LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 8.1-17
1- Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito.
2- Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me
livrou da lei do pecado e da morte.
3 - Porquanto, o que era impossível à lei, visto como
estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do
pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne,
4- para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não
andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito.
5- Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as
coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito.
6- Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do
Espírito é vida e paz.
7- Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus,
pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser.
8- Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.
9- Vós, porém,
não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em
vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
10- E, se Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto
por causa do pecado, mas o espírito vive por causa da justiça.
11- E, se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a
Jesus habita em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo também
vivificará o vosso corpo mortal, pelo seu Espírito que em vós habita.
12- De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para
viver segundo a carne,
13- porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se
pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.
14- Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus,
esses são filhos de Deus.
15- Porque não recebestes o espírito de escravidão, para,
outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos,
pelo qual clamamos: Aba, Pai.
16- O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos
filhos de Deus.
17- E, se nós
somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e coerdeiros de
Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos
glorificados.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, na lição de hoje
estudaremos o capítulo oito da Epístola aos Romanos. Neste capítulo, o apóstolo
Paulo apresenta um princípio que deve reger a vida de todos os que foram
alcançados pela graça divina: viver segundo o Espírito Santo. A graça de Jesus
é maravilhosa, pois transforma o homem pecador em santo. Como novas criaturas,
o Consolador passa a morar em nós concedendo-nos recursos para vivermos neste
mundo de maneira santa e justa. Aqueles que já experimentaram o novo nascimento
já não vivem mais na prática do pecado. Nosso corpo se torna seu templo. Sem o
Espírito Santo não poderemos viver de modo a agradar ao Pai. Que possamos nos
entregar totalmente a Deus, permitindo que o seu Espírito nos guie.
SUBSÍDIO I
O tema do capítulo oito
Caro professor, a lição sete abordará o último capítulo da primeira seção da Carta aos Romanos. Lembra de que a epístola está estruturada em três grandes seções: 1?8; 9?11; 12?16? Na presente lição, analisaremos o capítulo 8, que conclui o argumento da justificação, apresentado pelo apóstolo Paulo ao longo dos sete capítulos anteriores: a vida no Espírito.
Ora, se ao
longo dos sete capítulos o apóstolo argumenta que Cristo nos justificou e nos
libertou, arrancando-nos das garras do império do pecado, agora ele pretende
mostrar como é a vida no Espírito de quem foi justificado por Cristo. Para
isso, é importante o professor voltar-se para algumas referências dos capítulos
anteriores: Romanos 5.1-5; 7.4-6.
A nova vida no Espírito
“Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que nãoandam segundo a carne, mas segundo o espírito” (8.1). É significativo que este primeiro versículo seja uma consequência natural e prolongada de Romanos 7.6: “Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra”. Portanto, nenhuma condenação há para quem está em Cristo!
O apóstolo
passa a demonstrar o fato de que a libertação do pecado produzida pelo Espírito
resultou em nosso livramento da culpa e da morte, fruto da obra expiatória de
Cristo no Calvário. Se no capítulo cinco esta nova realidade de vida traz a
esperança, pois é uma nova realidade como produto do derramamento do amor de
Deus por intermédio do seu Espírito (v.5), no oitavo o apóstolo trata o crente
como que vivendo e estando imerso nesta esperança, isto é, a vida plena no
Espírito Santo (8.1,6b).
A realidade
de quem “anda” no Espírito vislumbra no apóstolo uma perspectiva escatológica?
“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente
não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada”
(8.18)? arraigada na realidade da existência: “E da mesma maneira também o
Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de
pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos
inexprimíveis” (v.26). Convide a sua classe a viver no Espírito. Nossa
esperança deve estar no céu, mas não podemos perder de vista a realidade das
coisas. Precisamos reproduzir o vislumbre da gloriosa esperança onde habitamos
Fonte: Revista Ensinador
Cristão, Ano 17 - nº 66 – abr/mai/jun de 2016.
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Em Gl. 5.17 Paulo nos dá um
vislumbre do tema da santificação, que é abordado nos capítulos 7 e 8 de sua
carta aos Romanos. Diz ele: “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o
Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que
quereis”. Na lição de hoje, trataremos a respeito da luta entre a carne e o
Espírito, e mais especificamente, da santificação como resultado da atuação do
Espírito na vida do crente.
1. A
NATUREZA DA CARNE
1.1 Definição do termo
A palavra carne (sarx, em grego)
apresenta diferentes significados dependendo dos contextos em que é utilizada.
Nos escritos paulinos o termo carne se refere: 1) ao corpo
físico/personalidade: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu,
mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho
de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gl. 2.20); 2) a
natureza humana pecaminosa: “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a
concupiscência da carne (Gl. 5.16). Equivocadamente, alguns cristãos confundem
esses dois significados e pensam que, o corpo, por si mesmo, é mal. Essa é, na
verdade, uma deturpação do doutrina cristã proveniente do platonismo. Nesse
sentido é preciso considerar o que escreveu o apóstolo aos crentes de Corinto:
“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em
vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?”. Portanto, não se pode
confundir “carne”, no sentido de corpo de “carne” no sentido de natureza
pecaminosa.
1.2 Andar segundo a carne
Não é normal que o cristão
continue andando segundo a carne. Em I Jo. 5.18, está escrito que “todo aquele
que é nascido de Deus não peca” (I Jo.18). Uma tradução mais aproximada ao
texto grego diria que “todo aquele que é nascido de Deus não vive pecando”, ou,
parafraseando: “não se alegra em continuar na prática do pecado”. As obras da
carne, conforme vemos em Gl. 5.19-21, são: “adultério, prostituição, impureza,
lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas,
dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias”. Os que
estão na carne, diz Paulo em Rm. 8.8, “não podem agradar a Deus”.
1.3 Andar segundo o Espírito
Essa verdade está muito bem
explicitada em Rm. 8.5: “Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as
coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito”.
O homem carnal, distanciado de Deus, não consegue pensar em outra coisa, senão
em satisfazer seus desejos carnais, sua propensão é para a carne, enquanto que
o homem espiritual tende para as coisas espirituais, sua satisfação está em
Deus, isto é, ele se alegra na produção do fruto do Espírito em sua vida (Gl.
5.22). Como filhos da luz, estamos decididos a fazer o que “é agradável ao
Senhor” (Ef. 5.10). Essa é uma obra do Espírito, não do homem, pois é Ele, não
nós, quem nos vivifica (Rm. 8.11).
2. A VERDADE
SOBRE A SANTIFICAÇÃO
2.1 Definição de santificação
Santificação vem, literalmente,
de ‘fazer santo’ ou ‘consagrar’, que, basicamente, vem de ‘separar’. Trata-se,
assim, da separação daquilo que é profano e mundano. Por isso, o conceito
bíblico de santificação implica em uma dedicação total a Deus a fim de cumprir
os propósitos santos para os quais foi separado ao mesmo tempo em que reconhece
o próprio Deus como o autor do processo de santificação. A meta para a
santificação se encontra bem explicitada em I Ts. 5.23: “E o mesmo Deus de paz
vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam
plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo”
2.2 Aspectos da santificação
A santificação, conforme
depreendemos de diversas passagens bíblicas, tem dois aspectos: posicional e
experimental. Isto quer dizer que ela é tanto uma posição que o crente ocupa em
relação a Deus e é também uma experiência constante na sua vida. A santificação
posicional é uma mudança de posição pela qual um pecador é imputado como santo
diante de Deus. A esse respeito vejamos o que escreveu Paulo em I Co. 1.30:
“Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus
sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção”. Em acréscimo a esse aspecto
posicional da santificação podemos também ler I Co. 6.11: “E é o que alguns têm
sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido
justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus”. No que
tange ao aspecto progressivo ou experimental, temos vários textos, um dos mais
conhecidos é Hb. 12.14: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual
ninguém verá o Senhor” e Rm. 12.2: “E não sede conformados com este mundo, mas
sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis
qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. No aspecto posicional
somos chamados de ‘santos’ enquanto que no aspecto progressivo somos chamados a
‘sermos santos’.
2.3 O meio para a santificação
A santificação, como já
estudamos em lições anteriores, não é algo que se obtêm a partir da observância
de um conjunto de regras exteriores previamente estabelecidas. A santificação é
uma obra do Espírito Santo, considerando que: “se viverdes segundo a carne,
morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”
(Rm. 8.13). Isso acontece quando o Espírito produz em nós o Seu fruto: “Mas o
fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé,
mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei”. (Gl. 5.22,23). O
propósito da santificação é, nesse sentido, fazer com que o crente continue a
crescer e a progredir, tornando-o, cada vez mais, semelhante a Cristo. Como diz
Paulo em II Co. 3.18: “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um
espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma
imagem, como pelo Espírito do Senhor”.
CONCLUSÃO
O viver cristão é um andar
contínuo no Espírito em total consagração (separação) para Deus. Essa é uma
obra que não é por força nem por violência, mas pelo Espírito do Senhor (Zc.
4.6). A menos que nos deixemos guiar pelo Espírito, dificilmente seremos
capazes de vencer a natureza adâmica. Uma motivação para viver essa santidade
espiritual, diferente daquela proposta pelo legalismo, é o amor a Deus,
primeiramente o amor de Deus, provado em Sua entrega a nós, mesmo que não
mereçamos (Rm. 8.38,39).
Prof. Ev. José
Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog
subsidioebd
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO III
INTRODUÇÃO
No capítulo sete da Epístola aos
Romanos, o apóstolo Paulo apresenta um pequeno esboço do que ele iria tratar no
capítulo seguinte. Por todo o capítulo oito, o apóstolo faz um contraste entre
a velha vida, marcada pelo pecado e sem condições de se libertar, com a nova
vida no poder do Espírito Santo, que Cristo nos proporcionou. O que fora
impossível à antiga aliança, regida pela Lei, agora se tornou possível graças a
uma nova lei - a lei do Espírito de Vida em Cristo Jesus. Por intermédio do
Espírito Santo já temos uma visão prévia da alegria que, um dia, viveremos ao
lado do Senhor no céu. Temos também a garantia de que, no futuro, desfrutaremos
da plenitude da salvação. [Comentário: Paulo inicia o capítulo oito, dizendo que nenhuma condenação há
para os que são de Cristo Jesus, ou seja, aqueles que receberam ao Senhor
Jesus, como único e suficiente salvador, e se arrependeram de seus pecados,
estão justificados com Cristo, por isso estão livre da condenação do juízo
final (Rm 5.1,2). O capítulo 8 nos fala de libertação do pecado e da morte
(8.1-11), estamos livres, diz o apóstolo Paulo. A lei do Espírito da vida
passou a atuar em nós, uma lei mais forte do que a lei do pecado e da morte,
que denunciava nossa impotência. A lei do Espírito e da vida fala do poder que
agora atua em nós como resultado do sacrifício de Jesus Cristo. Esse sacrifício
não só nos livrou da condenação, porque pagou os nossos débitos, que a lei
denunciava na vida de cada um de nós, mas, mais do que isso, tirou-nos da lei
do pecado e da morte, ou seja, livrou-nos daquilo que nos mantinha
constantemente sob débito. Agora uma nova força atua em nós, a força do
Espírito de Deus. Agora, aquilo que a lei exigia, que era a justiça e santidade
se tornou possível, por causa do Espírito que habita nessas pessoas. No
capítulo 7, a força do pecado em nós era o que nos causava impotência absoluta;
no capítulo seis, a marca daqueles que foram afetados pela Graça é buscar cada
vez mais crescer na Graça, ou na linguagem do capítulo oito, inclinar-se para
as coisas do Espírito. Neste capítulo, é destacada a diferença entre aquele que
ainda vive preso a uma vida de pecado, com aquele que pela fé creu no Senhor
Jesus e teve seus pecados justificados. Aquele que se mantém rebelde contra
Deus e vive no pecado, ele também esta obedecendo a sua carne, se inclina para
os desejos dela e vive para satisfazê-la, mas aquele que ouviu a vontade de
Deus, crendo que ele mandou seu Filho para que através de sua morte e
ressurreição fosse salvo (Jo 3.16), este recebeu o Espírito de Deus e por isso
é inclinado a obedecer ao que o Espírito lhe conduz a fazer. E isso não é algo
que o Espírito nos obriga a fazer, muito pelo contrário, ele age mansamente,
nos convencendo de que aquilo é o melhor para nossa vida e gera em nós um
desejo de agradar a Deus, por isso obedecemos, porque o amamos.]
I. A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE OPOSIÇÃO À LEI DO
PECADO (Rm 8.1-4)
1. A enfermidade da lei. Como pudemos observar no capítulo sete, Paulo
exclamou em tom desesperador quando vê diante de si (e de todos os cristãos) o
impiedoso jugo do pecado (Rm 7.24). Esse grito pertence a todos nós. Mas qual
era a razão desse desespero? É necessário entendermos a argumentação do
apóstolo em torno desse assunto. Ele havia dito que todos os homens, quer gentios
quer gregos, estavam debaixo da condenação do pecado. Mesmo os judeus, a quem
foi confiada à Lei Mosaica, não conseguiram escapar desse cativeiro. E por que
não? Porque a Lei, que fora dada para alertar os homens sobre a malignidade do
pecado, acabou servindo de instrumento para aguçar o desejo de pecar. Dessa
forma, a Lei, que era uma coisa boa, acabou por se tornar inoperante diante de
outra lei - a lei do pecado e da morte. Assim, a Lei ficou doente. [Comentário: A lei do pecado e da morte não se refere à
lei de Moisés (veja 7.7,13); Refere-se ao domínio do pecado e da morte sobre
nós enquanto estávamos por nossa conta, fora de Cristo (7.23). O papel da lei,
determinado por Deus, em um mundo caído, é revelar a natureza do pecado humano.
Em Rm 7.24, a figura de linguagem é sobre uma pessoa acorrentada a um cadáver
do qual ela não pode ser libertada, desesperançada de libertação. Mas o
desespero cede lugar a uma declaração de vitória, não porque a batalha para,
mas porque a força humana é superada pelo poder do Espírito Santo. Paulo não
está criticando a lei moral, mas observa uma vez mais que, por causa da
pecaminosidade da humanidade, a lei não pode dar a salvação ao ser humano
(v.3). Em si mesma, a lei, a qual nos leva a reconhecer a realidade do pecado
em nosso sistema moral e espiritual (3.20;5.13,20), é santa, boa e justa (v.
12). A lei é uma revelação fiel do que é certo e do que é errado e nunca perde
a sua validade para aquilatar e dirigir o nosso comportamento moral. A lei foi
usada por Deus para cumprir Seu propósito. Sem a lei, a promessa de Deus não
teria sido cumprida. A inadequação da lei não é devida a alguma falha de sua
parte, mas é por causa das condições em que ela tem de operar. Nosso pecado
impossibilita a libertação pela lei. O comentário ‘Assim, a Lei ficou doente’,
deve ser entendido à luz de 7.11-13: o pecado, não a lei, deve ser censurado. A
lei de Deus, refletindo seu princípios morais justos, é santa. Ela simplesmente
não tem o poder de nos tornar justos.]
2. A cura da cruz. Ainda no mesmo capítulo sete, já chegando ao seu
final, Paulo dá outro grito, agora não mais de desespero, mas de vitória pela
graça de Deus revelada na pessoa de Jesus Cristo. O seu grito de vitória também
é nosso grito (Rm 7.25). A mesma argumentação, agora em sentido oposto pode ser
feita. Em vez do grito de desespero, Paulo dá um brado de vitória. Mas o que
ocasionou esse grito de vitória? A resposta está na vida segundo o Espírito
relatada em Romanos capitulo oito. [Comentário: Paulo aprovava totalmente a boa lei de Deus
e, no entanto, na carne ele ainda servia ao pecado. A lei é boa, mas não pode
nos dar poder para obedecer, ele não dia que a lei em si mesma é má, mas
enfatiza várias vezes que ela é boa e ainda descreve vividamente a
impossibilidade de obedecer-lhe com a própria força de alguém. A nova vida no
Espírito é experimentada por indivíduos, na mente, no corpo e no espírito, os
quais continuam a estampar os sinais do pecado.]
3. A lei do pecado é revogada. A lei do pecado e da morte, que havia neutralizado
ou tornado ineficaz a Lei, agora foram revogadas pela lei do Espírito da vida.
Essa nova lei, muito mais poderosa, porque não operava baseado nas obras da
carne, mas no sacrifício de Jesus, o imaculado Cordeiro de Deus, tornou
possível quebrar o jugo da escravidão que a lei do pecado produzia. Agora todos
os filhos de Deus podem gozar da liberdade que vem da vida segundo o Espírito. [Comentário: Na lição anterior comentei que algumas vezes
o que é proibido automaticamente se torna mais atraente (Pv 9.17) - a Lei
aguçou esse desejo de transgredir, não porque ela fosse má, mas por causa da
malignidade da humanidade caída. O abuso da lei pelo pecado mostra a
malignidade do pecado causando a morte pelo que é bom; mostra a necessidade da
salvação. A inclinação da carne, ou seja, a obediência a nossa natureza caída,
que é a inclinação para o pecado nos levará para a morte, mas os que se
inclinam em obedecer ao Espírito, serão guiados para a vida e paz para com
Deus. E é por isso que aqueles que se inclinam para obedecer a carne, ao
pecado, acaba se tornando inimigos de Deus, porque rejeitam a vontade de Deus.
Todos aqueles que creram no evangelho, já não estão mais presos aos desejos da
sua carne, isso se realmente creram e receberam o Espírito de Deus. Porque
aquele que não têm o Espírito de Deus, esse não pertence à Deus, ou seja, não
foi salvo e justificado pela fé em Cristo Jesus. Deus nos libertou enviando seu
Filho, nEle, o pecado foi condenado e o julgamento foi executado. Cristo venceu
o pecado em seu próprio reino e a exigência da lei é cumprida em nós. Esta
bênção é para aqueles que andam segundo o Espírito, e não a carne.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"O capítulo 8 é o ponto
alto, o clímax, a conquista da vitória pelo Espírito Santo. O ápice espiritual
deste capítulo, portanto, está na vitória do Espírito.
'Portanto, nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus' (v. 1). A palavra
portanto no início da declaração vitoriosa refere-se ao capítulo 7, na qual,
Paulo argumentou a batalha entre a carne e o espírito. Uma luta que parece
infindável, se depara com a conquista da vitória no Espírito. A palavra
portanto levanta a bandeira do Espírito para o início da nova vida. A
declaração de que 'nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus'
indica que a Lei (toda ela), que condenava os pecados, foi cumprida por Jesus.
Ele tomou sobre si essa condenação justificando-nos perante Deus Pai (Rm 5.1) e
nos colocando sob a lei do Espírito. Portanto, o pecador justificado está debaixo
de uma nova lei espiritual que domina e rege a nova vida em Cristo.
'Porque a lei do espírito de
vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte' (8.2). Paulo fala
nesta Carta de várias leis e as trata como: 'lei do pecado', 'lei do entendimento',
'lei de Moisés', 'lei de Deus'. Porém, no capítulo 8, ele fala da 'lei do
espírito de vida' que opera no interior do crente e o liberta do domínio da lei
do pecado, da carne e da morte. Há uma ligação profunda entre o Espírito Santo
e Jesus, pois a nova lei é chamada 'lei do espírito de vida em
Cristo Jesus'. É a lei da vida de Jesus que opera no íntimo do crente e o
habilita a ter comunhão com Ele" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da
Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.88).
II. A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE OPOSIÇÃO A
NATUREZA ADÂMICA (Rm 8.5-17)
1. A velha inclinação. Paulo usa o verbo grego phroneo, traduzido
aqui como inclinar, com o sentido de colocar a mente em algo. A natureza
adâmica, mesmo destronada continua requerendo seu antigo lugar. Na carta aos
gálatas, Paulo mostra que a carne milita, ou guerreia, contra o Espírito (Gl
5.17). Essa guerra acontece na esfera da mente, quando esta deseja (gr.
epithymeo) contra o Espírito. Ainda na epístola aos crentes da Galácia, o
apóstolo explica que a carne e o Espírito são duas forças opostas entre si (Gl
5.16,17). Todos os crentes salvos, quer sejam novos convertidos quer não, são
objetos dessa inclinação da antiga natureza. Ceder a essa inclinação é ceder à
morte (Rm 8.6). Nessa inclinação interna da velha natureza, a carne está no
comando. Quando a carne assume o controle o Espírito fica de fora. [Comentário: É interessante ressaltar que Paulo usa o
termo ‘carne’ em pelo menos, três sentidos: em um sentido mais geral, refere-se
ao que é humano. Em um outro sentido, refere-se ao corpo físico. Em um sentido
mais específico, principalmente quando aparece em oposição a ‘espírito’,
refere-se à natureza Adâmica, que envolve também mente e alma. No caso de Gl
5.17, se os gálatas abandonam a Cristo e põem sua confiança na lei, estarão
voltando à confiança na carne. Há uma guerra sendo travada na psique humana,
isto é, a carne, as vontades pessoais, a razão humana lutam incansavelmente
contra o Espírito. São duas vontades lutando em uma só mente. Por isso, o
apóstolo Paulo escreveu: “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não
habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.
Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm
7.18-19). Paulo afirma: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não
quero, esse faço” – isto é a guerra entre a natureza pecaminosa e a natureza
Santa do Espírito. É guerra da vontade própria e contra a vontade de Deus. Na
verdade, existe uma resistência involuntária da parte humana, e é esta
resistência que cria este atrito espiritual, ou seja, é a nossa carne
resistindo à vontade de Deus. Para vencer esta batalha contra a velha
inclinação, o crente deve viver no Espírito. Mas o que é viver no Espírito?
Paulo responde: “logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse
viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e
a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20).]
2. A nova inclinação. Em oposição à velha natureza adâmica, também
denominada de natureza pecaminosa, ou ainda, de "velho homem", Paulo
mostra a inclinação do Espírito. Ele afirma que a inclinação do Espírito produz
vida (Rm 8. 6). A palavra grega inclinação, usada aqui por Paulo é phrónma,
cuja raiz vem de phroneo, inclinar. Fica bastante evidente a participação do
crente no processo da salvação. Ele precisa andar na esfera do Espírito afim de
que não ceda aos desejos da carne. Assim como o crente tem seu papel no
processo da salvação, escolhendo, ou não, receber a graça de Deus, da mesma
forma ele, agora como regenerado em Cristo, também tem a escolha para andar, ou
não, no Espírito. Assim como respondemos ao chamado de Deus para a salvação,
devemos da mesma forma responder ao chamado de Deus para a santificação. Nessa
inclinação da nova criatura em Cristo, o Espírito está por dentro, isto é, no
comando, e a carne está por fora. Não está mais no comando, pois foi
destronada. [Comentário: O Espírito Santo que agora passa a fazer
morada no coração humano quando este aceita a Jesus Cristo como seu Salvador, é
o agente responsável em conduzir o crente a fazer a vontade de Deus. A descida
do Espírito Santo não foi para que simplesmente falássemos em línguas
estranhas. Também foi para auxiliar o cristão a subjugar o próprio eu, para
fazer guerra contra a natureza carnal. Por isso, para que o crente ande no
Espírito, o apóstolo Paulo recomendou: “E não vos embriagueis com vinho, no
qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Ele docemente
constrange o crente a fazer a vontade de Deus. Mas para que obtenha total êxito
sobre a carne, é preciso que o crente aprenda a viver na dependência de Deus,
que reconheça que o seu querer está contaminado pelo pecado, que assuma, de
forma cabal, que é da sua natureza carnal que fluem os desejos pecaminosos (Mt
15.19).]
3. A nova filiação. Essa nova inclinação a qual o apóstolo se
referiu só se tornou possível porque os justificados em Cristo Jesus passaram a
ser guiados pelo Espírito de Deus: "Porque todos os que são guiados pelo
Espírito de Deus, esses são filhos de Deus" (Rm 8.14). Esse privilégio,
que tornou possível ao crente ser orientado ou guiado pelo Espírito aconteceu
porque Deus nos deu a adoção de filhos: "Porque não recebestes o espírito
de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de
adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai" (Rm 8.15). Como filhos,
agora somos habitação do Espírito Santo, que em nosso interior dá testemunho
dessa nova filiação recebida (Rm 8.16). [Comentário: A vida diferente que nos é dada é a vida de
comunhão. Agora somos guiados pelo Espírito de Deus, e a vida que nos é dada, é
a vida de filho. Somos filhos de Deus e quem testifica em nós é o Espírito de
Deus, Ele mesmo revela isso em nós. Todos aqueles que têm o Espírito Santo
foram adotados como filhos de Deus, essa é a marca. E aqueles os que têm o
Espírito Santo têm comunhão com o Pai. Como você sabe que é filho de Deus? Por
causa da intimidade com o Pai que o Espírito Santo concede, esse é o nosso maior
privilégio, maior prêmio, de poder conviver plenamente com o Senhor, em
profunda amizade e companheirismo, resultado da obra do Espírito de Deus em
nós, e à medida que podemos clamar a Deus, como se clama ‘Paizinho’, o próprio
Espírito de Deus que testifica que somos filhos de Deus. É nesse ato de
intimidade que essa filiação se manifesta. Também, se somos filhos, somos
herdeiros de Deus. Tudo o que Deus propôs a Cristo, propôs a nós. Paulo
desenvolve este tema em Efésios, quando fala da igreja como plenitude de
Cristo. Portanto, essa comunhão com Deus e essa consciência que vamos herdar as
mesmas coisas que Cristo herdou, há de nos dar a coragem necessária para
continuarmos firmes em meio ao sofrimento, porque teremos sempre a consciência
de que se com Cristo sofremos, também com Ele seremos glorificados.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Para que a justiça da Lei
se cumprisse em nós' (8.4). Quando Cristo se fez o representante do homem
pecador, o poder condenatório do pecado foi desfeito, e, então a justiça foi cumprida
por Cristo. Agora, uma vez libertos da lei do pecado, e vivendo segundo o
Espírito, a carne não tem mais direitos sobre nós. Ainda que a
inclinação da carne é para as coisas da carne, se vivemos em Espírito, a carne
estará sob domínio.
No versículo 4, temos a descrição
daqueles que vivem segundo a carne ou segundo o Espírito. No versículo 5, Paulo
mostra os que são conforme a carne e conforme o Espírito. De um lado temos
aqueles que se ocupam na prática do pecado. Por outro lado, temos aqueles que
se ocupam em fazer a vontade do Espírito e estar sob sua direção.
A vitória do Espírito (8.6-13)
Nestes versículos é destacada a
operação do Espírito Santo na vida do crente. É a obra santificadora do
Espírito Santo, na mente, no espírito e no corpo do crente (1 Ts 5.23,24). O
crente anda e vive no Espírito, pois não está mais sob o domínio da carne. Sua
vida é regida e regulada pelo Espírito Santo, que mora nele e governa o seu
interior" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed.
Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.89).
III. A VIDA NO ESPÍRITO PRESSUPÕE OPOSIÇÃO ENTRE A NOVA ORDEM E A ANTIGA
(Rm 8.18-39)
1. A manifestação dos filhos de
Deus. Os versículos 18 a 30 de
Romanos 8 mostram a certeza dos crentes quanto ao futuro: "Porque para mim
tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com
a glória que em nós há de ser revelada" (Rm 8.18). Fica evidente que
quando o apóstolo falava do futuro, ele também contemplava o passado. O atual
estado de coisas mostra os sinais da velha ordem. São marcas que fazem com que
a criação tenha gemidos por não poder por si mesma removê-las. Por isso ela
geme: "Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores
de parto até agora" (Rm 8.22). Mas não só ela, nós também que temos as
primícias do Espírito também gememos (Rm 8.23). A criação quer voltar ao seu
estado original e nós também. O Espírito Santo sente o nosso drama, sente a
nossa angústia e também geme por nós (Rm 8.26,27). O melhor é saber que em
todas as coisas Deus opera para o bem dos que o amam (Rm 8.28). A palavra grega
sünergei (de onde vem sinergismo) traduzida em Romanos 8.28 como coopera,
mostra que Deus trabalha, com os que o amam, em direção a seu propósito. [Comentário: Já que falamos em sofrimento, é bom lembrar
que a vitória do cristão não é não sofrer. A vitória do cristão é não
ser derrotado pelo sofrimento. Nesse período, que ainda temos aqui,
enquanto aguardamos a volta de Jesus Cristo, vamos sofrer sim, principalmente
porque vamos nos levantar contra tudo que se opõe a Deus, portanto vamos estar
em confronto direto com as forças das trevas, vamos estar em confronto direto
com a rebelião humana, vamos entrar em confronto direto com a injustiça, vamos
estar em confronto direto com a maldade, vamos entrar em contato direto com a
miséria, e é óbvio que vamos sofrer. É impossível enfrentar batalhas dessa
monta, sem experimentar algo de sofrimento ainda que pequeno. Vamos sofrer pelo
simples fato de sermos diferentes. Não tem como escapar disso, mas é preciso
lembrar que o sofrimento que vamos enfrentar enquanto pregamos o Reino de Deus,
e por pregarmos o Reino de Deus, enquanto lutamos pela implantação do Reino de
Deus, pela evidenciação dos sinais do Reino, esse sofrimento não se pode
comparar com a glória que há de ser revelada a nós, ou seja, não se pode
comparar com aquilo que Deus vai fazer no final do processo, dando-nos
plenamente aquilo que nos prometeu em Cristo Jesus, dando-nos uma glória que
só será inferior ao do próprio Cristo. Essa glória não é apenas particular,
nossa, de cada um de nós, mas é a glória da Igreja, e é também a glória do
Planeta, porque com a nossa glorificação, haverá a restauração de todas as
coisas, e o Apóstolo Paulo diz que a própria natureza está esperando esse dia,
em que a nossa glorificação representará a restauração da própria
natureza. Então não somos só nós que estamos sofrendo, todos os seres vivos
estão sofrendo de alguma maneira aguardando o dia da redenção. Aguardando
quando o projeto de Deus se cumprir em nós. Então nos deixemos amedrontar, não
desfaleçamos diante do sofrimento, da angústia porque são inevitáveis, pelo
contrário, nutramo-nos de esperança na certeza de que esse sofrimento, fruto
natural da postura que tomamos na vida em relação a Deus, há de ser consolado e
vai gerar, em nós, eterno peso de glória e, portanto, não pode ser comparado ao
que nos aguarda em Cristo Jesus.]
2. Provas do grande amor de
Deus. Os versículos 31 a 39 de Romanos
8, são na verdade o fechamento de tudo aquilo que o apóstolo argumentou desde o
capítulo cinco. De pecadores perdidos e sem esperança passamos a filhos de Deus
através da justificação pela fé. De escravos do pecado passamos ao estado de
filhos libertos através da obra do Espírito Santo. De membros de uma velha
ordem passamos a ser participantes de uma nova ordem no Espírito. [Comentário: Fechando a questão do sofrimento, o apóstolo
Paulo diz: “olha, não tenha medo de viver, não tenha medo do aparente
sofrimento, porque nada pode nos derrotar. Deus é por nós; quem pode ser contra nós? Quem pode nos derrotar? Ninguém!
Quem pode nos separar do amor de Cristo? Nada!” O que quer dizer que
não importa o que aconteça, Cristo nos ama. E, aliás, esta é a certeza que nós temos de ter diante de qualquer sofrimento, diante de qualquer tribulação. Estarmos passando por
tribulação, estarmos passando por dificuldades, estarmos passando por lutas
não significa que Jesus Cristo deixou de nos amar, não
significa que Deus está chateado conosco e por isso estamos sendo punidos; nada
disso! Paulo está dizendo: “olha, por amor de Cristo nós somos mesmo entregues
à morte todo dia”, ou seja, ser cristão é tomar uma posição contra as trevas,
contra a morte, contra a injustiça, contra o desespero humano.]
3. Deus é conosco. Deus nos ama, nos redimiu em Jesus Cristo do jugo
do pecado e está ao nosso lado. Paulo afirma que "diremos pois, a estas
coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8.31). Paulo
demonstra que nesta vida, enquanto permanecermos em Cristo, nada poderá nos
separar do amor de Deus. Somos o objeto de seu grande amor. [Comentário: Certamente alguém se oporá a nós, mas Paulo
salienta que a essa oposição faltará a capacidade de destituir a fé. Visto que
Deus é por nós, é-nos assegurada a sobrevivência espiritual vitoriosa. As
palavras ‘por nós’ exprimem o eterno compromisso assumido pelo grande amor que
é expresso nos versículos 38-39. Isso é uma profunda garantia de segurança
espiritual.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"A trindade divina na obra da santificação (8.26-34)
Nestes versículos, Paulo
apresenta a Trindade divina empenhada em ajudar o crente na sua esperança. O
capítulo 8 conduz o crente no caminho da santificação pela operação do
Espírito Santo. Apresenta todos os obstáculos que se deparam com o crente.
Coloca o crente no campo de luta espiritual e dá-lhe as armas espirituais para
lutar, e finalmente, apresentar-lhe a razão dessa luta, aconselhando
e orientando-o em toda a sua jornada cristã.
O Espírito intercede em nós
(8.26,27). Esses dois versículos mostram a missão do Espírito dentro do crente,
trabalhando a seu favor. Ele 'ajuda as nossas fraquezas' (v.26). A que se
referem as 'nossas fraquezas'? Referem-se às nossas limitações temporais neste
corpo mortal, sujeito à natureza pecaminosa. Enquanto estivermos enclausurados
dentro deste 'tabernáculo' (corpo) terrenal, somos sujeitos às fraquezas da
carne. Por isso, o Espírito Santo habita dentro do crente para ajudá-lo nas
suas fraquezas. A ajuda do Espírito dentro de nós é representada pela sua
intercessão. A quem Ele intercede? A Deus Pai, e a seu Filho Jesus Cristo"
(CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2005, p.94).
CONCLUSÃO
A lição de hoje ajuda-nos a
compreender que a graça de Deus é realmente surpreendente. Ela transformou
ímpios em santos e nos colocou em um nível de relacionamento com Deus jamais
imaginado pelo seu antigo povo, e a graça de ter o Espírito Santo habitando em
nosso interior e o privilégio de ser guiado por Ele. Mas não é só isso, agora
também somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo. Isso tudo se chama
graça [Comentário: A graça de Deus faz com se seja possível
sermos salvos. A Bíblia diz em Efésios 1.7-8 “Que ele fez abundar para conosco
em toda a sabedoria e prudência, fazendo-nos conhecer o mistério da sua
vontade, segundo o seu beneplácito, que nele propôs.” John Wesley discorrendo
sobre ‘A Salvação pela Fé’, escreve: “Pela graça sois salvos, mediante a fé (Ef
2.8) - Todas as bênçãos que Deus tem dado ao homem provêm da sua mera graça,
generosidade ou favor; favor totalmente imerecido: o homem não tem nenhum
direito à menor misericórdia divina. Foi a graça livre que formou o homem do pó
da terra e lhe soprou nas suas narinas o fôlego da vida e imprimiu na alma a
imagem de Deus e “pôs tudo sob seus pés”. (Gn 2,7; Sl 8,6). Agora podemos ter
plena confiança no sangue de Cristo, uma confiança nos méritos de sua vida,
morte e ressurreição, um descansar nele como nossa propiciação e nossa vida,
como dado por nós e vivendo em nós. A segura confiança que temos em Deus e que,
através dos méritos de Cristo, nossos pecados estão perdoados, estamos
reconciliados ao favor de Deus e, como consequência, próximos e apegados a Ele,
como nossa “sabedoria, justiça, santificação redenção” ou, numa palavra, nossa
salvação] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos,
por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog:
auxilioebd.blogspot.com.br.
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