sexta-feira, 25 de outubro de 2013

LIÇÃO 4 - LIDANDO DE FORMA CORRETA COM O DINHEIRO

Professora Eliza Nantes - Londrina PR.
 
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
O livro de Provérbios apresenta vários conselhos a respeito do uso apropriado do dinheiro. Tais orientações são bastante práticas, e úteis para os cristãos dos dias modernos. Na lição de hoje trataremos justamente a respeito desse assunto tão controvertido, e pouco discutido nas igrejas, e quando é feito, nem sempre se considera a totalidade das Escrituras. Por isso, nesta aula, além de abordar a questão do dinheiro em Provérbios, nos voltaremos para algumas orientações práticas, com base no Novo Testamento, em relação às finanças.


1. O DINHEIRO EM PROVÉRBIOS
Por se tratar de um livro de conselhos, Provérbios orienta seus leitores a fim de saberem lidar com situações práticas da vida. Conforme estudamos anteriormente, o autor de Provérbios destaca a importância de apresentar a Deus nossas primícias (Pv. 3.9). A
recompensa de Deus, para os israelitas, estava condicionada a atitude de entregar a Ele os primeiros resultados da colheita (Pv. 3.10; 13.21). Como livro de sapiência, a sabedoria, e não o dinheiro, é muito mais importante, pois é a sabedoria que faz a riqueza durar (Pv. 8.18,21), o seu resultado é consideravelmente melhor (Pv. 8.20), somente a partir dela as pessoas poderão usá-lo adequadamente (Pv. 17.16), inclusive para não afadigar buscando riquezas (Pv. 23.4). Não apenas a sabedoria é mais importante que o dinheiro, também uma vida de retidão, atitudes de retidão. As pessoas justas vivem com maior tranquilidade que as desonestas (Pv. 15.16), por isso um homem pobre que não se envolve em negócios escusos é preferível ao rico que vive sem honestidade (Pv. 28.6). Deus geralmente recompensa os justos com dinheiro (Pv. 13.21), mas é melhor ter menos dinheiro e viver em retidão do que ter muito dinheiro resultante de injustiça (Pv. 16.18). Por conseguinte, temer a Deus é bem melhor do que ter dinheiro (Pv. 15.16), na verdade, a humildade, e o temor a Deus, leva o homem a adquirir riquezas (Pv. 22.4). Como já destacamos em outras lições, a diligência é uma característica fundamental para aqueles que querem ter êxito em suas vidas. Os que não se deixam conduzir pela indolência colherão os frutos da prosperidade (Pv. 10.4). A obtenção de dinheiro está atrelada ao trabalho, é através dele que as pessoas adquirem riquezas (Pv. 14.23). A diligência é concretizada em planejamento, não apenas em ações espontaneistas, que leva à ruína (Pv. 21.5). As pessoas que não conseguem controlar seus hábitos consumistas acabarão sem nada (Pv. 21.17). 

2. PROVÉRBIOS E O USO DO DINHEIRO
O sábio destaca, a princípio, as limitações do dinheiro, definitivamente ele não pode comprar tudo, não pode livrar as pessoas da condenação (Pv. 11.4), não dura para sempre, tem um caráter efêmero (Pv. 23.5; 27.4), sequer é digno de confiança (Pv. 11.28), por isso devemos depositar nossa esperança em Deus (Pv. 28.25). Mas o dinheiro não necessariamente é algo ruim, na verdade, pode ser utilizado para fazer o bem. Quando corretamente utilizado, pode diminuir os estresses e evitar alguns problemas (Pv. 10.15). Ademais, os filhos, se forem sábios, poderão desfrutar da herança deixada pelos pais (Pv. 13.22), a esposa também exerce papel fundamental no bom uso dos recursos (Pv. 31.18). Mas é preciso ter cuidado, pois o dinheiro pode ser extremamente danoso para as pessoas, principalmente no que tange aos relacionamentos. Isso porque, infelizmente, existem favoritismos por causa do dinheiro, os ricos acabem sendo bem tratados, enquanto que os pobres são menosprezados (Pv. 14.20). As pessoas que têm dinheiro não conseguem identificar com facilidade quem são seus reais amigos, pois muitos se aproximam por interesse (Pv. 19.4). Aqueles que não têm dinheiro são abandonados justamente porque as pessoas se voltam para as que têm mais dinheiro (Pv. 19.4). Os que têm muito dinheiro não conseguem encontrar descanso, costumam viver no isolamento, pois comumente são perseguidos por ladrões ou sequestradores (Pv. 13.8). Aqueles que têm recursos financeiros são pessoas fúteis, não conseguem se interessar por conhecimentos valiosos. Os pobres com entendimento percebem a mediocridade dessas pessoas (Pv. 28.11). Além disso, não podemos deixar de destacar que muitas pessoas na verdade não têm dinheiro, apenas vivem uma mentira, como se tivessem, para agradar a sociedade (Pv. 13.7). Ao invés de querer dominar os mais pobres, e se assenhorarem sobre eles (Pv. 22.7), os ricos deveriam reconhecer que foi Deus quem criou tanto um quanto ao outro (Pv. 22.2). Ao invés de serem vaidosos, por causa do dinheiro, os ricos precisam pôr em prática a generosidade (Pv. 11.24,25). Deus é testemunha daqueles que oprimem os mais pobres, e querem tirar vantagem das suas necessidades, tais pessoas cairão em ruína (Pv. 22.16).


3. VISÃO CRISTÃ SOBRE O DINHEIRO

A abordagem de Jesus em relação ao dinheiro é radical, Ele se posiciona contra o acúmulo de riquezas na terra, orienta as pessoas a entesourarem no céu (Mt. 6.19-21). Essa é a resposta de Jesus a ansiedade que assola a sociedade moderna. Ao invés de estarem preocupados com muitas coisas, ansiosos pelas vicissitudes da vida, devemos aprender a confiar em Deus, na Sua providência (Mt. 6.24,25). Por isso, quando se encontrou com o jovem rico, orientou para que esse entregasse seus bens materiais aos pobres, mas ele foi incapaz de fazê-lo (Mt. 19.16-22). A conclusão de Jesus, em virtude do apego daquele jovem às riquezas foi a seguinte: “Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no reino dos céus. E ainda vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus” (Mt. 19.23,24). Ao invés de enfocar demasiadamente as riquezas, Jesus ensina que devemos buscar, em primeiro lugar, o reino de Deus e a sua justiça e que as demais coisas – apresentadas no contexto, e não todas como dizem alguns – os serão acrescentadas (Mt. 6.33). Em suas epístolas, Paulo orienta os primeiros crentes em relação ao uso do dinheiro. Ao escrever aos Coríntios nos apresenta o modelo de Jesus em relação à riqueza e a pobreza. Diz ele: “pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos” (II Co. 8.9). A riqueza a respeito da qual trata o Apóstolo, nesse texto, não é material, tendo em vista que, ao escrever a Timóteo, alerta a respeito do perigo das riquezas (I Tm. 6.9,10). A orientação apostólica é a de que há maior felicidade em dar do que em receber (At. 20.35), por isso, Deus ama a quem dar com alegria (II Co. 9.7). A moeda mais valiosa para o cristão é o exercício da piedade, que a fonte de lucro (I Tm. 4.8).

CONCLUSÃO
A partir do Livro de Provérbios, e do Novo Testamento, destacamos algumas orientações práticas quanto ao uso do dinheiro: 1) não devemos confiar nas riquezas, mas em Deus, que é nosso Provedor (Mt. 6.24); 2) diante de uma sociedade consumista, devemos pedir sabedoria a Deus, para saber usar corretamente o dinheiro (Tg. 1.5); 3) a honestidade é uma prática cristã, não apenas diante de Deus, mas também dos homens (II Co. 8.21); 4) não devemos esquecer que um dia prestaremos contas a Deus, inclusive do modo como gastamos nosso dinheiro (Rm. 14.10; 5) sejamos cuidadosos em relação ao dinheiro, aprendamos a exercitar a piedade com contentamento (I Tm. 6.6-10); 6) a utilizar os recursos em coisas benéficas, principalmente para a obra do Senhor  (Fp. 4.14); 7) em uma sociedade individualista, sejamos generosos, atentos às necessidades dos outros (II Co. 9,6,7); 8) o dinheiro do cristão deve ser ganho com honestidade, no temor do Senhor, e gasto com sabedoria (At. 24.16; II Ts. 3.7-9); 9) é preciso ter cuidado para não se deixar dominar pela ganância, e pelo consumismo (Ef. 5.3); e 10) o segredo é aprender a viver em contentamento, para não contrair dívidas desnecessárias, que comprometerão a renda familiar (Hb. 13.5).
Extraído do blog: subsidioebd
SUBSÍDIO II
Recomendações quanto ao uso do dinheiro. Podemos enumerar algumas recomendações que o crente deve levar em consideração quando estiver utilizando o seu dinheiro. Vejamos:
  1. Reconhecer que tudo é de Deus, e devolver-Lhe principalmente o dízimo (Gn 14.18-20; Ag 1; Ml 3.8-11). As primícias da nossa fazenda devem ser trazidas ao Senhor (Pv 3.9);
  2. O dinheiro serve, em segundo lugar, para prover o sustento familiar (I Tm 5.8);
  3. O dinheiro deve ser adquirido mediante trabalho e ganho honestos (Pv 6.6-11, 2 Ts 3.10-12);
  4. Não entrar em dívidas (Pv 22.7; Rm 13.8);
  5. Não colocar o coração no dinheiro ou nas coisas materiais (Pv 23.1-5; 28.22, Mt 6.19-21; I Tm 6.9,10);
  6. Não viver ansioso ou preocupado com questões financeiras (Mt 6.25-33; Fl 4.6-7, 1 Pe 5.7);
  7. Não ser avarento (Ec 5.10; Lc 12.15; Cl 3.5);
  8. Planeje os gastos. Faça um orçamento e evite gastar desnecessariamente. Cuidado com financiamentos, cartões de crédito, cheque especial e ofertas de agiotas, que cobram juros muito maiores do que os das próprias instituições financeiras (Pv 24.27; Lc 14.28-30);
  9. Economizar é preciso. Evite desperdícios (Pv 18.9; 21.20). Devemos guardar dinheiro para eventuais emergências (Pv 27.18);
  10. Ser sensível em relação às necessidades dos outros (Lc 3.11, Rm 12.13; II Co 8; I Tm 6.17,18; Tg 2.14-17). Mas é bom sondar antes de ajudar, para não corrermos o risco de alimentarmos o preguiçoso (Pv 6.6-11; 2 Ts 3.6-16).
 Extraído do blog: verdadeprofetica.
 SUBSÍDIO III

EU TENHO, ENTÃO EU SOU

Lembro-me de um hino que eu costumava cantar quando era menina; um dos versos era mais ou menos assim: “Minha esperança está firmada em nada menos que o sangue e a justiça de Jesus; eu ouso não acreditar no mais belo quadro, mas confiar totalmente no nome de Jesus”.

Eu já não canto aquele hino há muito tempo. E se o fizesse, teria de admitir pesarosamente que a letra do meu hino de fracasso financeiro soaria como algo assim: “Minha esperança está firmada em nada menos que caixas automáticos e planos para enriquecer. Eu ouso não viver dentro de minhas condições, mas gastar meu cartão o máximo”.

Deixe-me ser mais direta e específica. Não é necessário ser prolixa nem tomará tanto espaço para escrever, porque não vou estar usando uma linguagem que você não entenda. (Prossiga apenas quando tiver tirado este sorrisinho do rosto!) Eu só tenho uma chance para explicar, mas isto é um blefe! É o trunfo que supera todos os trunfos! E isto sempre me induz a participar de uma grande atividade maníaca na loja de departamentos mais próxima. Então aqui está em toda esta profunda e superficial glória:

Eu gosto de dinheiro e das coisas que o dinheiro compra. E muito.

•    Eletrodomésticos com 75 por cento de desconto em um preço com desconto? Eu gosto.
•    Sorvete de chocolate com cobertura de nozes, encontrado no Aeroporto Internacional O’Hare de Chicago? Eu gosto disso.
•    Revistas de decoração, moeda, beleza, fofocas? Gosto disso também.
•    Pacotes dos distribuidores de livrarias evangélicas? Eu realmente gosto disso!

Não somente gosto destas coisas que o dinheiro compra... Eu sou perigosamente atraída por todo tipo de quinquilharias que julgo serem refinadas.

[...] Nós, fracassados financeiros, parecemos desenvolver uma perigosa paixão por acumular, armazenar, possuir e simplesmente ter coisas.

Vamos encarar os fatos, não há muita coisa na terra criada por Deus que eu e outros perdedores financeiros não queiramos! E quanto mais coisas nós tivermos, mais gostaríamos de ter.

É um Mundo Consumista

“E o que há de errado com isto?”, você pode estar se perguntado. Talvez você pense que eu queira persuadi-lo a vender tudo o que tem e ir viver nas montanhas feito eremita. Relaxe, eu não pretendo fazer isto! Nem estou tentando fazê-lo sentir-se culpado por ter uma lista de “coisas a comprar” guardada na gaveta de cômoda.

Não. Não é nada disso.
O que estou tentando dizer é que o problema está em ser acometido pela síndrome do “adquira-e-possua” de nossa cultura, em viver para ter e ter para viver, em ter uma casa cheia de “coisas” ― todas estas coisas raramente satisfazem. A batedeira que você almejava desde 1987 rapidamente perderá seu brilho. E logo logo você estará procurando “mais uma coisinha” para equipar sua cozinha. A casa de quatro quartos com piscina e churrasqueira na qual você depositou todas as suas economias, em algum momento perderá seu brilho também.

E quanto mais ficamos fascinados com as coisas novas que brilham à nossa volta, mais espaço, energia, tempo e dinheiro será necessário para manter o vício do consumo!

Coisas e Caos

Ilyce Glink, uma planejadora financeira [...], faz a seguinte observação:

Quando você compra uma casa grande para acomodar suas coisas, você paga altas taxas, altas contas de luz, altas contas de gás e uma hipoteca maior; somando-se ainda tudo o que estas coisas exigem de custos de manutenção!

Manter ou expandir as coisas que você já tem toma muito dinheiro e tempo. E não estou falando apenas de casas. Coisas simples como uma placa de memória com maior capacidade de armazenamento para o computador do seu filho. Ou “coisas” como férias de família. Apenas visitar um parque temático já o deixa sem algumas centenas de dólares hoje em dia. E Disneylândia? Bem, é mais fácil ganhar uma medalha de ouro olímpica do que passar as férias lá! E não esqueça dos eventos esportivos como jogos de basquete [ou futebol] profissional [...].

Agora, eu imagino que muitos dos leitores ganham consideravelmente mais dólares [ou reais] do que eu e Rick. Outros de vocês mantêm família com salário mínimo. Não é minha intenção fazer um debate entre classes aqui. Pelo contrário, quero chamar sua atenção de perdedor financeiro para simples fato: muitos de nós estamos nadando em dívidas e vivendo um caos conjugal como resultado de nada menos que uma necessidade descontrolada de possuir e acumular coisas. A verdade é que o caos em nosso casamento poderia ter fim se nós simplesmente parássemos de acumular e começássemos a estar satisfeitos com as coisas que já temos.
Julie Ann Barnhil
Texto extraído da obra “Antes que as Dívidas nos Separem: Respostas e cura para os conflitos financeiros em seu casamento”, editada pela CPAD.

Um comentário:

  1. Achei interessante a história do vai-e-vem. O vizinho que gostava de pedir as ferramentas emprestadas e custava devolver, então mandou seu filho pedir um serrote (vai-e-evem) emprestado, e o vizinho respondeu: "Jovem diga a seu pai que se o vai-e-vem fosse e viesse, o vai-e-vem iria. Mas como o vai-e-vem vai, mas não vem, o vai-e-vem não vai"!

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