quinta-feira, 10 de agosto de 2017

LIÇÃO 7: A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO


 
SUBSÍDIO I

A lição desta semana é a respeito do artigo seis do Credo das Assembleias de Deus no Brasil: “[Cremos] Na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus para tornar o homem aceito no Reino dos Céus (Jo 3.3-8, Ef 2.8,9)”. De acordo com esse artigo, estão claras pelo menos duas verdades em relação ao novo nascimento: (1) o ser humano sem Deus precisa nascer de novo; (2) o novo nascimento ocorre pela graça de Deus, mediante a fé em Jesus, com o auxílio do Espírito Santo e da Palavra de Deus pregada às pessoas. Por isso, podemos destacar duas doutrinas básicas nesse único artigo: a da Salvação e, especificamente, uma expressão desta, a Regeneração. 
A salvação da pessoa sem Deus nada tem a ver com mérito pessoal ou autojustificação, mas com o livramento do indivíduo da condenação eterna e a restauração da comunhão do ser humano com o Criador. É o que afirma a nossa Declaração de Fé:

Cremos, professamos e ensinamos que a salvação é o livramento do poder da maldição do pecado, e a restituição do homem à plena comunhão com Deus, a todos os que confessam a Jesus Cristo como seu único Salvador pessoal, precedidos do perdão divino: “A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele creem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” (At 10.43).

Assim, à luz das Escrituras Sagradas, mais especificamente a partir da narrativa do diálogo de Jesus com o mestre judeu, Nicodemos, todo ser humano, religioso ou areligioso, precisa passar pela experiência salvífica do novo nascimento. É preciso nascer de novo, sofrer uma transformação de dentro para fora. É preciso passar pela experiência da Regeneração.
Num contexto em que várias ideologias presentes na sociedade propõem mudar o comportamento humano por intermédio de teorias da Educação, ou teorias psicanalistas ou psicológicas, de acordo com a tentativa de forçar uma mudança de mentalidade dos indivíduos, prometendo-lhes bem-estar e felicidades, o que mostrou-se um fracasso sistemático, é importante trazermos à tona a preciosa doutrina da Regeneração. Mas antes, vejamos a opinião de um importante psiquiatra e psicanalista, Viktor E. Frankl, em sua obra intitulada “O Sofrimento de uma vida sem sentido: caminhos para encontrar a razão de viver”, sobre a saúde do “interior humano”. Frankl mostra que o ser humano moderno sofre com uma “frustração existencial” expressada por “um sentimento de inferioridade, mas de um sentimento abismal de falta de sentido, que está associado a um sentimento de vazio interior”, o qual o estudioso da mente humana denomina de um “vazio existencial”. Aqui, não discutiremos o ponto de vista profissional da saúde psíquica, mas o objetivo é mostrar que a opinião de Viktor Frankl deixa claro o caos existencial do indivíduo moderno. Ele pode estar num país desenvolvido, cuja renda per capita garante uma vida confortável, tenha tudo funcionando suficientemente bem, entretanto, esse indivíduo se vê vazio, sem sentido, num sofrimento existencial incrível.
A história da Igreja mostra, por intermédio dos seus retumbantes testemunhos, que indivíduos ao passarem por uma experiência autêntica de regeneração resgataram o significado de sua existência. Isso ocorre porque essa experiência exprime uma transformação radical na consciência, a natureza interior de um indivíduo. Não há nada projetado, sugestionado para a pessoa fazer, simplesmente o indivíduo tem um encontro com Cristo e, por intermédio do Espírito Santo, é convencido de sua real natureza e decide viver para a glória de Deus. A Declaração de Fé das Assembleias de Deus denomina esse milagre de Regeneração, isto é, a

transformação do pecador numa nova criatura pelo poder de Deus, como resultado do sacrifício de Jesus na cruz do Calvário. Essa obra é também conhecida como novo nascimento, ou nascer de novo e nascer do Espírito. Trata-se de uma operação do Espírito Santo na salvação do pecador.

A Palavra de Deus mostra que Nicodemos, o mestre da religião judaica, estava cheio de certezas religiosas, mas nosso Senhor o fez perceber elas não faziam sentido algum sem ter a consciência verdadeira do maravilhoso salvador. A vida só faz sentido quando nos encontramos verdadeiramente com o nosso Senhor, Salvador e Rei. É preciso nascer de novo! É preciso ser regenerado! É preciso sofrer uma metanoia do Espírito!

SUGESTÃO PEDAGÓGICA

Professor, professora,
Após realizar a exposição do conteúdo da lição desta semana, separe pelo menos uns cinco minutos antes de encerrar o tempo na classe. Nesse momento, escolha dois ou três alunos e peça para que conte suas experiências de novo nascimento. Após compartilharem essas experiências, repare se há algum visitante na classe que ainda não teve um encontro com o Senhor Jesus. Se houver, não deixe de fazer o convite de salvação. Ore ao Senhor para que a aula deste domingo toque os corações.


Ensinador Cristão, Ano 18, nº 71, jul./set. 2017.

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na aula de hoje estudaremos uma das doutrinas fundamentais da fé cristã, nem sempre considerada nos arraiais evangélicos, sobretudo nesses tempos atuais. Trata-se do novo nascimento, a experiência da regeneração, pela qual passa aqueles que têm um encontro com Jesus. Inicialmente refletiremos sobre Nicodemos, a autoridade religiosa que procurou Jesus de noite, tendo sido informado sobre a necessidade de nascer do alto. Ao final, meditaremos sobre a conversão de Saulo, um modelo de alguém que realmente nasceu do Pai.
                                                                                                                
1. NICODEMOS, O RELIGIOSO

Nicodemos, pelo que sabemos do Evangelho, era um fariseu, um membro dessa religião, sendo membro do sinédrio (Jo. 7.50). A fim de se preservar dos críticos, esse homem decidiu se aproximar de Jesus, mas o fez a noite, para não ser identificado. Ao que tudo indica, era uma pessoa de boa índole, extremamente religioso, e como a maioria dos fariseus, moralista. Os fariseus era um grupo separatista dentro do judaísmo, que buscava agradar a Deus através dos rituais religiosos (At. 26.5; Gl. 1.14; Fp 3.5). O problema dessa religião, como todas as demais, é a tentativa de autojustificação perante Deus. Mas conforme já destacamos em aulas anteriores, o salário do pecado é a morte (Rm. 6.23), e ninguém pode se justificar através de méritos próprios (Ef. 2.8,9). Nicodemos ficou bastante perplexo com a declaração de Jesus, de que era necessário nascer de novo, pois ele acreditava que sua religião era suficiente. A religião acomoda o ser humana, tira-lhe a responsabilidade, isenta-o da preocupação com o outro. A maioria das pessoas religiosas se fiam em seus preceitos, e acham que agradarão a Deus simplesmente pelo que fazem, ou deixam de fazer. Nicodemos reconheceu que os sinais que Jesus realizava eram provenientes de Deus, mas Jesus não se deixou levar pelo elogio, antes o advertiu quanto a necessidade premente do novo nascimento. A religião é uma torre de Babel, não passa de uma construção meramente, incapaz de levar o homem a Deus.

2. A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO

Como o ser humano é incapaz de salvar a si mesmo, necessita passar pela experiência do novo nascimento. Jesus foi enfático a esse respeito: “aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus” (Jo. 3.3). Esse novo nascimento é diferente do nascimento na carne, pois todas pessoas nasceram do ventre de uma mãe. Mas o novo nascimento é de natureza sobrenatural, na verdade, é espiritual, e procede do Pai. É uma obra do Espírito Santo, que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo (Jo.3.5;16.8). Essa experiência também é denominada de regeneração, pois acontece quando somos gerados de novo pela palavra de Deus (I Pe. 1.23). O termo “novo”, no grego neotestamentário, é anothen, pode ser mais precisamente traduzido por “de cima”. Essa ideia faz oposição ao nascimento biológico, assegurando que é uma obra divina, pela agência do Espírito Santo, pois o vento sopra, através da Palavra. Ainda que as pessoas sejam boas, tais como Nicodemos e tantos outros moralistas, fato é que todos precisam nascer de cima. As boas ações não podem salvar as pessoas, para efeito salvífico, não têm qualquer valore (Is. 41.29). Não podemos esquecer que “todos pecaram” (Rm. 3.23), por conseguinte, todos precisam nascer de cima. Esse nascimento traz implicações éticas para a vida daquele que passou por essa experiência, isso porque passa a ser nascida de Deus (I Jo. 2.29), e é identificada como nova criatura (II Co. 5.17).

3. SAULO DE TARSO, UM EXEMPLO

Saulo de Tarso, que ficou mais conhecido como Paulo, é um exemplo de alguém que nasceu de Deus. Antes de ter um encontro pessoal com Cristo, não passava de um religioso zeloso, um dos principais entre os fariseus. Ele mesmo assumiu que era um dos mais cuidadosos entres os praticantes da religiosidade judaica (At. 26.5; Gl. 1.14; Fp. 3.5). Até que na estrada de Damasco, enquanto seguia para perseguir os cristãos, foi alcançado pela graça de Deus, e prostrado em terra, sem poder ver, ouviu a voz que bradou: “Saulo, Saulo, por que me persegues? ” (At. 9.4). A partir de então, aquele que era um perseguidor inveterado dos cristãos, passou a ser um deles e a pôr em risco sua própria vida, por amor do Senhor Jesus Cristo. A religião de Paulo, ainda que bem-intencionada, estava limitada em relação a Deus. Ninguém é salvo por seguir uma ou outra religião, somente aqueles que seguem a Cristo, podem ter a segurança da vida eterna (I Jo. 1.2). Por causa desse encontro com Jesus, a vida de Paulo foi totalmente transformada. Ele passou a pautar sua vida pela direção do Espírito Santo, e não fazia mais o que queria, antes a vontade de Deus. Ao escrever sua Epístola aos Gálatas, Paulo mostra a interdição da religião humana. Por méritos religiosos ninguém consegue agradar a Deus, isso somente pode ser feito no Espírito, quando andamos nEle e permitimos que produza em nós o Seu fruto (Gl. 5.22).

CONCLUSÃO

A religião, ainda que bem-intencionada, é incapaz de salvar o homem. O pecado distancia-o do Seu criador, e o reduz a uma condição desumana (Rm. 3.23). Por causa disso, Deus providenciou um plano para salvar os pecadores, através do sacrifício de Cristo na cruz do calvário (Jo. 3.16; Rm. 6.23). Quando o pecador crer em Cristo, e tem um encontro pessoal com Ele, passa pelo processo da regeneração, e nasce de novo, ou melhor, de cima.
  
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

O tema da presente lição é de suma importância porque muitas pessoas estão equivocadas nas coisas concernentes à salvação, assim como Nicodemos também estava. As boas ações, um padrão de vida exemplar e até mesmo a prática de uma religiosidade sincera não conduzem ninguém à vida eterna. O diálogo de Jesus com Nicodemos, um líder religioso honesto e sincero, revela a necessidade do novo nascimento para entrar no Reino dos Céus. [Comentário: Em seu sermão "O Novo Nascimento", John Wesley afirma: “Se alguma doutrina, dentro de toda a extensão do Cristianismo, pode ser propriamente denominada fundamental, essas duas, sem dúvida são elas: a doutrina da justificação, e aquela do novo nascimento. A primeira relativa àquele grande trabalho o qual Deus operou por nós, perdoando nossos pecados; a última, ao grande trabalho que Deus operou em nós, renovando nossa natureza caída. Na ordem do tempo, nenhuma delas é colocada antes da outra: No momento em que nós estamos justificados, pela graça de Deus, através da redenção que está em Jesus, nós somos também "nascidos do Espírito", mas, em ordem de pensamento, como está denominada, justificação precede o novo nascimento. Nós, primeiro, temos em mente, sua ira sendo desviada, e, então, seu Espírito operando em nossos corações” http://raylanderalves.blogspot.com.br/2010/10/o-novo-nascimento-john-wesley.html. A maior parte dos cristão gosta de se referir como sendo cristãos “nascidos de novo”. No entanto, essas palavras têm pouco ou nenhum significado a muitos deles. Há uma grande discordância acerca do que exatamente significam essas palavras. Como uma pessoa é nascida de novo? É algo que o homem faz? Ou é algo que somente Deus pode fazer? A fim de entender o novo nascimento nós precisamos examinar cuidadosamente as passagens bíblicas que lidam com essa questão muito importante. Nesta aula vamos considerar a necessidade do novo nascimento; e uma pergunta importante com relação ao novo nascimento é “Que diz a Escritura?” (Gl 4.30).] 

I. UM LÍDER RELIGIOSO BEM-INTENCIONADO
                                
1. Quem era Nicodemos? Muito pouco se sabe a respeito dele. Seu nome é grego e significa "vencedor do povo". Era fariseu, um príncipe do povo (Jo 3.1) e membro do sinédrio (Jo 7.50). Nicodemos viu em Jesus algo que não existe em nenhum dos seres humanos, mas ainda assim parece que não queria ser visto pelo povo conversando com o Mestre. Talvez isso justifique o fato de ter ido à noite se encontrar com o Senhor (v.2). Nicodemos nunca mais foi o mesmo depois desse encontro com Jesus (Jo 7.51; 19.39). Esse diálogo impressiona as pessoas ainda hoje, pois nele está o que consideramos ser o texto áureo da Bíblia (Jo 3.16). [Comentário: Era Páscoa, quando também o Nazareno se encontrava em Jerusalém, este fariseu membro do sinédrio (na Palestina, sob o domínio romano, assembleia judia de anciãos da classe dominante à qual diversas funções políticas, religiosas, legislativas, jurisdicionais e educacionais foram atribuídas [A palavra aparentemente foi aplicada a diversos corpos diferentes, mas designa especialmente a suprema corte judia legislativa e judicial de Jerusalém, o Grande Sinédrio). Nicodemos tinha a convicção de que Jesus viera da parte de Deus, conforme declarou em João 3.2: “Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele”. Chegamos também à sublime conclusão de que Nicodemos não fora por conta própria manter o diálogo com o Nazareno, quando declara “sabemos”, significando ele e quem o enviou, que pode ter sido um grupo de zelosos judeus que aguardavam a remissão de Israel por intermédio do Messias. Ele era o porta-voz daqueles que desejavam dirimir as suas dúvidas. ]

2. Os fariseus. Representavam o povo e, apesar de serem minoria na sociedade pré-cristã, exerciam forte influência na comunidade judaica. Eram membros do sinédrio e tornaram-se inimigos implacáveis de Jesus. Esse grupo formava uma seita (At 15.5). O apóstolo Paulo declara que o grupo dos fariseus, ao qual Nicodemos pertencia antes de sua conversão, era a mais severa seita do judaísmo (At 26.5; Gl 1.14; Fp 3.5). Os Evangelhos estão repletos de provas do comportamento negativo dos fariseus e de suas hipocrisias. Tanto que a palavra "fariseu" tornou-se sinônimo de hipócrita e fingido, até os dias de hoje. Felizmente, Nicodemos era diferente deles (Jo 7.50,51). [Comentário: De forma muito sucinta, Fariseu (do hebraico פרושים) é o nome dado a um grupo de judeus devotos à Torá, surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus, criam numa Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da sinagoga. Eram em sua maioria empresários de classe média e, por conseguinte, tinham contato constante com o homem comum. Os fariseus eram muito mais estimados pelo homem comum do que os saduceus. Apesar de serem uma minoria no Sinédrio, eles pareciam controlar o processo decisório do Sinédrio muito mais do que os saduceus, já que tinham o apoio do povo. As palavras fortes de Jesus “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas” ecoam através de todo Mateus 23 (vs 13,14,15,23,25,27,29). Os evangelhos estão cheios de controvérsias entre Jesus e os fariseus (Mt 9.11,34; 12.2,14,24,38; 15.1,12; 16.6-12; Lc 11.37-44; 12.1). ]

3. Os sinais efetuados por Jesus. Pouco tempo depois das bodas de Cana da Galileia, Jesus retornou à Judeia, subindo a Jerusalém (Jo 2.13). Era a sua primeira aparição pública na capital quando Nicodemos lhe procurou. Nessa ocasião, Jesus operou muitos milagres e, "estando ele em Jerusalém pela Páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome" (Jo 2.23). Esses milagres atraíram Nicodemos. Talvez ele tenha se referido a esses feitos milagrosos quando se dirigiu a Jesus, pois disse que "ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele" (v.2). [Comentário: Como já explicado no subtópico 1, o que levou Nicodemus até Jesus foi o grupo que ele representava, inferido pelo texto de João 3.2. Lucas 5.17 declara: “E aconteceu que, num daqueles dias, estava ensinando, e estavam ali assentados fariseus e doutores da lei, que tinham vindo de todas as aldeias da Galileia, e da Judéia, e de Jerusalém. E a virtude do Senhor estava com ele para curar”. O que nós temos aqui, escutando o ensino de Jesus, não são meramente alguns líderes Judaicos da cidade de Cafarnaum. O registro de Lucas declara muito claramente que estavam ali reunidos todos os líderes Judaicos oriundos de todo o país (cercanias da Galileia, Judeia, e Jerusalém). Porque é que todos estes líderes Judaicos de repente têm uma convenção em Cafarnaum? Esta foi a reação deles ao primeiro milagre messiânico (a cura de um leproso Mt 8.2-4; Mc 1.40-45; Lc 5.12-16). Eles sabiam que Jesus tinha curado um leproso. De acordo com os seus próprios ensinos, apenas o Messias podia curar um leproso. Se Jesus tinha curado o leproso, isso podia significar muito bem que Ele era o Messias. É nestas circunstâncias que todos se juntaram para investigar Jesus. Segundo a lei do Sinédrio, se houvesse qualquer espécie de movimento messiânico, o Sinédrio deveria investigar a situação em duas fases. A primeira fase era chamada a “fase da observação”. Era formada uma delegação para investigar apenas por via da observação. Esta delegação deveria observar o que estava a ser dito, o que estava a ser feito, e o que estava a ser ensinado. Não lhes era permitido colocar qualquer questão ou levantar qualquer objeção. Após um período de observação, deviam voltar então para Jerusalém, reportar ao Sinédrio e dar um veredito: o movimento era significativo ou não? Se fosse decretado que o movimento era insignificante, a questão terminaria ali. Mas se o movimento fosse determinado significativo, então haveria uma Segunda fase de investigação chamada a “fase da inquirição”. Nesta fase, eles interrogariam o indivíduo ou membros do movimento. Desta vez, colocariam questões e levantariam objeções para descobrirem se os clamores deveriam ser aceitos ou rejeitados. O incidente em Lucas registra a primeira fase, a fase da observação, em que eles observavam o que Jesus dizia e fazia. Neste ponto não lhes era permitido levantar objeções ou colocar questões. Porque um milagre messiânico tinha sido realizado, todos os líderes do país inteiro tinham vindo a Cafarnaum para participarem na fase da observação – observarem o que Jesus dizia, fazia e ensinava. Texto extraído do artigo ‘The Three Messianic Miracles’, livreto. Copiado de http://www.arunrajesh.com/BibleStudy/mbs035m.pdf]

SUBSÍDIO DIDÁTICO
                               
Professor, explique aos alunos que Nicodemos era um fariseu e membro do Sinédrio. Para mostrar as principais características desse grupo religioso, reproduza o quadro abaixo.
Fariseus
Era um dos principais grupos de liderança religiosa em Israel no período de Jesus. Os fariseus eram mais interessados na religião, ao passo que os saduceus se interessavam m ais pela política.


II. O NOVO NASCIMENTO

1. É necessário nascer de novo (v.7). Talvez Nicodemos esperasse uma resposta elogiosa como retribuição das boas e sinceras palavras ditas a Jesus. Mas ele se surpreendeu com a declaração do Mestre: "aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus" (v.3). O que essas palavras significam? Nascer de novo é nascer da água e do Espírito (v.5), e isso significa regeneração. É o início de uma nova vida, quando o pecador se torna nova criatura (2 Co 5.17) criada em Cristo Jesus (Ef 2.10). Trata-se de uma experiência profunda com Jesus, e não de mera mudança de religião. [Comentário: Causa estranheza a resposta de Nicodemos no versículo quatro: “Como pode um homem nascer, sendo velho? porventu­ra pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?” No entanto, quando anali­samos a sua posição de fariseu e mestre em Israel, concluímos estar ele duvidando des­ta transformação, comparando Jeremias 13.23: “Pode o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? nesse caso, vós também podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal”. Jesus explicou-lhe, detalhadamente, o processo do novo nascimento, comparando-o ao fenômeno do vento: “assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai, assim é todo aquele que é nascido do Espírito”. Nicodemos deixou bem claro que se convertera ao Evangelho, mesmo perten­cendo ao Sinédrio, quando interpelou em favor de Jesus, ao lhe chamarem de impostor: “Porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conheci­mento do que faz?” (Jo 7.51). A Bíblia Responde, Ed. CPAD.]

2. Regeneração. O termo significa literalmente "gerar novamente" e só aparece duas vezes no Novo Testamento: a primeira no sentido escatológico (Mt 19.28), ao se referir à restauração de todas as coisas; e a outra como sinônimo de novo nascimento, cujo sentido é de salvação em Cristo (Tt 3.5). Isso significa ser gerado da semente incorruptível (1 Pe 1.23). Os reencarnacionistas costumam usar essa passagem para fundamentar a doutrina da reencarnação. Mas essa não é a questão aqui. Jesus deixou claro ao príncipe dos judeus: "O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito" (v.6). Jesus não está falando em renascimento nem em reencarnação; essas coisas nunca fizeram parte da tradição judaica. [Comentário: Uma outra palavra para regeneração é "renascimento", relacionada à outra frase bíblica “nascido de novo”. O nosso renascimento se difere do nosso primeiro nascimento, quando fomos concebidos fisicamente e herdamos a nossa natureza pecaminosa. O novo nascimento é um nascimento espiritual, santo e celestial que resulta em nós sendo vivificados espiritualmente. O homem em seu estado natural está "morto em seus delitos e pecados" até ser "vivificado" (regenerado) por Cristo. Isso acontece quando ele coloca a sua fé em Cristo (Ef 2.1). A regeneração é uma mudança radical. Assim como o nascimento físico resultou em um novo indivíduo entrando no reino da terra, o nosso nascimento espiritual resultou em uma nova pessoa entrando no reino celestial (Ef 2.6). Após a regeneração, começamos a ver, ouvir e buscar coisas divinas; começamos a viver uma vida de fé e santidade. Agora Cristo está formado nos corações; agora somos participantes da natureza divina, tendo sido feitos novas criaturas (2Co 5.17). Deus, não o homem, é a fonte dessa transformação (Ef 2.1, 8). O grande amor e dom gratuito de Deus, a Sua rica graça e misericórdia abundante, são a causa do renascimento. O grande poder de Deus - o poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos – é demonstrado na regeneração e conversão de pecadores (Ef 1.19-20).https://www.gotquestions.org/Portugues/regeneracao.html]

3. A perplexidade de Nicodemos. Muita gente pensa que Deus está preocupado com religião. Mas essas pessoas estão enganadas, pois a vontade de Deus é a comunhão com as suas criaturas inteligentes. O problema é que existe uma barreira que se chama pecado (Is 59.2). Foi de Deus a iniciativa de comunicação com Adão logo após a Queda (Gn 3.8-10). Quando Deus mandou Moisés levantar o tabernáculo, manifestou o desejo de habitar no meio do seu povo (Êx 25.8). Por fim, Deus assumiu a forma humana," e o Verbo se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1.14). O novo nascimento é a restauração da comunhão com Deus, e não significa seguir um conjunto de regras religiosas ou éticas. Isso estava muito longe da forma de pensar de Nicodemos e de muitos religiosos ainda hoje. [Comentário: Todos os crentes precisam que o Espírito Santo crie neles um coração puro que aborreça a iniqüidade, e um espírito renovado e disposto a fazer a vontade de Deus. Somente Deus pode nos fazer novas criaturas e nos restaurar à verdadeira santidade (Jo 3.3; 2 Co 5.17). A Escritura mostra com clareza que apenas Deus pode realizar a transformação necessária para capacitar os seres humanos a fazerem o que é agradável aos seus olhos (Dt 30.6; Jr 31.33; Ez 36.26). Nicodemos deixou bem claro que se convertera ao Evangelho, mesmo perten­cendo ao Sinédrio, quando interpelou em favor de Jesus, ao lhe chamarem de impostor: “Porventura condena a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conheci­mento do que faz?” (Jo 7.51). Por ocasião da morte de Jesus, enquan­to os seus discípulos fugiam do compro­misso de sepultarem o corpo do Mestre com medo dos judeus, Nicodemos e José de Arimatéia, enfrentando o risco de per­der a própria vida, tiraram o corpo de Cris­to do madeiro, ungiram-no com ungüento caríssimo e o sepultaram. Após este ato de solidariedade e amor para com o Mestre, dizer que Nicodemos não foi salvo é mesmo que afirmar não ter o ladrão da cruz alcançado a misericórdia de Deus, quando Jesus lhe disse: “Em verda­de te digo que hoje estarás comigo no Pa­raíso”. E o malfeitor nada fez de bom que merecesse a salvação. Ele só contou com a benevolência de Jesus. Fonte: A Bíblia Responde, Ed. CPAD]
 
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

O novo nascimento no Evangelho de João
Encontram os a única menção explícita ao novo nascimento na conversa de Jesus com Nicodemos (3.1-21). Jesus fala a Nicodemos; 'Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus' (v. 3). A réplica de Nicodemos: ’Com o pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?' (v. 4), indica que ele entendeu o comentário de Jesus na esfera humana, física. A interpretação errônea de Nicodemos fornece a Jesus a oportunidade de esclarecer o que queria dizer. Ele fala da necessidade de um novo nascimento espiritual, não de um segundo nascimento físico (vv. 6-8). A interpretação errônea e o esclarecimento resultante dela são refletidos em um jogo de palavras no versículo 3 (repetidas no v. 7). A palavra grega aõthen, traduzida por 'novo', na NVI, pode querer dizer ’de novo' ou ‘de cima'. Contudo, o fato de Nicodemos entendê-la com o sentido de 'de novo ' leva-o a concluir que Jesus fala de um segundo nascimento físico, mas a resposta de Jesus, registrada nos versículos 6-8, mostra que Ele se refere à necessidade de um nascimento espiritual, um nascimento ’de cima’. Esse novo nascimento não é resultado de nenhum ato humano (cf. v.6), é obra do Espírito Santo (v. 8). É necessária a atividade sobrenatural do Espírito de Deus para realizar esse novo nascimento espiritual no indivíduo. Ele não consiste apenas em percepção ou compreensão mais excelente, mas na completa transformação do indivíduo (cf. 2 Co 5.17)" (ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento, l. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 2008, pp. 245-6).

III. UMA NECESSIDADE

1. O estado humano. A Bíblia ensina, e a experiência humana confirma, que todos os seres humanos estão mortos "em ofensas e pecados" (Ef 2.1). O ensino paulino sobre a universalidade do pecado veio diretamente do Senhor Jesus (Cl 1.11,12), e sua base está em muitas passagens do Antigo Testamento (Rm 3.10-12; SI 51.5; 58.3). Nicodemos, como "mestre em Israel" (v.10), deveria estar inteirado sobre o assunto. Além disso, Jesus usou a linguagem bíblica ao lhe comunicar a necessidade do novo nascimento (Ez 11.19; 18.31; 36.26). Trata-se de uma necessidade imperiosa porque todas as pessoas estão mortas e precisam reviver, receber vida espiritual (vv.6,7). Precisamos de uma experiência nova com Cristo. [Comentário: No Novo Testamento encontramos ensinos mais claros e ricos sobre a regeneração. Nenhum autor trata mais frequentemente do tema do novo nascimento do que João. Veja, por exemplo, o que é dito em João 1.12-13: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”. Repare que ser filho de Deus não é algo que se consegue pela descendência (“não nasceram do sangue”) nem pela decisão humana autônoma (“nem da vontade da carne”), mas exclusivamente pela ação de Deus (“de Deus”). Para sermos filhos de Deus, precisamos ser espiritualmente gerados por ele. É verdade que “todos quantos o receberam”, isto é, todos aqueles que creem em Jesus, recebem o direito de serem filhos de Deus, mas até mesmo a fé pela qual essas pessoas creem em Jesus é um dom de Deus (Ef 2.8-9) e, portanto, faz parte da ação de Deus na salvação humana. A regeneração é uma obra totalmente divina realizada pelo Espírito no coração do pecadorhttp://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/evangelizacao/regeneracao-ou-novo-nascimento/.]

2. Saulo de Tarso. Ninguém no mundo nasce cristão; todos os seres humanos nascem pecadores (Rm 3.23; 5.12). A salvação é individual e pessoal. Por isso, até mesmo aquele que nasceu num lar cristão, apesar do privilégio de ter sido criado num ambiente cristão e de ter recebido uma valiosa herança espiritual dos pais, precisa receber a Jesus como Salvador pessoal para se tornar filho de Deus (Jo 1.12). Ninguém é salvo simplesmente por pertencer a uma religião ou seguir a tradição de seus antepassados. Saulo de Tarso é um bom exemplo, pois ele mesmo declara ser extremamente religioso; e não um religioso qualquer, mas um praticante inveterado do judaísmo (At 26.5; Gl 1.14; Fp 3.5). Depois de sua experiência com Jesus, ele se considerou o principal entre os pecadores (1Tm 1.15) e descreveu o seu estado de miséria diante de Deus igualando-se aos demais pecadores: "insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros" (Tt 3.3). [Comentário: A experiência de Saulo foi marcante: um ponto entre dois extremos: De perseguidor passou a apóstolo, de odiento à causa de Cristo se tornou um dos mais apaixonados discípulos de Jesus. A experiência de Saulo foi pessoal Somente Saulo entendeu completamente o que estava acontecendo. Ele viu e ouviu o que Jesus lhe pedira e Lhe obedeceu imediatamente, mesmo que ainda não estivesse compreendendo exatamente o que estava acontecendo. Note que a obediência de Saulo foi completa porque, primeiramente, foi sua resposta a alguém que até então ele não cria ser o “Messias”; em segundo lugar, porque aquela ordem mudou o curso de seus planos imediatamente; e em terceiro porque teria de confiar em um desconhecido. Tais atitudes seriam impensadas para um personagem com o currículo de Saulo, mas mostraram sua fé e obediência em ação. Não existe conversão genuína em que não haja mudanças de comportamento e de relacionamento para com Deus, com a igreja e com o mundo. Ensinemos essa verdade tão importante e tão ausente nas pregações evangélicas de hoje. Leia mais em: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/a-conversao-dramatica-de-paulo/]

3. O centurião Cornélio. Não existe salvação sem Jesus (Jo IA.6). Nicodemos e Paulo eram israelitas e professavam a religião dos seus antepassados, Abraão, Isaque, Jacó, Samuel, Davi e outros patriarcas, reis e profetas do Antigo Testamento. Mas Cornélio era romano e, mesmo assim, talvez por influência da religião judaica, era "piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus" (At 10.2). Observe que essas atitudes de Cornélio tinham a aprovação divina (At 10.4). Mas ninguém é salvo pelas obras (Gl 2.16). Por isso o apóstolo Pedro foi enviado para falar a Cornélio sobre a salvação em Cristo. A descrição bíblica da conduta de Cornélio se repete ao longo da história humana nas mais diversas culturas e civilizações. A conversão envolve fé, arrependimento e regeneração. A salvação é um dom de Deus mediante a fé em Jesus (Ef 2.8,9). [Comentário: Como centurião, Cornélio tinha 100 homens sob seu comando, e tinha considerável peso sobre o soldado de infantaria e sobre a população local. Seis desses grupos de 100 homens formavam uma coorte. A coorte que Cornélio comandava era conhecida como italiana. Quando se reuniam dez coortes, elas recebiam o nome de legião, com uma força de 6.000 homens. Os centuriões são mencionados no Novo Testamento sem nenhuma observação que os desmereça. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” (Ef 2.8-9). Esse texto é um dos mais claros e conclusivos. A salvação é pela graça, mediante a fé. Paulo acrescenta aqui claramente que as obras não fazem parte do processo da salvação para que “ninguém se glorie”. Pelo texto de Atos 10 ficamos sabendo que o Cornélio era um homem piedoso, mas um homem religioso, ele não conhecia ainda o Senhor Jesus e não O tinha como seu Salvador. Cornélio é instruído por um anjo para mandar buscar Pedro. Interessante é que o anjo diz que as esmolas e orações de Cornélio haviam subido até Deus, mas isso não bastava. O centurião era um homem zeloso de boas obras e oração, mas ainda não tinha tido um encontro com Jesus Cristo. De fato, Deus não faz acepção de pessoas, mas aceita qualquer pessoa que o obedece (At 10.34,35). Na mesma hora enquanto a mensagem estava sendo dita e aceita, o Espírito Santo pousou sobre à casa de Cornélio e conversaram em línguas estrangeiras de acordo com a profecia de Joel, provando a Pedro e aos judeus que estavam com ele que Deus também lhes havia enviado o Espírito Santo. Então Pedro questionou pode alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, não para que podem receber o Espírito Santo, mas porque receberam o Espírito Santo, o que é uma evidência irrefutável de sua salvação.]

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, copie o esquema abaixo no quadro. Utilize-o para explicar aos alunos o fato de que Paulo era um homem extremamente religioso, conhecedor da Lei, porém sedento espiritualmente. A religiosidade não implica em relacionamento com Deus. Todavia, Paulo teve um encontro com Cristo, confessou seus pecados, entregou-se inteiramente a Jesus e passou a ter uma nova vida, que implica num relacionamento íntimo e pessoal com Jesus.  Mais tarde Paulo aprendeu o que é padecer pelo Senhor. Por intermédio desse "vaso escolhido" a igreja tornou-se basicamente gentia.
 
CONCLUSÃO

Há ainda hoje muitas pessoas religiosas e sinceras como Cornélio e pessoas bem-intencionadas como Nicodemos, mas elas precisam nascer de novo, da água e do Espírito para herdarem o Reino de Deus. É nossa tarefa como cristãos e comunicadores do evangelho falar sobre a necessidade do novo nascimento não somente ao pecador contumaz, mas também aos muitos "Nicodemos" e "Cornélios" que estão à nossa volta. [Comentário: O novo nascimento é a condição indispensável para entrar no céu. Sem o novo nascimento, nós estamos mortos em delitos e pecados (Ef 2.1-2). A morte implica em estar sem vida. Não é sem vida física ou moral, mas como diz Paulo no v. 1: “Nós estamos “caminhando” e “seguindo” o mundo, e no v. 2: Nós temos “paixões” da carne, e nós carregamos “desejos do corpo e da mente.” Neste estado, o homem não pode ver ou sentir a glória de Cristo - está espiritualmente morto, indiferente a Deus e Cristo e sua palavra. Concluo com as palavras do Rev Hernandes Dias Lopes: “O novo nascimento não é algo que fazemos para Deus, mas o que Espírito Santo faz em nós e por nós. Nicodemos foi ao encontro de Jesus, de noite, e perguntou-lhe: “Mestre, sabemos que és vindo da parte de Deus porque ninguém pode fazer os sinais que tu fazes se Deus não for com ele” (Jo 3.1,2). Nicodemos era um homem rico, culto e religioso. Ele era fariseu e membro do sinédrio. Tinha conhecimento, poder e influência. Tinha uma vida ilibada e guardava muitos preceitos da lei. Mas, essas coisas não eram suficientes para sua salvação, ele precisava nascer de novo. Também Nicodemos tinha um relativo conhecimento de Cristo. Ele sabia que Jesus era vindo de Deus, que tinha uma singular capacidade de ensinar e fazer milagres e ainda, ele tinha convicção de que Deus estava do seu lado. Mas essas informações, mesmo sendo verdadeiras, não foram suficientes para dar-lhe a salvação, ele precisava nascer de novo. Não se alcança o novo nascimento através de ritos, cerimônias e práticas religiosas. Ninguém entra no céu por pertencer à uma família cristã ou por freqüentar uma igreja evangélica. Ninguém é salvo porque recebeu o sacramento do batismo ou porque guarda determinados preceitos religiosos. Não se obtém a vida eterna por ter determinadas informações corretas a respeito de Deus e das Escrituras. Nicodemos era um mestre (Jo 3.10). Ele era um especialista nas Escrituras, mas não estava salvo. Faltava-lhe o novo nascimento.”http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/o-novo-nascimento-condicao-indispensavel-para-entrar-no-ceu/] “... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br


sexta-feira, 4 de agosto de 2017

LIÇÃO 6: A PECAMINOSIDADE HUMANA E A SUA RESTAURAÇÃO A DEUS


SUBSÍDIO I

 Pecaminosidade Humana

A definição teológica do pecado descrito na Declaração de Fé da Assembleia de Deus é “rebelião e desobediência, incapacidade espiritual, a falta de conformidade com a vontade de Deus em estado, disposição ou conduta e a corrupção inata do homem”. O pecado é um assunto nada agradável, mas o estudo dessa doutrina é extremamente importante por várias razões. Há uma diferença abissal entre a depravação humana e a santidade e a glória de Deus. Qualquer desvio dos padrões divinos se constitui num ato grave, que se chama pecado. A experiência humana é uma confirmação de tudo o que a Bíblia ensina sobre a realidade do pecado, do mal que existe no mundo, de como o ser humano criado em santidade à imagem de Deus veio a se corromper de modo que somente em Cristo é possível a sua restauração a Deus.
[...] O pecado é transgressão da lei de Deus: “porque o pecado é a transgressão da lei” (1 Jo 3.4 – ARA). O substantivo “transgressão” ou verbo “transgredir” é de uso comum desde o Antigo Testamento. O verbo hebraico ‘avãr, literalmente “atravessar, passar”, não tem conotação moral: “E passou Abrão por aquela terra” (Gn 12.6). Mas é comum o seu uso no sentido de ir além de um limite estabelecido e é isso o que significa “transgredir um mandamento” ou “traspassar o mandado do SENHOR” (Nm 22.18; 24.13); “seus moradores, porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos e quebram a aliança eterna” (Is 24.5); “eles traspassaram o meu concerto e se rebelaram contra a minha lei” (Os 8.1). 
[...] O termo grego para “transgressão” em 1 João 3.4 é anomia, que literalmente quer dizer “falta de lei, quebra da lei”; o ánomos é alguém para o qual não existe uma lei. A versão Almeida Atualizada e a Tradução Brasileira traduzem essa palavra por “iniquidade”.

(Texto extraído da obra A Razão da Nossa Fé: assim cremos, assim vivemos, CPAD, pp.86,87)

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje estudaremos a respeito da pecaminosidade humana, a esse respeito, como bem destacou Chesterton, se há uma doutrina bíblica que pode ser comprovada essa é a do pecado. Inicialmente apresentaremos a origem do pecado, em seguida, sua natureza, e por fim, suas consequências. Destacaremos também que Deus preparou um plano para a restauração da humanidade, e que esse se concretizou em Cristo, através do Seu sacrifício expiatório na cruz do calvário.
                                                                                                       
1. A ORIGEM DO PECADO

O pecado originou-se na livre escolha das criaturas de Deus (Ap. 12.9), tanto de Satanás, a antiga serpente, quando por Adão e Eva (Gn. 3). Depois da queda de Adão e Eva, os homens tornaram-se pecadores por natureza e vivem num mundo em que forças poderosas os induzem a pecar. Antes de qualquer coisa, é preciso ressaltar que o pecado do homem não tem sua origem em Deus (Tg. 1.13-14). O pecado é, antes de tudo, resultante da escolha da pessoa que o comete (Gn. 3.4,5). Depois da queda de Adão, existe, no ser humano, uma natureza, que Paulo denomina de carnal (Rm. 7.18; Gl. 5.16-24) que se opõe ao espírito. Essa natureza é a vida egocêntrica, a negação ou a rejeição de Deus, é portanto, uma inclinação, uma tendência, uma predisposição para o pecado e para deixar de fazer a vontade de Deus.

2. A NATUREZA DO PECADO

No Antigo Testamento, o pecado significa: 1) errar o alvo (Gn. 4.7), isto é, ser achado em falta diante de Deus; 2) egoísmo que leva os homens a oprimirem seus semelhantes (Gn. 6.11; Ez. 7.23; Pv. 16.29); 3) transgressão contra a Lei da Santidade (Sl. 37+38; 51.13; Is. 53.12). No Novo Testamento, o pecado é: 1) uma dívida (Mt. 6.12) a qual o homem é incapaz de pagar por si mesmo; 2) iniquidade, que literalmente, é desordem (I Jo. 3.4); 3) desobediência (Hb. 2.2; Lc. 8.18); 4) transgressão, ou ir além do limite estabelecido por Deus (Rm. 4.15); 5) queda no padrão de conduta (Ef. 1.7); 6) impiedade, que se concretiza no descaso a Deus e às coisas sagradas (Rm. 1.18; II Tm. 2.16) e 7) erro – pecados cometidos por ignorância (Hb. 9.7).

3. AS CONSEQUÊNCIAS DO PECADO

Como consequência, o pecado leva o homem a fragilidade espiritual, na medida em que: 1) acontece uma desfiguração da imagem divina (Gn. 9.6; Tg. 3.9); 2) a transmissão da natureza pecaminosa aos descendentes (Sl. 51.5); 3) discórdia interna – disputa interior que leva o homem à fragmentação do eu (Rm. 7.24); 4) a morte física e espiritual (Gn. 2.17; Rm. 3.23; 6.23). Conforme o relato de Gn. 3, o pecado trouxe consequências: 1) para a serpente (Gn. 3.14), 2) sobre Satanás (Gn. 3.15);  3) sobre Eva e as mulheres (Gn. 3.16); 4) sobre Adão e os homens (Gn. 3.17-19); 5) sobre toda a humanidade (Gn. 3.20-24).

4. O PECADO NA VIDA DO CRENTE

O crente não está isento de pecar (I Jo. 1.8-10), contudo, seu padrão de vida deve ser andar na luz (I Jo. 1.7). Para que isso aconteça, precisa meditar na Palavra de Deus (Sl. 119.11). Ao viver em pecado, o cristão: 1) perde a comunhão com Deus (I Jo. 1.6); 2) é excluído da comunhão com os irmãos da igreja local (I Co. 5.4-5); 3) recebe a disciplina de Deus (Hb. 12.6) e, em alguns casos, 4) a morte física (I Co. 11.30). É preciso, portanto que o crente dê lugar ao arrependimento, confesse o seu pecado a Deus, e o abandone (I Jo. 1.9).

5. A RESTAURAÇÃO DA HUMANIDADE

O pecado é universal, Paulo é enfático ao declarar que todos pecaram (Rm. 3.23), mas nem tudo está perdido, pois Deus preparou um plano para restaurar a humanidade. O mesmo Paulo assegura que o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Jesus Cristo (Rm. 6.23). Essa é uma demonstração da graça de Deus, pois Ele prova seu amor Seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores, e indignos desse favor (Rm. 5.8). Em Jo. 3.16, nos deparamos com a Bíblia em miniatura, que expressa o plano salvífico de Deus, ao declarar que Deus amou o mundo de tal maneira que Deus Seu Filho Unigênito para todo aquele que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna.

CONCLUSÃO

O homem foi criado como um ser bom e reto, como depreendemos da declaração de Gn. 1.26-31, contudo, por transgressão voluntária, o homem caiu, incorrendo não somente na morte física, mas também na morte espiritual, isto é, na separação de Deus (Gn. 1.26,27; 2.17; Rm. 5.12-19). Apesar de tudo, podemos ter a certeza que a provisão do Senhor em Jesus Cristo é suficiente para salvar a todos que nEle confiam, pois Ele, como bem expressou João Batista, é o “cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo. 1.29).
  
Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

A doutrina do pecado é conhecida nos tratados de teologia como Hamartiologia, da palavra grega hamartia. O estudo se reveste de suma importância porque se trata do problema básico de todos os seres humanos. Todos os conflitos no mundo e as confusões existentes na humanidade são manifestações do pecado. Ninguém pode se livrar dele, mas o Senhor Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores da condenação eterna. O enfoque da presente lição é definir e explicar o pecado, bem como apresentar o meio divino para a solução humana. [Comentário: Hamartiologia (hamartia = erro, pecado + logós = estudo), como sugere o próprio nome, é a ciência que estuda o pecado e as suas origens e consequências. A doutrina do pecado é uma das mais importantes doutrinas da teologia cristã, pois ocupa-se a ressaltar a condição que o homem está em função do pecado, demonstrar sua impossibilidade em agradar a Deus, com o objetivo de demonstrar que o homem está perdido e abismado em relação a Deus, e que, sozinho não pode fazer nada para alterar essa realidade. De início, sabemos que esta é uma das mais difíceis questões em teologia. Deus fez tudo bom na criação. Então como foi que começou o pecado? Como esta criação boa se rebelou contra seu Criador? Por quem e como se originou o pecado? Há muita coisa que não sabemos sobre este assunto. Porém há conclusões necessárias a se considerar. Ao lermos a narrativa da Criação vemos que Deus ao concluir tudo o que havia feito, viu que “tudo havia ficado muito bom” (Gn 1.31). Isso significa que mesmo o mundo angelical que Deus havia criado não possuía anjos maus nem demônios àquela altura. Mas, quando chegamos a Gênesis 3, percebemos que Satanás, na forma de uma serpente, tentou Eva para que pecasse (Gn 3.1-5). Portanto, em um determinado tempo entre os eventos de Gênesis 1.31 e Gênesis 3.1, deve ter havido uma rebelião no mundo angelical, com muitos anjos se voltando contra Deus e tornando-se maus (leia 2Pe 2.4 e Jd 6).]

I. DEFININDO OS TERMOS
                                
1. Pecado. Há uma lista extensa de palavras na Bíblia para designar o pecado: erro, iniquidade, transgressão, maldade, impiedade, engano, sedução, rebelião, violência, perversão, orgulho, malícia, concupiscência, prostituição, injustiça etc., além dos verbos e adjetivos cognatos. Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria lista apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.29-32; Cl 5.19-21). Mas há um termo genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, chattath, e seu equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com "h" aspirado), que literalmente significa "errar o alvo" (Jz 20.16). O substantivo derivado desse termo aparece pela primeira vez no relato do assassinato de Abel por seu irmão Caim: "E, senão fizeres bem, o pecado jaz à porta" (Gn 4.7). O seu equivalente grego na Septuaginta e no Novo Testamento é hamartia. Essa palavra na Septuaginta traduz 24 termos hebraicos no Antigo Testamento referentes ao pecado. [Comentário: Etimologicamente bem explicado acima, cabendo acrescentar apenas que tal como definido pela Bíblia, o pecado é uma violação do padrão de Deus para o comportamento humano. Estas palavras acima definidas falam de violar a norma de alguma forma (leia Rm 3.23). Outro termo frequente (parabasis no grego) descreve o “pecado”, como “transgressão”, que significa ultrapassar os limites estabelecidos. Ainda outro termo semelhante é paraptoma, que significa “um passo em falso” ou “uma invasão em terreno proibido.” Duas outras palavras do Novo Testamento são anomia, que significa “anarquia”, eparanomia, que significa “a contravenção.” Jesus disse pouco sobre a origem do “pecado”, exceto ao rastreá-lo ao coração e a vontade humana (Mt 6.22-23; 7.17-19; 18.7; Mc 7.20-23, Lc 13.34), mas Ele, de forma significativa, definiu o âmbito do pecado.]
2. Os termos hebraicos awon e peshá. Há na Bíblia um repertório amplo que revela o pecado nos seus vários aspectos, mas este espaço não nos permite uma apresentação exaustiva. O termo hebraico avon, "iniquidade, perversão", vem de uma raiz que significa "entortar, torcer", daí a ideia de perverter a lei de Deus. Essa palavra aparece traduzida em nossas versões como "injustiça" (Gn 15.16), "maldade" (Êx 20.5) e "iniquidade" (Lv 26.40). Já o verbo avah, de mesma raiz, descreve a natureza do coração da pessoa não regenerada (Jó 15.5). Isso revela a "vida torta" do pecador. O outro termo de importância na Hamartiologia do Antigo Testamento é o verbo pashá "transgredir" ou o substantivo peshá, "transgressão, delito" (Gn 31.36; 50.17). O ser humano forçou e foi além dos limites que Deus estabeleceu, e isso faz toda a humanidade, homens e mulheres, errar o alvo da vida. [Comentário: A Bíblia utiliza muitas palavras, tanto em hebraico como em grego, para definir o conceito de pecado, neste tópico são apresentadas duas: Awon – “Iniquidade” ou “culpa” (1Sm 3.13; Is 53.6; Nm 15.30-31); Pecha – “Rebelar”, “transgredir” ou “revoltar” (1Rs 12.19; 2Rs 3.5; Sl 51.13; Is 1.2). Em todas, o sentido geral é: “Afastamento dos padrões estabelecidos por Deus”. Para conhecer outros termos]
3. O que é pecado? Sabemos que a Bíblia não é um livro de definição, mas de descrição. Ela "revela a verdade em forma popular de vida e fato", como bem afirmou um historiador da Igreja Philip Schaff. As Escrituras declaram que "o pecado é a transgressão da lei" (l Jo 3.4; ARA) e que "toda iniquidade é pecado" (1 Jo 5.17). Essa declaração é geralmente conhecida como pecado de comissão, isto é, quando praticamos aquilo que não deveríamos fazer (Mt 15-3; Rm 5.14). Mas a Palavra de Deus nos ensina ainda que "aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete pecado" (Tg 4.17). Esse pecado é chamado de omissão, pois consiste em nossa falta de ação naquilo que deveríamos fazer (Jo 9.41). [Comentário: O pecado não é eterno, pois teve princípio. Os gnósticos creem em dois princípios eternos: o bem e o mal. A partir da realidade do pecado algumas formas de pecados podem ser verificadas nas Escrituras. Uma delas é o pecado de comissão, ou seja, realizar aquilo que é expressamente condenado por Deus. Os nossos pais, Adão e Eva, foram proibidos de comer do fruto da árvore do bem e do mal. Entretanto, ainda assim dela comeram. Realizar conscientemente o que Deus de antemão condenou é um atentado a sua santidade e justiça (Sl 106.6). O pecado de omissão (Tg 4.17) é outra forma muito comum. Essa forma de transgredir as leis divinas, muitas vezes, é ignorada entre o povo de Deus. Porém, as consequências do seu julgamento não serão menores diante do Altíssimo (Mt 25.31-46). Não é apenas deixando de obedecer a lei expressa de Deus que incorremos em pecado, mas de igual modo, quando omitimo-nos de fazer o bem, pecamos contra Deus e a sua justiça (Lc 10.25-37; Jo 15.22,24).]


SUBSÍDIO TEOLÓGICO
                               
“A harmatologia, é uma palavra usada no campo teológico para designar ‘a doutrina do pecado', incluindo seus aspectos som brios e sua natureza destruidora, tanto aplicada no campo físico como no campo espiritual, mostrando em cada detalhe suas disposições hostis contra Deus, os seres e qualquer entidade no mundo da existência. Em sentido etimológico – a palavra ’pecado conforme se encontra em nossas versões, vem da palavra hebraica 'hatta'th', do qual origina-se a raiz hebraica 'h a ta ' traduzido na Septuaginta da palavra 'hamartia'. Existem algum as palavras que relatam significados semelhantes à palavra hebraica hatta' th', como também a palavra grega 'hamartia'. Estes termos são aplicados no tempo e no espaço para descrever e dar sentido a tudo aquilo que o pecado é e suas formas de expressão. Os eruditos teológicos usam várias palavras deste gênero para descrever a natureza sombria do pecado, mostrando seus aspectos e suas disposições torcidas, maléficas em sua natureza daninha e perniciosa” (PEDRO, Severino. A Doutrina do Pecado, 1. ed. Rio de janeiro: CPAD, 2012, pp. 13,14).

II. ORIGEM DO PECADO

1. O pecado no céu. Foi lá que tudo começou. O pecado já havia sido introduzido no universo quando Adão e Eva foram criados. Antes de acontecer na Terra, o pecado se originou no céu pelo mau uso do livre-arbítrio. Jesus disse que o Diabo peca desde o princípio (Jo 8.44). O querubim ungido foi criado perfeito em sabedoria e formosura, tinha o selo da perfeição (Ez 28.12-15), mas se rebelou contra Deus (Is 14.12-14). Foi o orgulho e a soberba que fizeram esse querubim se transformar em Satanás (1Tm 3.6). Ele foi expulso do céu com os anjos que o acompanharam em sua rebelião (2 Pe 2.4; Jd 6; Ap 12.7-9). [Comentário: O pecado não foi criado por Deus. Deus criou tudo bom; não é o Autor do pecado. Os seres morais não tinham pecado ao serem criados. Satanás foi criado de modo perfeito e sem pecado (Ez 28.15). “Deus fez ao homem reto” (Ec 7.29). O pecado não foi o resultado necessário para a finidade. O pecado teve início num princípio de negação, o que significa que ele não é o resultado de nenhuma força positiva. Os seres morais foram criados bons, mas não imutáveis e independentemente bons. Isto os poria em pé de igualdade em relação a Deus; envolveria o absurdo de Deus criar outro Deus. Somente Deus é imutável e independente. Não pode haver mais de um Deus, autoexistente, auto-suficiente, soberano e supremo. Os seres morais, anjos e homem, dependiam de Deus para continuarem bons. Um poder sustentador deve fluir continuamente de Deus para que as criaturas morais continuem como foram criadas (Sl 66.9; At 17.28; Cl 1.16-17; Hb 1.3. O pecado teve origem nos anjos. Wayne Grunden afirma que “Satanás pecou antes de os seres humanos terem caído, como fica evidente no fato de que ele (na forma de uma serpente) tentou Eva (Gn 3.1-6; 2 Co 11.3). O NT também nos informa que Satanás “foi homicida desde o princípio” e que ele é ”mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). Ele diz igualmente que o Diabo “vem pecando desde o princípio” (1 Jo 3.8). Em ambos os textos, a frase “desde o princípio” não sugere que Satanás tenha sido mau desde o tempo em que Deus começou a criar o mundo (“desde o princípio do mundo”) ou desde o começo de sua existência (“do princípio de sua vida”), mas sim desde o começo da história do mundo (Gn 3 e mesmo antes). A característica do Diabo tem sido a de originar o pecado e a de induzir outros a pecar.”]
2. O pecado no Éden. Adão tinha a permissão de Deus para comer de todas as árvores do jardim, exceto da árvore da ciência do bem e do mal: "De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn 2.16b,17). A advertência foi clara. Quando o casal comeu do fruto proibido, eles perceberam que estavam nus e procuraram se esconder da presença de Deus (Gn 3.7,8). Era a ruptura imediata da comunhão com Deus, a morte espiritual. O próprio Deus anunciou a vinda do Redentor (Gn 3.15) e em seguida pronunciou a sentença ao casal (Gn 3.16-19) e à sua posteridade. Foi por causa dessa desobediência que o pecado entrou no mundo e, com ele, a morte (Rm 5.12). Esse desastre é conhecido como a "Queda da humanidade". [Comentário: “Pelo que, como por um homem444 entrou o pecado266 nomundo2889, e pelo pecado, a morte, assim também a morte2288 passou a todos os homens, por isso que todos pecaram264.” (Rm 5.12). Paulo começa a fazer aqui uma comparação que não foi concluída senão nos versículos 18 a 21. A comparação foi interrompida por uma meditação que continua até o versículo 17. O texto inicia com o termo “portanto”, nesta versão “Pelo que”, indicando que aquilo que se segue está ligado, na mente de Paulo, com o que precedeu, pelo que a comparação e o contraste que ele traça entre Adão e Cristo é sua elaboração teológica do que já havia sido dito. Paulo salienta a ideia de “um só homem” por toda esta passagem, e isso indica que ele encarava tanto Adão como Cristo como indivíduos históricos. O Dicionário STRONG traz: 444 ανθρωπος anthropos:- 1) um ser humano, seja homem ou mulher; 1a) genericamente, inclui todos os indivíduos humanos. 266 αμαρτια hamartia:- 1a) não ter parte em; 1b) errar o alvo; 1c) errar, estar errado; 1d) errar ou desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar no erro; 1e) desviar-se da lei de Deus, violar a lei de Deus, pecado; 2) aquilo que é errado, pecado, uma ofensa, uma violação da lei divina em pensamento ou em ação; 3) coletivamente, o conjunto de pecados cometidos seja por uma única pessoa ou várias.2889 κοσμος kosmos:- os habitantes da terra, homens, a família humana; a multidão incrédula; a massa inteira de homens alienados de Deus, e por isso hostil a causa de Cristo. 2289 θανατοω thanatoo:- 1) colocar à morte; pela morte, ser liberado do compromisso de algo; literalmente, tornar-se morto em relação à (algo). 264 αμαρτανω hamartano:- 1) não ter parte em; 2) errar o alvo; 3) errar, estar errado; 4) errar ou desviar-se do caminho da retidão e honra, fazer ou andar no erro; 5) desviar-se da lei de Deus, violar a lei de Deus, pecado. Por causa da Queda, a morte tornou-se uma realidade e toda a criação está sujeita a ela. "Toda a criação geme" (Rm 8.22), esperando o momento em que Cristo voltará para libertá-la dos efeitos da morte. ]
3. A universalidade do pecado. A Bíblia é clara ao ensinar que herdamos a natureza pecaminosa de Adão (1Co 15.49). Isso passou a ser conhecido como "pecado original". A Bíblia não mostra como essa transmissão do pecado de Adão passou a todos os humanos, mas afirma que se trata de um fato incontestável (Rm 5.12,19). Assim, as Escrituras mostram como todos nós, homens e mulheres, estamos diante de Deus: "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23). O quadro apresentado é como segue: todos se extraviaram, não há quem faça o bem (SI 14.1-5; Rm 3.10-12), por isso não há no mundo quem não peque (1Rs 8.46; Ec 7.20). A prova incontestável da universalidade do pecado é a morte (Rm 5.12). Nem mesmo os salvos em Cristo estão isentos dessa lei (1 Jo 1.8).0 pecado é um princípio real e presente na vida de todas as pessoas, desde o ventre materno (SI 51.5; 58.3). A Queda no Éden corrompeu toda a humanidade em todo o seu ser: corpo, alma e espírito, intelecto, emoção e vontade (Is 1.5, 6; 2 Co 7.1). [Comentário: A Bíblia ensina que, mesmo que nunca tivéssemos pecado—nunca feito algo errado—ainda seríamos contados como pecadores diante de Deus. Essa é a doutrina bíblica do pecado original. Quando você ouve sobre pecado original, a referência é ao pecado de Adão e ao fato que Deus nos considera responsáveis por esse primeiro pecado de Adão. Somos tão culpados quanto ele foi dessa primeira desobediência—tão culpados que fomos punidos assim como ele o foi. Nascemos em delitos e pecados, sofrendo a penalidade que Deus anunciou no princípio (Gn 2.17). http://voltemosaoevangelho.com/blog/2011/06/pve-por-que-seria-justo-herdarmos-a-natureza-pecaminosa-de-adao/ A queda do primeiro casal foi devastadora para a posteridade humana. Para qualquer um de nós é algo completamente impossível supor o que tenha sido o conhecimento prático da queda. Como projetar a experiência da perda da perfeição original? Nada, em nossa existência, serve de parâmetro para isso. Até onde tentamos imaginar o Éden, partimos de nossa realidade caída e, efetuando alguma modalidade de matemática espiritual, aplicamos o maior exponencial que a nossa mente pode conceber, e temos um lugar paradisíaco aos nossos olhos. Todavia, segundo o que afirmam as Escrituras, ainda assim tal realidade está muito aquém da realidade que aguarda os filhos de Deus: ...mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam (1 Co 1.29) Jair de Almeida, em O Padrão Éden: Modelo De Restauração Da Criação. Disponível em:http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_XII__2007__2/jair.pdf. A ordem original do meio ambiente do ser humano na terra deve ser distinguida do que ele veio a tornar-se após o impacto da queda do homem, a maldição e o posterior dilúvio. Na carta aos Romanos, Paulo afirma que toda a humanidade está por natureza sob a culpa e o poder do pecado, sob o reino da morte e sob a inescapável ira de Deus (Rm 1.18-19;3.9,19;5.17,21). Ele relaciona a origem desse estado ao pecado de um homem – Adão, que ele descreve como o nosso ancestral comum (At 17.26; Rm  5.12-14). Apocalipse 12.9 identifica a serpente como o próprio Satanás, aqui em forma corpórea.]

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

O pecado no Éden, Satanás e a raça humana
“Duas árvores do jardim do jardim do Éden tinham importância especial. (1) A 'árvore da vida' provavelmente tinha por fim impedir a morte física. É relacionada com a vida perpétua, em 3.22.0 povo de Deus terá acesso à árvore da vida no novo céu e na nova terra (Ap 2.7; 22.2). (2) A 'árvore da ciência do bem e do mal' tinha a finalidade de testar a fé de Adão e sua obediência à sua palavra. Deus criou o ser humano como ente moral capaz de optar livremente por amar e obedecer ao seu Criador, ou desobedecer-lhe e rebelar-se contra a sua vontade.
A raça humana está ligada a Deus mediante a fé na sua palavra como a verdade absoluta. Satanás, porque sabia disso, procurou destruir a fé que Eva tinha no que Deus dissera, causando dúvidas contra a palavra divina. Satanás insinuou que Deus não estava falando sério no que dissera ao casal. Noutras palavras, a primeira mentira proposta por Satanás foi uma forma de antinominianismo, negando o castigo da morte pelo pecado e apostasia. Um dos pecados capitais da humanidade é a falta de fé na Palavra de Deus. É admitir que, de certo modo. Deus não fala sério sobre o que Ele diz da salvação, da justiça, do pecado, do julgamento e da morte. A mentira mais persistente de Satanás é que o pecado proposital e a rebelião contra Deus, sem arrependimento, não causarão, em absoluto, a separação de Deus e a condenação eterna.
Satanás, desde o princípio da raça humana, tenta os seres humanos a crer que podem ser semelhantes a Deus, inclusive decidindo por contra própria o que é bom e o que é mau. Os seres humanos, na sua tentativa de serem 'como Deus', abandonam o Deus onipotente e daí surge os falsos deuses. O ser humano procura, hoje, obter conhecimento moral e discernimento ético partindo de sua própria mente e desejos, e não da Palavra de Deus. Porém, só Deus tem o direito de determinar aquilo que é bom ou mau” (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro:CPAD, 1995, pp. 34-36).

III. A SOLUÇÃO PARA O PECADO

1. Nem tudo está perdido. A Bíblia narra a situação humana descrevendo-a como "mortos em ofensas e pecados" (Ef 2.1) e que "o salário do pecado é a morte" (Rm 6.23). Morte significa "separação". Isso começou com a Queda de Adão e continuou com a sua posteridade (Is 59.2). Mas Deus, em sua infinita bondade e misericórdia, declara agora que nos "vivificou" (Ef 2.1a) e que o seu "o dom gratuito [...] é a vida eterna" (Rm 6.23b). A graça está disponível para toda a raça humana (Tt 2.11) e a salvação em Jesus pode ser encontrada em todos os lugares (At 17.30). [Comentário: “Na verdade que não há homem justo sobre a terra, que faça o bem, e nunca peque. Eis aqui, o que tão somente achei: que Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias” (Ec 7.20,29). Nenhum homem é justo diante de Deus. O homem não faz o bem e não quer e não pode. O homem natural está totalmente sem a habilidade de agradar a Deus - “E não quereis vir a mim para terdes vida” (Jo 5.40). O pecado é a maior mazela da humanidade, pois, dele decorre todo o tipo de maldade e atrocidades que os homens cometem. O texto de Romanos 3.23 diz expressamente que “o salário do pecado é morte” e seria terrível se terminasse neste ponto. Mas, pela bondade e misericórdia de Deus, esse versículo continua, e o restante dele diz: “…mas, o dom gratuito de Deus é a vida eterna por Cristo Jesus, nosso Senhor.” A salvação é estendida a todos os homens, mas, eles tem que se conscientizarem que são pecadores e estão destituídos da glória de Deus (Rm 3.23), e que as condutas que eles praticam no dia-a-dia são ofensivas ao Criador.]
2. A provisão de Deus. O pecado entrou no mundo por um homem. Adão; assim também a redenção veio por um homem: "a graça de Deus, o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos" (Rm 5.15). A morte de Jesus foi expiatória, um sacrifício pelos nossos pecados que "Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue" (Rm 3.25). Expiação diz respeito ao sacrifício para purificação e ao perdão dos pecados por meio dos sacrifícios (Lv 4.35; 17.11). A propiciação é o ato que apazigua a ira divina contra o pecado, satisfazendo a santidade e a justiça de Deus. A expiação realizada pelo "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29) é um ato da graça de Deus em favor de todos os seres humanos (l Jo 2.2). Assim, o Senhor Jesus é a provisão de Deus para o pecador. [Comentário: No Calvário, a justiça de Deus chega ao seu cumprimento histórico, através de Cristo e sua missão redentora. A justificação pela fé foi um dos pilares da Reforma Protestante. A salvação é pela graça mediante a fé e não o resultado das obras nem mesmo da adição de fé mais obras. Assim sendo, a salvação não é uma conquista do homem, mas um presente de Deus (Ef 2.8). Não é uma medalha de honra ao mérito, mas uma manifestação do favor imerecido de Deus. Martinho Lutero disse: “Esta doutrina é a cabeça e a pedra fundamental. Por si só, ela gera, alimenta, edifica, preserva e defende a igreja de Deus. E sem ela, a igreja de Deus não poderia existir nem por uma única hora”. Martin Lloyd-Jones afirmou que a justificação pela fé “é a grande doutrina central de todo protestantismo, e vocês descobrirão que em cada avivamento ela sempre vem na vanguarda”. A igreja cai ou permanece de pé por causa desta doutrina. Ela é a espinha dorsal de todas as doutrinas bíblicas. John Piper diz: “Pregar e viver a justificação pela fé glorifica a Cristo, resgata pecadores desesperados, encoraja santos imperfeitos e fortalece igrejas frágeis”. Em Romanos 3.21, lemos: “Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas”. Paulo nos mostra como Deus se revelou para alcançar os gentios e judeus. A justificação é um ato legal, forense e judicial de Deus. É feita no tribunal de Deus e não em nosso coração. É um ato jurídico ou uma sentença divina na qual Ele declara perdoado todo pecador que crer em Jesus. Louis Berkhof define: “A justificação é um ato judicial de Deus no qual Ele declara, baseado na justiça de Jesus Cristo, que todas as exigências da lei estão satisfeitas com respeito ao pecador”. A justificação é o contrário de condenação. Ela é um ato único e legal que remove a culpa do pecado e restaura o pecador à sua condição de filho de Deus, com todos os seus direitos, privilégios e deveres. A justificação não ocorre na vida do pecador, não produz mudanças no seu caráter, mas no Tribunal de Deus. Justificação é uma declaração e santificação é transformação. Mas, é a partir da justificação que o Espírito Santo inicia no pecador todo o processo de santificação até a sua glorificação.]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Lendo o Antigo Testamento e considerando séria e literalmente a sua mensagem, facilmente concluiremos que a salvação é um dos temas dominantes, e Deus, o protagonista. O tema da salvação já aparece em Gênesis 3.15, na promessa de que o Descendente – ou ‘semente’ – da mulher esmagará a cabeça da serpente. ‘Este é o protoevangelium, o primeiro vislumbre da salvação que virá através daquEle que restaurará o homem à vida’. Javé salvava o seu povo através de juízes (Jz 2.16,18) e outros líderes, como Samuel (1 Sm 7.8) e Davi (1 Sm 19.5). Javé livrou até mesmo a Síria, inimiga de Israel, por meio de Naamã (2 Rs 5.1). Não há salvador à parte do Senhor  (Is 43.11)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 97).

CONCLUSÃO

A única esperança é o Senhor Jesus, o único que pode nos restaurar a Deus. Restaurar é restituir, e isso se aplica tanto a possessões e bens (Êx 22.14; Is 58.12; Lc 19.8) como também a pessoas (Jr 30.17). O plano de Deus é restaurar todas as coisas (At 3.21), mas Ele começou com os seres humanos. Nós estávamos perdidos, como o filho pródigo, e fomos restaurados a Deus pelo arrependimento (At 3.19; 2 Co 7.10) e pela fé em Jesus (Rm 5.1). [Comentário: Como uma pessoa pode se tornar aceitável diante de Deus? A resposta está clara no Novo Testamento, especialmente nos escritos de Paulo, como a passagem clássica de Romanos 3.21-25. Nas Escrituras, a justificação é o contrário da condenação. É a declaração que diz que o pecador que crê é justo, e isso devido à retidão imputada de Cristo, o “dom da justiça”, conforme lemos em 5.17. Agora a justiça de Cristo é legalmente considerada como possessão do pecador crente. Todos os homens são pecadores e necessitam do perdão de Deus. A justiça de Deus é para todos e sobre todos, judeus e gentios, porque todos erraram o alvo, deixando de ser conforme o propósito de Deus. Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.23). Infelizmente, a palavra portuguesa “justificação”, originária do latim, dá a ideia de “tornar justo”, no sentido de produzir justiça no justificado. Mas o termo grego original dikaiosyne não se refere a uma mudança intrínseca no indivíduo, e sim a uma declaração feita por Deus. Visto que não temos justiça própria e somos culpados diante de Deus, ele nos declara justos com base na expiação de nossos pecados por Cristo e na sua justiça imputada a nós. Em Romanos ficamos sabendo que justo é, portanto, quem foi declarado livre em processo, não por não ser efetivamente culpado, mas por ser reconhecido como tal. A doutrina da justificação pela fé é o cerne da teologia paulina, utilizada especialmente quando em confronto direto com o ensino judaico, que defendia que o homem encontra a graça de Deus quando cumpre a vontade divina por meio da lei. É somente pela fé na eficácia do sacrifício de Cristo na cruz que o homem pode ser considerado justo diante de Deus. Paulo chama a atenção aos gálatas por desprezarem este sacrifício e misturar a justificação com a santificação, confiando nas obras de justiça (Gl 1.6,9), o que Paulo chama de “outro evangelho”. Cuidemos para que não caímos no mesmo erro.] “... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2).

Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br