SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito da
reciprocidade enquanto característica do amor cristão. Somente aqueles que amam
são capazes de agir pelo outro sem interesse próprio. Essa é justamente uma marca
do genuíno amor cristão – agape – que se mostra desinteressado. No início da aula abordaremos o papel do
contentamento para a expressão do amor-agape, em seguida, a atuação do amor que
a igreja deve ter pelos obreiros, ao final, destacaremos a relevância do amor
do obreiro pela igreja.
1. AMOR
FUNDAMENTADO NO CONTENTAMENTO
Somente pode amar aqueles que aprenderam a estar
contentes, isto é, que não dependem das circunstâncias para ter alegria.
Consoante ao que estudamos na aula anterior, aqueles que desfrutam da paz de
Deus, pode exercitar o amor-agape. É sempre importante destacar que o amor
cristão exige ação. Deus amou o mundo de uma maneira extraordinária e deu Seu
Filho para a salvação dos pecadores (Jo. 3.16). De igual modo, aqueles que amam
a Deus devem demonstrá-lo, tanto amando a Ele, quanto ao próximo (Mt.
22.34-40). Se Jesus demonstrou o Seu amor para conosco, entregando a Sua vida
na cruz do calvário, devemos fazer o mesmo pelos nossos irmãos (I Jo. 3.16). O
amor cristão exige desprendimento, ou seja, disposição para abrir mão do que
tem em prol dos outros (I Co. 13). Vivemos em uma sociedade extremamente
individualista. O capitalismo selvagem está lançando as pessoas cada vez mais
para longe uma das outras. O consumismo também faz com que as pessoas queiram
sempre mais. Por causa disso, as pessoas não querem abrir mão do que possuem
para satisfazer ao necessitado. Essa doença está adentrando até mesmo as
igrejas evangélicas. Tais atitudes são totalmente contrárias àquelas dos
crentes de Jerusalém do primeiro século, que eram sensíveis às carências uns
dos outros (At. 4.34-37). Paulo não sofria dessa enfermidade espiritual, antes
de qualquer coisa, aprendeu a estar contente, independentemente das situações
(Fp. 4.12). Por isso, tanto sabia ter fartura quanto padecer necessidade, nada
o tirava do centro, que é Cristo. Ele é Aquele que o fortalecia, mesmo na
prisão em Roma, e passando por momentos de privações (Fp. 4.13). Há líderes
evangélicos que citam esse texto indevidamente, sem atentar para o contexto,
eles ficam apenas com o “tudo posso naquele que me fortalece”. No contexto,
Paulo mostra que tanto podia viver em fartura quanto em necessidade. É bom
saber viver a partir da porção acostumada, como disse o sábio judeu (Pv.
30.7-10).
2. AMOR DA
IGREJA PELO OBREIRO DO SENHOR
A obra de Deus precisa de reciprocidade, sem essa,
todo trabalho será realizado com dificuldade. Essa verdade se aplica
principalmente ao contexto missionário, em relação àqueles que estão em outros
países. Os crentes devem ser motivados a contribuírem com generosidade para a
manutenção do trabalho missionário. Os que entregam suas ofertas, com alegria,
partilharão do galardão daqueles que estão além fronteiras (I Sm. 30.24). Havia
uma relação de reciprocidade entre a igreja de Filipos e Paulo, esse
envolvimento não era apenas financeiro, mas também afetivo. Toda igreja pode
contribuir bastante enviando ofertas, mas não pode esquecer-se da
responsabilidade relacional. Não é fácil o missionário deixar sua terra, ir
para outra cultura, enfrentar a hostilidade dos povos. Os crentes filipenses,
além de enviar auxílio financeiros para Paulo (Fp. 4.10,17), também proveram
sustento espiritual nas tribulações (Fp. 4.14). Aquele ato de entrega foi uma
demonstração nítida de amor cristão, não apenas um encargo eclesiástico. A igreja
de Filipos tinha um lugar especial no coração do Apóstolo. Era uma igreja
compromissada com o ministério de Paulo, fiel e assumidamente missionária (Fp.
4.15). Os escândalos do movimento gospel não podem ser motivo para deixarmos de
contribuir com as obras reconhecidamente evangélicas. Os obreiros que se
dedicam com denodo à obra do Senhor devem ser recompensados, pois digno é o
obreiro do seu salário (I Tm. 5.17,18). O obreiro, por sua vez, deve ser grato
pela manifestação de amor da igreja. Não apenas o agradecimento é necessário,
também a transparência em relação ao uso dos recursos financeiros enviados.
Paulo sempre foi cuidadoso a esse respeito, tinha uma preocupação ética em
relação à arrecadação e a condução das ofertas para as igrejas (II Co.
8.19-21). A diminuição na contribuição em várias igrejas, além do apego
exagerado as coisas materiais, tem a ver com a falta de zelo dos obreiros no
uso dos recursos arrecadados.
3. AMOR DO
OBREIRO DO SENHOR PELA IGREJA
O obreiro do Senhor deve demonstrar gratidão à
igreja pela entrega dos recursos financeiros, bem como pelo cuidado espiritual
(Fp. 4.10). Ao mesmo tempo, deve ter equilíbrio espiritual para não fiar sua
segurança em bens materiais. Paulo advertiu ao jovem pastor Timóteo para que
esse tivesse cuidado com o amor as riquezas (I Tm. 6.10). Muitos obreiros estão
decaindo no ministério por causa do seu apego ao dinheiro. A motivação
principal para o ministério pastoral nunca deve ser o acúmulo de bens. Essa é
uma deturpação do movimento evangélico desses últimos tempos. Evidentemente
isso não quer dizer que a igreja deve ser irresponsável em relação aos cuidados
básicos dos seus obreiros. Muito pelo contrário, aqueles que se dedicam à
Palavra de Deus, que são exímios ministradores, que presidem bem, devem ser
recompensados (I Tm. 5.17). Mas, esses, por sua vez, não podem depositar sua fé
no dinheiro, sua principal preocupação deve ser a aprovação do seu trabalho
pelo Senhor (I Tm. 2.15). Como Paulo, o obreiro do Senhor deve mostrar a igreja
que sabe está contente, independentemente da situação (Fp. 4.11). Evidentemente
o Apóstolo precisou aprender, por isso afirmou: “em todas as coisas, estou
instruído”. Os crentes que colocam a sua segurança em bens materiais ainda não
aprenderam a confiar totalmente em Deus. Isso é resultado de maturidade cristã,
e às vezes, de experiências frustrantes. O crescimento toma tempo, e em determinadas
situações, é intensamente doloroso. Nem todos podem afirmar com Paulo “posso
todas as coisas naquele que me fortalece”. Um obreiro para chegar a essa
condição precisa ter aprendido a amar a igreja que pastoreia acima de qualquer
coisa. Cada vez mais temos menos obreiros aprovados nesse sentido, o
materialismo está extinguindo os obreiros realmente compromissados com a
Palavra. O amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males, está arrefecendo o
cuidado dos obreiros pela igreja do Senhor.
CONCLUSÃO
Que Deus desperte crentes amorosos, compromissados
com a Palavra, dispostos a mostrarem reciprocidade em amor. Que as mazelas do
materialismo, transformado em avareza, não solape a fé dos cristãos (Hb.
13.5,6). Que não venhamos a ser consumidos pela preocupação com os bens
materiais (Mt. 6.25-35). Que o amor ao dinheiro nunca venha a nos distanciar
das pessoas. Que nossa relação ministerial nunca esteja baseada em valores, mas
na disposição de se sacrificar pela igreja do Senhor.
Extraído do blog: subsidioebd.blogspot.com.br
SUBSÍDIO II
Lição 12: A reciprocidade do Amor Cristão
22 de setembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Posso todas as coisas naquele que me
fortalece” (Fp 4.13). – “que me fortalece:
literalmente, “que é meu fortalecedor” (grego ‘en to endynamounti me’), isto é,
Cristo. Com este emprego do particípio presente de endynamoun cf. o aoristo
participial em 1 Timóteo 1.12, “dou graças àquele que me fortaleceu (to
endymmosanti me, ‘aquele que me deu poder’), Cristo Jesus nosso Senhor.”
VERDADE PRÁTICA
A igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar
dos que a servem, a fim de que não haja necessitados entre os filhos de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.10-13.
10 - Ora, muito me regozijei no Senhor
por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis
lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 - Não digo isto como por
necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 - Sei estar abatido e sei também
ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto
a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer
necessidade.
13 - Posso todas as coisas naquele que
me fortalece.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
•
Saber que as dádivas dos filipenses
era resultado da providência divina;
•
Compreender que o cristão tem o
contentamento de Cristo em qualquer situação, e
•
Explicar a respeito da principal
fonte de contentamento do cristão.
PALAVRA-CHAVE
Generosidade: Virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício
de outrem; magnanimidade, ato generoso; bondade.
COMENTÁRIO
introdução
Na
lição de hoje, aprenderemos a importância da generosidade da igreja para com
aqueles que a servem. Dependente das ofertas dos irmãos para sobreviver no
cárcere romano, Paulo expressava uma profunda gratidão à igreja de Filipos
pelos recursos enviados por intermédio de Epafrodito (4.10-20). O apóstolo
estava agradecido aos filipenses pelo amor que lhe haviam demonstrado. Ele,
porém, destaca que sempre confiou à providência divina o seu sustento, e que
sua alegria maior estava não nas ofertas recebidas, e sim no fato de os
filipenses terem se lembrado dele. [Comentário: O tema proposto para esta aula é a generosidade
da igreja para com aqueles que a servem. Os crentes de Filipos demonstraram sua
generosidade para com Paulo quando ele se encontrava encarcerado em Roma,
enviando os recursos necessários para que Paulo sobrevivesse na prisão
(4.10-20). Nossa Igreja está inserida num contexto marcado pelo egoísmo,
contudo, o crente, como pessoa nascida novamente, possui o amor de Cristo
derramado em seu coração, e este amor o leva a ajudar aqueles que necessitam de
socorro. Aliás, esta é a marca distintiva do verdadeiro crente (1Jo 2.9,11).
São nossas ofertas de amor para aqueles que são chamados por Deus para realizarem
a obra do Evangelho revelam a graça do Todo-Poderoso em nossas vidas. Ofertamos
não para recebermos algo em troca, mas o fazemos de coração porque já temos
experimentado das dádivas divinas. Que não venhamos nos esquecer que “mais
bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). Tenhamos todos uma
excelente e abençoada aula!]
I.
AS OFERTAS DOS FILIPENSES COMO PROVIDÊNCIA DIVINA
1. Paulo agradece aos
filipenses.
A igreja em Filipos já vinha contribuindo com o ministério de Paulo desde o seu
início (v.15). Agora, o apóstolo fora surpreendido pela segunda oferta enviada
a ele, exatamente quando estava preso em Roma. Por isso, agradece e regozija-se
pela lembrança dos irmãos (v.10). Ele declara ainda que a oferta dos filipenses
era o fruto da providência divina em seu ministério, pois confiava plenamente
em Deus, em qualquer situação. [Comentário: “Muito me regozijo”:
o aoristo echaren (“eu me regozijo”) se refere ao momento em que Paulo
recebera a oferta, mas a alegria persistia até o momento descrito pelo versículo
10. “Renovastes o vosso cuidado a meu favor”: grego anethalete to
hyper emou phronein, literalmente, “florecestes outra vez
(intransitivo) com respeito ao vosso cuidado para comigo” ou “fizestes
com que vosso cuidado por mim florescesse outra vez” (transitivo). Este é o
único exemplo no Novo Testamento de anathallein (ou na verdade de thallein
ou qualquer derivado). “Mas vos faltava oportunidade”: grego ekaireisthe,
imperfeito de akaireisthai “não ter kairos (oportunidade)”; esta
é a única ocorrência deste raro verbo, na Bíblia em grego. Paulo alegremente
relembra o apoio que os filipenses lhe ofereceram. Relembra os dias anteriores,
quando o evangelho foi proclamado pela primeira vez em Filipos (At 16.4).
Quando o apóstolo passou pela Macedônia até a Acaia, em sua segunda viagem
missionária, a igreja em Filipos foi a única a sustentar seus esforços. Na
linguagem emprestada do mundo comercial, o apóstolo considerou sua parceria
como uma questão de ‘dar e receber’].
2. Reciprocidade entre o
apóstolo e a igreja. Paulo amava a igreja em Filipos. Esta cidade foi a primeira da Europa
a receber a mensagem do Evangelho. Ali, Paulo enfrentou perseguições, prisão e
muito sofrimento. Porém, agora a igreja, firmada em Cristo, demonstra sua
gratidão ao apóstolo cuidando dele e ajudando-o em suas necessidades
(vv.10,11,15-18). [Comentário: A contentar-me em toda e qualquer situação:
grego en hois eimi autarkes einai. A ênfase estóica sobre autarkeia,
no sentido de ‘auto-suficiência’, tem raízes em Sócrates; quando alguém lhe
perguntou quem era a pessoa mais rica, Sócrates replicou: “Aquele que está
contente com o pouco, visto que a alegria (autarkeia) é a riqueza da natureza”
[Stobaeus,
Florilegium 5.43]. Paulo afirma que
“Em todas as maneiras aprendi” (gr. memyemai, “eu me iniciei em”
- deste verbo myein deriva-se mysterion, “mistério”), indicando sua maturidade
espiritual alcançada através do exercício da total dependência do Eterno. Paulo
acumulava vasta experiência em passar com menos do que o suficiente, em algumas
ocasiões, e ter mais do que o suficiente, noutras ocasiões. Isso pouca
diferença lhe fazia. Só podemos imaginar o que é que Paulo considerava
abundância — tudo que estivesse acima do mínimo necessário quanto à alimentação
e vestuário, sem dúvida alguma. Sendo um homem educado em ambiente elevado, sua
conversão significou a entrada num novo modo de vida. Ser cidadão de Tarso
significava ser pessoa de grandes posses materiais. Entretanto, por amor de
Cristo, Paulo havia dado “também por perda todas as coisas” (3.8),
inclusive (podemos ter certeza) sua herança material; o apóstolo aprendeu, dali
em diante, a sobreviver com o que pudesse ganhar mediante seu ofício de
meio-ex- pediente, de “fazer tendas” (conferir: 1Ts 2.9; 2Ts 3.8; At
18.3; 20.34). É em Cristo que está a razão de sua fortaleza, em qualquer
situação que a vida se lhe apresente. “que me fortalece”: literalmente,
“que é meu fortalecedor” (grego en to endynamounti me), isto é,
Cristo. Com este emprego do particípio presente de endynamoun :“dou
graças àquele que me fortaleceu (to endymmosanti me, ‘aquele que me deu
poder’), Cristo Jesus nosso Senhor.” (1Tm 1.12)].
3. A igreja deve cuidar
dos seus obreiros.
Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar dinheiro. Todavia, a
igreja precisa prover sustento digno àqueles que a servem. Paulo muito sofreu
com a falta de sensibilidade da igreja em Corinto (v.15). Por outro lado, a
igreja em Filipos procurou ajudar o apóstolo. A Palavra de Deus nos exorta
quanto ao sustento daqueles que labutam na seara do Senhor: “Não amordaces o
boi, quando pisa o trigo” (1Tm 5.18 — ARA). No mesmo versículo, o apóstolo
completa que “digno é o obreiro do seu salário”. Por isso, a igreja deve apoiar
devidamente àqueles que são verdadeiramente obreiros, ajudando-os em suas
necessidades (1Tm 5.17). [Comentário: Paulo cita o Antigo Testamento (Dt 25.4) e o
Novo Testamento (Lc 10.7) para reforçar sua tese sobre a importância da Igreja
assumir o sustento completo dos pastores e ministros que dedicavam tempo
integral à obra. Fica evidente também que, já nessa época, os textos canônicos
dos evangelhos, bem como outros que viriam formar o Novo Testamento, e que
circulavam nas comunidades cristãs juntamente com o Antigo Testamento, eram
reconhecidos com toda a autoridade de Escrituras Sagradas.].
SINOPSE
DO TÓPICO (I)
Nenhum obreiro deve fazer de sua missão
um meio de ganhar dinheiro, todavia a igreja precisa oferecer sustento digno
àqueles que a servem.
II. O CONTENTAMENTO EM CRISTO EM QUALQUER SITUAÇÃO
1. O contentamento de Paulo.
O apóstolo aprendeu a contentar-se em toda e qualquer situação. Seu
contentamento estava alicerçado no fato de que Deus cuida dos seus servos e
ensina-os a viver de forma confiante. Aos coríntios, Paulo escreveu: “não que
sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a
nossa capacidade vem de Deus” (2Co 3.5). Paulo deu o crédito de sua força e
contentamento a Deus. Muitos se gabam de sua robustez, coragem e até
espiritualidade, esquecendo-se de que a nossa capacidade vem do Senhor. Para
agirmos de forma adequada em meio às provações e privações é preciso reconhecer
que dependemos integralmente do Senhor. [Comentário: Quem poderia assumir a tremenda
responsabilidade de ser o aroma de Cristo no mundo (2Co 2.16)? Ninguém jamais
seria adequado para esta tarefa. Os recursos humanos são pobres e
insuficientes. Entretanto, Paulo argumenta que Cristo equipa os que creem com
recursos divinos e, então, torna-os capazes de ser ministros da nova aliança. A
confiança de Paulo não é autoconfiança, mas uma confiança na capacidade do
Espírito Santo, que dá poder à vida e ao ministério na realidade do Novo
Testamento! A satisfação das necessidades materiais de Paulo não era motivo nem
a medida de sua alegria. Os filósofos estoicos usavam o termo contentar’
para descrever uma pessoa que era autossuficiente em todas as circunstancias.
Em contrapartida, apesar de um termo estoico, Paulo repudia expressamente a
mera autossuficiência (2Co 3.5; 9.9). Sua suficiência está em Cristo, cuja paz
e propósito ele desfruta apesar das circunstancias que a vida lhe apresenta!].
2. “Sei estar abatido” (v.12).
Paulo inicia o versículo doze dizendo: “Sei estar abatido e também ter
abundância”. Ele estava convicto do cuidado de Deus. Por isso, aceitava as
privações sem se envergonhar ou mesmo entristecer-se. Precisamos acreditar na
provisão divina e aprender a contentar-nos em toda e qualquer situação. Talvez
você esteja passando por dificuldades. Não permita, porém, que elas o abatam.
Confie no cuidado e na bondade do Pai Celeste. Ele é o nosso provedor. Para que
o Evangelho chegasse aos confins da terra, muitos homens e mulheres, às vezes
sem qualquer sustento oficial, deixaram suas famílias e saíram pregando a
Palavra de Deus e fundando igrejas. Esses pioneiros não desistiram, e os
resultados ainda podem ser vistos. Hoje, as igrejas, em sua maioria, possuem
recursos para enviar obreiros e missionários a outras nações e ali
sustentá-los, e devem fazê-lo. Cumpramos, pois, o nosso dever conforme a Bíblia
nos recomenda. [Comentário: Permitamos que esta escritura seja um guia
para compreendermos a vontade de Deus no aspecto da prosperidade. Ela nos diz
sim (podemos ter riquezas), e não (não confie nelas). Com a mente em Cristo,
nós nunca seremos nobres se as nossas vidas funcionarem de acordo com a Palavra
de Deus, então, através de Cristo, podemos experimentar ou a riqueza financeira
ou dificuldades temporárias, mas ainda estaremos firmes em nosso viver, por
confiarmos somente nele. Se a economia se dissolvesse amanhã, o povo de Deus
não seria considerado inoperante, pois Deus é a nossa fonte. Ele pode nos
manter em momentos de escassez, bem como em momentos de abundancia. Ele
alimentou Elias enviando corvos para lhe levar comida de manhã e à noite (1Rs
17.2-6). Deus pode fazer isso agora. Hoje ele é o mesmo de antes. (1Tm 6.17; Dt
8.18) Extraído de Dinâmica do Reino - Prosperidade. Bíblia de Estude
Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, p. 1239.].
3. O contentamento desfaz os
extremismos. Apesar de o exemplo paulino e de a Bíblia ensinar-nos
acerca do contentamento, é necessário abordar o perigo da adoção dos
extremismos nessa questão. Muitos servos de Deus são obrigados, pela falta de
compromisso de suas igrejas, a abandonar a obra de Deus. Para que isso não
aconteça, sejamos fiéis no sustento daqueles que estão servindo a causa do
Mestre (1Tm 5.18). Os obreiros, por sua parte, não podem deixar-se dominar pela
avareza e pela ganância. Paulo nos dá uma importante lição quando afirma:
“Aprendi a contentar-me com o que tenho” (v.11). O culto ao Senhor não pode ser
transformado em uma fonte de renda. É o próprio apóstolo Paulo quem ensina a
nos apartar daqueles que não se conformam “com as sãs palavras de nosso Senhor
Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade”. Isto porque, os tais
apreciam “contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade,
cuidando que a piedade seja causa de ganho” (1Tm 6.5). O ensino paulino
demonstra que a piedade, com contentamento, já é, por si mesma, um “grande
ganho” (1Tm 6.6). [Comentário: O contentamento é a maior aceitação de si
mesmo. Para um cristão, encontrar o contentamento não deveria exigir muito
esforço. Jesus pagou o preço pelos nossos pecados e garantiu um futuro seguro
aos crentes de eternidade na sua presença, livre de toda dor e sofrimento (Ef
2.8,9; Ap 21.4). O sofrimento de hoje deveria ser visto à luz da eternidade a
ser vivida com o Salvador (Ap 21.7). Deus providenciou uma maneira de você ser
resgatado da eternidade no inferno, portanto, ele é capaz de atender às suas
necessidades neste mundo (Fp 4.13,19). Ainda assim, atingir esse estado de
contentamento não é tarefa fácil. A Bíblia ensina claramente que a riqueza vem
de Deus e retornará para ele. A riqueza deveria levar louvor a Deus. ãs vezes
Deus resolve abençoar seus filhos com riqueza (Gn 13.2; 26.12-14; 1Rs 3.13; Jó
42.12) Deus espera que seus filhos usem a riqueza que recebem dele para
abençoarem outros e levarem glória a ele. Na parábola dos talentos, Jesus
prometeu uma abundancia a todos os que tomam posse do seu Reino e vida eterna a
todos os que confiam NE (Mt 25.14-30).].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O crente pode contentar-se em toda e
qualquer situação, pois seu contentamento está no fato de que Deus cuida dos
seus servos e ensina-os a viver de forma confiante.
III. A PRINCIPAL FONTE DO CONTENTAMENTO (4.13)
1. Cristo é quem fortalece.
Paulo nos ensina, com a declaração do versículo 13, que sua suficiência sempre
esteve em Cristo. O que fez com que Paulo suportasse tantas adversidades? Havia
algum segredo? Não! O que fez do apóstolo um vencedor foi a sua fé em Jesus
Cristo, aquele que tudo pode. A força do seu ministério era o Senhor. Você quer
forças para vencer os obstáculos em seu ministério? Confie plenamente no
Senhor! [Comentário: Todo crente sincero, em razão de sua união
vital com Cristo, por meio do Espírito Santo, recebeu um poder divino chamado dunamis,
que no original grego significa ‘força maravilhosa’ ou ‘poder miraculoso’. Esse
poder é confiado pelo Senhor aos seus filhos em Cristo, com o objetivo de
ajudá-los a superar todos os problemas e situações difíceis da caminhada
cristã, segundo a vontade de Deus. Algo como a garantia de Deus que o crente
pode pagar o preço de andar retamente em um mundo distorcido pelo pecado, sem
temer qualquer prejuízo real no presente e, especialmente no futuro].
2. Cristo é a razão do contentamento.
Nossa alegria e força vêm do Senhor Jesus. Segundo Matthew Henry, “temos
necessidade de obter forças de Cristo, para sermos capacitados a realizar não
somente as obrigações puramente cristãs. Precisamos da força dEle para nos
ensinar a como ficar contente em cada condição”. Busque ao Senhor e permita que
a alegria divina preencha a sua alma (Ne 8.10). [Comentário: Confiando no poder de Cristo e seguindo seu
exemplo (2.5; 3.10), Paulo pode enfrentar todas as circunstancias com
contentamento. Ele quer imprimir em seus leitores a mesma lição (versículos
6-7,19). A comunhão íntima e permanente com o Espírito Santo, isto é, com o
Cristo Vivo, é o segredo de toda a força e contentamento do apóstolo Paulo
(v.12; 2Co 12.9, 10; Jo 15.5; Ef 3.16,17)].
3. O cumprimento da missão como fonte
de contentamento. Uma vez que o objetivo de Paulo era pregar o
Evangelho em toda parte, nada lhe era mais importante que ganhar almas para o
Reino de Deus. Nenhuma dificuldade financeira roubaria a visão missionária do
apóstolo. Ele não se angustiava pela privação material e social. Pelo
contrário, a alegria do Senhor era a sua força. Paulo regozijava-se com a
suficiência que tinha de Cristo. O descontentamento é como uma planta má que
faz brotar a avareza (Hb 13.5,6), o roubo (Lc 3.14) e a preocupação com as
coisas materiais (Mt 6.25-34). Por isso, contente-se em Cristo! Ele tomará
conta de nós. [Comentário: No versículo 17, Paulo reitera a pureza de
seus motivos em sua expressão de gratidão aos cristãos de Filipos. Não está
procurando ‘dádivas’ ou agradecendo de alguma maneira que venha a ser a base
para favores futuros. Sua motivação visa o benefício deles. Sua descrição da
recompensa que terão por associarem-se a ele na obra de Deus é expressa em
termos financeiros. Sua participação no Evangelho produzirá juros ou dividendos
(literalmente ‘fruto’), o que resultará no ‘aumento da conta’ deles” ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.)
Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., RJ: CPAD, 2004. p.510. É importante observar que a ênfase não é
tanto sobre a realização quanto na disposição de permitir que o poder de Deus
sustente a dificuldade e a escassez, e acentuar o deleite da abundancia e da
prosperidade. Tal fé, é um estimulante para crer em toda a suficiência de
Cristo ao encarar todas as circunstancias da vida].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Cristo é a razão do contentamento, nossa
alegria e força vêm dEle.
CONCLUSÃO
Aprendemos
na lição de hoje, que a igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos seus
obreiros, a fim de que não venham a passar privações. Todavia, a real motivação
para servirmos à igreja de Deus jamais devem ser as recompensas materiais.
Confiemos na provisão divina, pois assim seremos felizes em toda e qualquer
situação. Nosso contentamento em meio às adversidades é resultado da nossa fé e
comunhão com o Senhor Jesus. Que estejamos na dependência do Senhor, para que
Ele nos conceda alegria e força a fim de vencermos as vicissitudes e tribulações
da vida. [Comentário: “Já aprendi a contentar-me em toda e
qualquer situação”, diz Paulo, palavras que John Bunyan expandiria no
cântico do menino pastor: Estou contente com o que tenho, Seja pouco ou seja
muito, E é alegria o que mais almejo, Senhor, Porque ela indica os que
salvaste. Nesta peregrinação concede-me Medida total de alegria: Provação
agora, bênção depois, Eis a bem-aventurança das gerações. “Contentando-vos
com o que tendes” (Hb 13.5) — eis, pelo que parece, o preceito geral da igreja
primitiva. Esta atitude opõe-se de frente à ambição, contra a qual Jesus (cf.
Lc 12.15) e seus discípulos pronunciaram solenes advertências, descrevendo a
“pessoa avarenta” como “idólatra” (Ef 5.5). A palavra traduzida por
contentar-me (gr. autarkes) era comum no estoicismo denotando o ideal da pessoa
totalmente auto-suficiente. Paulo a emprega a fim de expressar sua
independência das circunstâncias externas. Estava sempre consciente de sua
total dependência de Deus. O apóstolo era mais “suficiente em Deus” que
auto-suficiente: “a nossa capacidade vem de Deus”! (2Co 5.5).].
NaquEle que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus" (Ef 2.8).
Extraído do Blog: auxilioebd
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