sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

EBD EM FOCO - LIÇÃO 5


LIÇÃO 5
UM HOMEM DE DEUS EM DEPRESSÃO


TEXTO AUREO
"Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos" (2 Co 4.8,9).

VERDADE PRÁTICA

Os conflitos de Elias o levaram a enfrentar períodos de depressão e tristeza. Mas o Senhor ajudou-o superar.

 

 VÍDEO



 PROFESSOR FABIO SEGANTIN 

 

SUBSÍDIO

Um Homem de Deus em Depressão

Lição de número 5 a ser ministrada no dia 03/Janeiro/2013 nas AD's

Em sua trajetória, Elias sentiu toda a oposição de uma Casa Real que não temia a Deus. Além de sentir-se o último dos profetas, incompreendido por toda Israel, sem alguém que o acompanhe, Elias não tem com quem compartilhar toda a sua dor e sofrimento. Sozinho, contando apenas com a presença de Deus consolando-o (não que seja pouco obviamente!), o profeta desaba e fica depressivo, desmotivado e muito triste mesmo em meio a um ministério tão poderoso.

I-ELIAS - UM HOMEM COMO OS OUTROS

Quando observamos histórias de homens de Deus em sua trajetória de fé, muitas vezes achamos que tais homens estão, de alguma forma, isentos de determinadas situações que nós, crentes 'normais' passamos. Triste engano. O relato da história de Elias não teve esta parte da história de um dos maiores profetas de Israel omitido por quem quer que seja, muito pelo contrário, há um objetivo muito claro em apontar os momentos onde Elias viu-se desmotivado e depressivo. Tais relatos, como vemos em I Reis, tem como um dos objetivos, demostrar a natureza humana do profeta e, também, o poder do sentimento na vida do crente, mesmo daquele cheio da unção do Espírito Santo.

1-Um homem espiritual:

Lendo sobre a história de Elias, percebemos que o profeta era um homem muito espiritual, não pelos sinais que aconteciam, pois, como sabemos, os sinais podem acontecer mesmo nos falsos profetas (2Ts. 2.9). Os sinais confirmavam a pregação do profeta de Tisbe, mas, o que atestava sua espiritualidade não eram estes sinais e, sim, seu estilo de vida no exercício de sua fé e devoção a Deus. Observe alguns fatos que atestam a espiritualidade de Elias:
  • Era envolvido com a Palavra de Deus (I Reis 18.36): Elias mantinha-se fiel àquilo que havia aprendido. A Palavra era seu manual de fé e conduta,tanto no seu ministério, como na sua vida;
  • Homem de oração (I Reis 18.42,43): O profeta Tisbita mantinha uma vida devocional profunda. Era dedicado à prática da oração. Suas orações foram, m esmo no NT, inspiração aos crentes e apóstolos de Cristo (Tiago 5.17,18);
  • Servo obediente (I Reis 17.1): Não mantendo práticas religiosas, Elias mantinha sua submissão a Deus e Sua vontade. Em todos os momentos que Deus o direciona, o profeta segue rumo a determinação do Senhor sem questionar (IRs. 17.5,10;18.2);
  • Homem de intimidade (I Reis 18.36,37): Elias era um profeta que obtinha resultados e respostas poderosas, com gestos simples. No alto do Carmelo, o profeta faz uma simples oração e tem sua resposta prontamente respondida pelo Senhor, isso se dava, primeiramente pelo propósito divino, mas, também, pela intimidade que Elias possuía com Deus.
2-Um homem sentimental:

Elias não era apenas espiritual, também era sentimental. Como homem espiritual vivenciou diversos milagres e, sempre do lado 'de dentro' dos milagres. Elias não era um simples expectador diante do agir e do mover de Deus, era muito mais que isso. O profeta 'perturbador da nação' era uma peça importante em todo aquele mover que acontecia em Israel no tempo de Acabe e Jezabel. No momento certo o nobre profeta expõe toda a sua angústia e o fardo que lhe perturba. Embora tratado como um célebre profeta, herói da fé, cheio de poder e unção, pela Escritura, também é destacado seu lado humano na narrativa bíblica. Ao escrever sua epístola, Tiago deixa claro que Elias não era isento de tentações ou de situações de aflição (Tg.5.17). Não havia no profeta uma unção extra que o livrava das perseguições e das aflições desta vida. Muito pelo contrário, por haver uma unção grandiosa em sua vida, Elias via-se ainda mais afligido pelos homens.

II- AS CAUSAS DOS CONFLITOS DE ELIAS

Não foi por acaso que Elias, num determinado momento, cede aos medos e temores e a outros sentimentos que fariam com que ficasse extremamente sem perspectiva, decepcionado e com medo. Dois foram os principais motivos que levaram Elias a ficar depressivo: o medo e a decepção.

1-Decepção:

Após o episodio de Carmelo [1], Elias sofre de terrível decepção. Havia em Elias a certeza de que todo Israel,incluindo a corrompida monarquia,seria varrida por quebrantamento e se converteria após aquele glorioso mover dos céus.Havia no profeta a firme convicção de que tanto Jezabel, quanto Acabe, se renderiam à Palavra, uma vez que o falso deus Baal havia sido derrotado naquele confronto [2]. Aquela vitória, na resposta divina à voz do profeta, parecia que havia se tornado em derrota,haja vista a sentença de morte dada ao homem de Deus. Os resultados daquilo que aconteceu no cap. 18, a Elias, não foram lá muito animadores. O profeta tornou a ver a espada indo a seu encontro por proclamar a Palavra de Deus (I Rs. 19.2). Num momento Deus responde de forma poderosa (IRs. 18.38) e, no outro, parece que Deus o abandona e passa a estar nas mãos de homens ímpios.

2-Medo:

O medo é definido como um inquietação ante a noção de perigo real ou imaginário,de ameaça. Elias tem um momento onde claramente,embora fosse um grande homem de Deus,voz do Senhor,não estava imune dos sentimentos que todos nós,homens, estamos sujeitos. O profeta, diante das palavras de ameaça e sentença de morte dadas por Jezabel, não resiste e teme. Como homens, todos nós, inclusive os grandes homens de Deus, que tem uma vida espiritual profunda e uma 'agenda profética' intensa, estamos sujeitos a passar por todas estas coisa, como foi com o célebre Elias. No decorrer da narrativa Bíblica é fácil observar outros de grande Fé que, em determinados momentos, tiveram medo em detrimento de fé inabalável.
III-AS CONSEQUÊNCIAS DOS CONFLITOS
Os conflitos gerados pela depressão que o profeta Elias enfrentou,causaram na vida daquele profeta consequências, as quais, se não fossem tratadas, afundariam ainda mais este homem na crise pela qual passava.[4]

1-Fuga e isolamento:

Como consequência natural causada pelo medo, o profeta foge. É óbvio, se estamos com medo, naturalmente temos a tendência de fugir de diante daquilo que nos causa temor. O grande problema é que os conflitos de Elias, que muitas vezes nos atingem também, levaram o profeta a isolar-se. Elias foge e se isola no deserto (1Rs. 19.4), abre mão da comunhão e corta qualquer tipo de relacionamento que pudesse o ajudar neste momento de extrema aflição. Em meio a adversidade, em meio a uma sentença de morte, em meio a um momento de extrema aflição e desgaste espiritual, não podemos romper os laços da comunhão, não devemos nos isolar no deserto (Sl. 27.5;32.7). Note que Elias vai até Berseba com o seu ajudante e ali o deixa, partindo sozinho para o deserto de Horebe(19.3-4). E, sozinho, pede a morte (v.4), é no momento do isolamento que surgem as opções carnais para resolução de nossas aflições.

2-Autopiedade e desejo de morrer:

Seu comportamento depressivo vai se tornando mais evidente à medida que lemos o capítulo 19, a autopiedade - termo semelhante para autocomiseração, cunhado pelos psicólogos - é revelada em suas declarações. Elias acreditava que não haviam mais fiéis na terra, cria que todos os israelitas haviam trocado sua fé e abraçado a Baal e Aserá juntamente com o governo ímpio (19.10). Agora repare, leitor, há algumas coisas que não fazem muito sentido: o profeta diz que não há mais fiéis em Israel,mas, o que dizer do capítulo 18, onde o povo refaz a aliança com Deus, após os sinais ocorridos? [3] Havia uma confusão com o profeta,pois, se esquecera que muitos daquele povo haviam refeito a aliança com Deus naquele dia, tendo como confirmação, inclusive, uma sentença de morte aos profetas de Baal (18.39-40). Tal depressão,que havia se instalado no profeta, não o permitiu atentar para os milagres que haviam ocorrido de forma gloriosa há um tempo não muito distante, sua visão estava distorcida, como veremos mais adiante.

Então, o profeta sem uma direção correta, começa a gerar em si o desejo de morrer (19.4). Não vê mais solução para o seu caso. A saída que vislumbra diante de si é a morte, afinal, é melhor cometer um suicídio a perecer pelas mãos de um rei ímpio e de uma Jezabel. Elias perde o encanto pela vida ao imaginar que seu ministério não havia cumprido seu propósito. Dizemos isto, pois, mesmo depois de o povo fazer um conserto com Deus, renunciando a Baal, o profeta acredita que seu objetivo não foi alcançado pois a Casa Real não se rende à mensagem que prega.

IV- O SOCORRO DIVINO

Agora o profeta já está consumido por esta terrível depressão. O homem de Deus foca o seu olhar exclusivamente para o problema da corrupção de Israel que, acreditava, não ter sido revertido em seu ministério profético. O profeta Elias, sabendo de sua chamada e responsabilidade como representante divino, é consumido pelo zelo à obra de Deus (Sl.69.9)e,por acreditar que seu ministério é infrutífero, deixa que a corrupção de Israel,agora menor pelo conserto ocorrido em cap. 18, estava irreversível. Nesta hora, Deus entra em cena e começa a curar o profeta mostrando a ele as coisas do ponto de vista divino.

1-A provisão física:

A cada momento é mais evidente que Elias passa por um  momento de depressão, isso porque o texto bíblico nos traz todas as evidências de alguém depressivo. Ainda que não aceitemos isto, que um homem cheio de poder do alto, arauto de Deus, seja assolado por uma coisa tão terrível como uma depressão, é bom atentarmos e aceitarmos que Elias foi sim oprimido por esta situação, e, não foi o único na narrativa bíblica. Contudo, uma intervenção divina trouxe vida novamente ao profeta Tisbita. O primeiro momento desta cura sobrenatural é a provisão física do profeta.

Elias não tem mais forças, esperanças, planos, e, clar o, nem mesmo visão ministerial. Perde a vontade de alimentar-se, apenas dorme (19.5). Deus começa a curá-lo mandando um anjo àquele profeta acostumado com a presença de Deus. O anjo, na missão de cuidar daquele profeta em crise, não somente prepara seu alimento (19.6), mas, também, insiste com o profeta que se alimente (19.7). Naquela situação de isolamento, causada pelo próprio profeta, o anjo é o único que pode animar Elias para sair daquela depressão, é o único que pode dar alguma ajuda externa para animá-lo naquela situação toda. Deus? bem, o Senhor entra em cena depois...

2-A provisão espiritual:

Após alimentar-se e seguir rumo a Horebe (Sinai), o profeta passa a noite na caverna (19.9). Deus, então, começa a falar com o profeta e ouve atentamente todas as queixas dele. Ali, Deus supre as necessidades espirituais. A ida de Elias a Horebe não foi apenas visando uma restauração física e emocional, mas, uma restauração e avivamento em seu espírito que lhe permitisse prosseguir em seu ministério de poder (1Rs. 19.8-15).



[Texto original de: Gabriel Queiroz - Blog Verdade Profética]

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