sábado, 9 de março de 2013

EBD EM FOCO - LIÇÃO 10

HÁ UM MILAGRE EM SUA CASA

 TEXTO ÁUREO
"Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio" (2 Rs 4.4).
 
VERDADE PRÁTICA
A história da multiplicação do azeite da viúva mostra claramente que o Senhor é soberano e gracioso para suprir todas as necessidades de seus filhos.
 
 
 
 
 
OBJETIVOS:
Atentar para a real motivação de um milagre.
Identificar os instrumentos de um milagre.
Especificar os reais objetivos de um milagre.
 
INTRODUÇÃO
I – A MOTIVAÇÃO DO MILAGRE
II – A DINÂMICA DO MILAGRE
III – OS INSTRUMENTOS DO MILAGRE
IV – O OBJEIVO DO MILAGRE
CONCLUSÃO

VÍDEOS

Pr. José Gonçalves - Comentarista da Lição
 
Professor Natalino das Neves


SUBSÍDIO I
 
MILAGRES: o pressuposot sobrenatural
 
INTRODUÇÃO AOS MILAGRES

A teologia evangélica está edificada sobre o sobrenatural. O nascimento virginal de Cristo, o seu ministério cheio de milagres, a sua ressurreição física dos mortos e a sua ascensão corpórea ao céu são apenas alguns numerosos milagres essenciais para o Cristianismo bíblico. O sobrenatural é um pressuposto tão importante para a teologia ortodoxa que, sem ele, o Cristianismo histórico ruiria. Para citar o apóstolo Paulo: “E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus [...] E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos” (1 Co 15.14-18).Antes que um milagre possa ser identificado, sem entrarmos no mérito da verificação da veracidade deste milagre – o que, obviamente, deve ser feito –, ele precisa ser definido; não existe modo de descobrir um milagre a menos que saibamos o que procuramos. Os teólogos têm definido os milagres de duas maneiras diferentes.

DUAS DEFNINIÇÕES DE MILAGRE

Historicamente, os milagres têm sido definidos em sentido rígido ou moderado. Seguindo a linha de Agostinho (354-430), alguns descrevem o milagre como sendo “um prodígio [que] não é contrário à natureza, mas contrário ao nosso conhecimento da natureza” (CG, 21.8).

O problema com esta visão moderada dos milagres é que o evento pode não ser, de forma alguma, sobrenatural; ele pode simplesmente se tratar de um evento natural para o qual o observador, até aquele instante, desconhece qualquer tipo de explicação natural. Isto significa que todas as anomalias naturais, incluindo-se aqui os meteoros, os terremotos, os vulcões e os eclipses, foram, em alguma época, considerados milagres pelas pessoas – e continuam a ser para algumas. Seguramente, este tipo de milagres não apresenta qualquer valor apologético, do tipo que se atribui aos milagres bíblicos (Mt 12.39,40; Mc 2.10,11; Jo 3.2; At 2.22; Hb 2.3,4; 2 Co 12.12).

Outros, seguindo a linha de Tomás de Aquino, definem o milagre no sentido rígido, como sendo um evento que vai além dos poderes da natureza e que somente poderia ser produzido por uma força sobrenatural (Deus) (SGG, Livro 3). Como vimos, os milagres só podem ser identificados com atos de Deus se utilizarmos esta definição rígida, já que no sentido moderado não há como distinguí-los dos acontecimentos incomuns da natureza.  Além disso, os milagres somente apresentam valor apologético quando os vemos no sentido rígido, já que, nesta definição, eles ocorrem por intervenção sobrenatural direta. Neste sentido, o milagre é uma intervenção divina no mundo natural. Como disse o ateísta Antony Flew: “Um milagre é algo que jamais teria acontecido se a natureza, por si só, fosse deixada para operar pelos seus próprios mecanismos” (Flew, “M”, in: Edwards, ed., EP, 346). A lei natural descreve as regularidades causadas de forma natural; um milagre se trata de uma singularidade causada de forma sobrenatural.

A DISTINÇÃO ENTRE MILAGRE E A LEI NATURAL

A fim de explicar o que se quer dizer com um ato sobrenatural, precisamos de uma compreensão inicial do que significa a lei natural. A lei natural é entendida como forma normal, ordenada e geral através da qual o mundo opera. Em contraste, um milagre – na sua definição mais básica – é uma forma incomum, irregular e específica através da qual Deus age nos limites deste nosso mundo.

Os milagres são sobrenaturais, mas não antinaturais. Como declarou o famoso físico Sir George Stokes: “Pode ser que o evento o qual chamamos de milagre tenha ocorrido não pela suspensão das leis de operação normal, mas pela superadição de algo que, normalmente, não entra em operação” (ISBE, 2063). Em outras palavras, quando um milagre ocorre, não se trata de uma violação ou contradição das leis naturais de causa e efeito, mas sim um novo efeito produzido pela introdução de uma causa sobrenatural.

Texto extraído da obra “Teologia Sistemática: Introdução à Teologia, A Bíblia, Deus, a Criação, editada pela CPAD.


SUBSÍDIO 2

I-A MOTIVAÇÃO DO MILAGRE

Nesta lição veremos a narrativa bíblica que trata da multiplicação do azeite na casa da viúva (2Rs. 4.1-7).Veremos o pouco tornar-se muito,a escassez converter-se em abundância e o vazio ficar cheio,para a glória de Deus.Observemos atentamente que todo e qualquer milagre se dá unicamente pela fé obediente e,obviamente,pela misericórdia e bondade divina.

1-A necessidade humana:

As bênçãos de Deus vêm em resposta a uma necessidade humana.A viúva de 2 Reis 4 é um ótimo exemplo do favor divino em resposta às situações adversas que muitas vezes nos encontramos.Sendo viúva,sentiu na pele o desamparo e impotência diante de dívidas que não tinha como pagar (v.1).E,não podendo pagar, corria o risco de perder seus filhos para os credores para servir-los como escravos.Vale lembrar que,naquela época, não havendo possibilidade de quitar suas dívidas,era possível o credor ser pago por meio de trabalho servil ou escravo.

Aquela mulher,percebendo que nada poderia fazer sozinha,percebendo que sua voz não seria ouvida,rogou ao profeta Eliseu,para que intercedesse de alguma forma a seu favor. Naquela atitude,de ir ao encontro de Eliseu,pedindo socorro,sua fé é expressada na sua confiança em Deus,sabia aquela mulher que Deus era seu socorro naquele momento.Veja como Deus responde à nossa necessidade humana:

  • Dá livramento quando estamos por perecer (Jeremias 20.13): Mesmo nos momentos que tudo indica que estaremos nas mãos dos homens,com suas sentenças,Deus se revela como aquele que nos livra de nossos inimigos sempre;
  • Fortaleza do necessitado (Isaías 25.4): Quando imaginamos que todos estão contra nós, que não temos de onde tirar forças para prosseguir e lutar,Deus é a força daquele que o desamparado e o faz prosperar nessa situação adversa;
  • É sensível ao clamor do necessitado (Salmo 69.33): No momento de solidão,de adversidade e tribulações, Deus quer participar conosco das tribulações que passamos e nos conceder vitórias sobre elas.

2-A misericórdia divina:

Há uma concepção equivocada em muitos da dinâmica de um milagre.Muitos são aqueles que imaginam que o milagre ocorre pois Deus tem compaixão daquele que está sendo afligido,desprezando a ação humana para que o milagre se materialize.Obviamente que para o milagre acontecer dependemos da ação graciosa de Deus,de suas misericórdias,para que possamos ver a modificação de um quadro,qualquer que seja,porém, há uma responsabilidade humana na atuação divina para que o milagre aconteça.Note o leitor que aquela mulher não ficou em casa esperando o milagre cair do céu,antes,foi de encontro ao recém ungido profeta de Israel rogando-lhe ajuda (v.1). O milagre que ela tanto necessitava não aconteceria por estar sofrendo, ou por ter sido uma esposa de um discípulo dos profetas, nada disso,seu milagre somente começou a se tornar real em sua vida no momento que roga a ajuda do profeta.No Salmo 116,vemos este princípio claramente,pois a resposta do salmista somente chegou porque ele clamou ao Senhor suplicando-lhe misericórdias (vv.1-5).

II-A DINÂMICA DO MILAGRE

Cada milagre narra do pelas Sagradas Escrituras tem a sua particularidade.Por exemplo: Em um determinado momento,Cristo cospe no chão e fez um lodo,com o qual untou os olhos de um cego,mandando que se lavasse em Siloé,e ele foi curado (Jo.9.6-7).Naamã, por exemplo,teve de lavar-se sete no Rio Jodão,contrariando sua compreensão da maneira que seu milagre aconteceria (2 Rs. 5.9-14).Então,cada milagre é particular e acontece de uma maneira única,porém, algumas coisas são indispensáveis para um milagre acontecer.

1-Um pouco de azeite:

Diante do clamor da viúva,Eliseu pergunta-lhe: '...declara-me que é o que tens em casa.' (v.2). Neste momento,vale uma observação: Todo milagre depende da entrega daquilo que dispomos. Não se trata,absolutamente,de sacrifício daquilo que temos para adquirir o milagre divino,não,mas, da nossa disposição em colocar à inteira disposição do Senhor aquilo que possuímos para que aquilo que temos se torne instrumento na realização do milagre que precisamos.Esse é o sentido da pergunta de Eliseu,pois aquilo que a viúva possuía, tornar-se-ia,embora ela nem mesmo soubesse, um instrumento para que sua resposta chegasse.Então,o milagre que tanto pedimos e precisamos do Senhor, somente será manifestado em nossas vidas no exato momento que apresentarmos a Deus aquilo que possuímos que será posto à disposição para o milagre acontecer.

Por outro lado,aquele azeite que a viúva possuía era tão pouco que ela quase esqueceu que possuía.Era uma quantidade minguada que,aparentemente,não lhe traria benefício nenhum.Incrivelmente,é este elemento tão escasso que a viúva possuía,que Eliseu,com uma visão profética do milagre, determina que a mulher use para que sua vida seja modificada (v.3).

 
[Texto Original de: Gabriel Queiroz - Blog Verdade Profética]


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