil, desunido, desarticulado, onde falte o amor solidário e a graça perdoadora, possa ser visitado pelo óleo, pelo orvalho, pela bênção e pela vida de Deus – “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. (3) ... porque ali o Senhor ordena a bênção e a vida para sempre”. (Sl 133). A bênção do Senhor está na unidade do povo. Em Mt 5.23,24 Jesus vincula nosso relacionamento horizontal (irmãos) com nosso relacionamento vertical (Deus). A verdadeira espiritualidade pressupõe comunhão com Deus e com os irmãos (1Jo 3). A harmonia, a unidade de ação, a interdependência, a mutualidade, a solidariedade na alegria e no sofrimento de cada membro do corpo promove o crescimento espiritual (Ef 2.21,22; 4.16; Cl 2.19).] “... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa

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