SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje daremos continuidade às
orientações dadas por Paulo em relação à paz e aos sentimentos dos cristãos.
Estudamos, na aula passada, que a oração é o antídoto contra a ansiedade, e
que, por meio desta, obtemos a paz. Mais especificamente, nesta aula,
trataremos a respeito da mente do cristão. Veremos que nossos pensamentos
exercem papel preponderante para uma vida cristã equilibrada. Destacaremos a
importância de voltarmos nossos pensamentos para as coisas que são de cima, não
para as que são de baixo (Cl. 3.1).
1. ANSIEDADE, A DOENÇA DO SÉCULO
O coração nas Escrituras é a sede das emoções, dos
sentimentos, por isso Paulo orienta os irmãos filipenses a colocarem suas
mentes em Deus, a viverem em alegria e a buscarem a paz de Deus, a fim de
guardarem suas mentes e emoções da ansiedade (Fp. 4.5,6). A mente do mundo,
isto é, sua forma de pensamento, conduz as pessoas ao desespero, à ansiedade,
e, às vezes, à depressão. Para não nos deixar conduzir pelo modo do mundo ver a
realidade, não podemos nos conformar com ele, antes ter a mente renovada, de
acordo com a vontade de Deus, que é agradável, boa e perfeita (Rm. 12.1,2). Se
mantivermos nossas mentes em Deus, poderemos desfrutar da sua maravilhosa
presença, ter a convicção de que Ele estará conosco. Muitas igrejas não sabem
mais o que é a presença de Deus, nelas o Senhor está ausente, há apenas rituais
religiosos. Algumas atividades da igreja geram ansiedade, pois seus membros não
conseguem mais confiar em Deus. Se aprendermos a depositar nossa confiança no
Senhor, e a ter a convicção de que o Deus de paz está conosco, guardaremos
nossos sentimentos nEle (Fp. 4.9). As emoções do cristão não estão à mercê das
circunstâncias mundanas, muito menos dos valores que a sociedade moderna escolheu.
Jesus ensinou seus discípulos a não viverem demasiadamente preocupados, antes a
confiarem na providência divina (Mt. 6.28-30). Deus sabe das nossas
necessidades, devemos trabalhar, suprir as carências familiares, mas não nos tornar
escravos do consumismo, e não nos deixar levar pelas imposições da mídia. A
Palavra de Deus não promete que teremos tudo que desejamos, na verdade muitos
pedem e não recebem porque o fazem tão somente para satisfazer seus deleites
(Tg. 4.3). A igreja secularizada absorveu o espírito deste mundo, se tornou um
antro de consumismo, distorceu os valores bíblicos. A promessa de Deus, para
aqueles que depositam confiança nEle, é Sua presença, e uma paz que o mundo não
conhece (Jo. 14.27), e que excede a todo conhecimento humano, inexplicável para
a psicologia moderna.
2. A PAZ QUE EXCEDE TODO ENTENDIMENTO
A paz que o crente desfruta não é natural, não
depende de fatores externos, não pode ser confundida com felicidade. Esta se
sustenta em condições materiais, tais como riqueza, fama e poder. Mas a Paz de
Deus é resultado de uma experiência profunda com o Espírito Santo, que produz,
em nós, e conosco, o Seu fruto (Gl. 5.22). O Espírito Santo está trabalhando
para a nossa santificação. O mesmo Espírito que ressuscitou a Jesus Cristo
dentre os mortos está atuando com vistas à nossa maturidade espiritual (Hb.
13.20; Ef. 1.19,20). Evódia e Síntique, as servas de Deus de Filipos,
precisavam aprender a desfrutar dessa paz, que é demonstração de equilíbrio
espiritual. O crescimento espiritual do crente é demonstrado através da sua
capacidade crescente para enfrentar as situações adversas. Essa paz é a shalom,
que, na língua hebraica, tem a ver com a dimensão integral do ser humano. O
cristão que desfruta dessa shalom não se abate quando as circunstâncias são
desfavoráveis. Antes se dirige a Deus em oração, apresentando suas
necessidades, e se for o caso, inquietações (Fp. 4.6). A paz com Deus nos foi
dada através de Jesus Cristo, quando morreu e ressuscitou pelos nossos pecados,
dando-nos justificação (Rm. 5.1). Mas a paz de Deus vem com a maturidade
cristã, principalmente através dos momentos de oração (Fp. 4.6). A oração
contribui para a disciplina da nossa mente, ela põe o foco na Pessoa certa, nos
direciona para o Deus de paz. Sem oração, tornamo-nos alvos fáceis do
pragmatismo moderno, jamais aprenderemos a esperar com paciência no Senhor (Sl.
40.1). Esta geração desaprendeu a orar, o ativismo nas igrejas é um sintoma
dessa triste realidade. Queremos fazer muito para Deus, dependendo apenas de
nós mesmos. Sem Jesus nada poderemos fazer, mesmo os resultados humanos não
passam de aparência (Jo. 15.5; Ap. 3.17).
3. EQUILÍBRIO NA VIDA CRISTÃ
A vida cristã equilibrada, sem se deixar conduzir
por extremos, é uma operação divina, mas carece da participação humana. Os
crentes precisam fazer alguma coisa para desfrutarem da alegria e da paz de
Deus que excede todo entendimento. O Apóstolo os ordena a pensar – logizomai em
grego – primeiramente no que é verdadeiro, alethe em grego, quer dizer
“verdade”, mas em oposição ao que é ilusório. Muitos crentes estão pautados no
que é aparente, não no que é real. Existe uma cultura do aparente na sociedade,
a mídia tem trabalhado para distorcer a percepção das pessoas. A cultura do
entretenimento está invadindo as igrejas, as pessoas vão para os cultos para se
divertirem, não para ouvirem a Palavra de Deus. Alguns cultos parecem mais com
programas de auditório, muita espetacularização, luzes e malabarismos. A
teologia da ganância, com o nome de prosperidade, está deturpando o conceito
bíblico de espiritualidade, o ter está sendo substituído pelo ser. Essa
teologia do engano está sendo repassada como se fosse verdade, e está tirando a
paz de muitos crentes, que buscam felicidade, mas não alegria do Espírito, riqueza
material, não tesouros no céu. (Mt. 6.19-21). Paulo diz ainda que os crentes
devem buscar tudo o que é respeitável, isto é, honesto, sem duplicidade de
caráter. A desonestidade está naturalizada na sociedade por causa do pecado.
Neste país, em que a política fomenta a corrupção, a corrupção é confundida com
benção, há até os que agradecem pela propina a Deus pela propina.
Diferentemente do mundo, o crente busca o que é justo, dikaios em grego, que
tem a ver com retidão, que o responsabiliza diante do outro. Ele pauta a sua
vida na santidade, na pureza, hagnos em grego, investe em valores morais,
sobretudo no seu caráter. Nesse caminho do equilíbrio espiritual, busca também o
que é amável, prosphiles em grego, que são as coisas agradáveis decorrentes do genuíno
amor cristão (I Co. 13). Ao invés de pensar que é torpe, o cristão medita
naquilo que é de boa fama, euphemos em grego, ou seja, palavras que não
distratam os outros. E por fim, seu pensamento não está voltado para a malícia,
mas para a virtude, arete em grego, que é a excelência da vida cristã, e para o
que merece louvor, apaino em grego, o que não é vergonhoso.
CONCLUSÃO
Extraído do blog: subsidioebd.blogspot.com.br
SUBSÍDIO II
Lição 11: Uma vida cristã equilibrada
15 de setembro de 2013
TEXTO ÁUREO
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai” (Fp 4.8). – “O crente
deve fixar sua mente nas coisas verdadeiras, puras, justas, santas, etc. Que
essa é uma condição prévia para experimentarmos a paz de Deus e o livramento da
ansiedade, fica claro no versículo 9. Se assim fizermos, "o Deus de paz
será convosco". O resultado de fixar nossas mentes nas coisas do mundo
será a perda da alegria, da presença íntima e da paz de Deus e, nossos corações
sem proteção”
VERDADE PRÁTICA
A fim de termos uma vida cristã
equilibrada e frutífera, precisamos ocupar a nossa mente com tudo àquilo que é
agradável a Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Filipenses 4.5-9.
5 Seja a vossa equidade notória a
todos os homens. Perto está o Senhor.
6 Não estejais inquietos por coisa
alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de DEUS, pela
oração e súplicas, com ação de graças.
7 E a paz de DEUS, que excede todo o
entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em CRISTO
JESUS.
8 Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum
louvor, nisso pensai.
9 O que também aprendestes, e
recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o DEUS de paz será
convosco.
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
• Conscientizar-se a respeito da excelência da mente
cristã;
• Compreender
o que deve ocupar a mente do cristão, e
• Analisar
a conduta de Paulo como modelo. Uma relação do que deve preencher o pensamento
do cristão: “tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo,
tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama”. Tais coisas
devem orientar os nossos pensamentos.
PALAVRA-CHAVE
Mente: Parte incorpórea, inteligente ou sensível do ser humano; pensamento,
entendimento.
COMENTÁRIO
introdução
Na
lição de hoje, veremos algumas virtudes que acompanham aqueles cujas vidas
foram transformadas pelo Evangelho de Jesus. O Evangelho não apenas proporciona
salvação à humanidade, mas também um conjunto de princípios de vida para cada
crente, seja na igreja, na família, na sociedade ou com Deus. Não são meras
prescrições ou exigências frias de um código de leis, mas valores que
transcendem a vida terrena. Veremos que o Evangelho é poderoso para mudar o
caráter de uma pessoa e torná-la apta a tomar para si o “jugo suave” e o “fardo
leve” de Cristo Jesus (Mt 11.30). [Comentário: Nesta lição, veremos as virtudes que devem
acompanham aqueles que foram transportados do reino das trevas para o reino de
Deus. A vida deste novo cidadão do Reino dos Céus deve ser regida por
princípios e valores que transcendem a vida terrena. Devemos entender que a
salvação oferecida por Deus através de Jesus Cristo não somente nos garante a
vida eterna, mas também nos oferece e pede que experimentemos um novo caráter,
uma nova forma de pensar e agir pautados segundo os valores do Reino dos Céus.
Na missiva aos Filipenses, Paulo apresenta essa pastoral exortando os filipenses
a respeito do cuidado que eles deveriam ter com aquilo que iria ocupar suas
mentes e nos legou um texto áureo para a vida de todo cristão: “tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
que é amável, tudo o que é de boa fama”. Este conjunto é útil não apenas
para o espiritual, mas para toda a vida do crente! Tenhamos todos uma excelente
e abençoada aula!]
I.
A EXCELÊNCIA DA MENTE CRISTÃ
1. Nossos pensamentos. O versículo oito da
leitura bíblica em classe na versão ARA diz: “seja isso o que ocupe o vosso
pensamento”. O apóstolo quer mostrar que a experiência de salvação, em Cristo,
produz uma mudança contínua em nossa forma de pensar, a fim de evitarmos as
futilidades mundanas que ocupam a mente das pessoas sem Deus. Paulo exorta-nos
a preenchermos a nossa mente com aquilo que gera vida e maturidade espiritual,
pois “nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16). Aqui surge uma pergunta
inevitável: “O que tem ocupado as nossas mentes no mundo de hoje?”.
Infelizmente, deparamo-nos com uma geração atraída pela ideologia do consumismo
e do materialismo, onde o ter é mais importante do que o ser. Tal postura anula
o ser humano, e faz com que os relacionamentos sejam pensados em termos de
vantagens, ou seja, se não houver algum benefício imediato, logo são
descartados. Esse comportamento nos aproxima do modo de vida mundano, e nos
distancia das coisas do Alto. [Comentário: O caráter e a conduta começam na mente .
Nossas ações são afetadas pelas coisas que habitam nossos pensamentos. No texto
em Fp 4.8, Paulo adverte seus leitores para se concentrarem nas coisas que
resultarão na vida correta e na Paz de Deus. Através do Espírito Santo, Paulo
tinha a mente de Cristo, e, portanto, a mente do Senhor. Aqueles oponentes que
não percebiam que o Espírito de Cristo e o Espírito do Senhor são uma mesma
pessoa, não tinham base para instruí-lo ou examiná-lo. Por implicação, aqueles
que aceitavam o ensino de Paulo tinham a bênção do Espírito Santo e entendiam
as realidades divinas. Aqui conseguimos entender quando Jesus afirma: “Já
não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas
tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a
conhecer” (Jo 15.15) - Cristo revela-se a seus discípulos indistintamente!
É através do estudo sistemático das Escrituras que nós adquirimos, com o
auxílio do Espírito Santo, a mente de Cristo. É isso que se depreende do
versículo 9: “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes,
e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco”.]
2. Pensando nas coisas
eternas.
Além da epístola aos Filipenses, o tema do processo de pensar é tratado por
Paulo em muitas outras ocasiões (Rm 12.2; Cl 3.2). Pensar nas coisas que são de
cima, por exemplo, não sugere que devamos viver uma espiritualidade irreal, e
sim equilibrada, conjugando mente e coração a partir dos valores espirituais na
vida terrena (cf. Jo 17.15,18; 1Co 5.9,10). Os maus pensamentos são frutos da
inclinação humana para o mal. Daí a recomendação de que a nossa mente deve ocupar-se
com a Palavra de Deus, com os princípios eternos do reino divino, “levando
cativo todo entendimento à obediência de Cristo” (2Co 10.5). [Comentário: Obediência, hupakoe; Strong 5218: De
hupo, “sob”, e akouo, “ouvir”. A palavra significa ouvir com atenção,
escutar com submissão, assentimento e concordância condescendentes. É usada em
relação à obediência em geral, para a obediência aos mandamentos de Deus e para
a obediência aos mandamentos de Deus e para a obediência a Cristo. Paulo já
havia salientado a diferença entre a sabedoria do mundo e a sabedoria espiritual
manifestada na cruz de Cristo, e tinha advertido aos crentes de Corinto para
não se deixarem iludir pela sabedoria do mundo (1Co 1.18-2.16). Se todo o
pensamento - então a pessoa inteira - nossas próprias ideias, motivos, desejos
e decisões - pertence a Cristo. O objetivo é levar todo entendimento
desobediente à obediência de Cristo.].
3. Agindo sabiamente. Sabemos que a sociedade
atual é dominada por ideologias contrárias ao Evangelho. E é exatamente a esse
mundo que o Senhor Jesus nos enviou a fazer a sua obra (Jo 17.18; cf. Mt 28.19).
Temos de atender o seu chamado! Não com medo, mas com coragem; não com
ignorância, mas sabiamente; não como quem impõe uma verdade particular, mas
como quem expõe e testemunha verdades eternas. À luz do exemplo de Jesus
Cristo, sejamos sal da terra e luz do mundo tendo “luz na mente, mas fogo no
coração”. [Comentário: Jesus é o exemplo supremo para as missões
cristãs. Todo verdadeiro crente é um “missionário” enviado ao mundo para dar testemunho
de Cristo, para alcançar os perdidos onde possam ser encontrados e conduzi-los
ao Salvador. Nessa missão, não precisamos de armas carnais, fracas, mundanas,
já que nossa luta não é contra carne e sangue (Ef 6.12). Precisamos das armas
que têm o poder de Deus (conhecimento de Deus) a fim de destruir qualquer coisa
que se oponha à vontade de Deus. Precisamos nos impor no campo das ideias, como
Paulo se refere em 2Co 10.5, especificamente, à guerra na mente, contra ideias
e atitudes arrogantes e rebeldes e contra toda a altivez oposta ao verdadeiro conhecimento
de Deus. Quão atual é esse conselho paulino! Devemos crer e pregar que o Senhor
poderá voltar a qualquer momento. A perspectiva do Novo Testamento é de que a
volta de Jesus é iminente (Lc 12.35-40); logo, devemos estar prontos,
trabalhando e vigiando em todo tempo (Mt 24.36; 25.1-13; Rm 13.12-14).].
SINOPSE
DO TÓPICO (I)
A Palavra de Deus exorta-nos a
preenchermos a nossa mente com aquilo que gera vida e maturidade espiritual,
pois “nós temos a mente de Cristo” (1Co 2.16).
II. O QUE DEVE OCUPAR A MENTE DO CRISTÃO (4.8)
1. “Tudo o que é verdadeiro e
honesto”. O apóstolo Paulo inicia a sua reflexão com a
verdade. Percebemos que, com essa virtude, o apóstolo entende tudo o que é reto
e se opõe ao falso. É tudo aquilo que é autêntico, não baseado em meras
suposições, ou em algo que não possa ser comprovado. Lamentavelmente, o
espírito da mentira entrou até mesmo entre os crentes e vem produzindo grandes
males. Difamações e rumores negativos acabam sendo comuns entre nós. E isso
desagrada profundamente a Deus. Quando o apóstolo dos gentios afirma que devemos
pensar “em tudo o que é honesto”, de fato, está nos exortando a desenvolvermos
uma conduta transparente e decorosa, digna de alguém que age bem à luz do dia
(Rm 13.13). O mundo não pode ver em nós um comportamento que contradiga os
conceitos éticos e bíblicos da verdade e da honestidade, pois isso é incoerente
aos princípios cristãos. O verdadeiro crente tem um firme compromisso com a
verdade. Ele não mente nem calunia seu irmão. [Comentário: As Escrituras enfatizam um alto padrão de
conduta moral, especialmente com vistas à proximidade da volta do Senhor,
quando será consumado nossa salvação. A estabilidade espiritual é o resultado
de como uma pessoa pensa. A forma imperativa do grego logizomai (morar
em) o torna um comando; pensamento correto não é opcional na vida cristã, é um
dever! Logizomai significa mais do que apenas entreter pensamentos,
o que significa "avaliar", "considerar", ou
"calcular". Os crentes devem considerar as listas de
qualidades de Paulo neste versículo e meditar sobre as suas implicações. A
forma verbal exige disciplina habitual da mente para definir todos os
pensamentos sobre essas virtudes espirituais. Provérbios 23.7 declara: "Porque,
como ele pensa consigo mesmo, assim ele é"].
2. “Tudo o que é justo”.
Aqui, de acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal (CPAD), as “coisas que são
‘justas’ obedecem aos padrões de justiça de Deus” para desenvolvermos uma relação
positiva com os que nos rodeiam. O padrão de justiça divina deve nortear o
nosso comportamento moral em relação a Deus e às pessoas. O verdadeiro cristão
deve pautar a sua conduta pela defesa de tudo o que é justo (Mt 5.6), agindo
contra tudo aquilo que promove injustiça e gera opressão. [Comentário: Os crentes devem pensar em tudo o que é correto.
Dikaios (direito) é um adjetivo, e deve ser traduzido como "justo".
Ele descreve o que está em perfeita harmonia com o eterno de Deus. Os crentes
devem pensar em questões que são consistentes com a lei de Deus. Aqueles que
procuram a justiça de Deus recebem aquilo que desejam, e não os que confiam em
sua própria justiça (Mt 5.6)].
3. “Tudo o que é puro e amável”.
Pureza sugere inocência, singeleza ou sinceridade em relação a algo não
contaminado ou poluído. Uma mente pura significa uma mente casta. A ideia de
“ser puro” é defendida por Paulo na perspectiva de que as palavras, as ações e
os pensamentos dos crentes de Filipos fossem francos e sinceros. A fim de que
toda impureza seja eliminada de sua vida, o crente tem de dar lugar para que o
Espírito Santo limpe continuamente o seu coração e consciência (Ef 5.3). Assim,
estaremos prontos a desejar tudo o que promove o amor fraternal. Desse modo,
“tudo o que é amável” é aquilo que edifica os relacionamentos entre irmãos. [Comentário: O crente deve fixar sua mente nas coisas
verdadeiras, puras, justas, santas, etc. Que essa é uma condição prévia para
experimentarmos a paz de Deus e o livramento da ansiedade, fica claro no
versículo 9. Se assim fizermos, "o Deus de paz será convosco".
O resultado de fixar nossas mentes nas coisas do mundo será a perda da alegria,
da presença íntima e da paz de Deus e, nossos corações sem proteção. Hagnos
(puro) descreve o que Deus nas Escrituras define como sagrado, moralmente limpo,
sem mácula. Em 1 Timóteo 5.22 é traduzida como "livre de pecado".
Os crentes devem purificar-se, porque Jesus Cristo é puro (1Jo 3.3); ainda, os
crentes são chamados a pensar em tudo que é Prosphiles (belo) - aparece
somente aqui no Novo Testamento. Podemos traduzir como "doce",
"gracioso", "generoso" ou "paciente". Os crentes
devem concentrar seus pensamentos sobre o que a Bíblia diz é agradável,
atraente e amável diante de Deus!].
4. “Tudo o que é de boa fama”. O
sentido de “boa fama” é simples e objetivo, pois a expressão se refere ao
cuidado que devemos ter com as palavras e ações em nosso dia a dia. Então, podemos
afirmar que boa fama é tudo o que é digno de louvor, de elogio e graça. Algumas
versões bíblicas traduzem a mesma expressão por bom nome. Tal se refere ao que
uma pessoa é, pois possuir um bom nome é o mesmo que ter um bom caráter. [Comentário: Os crentes devem pensar sobre tudo o que é de
boa fama. Euphemos (Também aparece somente aqui no Novo Testamento.); Strong
2163: comparar com “eufemismo” e “eufemístico”. Uma combinação de eu,
“bem”, e pheme, “um ditado”. Euphemos é um discurso gracioso,
próspero, digno de louvor e parecendo justo. Evita-se palavras de mau augúrio.
É encontrado um exemplo no Antigo Testamento em Pv 16.24: “Favo de mel são
as palavras suaves: doces para a alma e saúde para os ossos”. Ele descreve
o que é altamente considerado ou bem pensado. O pensamento dos crentes é elevado
pelo exame acurado das Escrituras. Em resumo, exorta Paulo, se há alguma
excelência e se alguma coisa digna de louvor, devo me debruçar sobre essas
coisas. A chave para uma vida piedosa é o pensamento divino, como Salomão
sabiamente observou: "Vigiai sobre o teu coração com toda a diligência,
porque dele procedem as fontes da vida" (Pv 4.23). ].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
O crente não deve ter um comportamento
que contradiga os conceitos éticos e bíblicos da verdade e da honestidade, pois
isso é incoerente com os princípios cristãos. O verdadeiro crente tem um firme
compromisso com a verdade.
III. A CONDUTA DE PAULO COMO MODELO (4.9)
1. Paulo, uma vida a ser imitada.
No versículo nove, o apóstolo dos gentios utiliza cinco verbos que denotam
ação: aprender, receber, ouvir, ver e fazer. Paulo utilizou tais recursos para
que os irmãos filipenses percebessem que poderiam viver as virtudes da Palavra
de Deus. Ele, inclusive, assume um papel referencial a ser imitado. Paulo não
tem a presunção de uma pessoa que se acha infalível, mas exorta aos filipenses
a serem uma carta transparente e exposta a quem quisesse vê-la. Eles deveriam,
pois, ser um modelo tanto aos crentes como aos descrentes. [Comentário: “Tudo o que vocês aprenderam, receberam,
ouviram e viram em mim, ponham-no em prática. E o Deus da paz estará com vocês”
(4.9). Este versículo introduz um elemento final que é essencial para a
estabilidade espiritual. As sete atitudes descritas no versículo anterior não
devem ser vistos como meros princípios abstratos; o pensamento divino não pode
ser divorciado do comportamento. A estabilidade espiritual se resume a viver
uma vida disciplinada de obediência aos padrões de Deus. Os filipenses deviam
guiar-se tanto pelo ensinamento de Paulo como pelo seu exemplo, especialmente
em seu amor pelos filipenses].
2. Paulo, exemplo de ministro.
Os obreiros do Senhor devem aprender com Paulo uma verdade pastoral: Todo
ministro de Deus deve ser transparente. Assim como o Deus da graça chamou os
fiéis da terra para serem irrepreensíveis, Ele igualmente nos chamou para
administrarmos o seu rebanho com lisura, amor e muita boa vontade (1Pe 5.2,3).
Essas qualidades pastorais são indispensáveis na experiência ministerial dos
líderes cristãos nos dias de hoje. [Comentário: A figura do pastor cuidado, proteção,
disciplina e orientação. Jesus retratou seu próprio cuidado pela Igreja (Jo
10.1-18) e o gracioso interesse de Deus pelos pecadores (Lc 15.3-7) como ações
de pastoreio. Os apóstolos designaram sobre as igrejas locais tutores
designados de presbíteros )At 14.23; Tt 1.5), que deviam cuidar do povo como os
pastores cuidam das ovelhas (At 20.28-31; 1Pe 5.1-4), conduzindo-os mediante
seu exemplo (1Pe 5.3) longe de tudo o que é nocivo para tudo o que é bom. Em
virtude de seu papel, estes presbíteros são chamados também de “pastores” (Ef
4.11). O Pastor que serve fielmente será recompensado (Hb 13.17; 1Pe 5.4; 1Tm
4.7,8). Hoje, cruzamos uma tormenta na ética pastoral, fica evidente a falta de
lideranças fortes e que sejam réplicas do modelo de liderança pastoral de
Paulo. Oremos para que o Eterno conceda à sua Igreja homens compromissados, com
um caráter cristão maduro e estável e uma bem ordenada vida pessoal (1Tm 3.1-7;
Tt 1.5-9)].
3. O Deus de paz.
Se buscarmos tudo o que é verdadeiro, honesto, justo, puro, amável e de boa
fama, teremos uma preciosa promessa: “E o Deus de paz será convosco”. A
presença do “Deus de paz” descreve uma segurança inabalável para aqueles que
confiam no seu nome. Ele nos orienta, guarda e protege. Por isso, devemos
experimentar da constante e doce presença do “Deus de paz”, e manter uma vida
irrepreensível diante dEle, pois nas circunstâncias mais adversas lembraremos
estas palavras: “E o Deus de paz será conosco”. [Comentário: A promessa anexa à obediência é que o Deus
da paz estará convosco. O Deus cujo caráter é a paz é o doador de paz. O
título de Deus da paz é um dos favoritos de Paulo (cf. Rm 15.33; 16.20;
2Co 13.11; 1Ts 5.23). É um lembrete de que aqueles que têm atitudes piedosas,
pensamentos e ações piedosos será vigiado pela paz de Deus e pelo Deus da paz.
Sua presença é essencial para a força, tranquilidade e satisfação necessária
para a estabilidade espiritual.].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Buscarmos tudo o que é verdadeiro,
honesto, justo, puro, amável e de boa fama “o Deus de paz será convosco”.
CONCLUSÃO
Disse
alguém, certa vez, que “o homem é aquilo que pensa” [Comentário: O filósofo Friedrich Hebbel afirmou certa vez;
“O homem vive do que pensa”. Salomão, preocupado com o poder do
pensamento escreveu: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração,
porque dele procedem os caminhos da vida (Pv 4.23)]. Devemos, portanto,
guardar a nossa mente de tudo quanto é vil, pernicioso, egocêntrico e imoral.
Só desfrutaremos de uma vida cristã saudável e equilibrada se alimentarmos a
nossa mente com tudo o que é do Alto. Por isso, leia continuamente a Palavra de
Deus. Apesar de a verdade, a honestidade, a pureza, a justiça, o amor e a boa
fama parecerem estar fora de moda, e até ignorados por grande parte da
sociedade, para o Altíssimo continuam a ser virtudes que autenticam os valores
do seu Reino. E nós, os que cremos, somos chamados a vivê-las aqui e agora (Mt
5.13-16). [Comentário: Quando invocamos a Deus, com um coração posto
em Cristo e na sua Palavra (Jo 15.7), a paz de Deus transborda em nossa alma
aflita. Essa paz consiste em uma tranquilidade interior, que o Espírito Santo
nos transmite (Rm 8.15,16). Envolve uma firme convicção de que Jesus está
perto, e que o amor de Deus estará ativo em nossa vida continuamente. (Rm
8.28,32; cf. Is 26.3). Como necessitamos hoje concretizar esse conselho paulino
em nossas vidas! Quando colocamos diante de Deus, em oração, as nossas inquietações,
essa paz ficará como guarda à porta de nosso coração e de nossa mente, para impedir
que os cuidados e angústias perturbem-nos a vida e a esperança em Cristo. Se o
medo e a ansiedade retornarem, novamente a oração, a súplica e a ação de graças
nos trarão a paz de Deus que guarda os nossos corações. Voltaremos a sentir segurança,
e nos regozijaremos no Senhor]. Finalizo esse comentário da Lição com uma pastoral do Rev Hernandes Dias Lopes: "A MINHA ALMA TEM SEDE DEUS! Deus é a delícia da minha alma. É como mel ao paladar. Outras coisas,
por mais belas aos olhas e mais saborosas ao paladar não se comparam com
a delícia da intimidade de Deus. É na presença de Deus que existe
plenitude de alegria e delícias perpetuamente. O pecado é atraente e
sedutor quando perdemos de vista a sublimidade do conhecimento de
Cristo. Quando contemplamos Cristo em sua beleza e quando temos uma
percepção da majestade de sua glória, então, os prazeres e glórias deste
mundo tornam-se como esterco. Ah! como precisamos conhecer mais a Deus.
O conhecimento de Deus é nossa glória mais sublime. O povo que conhece a
Deus é um povo forte. Que nossa alma anseie mais por Deus do que os
guardas pelo romper da alma! Que a nossa alma tenha mais sede de Deus do
que a corça pelas correntes das águas!"
NaquEle que me garante:
"Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de
Deus" (Ef 2.8).
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