sexta-feira, 21 de junho de 2013

LIÇÃO 12 - A FAMÍLIA E A IGREJA




 Evangelista Natalino das Neves


 SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO
A Bíblia nos ensina a chamar Deus de Pai, Abba, indicando, assim, que somos todos parte de uma família (M6. 6.9). Na aula de hoje veremos a importância da integração da família cristã dentro dessa família maior. Ao final, destacaremos aspectos práticos a fim de envolver todos os membros da família no contexto da igreja. Esperamos, com esta aula, despertar uma geração de desigrejados que não quer mais envolvimento, principalmente responsabilidades com a igreja local.


1. JESUS E A SUA IGREJA
A igreja é composta por pessoas que foram salvas através do sacrifício de Jesus Cristo. A palavra igreja vem do grego ekklesia significa assembleia, comunidade. Em sua formação gramatical, vem de klesia (chamados) e ek (para), dando ideia de pessoas que foram chamadas por Deus. Não podemos desprezar a igreja porque Cristo demonstrou Seu amor por ela (Ef. 5.25), derramando Seu próprio sangue (At. 20.28). Cristo está trabalhando para apresentar uma igreja santa perante o Pai (Ef. 5.25-27). Ele é o edificador da igreja, a Rocha que a sustenta, Sua pedra fundamental (Mt. 16.18; I Pe. 2.4,5). Ele é o Cabeça da Igreja, isto é, a suprema autoridade, por isso a igreja cristã não deveria ter papas, a Bíblia, a revelação de Deus, tem a última palavra (Ef. 1.22). Sendo Ele a Cabeça, a Igreja é o Seu corpo, espera-se, portanto, que esta dê continuidade à obra que Ele mesmo iniciou (Ef. 1.23; 5.23). A igreja de Jesus Cristo existe para cumprir um propósito, estabelecido desde a fundação do mundo (Ef. 3.10-11). A revelação de Deus, manifesta em Cristo, é dispensada à Igreja, que deve levar até aos confins da terra (At. 1.8). Por isso mesmo é a igreja, e não qualquer outras instituição humana, a coluna da verdade de Deus, ela extrai, da Palavra, os fundamentos a partir dos quais vive (I Tm. 2.15). A relação de Cristo com Sua igreja foi de sacrifício, Ele mesmo se entregou por Ela (Ef. 5.25). Espera-se, de igual modo, que a igreja dê continuidade ao sacrifício de Cristo, que complete Seus sofrimentos de Cristo, não para salvação, mas como marca do verdadeiro discipulado (Mt. 16.24; Cl. 1.24). Mas esse propósito unificador da igreja, por isso vivem em contendas (I Co. 1.10). Jesus espera que sua igreja seja uma, assim como Ele e o Pai são um (Jo. 17.1).


2. IGREJA, FAMÍLIA DE DEUS
Somos filhos de Deus, a Ele nos dirigimos como Aba, Pai (Rm. 8.18; Gl. 4.1-7; I Jo. 5.19), isso mostra a importância da metáfora familiar na constituição da igreja. Como membros da família de Deus, temos profunda inmidade com o Pai (Rm. 8.15), Jesus Cristo é nosso irmão mais velho (Rm. 8.29), fomos adotados pelo Pai em Cristo (Gl. 4.1-7), não somos mais escravos (Rm. 8.15). Por conseguinte, nos tornamos coerdeiros de Deus em Cristo (Rm. 8.17), participando da Sua morte e ressurreição (Rm. 8.11-13), do Seu Espírito Santo (Rm. 8.14,15), feitos a imagem de Deus (Rm. 8.29), nascidos de Deus (I Jo. 5.4). Essa filiação implica em responsabilidade, pois devemos viver em obediência, em conformidade com o caráter do Pai (Ef. 5.1; I Pe. 1.14-17). A metáfora familiar para se referir à igreja é bastante comum nos escritos de Paulo. Em I Tm. 1.2,18 o Apóstolo chama Timóteo, seu cooperador, de filho na fé. E orienta para que o jovem pastor de Éfeso tratasse os mais velhos, na igreja, como pais e mães (I Tm. 5.4,5). Por isso, os membros da igreja devem ser tratados como partes de uma mesma família (I Tm. 5.1,2), mostrando cuidado um com o outro (I Tm. 5,5,16). A relação da família com a igreja é revelada por Paulo em I Tm. 3.4.,5, colocando a governabilidade daquela como critério para o ministério pastoral. A família cristã, por conseguinte, é uma extensão da igreja, não há como a igreja ter saúde se as famílias tiverem problemas. O marido e a mulher devem viver em conformidade com a Palavra de Deus, em amor (Ef. 5.22,23). No contexto do lar, bem como na igreja, o amor-agape deve ser a base dos relacionamentos. Sem o amor-agape, a igreja, e também a família, não passará de barulho, mera formalidade (I Co. 13.1,2).


3. ENVOLVENDO A FAMÍLIA NA IGREJA
O envolvimento da família na igreja local é uma necessidade, não apenas para a continuidade da congregação, mas também para os próprios membros da família. Estamos nos deparando, nesses dias, com um movimento contrário à igreja. Tais grupos argumentam que a igreja, em sua institucionalização, nada tem de bíblica. É bem verdade que a institucionalização extremada da igreja pode resultar em engessamento. Mas a alternativa é a do equilíbrio, não devemos incentivar o desprezo pela congregação, como é costume de alguns (Hb. 10.25). Os desigrejados pensam que estão contribuindo ao criticar a igreja. Mas na verdade estão retirando muitos do caminho da fé cristã. As crianças, e principalmente os mais jovens, estão sofrendo com esse movimento que critica a igreja. Ao invés de descartar a igreja em sua essência, devemos investir recursos e tempo, para melhorar o convívio em tal contexto. As igrejas devem fazer todo possível para que as famílias se integrem aos trabalhos congregacionais.  Uma igreja com saúde busca, prioritariamente, a construção de relações duradouras entre as pessoas. Muitas igrejas locais estão perdendo a graça, literalmente, porque se tornaram ambientes de opressão. O amor, que é a vida da igreja, não é mais cultivado, as pessoas querem apenas cargos, ao invés de servirem uns aos outros (Cl. 3.22). A igreja local precisa ser um espaço no qual as pessoas possam se relacionar, não apenas tirar vantagens, mas contribuírem com sua edificação, não apenas física, também espiritual. Há igrejas que, tal como a de Laodiceia, têm templos suntuosos, bastante confortáveis, mas que as pessoas não se sentem parte de uma mesma família (Ap. 3.17). Não podemos esquecer que a igreja somos nós, por isso, ela será o que cada membro for. As famílias precisam ir à igreja, não apenas por obrigação, mas para adorar a Deus, e servirem uns aos outros em amor. A liderança cristã deve investir para que o ambiente eclesiástico seja agradável, mas sem abrir mão dos princípios bíblicos, sobretudo do seu papel fundamental, proclamar a verdade do evangelho de Jesus Cristo.


CONCLUSÃO
No Sl. 122 o salmista expressa sua alegria ao ser convido para ir ao Templo, a Casa do Senhor. Nós, os cristãos, não dependemos mais de um espaço físico determinado para adorarmos a Deus, pois Ele busca adoradores, que o façam em espírito e em verdade (Jo. 4.24). Isso, no entanto, não deve ser argumento para as pessoas se distanciarem do templos, que continuam sendo ambiente de adoração, principalmente de exposição das Escrituras. A família cristã pode resgatar o mesmo princípio do salmista, e se alegrar pela oportunidade de ir ao Templo, considerando que, ali, se relacionará com outros cristãos (I Co. 12.12-19), poderá orar coletivamente (Mt. 18.20), e crescer na doutrina de Deus (I Co. 14.26).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DeYOUNG, K., KUCK, T. Por que amamos a igreja. São Paulo: Mundo Cristão, 2010.

HUGHES, K., HUGHES, B. Disciplinas da família cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.


Extraído do Blog: subsidioebd.blogspot.com.br 




SUBSÍDIO II

I. FAMÍLIA: O ELEMENTO BÁSICO DA IGREJA



1. Sem a família a igreja não funciona


Não podemos ignorar a importância da igreja local junto à família, pois a saúde da igreja está diretamente ligada ao bem estar espiritual e moral da família. Uma igreja cujas famílias estão arruinadas espiritual e moralmente não terá condições de acolher os não crentes, nem terá autoridade para atuar junto à outras famílias na comunidade em que está inserida.


A família fortalecida na igreja é tão importante que o apóstolo Paulo aconselhou o pastor Timóteo a respeito da qualidade de um candidato ao episcopado. O apóstolo destaca a relação do aspirante com a própria família: “Convém, pois, que o bispo [...] governe bem a sua própria casa, tendo seus filhos em sujeição, com toda a modéstia (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?)” (1Tm 3.2,4,5). Aqui, ele expressa o impacto do relacionamento familiar com a funcionalidade da igreja local. Famílias desgovernadas, inevitavelmente, geram uma igreja sem direção.



2. A família como extensão da igreja


Além de a família ser o elemento básico da funcionalidade da igreja local, ela é a própria extensão desta. Descrevendo a respeito do culto doméstico, o saudoso pastor Estevam Ângelo disse: “Se a família quiser assistir a sete cultos a mais por semana, fazendo o culto doméstico, terá uma igreja em casa”. É verdade! Além de cultuar a Deus, a família representará o reino divino na vizinhança, no bairro e no mundo. O próprio Jesus falou: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20). Portanto, podemos fazer de nossa família uma extensão da Igreja de Cristo e representar seu Reino neste mundo.



II. A IGREJA ACOLHENDO AS FAMÍLIAS



1. A natureza humana da igreja


A etimologia da palavra igreja remonta a natureza humana do Corpo de Cristo. Mateus 18.17 e Atos 15.4 expressam ekklêsia (igreja) como reunião de pessoas, povo ou assembleia em nome do Senhor Jesus. É uma instituição composta de seres humanos dotados de sentimentos, desejos e volição. Nesse caso, a Igreja é “humana” em sua constituição e composição.



2. A dimensão relacional da igreja. Onde há pessoas, há relacionamentos


A Santíssima Trindade nos mostra um Deus relacional. As trinas pessoas relacionam-se comunitária, intensa e espontaneamente (Mc 1.9-13; Jo 5.17,19-28). Assim, a igreja expressa à dimensão relacional da Santíssima trindade entre os seus membros. É ali, que a família cristã está habilitada a relacionar-se como Igreja de Cristo, tanto com o Pai (Mc 12.30) como com o próximo (Mc 12.31). Assim, a igreja está pronta para acolher as famílias e suas idiossincrasias.



3. O relacionamento familiar na igreja


Não há dúvidas de que servir a Deus numa igreja local juntamente com toda a família é uma bênção. No entanto, para que este relacionamento continue a abençoar vidas é preciso zelar pelos seguintes princípios: (1) Na igreja local, a família não deve se fechar em si mesma; (2) Não deve haver motivações que desrespeitem a liderança constituída ou a qualquer outra pessoa; (3) A família deve investir tempo para se relacionar com outras famílias também.



4. A família do obreiro


O exercício do ministério não dispensa o obreiro de sua responsabilidade como esposo e pai. Infelizmente, em algumas igrejas locais, é comum cobrarem da família do pastor um padrão de perfeição que nem o Evangelho preceitua. Prevenção ao pecado e vida de retidão na presença de Deus e diante da sociedade são atributos peculiares a toda família cristã. Porém, é preciso reafirmar que a família do pastor é igual à de qualquer outra pessoa. A esposa do pastor tem nome, e os filhos também, e precisam dos mesmos cuidados que as demais famílias da igreja precisam.





III. A FAMÍLIA NA IGREJA LOCAL



1. A comunhão da família


No Salmo 133.1 lemos: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!”. Apesar de alguns pregadores interpretarem este texto de maneira alegórica, dando a ele uma simbologia espiritual, neste versículo o salmista Davi se refere à família de irmãos de sangue em crise, ou, de acordo com Matthew Henry, o homem segundo o coração de Deus escreve “esse salmo por ocasião da união entre as tribos quando todas elas se uniram unânimes para fazê-lo rei”. Logo, o Salmo davídico pronuncia a bênção para uma família que anda em comunhão: Irmãos e irmãs que vivem em paz no lar e fora dele são tão valiosos quanto o óleo que ungiu Arão, o sumo sacerdote. Numa casa pacífica e unida, as bênçãos do Senhor se manifestam.



2. Envolvendo-se com o Corpo de Cristo


A leitura bíblica em classe, particularmente os versículos 7, 11, 12, 13 e 15, destaca o exemplo de familiares unidos pela causa do Evangelho. O apóstolo Paulo muito se contentou com o esforço empregado em cada família na causa do Reino de Deus. Quando a família sente-se alegre em ir à igreja para adorar a Deus é uma grande bênção (Sl 122.1). Ela participa ativamente do culto e não se porta como mera assistente. São momentos preciosos que influenciarão a família por toda a vida.



3. Toda a família na casa de Deus. 


A igreja local é o espaço religioso onde adoramos a Deus e proclamamos o Evangelho. Nada pode impedir este ideário cristão. Por isso, a família chamada por Deus é convocada a depositar o seu talento na causa do Evangelho. No ensino, na pregação, na música ou qualquer outra atividade que vise pregar o Evangelho e edificar a Igreja de Cristo, a família cristã deve estar lá. Não deixe de ir aos cultos, à Escola Dominical e aos encontros da sua igreja. Esta rotina glorificará a Deus, e edificará você e a sua família.



CONCLUSÃO


Na lição desta semana vimos que a família é o elemento básico da igreja local. Esta, por sua vez, deve ser uma comunidade acolhedora de famílias carentes. E a família chamada por Deus, tem o privilégio de servir ao Altíssimo juntamente com outras famílias numa igreja local. Aqui, somos ensinados, edificados e exortados a representar o Reino de Deus neste mundo moderno. Portanto, não perca tempo: envolva-se com a sua igreja local, pois esta precisa de você e toda a sua família.


Extraído do blog: verdadeprofetica.blogspot.com.br

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