SUBSÍDIO I
Prezado professor, na lição de
número cinco estudaremos a paz, fruto do Espírito, antídoto contra as
inimizades. Teremos duas palavras-chave: paz e inimizades. No hebraico, paz é shalom e significa primeiramente inteireza,
pacífico. No grego a palavra é eirene e segundo o Dicionário Vine o termo serve para descrever: “(a) as
relações harmoniosas, entre os homens (Mt 10.34; Rm 14.19); (b) entre as nações
(Lc 14.32; At 12.20; Ap 6.4); (c) a amizade (At 15.33; 1 Co 16.11; Hb 11.31);
(d) a isenção de incômodo (Lc 11.21); a ordem, no Estado (At 24.3); (f) as
relações harmonizadas entre Deus e os homens, satisfeitas pelo Evangelho (At
10.36; Ef 2.17)”. Percebemos que o seu significado é bem amplo. Contudo a paz
que Deus nos concede, fruto do Espírito, é impar e não é circunstancial. Ainda
que estejamos vivendo em uma sociedade onde os índices de violência só
aumentam, temos tranquilidade e não permitimos que a ansiedade e o medo venham
nos dominar.
Quando falamos a respeito de paz, podemos destacar três
aspectos importantes: a paz com Deus, de Deus e com os homens. Somos pecadores,
então como podemos ter paz com o Deus Santo? A paz com Deus não é proveniente
das boas obras, da religião ou do esforço humano. Só existe um meio pelo qual
podemos alcançá-la: mediante a fé no Filho de Deus, o Príncipe da Paz. Quando
reconhecemos os nossos pecados e entregamos, pela fé, nossas vidas a Jesus,
desfrutamos da paz de Deus, pois fomos reconciliados com Ele mediante sua
graça. Somente os filhos de Deus têm condições de desfrutar da sua paz; uma
quietude interior colocada em nós pelo Espírito Santo (Jo 14.26,27). Segundo o
pastor Antonio Gilberto, “sem a paz com Deus não pode haver a paz
de Deus”.
Se alcançarmos, pela graça, a paz com Deus, temos que
evidenciá-la mediante o nosso testemunho, nossas ações. Não adianta dizer que é
crente e viver se metendo em contendas e confusões. A Palavra de Deus nos
exorta que “se possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens”
(Rm 12.18). Na Bíblia temos vários exemplos de pessoa que eram pacificadores e
apregoaram a paz. Tomemos como exemplo, Isaque. Ele era um pacificador e
preferiu cavar vários poços a se meter em uma confusão com seus vizinhos
malvados. Isaque abriu mão do seu direito, da sua razão, em busca de paz. A
sabedoria de Abigail e o seu temperamento livraram sua família da morte e a
Davi de derramar sangue inocente.
Jesus, o Filho de Deus, também recebeu o título de
“Príncipe da Paz” (Is 9.6). Diante dos seus algozes, Ele não abriu a sua boca,
não lutou, não reivindicou nada. Jesus se deixou levar por aqueles que o foram
prender e evitou naquele momento que a sua prisão se tornasse em uma revolta, o
que poderia gerar várias mortes. Jesus, também declarou que Ele era o “Cordeiro
de Deus”. O cordeiro é um animal manso, submisso ao seu pastor.
As inimizades e contendas são o posto da paz e do amor. De
acordo com o Dicionário Vine a
palavra inimizade no grego é echthra, “derivada
do adjetivo echthros é encontrada em Lucas 23.12; Romanos
8.7; Gl 5.20; Ef 2.15,16; Tg 4.4. É o posto de agape,
amor”. Como podemos viver em um mundo violente, mas em paz com todos, sem
inimizades ou contendas? Como nos proteger dos “brigões”? A resposta é: andar,
caminhar no Espírito. Precisamos entregar ao Espírito Santo o controle de
nossas vidas. Se Consolador tiver o primeiro lugar, não mais viveremos segundo
as concupiscências da carne.
SUGESTÃO DIDÁTICA:
Para realizar a dinâmica você vai precisar de duas bolas de
encher (bexiga). Peça que os alunos formem um círculo. Diga que você jogará as
duas bolas para o alto e que eles não podem deixar que elas toquem o chão.
Jogue as bolas e dê uns minutinhos para ver se elas vão cair logo no chão ou se
vai demorar um tempinho. Diga que assim como todos se uniram e se esforçaram
para não deixar a bola tocar o chão, precisamos também nos esforçar, fazer a
nossa parte (ler a Bíblia, orar e jejuar), para desenvolvermos os vários
aspectos do fruto do Espírito. Conclua enfatizando que o fruto do Espírito faz
de nós embaixadores da paz.
Telma Bueno
Editora responsável pela Revista Lições Bíblica Adultos
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Paz de Deus, antídoto contra as inimizades
O ser humano busca a paz. Todos desejam viver em
paz. Sem paz a vida é difícil, angustiosa, frustrada, amargurada, traumática,
violenta, impossível. A paz é uma espécie de direito natural. Em tese, todo ser
humano nasceu com o direito de viver em paz. Entretanto, a paz é
concomitantemente interrompida, obstaculizada e impedida pelos homens. Quem não
se lembra do longo conflito entre judeus e mulçumanos?! E entre protestantes e
católicos na Irlanda do Norte?!
Atualmente, o conflito mais aterrador do mundo é a
guerra civil na Síria. O Estado Islâmico tem dizimado famílias inteiras,
religiões minoritárias e inimigos políticos, que segundo ele, não merecem
viver. O conflito é tão intenso que um fenômeno na região tem chamado a
atenção: o surgimento da Brigada Babilônia, uma milícia cristã armada de
combate ao terror do Estado Islâmico. Aqui não é o fórum adequado para se
discutir as implicações éticas desse fenômeno, mas é uma simples descrição de
um fato que remonta as consequências da ausência da paz.
Entretanto, por detrás de um conflito bélico de
grandes proporções, está um coração humano impaciente, angustiado e revoltado a
ponto de explodir. Nosso Senhor disse que é do coração que “procedem os maus
pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e
blasfêmias” (Mt 15.19). Logo, não é só em proporções mundiais que a ausência da
paz está presente. Mas principalmente em proporções micros. Aqui, seu efeito é
danoso, terrível. A ausência da paz na família é trágica. Na igreja local,
desvia a motivação espiritual e nos torna carnais. No relacionamento com o
colega, alimenta as rixas e as rivalidades. E uma tragédia humana! Na maioria
das vezes, a busca pelo entendimento se torna ineficaz. Assim, acordos são
desrespeitados e rompidos.
Todavia, a paz que a Bíblia se refere (do grego eirenè)
é a que excede todo entendimento. E a paz que vem de Deus, que naturalmente não
se refere a alguma suspensão frágil ou promessa superficial de trégua. Ela não
depende dos acordos ou dos acontecimentos impostos pela “legislação ética” do
sistema mundano contemporâneo. Essa paz depende única e exclusivamente de Deus,
e para vivê-la não dependemos do estado externo das coisas que estão ao nosso
redor. Filipenses 4.7 mostra que essa paz guardará o nosso coração e nosso
sentimento. E isso que o Espírito Santo quer fazer na vida de nossos alunos.
Boa aula!
Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 18 - nº 69 – jan./fev./mar.
de 2017
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
As divisões, inclusive dentro das igrejas, geram
inimizades, e essas, por sua vez, é resultado de inquietações. Na aula de hoje,
aprenderemos a respeito das inimizades enquanto obra da carne, e em seguida
apresentaremos o antídoto, que é a paz que excede todo entendimento. Ao final
mostraremos a necessidade do cultivo desse aspecto do fruto do Espírito, a fim
de que possamos cada vez mais confiar em Deus, e ao mesmo tempo, não provocar
dissensões na igreja, de modo a desfrutar da verdadeira paz em Cristo Jesus.
1. INQUIETAÇÕES
E INIMIZADES
A palavra inimizade em grego é echthra, tendo essa
a ver com a inimizade com Deus (Rm. 8.7), entre as pessoas (Lc. 23.12) e a
hostilidade entre grupos (Ef. 2.14-16). Trata-se, portanto, de uma obra da
carne (Gl. 5.20), de pessoas que não conseguem desfrutar da paz de Deus, e por
isso, se inquietam com muitas coisas (Lc. 10.38-42). As pessoas estão
demasiadamente preocupadas, a ansiedade pelas coisas deste mundo tornou-se uma
prática comum. Por isso Jesus orientou seus discípulos não viverem inquietos, a
aprenderem a confiar na provisão divina (Mt. 6.25). O desejo desenfreado pelas
coisas deste mundo, que se manifesta por meio da cobiça, é uma demonstração de
carnalidade (Tg. 4.2,3), que serve apenas para tirar a paz, e fomentar a
segregação (Tg. 2.8,9). A igreja de Corinto estava tomada por esse sentimento
de partidarismo, havia entre seus membros discórdias, principalmente em relação
às lideranças eclesiásticas (I Co. 1.12,13). A inimizade é danosa para a vida
da igreja, porque compromete sua unidade espiritual (Jo. 17.21). O termo
echthra, no contexto da divisão da comunidade cristã, é expressa por Paulo na
segregação entre judeus e gentios na igreja (Ef. 2.14,15). Os judaizantes do
primeiro século não admitiam que a graça de Deus alcançasse também os gentios.
Esse sentimento faccioso ainda impera em algumas igrejas evangélicas, sobretudo
sobre os cristãos mais moralistas, que acham que são merecedores da salvação.
Quando isso acontece, as igrejas se tornam adoecedoras, ao invés de trazerem
cura para as vidas. Há igrejas que as pessoas não fazem outra coisa senão
disputarem cargos e funções. O ambiente eclesiástico não deveria ser favorável
à segregação, considerando que fomos alcançados pela graça maravilhosa de
Cristo (Ef. 2.8,9).
2. A PAZ QUE
EXCEDE TODO ENTENDIMENTO
O antídoto contra as inimizades na igreja é a paz
de Deus que excede todo entendimento (Fp. 4.7). Essa é uma paz diferente
daquela apregoada pelo mundo, é a paz que somente Jesus pode dar, com a qual é
possível encontrar tranquilidade, mesmo diante das situações mais adversas (Jo.
14.27). Essa paz, cujo termo grego é eirene, diz respeito a um estado de
quietude, tranquilidade, harmonia e confiança, produzida no crente pelo
Espírito Santo. Aqueles que são súditos do Reino de Deus desfrutam dessa plena
paz (Rm. 14.17). Essa é uma paz que também deve ser buscada, se possível com
todas as pessoas (II Co. 13.11; Hb. 12.14). Por se tratar de um fruto do
Espírito, é algo que deve ser desenvolvido (Tg. 3.18). A paz, enquanto virtude
do fruto do Espírito, tem início na conversão, quando passamos a desfrutar da
paz com Deus (Rm. 5.1,2). Isso tem a ver com o ministério da reconciliação, que
aconteceu por meio de Cristo que nos levou a Deus (II Co. 5.18-20). Por causa
dEle agora nos chegamos mais perto de Deus, que derrubou a parede da separação,
desfazendo as divisões dentro da igreja (Ef. 2.13-17). Não podemos esquecer que
fomos chamados também para a paz de Deus (Cl. 3.15). Por isso devemos construir
pontes ao invés de muros, e se possível ter paz com todos os homens (Rm.
12.18). É recomendável construir mais poços, como fez Isaque quando perseguido
pelos seus inimigos, do que fazer uma guerra (Gn. 26.29-22). As igrejas
saudáveis, ao invés de incentivarem a discórdia, busquem guardar a unidade do
Espírito, pelo vínculo dessa paz que nos faz um só corpo (Ef. 4.3,4). Mas isso
somente será possível se as inquietações por causa da ganância forem desfeitas,
de modo que cada um deixe de buscar propriamente o que é seu, antes atente
também para o que é do outro (Fp. 2.4; I Co. 10.24).
3. A PAZ QUE
GERA CONFIANÇA
O profeta Isaias afirma que Deus conservará “em paz
aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti” (Is. 26.3). A fim
de cultivar a verdadeira paz, precisamos investir nos valores espirituais, e
aprender a confiar cada vez mais em Deus. Desfrutamos dessa paz na medida em
que depositamos no Senhor nossa confiança, e estamos cientes que Ele suprirá
nossas necessidades (Fp. 4.19). Muitos crentes alimentam sentimentos facciosos
porque perderam Jesus de vista, e por valorizarem mais as coisas terrenas do
que as celestiais (Hb. 12.2). Somente os que confiam no Senhor serão como os
montes de Sião que não se abalam, mas permanecem para sempre (Sl. 125.1).
Devemos colocar nossa confiança na Palavra de Deus, pois Ele não é homem para
que minta, nem filho do homem para que se arrependa (Nm. 23.19). Ainda que não
compreendamos, sabemos que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus, e
são chamados de acordo com seus soberanos desígnios (Rm. 8.28). Por isso, como
fez o Salmista, devemos descansar à sombra do Onipotente, sabendo que Ele é
nosso refúgio e fortaleza, o Deus em quem confiamos (Sl. 91.1,2). Essa paz tem
a ver com a mente, por isso não devemos alimentar os pensamentos com
ansiedades, coisas que nos distraiam da presença de Deus e tiram nossa
tranquilidade espiritual. Paulo apresenta a seguinte orientação a esse
respeito: “Não andeis cuidadosos de coisa alguma, antes em tudo sejam
conhecidos os vossos pedidos diante de Deus pela oração e pela súplica com
ações de graças.
A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Finalmente, irmão, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é venerável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, seja isso o que ocupe os vossos pensamentos” (Fp. 4.6-8).
A paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. Finalmente, irmão, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é venerável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, seja isso o que ocupe os vossos pensamentos” (Fp. 4.6-8).
CONCLUSÃO
Dentre as obras da carne, as inimizades se
apresentam como resultado das inquietações da alma humana. Há muitas pessoas
que querem se sobrepor umas sobre as outras, na maioria dos casos por causa da
ostentação e da ganância. O antídoto contra essa atitude é investir na paz de
Deus, relacionada à paz com Deus, que excede todo entendimento. Aqueles que
desfrutam dessa paz, aprenderam a experimentar as riquezas de Cristo, por isso
não se atribulam diante das águas turbulentas.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje,
estudaremos a paz como fruto do Espírito e a inimizade como fruto da carne. O
homem guiado pela velha natureza não pode sentir a paz que Jesus Cristo nos
oferece. Essa paz não depende de situações e circunstâncias. Mesmo vivendo em
uma sociedade violenta, podemos ter paz, pois a serenidade que temos em nossos
corações é fruto do Espírito, e não depende das circunstâncias ou dos recursos
financeiros (Gl 5.22). [Comentário: Já vimos nas lições
anteriores que o fruto do Espírito é a expressão da natureza e do caráter de
Cristo através do crente, ou seja, é a reprodução da vida de Cristo no crente.
Por si só, o homem não tem condições de produzir o fruto do Espírito. Sua inclinação
natural será sempre produzir as obras da carne. Contrastando com as obras da
carne, o fruto do Espírito possibilita ao autêntico cristão viver de modo
íntegro diante de Deus e dos homens. É necessário que o crente submeta-se
incondicionalmente ao Espírito Santo. Nesta lição contrastaremos a paz e a
inimizade (gr. echthra), isto
é, intenções e ações fortemente hostis; antipatia e inimizade extremas. Observe
as palavras de Jesus: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou, não vo-la dou
como o mundo a dá” (Jo 14.27). Paulo escrevendo aos Filipenses enfatiza: “E
a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os
vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7). De que paz é esta que estamos
falando? Um sossego momentâneo? A ausência de conflitos pelo mundo?] Dito isto, vamos pensar
maduramente a fé cristã?
I. A PAZ QUE EXCEDE TODO ENTENDIMENTO
1. Paz. Podemos definir paz como um estado de tranquilidade e
quietude interior que não depende de circunstâncias externas. No grego, o
vocábulo paz é eirene e refere-se à unidade e harmonia. Vivemos em uma
sociedade onde a violência tem feito muitas vítimas e tirado a tranquilidade
das pessoas, fazendo com que as pessoas adoeçam. Ultimamente, temos visto o
aumento da chamada Síndrome do Pânico, ou seja, um transtorno da ansiedade que
leva a um pavor incontrolável, mesmo que não haja nenhum perigo iminente. A pessoa
acometida por essa enfermidade perde a quietude. Quem está sendo acometido por
esse mal precisa do acompanhamento de um psiquiatra, terapia e o carinho e a
compreensão dos familiares e da igreja. [Comentário: No Antigo Testamento, o termo shalom se refere à ideia de
ausência de conflito (1Cr 22.9; Pv 17.1), entretanto, por toda a Bíblia, o
termo tem uma extensão de significado bem mais ampla. Pode significar bem-estar
do indivíduo, de grupos, de nações, prosperidade física e material (Sl 4.8; Lm
3.17; 1Sm 20.42; Ml 2.5; Êx 18.23; Gn 15.15; Zc 8.19). No Novo Testamento, a
palavra paz tem seu sentido ampliado para a ideia de satisfação da ira de Deus
por meio da morte de Cristo na cruz. Cristo veio para estabelecer a paz (Lc
2.14,29; 19.42), ele ensinou a necessidade de paz (Mt 5.9; Jo 14.27), e a
trouxe por meio de sua morte e ressurreição (Rm 15.33ss). Outro sentido
percebido é o de paz interior que, embora não se caracterize pela ausência de
lutas ou adversidades circunstanciais, mostra-se suficiente para trazer
discernimento e controle emocional diante de momentos de angústia, dúvida e
terror (Rm 15.13; Gl 5.22; 2Tm 2.22; Jo 16.33; Hb 12.11; 2Co 4.7ss)http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/cultivando-a-paz-em-nosso-coracao/.
Paz é uma qualidade espiritual produzida pela reconciliação, pelo perdão dos
pecados e pela conversão da alma transformada segundo a imagem de Cristo (Rm
5.1; 12.18). A queda do homem no pecado destruiu a paz com Deus, com outros
homens, com o próprio ser, com a própria consciência. Foi por meio da
instrumentalidade da cruz que Deus estabeleceu a paz (Cl 1.20). O crente vive
no meio da violência que gera insegurança e medo nas pessoas, mas essa virtude
do Espírito lhe concede tranquilidade e confiança. A paz também é um resultado
natural do exercício do amor, pois “grande paz têm os que amam a tua lei”
(Sl 119.165; leia também 29.11; 37.11; 85.8). Esta paz é a serenidade de
coração, a porção de todos quantos, tendo sido justificados mediante a fé,
aspiram ser instrumentos nas mãos de Deus para fazerem que outros também possam
compartilhar desta tranquilidade. Portanto, o possuidor da paz torna-se também
um promotor da paz (Mt 5.9). Aquele que está realmente consciente desta
grandiosa dádiva da paz, a qual recebeu de Deus como resultado da amarga morte
de Cristo na cruz, envidará todo esforço para “preservar – dentro da comunidade cristã – a
unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4.3). Falando acerca da Síndrome
do Pânico, o Pr Renato Vargens escreve: “Na
minha experiência pastoral tenho ouvido coisas que mais fazem ruborizar de
vergonha. A capacidade de alguns demonizarem determinadas situações é
absurdamente assustadora. Há pouco fiquei sabendo de pastores afirmam com todas
as letras que a Síndrome do Pânico é de origem diabólica e que todos aqueles
que sofrem desta enfermidade estão debaixo de uma ação demoníaca. Para piorar a
situação, os pastores em questão ensinam que a pessoa só pode ser curada se o
demônio que causou o transtorno seja repreendido e expulso” Leia mais em: http://renatovargens.blogspot.com.br/2014/12/pastores-que-relacionam-sindrome-do.html.
Isso demonstra o despreparo teológico e conhecimento bíblico de muitos líderes.
A síndrome do pânico, na linguagem psiquiátrica chamada de transtorno do
pânico, é uma enfermidade que se caracteriza por crises absolutamente
inesperadas de medo e desespero e que se trata com aconselhamento bíblico,
terapia e antidepressivos.]
2. Paz com Deus. Como podemos estar em paz com Deus? Só existe uma maneira
para estarmos em paz com o nosso Criador: mediante a nossa justificação. A
justificação ocorre quando nós, pela fé, recebemos Jesus como nosso único e
suficiente Salvador. Então, somos declarados justos diante de Deus (Rm 5.1).
Quando recebemos Jesus, a inimizade que havia entre nós e Deus é desfeita,
somos reconciliados com o Pai e passamos a desfrutar de plena paz e comunhão
com Ele (2Co 5.18-20). A nossa justificação, e reconciliação e a paz com Deus
somente são possíveis por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo (Is
53.5; Ef 2.13-17). [Comentário: “Paz” (gr. eirene), isto é, a quietude de
coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu
Pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; 1Ts 5.23; Hb 13.20). É a paz gerada pelo
consolo absoluto do Espírito Santo no coração crente. Foi essa a paz que Davi
evocou (Sl 4.8, NTLH) e que só pode ser sentida por aqueles que tiveram o
coração transformado pela graça soberana do Senhor, pois experimentam a “boa,
agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2). Sem essa experiência vital de
transformação, é impossível viver a paz genuína. A certeza da fé é que dá ao
coração crente a segurança de enfrentar quaisquer situações. Esta Paz é a serenidade
de consciência, a qual tem sua origem na certeza de haver Deus nos reconciliado
consigo mesmo (Rm 5.1). Nossa reconciliação com Deus está subordinada a Cristo,
o único Filho Bem-amado; todos nós, por natureza, éramos filhos da ira,
contudo, esta graça nos foi comunicada pelo evangelho, o ministério da
reconciliação. Por Ele fomos justificados. Ser justificado é tornar-se justo
diante de Deus, através do sacrifício de Jesus, na cruz do calvário.]
3. Promotor da paz. O crente que já recebeu a paz de Deus, em seu coração
precisa partilhar dessa paz com todos os que estão aflitos, tornando-se um
embaixador da paz (2Co 5.20). A paz concedida pelo Espírito não é somente para
o nosso bem-estar, mas também para o bem do próximo. Não podemos nos esquecer que
amar ao semelhante é um mandamento do Pai (Mt 22.39). Quem já experimentou a
justificação e a reconciliação com Deus torna-se um pacificador (Mt 5.9). Ele
não vive em brigas e contendas, não divide igrejas e não maltrata as pessoas.
Isaque era um verdadeiro pacificador, um homem de paz. Mesmo sendo prejudicado
por seus vizinhos que entulharam seus poços, não brigou, mas procurou a
reconciliação (Gn 26.19-25). Os conflitos, seja na Igreja ou fora dela, são
resultado da natureza adâmica, mas os que vivem segundo o Espírito já
crucificaram a sua carne e, agora, procuram viver pacificamente com todos (Rm
12.18). [Comentário: Depois de tornados justos, precisamos ser sal e luz deste
mundo tenebroso. O servo de Deus dá-se a si mesmo, voluntariamente, para agradar
ao seu Senhor e também ao seu próximo. Para ser sal da terra e luz do mundo é
preciso exercitar e controlar os impulsos, segundo a vontade de Deus. Somos
livres, e como livres, não podemos procurar apenas os nossos interesses
pessoais, mas, sobretudo, agradar ao nosso Senhor e aos que estão à nossa volta
que precisam de ajuda. Estejam, pois, longe de nós a amargura, a falta de
controle emocional, o ódio, a ansiedade, a falta de misericórdia, a falta de
perdão, a avareza, a discórdia e todas as coisas prejudiciais ao nosso bom
desempenho como filhos do Deus Altíssimo e salvos por Jesus Cristo, o nosso
SENHOR. Se observarmos a intenção de Paulo em 2Tessalonicenses 3.16, veremos
que o apóstolo estava orando em favor daqueles irmãos. O desejo de que eles vivessem
em paz era um pedido de Paulo ao próprio Deus: “Ora, o Senhor da paz, ele
mesmo, vos dê…”. Como vimos, Deus é a origem da paz genuína. Paulo tinha essa
preocupação porque ele sabia que, para viver em unidade, principalmente na
igreja, um grupo tão heterogêneo, é necessário que haja o concurso da paz.
Pensando nessa carência de unidade, Paulo escreveu aos colossenses: “Seja a
paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um
só corpo; e sede agradecidos” (3.15). A tendência do coração humano é a
guerra. O pecado é causador da guerra, e se não nos esforçarmos, dificilmente
alcançaremos a paz com nossos irmãos em Cristo, na igreja, mas viveremos
mordendo uns aos outros (Gl 5.15). Portanto, é necessário que busquemos a paz
que vem de Deus e que excede todo entendimento http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/cultivando-a-paz-em-nosso-coracao/.
“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.”
(Mt 5.9). O Deus da paz nos transforma em agentes da paz. Aqueles que têm paz
com Deus e experimentam a paz de Deus tornam-se embaixadores da paz entre os
homens. Em vez de serem provocadores de contendas tornam-se facilitadores da
paz e reparadores de brechas. Em vez de cavar abismos de separação, constroem
pontes de aproximação. Em vez de abrir feridas no coração das pessoas tornam-se
terapeutas da alma. Se o pecado que mais Deus abomina é espalhar contendas
entre os irmãos, a virtude que mais nos assemelha ao caráter de Deus é sermos
pacificadores, pois os pacificadores serão chamados filhos de Deus. O
pacificador trabalha em duas dimensões. Primeiro, como ministro da
reconciliação e embaixador de Cristo, roga aos homens que se reconciliem com
Deus. Não há paz entre os homens se, primeiro, não nos submetermos ao Deus da
paz. Segundo, como pacificadores devemos nos esforçar para que inimizades sejam
desfeitas e mágoas sejam perdoadas. Assim, a paz tem uma dimensão vertical e
outra horizontal. É quando somos reconciliados com Deus que estreitamos os
laços com o nosso próximo http://www.ipb.org.br/blog/21/api-view?page=26&blog=644.]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Cristo, nossa paz, forma o novo homem
Ao sintetizar tudo o que Deus fez na salvação por
intermédio de Cristo, Paulo diz que Cristo é a fonte da nossa paz (2.14-18). No
contexto de Efésios, isso não quer dizer que Cristo seja a fonte da paz
interior, mas que Ele é o meio de reconciliação entre judeus e gentios e entre
os membros da nova comunidade e Deus. O objetivo da salvação não é apenas fazer
com que os indivíduos estejam corretos diante de Deus, mas também que estejam
corretos uns com os outros. À medida que Deus, por intermédio de Cristo, une
judeus e gentios, a reconciliação opera de forma triangular entre os três.
Judeus e gentios, quando entram na nova comunidade, não deixam de ser quem
eram; todavia, agora, eles podem atuar juntos, lado a lado, como evidência do
amor transformador e conciliador de Deus (1Co 7.17-24; Rm 14-15). Essa obra de
reconciliação é o fundamento para a nova comunidade que Deus está edificando
por intermédio de Cristo. Por isso, ao longo de Efésios 2.11-22, o termo
dominante e repetido é o prefixo syn (‘juntos’). Deus formou uma nova
unidade, na qual se diz que Ele de dois criou ‘um novo homem’” (ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2008, p.347).
II. INIMIZADES E CONTENDAS, AUSÊNCIA DE PAZ
1. Três tipos de inimizades. No grego, a palavra inimizade é echthra. Esse vocábulo serve para
identificar três tipos de inimizade. Vejamos: inimizade para com Deus (Rm 8.7),
inimizade entre as pessoas (Lc 23.12) e hostilidade entre grupos e pessoas (Ef
2.14-16). Em Gálatas, Paulo apresenta a inimizade, as contendas e as disputas
como obras da carne (Gl 5.20). [Comentário: εχθρα - echthra - Lê-se Festrá. ECHTHRA B, ARC, ARA, Mar.:
Inimizades; BJ, P, BV: ódio; BLH; as pessoas ficam inimigas; M: brigas. Outras
traduções de outras ocorrências da palavra: RSV: hostil ou hostilidade (Rm 8.7;
Ef 2.14, 16). M: inimizade tradicional entre famílias (Ef 2.16); W: inimizade
mútua (Ef 2.16); P. elementos conflitantes (Ef 2.14). No Novo Testamento ocorre
somente em duas outras passagens. Em Rm 8.7 Paulo escreve que a mente que se
fixa na carne é hostil a Deus, ou, conforme diz NEB: “O ponto de vista da
natureza inferior é inimizade contra Deus.” Em Ef 2.14, 16 é usada para a
parede divisória de hostilidade que faz separação entre o judeu e o gentio até
que ambos se tornem um só em Jesus Cristo. No mundo antigo havia três tipos de
inimizade, e estas continuam sendo reproduzidas na vida humana.
1. Havia inimizade entre uma classe e outra dentro da mesma
cidade do mesmo país. Platão disse que em cada cidade havia uma guerra civil
entre os que possuem e os que não possuem. Pode haver em qualquer comunidade
uma guerra de classes que as pessoas de disposição maligna podem facilmente
fomentar visando atingir seus propósitos pessoais maldosos.
2. Havia a inimizade entre os gregos e os bárbaros. Esta,
disse Platão, era uma guerra que não conhecia fim; e Isócrates implorava que
Homero nunca fosse omitido do currículo educacional do jovem grego, porque
Homero demonstra a separação eterna entre o grego e o bárbaro. Para os gregos,
havia num sentido literal uma diferença entre os gregos e os bárbaros. “Havia,”
escreve T. R. Glover, “alguma diferença natural entre os gregos e os bárbaros.
Não se podia ir contra a Natureza; e a Natureza planejara dois tipos distintos
do homem — o grego e o não-grego — e a diferença era fundamental” (T. R.
Glover: Springs of Hellas, pág. 32). Deve ser notado quão essencialmente
arrogante era esta distinção grega. Como, perguntava insistentemente Ctésias, o
historiador antigo, homens que só sabiam latir chegariam a governar o mundo?
Ora, este teste do idioma grego relegava nações altamente civilizadas, tais
como o Egito, a Fenícia, a Pérsia, a Lídia tão próspera, à categoria de
bárbaras. Aristóteles pensava que o próprio clima do mundo mantinha esta
diferença. Aqueles que habitavam no noite, nos países frios, tinham bastante
coragem e ânimo, mas pouca perícia e inteligência; aqueles que habitavam no
sul, na Ásia Menor, conforme o nome que agora damos à região, tinham bastante
perícia, inteligência e cultura, mas pouco ânimo ou coragem. Somente os gregos
viviam num clima projetado pela Natureza para produzir o caráter perfeitamente
equilibrado e harmonizado (Aristóteles; Política 7.7.2). Para os gregos, estes
“bárbaros” eram por natureza escravos, e era perfeitamente correto para um
grego superior reduzi-los à escravidão, comprá-los e vendê-los. Esta atitude
para com o não-grego ressaltava-se vividamente num adjetivo que Plutarco aplica
a Heródoto, o historiador antigo. Heródoto tinha uma curiosidade insaciável, e
poderíamos dizer que era de alcance mundial. Para eles, grandes façanhas
permaneciam grandes façanhas, quer realizadas por um grego, quer não. Era,
conforme J. L. Myres escreve a respeito dele em The Oxford Classical Dictionary:
“isento do preconceito e intolerância raciais”. E o resultado é que Plutarco
rotula-o com a palavra philobárbaros, amigo dos bárbaros, como se a palavra
fosse uma condenação (Plutarco: De Mal. Her. 857 A). É de relevância que dois
dos lugares onde ocorre a palavra echthra (Ef 2.14, 16) referem-se ao
relacionamento no mundo antigo entre judeus e gentios. Havia realmente uma
parede de hostilidade, uma inimizade tradicional antiga, entre judeus e
gentios. Era uma ojeriza que existia em ambas as partes. Os romanos podiam
falar da religião judaica como sendo superstição bárbara (Cícero: Pro Flacco
28), e do povo judaico como o mais vil dos povos (Tácito: Histórias 5.8). Na
mesma passagem, Tácito diz a respeito dos judeus que têm uma lealdade inabalável
uns aos outros, mas um ódio hostil a todos os demais homens. Diodoro Sículo
repete o ditado de que os judeus supõem que todos os judeus sejam inimigos
(31.1.1.3). Apião declarou que os judeus juraram pelo Deus do céu, da terra e
do mar que nunca demonstrariam boa vontade a qualquer homem de outra nação, e
especialmente que nunca fariam isso com os gregos (Josefo: Contra Apião 1.34;
2.10). Por outro lado, os judeus consideravam os gentios impuros. Casar-se com
um gentio era o mesmo que ter morrido. Nos seus momentos mais amargos, os
judeus podiam considerar os gentios como animais imundos, odiados por Deus, e
destinados a serem combustível para o fogo do inferno. O anti-semitismo não é
nenhum fenômeno novo, e a exclusividade judaica faz parte da essência do judaísmo.
A cortina de ferro do preconceito racial e da amargura interracial não é coisa
nova. O espírito que produz os motins raciais e a segregação das cores é tão
antigo quanto a civilização — e desde o seu início é condenado pela ética e fé
cristãs.
3. Há a inimizade entre um homem e outro. Neste caso, é mais
simples definir echthra em termos do seu antônimo. Echthra é o antônimo exato
de ágape. Ágape, amor, a suprema virtude crista, é a atitude mental que nunca
permitirá sentir amargura para com homem algum, e que nunca buscará outra coisa
senão o sumo bem dos outros, independentemente de qual seja a atitude dos
outros para com ela. Echthra é a atitude da mente e do coração que coloca as
barreiras e que tira a espada; ágape é a atitude do coração e da mente que
alarga o círculo, que estende a mão da amizade e que abre os braços do amor. A
primeira é uma obra da carne; a outra é fruto do Espírito. FONTE: Obras da Carne e o Fruto
do Espírito de William Barclay, disponível em:https://bibliotecabiblica.blogspot.com.br/2011/01/echthra-inimizade-obras-da-carne.html.]
2. Inimizade e soberba. A inimizade, em geral é resultado da soberba. Por isso, o
Senhor abomina o coração altivo (Pv 6.16,17). Quando o crente começa acreditar
que é superior aos outros, ele torna-se um “semeador” de inimizades e
contendas. Na Igreja de Cristo, todos são servos, independente de seus dons e
talentos. Paulo mostra que em Jesus Cristo todos são iguais: “Nisto não há
judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos
vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28). As inimizades e segregações são um
“produto” da carne, de uma natureza pecaminosa. Deus proíbe a acepção de
pessoas e toda a sorte de inimizades. Logo, os que promovem tais ações não
podem agradar a Deus (At 10.34; Tg 2.8,9). O crente que assim age é carnal e
precisa arrepender-se dos seus pecados (1Co 3.3). [Comentário: A inimizade pode ser resultado da soberba, ou desejo de ser
grande, de ser maior que todos. Desejo de fama e de glória. Jesus ensinou que
aquele que deseja ser grande deve ser o menor. "Mas entre vós não será
assim; antes, qualquer que entre vós quiser ser grande, será vosso serviçal;"
(Mc 10.43). Na igreja todos devemos servir a todos, cada um com seu talento
dado por Deus. Cada um deve administrar aos outros aquilo que recebeu para
benefício de todos. "Cada um administre aos outros o dom como o
recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus." (1Pd
4.10). “Que fareis pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem
salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo
para edificação” (1Co 14.26). Paulo nos diz que aqueles que buscam
inimizades estão pecando, pois são carnais e não podem agradar a Deus. "Porque
ainda sois carnais; pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não
sois porventura carnais, e não andais segundo os homens?" (1Co 3.3). “Nada
façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os
outros superiores a si mesmo” (Fp 2.3). Agora considere isto: Quando alguma
pessoa está fazendo algo em seu lugar você se alegra ou fica analisando cada
detalhe do que ela está executando? Você participa do culto tranqüilo, sem se
importar se ela está executando o serviço bem ou mal? Se ela falhar no serviço
você levará palavras de ânimo e consolo ou irá se alegrar no erro cometido? Se
você é do tipo de pessoa que não cede o seu lugar para ninguém ou fica
incomodado quando alguém está em seu lugar ministrando, ou ainda se alegra com
o erro dos outros, é porque você ainda não entendeu o que significa considerar
os outros superiores a você. Jesus, sendo Deus, não teve por vaidade ser igual
a Deus, mas aniquilou-se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se em
tudo semelhante ao homem (menos no pecado) e, achado na forma de homem,
humilhou-se a Si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz.]
3. Inimizade e facção. As inimizades, muitas vezes, acabam gerando na igreja as
facções e divisões. Muitos, não se contentam em não se relacionar bem com as
pessoas e acabam fazendo com que os outros também não tenham comunhão entre si.
Na igreja de Corinto, os irmãos começaram a se dividir e formar partidos em
torno de Paulo, Apolo e Cefas. Uns diziam que pertenciam a Paulo, enquanto
outros a Apolo (1Co 1.12). Paulo dá fim à discussão e às inimizades perguntando
aos irmãos: “Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós?” (1Co 1.13).
O apóstolo exorta-os para o fato de que pertencemos unicamente a Cristo. E se
pertencemos a Ele não podemos aceitar as inimizades e as facções. A inimizade é
obra da carne e seu alvo é destruir a unidade na Igreja do Senhor, mas o crente
que tem o fruto do Espírito busca o bem de todos, procurando manter o vínculo
da perfeição, estendendo as mãos para ajudar e tratando a todos com amor e
respeito (Cl 3.13,14). Que você como Filho de Deus possa se revestir de
entranhas de misericórdia e de benignidade como recomenda as Escrituras
Sagradas (Cl 3.12). [Comentário:Em
Romanos 14.13-17, Paulo falou de coisas que não eram erradas em si, mas disse
que é divisor e falta de amor insistir em exercer liberdades se elas farão um
irmão tropeçar. Este princípio frequentemente exige que nos abstenhamos de
práticas que poderíamos considerar lícitas de modo a manter paz com nossos
irmãos. Determinação egoísta em fazer o que queremos do modo que queremos, sem
respeito para com as dúvidas honestas de nossos irmãos, reflete uma arrogância
sem amor que inevitavelmente cria discórdia. Paulo ensina que deveremos buscar
amorosamente entender nossos irmãos mais fracos e manter a paz com eles.
Nenhuma carta do Novo Testamento fala mais sobre divisão do que 1 Coríntios. As
facções na igreja coríntia eram o resultado de comportamentos carnais de
pessoas que estavam mais preocupadas com suas próprias reputações e influências
do que estavam com o povo de Deus (leia cuidadosamente 1 Coríntios 3.1-17).
Quando os homens são apanhados na carnalidade de tentar mostrar que nossas
igrejas são maiores do que as igrejas deles, que nossos projetos são melhores
do que os projetos deles e que nossos pregadores são mais eloquentes do que os
pregadores deles, as contendas são inevitáveis. Se pensarmos que somos maiores
e melhores, seremos dominados pelo orgulho. Se temermos que outros estejam
ganhando a corrida, seremos dominados pela inveja e o ciúme. Não importa quem
está na frente; todos que estão na corrida estão errados! Vergonha para aqueles
que rebaixarem a obra do Senhor ao nível de uma competição atlética. Deixem as
competições e a busca de reconhecimento humano na planície de Sinear e retornem
à pregação da mensagem simples da cruz de Cristo (1 Coríntios 2.1-5; veja
Gênesis 11.1-9)Texto extraído de: http://www.estudosdabiblia.net/d57.htm.
Observe que as pessoas que via de regra, são causadoras de problemas dentro da
Igreja, estão inseridas neste contexto. São pessoas que não possuem uma vida
espiritual, nada boa, quem são aqueles que promovem divisões no corpo de Cristo
se não aqueles, que estão na carne. A pessoa espiritual, jamais, vai está com
mentira, jogando, irmão contra irmão, com fofocas, espalhando contendas, com
inveja do irmão, falando mau do pastor, da liderança da igreja, aqueles que
assim agem, ainda não experimentaram um arrependimento genuíno, não nasceram de
novo, são velhas criaturas, estão sendo guiados não pelo Espírito mas sim pela
carne]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A unidade ao redor da pessoa de Jesus Cristo deve ser
mantida
Por que são tão prejudiciais as murmurações e as
contendas, as queixas e as discussões? Se tudo o que uma pessoa conhece a
respeito de uma igreja é o fato de que os seus membros discutem, reclamam e
fazem intrigas constantemente, ela terá uma falsa impressão do Evangelho de
Cristo. A crença em Cristo deve unir os que confiam nEle. Se as pessoas na
nossa igreja estão sempre reclamando e discutindo, elas não têm o poder
unificador de Jesus Cristo. Deixe de discutir com outros cristãos, ou de se
queixar sobre as pessoas e as condições na igreja, e permita que o mundo veja
Cristo” (Manual da Bíblia de Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2013, p.260).
III. VIVAMOS EM PAZ
1. O favor divino. Paulo exorta os gentios para que sejam sempre gratos a Deus, pois eram
zambujeiros e foram enxertados na oliveira (Rm 11.17). Aos judeus, ele pede que
não se esqueçam de que foram colocados por Deus no mundo para abençoar as
outras nações (Gn 12.3). O apóstolo estava mostrando que, em Cristo, gentios e
judeus são iguais, por isso, devem viver em paz e unidade. Vivamos em paz com
todos e jamais venhamos a nos esquecer de que fomos alcançados pela graça
divina, pois é esse favor divino que nos leva a amar o próximo e a viver em paz
e união (Sl 133.1). [Comentário:Uma
vez que Paulo defendeu a salvação dos gentios e mostrou que muitos judeus
haviam rejeitado Cristo, há perigo de os gentios se acharem superiores aos
judeus (Rm 11.17-36). Alguns ramos (judeus) foram quebrados, e ramos bravos
(gentios) foram enxertados na mesma oliveira (v. 17). Os novos ramos não têm
direito de se orgulhar, pois eles dependem da raiz, e não vice-versa (v. 18). O
fato de serem enxertados não sugere algum mérito dos gentios e não os coloca
acima dos judeus (v. 19). Para permanecer na oliveira, os gentios precisam
manter o seu temor de Deus (v. 21). Se Deus achou lugar para os ramos bravos na
oliveira, certamente está disposto a enxertar de novo os ramos naturais que se
arrependerem (v. 24).]
2. A cruz de Cristo. A cruz é um dos símbolos mais conhecidos do cristianismo,
pois, mediante a fé no sacrifício de Jesus, somos reconciliados com Deus. Se
Cristo não morresse na cruz pelos nossos pecados estaríamos para sempre
separados da presença Deus; não deixaríamos de ser inimigos dEle. Jesus morreu
na cruz por amor a nós e mesmo diante de uma morte tão cruel, Ele não abriu a
sua boca para reclamar ou dizer palavras ofensivas aos seus algozes (Is 53.7;
Jo 3.16). Jesus permaneceu quieto durante seu julgamento e castigo. Ele
demonstrou ter paz e equilíbrio emocional mesmo vivendo uma situação tão
terrível. Ele sabia o porquê de sua missão e que o seu sacrifício era
necessário para que pudéssemos nos reconciliar com Deus. [Comentário: O Pr. Renato Vargens escreve: “A Cruz é mensagem central
da nossa pregação. A morte do Cordeiro que tira o pecado do mundo deve ser a
nossa proclamação. O sangue justo derramado na cruz a favor dos eleitos deve
ser a nossa ênfase principal. A cruz é o centro da história do mundo. A
encarnação de Cristo e a crucificação de nosso Senhor são o centro ao redor do
qual circulam todos os eventos de todos os tempos. No entanto, parte das
igrejas evangélicas brasileiras tem pregado um evangelho muito diferente do
evangelho da Bíblia. Em dias tenebrosos como os nossos, muito se tem falado
sobre vitória, bênçãos e prosperidade, contudo, quase não ouvimos mais
pregações sobre a centralidade da Cruz. O saudoso pastor anglicano John Stott
acerta vez afirmou que um dos mais graves equívocos da igreja evangélica é
querer um cristianismo sem cruz.” http://renatovargens.blogspot.com.br/2013/03/4-licoes-basicas-que-cruz-de-cristo.html.
Quando Jesus, ao iniciar Seu ministério em Caná da Galileia, afirmou a Maria
que ainda não era chegada a Sua hora (Jo 2.4), deixou claro que sempre teve
consciência da natureza de Sua morte. Lucas descreveu a clareza que Jesus tinha
a respeito do que as Escrituras expunham a Seu respeito (Lc 24.27). Jesus
reconhecia que Nele se cumpriria a palavra de Isaías, de que seria contado como
um malfeitor (Lc 22.37), para que todo o que Nele cresse tivesse a vida eterna
(Jo 3.14-15). Sabia que os religiosos buscavam a Sua morte, assim como tinham
buscado a dos profetas (Lc 4.28-29). Diversas vezes, durante o Seu ministério,
Jesus fez menção ao Seu sofrimento (Mc 9.31; 8.21,32 e Lc 18.31-32),
expressando que faria o ato redentor em obediência ao Pai (Jo 6.38), mas também
de Sua própria vontade (Jo 10.17-18). Fazendo uma leitura cuidadosa dos
evangelhos, veremos a clareza que Jesus tinha da Sua missão. Leia todo o artigo em:http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/evangelizacao/a-centralidade-da-cruz-de-cristo/]
3. A nossa missão. Jesus veio ao mundo com uma missão, morrer na cruz pelos nossos pecados.
Ao ascender aos céus, Ele também nos deu uma missão (Mt 28.19,20). Para darmos
cumprimento a essa missão, precisamos viver em paz com todos. Anunciemos ao
mundo que somente Jesus pode nos dar a verdadeira paz, pois Ele é o Príncipe da
Paz (Is 9.6). [Comentário: Hoje em dia, o mundo vive à procura de paz. O homem quer ter
paz, vida abundante e ser feliz, mas ... dificilmente, as encontra. Alguns as
procuram na religião, outros nas igrejas mas, mesmo assim, continuam com suas
vidas vazias e infelizes. Só em Jesus, podemos encontrar a verdadeira paz, pois
Ele, somente Ele, é o Príncipe da Paz como nos diz Isaías 9.6. Por causa do
sacrifício de Cristo, somos restaurados a um relacionamento de paz com Deus (Rm
5.1). Esta é a paz profunda e duradoura entre nossos corações e nosso Criador
que não pode ser tirada (Jo 10.27-28) e que é o cumprimento final da obra de
Cristo como “Príncipe da Paz”. Precisamos anunciar que somente em Cristo somos
reconciliados com Deus (Rm 5.11; 2Co 5.18). A misericórdia de Deus é a fonte da
reconciliação. Esse anúncio visa a atitudes concretas: reatar as relações com
Deus e as relações com outras pessoas. A consequência da reconciliação é a paz.
Precisamos desesperadamente disso - especialmente já que Deus nos chama a viver
com singeleza de propósito com outros crentes, com humildade, mansidão e
paciência, “esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do
Espírito no vínculo da paz” (Ef 4.1-3).]
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Salmos 133.1-3
Davi declarou que a união é agradável e preciosa.
Infelizmente, a união que deveria ser encontrada na Igreja nem sempre o é. As
pessoas discordam e causam divisões por causa de assuntos sem importância.
Alguns sentem prazer em causar tensão, depreciando e desacreditando os outros.
Mas a união é importante porque: (1) faz da igreja um exemplo para o mundo e
ajuda a aproximar as pessoas do Senhor; (2) ajuda-nos a cooperar conforme a
vontade de Deus, antecipando um pouco do gozo que teremos no céu; (3) renova e
revigora o ministério, porque existe menos tensão para extrair a nossa energia.
Viver em união não significa que concordaremos com
tudo; haverá muitas opiniões, da mesma maneira que existem muitas notas em um
acorde musical. Mas devemos concordar em nosso propósito na vida: trabalhar
juntos para Deus. A união reflete a nossa concordância de propósitos” (Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal. RJ:
CPAD, 2003, p.822).
CONCLUSÃO
A paz de que tratamos nesta lição é fruto do
Espírito. Mesmo em meio às adversidades, podemos ter paz, pois é uma quietude
interior que vem de Deus. Que você possa ser um pregoeiro da paz de Cristo,
seja na Igreja ou fora dela. [Comentário: É interessante que Jesus frequentemente nos diga para
buscarmos as bênçãos que ele promete em lugares inesperados. Àqueles que
queriam ser exaltados, ele disse que olhassem para baixo e lavassem os pés de
seus irmãos (Jo 13.14-15). Àqueles preocupados com necessidades físicas, ele
disse que buscassem as coisas espirituais (Mt 6.31-34). E àqueles que querem a
paz com os homens, ele diz que busquem a sabedoria pura que vem de cima. Se
começarmos a buscar a paz, é bem provável que acabemos com nada mais do que
alianças impuras com pessoas infiéis. Mas se partirmos para buscar e seguir a
Verdade, receberemos o benefício extra da paz com Deus e seu povo. "A
sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica..."
(Tg 3.17). Não podemos reverter a ordem. Se pusermos a paz acima da pureza na
pregação e na prática, terminaremos em desavença com Deus. Mas se nos
devotarmos a proclamar e a seguir a pura mensagem de Jesus Cristo, gozaremos
paz eterna com Deus e seu povo (1Co 1.10; Ef 2.11-22). "Assim, pois,
seguimos as cousas da paz e também as da edificação de uns para com os outros"
(Rm 14.19).] “NaquEle que
me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br