sábado, 21 de setembro de 2013

LIÇÃO 12 - A RECIPROCIDADE DO AMOR CRISTÃO



SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito da reciprocidade enquanto característica do amor cristão. Somente aqueles que amam são capazes de agir pelo outro sem interesse próprio. Essa é justamente uma marca do genuíno amor cristão – agape – que se mostra desinteressado.  No início da aula abordaremos o papel do contentamento para a expressão do amor-agape, em seguida, a atuação do amor que a igreja deve ter pelos obreiros, ao final, destacaremos a relevância do amor do obreiro pela igreja.

1. AMOR FUNDAMENTADO NO CONTENTAMENTO
Somente pode amar aqueles que aprenderam a estar contentes, isto é, que não dependem das circunstâncias para ter alegria. Consoante ao que estudamos na aula anterior, aqueles que desfrutam da paz de Deus, pode exercitar o amor-agape. É sempre importante destacar que o amor cristão exige ação. Deus amou o mundo de uma maneira extraordinária e deu Seu Filho para a salvação dos pecadores (Jo. 3.16). De igual modo, aqueles que amam a Deus devem demonstrá-lo, tanto amando a Ele, quanto ao próximo (Mt. 22.34-40). Se Jesus demonstrou o Seu amor para conosco, entregando a Sua vida na cruz do calvário, devemos fazer o mesmo pelos nossos irmãos (I Jo. 3.16). O amor cristão exige desprendimento, ou seja, disposição para abrir mão do que tem em prol dos outros (I Co. 13). Vivemos em uma sociedade extremamente individualista. O capitalismo selvagem está lançando as pessoas cada vez mais para longe uma das outras. O consumismo também faz com que as pessoas queiram sempre mais. Por causa disso, as pessoas não querem abrir mão do que possuem para satisfazer ao necessitado. Essa doença está adentrando até mesmo as igrejas evangélicas. Tais atitudes são totalmente contrárias àquelas dos crentes de Jerusalém do primeiro século, que eram sensíveis às carências uns dos outros (At. 4.34-37). Paulo não sofria dessa enfermidade espiritual, antes de qualquer coisa, aprendeu a estar contente, independentemente das situações (Fp. 4.12). Por isso, tanto sabia ter fartura quanto padecer necessidade, nada o tirava do centro, que é Cristo. Ele é Aquele que o fortalecia, mesmo na prisão em Roma, e passando por momentos de privações (Fp. 4.13). Há líderes evangélicos que citam esse texto indevidamente, sem atentar para o contexto, eles ficam apenas com o “tudo posso naquele que me fortalece”. No contexto, Paulo mostra que tanto podia viver em fartura quanto em necessidade. É bom saber viver a partir da porção acostumada, como disse o sábio judeu (Pv. 30.7-10).

2. AMOR DA IGREJA PELO OBREIRO DO SENHOR
A obra de Deus precisa de reciprocidade, sem essa, todo trabalho será realizado com dificuldade. Essa verdade se aplica principalmente ao contexto missionário, em relação àqueles que estão em outros países. Os crentes devem ser motivados a contribuírem com generosidade para a manutenção do trabalho missionário. Os que entregam suas ofertas, com alegria, partilharão do galardão daqueles que estão além fronteiras (I Sm. 30.24). Havia uma relação de reciprocidade entre a igreja de Filipos e Paulo, esse envolvimento não era apenas financeiro, mas também afetivo. Toda igreja pode contribuir bastante enviando ofertas, mas não pode esquecer-se da responsabilidade relacional. Não é fácil o missionário deixar sua terra, ir para outra cultura, enfrentar a hostilidade dos povos. Os crentes filipenses, além de enviar auxílio financeiros para Paulo (Fp. 4.10,17), também proveram sustento espiritual nas tribulações (Fp. 4.14). Aquele ato de entrega foi uma demonstração nítida de amor cristão, não apenas um encargo eclesiástico. A igreja de Filipos tinha um lugar especial no coração do Apóstolo. Era uma igreja compromissada com o ministério de Paulo, fiel e assumidamente missionária (Fp. 4.15). Os escândalos do movimento gospel não podem ser motivo para deixarmos de contribuir com as obras reconhecidamente evangélicas. Os obreiros que se dedicam com denodo à obra do Senhor devem ser recompensados, pois digno é o obreiro do seu salário (I Tm. 5.17,18). O obreiro, por sua vez, deve ser grato pela manifestação de amor da igreja. Não apenas o agradecimento é necessário, também a transparência em relação ao uso dos recursos financeiros enviados. Paulo sempre foi cuidadoso a esse respeito, tinha uma preocupação ética em relação à arrecadação e a condução das ofertas para as igrejas (II Co. 8.19-21). A diminuição na contribuição em várias igrejas, além do apego exagerado as coisas materiais, tem a ver com a falta de zelo dos obreiros no uso dos recursos arrecadados. 

3. AMOR DO OBREIRO DO SENHOR PELA IGREJA
O obreiro do Senhor deve demonstrar gratidão à igreja pela entrega dos recursos financeiros, bem como pelo cuidado espiritual (Fp. 4.10). Ao mesmo tempo, deve ter equilíbrio espiritual para não fiar sua segurança em bens materiais. Paulo advertiu ao jovem pastor Timóteo para que esse tivesse cuidado com o amor as riquezas (I Tm. 6.10). Muitos obreiros estão decaindo no ministério por causa do seu apego ao dinheiro. A motivação principal para o ministério pastoral nunca deve ser o acúmulo de bens. Essa é uma deturpação do movimento evangélico desses últimos tempos. Evidentemente isso não quer dizer que a igreja deve ser irresponsável em relação aos cuidados básicos dos seus obreiros. Muito pelo contrário, aqueles que se dedicam à Palavra de Deus, que são exímios ministradores, que presidem bem, devem ser recompensados (I Tm. 5.17). Mas, esses, por sua vez, não podem depositar sua fé no dinheiro, sua principal preocupação deve ser a aprovação do seu trabalho pelo Senhor (I Tm. 2.15). Como Paulo, o obreiro do Senhor deve mostrar a igreja que sabe está contente, independentemente da situação (Fp. 4.11). Evidentemente o Apóstolo precisou aprender, por isso afirmou: “em todas as coisas, estou instruído”. Os crentes que colocam a sua segurança em bens materiais ainda não aprenderam a confiar totalmente em Deus. Isso é resultado de maturidade cristã, e às vezes, de experiências frustrantes. O crescimento toma tempo, e em determinadas situações, é intensamente doloroso. Nem todos podem afirmar com Paulo “posso todas as coisas naquele que me fortalece”. Um obreiro para chegar a essa condição precisa ter aprendido a amar a igreja que pastoreia acima de qualquer coisa. Cada vez mais temos menos obreiros aprovados nesse sentido, o materialismo está extinguindo os obreiros realmente compromissados com a Palavra. O amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males, está arrefecendo o cuidado dos obreiros pela igreja do Senhor.

CONCLUSÃO
Que Deus desperte crentes amorosos, compromissados com a Palavra, dispostos a mostrarem reciprocidade em amor. Que as mazelas do materialismo, transformado em avareza, não solape a fé dos cristãos (Hb. 13.5,6). Que não venhamos a ser consumidos pela preocupação com os bens materiais (Mt. 6.25-35). Que o amor ao dinheiro nunca venha a nos distanciar das pessoas. Que nossa relação ministerial nunca esteja baseada em valores, mas na disposição de se sacrificar pela igreja do Senhor.

Extraído do blog: subsidioebd.blogspot.com.br 


SUBSÍDIO II


Lição 12: A reciprocidade do Amor Cristão
22 de setembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13). – “que me fortalece: literalmente, “que é meu fortalecedor” (grego ‘en to endynamounti me’), isto é, Cristo. Com este emprego do particípio presente de endynamoun cf. o aoristo participial em 1 Timóteo 1.12, “dou graças àquele que me fortaleceu (to endymmosanti me, ‘aquele que me deu poder’), Cristo Jesus nosso Senhor.
VERDADE PRÁTICA
A igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos que a servem, a fim de que não haja necessitados entre os filhos de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.10-13.
10 - Ora, muito me regozijei no Senhor por, finalmente, reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
11 - Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 - Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.
13 - Posso todas as coisas naquele que me fortalece.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Saber que as dádivas dos filipenses era resultado da providência divina;
Compreender que o cristão tem o contentamento de Cristo em qualquer situação, e
Explicar a respeito da principal fonte de contentamento do cristão.
PALAVRA-CHAVE
Generosidade: Virtude daquele que se dispõe a sacrificar os próprios interesses em benefício de outrem; magnanimidade, ato generoso; bondade.
COMENTÁRIO
introdução
Na lição de hoje, aprenderemos a importância da generosidade da igreja para com aqueles que a servem. Dependente das ofertas dos irmãos para sobreviver no cárcere romano, Paulo expressava uma profunda gratidão à igreja de Filipos pelos recursos enviados por intermédio de Epafrodito (4.10-20). O apóstolo estava agradecido aos filipenses pelo amor que lhe haviam demonstrado. Ele, porém, destaca que sempre confiou à providência divina o seu sustento, e que sua alegria maior estava não nas ofertas recebidas, e sim no fato de os filipenses terem se lembrado dele. [Comentário: O tema proposto para esta aula é a generosidade da igreja para com aqueles que a servem. Os crentes de Filipos demonstraram sua generosidade para com Paulo quando ele se encontrava encarcerado em Roma, enviando os recursos necessários para que Paulo sobrevivesse na prisão (4.10-20). Nossa Igreja está inserida num contexto marcado pelo egoísmo, contudo, o crente, como pessoa nascida novamente, possui o amor de Cristo derramado em seu coração, e este amor o leva a ajudar aqueles que necessitam de socorro. Aliás, esta é a marca distintiva do verdadeiro crente (1Jo 2.9,11). São nossas ofertas de amor para aqueles que são chamados por Deus para realizarem a obra do Evangelho revelam a graça do Todo-Poderoso em nossas vidas. Ofertamos não para recebermos algo em troca, mas o fazemos de coração porque já temos experimentado das dádivas divinas. Que não venhamos nos esquecer que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At 20.35). Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!]

I. AS OFERTAS DOS FILIPENSES COMO PROVIDÊNCIA DIVINA
1. Paulo agradece aos filipenses. A igreja em Filipos já vinha contribuindo com o ministério de Paulo desde o seu início (v.15). Agora, o apóstolo fora surpreendido pela segunda oferta enviada a ele, exatamente quando estava preso em Roma. Por isso, agradece e regozija-se pela lembrança dos irmãos (v.10). Ele declara ainda que a oferta dos filipenses era o fruto da providência divina em seu ministério, pois confiava plenamente em Deus, em qualquer situação. [Comentário:Muito me regozijo”: o aoristo echaren (“eu me regozijo”) se refere ao momento em que Paulo recebera a oferta, mas a alegria persistia até o momento descrito pelo versículo 10. “Renovastes o vosso cuidado a meu favor”: grego anethalete to hyper emou phronein, literalmente, “florecestes outra vez (intransitivo) com respeito ao vosso cuidado para comigo” ou “fizestes com que vosso cuidado por mim florescesse outra vez” (transitivo). Este é o único exemplo no Novo Testamento de anathallein (ou na verdade de thallein ou qualquer derivado). “Mas vos faltava oportunidade”: grego ekaireisthe, imperfeito de akaireisthainão ter kairos (oportunidade)”; esta é a única ocorrência deste raro verbo, na Bíblia em grego. Paulo alegremente relembra o apoio que os filipenses lhe ofereceram. Relembra os dias anteriores, quando o evangelho foi proclamado pela primeira vez em Filipos (At 16.4). Quando o apóstolo passou pela Macedônia até a Acaia, em sua segunda viagem missionária, a igreja em Filipos foi a única a sustentar seus esforços. Na linguagem emprestada do mundo comercial, o apóstolo considerou sua parceria como uma questão de ‘dar e receber’].
2. Reciprocidade entre o apóstolo e a igreja. Paulo amava a igreja em Filipos. Esta cidade foi a primeira da Europa a receber a mensagem do Evangelho. Ali, Paulo enfrentou perseguições, prisão e muito sofrimento. Porém, agora a igreja, firmada em Cristo, demonstra sua gratidão ao apóstolo cuidando dele e ajudando-o em suas necessidades (vv.10,11,15-18). [Comentário: A contentar-me em toda e qualquer situação: grego en hois eimi autarkes einai. A ênfase estóica sobre autarkeia, no sentido de ‘auto-suficiência’, tem raízes em Sócrates; quando alguém lhe perguntou quem era a pessoa mais rica, Sócrates replicou: “Aquele que está contente com o pouco, visto que a alegria (autarkeia) é a riqueza da natureza[Stobaeus, Florilegium 5.43]. Paulo afirma que “Em todas as maneiras aprendi” (gr. memyemai, “eu me iniciei em” - deste verbo myein deriva-se mysterion, “mistério”), indicando sua maturidade espiritual alcançada através do exercício da total dependência do Eterno. Paulo acumulava vasta experiência em passar com menos do que o suficiente, em algumas ocasiões, e ter mais do que o suficiente, noutras ocasiões. Isso pouca diferença lhe fazia. Só podemos imaginar o que é que Paulo considerava abundância — tudo que estivesse acima do mínimo necessário quanto à alimentação e vestuário, sem dúvida alguma. Sendo um homem educado em ambiente elevado, sua conversão significou a entrada num novo modo de vida. Ser cidadão de Tarso significava ser pessoa de grandes posses materiais. Entretanto, por amor de Cristo, Paulo havia dado “também por perda todas as coisas” (3.8), inclusive (podemos ter certeza) sua herança material; o apóstolo aprendeu, dali em diante, a sobreviver com o que pudesse ganhar mediante seu ofício de meio-ex- pediente, de “fazer tendas” (conferir: 1Ts 2.9; 2Ts 3.8; At 18.3; 20.34). É em Cristo que está a razão de sua fortaleza, em qualquer situação que a vida se lhe apresente. “que me fortalece”: literalmente, “que é meu fortalecedor” (grego en to endynamounti me), isto é, Cristo. Com este emprego do particípio presente de endynamoun :“dou graças àquele que me fortaleceu (to endymmosanti me, ‘aquele que me deu poder’), Cristo Jesus nosso Senhor.” (1Tm 1.12)].
3. A igreja deve cuidar dos seus obreiros. Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar dinheiro. Todavia, a igreja precisa prover sustento digno àqueles que a servem. Paulo muito sofreu com a falta de sensibilidade da igreja em Corinto (v.15). Por outro lado, a igreja em Filipos procurou ajudar o apóstolo. A Palavra de Deus nos exorta quanto ao sustento daqueles que labutam na seara do Senhor: “Não amordaces o boi, quando pisa o trigo” (1Tm 5.18 — ARA). No mesmo versículo, o apóstolo completa que “digno é o obreiro do seu salário”. Por isso, a igreja deve apoiar devidamente àqueles que são verdadeiramente obreiros, ajudando-os em suas necessidades (1Tm 5.17). [Comentário: Paulo cita o Antigo Testamento (Dt 25.4) e o Novo Testamento (Lc 10.7) para reforçar sua tese sobre a importância da Igreja assumir o sustento completo dos pastores e ministros que dedicavam tempo integral à obra. Fica evidente também que, já nessa época, os textos canônicos dos evangelhos, bem como outros que viriam formar o Novo Testamento, e que circulavam nas comunidades cristãs juntamente com o Antigo Testamento, eram reconhecidos com toda a autoridade de Escrituras Sagradas.].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Nenhum obreiro deve fazer de sua missão um meio de ganhar dinheiro, todavia a igreja precisa oferecer sustento digno àqueles que a servem.

II. O CONTENTAMENTO EM CRISTO EM QUALQUER SITUAÇÃO
1. O contentamento de Paulo. O apóstolo aprendeu a contentar-se em toda e qualquer situação. Seu contentamento estava alicerçado no fato de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante. Aos coríntios, Paulo escreveu: “não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus” (2Co 3.5). Paulo deu o crédito de sua força e contentamento a Deus. Muitos se gabam de sua robustez, coragem e até espiritualidade, esquecendo-se de que a nossa capacidade vem do Senhor. Para agirmos de forma adequada em meio às provações e privações é preciso reconhecer que dependemos integralmente do Senhor. [Comentário: Quem poderia assumir a tremenda responsabilidade de ser o aroma de Cristo no mundo (2Co 2.16)? Ninguém jamais seria adequado para esta tarefa. Os recursos humanos são pobres e insuficientes. Entretanto, Paulo argumenta que Cristo equipa os que creem com recursos divinos e, então, torna-os capazes de ser ministros da nova aliança. A confiança de Paulo não é autoconfiança, mas uma confiança na capacidade do Espírito Santo, que dá poder à vida e ao ministério na realidade do Novo Testamento! A satisfação das necessidades materiais de Paulo não era motivo nem a medida de sua alegria. Os filósofos estoicos usavam o termo contentar’ para descrever uma pessoa que era autossuficiente em todas as circunstancias. Em contrapartida, apesar de um termo estoico, Paulo repudia expressamente a mera autossuficiência (2Co 3.5; 9.9). Sua suficiência está em Cristo, cuja paz e propósito ele desfruta apesar das circunstancias que a vida lhe apresenta!].
2. “Sei estar abatido” (v.12). Paulo inicia o versículo doze dizendo: “Sei estar abatido e também ter abundância”. Ele estava convicto do cuidado de Deus. Por isso, aceitava as privações sem se envergonhar ou mesmo entristecer-se. Precisamos acreditar na provisão divina e aprender a contentar-nos em toda e qualquer situação. Talvez você esteja passando por dificuldades. Não permita, porém, que elas o abatam. Confie no cuidado e na bondade do Pai Celeste. Ele é o nosso provedor. Para que o Evangelho chegasse aos confins da terra, muitos homens e mulheres, às vezes sem qualquer sustento oficial, deixaram suas famílias e saíram pregando a Palavra de Deus e fundando igrejas. Esses pioneiros não desistiram, e os resultados ainda podem ser vistos. Hoje, as igrejas, em sua maioria, possuem recursos para enviar obreiros e missionários a outras nações e ali sustentá-los, e devem fazê-lo. Cumpramos, pois, o nosso dever conforme a Bíblia nos recomenda. [Comentário: Permitamos que esta escritura seja um guia para compreendermos a vontade de Deus no aspecto da prosperidade. Ela nos diz sim (podemos ter riquezas), e não (não confie nelas). Com a mente em Cristo, nós nunca seremos nobres se as nossas vidas funcionarem de acordo com a Palavra de Deus, então, através de Cristo, podemos experimentar ou a riqueza financeira ou dificuldades temporárias, mas ainda estaremos firmes em nosso viver, por confiarmos somente nele. Se a economia se dissolvesse amanhã, o povo de Deus não seria considerado inoperante, pois Deus é a nossa fonte. Ele pode nos manter em momentos de escassez, bem como em momentos de abundancia. Ele alimentou Elias enviando corvos para lhe levar comida de manhã e à noite (1Rs 17.2-6). Deus pode fazer isso agora. Hoje ele é o mesmo de antes. (1Tm 6.17; Dt 8.18) Extraído de Dinâmica do Reino - Prosperidade. Bíblia de Estude Plenitude, Barueri, SP; SBB 2001, p. 1239.].
3. O contentamento desfaz os extremismos. Apesar de o exemplo paulino e de a Bíblia ensinar-nos acerca do contentamento, é necessário abordar o perigo da adoção dos extremismos nessa questão. Muitos servos de Deus são obrigados, pela falta de compromisso de suas igrejas, a abandonar a obra de Deus. Para que isso não aconteça, sejamos fiéis no sustento daqueles que estão servindo a causa do Mestre (1Tm 5.18). Os obreiros, por sua parte, não podem deixar-se dominar pela avareza e pela ganância. Paulo nos dá uma importante lição quando afirma: “Aprendi a contentar-me com o que tenho” (v.11). O culto ao Senhor não pode ser transformado em uma fonte de renda. É o próprio apóstolo Paulo quem ensina a nos apartar daqueles que não se conformam “com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com a doutrina que é segundo a piedade”. Isto porque, os tais apreciam “contendas de homens corruptos de entendimento e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho” (1Tm 6.5). O ensino paulino demonstra que a piedade, com contentamento, já é, por si mesma, um “grande ganho” (1Tm 6.6). [Comentário: O contentamento é a maior aceitação de si mesmo. Para um cristão, encontrar o contentamento não deveria exigir muito esforço. Jesus pagou o preço pelos nossos pecados e garantiu um futuro seguro aos crentes de eternidade na sua presença, livre de toda dor e sofrimento (Ef 2.8,9; Ap 21.4). O sofrimento de hoje deveria ser visto à luz da eternidade a ser vivida com o Salvador (Ap 21.7). Deus providenciou uma maneira de você ser resgatado da eternidade no inferno, portanto, ele é capaz de atender às suas necessidades neste mundo (Fp 4.13,19). Ainda assim, atingir esse estado de contentamento não é tarefa fácil. A Bíblia ensina claramente que a riqueza vem de Deus e retornará para ele. A riqueza deveria levar louvor a Deus. ãs vezes Deus resolve abençoar seus filhos com riqueza (Gn 13.2; 26.12-14; 1Rs 3.13; Jó 42.12) Deus espera que seus filhos usem a riqueza que recebem dele para abençoarem outros e levarem glória a ele. Na parábola dos talentos, Jesus prometeu uma abundancia a todos os que tomam posse do seu Reino e vida eterna a todos os que confiam NE (Mt 25.14-30).].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O crente pode contentar-se em toda e qualquer situação, pois seu contentamento está no fato de que Deus cuida dos seus servos e ensina-os a viver de forma confiante.

III. A PRINCIPAL FONTE DO CONTENTAMENTO (4.13)
1. Cristo é quem fortalece. Paulo nos ensina, com a declaração do versículo 13, que sua suficiência sempre esteve em Cristo. O que fez com que Paulo suportasse tantas adversidades? Havia algum segredo? Não! O que fez do apóstolo um vencedor foi a sua fé em Jesus Cristo, aquele que tudo pode. A força do seu ministério era o Senhor. Você quer forças para vencer os obstáculos em seu ministério? Confie plenamente no Senhor! [Comentário: Todo crente sincero, em razão de sua união vital com Cristo, por meio do Espírito Santo, recebeu um poder divino chamado dunamis, que no original grego significa ‘força maravilhosa’ ou ‘poder miraculoso’. Esse poder é confiado pelo Senhor aos seus filhos em Cristo, com o objetivo de ajudá-los a superar todos os problemas e situações difíceis da caminhada cristã, segundo a vontade de Deus. Algo como a garantia de Deus que o crente pode pagar o preço de andar retamente em um mundo distorcido pelo pecado, sem temer qualquer prejuízo real no presente e, especialmente no futuro].
2. Cristo é a razão do contentamento. Nossa alegria e força vêm do Senhor Jesus. Segundo Matthew Henry, “temos necessidade de obter forças de Cristo, para sermos capacitados a realizar não somente as obrigações puramente cristãs. Precisamos da força dEle para nos ensinar a como ficar contente em cada condição”. Busque ao Senhor e permita que a alegria divina preencha a sua alma (Ne 8.10). [Comentário: Confiando no poder de Cristo e seguindo seu exemplo (2.5; 3.10), Paulo pode enfrentar todas as circunstancias com contentamento. Ele quer imprimir em seus leitores a mesma lição (versículos 6-7,19). A comunhão íntima e permanente com o Espírito Santo, isto é, com o Cristo Vivo, é o segredo de toda a força e contentamento do apóstolo Paulo (v.12; 2Co 12.9, 10; Jo 15.5; Ef 3.16,17)].
3. O cumprimento da missão como fonte de contentamento. Uma vez que o objetivo de Paulo era pregar o Evangelho em toda parte, nada lhe era mais importante que ganhar almas para o Reino de Deus. Nenhuma dificuldade financeira roubaria a visão missionária do apóstolo. Ele não se angustiava pela privação material e social. Pelo contrário, a alegria do Senhor era a sua força. Paulo regozijava-se com a suficiência que tinha de Cristo. O descontentamento é como uma planta má que faz brotar a avareza (Hb 13.5,6), o roubo (Lc 3.14) e a preocupação com as coisas materiais (Mt 6.25-34). Por isso, contente-se em Cristo! Ele tomará conta de nós. [Comentário: No versículo 17, Paulo reitera a pureza de seus motivos em sua expressão de gratidão aos cristãos de Filipos. Não está procurando ‘dádivas’ ou agradecendo de alguma maneira que venha a ser a base para favores futuros. Sua motivação visa o benefício deles. Sua descrição da recompensa que terão por associarem-se a ele na obra de Deus é expressa em termos financeiros. Sua participação no Evangelho produzirá juros ou dividendos (literalmente ‘fruto’), o que resultará no ‘aumento da conta’ deles” ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. (Eds.) Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4 ed., RJ: CPAD, 2004. p.510. É importante observar que a ênfase não é tanto sobre a realização quanto na disposição de permitir que o poder de Deus sustente a dificuldade e a escassez, e acentuar o deleite da abundancia e da prosperidade. Tal fé, é um estimulante para crer em toda a suficiência de Cristo ao encarar todas as circunstancias da vida].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Cristo é a razão do contentamento, nossa alegria e força vêm dEle.

CONCLUSÃO
Aprendemos na lição de hoje, que a igreja de Cristo deve zelar pelo bem-estar dos seus obreiros, a fim de que não venham a passar privações. Todavia, a real motivação para servirmos à igreja de Deus jamais devem ser as recompensas materiais. Confiemos na provisão divina, pois assim seremos felizes em toda e qualquer situação. Nosso contentamento em meio às adversidades é resultado da nossa fé e comunhão com o Senhor Jesus. Que estejamos na dependência do Senhor, para que Ele nos conceda alegria e força a fim de vencermos as vicissitudes e tribulações da vida. [Comentário: Já aprendi a contentar-me em toda e qualquer situação”, diz Paulo, palavras que John Bunyan expandiria no cântico do menino pastor: Estou contente com o que tenho, Seja pouco ou seja muito, E é alegria o que mais almejo, Senhor, Porque ela indica os que salvaste. Nesta peregrinação concede-me Medida total de alegria: Provação agora, bênção depois, Eis a bem-aventurança das gerações. “Contentando-vos com o que tendes” (Hb 13.5) — eis, pelo que parece, o preceito geral da igreja primitiva. Esta atitude opõe-se de frente à ambição, contra a qual Jesus (cf. Lc 12.15) e seus discípulos pronunciaram solenes advertências, descrevendo a “pessoa avarenta” como “idólatra” (Ef 5.5). A palavra traduzida por contentar-me (gr. autarkes) era comum no estoicismo denotando o ideal da pessoa totalmente auto-suficiente. Paulo a emprega a fim de expressar sua independência das circunstâncias externas. Estava sempre consciente de sua total dependência de Deus. O apóstolo era mais “suficiente em Deus” que auto-suficiente: “a nossa capacidade vem de Deus”! (2Co 5.5).].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8).
Extraído do Blog: auxilioebd
 

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