sexta-feira, 13 de maio de 2016

LIÇÃO 7: A VIDA SEGUNDO O ESPÍRITO


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Romanos 8.1-17

1- Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.
2- Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.
3 - Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne,
4- para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
5- Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito.
6- Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.
7- Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.
8- Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.
9- Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
10- E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça.
11- E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita.
12- De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne,
13- porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.
14- Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.
15- Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.
16- O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
17- E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.



INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Professor, na lição de hoje estudaremos o capítulo oito da Epístola aos Romanos. Neste capítulo, o apóstolo Paulo apresenta um princípio que deve reger a vida de todos os que foram alcançados pela graça divina: viver segundo o Espírito Santo. A graça de Jesus é maravilhosa, pois transforma o homem pecador em santo. Como novas criaturas, o Consolador passa a morar em nós concedendo-nos recursos para vivermos neste mundo de maneira santa e justa. Aqueles que já experimentaram o novo nascimento já não vivem mais na prática do pecado. Nosso corpo se torna seu templo. Sem o Espírito Santo não poderemos viver de modo a agradar ao Pai. Que possamos nos entregar totalmente a Deus, permitindo que o seu Espírito nos guie.

  
SUBSÍDIO I

O tema do capítulo oito

Caro professor, a lição sete abordará o último capítulo da primeira seção da Carta aos Romanos. Lembra de que a epístola está estruturada em três grandes seções: 1?8; 9?11; 12?16? Na presente lição, analisaremos o capítulo 8, que conclui o argumento da justificação, apresentado pelo apóstolo Paulo ao longo dos sete capítulos anteriores: a vida no Espírito. 
Ora, se ao longo dos sete capítulos o apóstolo argumenta que Cristo nos justificou e nos libertou, arrancando-nos das garras do império do pecado, agora ele pretende mostrar como é a vida no Espírito de quem foi justificado por Cristo. Para isso, é importante o professor voltar-se para algumas referências dos capítulos anteriores: Romanos 5.1-5; 7.4-6.

A nova vida no Espírito

“Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que nãoandam segundo a carne, mas segundo o espírito” (8.1). É significativo que este primeiro versículo seja uma consequência natural e prolongada de Romanos 7.6: “Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra”. Portanto, nenhuma condenação há para quem está em Cristo!
O apóstolo passa a demonstrar o fato de que a libertação do pecado produzida pelo Espírito resultou em nosso livramento da culpa e da morte, fruto da obra expiatória de Cristo no Calvário. Se no capítulo cinco esta nova realidade de vida traz a esperança, pois é uma nova realidade como produto do derramamento do amor de Deus por intermédio do seu Espírito (v.5), no oitavo o apóstolo trata o crente como que vivendo e estando imerso nesta esperança, isto é, a vida plena no Espírito Santo (8.1,6b).
A realidade de quem “anda” no Espírito vislumbra no apóstolo uma perspectiva escatológica? “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (8.18)? arraigada na realidade da existência: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (v.26). Convide a sua classe a viver no Espírito. Nossa esperança deve estar no céu, mas não podemos perder de vista a realidade das coisas. Precisamos reproduzir o vislumbre da gloriosa esperança onde habitamos

Fonte: Revista Ensinador Cristão, Ano 17 - nº 66 – abr/mai/jun de 2016. 

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Em Gl. 5.17 Paulo nos dá um vislumbre do tema da santificação, que é abordado nos capítulos 7 e 8 de sua carta aos Romanos. Diz ele: “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis”. Na lição de hoje, trataremos a respeito da luta entre a carne e o Espírito, e mais especificamente, da santificação como resultado da atuação do Espírito na vida do crente.

1. A NATUREZA DA CARNE

1.1 Definição do termo
A palavra carne (sarx, em grego) apresenta diferentes significados dependendo dos contextos em que é utilizada. Nos escritos paulinos o termo carne se refere: 1) ao corpo físico/personalidade: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gl. 2.20); 2) a natureza humana pecaminosa: “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne (Gl. 5.16). Equivocadamente, alguns cristãos confundem esses dois significados e pensam que, o corpo, por si mesmo, é mal. Essa é, na verdade, uma deturpação do doutrina cristã proveniente do platonismo. Nesse sentido é preciso considerar o que escreveu o apóstolo aos crentes de Corinto: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?”. Portanto, não se pode confundir “carne”, no sentido de corpo de “carne” no sentido de natureza pecaminosa.

1.2 Andar segundo a carne
Não é normal que o cristão continue andando segundo a carne. Em I Jo. 5.18, está escrito que “todo aquele que é nascido de Deus não peca” (I Jo.18). Uma tradução mais aproximada ao texto grego diria que “todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando”, ou, parafraseando: “não se alegra em continuar na prática do pecado”. As obras da carne, conforme vemos em Gl. 5.19-21, são: “adultério, prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias”. Os que estão na carne, diz Paulo em Rm. 8.8, “não podem agradar a Deus”.

1.3 Andar segundo o Espírito
Essa verdade está muito bem explicitada em Rm. 8.5: “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito”. O homem carnal, distanciado de Deus, não consegue pensar em outra coisa, senão em satisfazer seus desejos carnais, sua propensão é para a carne, enquanto que o homem espiritual tende para as coisas espirituais, sua satisfação está em Deus, isto é, ele se alegra na produção do fruto do Espírito em sua vida (Gl. 5.22). Como filhos da luz, estamos decididos a fazer o que “é agradável ao Senhor” (Ef. 5.10). Essa é uma obra do Espírito, não do homem, pois é Ele, não nós, quem nos vivifica (Rm. 8.11).

2. A VERDADE SOBRE A SANTIFICAÇÃO

2.1 Definição de santificação
Santificação vem, literalmente, de ‘fazer santo’ ou ‘consagrar’, que, basicamente, vem de ‘separar’. Trata-se, assim, da separação daquilo que é profano e mundano. Por isso, o conceito bíblico de santificação implica em uma dedicação total a Deus a fim de cumprir os propósitos santos para os quais foi separado ao mesmo tempo em que reconhece o próprio Deus como o autor do processo de santificação. A meta para a santificação se encontra bem explicitada em I Ts. 5.23: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”

2.2 Aspectos da santificação
A santificação, conforme depreendemos de diversas passagens bíblicas, tem dois aspectos: posicional e experimental. Isto quer dizer que ela é tanto uma posição que o crente ocupa em relação a Deus e é também uma experiência constante na sua vida. A santificação posicional é uma mudança de posição pela qual um pecador é imputado como santo diante de Deus. A esse respeito vejamos o que escreveu Paulo em I Co. 1.30: “Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”. Em acréscimo a esse aspecto posicional da santificação podemos também ler I Co. 6.11: “E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus”. No que tange ao aspecto progressivo ou experimental, temos vários textos, um dos mais conhecidos é Hb. 12.14: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” e Rm. 12.2: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. No aspecto posicional somos chamados de ‘santos’ enquanto que no aspecto progressivo somos chamados a ‘sermos santos’.

2.3 O meio para a santificação
A santificação, como já estudamos em lições anteriores, não é algo que se obtêm a partir da observância de um conjunto de regras exteriores previamente estabelecidas. A santificação é uma obra do Espírito Santo, considerando que: “se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” (Rm. 8.13). Isso acontece quando o Espírito produz em nós o Seu fruto: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei”. (Gl. 5.22,23). O propósito da santificação é, nesse sentido, fazer com que o crente continue a crescer e a progredir, tornando-o, cada vez mais, semelhante a Cristo. Como diz Paulo em II Co. 3.18: “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”.

CONCLUSÃO

O viver cristão é um andar contínuo no Espírito em total consagração (separação) para Deus. Essa é uma obra que não é por força nem por violência, mas pelo Espírito do Senhor (Zc. 4.6). A menos que nos deixemos guiar pelo Espírito, dificilmente seremos capazes de vencer a natureza adâmica. Uma motivação para viver essa santidade espiritual, diferente daquela proposta pelo legalismo, é o amor a Deus, primeiramente o amor de Deus, provado em Sua entrega a nós, mesmo que não mereçamos (Rm. 8.38,39).
  
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

No capítulo sete da Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo apresenta um pequeno esboço do que ele iria tratar no capítulo seguinte. Por todo o capítulo oito, o apóstolo faz um contraste entre a velha vida, marcada pelo pecado e sem condições de se libertar, com a nova vida no poder do Espírito Santo, que Cristo nos proporcionou. O que fora impossível à antiga aliança, regida pela Lei, agora se tornou possível graças a uma nova lei - a lei do Espírito de Vida em Cristo Jesus. Por intermédio do Espírito Santo já temos uma visão prévia da alegria que, um dia, viveremos ao lado do Senhor no céu. Temos também a garantia de que, no futuro, desfrutaremos da plenitude da salvação. [Comentário: Paulo inicia o capítulo oito, dizendo que nenhuma condenação há para os que são de Cristo Jesus, ou seja, aqueles que receberam ao Senhor Jesus, como único e suficiente salvador, e se arrependeram de seus pecados, estão justificados com Cristo, por isso estão livre da condenação do juízo final (Rm 5.1,2). O capítulo 8 nos fala de libertação do pecado e da morte (8.1-11), estamos livres, diz o apóstolo Paulo. A lei do Espírito da vida passou a atuar em nós, uma lei mais forte do que a lei do pecado e da morte, que denunciava nossa impotência. A lei do Espírito e da vida fala do poder que agora atua em nós como resultado do sacrifício de Jesus Cristo. Esse sacrifício não só nos livrou da condenação, porque pagou os nossos débitos, que a lei denunciava na vida de cada um de nós, mas, mais do que isso, tirou-nos da lei do pecado e da morte, ou seja, livrou-nos daquilo que nos mantinha constantemente sob débito. Agora uma nova força atua em nós, a força do Espírito de Deus. Agora, aquilo que a lei exigia, que era a justiça e santidade se tornou possível, por causa do Espírito que habita nessas pessoas. No capítulo 7, a força do pecado em nós era o que nos causava impotência absoluta; no capítulo seis, a marca daqueles que foram afetados pela Graça é buscar cada vez mais crescer na Graça, ou na linguagem do capítulo oito, inclinar-se para as coisas do Espírito. Neste capítulo, é destacada a diferença entre aquele que ainda vive preso a uma vida de pecado, com aquele que pela fé creu no Senhor Jesus e teve seus pecados justificados. Aquele que se mantém rebelde contra Deus e vive no pecado, ele também esta obedecendo a sua carne, se inclina para os desejos dela e vive para satisfazê-la, mas aquele que ouviu a vontade de Deus, crendo que ele mandou seu Filho para que através de sua morte e ressurreição fosse salvo (Jo 3.16), este recebeu o Espírito de Deus e por isso é inclinado a obedecer ao que o Espírito lhe conduz a fazer. E isso não é algo que o Espírito nos obriga a fazer, muito pelo contrário, ele age mansamente, nos convencendo de que aquilo é o melhor para nossa vida e gera em nós um desejo de agradar a Deus, por isso obedecemos, porque o amamos.]

I. A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE OPOSIÇÃO À LEI DO PECADO (Rm 8.1-4)

1. A enfermidade da lei. Como pudemos observar no capítulo sete, Paulo exclamou em tom desesperador quando vê diante de si (e de todos os cristãos) o impiedoso jugo do pecado (Rm 7.24). Esse grito pertence a todos nós. Mas qual era a razão desse desespero? É necessário entendermos a argumentação do apóstolo em torno desse assunto. Ele havia dito que todos os homens, quer gentios quer gregos, estavam debaixo da condenação do pecado. Mesmo os judeus, a quem foi confiada à Lei Mosaica, não conseguiram escapar desse cativeiro. E por que não? Porque a Lei, que fora dada para alertar os homens sobre a malignidade do pecado, acabou servindo de instrumento para aguçar o desejo de pecar. Dessa forma, a Lei, que era uma coisa boa, acabou por se tornar inoperante diante de outra lei - a lei do pecado e da morte. Assim, a Lei ficou doente. [Comentário: A lei do pecado e da morte não se refere à lei de Moisés (veja 7.7,13); Refere-se ao domínio do pecado e da morte sobre nós enquanto estávamos por nossa conta, fora de Cristo (7.23). O papel da lei, determinado por Deus, em um mundo caído, é revelar a natureza do pecado humano. Em Rm 7.24, a figura de linguagem é sobre uma pessoa acorrentada a um cadáver do qual ela não pode ser libertada, desesperançada de libertação. Mas o desespero cede lugar a uma declaração de vitória, não porque a batalha para, mas porque a força humana é superada pelo poder do Espírito Santo. Paulo não está criticando a lei moral, mas observa uma vez mais que, por causa da pecaminosidade da humanidade, a lei não pode dar a salvação ao ser humano (v.3). Em si mesma, a lei, a qual nos leva a reconhecer a realidade do pecado em nosso sistema moral e espiritual (3.20;5.13,20), é santa, boa e justa (v. 12). A lei é uma revelação fiel do que é certo e do que é errado e nunca perde a sua validade para aquilatar e dirigir o nosso comportamento moral. A lei foi usada por Deus para cumprir Seu propósito. Sem a lei, a promessa de Deus não teria sido cumprida. A inadequação da lei não é devida a alguma falha de sua parte, mas é por causa das condições em que ela tem de operar. Nosso pecado impossibilita a libertação pela lei. O comentário ‘Assim, a Lei ficou doente’, deve ser entendido à luz de 7.11-13: o pecado, não a lei, deve ser censurado. A lei de Deus, refletindo seu princípios morais justos, é santa. Ela simplesmente não tem o poder de nos tornar justos.]
2. A cura da cruz. Ainda no mesmo capítulo sete, já chegando ao seu final, Paulo dá outro grito, agora não mais de desespero, mas de vitória pela graça de Deus revelada na pessoa de Jesus Cristo. O seu grito de vitória também é nosso grito (Rm 7.25). A mesma argumentação, agora em sentido oposto pode ser feita. Em vez do grito de desespero, Paulo dá um brado de vitória. Mas o que ocasionou esse grito de vitória? A resposta está na vida segundo o Espírito relatada em Romanos capitulo oito. [Comentário: Paulo aprovava totalmente a boa lei de Deus e, no entanto, na carne ele ainda servia ao pecado. A lei é boa, mas não pode nos dar poder para obedecer, ele não dia que a lei em si mesma é má, mas enfatiza várias vezes que ela é boa e ainda descreve vividamente a impossibilidade de obedecer-lhe com a própria força de alguém. A nova vida no Espírito é experimentada por indivíduos, na mente, no corpo e no espírito, os quais continuam a estampar os sinais do pecado.]
3. A lei do pecado é revogada. A lei do pecado e da morte, que havia neutralizado ou tornado ineficaz a Lei, agora foram revogadas pela lei do Espírito da vida. Essa nova lei, muito mais poderosa, porque não operava baseado nas obras da carne, mas no sacrifício de Jesus, o imaculado Cordeiro de Deus, tornou possível quebrar o jugo da escravidão que a lei do pecado produzia. Agora todos os filhos de Deus podem gozar da liberdade que vem da vida segundo o Espírito. [Comentário: Na lição anterior comentei que algumas vezes o que é proibido automaticamente se torna mais atraente (Pv 9.17) - a Lei aguçou esse desejo de transgredir, não porque ela fosse má, mas por causa da malignidade da humanidade caída. O abuso da lei pelo pecado mostra a malignidade do pecado causando a morte pelo que é bom; mostra a necessidade da salvação. A inclinação da carne, ou seja, a obediência a nossa natureza caída, que é a inclinação para o pecado nos levará para a morte, mas os que se inclinam em obedecer ao Espírito, serão guiados para a vida e paz para com Deus. E é por isso que aqueles que se inclinam para obedecer a carne, ao pecado, acaba se tornando inimigos de Deus, porque rejeitam a vontade de Deus. Todos aqueles que creram no evangelho, já não estão mais presos aos desejos da sua carne, isso se realmente creram e receberam o Espírito de Deus. Porque aquele que não têm o Espírito de Deus, esse não pertence à Deus, ou seja, não foi salvo e justificado pela fé em Cristo Jesus. Deus nos libertou enviando seu Filho, nEle, o pecado foi condenado e o julgamento foi executado. Cristo venceu o pecado em seu próprio reino e a exigência da lei é cumprida em nós. Esta bênção é para aqueles que andam segundo o Espírito, e não a carne.]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"O capítulo 8 é o ponto alto, o clímax, a conquista da vitória pelo Espírito Santo. O ápice espiritual deste capítulo, portanto, está na vitória do Espírito.
'Portanto, nenhuma condenação  há para os que estão em Cristo Jesus' (v. 1). A palavra portanto no início da declaração vitoriosa refere-se ao capítulo 7, na qual, Paulo argumentou a batalha entre a carne e o espírito. Uma luta que parece infindável, se depara com a conquista da vitória no Espírito. A palavra portanto levanta a bandeira do Espírito para o início da nova vida. A declaração de que 'nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus' indica que a Lei (toda ela), que condenava os pecados, foi cumprida por Jesus. Ele tomou sobre si essa condenação justificando-nos perante Deus Pai (Rm 5.1) e nos colocando sob a lei do Espírito. Portanto, o pecador justificado está debaixo de uma nova lei espiritual que domina e rege a nova vida em Cristo.
'Porque a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte' (8.2). Paulo fala nesta Carta de várias leis e as trata como: 'lei do pecado', 'lei do entendimento', 'lei de Moisés', 'lei de Deus'. Porém, no capítulo 8, ele fala da 'lei do espírito de vida' que opera no interior do crente e o liberta do domínio da lei do pecado, da carne e da morte. Há uma ligação profunda entre o Espírito Santo e Jesus, pois a  nova lei é chamada 'lei do espírito de vida em Cristo Jesus'. É a lei da vida de Jesus que opera no íntimo do crente e o habilita a ter comunhão com Ele" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.88).

II. A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE OPOSIÇÃO A NATUREZA ADÂMICA (Rm 8.5-17)

1. A velha inclinação. Paulo usa o verbo grego phroneo, traduzido aqui como inclinar, com o sentido de colocar a mente em algo. A natureza adâmica, mesmo destronada continua requerendo seu antigo lugar. Na carta aos gálatas, Paulo mostra que a carne milita, ou guerreia, contra o Espírito (Gl 5.17). Essa guerra acontece na esfera da mente, quando esta deseja (gr. epithymeo) contra o Espírito. Ainda na epístola aos crentes da Galácia, o apóstolo explica que a carne e o Espírito são duas forças opostas entre si (Gl 5.16,17). Todos os crentes salvos, quer sejam novos convertidos quer não, são objetos dessa inclinação da antiga natureza. Ceder a essa inclinação é ceder à morte (Rm 8.6). Nessa inclinação interna da velha natureza, a carne está no comando.  Quando a carne assume o controle o Espírito fica de fora. [Comentário: É interessante ressaltar que Paulo usa o termo ‘carne’ em pelo menos, três sentidos: em um sentido mais geral, refere-se ao que é humano. Em um outro sentido, refere-se ao corpo físico. Em um sentido mais específico, principalmente quando aparece em oposição a ‘espírito’, refere-se à natureza Adâmica, que envolve também mente e alma. No caso de Gl 5.17, se os gálatas abandonam a Cristo e põem sua confiança na lei, estarão voltando à confiança na carne. Há uma guerra sendo travada na psique humana, isto é, a carne, as vontades pessoais, a razão humana lutam incansavelmente contra o Espírito. São duas vontades lutando em uma só mente. Por isso, o apóstolo Paulo escreveu: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7.18-19). Paulo afirma: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” – isto é a guerra entre a natureza pecaminosa e a natureza Santa do Espírito. É guerra da vontade própria e contra a vontade de Deus. Na verdade, existe uma resistência involuntária da parte humana, e é esta resistência que cria este atrito espiritual, ou seja, é a nossa carne resistindo à vontade de Deus. Para vencer esta batalha contra a velha inclinação, o crente deve viver no Espírito. Mas o que é viver no Espírito? Paulo responde: “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20).]
2. A nova inclinação. Em oposição à velha natureza adâmica, também denominada de natureza pecaminosa, ou ainda, de "velho homem", Paulo mostra a inclinação do Espírito. Ele afirma que a inclinação do Espírito produz vida (Rm 8. 6). A palavra grega inclinação, usada aqui por Paulo é phrónma, cuja raiz vem de phroneo, inclinar. Fica bastante evidente a participação do crente no processo da salvação. Ele precisa andar na esfera do Espírito afim de que não ceda aos desejos da carne. Assim como o crente tem seu papel no processo da salvação, escolhendo, ou não, receber a graça de Deus, da mesma forma ele, agora como regenerado em Cristo, também tem a escolha para andar, ou não, no Espírito. Assim como respondemos ao chamado de Deus para a salvação, devemos da mesma forma responder ao chamado de Deus para a santificação. Nessa inclinação da nova criatura em Cristo, o Espírito está por dentro, isto é, no comando, e a carne está por fora. Não está mais no comando, pois foi destronada. [Comentário: O Espírito Santo que agora passa a fazer morada no coração humano quando este aceita a Jesus Cristo como seu Salvador, é o agente responsável em conduzir o crente a fazer a vontade de Deus. A descida do Espírito Santo não foi para que simplesmente falássemos em línguas estranhas. Também foi para auxiliar o cristão a subjugar o próprio eu, para fazer guerra contra a natureza carnal. Por isso, para que o crente ande no Espírito, o apóstolo Paulo recomendou: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Ele docemente constrange o crente a fazer a vontade de Deus. Mas para que obtenha total êxito sobre a carne, é preciso que o crente aprenda a viver na dependência de Deus, que reconheça que o seu querer está contaminado pelo pecado, que assuma, de forma cabal, que é da sua natureza carnal que fluem os desejos pecaminosos (Mt 15.19).]
3. A nova filiação. Essa nova inclinação a qual o apóstolo se referiu só se tornou possível porque os justificados em Cristo Jesus passaram a ser guiados pelo Espírito de Deus: "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus" (Rm 8.14). Esse privilégio, que tornou possível ao crente ser orientado ou guiado pelo Espírito aconteceu porque Deus nos deu a adoção de filhos: "Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai" (Rm 8.15). Como filhos, agora somos habitação do Espírito Santo, que em nosso interior dá testemunho dessa nova filiação recebida (Rm 8.16). [Comentário: A vida diferente que nos é dada é a vida de comunhão. Agora somos guiados pelo Espírito de Deus, e a vida que nos é dada, é a vida de filho. Somos filhos de Deus e quem testifica em nós é o Espírito de Deus, Ele mesmo revela isso em nós. Todos aqueles que têm o Espírito Santo foram adotados como filhos de Deus, essa é a marca. E aqueles os que têm o Espírito Santo têm comunhão com o Pai. Como você sabe que é filho de Deus? Por causa da intimidade com o Pai que o Espírito Santo concede, esse é o nosso maior privilégio, maior prêmio, de poder conviver plenamente com o Senhor, em profunda amizade e companheirismo, resultado da obra do Espírito de Deus em nós, e à medida que podemos clamar a Deus, como se clama ‘Paizinho’, o próprio Espírito de Deus que testifica que somos filhos de Deus. É nesse ato de intimidade que essa filiação se manifesta. Também, se somos filhos, somos herdeiros de Deus. Tudo o que Deus propôs a Cristo, propôs a nós. Paulo desenvolve este tema em Efésios, quando fala da igreja como plenitude de Cristo. Portanto, essa comunhão com Deus e essa consciência que vamos herdar as mesmas coisas que Cristo herdou, há de nos dar a coragem necessária para continuarmos firmes em meio ao sofrimento, porque teremos sempre a consciência de que se com Cristo sofremos, também com Ele seremos glorificados.]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"Para que a justiça da Lei se cumprisse em nós' (8.4). Quando Cristo se fez o representante do homem pecador, o poder condenatório do pecado foi desfeito, e, então a justiça foi cumprida por Cristo. Agora, uma vez libertos da lei do pecado, e vivendo segundo o Espírito, a carne  não tem mais direitos sobre nós. Ainda que a inclinação da carne é para as coisas da carne, se vivemos em Espírito, a carne estará sob domínio.
No versículo 4, temos a descrição daqueles que vivem segundo a carne ou segundo o Espírito. No versículo 5, Paulo mostra os que são conforme a carne e conforme o Espírito. De um lado temos aqueles que se ocupam na prática do pecado. Por outro lado, temos aqueles que se ocupam em fazer a vontade do Espírito e estar sob sua direção.
A vitória do Espírito (8.6-13)
Nestes versículos é destacada a operação do Espírito Santo na vida do crente. É a obra santificadora do Espírito Santo, na mente, no espírito e no corpo do crente (1 Ts 5.23,24). O crente anda e vive no Espírito, pois não está mais sob o domínio da carne. Sua vida é regida e regulada pelo Espírito Santo, que mora nele e governa o seu interior" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.89).

III. A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE OPOSIÇÃO ENTRE A NOVA ORDEM E A ANTIGA (Rm 8.18-39)

1. A manifestação dos filhos de Deus. Os versículos 18 a 30 de Romanos 8 mostram a certeza dos crentes quanto ao futuro: "Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada" (Rm 8.18). Fica evidente que quando o apóstolo falava do futuro, ele também contemplava o passado. O atual estado de coisas mostra os sinais da velha ordem. São marcas que fazem com que a criação tenha gemidos por não poder por si mesma removê-las. Por isso ela geme: "Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Rm 8.22). Mas não só ela, nós também que temos as primícias do Espírito também gememos (Rm 8.23). A criação quer voltar ao seu estado original e nós também. O Espírito Santo sente o nosso drama, sente a nossa angústia e também geme por nós (Rm 8.26,27). O melhor é saber que em todas as coisas Deus opera para o bem dos que o amam (Rm 8.28). A palavra grega sünergei (de onde vem sinergismo) traduzida em Romanos 8.28 como coopera, mostra que Deus trabalha, com os que o amam, em direção a seu propósito. [Comentário: Já que falamos em sofrimento, é bom lembrar que a vitória do cristão não é não sofrer. A vitória do cristão é não ser derrotado pelo sofrimento. Nesse período, que ainda temos aqui, enquanto aguardamos a volta de Jesus Cristo, vamos sofrer sim, principalmente porque vamos nos levantar contra tudo que se opõe a Deus, portanto vamos estar em confronto direto com as forças das trevas, vamos estar em confronto direto com a rebelião humana, vamos entrar em confronto direto com a injustiça, vamos estar em confronto direto com a maldade, vamos entrar em contato direto com a miséria, e é óbvio que vamos sofrer. É impossível enfrentar batalhas dessa monta, sem experimentar algo de sofrimento ainda que pequeno. Vamos sofrer pelo simples fato de sermos diferentes. Não tem como escapar disso, mas é preciso lembrar que o sofrimento que vamos enfrentar enquanto pregamos o Reino de Deus, e por pregarmos o Reino de Deus, enquanto lutamos pela implantação do Reino de Deus, pela evidenciação dos sinais do Reino, esse sofrimento não se pode comparar com a glória que há de ser revelada a nós, ou seja, não se pode comparar com aquilo que Deus vai fazer no final do processo, dando-nos plenamente aquilo que nos prometeu em Cristo Jesus, dando-nos uma glória  que só será inferior ao do próprio Cristo. Essa glória não é apenas particular, nossa, de cada um de nós, mas é a glória da Igreja, e é também a glória do Planeta, porque com a nossa glorificação, haverá a restauração de todas as coisas, e o Apóstolo Paulo diz que a própria natureza está esperando esse dia, em que a nossa glorificação representará a  restauração da própria natureza. Então não somos só nós que estamos sofrendo, todos os seres vivos estão sofrendo de alguma maneira aguardando o dia da redenção. Aguardando quando o projeto de Deus se cumprir em nós. Então nos deixemos amedrontar, não desfaleçamos diante do sofrimento, da angústia porque são inevitáveis, pelo contrário, nutramo-nos de esperança na certeza de que esse sofrimento, fruto natural da postura que tomamos na vida em relação a Deus, há de ser consolado e vai gerar, em nós, eterno peso de glória e, portanto, não pode ser comparado ao que nos aguarda em Cristo Jesus.]
2. Provas do grande amor de Deus. Os versículos 31 a 39 de Romanos 8, são na verdade o fechamento de tudo aquilo que o apóstolo argumentou desde o capítulo cinco. De pecadores perdidos e sem esperança passamos a filhos de Deus através da justificação pela fé. De escravos do pecado passamos ao estado de filhos libertos através da obra do Espírito Santo. De membros de uma velha ordem passamos a ser participantes de uma nova ordem no Espírito. [Comentário: Fechando a questão do sofrimento, o apóstolo Paulo diz: “olha, não tenha medo de viver, não tenha medo do aparente sofrimento,  porque  nada  pode  nos  derrotar. Deus  é  por  nós;  quem  pode  ser  contra  nós?  Quem  pode  nos  derrotar?  Ninguém! Quem pode  nos separar do amor de Cristo? Nada!” O que quer dizer que não importa o que aconteça, Cristo nos ama. E, aliás, esta  é  a  certeza  que  nós  temos  de  ter  diante  de  qualquer  sofrimento,  diante  de qualquer  tribulação.  Estarmos  passando  por tribulação, estarmos passando por dificuldades, estarmos passando por  lutas não significa  que Jesus Cristo deixou  de nos amar, não significa que Deus está chateado conosco e por isso estamos sendo punidos; nada disso! Paulo está dizendo: “olha, por amor de Cristo  nós  somos  mesmo  entregues à morte todo dia”, ou seja, ser cristão é tomar uma posição contra as trevas, contra a morte, contra a injustiça, contra o desespero humano.]
3. Deus é conosco. Deus nos ama, nos redimiu em Jesus Cristo do jugo do pecado e está ao nosso lado. Paulo afirma que "diremos pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8.31). Paulo demonstra que nesta vida, enquanto permanecermos em Cristo, nada poderá nos separar do amor de Deus. Somos o objeto de seu grande amor. [Comentário: Certamente alguém se oporá a nós, mas Paulo salienta que a essa oposição faltará a capacidade de destituir a fé. Visto que Deus é por nós, é-nos assegurada a sobrevivência espiritual vitoriosa. As palavras ‘por nós’ exprimem o eterno compromisso assumido pelo grande amor que é expresso nos versículos 38-39. Isso é uma profunda garantia de segurança espiritual.]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"A trindade divina na obra da santificação (8.26-34)
Nestes versículos, Paulo apresenta a Trindade divina empenhada em ajudar o crente na sua esperança. O capítulo 8 conduz o crente no caminho da santificação pela operação  do Espírito Santo. Apresenta todos os obstáculos que se deparam com o crente. Coloca o crente no campo de luta espiritual e dá-lhe as armas espirituais para lutar, e  finalmente, apresentar-lhe a razão dessa luta, aconselhando e orientando-o em toda a sua jornada cristã.
O Espírito intercede em nós (8.26,27). Esses dois versículos mostram a missão do Espírito dentro do crente, trabalhando a seu favor. Ele 'ajuda as nossas fraquezas' (v.26). A que se referem as 'nossas fraquezas'? Referem-se às nossas limitações temporais neste corpo mortal, sujeito à natureza pecaminosa. Enquanto estivermos enclausurados dentro deste 'tabernáculo' (corpo) terrenal, somos sujeitos às fraquezas da carne. Por isso, o Espírito Santo habita dentro do crente para ajudá-lo nas suas fraquezas. A ajuda do Espírito dentro de nós é representada pela sua intercessão. A quem Ele intercede? A Deus Pai, e a seu Filho Jesus Cristo" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.94).

CONCLUSÃO

A lição de hoje ajuda-nos a compreender que a graça de Deus é realmente surpreendente. Ela transformou ímpios em santos e nos colocou em um nível de relacionamento com Deus jamais imaginado pelo seu antigo povo, e a graça de ter o Espírito Santo habitando em nosso interior e o privilégio de ser guiado por Ele. Mas não é só isso, agora também somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. Isso tudo se chama graça [Comentário: A graça de Deus faz com se seja possível sermos salvos. A Bíblia diz em Efésios 1.7-8 “Que ele fez abundar para conosco em toda a sabedoria e prudência, fazendo-nos conhecer o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que nele propôs.” John Wesley discorrendo sobre ‘A Salvação pela Fé’, escreve: “Pela graça sois salvos, mediante a fé (Ef 2.8) - Todas as bênçãos que Deus tem dado ao homem provêm da sua mera graça, generosidade ou favor; favor totalmente imerecido: o homem não tem nenhum direito à menor misericórdia divina. Foi a graça livre que formou o homem do pó da terra e lhe soprou nas suas narinas o fôlego da vida e imprimiu na alma a imagem de Deus e “pôs tudo sob seus pés”. (Gn 2,7; Sl 8,6). Agora podemos ter plena confiança no sangue de Cristo, uma confiança nos méritos de sua vida, morte e ressurreição, um descansar nele como nossa propiciação e nossa vida, como dado por nós e vivendo em nós. A segura confiança que temos em Deus e que, através dos méritos de Cristo, nossos pecados estão perdoados, estamos reconciliados ao favor de Deus e, como consequência, próximos e apegados a Ele, como nossa “sabedoria, justiça, santificação redenção” ou, numa palavra, nossa salvação] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.

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