SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
A Primeira Epístola a Timóteo foi escrita por
Paulo, a quem denomina o jovem pastor de “meu verdadeiro filho na fé” (I Tm.
1.2). Com essa declaração objetiva reconhecer e legitimar o ministério
espiritual desse obreiro perante a congregação. Na aula de hoje, nos voltaremos
para as orientações do Apóstolo à igreja, considerando a necessidade de refutar
os falsos ensinamentos. Ao final, destacaremos a importância de não nos
apartarmos do evangelho da graça, sob pena de comprometer o evangelho genuíno.
1. A DOUTRINA DOS
APÓSTOLOS
Paulo está preocupado em manter a sã doutrina, e
refutar os falsos ensinamentos que comprometiam o verdadeiro evangelho. ÉA onda
de subjetivismo ainda hoje mina muitas igrejas evangélicas. Há pastores que
criticam o liberalismo nas igrejas, mas não sabem que a experiência,
distanciada da Palavra também é liberalismo. Os falsos mestres dos tempos de Paulo
estavam se infiltrando nas igrejas, trazendo um ensino diferente (gr.
heterodidaskaleo). Uma ala desse ensinamento não apostólico se respaldava em
uma interpretação equivocada da lei (I Tm. 1.7). Existem movimentos estranhos
ao evangelho, semelhantes aos judaizantes do passado, que querem resgatar a
prática da lei como condição para a salvação. Paulo reconhece que a Lei é boa,
tendo em vista que ela busca orientar o ser humano. Mas essa é incapaz de
salvar, pois serve apenas como um aio, um pedagogo que conduz o aluno à
escola, mas não pode modificar seu comportamento (Gl. 3.24,25). O uso
equivocado da Lei acaba por favorecer mitos e genealogias intermináveis, lendas
que não edificam e contrariam o evangelho (I Tm. 4.7). Essas mitologias e
genealogias também causam contendas nas igrejas, e uma espécie de especulação
vazia de verdade. Mas a Torah aponta o caminho correto, para que o pecador
reconheça suas limitações, e se volte para Deus. Até mesmo na sociedade, as
leis servem tão somente para deter os instintos rebeldes do ser humano.
Contudo, não podem modificar o caráter, ainda que sejam necessárias para evitar
o caos (I Tm. 1.9-10). A mudança na natureza somente acontece a partir do
interior (Cl. 3.5-11), quando o novo homem é construído, através do Espírito
Santo, em Cristo (Gl. 5.22).
2. O ENSINAMENTO DOS
FALSOS MESTRES
Os falsos mestres dos tempos de Paulo impunham
proibições e penalidades, e ao mesmo tempo, as contradiziam, praticando
imoralidades. A coerência deve ser buscada pelos servos de Deus, ainda que
reconheçam que são incapazes de alcançar o padrão divino por conta própria.
Faz-se necessário ter cuidado com o mero moralismo, às vezes, exige-se um
padrão moral dos outros, atentando para algumas áreas, principalmente restrita
à sexualidade. A hipocrisia é demonstrada quando pessoas exigem demais em uma
área, mas transgridem em outras, naturalizando determinados pecados. Esse era o
pecado de alguns fariseus dos tempos de Jesus, eles faziam de tudo para
conseguir prosélitos, coavam um mosquito e engoliam um elefante (Mt. 23). A sã
doutrina identifica a realidade do pecado, sobretudo sua universalidade (Rm.
3.23), ao mesmo tempo em que reconhece que ninguém é salvo pelas obras (Ef.
2.8,9), mas pela graça por meio da fé, gratuitamente (Rm. 6.23), como resultado
do amor de Deus (Jo. 3.16; Rm. 5.8). Paulo sabe que foi um dos piores
pecadores, um perseguidor da igreja de Jesus Cristo, tendo sido alcançado pela
graça maravilhosa de Deus (I Tm. 1.16). Por isso destina a honra e a glória a
Deus, não aos homens. Há líderes que pensam que a salvação depende deles, os
méritos não são de Cristo, mas das obras que realizam. Esse é outro evangelho,
nada tem a ver com o evangelho de Jesus (Gl. 1.7-9). Muitos estão se deixando
enfeitiçar por essa falsa doutrina, que defende a salvação pelas conquistas
humanas. Somos todos pródigos, é a graça de Deus que nos acolhe, a graça de
Deus deve continuar nos causando espanto.
3. O EVANGELHO DA GRAÇA
Desfrutamos da graça e paz de Deus, que excede todo
e qualquer entendimento, principalmente o religioso. A graça (gr. charis) é o
favor imerecido de Deus, Ele nos dá muito além do que merecemos. Quando somos
alcançados pela graça de Deus, podemos não apenar ter paz (gr. eirene) com
Deus, mas também a paz de Deus (Fp. 4.7). Essa é uma paz que o mundo não
conhece, mas que nos foi prometida por Cristo, antes de partir da terra (Jo.
14.27). Muitos cristãos estão perdendo a surpresa diante da graça de Deus. As responsabilidades
eclesiásticas estão naturalizando os relacionamentos. Sem perceber alguns deles
pensam que são merecedores das dádivas divinas. Como o fariseu da parábola de
Jesus, estufam o peito diante de Deus, e apresentam suas prerrogativas, achando
que são dignos (Lc. 18.9). Davi precisou ser advertido pelo profeta Natan, para
que percebesse seu pecado, e se voltasse em arrependimento ao Senhor (Sl.
51.8). Com Paulo precisamos lembrar constantemente, que a graça do nosso Senhor
transbordou sobre nós, com a fé o amor que estão em Cristo Jesus (I Tm. 1.14).
A graça de Deus também nos motiva ao amor (gr. agape), a responder
positivamente à providência do Senhor. Amamos a Deus, e uns aos outros, porque
Ele nos amou primeiro (I Jo. 4.19), esse é o genuíno evangelho, uma palavra
fiel e verdadeira, digna de toda aceitação (I Tm. 1.15). Por isso Timóteo deve
pregá-la com ousadia naquela comunidade, para que os ouvintes possam
reconhecê-la. Trata-se, na verdade, de um combate, a fim de, apologeticamente,
manter a fé e a boa consciência que alguns estão rejeitando (I Tm. 1.18-20).
CONCLUSÃO
Diante da ameaça das falsas doutrinas na igreja,
Paulo admoesta Timóteo para que combata contra os mestres do engano. Quando o
evangelho está sendo ameaçado por ensinamentos falsos, devemos ser firmes e
contundentes na defesa da verdade. Nossa principal arma é a espada do Espírito
que é a Palavra de Deus (Ef. 6.17), com ela podemos destruir as fortalezas do
erro, e mostrar a direção correta, a fim de defender a fé que uma vez foi
entregue aos santos (Jd. 3).
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Ao se
despedir dos anciãos de Éfeso, Paulo expressou seu sentimento de preocupação
com o rebanho de Deus, pois tinha receio de que na sua ausência as ovelhas do
Senhor fossem atacadas (At 20.29,30). Sem dúvida, foi um sentimento dado pelo
Senhor, pois sete anos depois, Paulo estava deixando Timóteo em Éfeso, para
combater os “lobos cruéis”, que queriam “devorar” o rebanho sob seus cuidados
pastorais. Nos dias de hoje, há igrejas que abrigam falsos obreiros, que
pervertem a sã doutrina matando ou dispersando as ovelhas. [Comentário: Quando Paulo
despediu-se dos presbíteros de Éfeso, fez um dos mais belos discursos de sua
carreira. Com palavras eloquentes, desafiou os líderes daquela igreja a
assumirem um compromisso solene com Deus, com a Palavra e com a igreja. Para
encorajá-los, deu seu próprio testemunho, como segue: “Porém, em nada considero
a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o
ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de
Deus” (At 20.24). O ministério é regido por um ideal mais alto do que a própria
vida. “… para testemunhar o evangelho da graça de Deus”. Quando o ideal é maior
do que a vida, vale a pena dar a vida pelo ideal. Testemunhar o evangelho da
graça era o grande vetor da vida de Paulo. Ele respirava o evangelho. Vivia
pelo evangelho. Estava pronto a se sacrificar e a morrer pelo evangelho.
Nenhuma outra motivação governava sua vida. Não buscava grandeza para si mesmo.
Não cobiçava ouro nem prata. Não buscava para si riquezas nem fama. Mesmo
sofrendo ameaças e passando parte de sua vida encarcerado, jamais perdeu o
entusiasmo de viver nem o senso de urgência de proclamar o evangelho.
Considerava-se prisioneiro de Cristo e embaixador em cadeias. Mesmo diante das
mais terríveis adversidades, Paulo tinha o coração ardente, os pés velozes e os
lábios abertos para proclamar Cristo, a essência do evangelho. Adaptado de
“O Compromisso com o Evangelho da Graça”, Rev Hernandes Dias Lopes - http://hernandesdiaslopes.com.br/2013/08/o-compromisso-com-o-evangelho-da-graca/#.VZsophtViko. Mas o que
é esse Evangelho da Graça pelo qual Paulo ‘gastou’ sua vida? Alguém já disse
que se fosse definir, diria que o evangelho “é o anúncio da graça”. E o grande
apóstolo Paulo escreveu em Romanos que o evangelho da graça “é o poder de Deus
para a salvação de todo aquele que crer” (Rm 1.16 -18). O evangelho da graça é
o evangelho de Cristo. O evangelho que livra o homem das algemas da
religiosidade, do farisaísmo ferrenho, do tradicionalismo que mata, dos dogmas
religiosos que muitas vezes nos oprimem. Em seu livro O Evangelho da Graça (Cultura
Cristã), o teólogo americano e ex-pastor da 10ª Igreja Presbiteriana de
Filadélfia, James Montgomery Boice, afirma “existir para chamar a Igreja, no
meio de nossa cultura decadente, a se arrepender do seu mundanismo, recuperar e
confessar a verdade da Palavra de Deus como os reformadores o fizeram e ver tal
verdade incorporada em doutrina, culto e vida” (p 14).]. Vamos pensar
maduramente sobre a fé cristã?
1. AS FALSAS DOUTRINAS
CORROMPEM O EVANGELHO DA GRAÇA
1. O evangelho da graça. É o Evangelho
libertador que Cristo trouxe ao mundo, por bondade de Deus, independente das
obras humanas (Ef 2.8,9). Paulo se referiu a esse Evangelho de maneira muito
eloquente (At 20.24). Ele conhecia esse Evangelho, não apenas na teoria, mas
por experiência própria. De modo inexplicável, o blasfemo e perseguidor dos
cristãos, foi escolhido para ser um dos maiores pregadores do Evangelho de
Cristo (1Tm 1.12-14). Será que daríamos oportunidade a um indivíduo com tal
histórico? [Comentário: A nossa salvação é pela graça de
Deus e de Cristo (Ef 2.8). E esta graça representa um favor não merecido. O
apóstolo anteriormente havia escrito sobre quem ele era alguém que não merecia
a misericórdia de Deus, mas que este graça divina lhe alcançou. Sobre o
Senhorio de Cristo, podemos encontrar em Filipenses 2.11 e Romanos 1.4. Nesta
aliança de misericórdia divina e falhas humanas, entramos com a nossa fé, e o
Senhor entra com sua superabundante graça, que supera os nossos pecados, e
saímos ganhando em tudo. Assim, a religiosidade legalista
mata e maltrata, ao contrário do evangelho da graça, que é libertador,
restaurador (Jo 8.32). Trata-se de um evangelho que traz vida abundante (Jo
10.10). Não o evangelho do peso, nem do jugo (Mt 11.28-30), mas do alívio, da
cura, da terapia, do refrigério e da restauração. Não da religiosidade da
acusação, mas da graça libertadora do perdão: “Onde é que estão os teus
acusadores? Nem eu tão pouco te condeno, vai-te e não peques mais” (Jo 8.9-11).
No Evangelho da Graça Cristo pagou, quitou uma vez por todas para nos trazer
libertação plena e completa: “Quando ele tomou o vinho, disse: “tudo está
completado”. Tudo está quitado e pago” (Jo 19.30).]
2. As falsas doutrinas (v.3). Os falsos mestres
seriam presbíteros, a quem cabia a tarefa de ministrar o ensino à igreja (1Tm
5.17; 3.2). As falsas doutrinas eram apresentadas como “fábulas ou genealogias
intermináveis” (1.4). As “fábulas” (gr.mythoi) eram narrativas imaginárias,
lendas, ficção. Na literatura, têm seu lugar. Mas, na Igreja, não deve haver
espaço para fábulas ou mitos. No texto, não fica claro qual o conteúdo das
“genealogias”, mas, ao lado das fábulas, eram ensinos que traziam especulações
e controvérsias inúteis que não edificavam os irmãos em nada. Timóteo foi o
mensageiro, enviado por Paulo, para enfrentar e combater tais ensinos. Há
igrejas evangélicas que aceitam esse tipo de ensino e permitem que o
emocionalismo tome lugar do verdadeiro avivamento espiritual. [Comentário: Note-se que Paulo não está proibindo o uso
do recurso didático ‘fábulas’ (A fábula é uma narrativa em prosa ou poema
épico breve de caráter moralizante, protagonizado por animais, plantas ou até
objetos inanimados. Contém geralmente uma parte narrativa e uma breve conclusão
moralizadora, onde os animais se tornam exemplos para o ser humano, sugerindo
uma verdade ou reflexão de ordem moral.) durante uma exposição das
Escrituras ou o ensino delas, mas ele fala de pessoas que estariam se apegando
a fábulas como elas fossem um fim ou a verdade em si mesmas. Em outras
traduções, ao invés de "fábulas" encontramos "mitos" e
"lendas", o que parece fazer mais sentido. Como ele fala de doutrina
no versículo 3, acredito que uma leitura mas atual seria: "nem se deem
a doutrinas fantasiosas, mitos, lendas ou a genealogias". “OU A
GENEALOGIAS INTERMINÁVEIS” - Os Judeus se gastavam em suas intermináveis
comprovações genealógicas para demonstrarem de que pertenciam as mais
importantes linhagens familiares. Usando instrumentos legalistas da antiga
aliança é que se ufanavam de pertencerem às tribos das personagens que se
destacaram na história de Israel. Já os gnósticos se utilizavam das árvores
genealógicas para batizarem seus filhos em nome dos heróis históricos de suas
nações. Na atualidade os mórmons são praticantes destes rituais, é tanto que em
Salt Lake, nos Estados Unidos, possuem os mais completos registros genealógicos
do mundo e que pertencem aos mórmons. Tudo isso o apóstolo refuta como descartáveis
comparados ao evangelho de Cristo. “QUE MAIS PRODUZEM QUESTÕES” - Coisas mais
importantes do que as fábulas judaicas e as intermináveis genealogias era se
voltar para as coisas que pertencem ao evangelho de Cristo. O religioso se
ocupa de coisas pequenas que não levam a nada, enquanto que o cristão
verdadeiro se aplica as coisas que produzem edificação espiritual. As
escrituras falam sobre mandamentos de homens que são regras religiosas dos
líderes tentando dominar os outros com suas intermináveis filosofias e
ideologias pessoas. O evangelho é simples e qualquer pessoa que tem o Espírito
de Deus tem condições de entender sua mensagem principal. A principal função do
gnosticismo dentro das igrejas era para deturpar o evangelho de Cristo. “DO QUE
EDIFICAÇÃO DE DEUS” - O evangelho genuíno, esse sim produz na vida da igreja a
benéfica edificação espiritual. A tentativa de implantar no cristianismo os
elementos confusos da antiga aliança de Deus com Israel, só trazia confusão e
divisão dentro da comunidade cristã. Assim como a bagagem mitológica do
gnosticismo, nada de bom acrescentava no bem estar da igreja. Pelo contrário,
estes chamados mistérios ocultos produzidos por mentes diabólicas, mas trazem
confusão e destruição do que edificação da de Deus. Nem tudo que há nas igrejas
vem da parte de Deus. “QUE CONSISTE NA FÉ, ASSIM O FAÇO AGORA” - O evangelho de
Cristo tem um fator primordial no crescimento de nossa fé, e na esperança que
temos segundo nos promete a nova aliança de Deus com a humanidade. Tendo feito
muitas atividades missionárias, agora, Paulo se ocupava na edificação das
igrejas por ele fundadas. Transmitindo os ensinos do reino de Deus e provando
que Cristo era o Messias prometido.]
3. O “fim do mandamento” e a finalidade da Lei. Paulo chamou a
atenção de Timóteo, seu enviado a Éfeso, para a doutrina de Deus e de Cristo, a
que ele resumiu no “mandamento”, e sua finalidade (1Tm 1.5,6). Em seguida,
Paulo ensina acerca do objetivo da Lei, e para quem ela se destinava,
discriminando, no texto, uma longa lista de tipos de pessoas ímpias que eram
alvo dos preceitos legais (1Tm 1.9-11). [Comentário: “SABENDO ISTO, QUE A LEI NÃO FOI FEITA
PARA O JUSTO” - Os justos no tempo da nova dispensação da graça, diz respeito
daqueles que foram comprados pelo sacrifício vicário do Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo. Justo, não porque é bom ou perfeito, mas porque é
justificado por Cristo perante a justiça divina. Então, a lei, seja ela a de
Moisés ou dos homens, não foi feita para os remidos por Cristo, porque aquele
que vive piamente para o reino de Deus, não vive transgredindo nem as leis
religiosas nem as leis governamentais. Quem é verdadeiramente convertido faz
sempre o que for possível para viver corretamente. Para quem foi feita a lei? “MAS
PARA OS INJUSTOS E OBSTINADOS” - Conforme as escrituras, os injustos são todos
aqueles que vivem no paganismo, sem Deus na vida, vivendo sem limites nem
regras. Biblicamente falando, os injustos são aqueles que vivem como se Deus
não existisse para eles, são os ateus confessos ou práticos. São os incrédulos
que vivem para o mundo conforme suas próprias vontades, pensando que não
haverão de prestar contas perante o Criador. Já os obstinados, sobre os quais o
escritor se refere, diz respeito aos que se mantêm conscientemente no
sentimento de rebelião contra Deus. São os alienados das coisas do reino de
Deus e das coisas que são de cima. “PARA OS ÍMPIOS E PECADORES” - Conforme os
mandamentos e estatutos de Deus, os ímpios são todos aqueles que são dominados
pelo mau e pelos prazeres nas coisas erradas da vida. Os ímpios são todos
aqueles que vivem continuamente em busca de oportunidades para prejudicar ao
seu próximo. São os que tem prazer em fazer o mal aos outros só para tirar
proveito de todas as situações. Os pecadores que Paulo cita neste texto, são
aqueles que não têm sentimento de erro em suas ações maléficas. Estes nunca se
arrependem dos seus atos malignos praticados contra o seu semelhante. Estes são
chamados de pecadores obstinados, porque erram por prazer. “PARA OS PROFANOS E
IRRELIGIOSOS” - Estes profanos dos quais fala o apóstolo são aquelas pessoas
que vivem longe de Deus, voltados completamente para as coisas do mundo, para a
devassidão dos vícios e os prazeres da carne. Os irreligiosos são aqueles que
desprezam as sagradas escrituras, e nunca se volta para o verdadeiro
cristianismo. Ignoram os mandamentos de Deus e não se preocupam em como agradar
ao criador. A religião não salva, mas tem ajudado as pessoas a serem melhores.
“PARA OS PARRICIDAS E MATRICIDAS, PARA OS HOMICIDAS” - A lei é feita na
tentativa de coibir os erros dos injustos e obstinados, dos ímpios e dos
prevaricados, dos profanos e dos que não dão importância às coisas de Deus, dos
que tiram a vida dos seus próprios progenitores e tem prazer em derramar o
sangue do seu próximo, tirando-lhe a vida. Se não fossem as leis, este mundo
seria um verdadeiro caos. “PARA OS DEVASSOS” - O escritor continua enumerando a
lista dos transgressores para quem foi feita a lei. Estes devassos aos quais
Paulo fala diz respeito aos impuros no tocante aos pecados sexuais. São aqueles
que valorizam mais os prazeres sexuais desregrados do que os mandamentos de
Deus que falam sobre como viver o sexo de forma pura e correta. Certamente o
escritor estava denunciando a prostituição, que é o sexo fora do casamento. O
adultério que é o sexo entre duas pessoas casadas, mas não entre o marido e
mulher, legalmente casados. A prevaricação que é o sexo entre uma pessoa casada
e outra solteira. E a fornicação que é o sexo entre duas pessoas solteiras, sem
serem casadas, conforme manda a lei do matrimônio. “PARA OS SODOMITAS” -
Conforme as sagradas escrituras, este tipo de pecado sexual, diz respeito ao
homossexualismo. De acordo com a bíblia esta palavra trata do ato sexual entre
dois homens ou duas mulheres, coisa que é reprovada pelas sagradas escrituras e
por consequente por Deus, porque as sagradas escrituras expressão a vontade de
Deus. Em (Romanos 1:26-27) o apóstolo ataca de forma radical o homossexualismo
masculino, como também o feminino. Esta expressão aparece nesta lista de vícios
para indicar um desvio sexual irracional e maligno referindo se a um uso
extremamente depravado do impulso sexual. Sodomita, também se refere ao que
ocorreu com a cidade de Sodoma que foi destruída por causa do homossexualismo.
“PARA OS ROUBADORES DE HOMENS” - Em uma interpretação mais simplista, poderia
dizer: Para os que roubam os homens. Tanto na época em que foi escrito este
conteúdo da epístola pastoral de Paulo a Timóteo, Como nos tempos mais remotos
da história da humanidade, era comum a prática da venda de escravos. Felizmente
este mal foi extirpado das civilizações modernas. Mas, o escritor se refere aos
que capturavam seres humanos para serem vendidos como se fosse uma mercadoria
qualquer. Nos tempos das guerras antigas, nações inteiras eram deportadas para
os países saqueadores, e os deportados eram transformados em escravos.
“PARA OS MENTIROSOS” - A lei foi escrita para
combater os mentirosos. A mentira é vista pelas sagradas escrituras como algo
maligno e associada ao Diabo, que é o pai da mentira (João 8:44). A pessoa que
é dominada por essa falha grave em sua conduta se torna alguém absolutamente
desprovido de credibilidade. A pessoa mentirosa, até mesmo quando fala uma verdade,
os outros custam a acreditar em suas palavras. Já se diz que a mentira é amiga
gemia da falsidade. A mentira também tem tudo a ver com o falso testemunho,
isso quando se inventa algo que não aconteceu só para prejudicar a alguém. Mas,
como
se diz um ditado popular: A mentira tem pernas curtas, ela só prevalece
ate quando a verdade não aparece. Só se vence a mentira com a verdade. “PARA OS
PERJUROS, E PARA OS QUE FOREM CONTRÁRIOS À SÃ DOUTRINA” - A lei foi feita
contra os perjuros, ou seja, para aqueles que fazem juramentos falsos para
prejudicarem suas vítimas. E para os que são contrários a sã doutrina. O
escritor não se refere a um código de ética cristã, mas as boas novas do
evangelho de Cristo Jesus.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Sete anos antes de Paulo
escrever esta epístola, advertira os presbíteros de Éfeso de que os falsos
mestres procurariam distorcer a verdadeira mensagem de Cristo. Agora que isso
já estava acontecendo, Paulo exorta Timóteo a confrontá-los com coragem. Este
jovem pastor não devia transigir com esses falsos ensinos que corrompiam tanto
a lei quanto o evangelho. Ele deveria travar contra eles o bom combate mediante
a proclamação da fé original, conforme o ensino de Cristo e dos apóstolos (2Tm
1.13,14). A expressão ‘outra doutrina’ vem do grego heteros e significa
‘estranha’, ‘falsificada’, ‘diferente’” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD,
p.1864).
2. A GRAÇA SUPERABUNDOU
COM A FÉ E O AMOR
1. Gratidão a Deus. Uma das
características marcantes do caráter de Paulo é o ser grato a Deus (Rm 7.25;
1Co 1.4; 14.18; 2Tm 1.3). Nesta parte da Epístola, ele expressa sua gratidão a
Cristo por tê-lo escolhido e posto no ministério apostólico e pastoral, apesar
de ter sido um terrível opositor do Evangelho de Jesus (1Tm 1.12,13). É mais
uma demonstração do que o “evangelho da graça de Deus” pode fazer na vida de um
homem. Deus tem seus santos caminhos. O evangelho é a expressão do amor de
Deus, em Cristo Jesus, que alcança um homem no mais baixo nível de pecado e o
faz uma “nova criatura” (2Co 5.17), e mais, ainda, o faz parte da “família de
Deus” (Ef 2.19). Paulo reconhece que “[...] a graça de nosso Senhor
superabundou com a fé e o amor que há em Jesus Cristo” (1 Tm 1.14). Foi Jesus
quem o salvou e o transformou mediante sua graça. [Comentário: Graça – eucharisteuo;
Strong 2168: De eu, “bem”, e charizomai, “dar livremente”. Ser
grato, expressar gratidão, estar agradecido. Onze das trinta e nove ocorrencias
da palavra no Novo Testamento referem-se à participação na Cia do Senhor,
enquanto que vinte e oito ocorrências descrevem as palavras de louvor ditas ao
Ente Supremo. Durante o século II, “Eucaristia” tornou-se o termo genérico para
a Ceia do Senhor. Não há pensamento mais maravilhoso e mais rico em conforto do
que este de sabermos que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo superabundou,
pela fé, em nossas vidas. Deus não apenas a fez abundar (a graça), mas a fez
superabundar em nós. Paulo estava considerando o seu passado de blasfemo,
perseguidor, opressor, mas a quem Deus expressou a Sua misericórdia, fazendo
habitar nele a Sua superabundante graça. A sua religião judaica tinha sido
insuficiente, mas a sua fé em Jesus levou-o ao perdão e à maravilhosa graça de
Deus.]
2. Humildade. Paulo não era mais um novo convertido ou neófito
quando escreveu suas cartas a Timóteo. Ele não estava usando de falsa modéstia
quando declarou ser o principal pecador que Jesus veio salvar (1Tm 1.15). Paulo
tinha convicção de que fora salvo pela graça, e não por seus méritos. Mesmo na
condição de salvo, o crente deve saber que não merecíamos o dom (presente) da
salvação.
Como salvos em Jesus Cristo, não temos mais prazer
no pecado. Aquele que ainda tem prazer no pecado, não experimentou o novo nascimento:
“Qualquer que é nascido de Deus não vive na prática do pecado; porque a sua
semente permanece nele; e não pode viver pecando, porque é nascido de Deus”
(1Jo 3.9). [Comentário: Cristo veio salvar os “pecadores”. E
estes pecadores que são beneficiados com a salvação do Cristo de Deus são
justamente os que reconhecem que são fracos e falhos e que precisam do perdão
de Cristo. São os que se arrependem dos seus pecados e se convertem dos seus
maus caminhos para se tornarem em uma nova criatura. Paulo se achava o pior
deles. Paulo não se caracterizou assim antes de sua conversão. Pelo contrário,
na medida em que crescia em Cristo, Paulo tornou-se mais e mais consciente de
sua própria pecaminosidade. Ele não esqueceu o havia sido; não se gloriava em
si mesmo, mas sim, no Deus que o redimira e que o mudara! O texto de 1 João
3.9, se não entendido corretamente, entrará em choque com o que ele escreve em
1.8: “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há
verdade em nós”, e 1.10: “Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso
(DEUS), e a sua palavra não está em nós”. É fato bíblico que o crente peca (Pv
20.9; 24.16; Ec 7.20), pois, ele é enfraquecido pela carne (Jo 3.6, “O que é
nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.”).
Tanto a realidade da presença do pecado na vida do crente quanto à nova
natureza são vistas claramente na doutrina da santificação que envolve a
correção de Deus (Hb 12.5-13). O texto de 1º João 3.9 afirma claramente que uma
pessoa nascida de Deus não pode pecar. Isto não quer dizer, como alguns
ensinam, que tal pessoa não peca. O versículo afirma que aquela parte nascida
de Deus, do crente em Jesus
Cristo, não pode pecar. É óbvio que se uma pessoa é
incapaz de pecar, ela não pode perder a salvação. Há quem ensine que uma pessoa
pode se tornar santificada - a tão chamada segunda bênção - o batismo no
Espírito Santo - quando a pessoa é capaz de viver sem pecar. Mas, estes também
ensinam que uma pessoa que é capaz de não pecar, também pode pecar e se perder.
Mas, nosso texto diz enfaticamente que uma pessoa nascida de novo – nascida de
Deus – não pode pecar, isto é, não é capaz de pecar.]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Não obtemos por boas obras (a
essência da religião legalista) o direito à libertação do pecado e da morte.
Jamais! Graça significa que tudo começa e termina com Deus. A salvação é,
então, um presente de nosso Criador. Nós criamos a nossa própria ruína, mas
nele reside nosso socorro. O Criador restaura com as próprias mãos sua
obra-prima arruinada. Enquanto a graça é a origem ou fonte da nossa salvação, a
fé é o seu meio ou instrumento. A fé não faz reivindicações, para que não seja
dito que foi por ‘mérito’ ou ‘obra’” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª Edição.
Volume 9. RJ: CPAD, 2006, p.136).
3. UM CONVITE A COMBATER
O BOM COMBATE
1. A boa milícia. Depois de orientar Timóteo sobre a difícil missão
de combater as heresias, na igreja de Éfeso, Paulo dá uma palavra de ânimo,
encorajamento e incentivo ao jovem pastor. Como um verdadeiro “pai na fé”, o
apóstolo diz: “Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as
profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia” (1Tm 1.18).
Paulo lembra a Timóteo que seu ministério foi confirmado por profecia.
Deduz-se, do texto, que as profecias eram tão consistentes, que Timóteo deveria
militar “a boa milícia”, ou o bom combate, com base naquilo que Deus lhe havia
falado (1Tm 1.18). [Comentário:
Paulo passa a fazer suas recomendações a seu filho na fé Timóteo de como
ele devia proceder para combater os legalistas e os falsos mestres do
gnosticismo filosófico grego infiltrados no meio da igreja. O fato de o
apóstolo falar em termos de mandamento, nos dá a entender que era mesmo uma
ordem ou um decreto apostólico de sua parte para que o líder da igreja de
Cristo em Éfeso fosse revestido de autoridade em defender a genuína fé crista,
em detrimento aos falsos ensinos dos gnósticos. A maioria dos comentaristas
bíblicos concordam de que o ministério de Timóteo foi sendo a cada dia
confirmado por meio de profecias a seu respeito e do que ele se tornaria no
reino de Deus e de Cristo. Neste tempo em que Paulo lhe envia esta epístola
pastoral ele já era a uma das principais lideranças da igreja de Cristo em
Éfeso, mas isso não foi por um acaso, nem do dia para a noite. Sendo ele Filho
na fé do grande apóstolo Paulo, isso não era suficiente para ocupar posições de
destaques o quanto ele vinha galgando. Fazia-se necessário a confirmação de
Deus para tanto, por meio de profecias. Diante das constantes oposições que se
levantavam contra ele naquela igreja, Timóteo precisava desta palavra de apoio
da parte de Paulo. O apóstolo usa uma metáfora militar para indicar a tonalidade
da tarefa a que o seu filho na fé devia executar. Neste caso, ele Paulo seria
um comandante, enquanto que Timóteo seria um soldado, que cumpriria suas
ordens. E a ordem dada era que o soldado, combatesse diligentemente contra as
heresias que estavam na igreja.]
2. A rejeição da fé e suas consequências (1Tm 1.5). Quem rejeita “a fé
não fingida” e a “boa consciência” cristã colhe os resultados de sua má
escolha. O resultado é o “naufrágio na fé”. Paulo toma como exemplo Himeneu e
Alexandre, obreiros que entraram por esse caminho. Quanto a Himeneu, sua
postura é tão terrível que ele é citado em 2 Timóteo 2.17. Seu nome deriva de Himen,
“deus do casamento”, na mitologia grega. Não se sabe ao certo qual “doutrina”
falsa ele semeava. Estudiosos dizem que ambos eram representantes do
gnosticismo no meio da igreja de Éfeso. Com relação a Alexandre, aliado de
Himeneu na semeadura das falsas doutrinas, era tão pernicioso, que Paulo o
considera desviado ou “naufragado” na fé. Sua influência era tão maliciosa que
Paulo os entregou “a Satanás, para que aprendam a não blasfemar” (1Tm 1.20).
Que o Senhor livre sua Igreja dos falsos mestres. [Comentário: “E entre esses foram Himeneu e Alexandre,
os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar” (1Tm 1.20). A
maioria dos teólogos entende que o texto aponta para uma espécie de disciplina
ou exclusão da comunhão com a Igreja, O Corpo de Cristo. Como entender o fato
de Paulo mandar entregar dois obreiros da Igreja a Satanás? na igreja de
Éfeso. Por conta disso, o apóstolo Paulo lhe escreveu uma carta encorajando-o a
manter a ordem entre os irmãos. Os falsos mestres estavam deturpando os ensinos
originais nos quais a igreja tinha sido instruída e, entre os tais, Paulo cita
dois nomes: Himeneu e Alexandre. Quando recebeu o ministério eclesiástico pela
imposição das mãos do presbitério, o jovem Timóteo recebeu juntamente a
responsabilidade de combater as heresias que possivelmente surgiriam no seio da
igreja (1Tm 1.18; 4.14; 6.12). Não há menção específica a respeito das heresias
com as quais aqueles dois falsos obreiros se envolveram. Entretanto, parece que
a carta de Paulo a Timóteo visava tratar problemas de crenças religiosas e
idéias filosóficas. O contexto sugere que esses obreiros estavam envolvidos com
questões pertinentes ao gnosticismo, sendo que Himeneu é citado por Paulo em
2Timóteo 2.17,18 como que ensinando que a ressurreição já tinha acontecido,
alegorizando-a e minando a esperança futura dos irmãos. A sentença para esses
obreiros seria que fossem “entregues a Satanás”, o que a maioria dos teólogos
entende como uma espécie de disciplina ou exclusão da comunhão com a Igreja, o
Corpo de
Cristo. Este procedimento visava tanto a correção como a punição.
Quanto a este fato, a Bíblia de estudo de Genebra afirma o seguinte: “Portanto,
foram devolvidos ao mundo – domínio de Satanás (Jo 12.31; 14.30; 16.11; 2Co
4.4; Ef 2.2)”. No mesmo sentido, a Bíblia de estudo Pentecostal considera: “Ser
desligado da Igreja; por outro lado, deixa a vida da pessoa aberta aos ataques
destrutivos e satânicos (Jó 2.6,7; 1Co 5.5; Ap 2.22)”. Aprofunde-se mais
em http://www.icp.com.br/72responde.asp]
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Conforme Timóteo 1.18, houve
profecias concernentes à vontade de Deus para o ministério de Timóteo na igreja
(1Co 14.29). Paulo exorta a Timóteo a permanecer fiel àquela vontade revelada
para sua vida. Como pastor e dirigente da igreja, Timóteo devia permanecer leal
à verdadeira fé apostólica e combater as falsas doutrinas que estavam
penetrando insidiosamente na igreja.
Paulo adverte Timóteo várias
vezes a respeito da terrível possibilidade da apostasia e abandono da fé”
(Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, p.1865).
CONCLUSÃO
O cristianismo
nasceu debaixo de perseguição e confronto com heresias e ensinos desvirtuados.
Na consolidação de igrejas abertas em suas viagens missionárias, Paulo teve que
oferecer resistência e ação decidida contra os “lobos vorazes”, que haveriam de
surgir, até mesmo no seio das igrejas, como no caso da igreja de Éfeso. Com a graça
de Deus e o apoio de homens fiéis, como Timóteo e Tito, o apóstolo Paulo fez
frente aos falsos mestres que se levantaram para prejudicar o trabalho iniciado
e desenvolvido em muitas igrejas cristãs. [Comentário:
Paulo cuidou zelosamente das igrejas que fundou, isso fica claro nos
textos de sua autoria. Não obstante esse cuidado do apóstolo, vemos já em
apocalipse, Jesus glorificado fazendo uma análise sincera das igrejas, “tenho
porém contra ti ... abandonaste o teu primeiro amor”. Esta igreja tinha
mais de quarenta anos quando Jesus ditou esta carta. Outra geração havia
surgido. Os filhos não experimentavam aquele entusiasmo intenso, aquela
espontaneidade e o ardor que havia revelado os pais quando tiveram o primeiro
contato com o evangelho. Não apenas isso, mas faltava à geração seguinte a
devoção a Cristo. A igreja de Éfeso tornou-se farisaica, pois ela deixou de
herança o zelo pela Palavra, mas como se fosse uma lei, mas não deixou de
herança o amor que é o vínculo da perfeição. A igreja havia abandonado o seu
primeiro amor. O problema da igreja de Éfeso é, com certeza, o problema da
maioria das igrejas de hoje: fazer as coisas sem solidariedade amorosa. Não são
poucas as amarras que dificultam o viver em liberdade. Absorvidos por uma sociedade
consumista e midiática, somos personagens interpretando um roteiro mal escrito
e mal dirigido. Quando abandonamos o primeiro amor, significa que abrimos mão
de algo e elegemos outras coisas em seu lugar. Quando fazemos as coisas por
fazer, por causa da instituição ou da denominação, pela sedução do crescimento
numérico da igreja, pela fama e pelo status que se obterão na cidade ou coisas
do tipo, essas são provas evidentes de que nossas motivações são impuras e
estão prostituídas. Pense e ajude seus alunos a pensar maduramente a fé
cristã!]. NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br.
SUBSÍDIO DO ENSINADOR CRISTÃO
O Evangelho da Graça
Professor, iniciando a aula,
leia o seguinte versículo: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e
isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Faça uma reflexão com os alunos
mostrando que se hoje estamos firmes com Cristo é porque um dia nós fomos alcançados pela maravilhosa Graça de Deus. Além de nos salvar pelo ato da sua
graça, Deus nos preparou as boas obras para que andássemos por elas. Explique
que as boas obras não salvam, mas dá um poderoso testemunho diante da sociedade
sobre o quanto fomos alcançados pela graça divina.
A doutrina da Graça de Deus é
uma das verdades mais gloriosas das Sagradas Escrituras. A convicção de que não
há nada na pessoa humana capaz de preencher o vazio da alma, isto é, o
restabelecimento da nossa ligação com Deus e o significado do sentido último da
vida, e saber que só Deus é capaz de fazer esse milagre em nós, mostra-nos o
quão miserável nós somos e quão misericordioso Deus é.
A doutrina da Graça
apresenta-nos o misericordioso Deus, que em Jesus Cristo estava reconciliando o
mundo consigo mesmo (2Co 5.19), operando em nós para o reconhecermos Pai
amoroso. Por isso, apresentar a doutrina da Graça ao pecador é conceder-lhe
libertação da prisão do pecado, a autonomia da fé em Cristo e o privilégio em
sabermos que não há nada que pode separar-nos do amor de Deus (Rm 8.33-39).
Caro professor, quando falamos
da Graça de Deus, inevitavelmente, chegaremos ao tema da eleição divina. Como a
graça de Deus nos alcançou? A graça de Deus é arbitrária sem levar em conta a
responsabilidade humana? Qualquer estudo sobre a eleição divina tem de partir
obrigatoriamente da Pessoa de Jesus. Em Jesus não achamos qualquer
particularidade divina em eleger alguns e deixar outros de fora, resultado de
uma escolha divina arbitrária e individualizada antes da fundação do mundo. A
escolha de Deus se deu em Jesus (Ef 1.4; Rm 8.29). Nele, a salvação é oferecida
a todos (2Pe 3.9; cf. Mt 11.28), e, pela sua presciência, o nosso Senhor sabe
quem há de ser salvo ou não. A eleição de Deus leva em conta a volição humana,
pois é um dom dEle mesmo à humanidade. Assim, quando levamos em conta a volição
humana não esvaziamos a soberania de Deus e da sua Graça. Pelo contrário,
afirmamos a sua soberania, pois Deus
m
de se arrepender e crer no Evangelho (1Tm 4.1,2; Mt 12.31,32).
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