TEXTO ÁUREO
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“Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será
assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o
filho da perdição” (2 Ts 2.3).
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VERDADE
PRÁTICA
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As conquistas ditatoriais e as atrocidades de Antíoco Epifânio dão uma
noção do que será o futuro Anticristo na Grande Tribulação.
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HINOS
SUGERIDOS
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8,
123, 191
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Daniel 11.1-3,21-23,31,36
1 - Eu, pois, no primeiro ano de
Dario, medo, levantei-me para o animar e fortalecer.
2 - E, agora, te declararei a
verdade: Eis que ainda três reis estarão na Pérsia, e o quarto será cumulado de
grandes riquezas mais do que todos; e, esforçando-se com as suas riquezas,
agitará todos contra o reino da Grécia.
3 - Depois, se levantará um rei
valente, que reinará com grande domínio e fará o que lhe aprouver.
21 - Depois, se levantará em seu
lugar um homem vil, ao qual não tinham dado a dignidade real; mas ele virá
caladamente e tomará o reino com engano.
22 - E, com os braços de uma
inundação, serão arrancados de diante dele; e serão quebrantados, como também o
príncipe do concerto.
23 - E, depois do concerto com
ele, usará de engano; e subirá e será fortalecido com pouca gente.
31 - E sairão a ele uns braços,
que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o contínuo sacrifício,
estabelecendo a abominação desoladora.
36 - E esse rei fará conforme a
sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus; e contra o Deus
dos deuses falará coisas incríveis e será próspero, até que a ira se complete;
porque aquilo que está determinado será feito.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
Conhecer as
predições proféticas do capítulo onze de Daniel.
·
Destacar o
caráter perverso de Antíoco Epifânio, o imperador da Síria.
·
Saber que
Antíoco Epifânio prefigura o Anticristo que há de vir.
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje retornaremos ao tema do anticristo, a partir da análise do
império grego, com destaque para a figura de Antíoco Epifânio. Inicialmente
mostraremos como o império grego se tornou proeminente. Em seguida,
analisaremos historicamente o papel de Antíoco Epifânio, que viria a perseguir
o povo de Deus. Ao final desta lição nos voltaremos para o anticristo, àquele
que haverá de vir, e que é revelado por Jesus em Mateus, por Paulo e João em
suas epístolas, e no Apocalipse.
1. A PROEMINÊNCIA DO IMPÉRIO GREGO
Neste capítulo 11 o anjo que apareceu a Daniel no capítulo
anterior continua a mostrar-lhe a revelação do futuro (Dn. 11.2). Através desse
descortinamento o Senhor demonstra Sua soberania, e que está no comando da
história. Como caiu o grande poder da Babilônia, cairia também os reinos da
Pérsia, que seriam suplantados pelo império grego. Daniel recebe a revelação a
respeito de quatro reis persas (Dn. 11.1,2), que sucederiam a Dario, o medo, e
de um governante que apoiaria uma disputa contra a Grécia. Os três reis
mencionados são Cambises II (530 a. C.), Gautama (522 a. C.), e Dario I (522 –
428 a. C.). O quarto rei é Xerxes (486 – 465 a. C.,), sendo esse o mais rico
(Et. 1.4). Nos versículos 3 e 4 há uma alusão a Alexandre, tendo esse se
tornando o grande imperador grego. Ele morreu prematuramente aos 33 anos,
decorrente de uma vida dissoluta, regada bebedeira e vaidade, após ter
conquistado praticamente todo o mundo conhecido. Posteriormente Daniel mostra
vários reis da Síria e do Egito (Dn. 5. 2-20), em um processo de alternância entre
as duas forças da época. Nos versículos 21 a 35 Daniel descreve um rei sírio
bastante perverso, referência a Antíoco IV, que conquistou o poder por volta de
175 a. C., aos 40 anos de idade, tendo reinado por onze anos, até 154 a. C. Ele
deu a si mesmo o título de Epifânio (o ilustre), ainda que o povo o denominasse
de Epimanes (o louco). Como costumam fazer alguns governantes, conduziu seu
governo com tramas maquiavélicas, recorrendo à astúcia, crueldade e
intolerância. Ele foi conduzido ao império através de intrigas e adulação (Dn.
11.21), fazendo guerra contra os ptolomeus do Egito (Dn. 11.22) e alianças com
inimigos (Dn. 11.23)
.
2. ANTÍOCO EPIFÂNIO, UM TIPO DO ANTICRISTO
Antíoco Epifânio é considerado um tipo de anticristo por
causa do seu confronto direto aos israelitas (Dn. 11.28,30). Ele odiava o povo
de Deus, certamente por causa da oposição que fazia ao seu governo. Por isso
profanou o templo e fez cessar os sacrifícios diários (Dn. 11.31). Teve a
audácia de levantar um altar pagão no templo e mandou sacrificar um porco no
altar e borrifar o sangue no templo. Ainda que tenha conseguido o apoio de
alguns judeus apóstatas, a maioria deles resistiu à violência (Dn. 11.32).
Muitos homens de Deus se levantaram contra aquele império, ensinando as
Sagradas Escrituras (Dn. 11.33). Por causa do compromisso com a Palavra, alguns
deles foram executados pelo império (Dn. 11.35). A política humana, quando
centrada em determinadas pessoas, é capaz de destruir vidas inocentes. A Bíblia
não respalda a obediência cega às autoridades, muito pelo contrário, devemos
antes obedecer a Deus do que aos homens (At. 5.29). No caso dos cristãos, esses
estão no mundo, mas não são do mundo (Jo. 15.17), por isso devem pagar impostos
(Mt. 28.17-21), e respeitar as autoridades, com vistas à vivência coletiva (Rm.
13.1-7). Por isso devemos orar pelos governantes (I Tm. 2.1,2), obedecer às
leis, considerando inclusive o direito de defesa (I Pe. 2.13). Retornando ao
assunto de Antíoco Epifânio, após um momento de perseguição intensa contra os
judeus, o sacerdote Matatias o resistiu, dando início a guerra dos Macabeus. A
partir dos versículos 36 a 45 Daniel passa a retratar um governo satânico, o do
próprio anticristo, que haverá de vir, do qual Antíoco Epifânio era apenas um
tipo.
3. O ANTECRISTO QUE HAVERÁ DE VIR
O anticristo que haverá de vir é comumente designado
como escatológico, isso porque ele se manifestará no futuro. De acordo com o
texto de Daniel, esse será um homem extremamente perverso (Dn. 11.36-39),
totalmente dependente das suas forças políticas (Dn. 11.38,39). Como fez
Antíoco Epifânio na antiguidade, o anticristo também perseguirá os israelitas,
de forma sanguinária (Dn. 11.40-44). Por fim esse anticristo será derrotado
(Dn. 11.45), sugerindo que o próprio Deus derrotará o anticristo (II Ts. 2.8).
Esse anticristo escatológico é o homem da iniquidade de II Ts. 2.3,4. Conforme
já estudamos em Dn. 9.27, no contexto das setenta semanas, o anticristo
estabelecerá uma aliança com o povo de Israel, rompendo-a posteriormente. Esse
episódio acontecerá no desdobramento da Tribulação, a respeito da qual se
referiu Jesus, em Mt. 24.15, e por Paulo em II Ts. 2.3-12. O livro do
Apocalipse descreve esse período, no qual haverá um governo tripartido, essa a
razão do número 666, que significa número de homem três vezes (Ap. 13.5). Para
João esse anticristo, cujo espírito já opera entre nós, é o mentiroso e a besta
(I Jo. 2. 18-22; Ap. 13.1). Para Paulo ele é o homem da iniquidade (II Ts.
2.3), o iníquo (II Ts. 2.8), o filho da perdição (II Ts. 2.3). Para Jesus, esse
homem é o abominável da desolação (Mt. 24.15-28). O prefixo anti é grego e
significa oposto, por isso ele se colocará contra Cristo, e todos aqueles que O
seguem. A origem desse anticristo é satânica (Ap. 13.2) e do mundo (Dn. 7.8).
Mas seu governo não durará para sempre, pois a tríade satânica será lançado no
fogo (Ap. 19.20), por ocasião da vinda de Cristo em glória (II Ts. 2.8).
CONCLUSÃO
Antíoco Epifânio,
e todos aqueles que governam se opondo a Deus, são anticristos. Todos eles
prefiguram ou tipificam um reino futuro que será cruel e totalitário. Isso
acontecerá por ocasião da septuagésima semana de Dn. 9. E coincide com os
acontecimentos descritos por João no livro do Apocalipse. O governo do
anticristo, e dos seus adeptos, passará, somente Deus governará para sempre. A
destruição desse reino por Cristo é a segurança da igreja, que pode confiar no
Deus que está no comando de todas as coisas.
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
No capítulo
onze, Deus revela a Daniel eventos proféticos que se cumpriram no período
interbíblico, ou seja, o período entre o Antigo e o Novo Testamentos. Nesta
revelação profética destaca-se o personagem histórico que estudaremos nesta
lição, Antíoco Epifânio. Esse personagem prefigura o Anticristo revelado em o
Novo Testamento (Mt 24.15; 2Ts 2.3-12). [Comentário: O capítulo 11 traz uma profecia que abrange os
dois últimos Impérios, o Medo-persa e o Grego. O seu cumprimento se inicia,
literalmente, a partir do final dos dias da vida de Daniel sob o reinado de
Dario, o medo. Neste capítulo Deus revela a Daniel eventos proféticos que se
cumpriram no período interbíblico, ou seja, aquele período entre o Antigo e o
Novo Testamentos. Porém, a revelação maior dessa profecia diz respeito ao
personagem histórico Antíoco Epifânio. Esse personagem refere-se a um futuro
rei com as mesmas características que aparecerá, escatologicamente, no futuro,
como o Anticristo revelado no Novo Testamento. As profecias do capítulo 11 se
cumpriram e ocorreram entre os reinados de Dario, o medo (539 a. C.) e Antíoco
Epifânio (175-163 a. C.). Porém, a parte do texto dos versículos 36-45 diz
respeito a Israel em tempos ainda não cumpridos e que estão relacionados
intimamente com os capítulos 12 de Daniel e 13 de Apocalipse] Convido você para mergulharmos mais fundo nas Escrituras
1. PREDIÇÕES
PROFÉTICAS CUMPRIDAS COM EXATIDÃO (11.2-20
Essas profecias reveladas a
Daniel cumpriram-se fielmente por uns 500 anos até o período interbíblico, que
vai do fim de Malaquias ao início de Mateus.
1. A revelação sobre o fim do
Império Medo-Persa (11.2). Aparece no versículo
primeiro o nome do rei “Dario, o medo” que é o mesmo de Daniel 5.31. A história
bíblica diz que Ciro constituiu a Dario como rei. No capítulo onze é revelado a
Daniel uma sucessão de reis que vai de Ciro até o desmoronamento do reino de
Alexandre. Foi revelado a Daniel que o rei valente (v.3), Alexandre, se
levantaria e dominaria muitos reinos, todavia o Senhor mostrou também que
embora imponente, o reino de Alexandre seria partido aos quatro ventos do céu
(v.4). Os reinos deste mundo, por mais importantes que sejam, são todos
passageiros. Somente o Reino de Deus é eterno. A história apresenta diferentes
datas quanto a estes reis, mas isso não afeta o cumprimento, com exatidão, dos fatos
proféticos do capítulo onze. [Comentário:
O primeiro ano do reinado de Dario foi em 539 a. C., conforme se pode constatar
nos textos de Dn 6.1 e 9.1.0 mensageiro de 11.1 é mesmo de 10.20,21 que veio a Daniel,
não apenas para confortá-lo, mas continuar a revelar o futuro de dois Impérios:
o medo-persa e o grego (11.2-4). A revelação sobre o fim do Império Medo-persa
(11.2). Aparece no versículo 1 o rei “Dario, o medo” que é o mesmo de Dn 5.31.
No capítulo 9.1, ele é chamado “Dario, filho de Assuero”. A história bíblica
diz que Ciro constituiu a Dario como rei enquanto ele estava no campo de
batalha na conquista de outras terras e nações. Porém, o versículo 2 fala de
três reis e destaca um quarto. Os três primeiros reis persas em sequência
normal são, segundo Scofield, em seu comentário: Ciro II (550-530 a. C.),
Cambises II (529-522 a. C.) e Dario I Histapes (521-486 a. C.). O quarto rei é
Xerxes (486-465 a. C). Existe pouca informação acerca desses reis, sobre os
quais Daniel citou que reinariam em sequência, não por muito tempo. Porém, os
dados proféticos são precisos e confirmados pela própria história. As
evidências históricas do cumprimento da profecia são tão reais, que os críticos
da Bíblia sugerem que a profecia foi escrita, pelo menos 400 anos depois de
Daniel, depois que tudo tinha acontecido. Entretanto, a revelação futura dada a
Daniel encontra respaldo histórico e credibilidade porque Deus cumpre sua
palavra. Além dos fatos cumpridos, a profecia aponta para o futuro, com o
aparecimento do Anticristo, um tipo de Antíoco Epifânio. Elienai Cabral.
Integridade Moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje.
Editora CPAD. pag. 150. Ele prevê o reino dos quatro reis persas (v. 2):
“Agora, te declararei a verdade”, isto é, o verdadeiro significado das visões
da grande imagem, e das quatro bestas, e explicarei com termos simples aquilo
que antes foi representado através de tipologias difíceis. (1) Levantar-se-ão
três reis na Pérsia, além de Dario, em cujo reino essa profecia foi datada
(cap. 9.1). Broughton entende que esses reis eram Ciro, Artaxasta ou
Artaxerxes, chamado pelos gregos de Cambises, e o Assuero que se casou com
Ester, também chamado de Dario, filho de Histaspe. E, de acordo com Heródoto, a
esses três reis os persas deram os seguintes atributos - Ciro era um pai,
Cambises era um mestre, e Dario era um colecionador. (2) Haveria um quarto rei,
muito mais rico do que todos eles, Xerxes, cuja riqueza foi registrada pelos
autores gregos. Por causa do seu poder (do seu vasto exército que consistia de
pelo menos 800.000 homens) e das suas riquezas, com as quais ele mantinha e
pagava o seu vasto exército, ele era capaz de incitar a todos contra o reino da
Grécia. A expedição de Xerxes contra a Grécia ficou famosa na história, assim
como a vergonhosa derrota que sofreu. Aquele que quando partiu ameaçava ser o
terror da Grécia, quando retornou não passava de um alvo do seu desdém. Ninguém
precisava descrever a Daniel o desapontamento que Xerxes sentiu, pois ele havia
feito o possível para obstruir a construção do templo. Mas, cerca de trinta
anos após o primeiro retorno do cativeiro, Dario, um jovem rei, recomeçou a
construção do Templo e atribuiu à mão de Deus as derrotas dos seus predecessores
que haviam impedido essa reconstrução (Ed 6.7) HENRY. Matthew. Comentário
Matthew Henry Antigo Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 894-895.]
2. Um rei valente (11.3). O rei valente que seria levantado era Alexandre
Magno. A importância dessa profecia está no fato de que é Deus que dirige a
história para que sua soberana vontade seja exercida especialmente em relação a
Israel.
Até o
versículo 35 a profecia de Daniel se concentra em revelar os reinos gentílicos.
Depois, o foco principal passa a ser o povo de Deus e seus sofrimentos.
Os
reis do Sul descritos no versículo cinco eram os Ptolomeus, sucessores de
Ptolomeu Soter, general de Alexandre. E os reis do Norte (v.6) eram os
Selêucidas, sucessores de Seleuco I, que governou parte da Ásia Menor e Síria. [Comentário: Daniel previu as conquistas
de Alexandre e a divisão do seu reino (v. 3). Alexandre é aquele poderoso rei
que iria se opor aos reis da Pérsia e governar com grande autoridade e um poder
despótico sobre muitos reinos, pois agia de acordo com a sua vontade, e da
mesma forma desfazia o que havia feito. No entanto, a lei dos medos e dos
persas impedia que os seus reis fizessem o mesmo. Depois de conquistar a Ásia,
Alexandre quis ser adorado como um deus. Então esta palavra foi cumprida, que
ele agiria de acordo com a sua vontade. Essa era a sua pretensão, embora fosse
uma prerrogativa divina. HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo
Testamento Isaías a Malaquias. Editora CPAD. pag. 895. Depois se
levantará um rei, poderoso. Esse poderoso rei seria Alexandre, o Grande, cabeça
do império greco-macedônio, que derrubou o império persa, fechando as páginas
da história sobre aquela potência. Quando Alexandre se pôs de pé, o mundo todo
foi abalado, e em breve (no curto espaço de onze anos — 334-323 A. C.) o mundo
inteiro da época estava sob seus pés. Alexandre morreu com apenas 32 anos de
idade, devido à malária e às complicações com o alcoolismo. Talvez seu
extraordinário poder e sucesso tenha decorrido do poder concedido pelo anjo
guardião da Grécia (ver Dn 10.20). Ele fazia tudo de acordo com os ditames de
sua vontade (cf. os vss. 16 e 36 e também Dn 8.4). Quintus Curtius, História de
Alexandre X.5.35, diz: “Pelo favor de sua fortuna, ele parecia, aos povos, ser
capaz de fazer o que bem entendesse". CHAMPLIN, Russell Norman,
Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag.
3421.]
3. A divisão do reino entre
quatro generais (11.4-20). Afirma o versículo
quatro que “estando ele em pé, o seu reino será quebrado”. Alexandre morreu na
Babilônia aos 33 anos de idade. O seu reino, como havia sido revelado pelo
Senhor, “foi repartido para os quatro ventos do céu” (v.4). Alexandre não teve
um sucessor e seu reino foi dividido entre os seus quatro generais: Cassandro,
Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu. Ainda que os historiadores neguem a questão da
soberania de Deus no destino das nações, não podemos duvidar que Ele permite
que reinos sejam estabelecidos e destruídos. “Os quatro ventos do céu” (v.4)
lembra a profecia sobre a figura das quatro cabeças do leopardo alado (7.6) e a
visão do bode com quatro chifres notáveis (8.8). As figuras são diferentes, mas
as representações dessas figuras são as mesmas, porque falam do Império Grego e
sua divisão, depois da morte de Alexandre. Cassandro reinou na Macedônia;
Lisímaco reinou na Trácia e Ásia Menor; Ptolomeu reinou no Egito e Seleuco
reinou sobre a Síria e o restante do Oriente Médio.
Nos
versículos 5 a 20, temos uma sucessão de guerras entre esses quatro reis, especialmente
entre Egito e Síria, entre os reinos do Norte e do Sul. O rei do Norte, Antíoco
Epifânio (entre 175 e 164 a.C.) o qual tornou -se um tipo do Anticristo. [Comentário: Daniel aponta para vários
reis da Síria e do Egito (v. 5-20). O poder alternou várias vezes, ora nas mãos
da Síria, ora nas mãos do Egito. Vejamos inicialmente a aliança entre a Síria e
o Egito (v. 5,6). Berenice, a filha do rei do Egito, Ptolomeu Filadelfo, foi
dada em casamento ao rei da Síria, Antíoco II, para assegurar a aliança. Mas o
casamento não teve o resultado desejado, ou seja, unir os dois reinos. Com a
morte do pai de Berenice, Antíoco II voltou para sua ex-mulher, Laodice, e esta
envenenou Berenice, o marido Antíoco II e o filho de Berenice, deixando um
clima totalmente desfavorável para uma aliança de paz entre os dois reinos. No
reinado de Ptolomeu II os judeus foram cercados de todos os favores e
garantias. Ele construiu várias cidades em território palestino com o propósito
de ganhar a amizade do povo judeu. Foi nesse período que a Septuaginta foi
feita, a versão grega do Antigo Testamento. A seguir, observemos a derrota da
Síria pelo Egito (v. 7-12). O irmão de Berenice, Ptolomeu III, venceu a batalha
contra o Norte e matou todos os que assassinaram sua irmã. Também levou todos
os tesouros da Síria de volta para sua terra. Por algum tempo houve
considerável superioridade dos ptolomeus sobre os selêucidas. Notemos agora a
derrota do Egito pela Síria (v. 13-16). Embora o Egito esteja fortificado, ele
será destruído. A superioridade do Sul durou pouco. O Norte teve uma decisiva
vitória em Sidom (v. 15). Antíoco, o Grande, rei do Norte, parecia invencível.
Ninguém era capaz de lhe resistir (v. 16). Finalmente, vejamos o impasse entre
a Síria e o Egito (v. 17-20). O rei da Síria, Antíoco, o Grande, dá sua filha
ao rei do Egito em casamento para destruir internamente o reino (v. 17). O rei
do Norte, para conquistar o Sul, mudou de tática. Antíoco concluiu que a melhor
maneira de vencer o Sul seria por meio do uso de sutileza. Muito
convincentemente foi ao Egito e contratou o casamento de sua filha, Cleópatra,
com o rei Ptolomeu V que na época tinha apenas 12 anos de idade. O casamento
realizou-se cinco anos depois. Pensou que por intermédio desse casamento
firmaria seu poder sobre o reino do Sul. O plano falhou miseravelmente, pois
Cleópatra não fez o jogo do pai, ficando do lado de seu marido. Assim, a
profecia cumpriu-se mais uma vez (v.17). Antíoco, assim, resolve conquistar
outros mundos e é fragorosamente derrotado (v. 18). Foi uma enorme derrota que
causou o fim das ambições territoriais de Antíoco (v. 19). Selêuco Filopater,
seu sucessor, mandou confiscar os tesouros do templo de Jerusalém. Mas essa
ordem nunca foi cumprida. Crê-se que Heliodoro, o emissário responsável por
saquear o templo de Jerusalém, advertido por uma visão, desistiu de executar
esse ato sacrílego. Crê-se ainda que o próprio Heliodoro o tenha envenenado (v.
20). Assim, cada detalhe profetizado aconteceu integralmente. O povo judeu
muito sofreu com essas sucessivas guerras, visto que seu território servia de
passagem e, às vezes, também de campo de batalha para os dois exércitos rivais.
LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag.
137-139.]
SINOPSE DO TÓPICO (1)
O capítulo onze de Daniel é uma profecia a respeito da queda do império
medo-persa, a ascensão do império grego e a sua posterior divisão em quatro
partes.
II. O CARÁTER PERVERSO DE ANTÍOCO EPIFÂNIO
(11.21-35)
Os quatro generais de Alexandre
que se tornaram reis não se contentaram com seus territórios e passaram a lutar
entre si. Seleuco IV ocupava o trono da Síria em Antioquia e reinou de 187 a
175 a.C. Ele morreu envenenado e seu filho deveria assumir o trono, mas seu tio
Antíoco Epifânio tomou o trono da forma mais ignominiosa e detestável possível.
Assumiu o trono sírio e mudou seu título de Antíoco IV para Antíoco Epifânio,
isto é, o glorioso.
1. Antíoco Epifânio foi um rei
perverso e bestial. Ele chegou ao poder em
175 a.C. e tinha apenas 40 anos de idade. O vocábulo Antíoco significa
adversário, e Epifânio significa ilustre, o que é uma contradição. Segundo a
história, reinou apenas onze anos, e morreu em 164 a.C. Porém, em seus poucos
anos de reinado usou artifícios mentirosos, enganosos e cruéis como ninguém.
Antíoco Epifânio não tinha escrúpulo. Sua ascensão ao trono da Síria foi
através de intrigas e engano (11.21). Ele derramou muito sangue em guerras.
Enriqueceu com os despojos quando lutou contra o Egito (11.25-28). O versículo
vinte e um o chama de “homem vil”, porque fingindo amizade e aliança, entrou no
Egito e se apoderou do reino de Ptolomeu Filometer. [Comentário:
Dn 11.25-28 Suscitará a sua
força e o seu ânimo contra o rei do Sul. Tendo consolidado seu poder, Antioco
atacou o Egito, porque ali havia mais poder e bens a serem obtidos. O “rei do
sul” foi atacado em 170 a.C. Nas fronteiras com o Egito, ele teve de enfrentar
o exército egípcio. Isso ocorreu em Pelúsio, que ficava perto do delta do rio
Nilo. Embora os egípcios contassem com numeroso exército, foram derrotados.
Então Antioco resolveu mostrar-se amigo desse povo, e ambos os lados favoreciam
a cessação das hostilidades, mas suas esperanças nunca se cristalizaram, pois
ambos se mostravam espertos e enganadores, o que novamente é próprio da
política. “Em 169 a.C., Antioco invadiu o Egito e capturou Ptolomeu VI. Mas
dificuldades em sua pátria o forçaram a deixar o Egito e, a caminho de volta
(levando muito despojo), ele saqueou Jerusalém e o tesouro do templo” (Oxford
Annotated Bible, na introdução aos vss. 25-28). Foi nesse tempo que
começaram as grandes atrocidades de Antioco IV Epifânio contra os judeus, e
essa circunstância inspirou o autor sacro a passar algum tempo descrevendo o
sucesso das campanhas de Antioco. O vs. 25 mostra-nos que seu sucesso contra o
Egito foi prejudicado por conspirações em sua pátria, traições da parte de
alguns de seu próprio povo. Eles “fizeram planos contra ele”. O vs. 26 pode
referir-se a parte das conspirações contra Epifânio. As pessoas que tinham
aceitado riquezas da parte dele não hesitaram em atacá-lo pelas costas. E
também deram-lhe maus conselhos que o levaram a entrar em conflito com seu
sobrinho, o qual, eventualmente, foi feito cativo. O fato de Antioco ter
saqueado Jerusalém incluiu, naturalmente, grande matança do povo judeu (Veja
I Macabeus 1.20-24; II Macabeus 5.11-16; Josefo, Guerras, 1.1.1; Antiq.
XII.5.3). Tendo aprisionado seu sobrinho, Ptolomeu, ele fingiu estar
agindo em seu favor, mas o que sucedeu foi que conseguiu submeter larga porção
do Egito. Foi forçado a parar em Alexandria. O romano Polílio Laenas estragou
os planos de Antioco. Ele precisou evacuar o Egito, pelo que sua ira se voltou
contra os judeus não helenizados de Jerusalém. Antioco contaminou o templo em
167 a.C. O vs. 27 refere-se à falsa barganha de Antioco no Egito. Os dois reis
que figuram naquele versículo são Antioco e Ptolomeu Filometer, seu sobrinho.
Teoricamente, Filometer estava em aliança com seu tio contra o irmão mais novo
do usurpador. Foi assim que Antioco reuniu riquezas e conquistou terras,
presumivelmente em favor de Filometer, mas, na realidade, ele não se importava
em nada com seu sobrinho. Ele agia em interesse próprio o tempo todo. Todo esse
esquema teve um fim nomeado, que alguns estudiosos fazem ser uma referência
escatológica, transferindo tudo para o fim dos tempos e elegendo o anticristo
como a verdadeira personagem traiçoeira. Ou o fim pode ter sido do poder e da
vida de Antioco, ou então da guerra. Mas alguns insistem em dizer: “O Fim”. CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3423.]
2. Antíoco Epifânio invadiu
Jerusalém (11.28). Antíoco Epifânio, depois
de ter entrado no Egito e ter tomado posse do reino de Ptolomeu VI (vv.25,26),
resolveu investir contra a Terra Santa, especialmente, Jerusalém. Ele tinha um
ódio enorme de Israel. Por isso, partiu para a profanação do Templo e fez
cessar os sacrifícios diários (11.30,31). Houve resistência da parte de judeus fieis
que não cederam aos abusos de poder e a arrogância desse rei sírio. Ele ordenou
o sacrifício de porcos sobre o altar sagrado para profanar o Santuário. [Comentário:
Antioco voltou para sua terra
levando muitos despojos, pelo que seu tempo passado no Egito não foi
desperdiçado. O grande saque do Egito é referido em I Macabeus 1.19. Passando
por Jerusalém, ele ainda foi prejudicial. Entre outras coisas, quis reintegrar
Menelau como sumo-sacerdote e expulsou Jasom. Talvez seja isso o que está em
vista na expressão “santa aliança", ou seja, fazer Jasom ficar no poder.
Outros estudiosos, contudo, mais corretamente, referem-se à fé judaica quando
lêem “santa aliança”, pois essa fé se baseava nos pactos, a começar por Abraão Cf.
I Macabeus 1.15,63 quanto à distheke agia, “santa aliança”. Ver também I
Macabeus 1.20-24 e 29.36. Antioco causou muitos danos a Jerusalém, por
causa do conflito entre Jasom e Menelau. Ele saqueou o tesouro do templo e
estacionou tropas na cidade para manter a ordem. Contaminou o templo ao
oferecer uma porca sobre o altar, e então retornou à própria terra. “Antioco
lançou um grande exército contra Jerusalém e tomou-a em ataque relâmpago; matou
40.000 pessoas; vendeu muitos judeus como escravos; cozinhou carne de porco e
salpicou o caldo sobre o altar; invadiu o Santo dos Santos; pilhou os vasos de
ouro e outros itens sagrados do tesouro, que alcançaram o valor de mil
talentos; restaurou Menelau ao ofício sumo-sacerdotal e fez de Filipe o
governador frígio de Judá (I Macabeus 1.24; II Macabeus 5.21)” (Adam
Clarke, in loc., ao descrever os leitos de Antioco Epifânio). A
interpretação escatológica vê o anticristo tipificado em tudo isso. CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 3423-3424.]
3. Antíoco Epifânio era cruel
(vv.31-35). Ao invadir Jerusalém,
Antíoco Epifânio desrespeitou valores morais e éticos da sociedade israelita.
Estabeleceu regulamentações contra a circuncisão, a observância do sábado e
outras práticas dietéticas do povo hebreu. O versículo 31 fala da “abominação
desoladora”, quando Epifânio construiu um altar a Zeus, deus grego, sobre o
altar dos holocaustos no Templo. [Comentário: Sua crueldade (v. 31-35). Antíoco Epifânio
possuía um ódio infernal por Israel. Ele profanou o templo e fez cessar os
sacrifícios diários (v. 31). Ele levantou um altar pagão no templo e mandou
sacrificar um porco no altar e borrifar o sangue no templo. Ele seduziu os
judeus apóstatas (v. 31b,32). Contudo, aqueles que conheciam a Deus eram fortes
e ativos (v. 32) e não cederam nem à sedução nem à violência. Homens com
percepção espiritual circulavam entre o povo ensinando as Escrituras (v. 33).
Continuaram pregando, mesmo sob perseguição e morte (v. 33-35). Muitos desses
sábios morreram, mas aqueles que sobreviveram permaneceram puros até o fim. Um
grupo de judeus, liderados pelo sacerdote Matatias, resistiu às ordens
sacrílegas de Antíoco Epifânio e começou uma guerra de resistência, chamada a
guerra dos macabeus. Evis Carballosa registra esse fato assim: O terrível
ataque de Antíoco Epifânio não enfraqueceu o espírito dos judeus fiéis. Ao
contrário, a perseguição fez com que muitos se unissem para dar começo ao que
se conhece como a guerra dos macabeus. O líder do movimento contra Antíoco foi
um ancião sacerdote chamado Matatias. O fiel sacerdote não só se recusou a
obedecer a ordem de oferecer sacrifícios a um deus pagão, mas também matou o
emissário real e destruiu o altar pagão. Seguidamente, Matatias e seus filhos João,
Simão, Judas, Eleazar e Jônatas organizavam uma guerra de guerrilhas que
começou a causar sérios estragos entre as forças de Antíoco. No ano 166 a. C.,
só uns meses depois de começada a guerra, Matatias morreu e um de seus filhos,
Judas, sucedeu-o como líder do movimento. Antíoco pensava que seu exército
destruiria a rebelião em curto espaço de tempo, m as equivocou-se. O exército
sírio sofreu derrota após derrota. E m dezembro do ano 164 a.C., o exército dos
macabeus marchou triunfante pelas ruas de Jerusalém. Em 25 de dezembro desse
ano, o templo foi purificado e restaurado o culto a YAHVEH. LOPES.
Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no céu. Editora Hagnos. pag. 140-141.]
SINOPSE DO TÓPICO (2)
O imperador Antíoco Epifânio era perverso, bestial
e cruel. Ele arrasou a cidade de Jerusalém.
III. ANTÍOCO
EPIFÂNIO, TIPO DO ANTICRISTO
1. O “homem vil” que chega ao
poder. Até o versículo 35 a história se cumpriu perfeitamente.
A partir do versículo 36, os fatos acontecem de modo especial e fala de um rei
que agirá segundo a sua própria vontade. Trata-se de um homem que chega ao
poder, prospera, cresce em força e, então, investe contra o Deus de Israel.
Esse rei, na figura de Antíoco Epifânio, assume o papel de divindade. Essa
profecia tem o respaldo do Novo Testamento nas palavras de Paulo, quando diz
que “se opõe contra tudo que se chama Deus ou se adora” (2Ts 2.4). [Comentário:
O rei obstinado — o Anticristo (11.36-45). Jerônimo deu uma dupla
interpretação a essa parte (11.21-45): a primeira, em referência a Antíoco
Epifânio, e a segunda, ao Anticristo. Mas muitos comentaristas conservadores,
incluindo Young e Seiss, entendem que os versículos 21-35 se referem de maneira
apropriada a Antíoco e secundariamente ao Anticristo, e os versículos 36-45
devem referir-se a alguém maior, mais profano e ímpio do que Antíoco. E esse
rei fará conforme a sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo
deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas incríveis e será próspero (36).
Aqui a figura clara de Antíoco começa a desvanecer no meio da escuridão e um
aspecto disforme do Anticristo começa a tomar forma nas sombras do pano de
fundo. Lembramo-nos das advertências de Paulo acerca do “homem do pecado” (2 Ts
2.3-4) e da visão de João acerca da “besta” (Ap 13.5-8). Vemos claramente
refletido o “pequeno chifre” dos capítulos 7 e 8 de Daniel. Uma diferença
interessante aparece quando comparamos os dois pequenos chifres com esse rei
furioso do capítulo 11. Enquanto o pequeno chifre do capítulo 8 e o rei furioso
do capítulo 11 estão relacionados ao terceiro reino da profecia de Daniel, a
Grécia, o pequeno chifre do capítulo 7, surge do quarto reino, Roma. Talvez
isso nos deve lembrar que o Anticristo vai procurar tomar para si toda a glória
e poder do empreendimento humano e combinar a cultura da Grécia e a glória de
Roma. Não nos deveria surpreender que o caráter culminante do mal buscará
usurpar para si toda a bondade humana bem como a adoração divina. Roy E.
Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 542]
2. O futuro governante mundial
no “tempo do fim”. Nos versículos 36 a 45
do capítulo onze está escrito que ele fará conforme sua própria vontade. O versículo
quarenta fala do “fim do tempo” apontando para a Grande Tribulação que é a
septuagésima semana do texto de Daniel 9.27. Nesse período, os reis do Norte e
do Sul se unirão numa coligação de nações na “terra gloriosa” (11.41) para a
grande batalha do Armagedom, onde o Anticristo será derrotado na Segunda Vinda
de Cristo (Ap 19.11-20). [Comentário: “E no fim do tempo” (11.40). Na verdade, os versículos 40 a 45
retratam as lutas finais de Antíoco Epifânio com o Egito, o rei do Sul, seu
rival maior naquele tempo. Porém, a descrição desses conflitos prenunciam os
atos futuros do Anticristo. No versículo 45 está descrito o fim de Antíoco
Epifânio. Ninguém ostenta uma glória que só pertence ao Deus Todo-Poderoso. Nos
versículos 36-45 está descrito que ele fará conforme sua própria vontade.
Quando o versículo 40 fala do “fim do tempo” estava apontando, não só para o
fim do personagem histórico Antíoco Epifânio, mas estava apontando para um
tempo especial que a Bíblia descreve como sendo a Grande Tribulação, identificada
como a 70a Semana do capítulo 9.27. (11.41) Segundo o texto, os reis do norte e
do sul (Egito e Síria) se unirão numa coligação de nações na “terra
gloriosa”(11.41) para a grande batalha do Armagedom, onde o Anticristo será
derrotado na segunda Vinda de Cristo (Ap 19.11-20). (11.41-43)
Escatologicamente, esses versículos falam da extensão do reino do Anticristo.
Ele entrará na “terra gloriosa” que é Jerusalém e promoverá grande perseguição
aos judeus existentes. Os povos que rodeiam como Edom,Moabe e Amon,
identificados hoje, como a Jordânia e pequenas nações próximas estarão sob o
seu domínio. Porém, os povos do Oriente, como a China e rumores vindos do
Norte, a Rússia, mobilizarão seus exércitos e poderes bélicos para combater o
Anticristo na “terra santa”. (11.44,45) A destruição do Anticristo. Esses
versículos indicam que a força de governo do Anticristo será arrojada por terra
e suplantada pela vinda gloriosa de Jesus Cristo, o glorioso Messias, desejado
e sonhado dia e noite pelos judeus (Zc 14.1,2). Depois de sete anos da Grande
Tribulação, no seu final, o Senhor matará com o sopro da sua boca e com o
esplendor da sua vinda (2 Ts 2.7,8). “mas o seu fim virá” (11.44,45).
Subtende-se que a expressão “entre o mar Grande e o monte santo” refere-se ao
Mar Mediterrâneo (“o mar grande”, e “o monte santo e glorioso” não é outro que
não o lugar do Templo de Deus em Jerusalém. O Anticristo armará suas tendas
militares em Jerusalém, nas cercanias do vale do Armagedom (Ap 16.16; Zc 14),
mas será neste vale que ele será derrotado pelo Messias glorioso. O falso
Profeta e ele serão lançados no lago de fogo para sempre, e o Senhor instalará
seu reino de mil anos (Ap 19.11-21). Elienai Cabral. Integridade Moral e
Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. Editora CPAD. pag.
155-156.]
3. Precisão profética. Como vimos, Antíoco Epifânio é um personagem da
história que representa o rei futuro, o Anticristo, que provocará o grande
conflito com Israel e fará tudo para destruir a nação, até que venha o Senhor
para aniquilar o seu poder. [Comentário: Stuart Olyott aponta
várias lições decorrentes do estudo deste precioso texto: a primeira é que a
Palavra de Deus é absolutamente confiável. O livro de Daniel foi escrito no
século 6 a.C. Ele conta a história .minuciosamente antes dela acontecer. Isso
prova que a Palavra de Deus é infalível, inerrante e sobrenatural. A Palavra de
Deus não apenas contém a verdade, ela é a verdade infalível e inerrante. Assim
como ela é confiável nos relatos históricos, também o é em sua revelação acerca
de Deus, do homem e da salvação, também como da consumação dos séculos. É
loucura consumada ignorar, negligenciar ou descrer desse livro. A segunda lição
é que Deus é o Senhor soberano da história. Como poderia o Senhor ter dado a
Daniel uma detalhada visão do futuro, se esse estivesse fora de seu controle?
Tudo aconteceu como Deus disse. Ele é quem levanta reis e abate reis. Ele
levanta reinos e abate reinos. Tudo acontece como Deus disse. O que fora
profetizado se cumpriu. Tudo o que ocorre na história, ocorre porque está
escrito no livro de Deus. Tudo que acontece confirma os decretos de Deus. Todas
as coisas se movem em direção ao triunfo final de nosso Senhor Jesus Cristo e
ao castigo final e eterno dos ímpios. Osvaldo Litz interpreta corretamente
quando diz: O real valor da profecia não está na predição, mas em nos mostrar
tudo acontecendo sob a onipotência de Deus, para que à luz da profecia achem os
o caminho certo em meio às tentações e aos perigos e estejam os consolados em
tudo. Pois para os discípulos de Jesus sobre todos os acontecimentos do tempo
do fim estão também as palavras de Jesus: ‘Levantai as vossas cabeças, porque a
vossa redenção se aproxima. A terceira lição é que Deus continua Deus, ainda que
não O vejamos em parte alguma. Vimos o anjo anunciar o futuro a Daniel. Nesse
relato não há qualquer menção à pessoa de Deus. Há um verdadeiro catálogo de
guerras, alianças, casamentos, traições e uma quantidade estonteante de reis
que surgem e desaparecem. O homem ocupa todo o cenário. Frequentemente, temos a
impressão de que os acontecimentos são controlados pelo homem mais forte de sua
respectiva época. Deus não é mencionado em parte alguma. Aparentemente, é como
se a história nada tivesse a ver com Ele. Mas, mesmo nesse tempo, Deus continua
o Senhor da história. Esse fato continua sendo verdade, ainda que pareça não
existir evidência de que Deus está trabalhando. A atenção do mundo estava
voltada para os medos e persas, para os gregos ou para os reinos dos ptolomeus
e selêucidas. Nesse tempo, o povo de Deus parecia apagado. Tinha, sim, muita
tribulação e perplexidade. Mas nesse tempo, Deus continua o Senhor de toda a
história. Mesmo quando não pode ser visto, Ele está governando os assuntos do
mundo e também os destinos do Seu povo. Deus continua Deus ainda que não
vejamos em parte alguma. LOPES. Hernandes Dias. DANIEL Um homem amado no
céu. Editora Hagnos. pag. 142-144.]
SINOPSE DO TÓPICO (3)
Antíoco Epifânio assumiu o papel de divindade tal
qual o apóstolo Paulo revela acerca do Anticristo: “se opõe contra tudo que se
chama Deus ou se adora”.
CONCLUSÃO
A Bíblia declara
que o “último dia” não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja
manifestado “o homem da iniquidade, o filho da perdição” que é o Anticristo
(2Ts 2.3). Isto se dará no período da Grande Tribulação, todavia, a Igreja do
Senhor não estará mais na Terra e assim não verá o Anticristo. [Comentário: A figura de Antíoco Epifânio representa o ápice do
cumprimento da profecia bíblica. Foi um ser cruel e histórico. Entrou no lugar
santo o blasfemou. Voltou-se contra o Deus de Israel profanando o altar do
Templo. Antíoco Epifânio é uma prova de como uma profecia bíblica cumpri-se na
história. Mostra como Deus é atemporal e encontra-se para além da história. De
acordo com os estudiosos da linha dispensasionalista, até o versículo trinta e
cinco do capítulo onze de Daniel vemos a exata descrição de Antíoco Epifânio.
Pelo caráter traiçoeiro, cruel, astuto e enganador de Antíoco Epifânio é que
muitos estudiosos colocam como um tipo do Anticristo de acordo com o Novo
Testamento. Estudar a história de um povo para compreendermos o todo de uma
profecia é uma tarefa importantíssima.]
“NaquEle que me garante: "Pela graça sois
salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!
Francisco Barbosa
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