OBJETIVOS:
Atentar para a real motivação de um milagre.
Identificar os instrumentos de um milagre.
Especificar os reais objetivos de um milagre.
INTRODUÇÃO
I – A
MOTIVAÇÃO DO MILAGREII – A DINÂMICA DO MILAGRE
III – OS INSTRUMENTOS DO MILAGRE
IV – O OBJEIVO DO MILAGRE
CONCLUSÃO
VÍDEOS
Pr. José Gonçalves - Comentarista da Lição
Professor Natalino das Neves
SUBSÍDIO I
INTRODUÇÃO AOS MILAGRES
A teologia
evangélica está edificada sobre o sobrenatural. O nascimento virginal de
Cristo, o seu ministério cheio de milagres, a sua ressurreição física dos
mortos e a sua ascensão corpórea ao céu são apenas alguns numerosos milagres
essenciais para o Cristianismo bíblico. O sobrenatural é um pressuposto tão
importante para a teologia ortodoxa que, sem ele, o Cristianismo histórico
ruiria. Para citar o apóstolo Paulo: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a
nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados
como falsas testemunhas de Deus [...] E, se Cristo não ressuscitou, é vã a
vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em
Cristo estão perdidos” (1 Co 15.14-18). Antes que
um milagre possa ser identificado, sem entrarmos no mérito da verificação da
veracidade deste milagre – o que, obviamente, deve ser feito –, ele precisa ser
definido; não existe modo de descobrir um milagre a menos que saibamos o que
procuramos. Os teólogos têm definido os milagres de duas maneiras diferentes.
DUAS DEFNINIÇÕES DE MILAGRE
Historicamente,
os milagres têm sido definidos em sentido rígido ou moderado. Seguindo a linha
de Agostinho (354-430), alguns descrevem o milagre como sendo “um prodígio
[que] não é contrário à natureza, mas contrário ao nosso conhecimento da
natureza” (CG, 21.8).
O problema
com esta visão moderada dos milagres é que o evento pode não ser, de forma
alguma, sobrenatural; ele pode simplesmente se tratar de um evento natural para
o qual o observador, até aquele instante, desconhece qualquer tipo de
explicação natural. Isto significa que todas as anomalias naturais,
incluindo-se aqui os meteoros, os terremotos, os vulcões e os eclipses, foram,
em alguma época, considerados milagres pelas pessoas – e continuam a ser para
algumas. Seguramente, este tipo de milagres não apresenta qualquer valor
apologético, do tipo que se atribui aos milagres bíblicos (Mt 12.39,40; Mc
2.10,11; Jo 3.2; At 2.22; Hb 2.3,4; 2 Co 12.12).
Outros,
seguindo a linha de Tomás de Aquino, definem o milagre no sentido rígido, como
sendo um evento que vai além dos poderes da natureza e que somente poderia ser
produzido por uma força sobrenatural (Deus) (SGG, Livro 3). Como vimos, os
milagres só podem ser identificados com atos de Deus se utilizarmos esta
definição rígida, já que no sentido moderado não há como distinguí-los dos
acontecimentos incomuns da natureza. Além
disso, os milagres somente apresentam valor apologético quando os vemos no
sentido rígido, já que, nesta definição, eles ocorrem por intervenção
sobrenatural direta. Neste sentido, o
milagre é uma intervenção divina no mundo natural. Como disse o ateísta
Antony Flew: “Um milagre é algo que jamais teria acontecido se a natureza, por
si só, fosse deixada para operar pelos seus próprios mecanismos” (Flew, “M”,
in: Edwards, ed., EP, 346). A lei
natural descreve as regularidades causadas de forma natural; um milagre se
trata de uma singularidade causada de forma sobrenatural.
A DISTINÇÃO ENTRE MILAGRE E A LEI NATURAL
A fim de
explicar o que se quer dizer com um ato sobrenatural, precisamos de uma
compreensão inicial do que significa a lei natural. A lei natural é entendida
como forma normal, ordenada e geral através da qual o mundo opera. Em
contraste, um milagre – na sua definição mais básica – é uma forma incomum,
irregular e específica através da qual Deus age nos limites deste nosso mundo.
Os milagres
são sobrenaturais, mas não antinaturais. Como declarou o famoso físico Sir
George Stokes: “Pode ser que o evento o qual chamamos de milagre tenha ocorrido
não pela suspensão das leis de operação normal, mas pela superadição de algo
que, normalmente, não entra em operação” (ISBE, 2063). Em outras palavras,
quando um milagre ocorre, não se trata de uma violação ou contradição das leis
naturais de causa e efeito, mas sim um novo
efeito produzido pela introdução de uma causa sobrenatural.
Texto
extraído da obra “Teologia Sistemática:
Introdução à Teologia, A Bíblia, Deus, a Criação”, editada pela CPAD.
SUBSÍDIO 2
I-A
MOTIVAÇÃO DO MILAGRE
Nesta lição veremos a
narrativa bíblica que trata da multiplicação do azeite na casa da viúva (2Rs.
4.1-7).Veremos o pouco tornar-se muito,a escassez converter-se em abundância e o
vazio ficar cheio,para a glória de Deus.Observemos atentamente que todo e
qualquer milagre se dá unicamente pela fé obediente e,obviamente,pela
misericórdia e bondade divina.
1-A
necessidade humana:
As bênçãos de Deus vêm em
resposta a uma necessidade humana.A viúva de 2 Reis 4 é um ótimo exemplo do
favor divino em resposta às situações adversas que muitas vezes nos
encontramos.Sendo viúva,sentiu na pele o desamparo e impotência diante de
dívidas que não tinha como pagar (v.1).E,não podendo pagar, corria o risco de
perder seus filhos para os credores para servir-los como escravos.Vale lembrar
que,naquela época, não havendo possibilidade de quitar suas dívidas,era possível
o credor ser pago por meio de trabalho servil ou escravo.
Aquela mulher,percebendo
que nada poderia fazer sozinha,percebendo que sua voz não seria ouvida,rogou ao
profeta Eliseu,para que intercedesse de alguma forma a seu favor. Naquela
atitude,de ir ao encontro de Eliseu,pedindo socorro,sua fé é expressada na sua
confiança em Deus,sabia aquela mulher que Deus era seu socorro naquele
momento.Veja como Deus responde à nossa necessidade humana:
- Dá livramento quando estamos por perecer (Jeremias 20.13): Mesmo nos momentos que tudo indica que estaremos nas mãos dos homens,com suas sentenças,Deus se revela como aquele que nos livra de nossos inimigos sempre;
- Fortaleza do necessitado (Isaías 25.4): Quando imaginamos que todos estão contra nós, que não temos de onde tirar forças para prosseguir e lutar,Deus é a força daquele que o desamparado e o faz prosperar nessa situação adversa;
- É sensível ao clamor do necessitado (Salmo 69.33): No momento de solidão,de adversidade e tribulações, Deus quer participar conosco das tribulações que passamos e nos conceder vitórias sobre elas.
2-A
misericórdia divina:
Há uma concepção equivocada
em muitos da dinâmica de um milagre.Muitos são aqueles que imaginam que o
milagre ocorre pois Deus tem compaixão daquele que está sendo
afligido,desprezando a ação humana para que o milagre se materialize.Obviamente
que para o milagre acontecer dependemos da ação graciosa de Deus,de suas
misericórdias,para que possamos ver a modificação de um quadro,qualquer que
seja,porém, há uma responsabilidade humana na atuação divina para que o milagre
aconteça.Note o leitor que aquela mulher não ficou em casa esperando o milagre
cair do céu,antes,foi de encontro ao recém ungido profeta de Israel rogando-lhe
ajuda (v.1). O milagre que ela tanto necessitava não aconteceria por estar
sofrendo, ou por ter sido uma esposa de um discípulo dos profetas, nada
disso,seu milagre somente começou a se tornar real em sua vida no momento que
roga a ajuda do profeta.No Salmo 116,vemos este princípio claramente,pois a
resposta do salmista somente chegou porque ele clamou ao Senhor suplicando-lhe
misericórdias (vv.1-5).
II-A DINÂMICA
DO MILAGRE
Cada milagre narra do pelas
Sagradas Escrituras tem a sua particularidade.Por exemplo: Em um determinado
momento,Cristo cospe no chão e fez um lodo,com o qual untou os olhos de um
cego,mandando que se lavasse em Siloé,e ele foi curado (Jo.9.6-7).Naamã, por
exemplo,teve de lavar-se sete no Rio Jodão,contrariando sua compreensão da
maneira que seu milagre aconteceria (2 Rs. 5.9-14).Então,cada milagre é
particular e acontece de uma maneira única,porém, algumas coisas são
indispensáveis para um milagre acontecer.
1-Um
pouco de azeite:
Diante do clamor da
viúva,Eliseu pergunta-lhe: '...declara-me que é o que tens em casa.' (v.2).
Neste momento,vale uma observação: Todo milagre depende da entrega daquilo que
dispomos. Não se trata,absolutamente,de sacrifício daquilo que temos para
adquirir o milagre divino,não,mas, da nossa disposição em colocar à inteira
disposição do Senhor aquilo que possuímos para que aquilo que temos se torne
instrumento na realização do milagre que precisamos.Esse é o sentido da pergunta
de Eliseu,pois aquilo que a viúva possuía, tornar-se-ia,embora ela nem mesmo
soubesse, um instrumento para que sua resposta chegasse.Então,o milagre que
tanto pedimos e precisamos do Senhor, somente será manifestado em nossas vidas
no exato momento que apresentarmos a Deus aquilo que possuímos que será posto à
disposição para o milagre acontecer.
Por outro lado,aquele
azeite que a viúva possuía era tão pouco que ela quase esqueceu que possuía.Era
uma quantidade minguada que,aparentemente,não lhe traria benefício
nenhum.Incrivelmente,é este elemento tão escasso que a viúva possuía,que
Eliseu,com uma visão profética do milagre, determina que a mulher use para que
sua vida seja modificada (v.3).
[Texto Original de:
Gabriel Queiroz - Blog Verdade Profética]
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