sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

LIÇÃO 11 - A ILUSÓRIA PROSPERIDADE DOS ÍMPIOS




SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO

Os livros sapienciais da Bíblia visualizam a prosperidade de modo diferenciado do que costuma ser propagado em muitas igrejas, principalmente entre aquelas pseudopentecostais. Na lição de hoje, mais especificamente com base em Eclesiastes, mostraremos que a prosperidade financeira, ao contrário do que defendem alguns pregadores televisivos, não é garantia da verdadeira espiritualidade, e que os ímpios também prosperam, na maioria das vezes para a perdição das suas almas.
 

1. A PROSPERIDADE DOS ÍMPIOS É ILUSÓRIA
A lógica consumista está moldando as atitudes do homem moderno de tal maneira que o ser humano acaba sendo reduzido à quantidade de quinquilharias que consegue acumular. Ao invés de investirem no Reino de Deus, e mais especificamente, nos outros, os adeptos de algumas igrejas, que absorveram o espírito deste século, transformaram o acúmulo de bens em um fim em si mesmo. Em alguns casos, como vemos nos dias atuais, sacramentalizam a riqueza e transformam a ostentação em bênção divina. Essa é uma teologia da ganância que motiva os fieis de suas igrejas não a buscarem a vontade soberana de Deus, mas tão somente a acumularem riquezas, nas quais depositam sua confiança. O Salmo 73, de Asafe, nos possibilita um vislumbre da ilusória prosperidade dos ímpios. Se não tivermos cuidado, e olharmos para as riquezas dos ímpios, poderemos nos distanciar dos caminhos do Senhor (Sl. 73.21,22). A prosperidade dos ímpios é ilusória porque não passa de um simulacro (Sl. 73.20), isto é, de uma miragem. Isso porque o mundo passa, bem como a sua concupiscência (I Jo. 2.17). O homem secularizado vive no engano do ter, por isso tem dificuldade de se aproximar do Criador (Mt. 19.22-24). Os ímpios têm tudo o que querem, menos a Deus, eles transformam a riqueza em um ídolo, que é pecado (Ex. 34.15,16; I Cr. 5.25). Precisamos ter cuidado para não nos deixar levar pela tendência desse século, e duvidarmos de Deus como fez o autor do Salmo 73. Não podemos ter inveja dos perversos, muito menos dos seus atos de desobediência (Sl. 37.1; Pv. 3.31; 23.17; 24.1,19).


2. A ILUSÃO DA PROSPERIDADE EM ECLESIASTES
Os ímpios fiam sua esperança nas riquezas, mas não percebem que elas são temporárias. A morte chegará, e quando essa bater à porta, os bens acumulados para nada servirão. Morre tanto o justo quanto o injusto, o santo quanto o ímpio (Ec. 9.1,2). No final, ainda que muitos fujam dessa realidade, as pessoas terão que se deparar com a última inimiga (I Co. 15.26). Somente aqueles que estão em Cristo têm a bendita esperança, a certeza de que estarão com Cristo, seja por meio da morte, ou quando a trombeta soar, por ocasião do arrebatamento (Rm. 6.23; Jo. 11.25,26; I Ts. 4.13-18; I Co. 15.51-58). A morte alcança a todo ser humano, indistintamente, mas não tem todos estão cientes dessa realidade. A cultura da longevidade está fazendo com que as pessoas vivam como se não tivessem que morrer. Pior ainda, como se não tivesse a quem prestar contas no futuro. O crente tem sempre a morte diante de si (Ec. 9.5) porque se conduz a partir de uma viva esperança, fundamentada nAquele que conquistou a morte (I Pe. 1.3-5; II Tm. 1.10). Por esse motivo, nós, os cristãos, podemos desfrutar das condições que a vida permite, aproveitá-la, mas sem perder a eternidade de vista. Ao invés de se entregar à tristeza, devemos usufruir de refeições prazerosas (Ec. 9.7), das comemorações alegres em família (Ec. 9. 8), de um casamento fiel e amoroso (Ec. 9.9) e do trabalho árduo (Ec. 9.10). Não é proibido ter alegria, contanto que o fundamento desta seja o Senhor (Fp. 4.4). Tudo que o Senhor permitir, para nossa satisfação, devemos tirar proveito, cônscios que um dia nossas obras serão julgadas, e por cada uma delas receberemos a devida recompensa (I Co. 3.10; Cl. 3.23-25). Não podemos viver também demasiadamente preocupados, tentando controlar todas as situações, pois a vida é imprevisível. Nem mesmo nossas aptidões garantem prosperidade, pois a injustiça prevalece em alguns contextos (Ec. 9.11,12). Algumas pessoas estudam, se dedicam ao seu ofício, mas nem sempre colhem os frutos do seu esforço, por causa da injustiça dos homens. O autor do Eclesiastes nos instiga a aproveitar as oportunidades, reconhecendo que essas também não garantem a prosperidade (Ec. 9.13-18).


3. A PROSPERIDADE VERDADEIRAMENTE CRISTÃ
Uma leitura cuidadosa dos evangelhos e das epístolas do Novo Testamento nos mostrará que essa lógica nada tem de bíblica. A economia de Deus está distante daquilo que nos é apresentado pelos teólogos da ganância nos canais de televisão. O apóstolo Paulo afirma que quem deseja obter riqueza cai em “muitos desejos descontrolados e nocivos” (I Tm. 6.9,10). Conforme destacou o Senhor Jesus, ser rico pode se tornar um empecilho para segui-LO, tendo em vista que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um rico entrar no Reino de Deus (Mt. 19.24,25). Enquanto muitos, nestes tempos, buscam confiança nas riquezas, e tantos outros, fazem tudo para tê-las, utilizando até de meios escusos, Jesus chama a atenção para o “engano das riquezas” (Mt. 13.22). Aqueles que somente querem a prosperidade financeira deveriam ler mais os evangelhos, pois Jesus é categórico ao reprovar o acúmulo de tesouros na terra (Mt. 6.19-21). O interesse do Senhor é que acumulemos tesouros no céu (Mt. 6.10), e que coloquemos em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça (Mt. 6.33). A riqueza é perigosa porque o seu poder está relacionado a uma divindade, Mamom, que é rival de Deus (Mt. 16.33), aqueles que adoram a esse deus são chamados por Jesus de insensatos (Lc. 12.16-21). As palavras de Paulo, ao jovem pastor Timóteo, servem de alerta a todos os cristãos, em especial à liderança: “os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição” (I Tm. 6.9), por isso, o líder da igreja não deve ser “apegado ao dinheiro” (I Tm. 3.3) e os diáconos não podem ser amigos de “lucros desonestos” (I Tm. 3.8). 

CONCLUSÃO 
Quando o ser humano se distancia de Deus cria para si mesmo um ídolo, é isso que temos testemunhado na sociedade. Ao invés de dobrarem diante do Criador, as pessoas se voltam tão somente para as riquezas, e nelas colocam sua confiança. O autor do Eclesiastes, assim como os demais escritores bíblicos, lembram que as riquezas são efêmeras, e não são dignas de culto. Aprendamos, pois a confiar no Senhor, pois dEle procedem as insondáveis riquezas celestiais em Cristo Jesus, que nos impulsiona para um viver ético, que não coisifica as pessoas, antes nos coloca em condição de responsabilidade perante elas (Ef. 1.3-7; 3.8). 

Extraído do blog: subsidioebd




 SUBSÍDIO II


Lição 11: A ilusória prosperidade dos ímpios
15 de dezembro de 2013
Trimestre comemorativo ao quarto ano do Blog Auxílio ao Mestre
TEXTO ÁUREO
“Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento” (Ec 9.2). - O futuro é desconhecido para meros mortais. O Pregador  volta-se a um assunto anterior: um destino espera todos os seres humanos, não importa o seu status. Assim a retribuição como uma verdade eterna é um fracasso. Ao que teme o juramento: O único contra quem o juramento tem sido feito.
VERDADE PRÁTICA
Embora debaixo do sol o fim para justos e injustos pareça o mesmo, as Escrituras deixam claro que, na eternidade, os seus destinos serão bem diferentes.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Eclesiastes 9.1-6.
1 - Deveras revolvi todas essas coisas no meu coração, para claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras estão nas mãos de Deus, e também que o homem não conhece nem o amor nem o ódio; tudo passa perante a sua face.
2 - Tudo sucede igualmente a todos: o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.
3 - Este é o mal que há entre tudo quanto se faz debaixo do sol: que a todos sucede o mesmo; que também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade; que há desvarios no seu coração, na sua vida, e que depois se vão aos mortos.
4 - Ora, para o que acompanha com todos os vivos há esperança (porque melhor é o cão vivo do que o leão morto).
5 - Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco eles têm jamais recompensa, mas a sua memória ficou entregue ao esquecimento.
6 - Até o seu amor, o seu ódio e a sua inveja já pereceram e já não têm parte alguma neste século, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
•          Avaliar os paradoxos da vida.
•          Conscientizar-se da imprevisibilidade da vida.
•          Viver por um ideal legítimo.
PALAVRA-CHAVE
Prosperidade: Estado do que é ou se torna prospero; fartura de alimentos e bens de consumo; fortuna, riqueza.
COMENTÁRIO

introdução
A aparente prosperidade dos maus é um tema recorrente em Eclesiastes. Nos Salmos, Davi aborda essa questão fazendo a seguinte pergunta: Por que os justos sofrem e os ímpios prosperam? (Sl 73). Nesse mesmo tom, Salomão observa que, debaixo do sol, os injustos parecem levar vantagem sobre os justos. Mas quando ambos são nivelados por Deus, na arena da vida, constata-se que os justos e os injustos terão o mesmo fim. Mas como o sábio de Eclesiastes, concluímos que a justiça é melhor que a injustiça. É preferível ser sábio do que agir como um tolo, pois seremos medidos pelos padrões de Deus, não pelas circunstâncias da vida. [Comentário:  Por que os justos sofrem e os ímpios prosperam? Quem já não fez esta indagação, ainda que de forma introspectiva? Às vezes parece que os ímpios levam vantagens em relação aos filhos de Deus. Todavia, a prosperidade do ímpio é só nesta vida, enquanto a do justo é eterna. As lutas e dificuldades da vida são para todos, bons ou injustos, fiéis e infiéis, da mesma forma, o sol brilha sobre todos, a chuva cai para todos (Mt 5.45)! Nós temos uma viva esperança, e um consolo em meio à dor: um dia viveremos eternamente com o Senhor, livres de lágrimas e dores (Ap 21.4). Quanto aos ímpios, qual será o destino? Têm eles a mesma esperança? Não podemos nos deixar abalar pelas circunstâncias da vida nem pela prosperidade dos ímpios; precisamos confiar no Deus Todo-Poderoso, pois somente Ele nos fará habitar um dia nas regiões celestes]. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

 I. OS PARADOXOS DA VIDA
1. Os justos sofrem injustiça. Diferentemente dos perversos que parecem estar sempre seguros e cada vez mais prósperos (Sl 73.12), o sofrimento foi uma das mais duras realidades experimentadas por Asafe (Sl 73.14). De igual modo, Salomão lutou contra esse pessimismo ao contemplar o paradoxo da vida na hora da morte. Os perversos tinham uma cerimônia fúnebre digna de honra, mas “os que fizeram bem e saíam do lugar santo foram esquecidos na cidade” (Ec 8.10). O pastor norte-americano, A. W. Tozer, costumava dizer que o mundo está mais para o campo de batalha que para o palco de diversão. Em outras palavras, os justos sofrem na arena da vida (Sl 73; Fp 1.29). Logo, o crente fiel deve estar consciente de que os revezes não significam que ele esteja sob julgamento divino ou que a sua fé seja fraca, mas que se encontra em constante aperfeiçoamento espiritual (2Co 2.4; Cl 1.24; 2Tm 1.8). [Comentário:  O Salmo 73 é um salmo de fé com características de salmo de sabedoria. É um salmo incomum, na medida em que narra a história da luta do salmista contra a inveja e a dúvida e por sua fé em Deus. Por meio dessas batalhas, Asafe, aprendeu a confiar em Deus. Este salmo tem uma qualidade espiritual mais distinta que a maioria dos salmos e pode ser comparado ao Salmo 63. Encontramos aqui uma notável odisseia espiritual, bastante semelhante à que vemos no livro de Jó. O homem era piedoso, mas não podia reconciliar essa qualidade com a sua enfermidade (vs. 14), ao passo que os ímpios gozavam de boa saúde e prosperavam além de qualquer coisa que o salmista já houvesse experimentado. No templo, porém, ele teve uma poderosa experiência mística e chegou a compreender a natureza efêmera da vida dos pecadores. Também obteve uma nova visão de como Deus é a força da vida. e passou a experimentar a presença divina (vs. 23). É provável que o vs. 24 seja uma declaração de fé na imortalidade. Nesse caso, Asafe foi capaz de olhar para além daquilo que outros salmistas viram quanto a uma questão muito importante, com grande ligação com o Problema do Mal, ou seja, por que os homens sofrem, e por que sofrem como sofrem].
2. Os maus prosperam. Enquanto os justos padeciam, Davi e Salomão constataram a prosperidade dos ímpios (Sl 73.1-3; Ec 7.15). Aqui, aprendemos que a espiritualidade de uma pessoa não pode ser medida pelo que ela possui, e sim pelo o que ela é. Ser próspero não significa “ter”, mas “ser”. A régua da eternidade nos medirá tomando como critério a fidelidade a Deus, e não a prosperidade dos homens. A prosperidade bíblica vem como resultado de um relacionamento sadio com Deus (Sl 73.17,27,28) e independe de alguém ter posses ou não. Os ímpios têm posses, mas a verdadeira prosperidade só é possível encontrar em Cristo. [Comentário:  Dois temas fortes se apresentam no texto de Sl 73.1-20: (1) os ímpios prosperam, e os justos se perguntam de que vale seus esforços para serem bons; (2) a riqueza dos ímpios parece tão convidativa a ponto de os fiéis desejarem trocar de lugar com eles. Mas essa riqueza não tem valor diante da morte, enquanto a recompensa dos justos têm valor eterno. O que parecia importante, não e, e o que parecia desprezível é fundamental, pois durará para sempre. Não deseje trocar de lugar com os ímpios para obter riquezas! Um dia os ímpios desejarão trocar de lugar com você e desfrutar da sua herança eterna. BÍBLIA APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Editora CPAD. pag. 785. O salmista ficou deprimido quando comparou a aparente prosperidade dos ímpios com as dificuldades de se ter uma vida reta. A partir do v. 15, todavia, sua postura muda completamente. Ele olha para a vida a partir da perspectiva].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Os paradoxos da vida se manifestam, por exemplo, na injustiça imposta aos justos e na prosperidade usufruída pelos ímpios.



II. A REALIDADE DO PRESENTE E A INCERTEZA DO FUTURO
 
1. A realidade da morte. Uma chave importantíssima para entendermos a mensagem de Eclesiastes encontra-se na expressão: “Esta é a tua porção nesta vida debaixo do sol” (2.10; 3.22; 5.17-19; 9.9). É debaixo do sol que expressamos a nossa existência e constatamos a nossa finitude! É no dia a dia da vida que percebemos a verdade implacável da morte, tanto para quem serve a Cristo quanto para quem não o serve! A sentença já foi decretada e é a mesma para todos (Hb 9.27; Ec 9.3). Com a realidade da morte o futuro parece incerto (Ec 1.1-11). O apóstolo Paulo, porém, diz que se a nossa esperança se limitar apenas a esta vida somos os mais infelizes dos homens (1Co 15.19). Em Cristo, temos a vida eterna. [Comentário:  O homem teme instintivamente a morte. A despeito da fé, a morte abre diante de nós um caminho novo e ainda não experimentado, e os novos começos sempre envolvem algum desconforto e temor. Também tememos o processo da morte física, com as suas dores, com a separação dos entes queridos. Na realidade, porém, a morte não existe, pois tal termo é apenas o nome que empregamos para aludir a uma nova e melhor existência. A vida além-túmulo é um fato bem atestado, que hoje em dia vai sendo demonstrado por estudos feitos em laboratório. Naturalmente a doutrina ensinada pelo apóstolo Paulo vai mais longe do que a mera sobrevivência. Ele garante que nada, durante o processo da própria morte, ou qualquer consequência dai decorrente, poderá nos prejudicar, pois a morte nos pertence e serve de portal para a vida eterna. CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 4. Editora Hagnos. pag. 363-366. Hebreus 9.27-28. É um pouco inesperada a introdução que o escritor faz da ideia do julgamento a esta altura. Mas estava se delongando sobre a necessidade da morte de Cristo, e assim chega a fazer uma declaração geral acerca do destino do homem. A morte em si mesma é inevitável: aos homens está ordenado morrerem uma só vez. Ninguém está isento desta experiência. A diferença entre a morte de Cristo e todas as demais é que a dEle foi voluntária, ao passo que para todos os demais é ordenada (apokeitai), i.é, armazenada para eles. A expectativa de que alguns escaparão à morte (cf. 1 Ts 4.15ss.) é uma exceção à regra geral declarada, ocasionada pelo evento especial da vinda de Cristo.86 Não está, portanto, em conflito com esta declaração em Hebreus. As palavras e, depois disto, o juízo não visam dar a entender que o julgamento ocorre imediatamente após a morte, mas que o julgamento deve ser esperado subsequentemente à morte. Além disto, não se quer dizer que não acontece nenhum ato de juízo antes da morte. O juízo (krisis) aludido aqui é o juízo final DONALD GUTHRIE, B. D., M. Th., Ph. D. Hebreus. Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 187-188..].
2. A certeza da vida eterna. Salomão escreveu Eclesiastes sob uma análise puramente existencial. Quem está do lado de lá da eternidade não participa do lado de cá da existência. Neste aspecto, “os mortos não sabem coisa nenhuma” (Ec 9.5). Isto não se dá porque eles estão inconscientes, mas porque pertencem a outra dimensão (Ap 6.9; 2Co 5.8), onde nem mesmo o sol é necessário (Ap 22.5). Em vez de negar a imortalidade da alma humana, o Eclesiastes apenas descreve a nossa trajetória nesta vida. É o Novo Testamento que lançará mais luz sobre a imortalidade de nossa alma na eternidade (Lc 16.19-31; 2Co 5.8; Fl 1.23; Ap 6.9). [Comentário:  Já vimos que o sábio Salomão escreveu Eclesiastes sob a perspectiva daqueles que se encontravam “debaixo do sol”. Já que a sua análise é puramente existencial, ele se limita a observar a vida do lado de cá e não do lado de lá. Somos seres de duas dimensões e trilhamos por destinos diferentes. Quem está do lado de lá, na eternidade, não participa das coisas de cá, do que é puramente existencial. Neste aspecto “os mortos não sabem de coisa alguma” (Ec 9.5), não porque estão inconscientes, mas porque pertencem a uma outra dimensão. Pertencem a um outro mundo (Ap 6.9; 2 Co 5.8) onde nem mesmo o sol será mais necessário: “A cidade não precisa do sol” (Ap 21.13; Ap 22.5). Em vez de negar a realidade de um outro mundo, onde a alma é imortal, Eclesiastes (9.5) apenas confirma a sua trajetória nesta vida. É a revelação do Novo Testamento quem jorrará mais luz sobre essa trajetória do lado de lá (Fl 1.23; Lc 16.19-31; 2 Co 5.8; Ap 6.9). Uma frase que aparece 30 vezes no NT, na versão KJV em inglês, das quais 15 usos ocorrem no Evangelho e nas epístolas de João; e 43 vezes na versão RSV em inglês, com 25 ocorrências nos escritos de João. A palavra "eterna" (aionios) é derivada da palavra que significa "era", um período indefinido de tempo, e, dessa forma, duradouro, e consequentemente infinito. A vida eterna refere-se invariavelmente à vida de Deus, ou ao estado futuro dos justos (Mt 25.46). Os escritos de João a definem em termos de conhecimento, fazendo dela um sinônimo da experiência de Deus (Jo 17.3). A vida eterna não pode ser adquirida pelos homens, mas lhes é conferida como uma dádiva em resposta à fé (Jo 3.15,16; 1 Jo 5.11; Rm 6.23), e torna-se uma fonte perpétua de poder e refrigério (Jo 4.14). A vida eterna é a vitalidade que Deus concede à alma humana no momento da conversão pessoal a Cristo. A vida eterna é mediada por Cristo (1 Jo 5.11) e representa a totalidade da experiência cristã em sua vitalidade, duração, qualidade, e em suas associações e conteúdo. Ela permite ao crente entrar diretamente na presença de Deus por ocasião da morte, e desfrutar a eterna alegria do céu. Seu oposto é a morte eterna, ou a separação de Deus (2 Ts 1.9) PFEIFFER .Charles F. Dicionário Bíblico Wycliffe. Editora CPAD. pag. 2016-2017.].
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Em vez de negar a imortalidade da alma humana, o Eclesiastes apenas descreve a nossa trajetória nessa vida.


III. A IMPREVISIBILIDADE DA VIDA
1. As circunstâncias da vida. Nenhum outro texto descreve tão bem a imprevisibilidade da vida como o de Eclesiastes 9.11,12. Catástrofes naturais e vicissitudes sociais ocorrem em países habitados quer por pecadores, quer por crentes piedosos, pois ambos habitam em um mundo decaído. Mas em todas as circunstâncias, o Senhor se faz presente (Sl 46.1; 91.15). [Comentário:  Possivelmente nenhum outro texto detalhe a imprevisibilidade e contingência da vida como este: “Vi ainda debaixo do sol que não é dos ligeiros o prêmio, nem dos valentes, a vitória, nem tampouco dos sábios, o pão, nem ainda dos prudentes, a riqueza, nem dos inteligentes, o favor; porém tudo depende do tempo e do acaso. Pois o homem não sabe a sua hora. Como os peixes que se apanham com a rede traiçoeira e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enredam também os filhos dos homens no tempo da calamidade, quando cai de repente sobre eles” (Ec 9.11,12). A vida é imprevisível! Totalmente contingencial! Ricos e pobres, brancos e negros, estão sujeitos às suas vicissitudes. Terremotos, furacões, secas, desempregos, etc., ocorrem não somente em países habitados por pecadores, mas também por crentes piedosos. “A vida é incerta” observa Ed René Kivitz “e de vez em quando somos nós suas vítimas. A imprecisão entre o que fazemos e o que colhemos pode transformar em fatalidade o que sempre teve cara de sucesso. Quem se prepara, estuda e se esforça consegue sempre as melhores posições, certo? Nem sempre, diria o Eclesiastes. Mas não adianta nada se preparar, estudar e se esforçar? Sim, adianta bastante, mas não é suficiente para garantir o sucesso e o conforto merecido. Que o digam os professores universitários”. Habitamos em um mundo caído. Todavia o Senhor se faz presente no meio das intempéries da vida (SI 46.1; 91.15). GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 133-134.].

2. Aproveitando a vida. Cientes de que teremos dissabores na vida, o que podemos fazer a respeito? Mergulhar em um sombrio pessimismo, ou tornar-se indiferente aos problemas? É bem verdade que muitos se deprimem quando a calamidade chega. Ela assusta, amargura-nos. Faz com que nos isolemos. Mas o rei Salomão sabia que a vida “debaixo do sol” não era fácil nem justa. Ele não negou esse fato e muito menos fugiu da sua realidade. Contrariamente, o Pregador incentivou-nos a viver, em meio à imprevisibilidade da vida, aquilo que nos foi dado como porção (Ec 9.7,9). Em Cristo, somos chamados a viver a verdadeira vida, conscientes de sua finitude terrena, mas esperançosos quanto a sua eternidade celeste (1Co 15.19). [Comentário:  Ec 9.7 Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe gostosamente o teu vinho. Temos aqui a conclusão do pessimismo precedente. Os vss. 7-10 reiteram o triste summum bonum do filósofo: desfrutemos os pequenos prazeres da vida, porquanto esses prazeres também são vaidade e não têm valor real, ou seja, são o melhor que podemos fazer nesta vida miserável. Esses prazeres ordinários podem aliviar um pouco a agonia da existência humana. Portanto, avancemos e tiremos vantagem deles. Nada mais existe pelo que se deva viver. Há notas expositivas detalhadas sobre esse ponto de vista em Eclesiastes 2.24-25. Ver também Eclesiastes 3.12,22; 5.17 e 8.15. É um equívoco pensar que o mau filósofo terminou como um epicurista, Ele era um niilista que balançava a cabeça na direção do epicurismo (prazeres moderados) como o summum bonum da vida, como o menor dos males que o homem encontra na vida. Ele já havia demonstrado que o hedonismo (busca desenfreada pelos prazeres) é fútil (Eclesiastes 2.1- 11). Ele valorizava mais o epicurismo (os prazeres moderados), mas não afirmava haver valor real nisso.].
SINOPSE DO TÓPICO (III)
As circunstâncias da vida revelam a sua imprevisibilidade e, por isso, devemos aproveitá-la da melhor maneira possível.


IV. VIVENDO POR UM IDEAL
1. A morte dos ideais. Eclesiastes 9.14,15 narra a história de um povo que se esqueceu de um sábio idealista por ele ser pobre. Tal fato denota uma cultura onde os ideais não mais existem. Como é atual a leitura do Eclesiastes! A cultura contemporânea também perdeu os seus ideais. Lembremo-nos de que uma das marcas de nossos dias é a relativização do absoluto, e cada pessoa vai buscar uma verdade para si mesma. Isso tende a tornar as pessoas mais individualistas e narcisistas, preocupadas apenas consigo mesmas e tremendamente desinteressadas pelo próximo. [Comentário:  As palavras de Salomão em Eclesiastes 9.14,15 mostram uma cultura para a qual já não existem mais ideais: “Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, sitiou-a e levantou contra ela grandes baluartes. Encontrou-se nela um homem pobre, porém sábio, que a livrou pela sua sabedoria; contudo, ninguém se lembrou mais daquele pobre” (Ec 9.14,15). O pobre agiu com sabedoria e idealismo, mas foi esquecido! Parece até mesmo que o Sábio fazia uma leitura da nossa cultura. Nesse ponto, Eclesiastes demonstra ser mais atual do que nunca. A nossa cultura contemporânea ou pós-moderna também não tem mais ideais. Como bem observou Antônio Cruz, teólogo espanhol, ela não se fundamenta mais em nada, visto não possuir certezas absolutas. Tornou as pessoas individualistas e narcisistas, preocupadas consigo mesmas e não com o outro GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 134-135.].

2. Vivendo por um ideal. Mesmo sabendo que as boas ações nem sempre serão reconhecidas, Salomão acredita que devemos ter um ideal elevado e firmado em Deus (Ec 9.16-18). Vivendo em uma sociedade relativista e vazia de idealismo, não há garantia de qualquer reconhecimento pelo fato de crermos e vivermos os valores morais e espirituais prescritos pela Bíblia. Contudo, vale a pena viver por um ideal. O cristão maduro sabe das causas pelas quais devemos lutar (At 20.24; Ef 3.14; 2Tm 4.7). [Comentário:  Acreditar em valores morais e espirituais e procurar viver à altura deles em meio a uma sociedade relativista e vazia de idealismo não tem garantia nenhuma de algum reconhecimento. Todavia ainda assim vale a pena viver por um ideal. Mais do que qualquer outro, o cristão sabe que nesta vida há causas pelas quais vale a pena lutar (Ef 3.14; At 20.24; 2 Tm 4.7). Debaixo do sol a vida se mostra como ela é. Às vezes parece totalmente sem sentido, e em muitas outras, cheia de paradoxos. Mas é a vida e precisa ser vivida. Salomão não somente observou essa dura realidade, mas também a experimentou. Para não cairmos em um pessimismo impiedoso e nem tampouco em um indiferentismo frio, devemos então viver a vida a partir da perspectiva da eternidade. É a partir daí que tomaremos consciência de que há uma causa digna pela qual lutar e assim evitaremos cair nas malhas do pessimismo. GONÇALVES. José,. Sábios Conselhos para um Viver Vitorioso Sabedoria bíblica para quem quer vencer na vida. Editora CPAD. pag. 135-136.].
SINOPSE DO TÓPICO (IV)
O cristão maduro, através do Evangelho, sabe bem das causas pelas quais devemos lutar nesta vida.
CONCLUSÃO
A vida “debaixo do sol” mostra-se como ela realmente é. Às vezes parece sem sentido e, em muitas outras, cheia de paradoxos. Mas a vida precisa ser vivida. Salomão não apenas observou essa dura realidade, mas também a experimentou. Para não cairmos num pessimismo impiedoso e, tampouco, num indiferentismo frio, devemos viver a vida a partir da perspectiva da eternidade. Então tomaremos a consciência de que, na vida terrena, há ideais dignos pelos quais devemos lutar. Assim, evitaremos as armadilhas do pessimismo. Vivamos, pois, a nossa vida de maneira a glorificar o Pai Celeste. [Comentário:  At 20.24 “Aliás, eu na verdade não atribuo valor algum à minha vida. Minha meta é levar a bom termo a minha carreira e o serviço que o Senhor Jesus me confiou” [TEB]. Muitas vezes Paulo caracterizou a existência do cristão com a metáfora da “corrida para o alvo” (1Co 9.24-27; Fp 3.13s; 2Tm 4.7). Estava profundamente preocupado em “consumar” a corrida até o alvo. Além disso, o “serviço” não era para ele um dever penoso, mas a expressão da admirável graça que seu Senhor lhe “confiou” (1Tm 1.12s; 2Co 4.1). Apesar de seus múltiplos aspectos, esse serviço é somente um único: “testemunhar o evangelho da graça de Deus”. A única coisa que importa é que esse serviço confiado a ele e do qual depende a vida eterna de pessoas seja executado. Diante da magnitude e importância desse serviço, “não atribui valor algum” ao destino pessoal. Para Paulo a vida não tem um valor em si mesma, em detrimento de seu serviço. Aqui a palavra de Jesus de Mc 8.35 foi cumprida de forma genuína, e não como “moral cristã”].
NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),
Graça e Paz a todos que estão em Cristo!


Extraído do blog: Auxílio ao Mestre

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

INFORMATIVO MISSIONÁRIO - PROJETO NATAL FELIZ

INFORMATIVO MISSIONÁRIO 

PROJETO NATAL FELIZ 

“...o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará”( 2 CO 9:6)


Guiné Bissau, Novembro de 2013


Querido irmãos
A graça e paz!
Exercitar nossa fé em momentos difíceis não e fácil, mas é um exercício que não seria possível sem a certeza de que esse Deus, único verdadeiro em que eu confio, está caminhando comigo trazendo a paz ao coração.
Amados, queremos mais uma vez agradecer a vocês por cuidarem de nós em oração, intercessão e apoio financeiro, que Deus possa recompensá-los.
Queridos aqui tudo bem graças a Deus. Quanto aos trabalhos nas aldeias estão muito bem; louvou a Deus que agora temos dois pastores nacionais no campo, isso significa mais assistência as igrejas,  só temos uma grande preocupação de como vamos ajudá-los financeiramente, mas, cremos que nosso Deus é fiel. Quanto ao Lar no aspecto geral as crianças estão bem, apenas gripadas e devido à mudança de tempo, as chuvas terminaram e agora e o período de frio e muito ventos. 
Gostaria  queridos de compartilhar com vc mais um desafio e pedir a sua participação no” PROJETO NATAL FELIZ”.
Este projeto visa proporcionar às nossas crianças a alegria de terem o Lar mais aconchegado com uma nova pintura, que elas também possam ter uma boa ceia e brinquedos. Para que tudo isso seja possível contamos com as suas orações e contribuições.
Desde já lhe agradecemos e aceite nossos votos de tempos alegres quando estamos comemorando e recordando o nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo.

Seus servos
Okey e Francisca


Pedido de oração
Família- Que Deus nos de crescimento espiritual e animo para prossegui, que Ele supra as nossas necessidades.
Liderança- Que Deus cuide e capacite os lideres da igreja
Novos membros- Que os novos convertidos sigam firmes crescendo na Fé.
LAR BETHEL- Que o Senhor abençoe o Projeto Natal Feliz.    


     


Ajude o Projeto Natal Feliz, e transforme sonhos em  realidade; as crianças do Lar Bethel agradecem.
 Depósitos na conta do Banco do Brasil – Agência 1611-X. Conta corrente: 8684-3


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CARTA DE ORAÇÃO



“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo esta sobre os seus ombros; e o Seu nome será Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade, Príncipe da paz.” (IS 9;6)

MENSAGEM

Lembramos nesta época de natal, que nosso Deus nos deu seu Filho amado Jesus, e com sua morte e seu sangue derramado na cruz, temos nossos pecados perdoados e livre acesso ao Pai.

Nossa oração e para que suas vidas e lares sejam inundados com o amor do pai e que o Espírito Santo venha a testificar e lembra-lo desse ato que mudou toda humanidade, que hoje somos livres da morte, do pecado e salvo em Cristo Jesus.

Nosso desejo neste novo ano para você amado irmão, intercessor ou mantenedor e que sua vida e tudo que você realizar seja para gloria de Deus.

Agradecemos pela sua fidelidade nas orações e apoio financeiro todo ano de 2013, seguimos firmes na missão em que o Senhor Jesus nos confiou. Desejamos a todos um abençoadissimo final de ano cheio da presença viva do Espírito Santo.

PEDIDO DE ORAÇÃO

Pelo aprendizado na universidade
Pela nossa saúde física e das crianças
Pelos novos crentes que estão se preparando para o batismo
Pelas igrejas no Sul do pais
Para que o Senhor venha suprir as nescessidades de nossos obreiros
Queridos mais uma vez nosso muito obrigado.
Nosso abraço em Cristo, nossa esperança.
Seus servos

Okey e Francisca

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

LIÇÃO 10 - CUMPRINDO AS OBRIGAÇÕES DIANTE DE DEUS






 SUBSÍDIO I

INTRODUÇÃO
A existência humana pressupõe obrigações, ninguém está sozinho no mundo, estamos em relação com os outros. Na lição de hoje trataremos a respeito das responsabilidades que temos para conosco, os outros, e principalmente diante de Deus. Mostraremos, nesta aula, que precisamos viver bem conosco, por conseguinte, saber lidar com as necessidades dos outros, em sociedade, e por último, a importância de viver responsavelmente diante de Deus. Destacaremos, ao final, que a disposição para cumprir as responsabilidades com sabedoria é uma demonstração de maturidade na vida do ser humano.


1. OBRIGAÇÕES PESSOAIS
Uma pessoa sábia não pode pautar sua vida em futilidades, a fim de evitar esse equívoco é necessário atentar para o que de fato faz sentido. Muitas pessoas estão roubando a si mesmas, pois não investem tempo em seu futuro. Há aqueles que pensam apenas em obter riquezas, e pensam que elas lhes trarão total satisfação (Ec. 5.10). O homem moderno, que vive debaixo da égide do consumismo, se conforma com pouco, se deixa levar pelo prazer como um fim em si mesmo. O acúmulo de dinheiro é posto como a razão maior da existência, o final é sempre a frustração, pois somente em Deus o ser humano encontra satisfação (Ec. 5.11). Jesus advertiu as pessoas da Sua época sobre necessidade o perigo de pautar a vida somente nas riquezas, Ele ressaltou que a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que possui (Lc.  12.15). Paulo orienta ao jovem obreiro Timóteo para que não colocasse sua confiança na temporalidade das riquezas, lembrando que o amor do dinheiro é a raiz de todos os males (I Tm. 6.10). Evidentemente todos nós precisamos de dinheiro para viver, mas não podemos ter a ilusão de pensar que acumulá-lo é o segredo da felicidade. Geralmente as pessoas mais infelizes são justamente aquelas que têm muito dinheiro. É melhor ter dinheiro suficiente para manter-se do que ter uma fortuna e não conseguir dormir tranquilamente (Ec. 5.12). O dinheiro, como bem disse o Senhor Jesus, está atrelado a uma divindade, Mamom, que escraviza a pessoas (Mt. 6.24). Seguindo do autor de Provérbios, buscamos o equilíbrio, nem a riqueza nem a pobreza, mas a porção necessária para o sustento (Pv. 30.7-9). Mais importante do que ter muito dinheiro é desfrutar da presença de Deus em nossas vidas, e gozar das bênçãos que Ele nos providencia por meio do esforço humano (Ec. 5.18-20). O trabalho é o meio do homem e da mulher desfrutarem da prosperidade de Deus, mas sempre com temor, contando os dias diante do Senhor, a fim de encontrar coração sábio (Sl. 90.12). A maior riqueza do cristão não está no banco, mas em sua entrega ao Senhor, e de dedicar-se ao Seu Reino (Mt. 6.33).


2. OBRIGAÇÕES POLÍTICO-SOCIAIS
Estamos inseridos em uma dimensão temporal, tanto somos cidadãos do céu quanto da terra (Fp. 3.20,21). Por isso, temos obrigações não apenas no âmbito celestial, mas também no terrenal (Jo. 15.17). Nesse contexto se aplica a pergunta feita a Jesus: É lícito pagar imposto a Cesar? (Mt. 22.17). A resposta, dada pelo próprio Mestre é a de dar a César o que lhe é de direito, isso implica, para o cristão, que temos obrigações de ordem política (Mt. 22.18-21). Paulo expõe essa responsabilidade em sua Epístola aos Romanos, ressaltando a obrigação dos cristãos se portarem com respeito e em submissão às autoridades constituídas (Rm. 13.1-7), sabendo que essas também têm responsabilidades, de punir aqueles que infringem a lei (I Pe. 2.13-17). Dentre as obrigações do cristão em relação à política destacamos: 1) orar por aqueles que assumem posição de governo, para que cumpram seu dever, satisfazendo aos interesses da coletividade (I Tm. 2.1,2); 2) pagar impostos, a fim de que o governo disponha de recursos para investir nas necessidades básicas da sociedade, tais como saúde, educação e segurança (Mt. 22.21); 3) obedecer às leis, a fim de dar exemplo à sociedade a qual pertence, evitando que o evangelho seja desacreditado por meio da ilegalidade (I Pe. 2.13); e 4) honrar os governantes, não se dirigir a eles com palavras torpes, ou desrespeitosas, criticando quando necessário, com as devidas comprovações (I Pe. 2.17; Jd. 8-10). Isso porque há limite na obediência às autoridades, não há respaldo bíblico para uma subserviência cega, que não questiona valores que se opõem à vontade de Deus. Em algumas situações cabe mais obedecer a Deus do que aos homens (At. 5.29), um exemplo disso são as leis que afrouxam em relação ao divórcio (Mt. 19.6). Sempre que um governo coloca-se contra os valores cristãos, deixa de servir a Deus e torna-se um anticristo, por isso deve ser criticado, com base na palavra de Deus. Enquanto cristãos, temos a obrigação também de agir para diminuir as carências sociais, não podemos esperar apenas que os governantes resolvam todos os problemas. Aqueles que seguem a Cristo devem buscar provisão para a família (I Tm. 5.18,16), amar o próximo indistintamente (Mt. 22.29), satisfazer as necessidades dos irmãos mais pobres  (At. 4.34; 6.1; Gl. 6.10; Tg. 2.15,16; I Jo. 3.16,17). Uma igreja genuinamente cristã se compromete com causas sociais, pois percebe o ser humano em sua integralidade, não apenas o espírito, mas também o corpo (I Ts. 5.23).

3. OBRIGAÇÕES ECLESIASTICO-RELIGIOSAS
Todos os cristãos têm responsabilidades eclesiástico-religiosas, isso porque todos aqueles que frequentam a igreja são por ela responsáveis. Salomão chama a atenção dos seus ouvintes para a oferta e os sacrifícios, práticas comuns no Antigo Testamento, principalmente com animais. Na Aliança fundada em Jesus, não se faz mais necessário o sacrifício de animais, pois o sangue de Cristo cumpriu perfeitamente essa exigência religiosa (Hb. 10.1-14). Mas os cristãos de hoje devem oferecer sacrifícios espirituais, no próprio corpo (Rm. 12.1,2), contribuir financeiramente (Fp. 4.18); louvores e boas obras (Hb. 12.15,16); coração quebrantado (Sl. 51.17); e orações de fé (Sl. 141.1,2). Justamente no que tange à oração, Salomão adverte quanto a sua seriedade, a fim de que não nos apresentemos de forma descuidada diante do Senhor (Ec. 5.1,2). Ao orar, Jesus nos ensinou a não usar de vãs repetições (Mt. 6.7), por isso devemos preparar o coração para adentrar a presença do Altíssimo (Sl. 141.1,2). Os votos devem ser pagos, não para ser aceitos por Deus, mas para expressar nossa devoção a Ele (Nm. 30; Dt. 23.21-23; At. 18.18). Por outro lado, ninguém deve pensar que agrada a Deus apenas cumprindo determinas exigências religiosas, tais como faziam os fariseus (Mt. 23). Votos feitos com devoção devem ser pagos com sinceridade, não como um meio de barganhar com Deus, mas como uma expressão da nossa fé (Sl. 66.13,14). A partir dessa condição, podemos, de fato, ser adoradores encontrados por Deus, que se dobram diante dEle, em espírito e em verdade (Jo. 4.24). Essa percepção de adoração nos conduz à reverência, ao cuidado quando nos encontramos na presença de Deus (Ec. 5.1). Também à obediência, pois de nada adianta ser religioso, cumprir algumas obrigações ritualísticas e não fazer a vontade de Deus (I Sm. 15.22). É preciso também ter cuidado para não colocar Deus no mesmo patamar do homem, como fazem alguns adeptos das teologias antropocêntricas. Deus é Deus, é Criador, o homem é criação, portanto deve ser concebido diante das suas limitações temporais e espaciais (Dt. 4.15-20). O ser humano está na dimensão imanente, no tempo e no espaço, mas Deus é transcendente, é por isso que Ele é Deus, e não homem.


CONCLUSÃO
O cristão não deve viver apenas para si, ele tem obrigações em relação aos outros. Isso não quer dizer que precise ter um sentimento negativista sobre sua pessoa. O fato de ter sido aceito por Deus deve servir de motivação para o amor ao próximo, e principalmente a Deus. O equilíbrio está justamente no amor a si mesmo, ao próximo e a Deus (Mt. 22.36-38). Aqueles que amam apenas a si são egoístas, apenas ao próximo não passam de filantropistas, e apenas a Deus são fanáticos. O tripé das obrigações cristãs passa pelo crivo do amor-ágape, no sacrifício de Cristo pelos homens, modelo para os Seus discípulos em relação aos outros (Jo. 3.16; I Jo. 3.16). 
Extraído do blog: subsidioebd


SUBSÍDIO II


Adorando e servindo a Deus em unidade

O texto de 1 Pedro 2.5-10 destaca enfaticamente a Igreja de Jesus Cristo como povo de Deus: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus, por Jesus Cristo. Pelo que também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal de esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina; e uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados . Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz; vós que, em outro tempo, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia”. Como povo de Deus, devemos adorá-lo. Isso implica liturgia. Em outras palavras, ao tratar de liturgia cristã, devemos fazê-lo sob a perspectiva da doutrina da adoração cristã.

No Novo Testamento, vemos alguns termos ou frases litúrgicos como, por exemplo:

a) Em Mateus 18.20, lemos: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou no meio deles”. Aqui encontramos synagesthai eis to emon onoma, que se refere a estarmos reunidos em nome de Jesus;

b) Em Atos 20.7, lemos: “No primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão, Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à meia-noite”. Neste texto, encontramos synagesthai klasai arton, que diz respeito a se reunir com o fim de partir o pão;

c) Em 1 Coríntios 11.33, temos: “Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntai para comer, esperai uns pelos outros”. Nesta passagem, encontramos synagesthai eis ton phagein, que fala de se reunir ou se ajuntar para comer.

Explicando e definindo liturgia

Vejamos o significado da palavra liturgia nos sentidos etimológico, bíblico e semântico:

a) Do grego leitourgia –  “Obra pública ou dever público”
b) No sentido etimológico, a palavra “liturgia” significa “uma ação do povo”, pois é a junção dos vocábulos leitos e ergon, formando leitourgia.
c) O sentido natural de liturgia é ministério ou serviço do povo.
d) Do ponto de vista do apóstolo Paulo, a tradução correta de leitourgia seria “serviço de adoração” (Gl 5.19-22)
e) Em um certo período da história da Igreja, a liturgia era privilégio do clero.
f) A liturgia do culto deve envolver, de fato, a participação ativa dos ministrantes e do povo na adoração.
g) No Novo Testamento, a palavra liturgia ou leitourgia se encontra, às vezes, com o sentido de “serviço” ou de “ministério, como nas passagens a seguir:

"E sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para sua casa", Lc 1.23.

"Porque a admiração desse serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também redunda em muitas graças, que se dão a Deus", 2Co 9.12.

"E, ainda que seja oferecido por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com todos vós", Fp 2.17.

"Porque, pela obra de Cristo, chegou até bem próximo da morte, não fazendo caso da vida, para suprir para comigo a falta do vosso serviço", Fp 2.30.

"Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas", Hb 8.6.

"E semelhantemente aspergiu com sangue o tabernáculo e todos os vasos do ministério", Hb 9.21.

h) Outros termos derivados ajudam a elucidar o vocábulo liturgia:
1- Leitourgós, que significa “servo, servidores”.
2- Leitourgikós, que significa “ministradores” (Hb 1.14).

Igreja e liturgia  

Existe uma relação entre eclésia e leitourgia no grego bíblico:

a) Eclésia significa “a convocação de pessoas que se reúnem ‘fora’ de suas casas num lugar para tratarem de assuntos de interesse comum”. Daí a idéia de “tirados para fora”.
b) Leitourgia significa o serviço dessas pessoas que formam a eclésia, e visando uma atividade especial.  Portanto, a partir desses dois conceitos, compreendemos que a Igreja é a reunião de pessoas que saíram “para fora” de seus contextos mundanos, e a reunião dos que vivem pela salvação e invocam o Senhor (At 11.22; 13.1 e 1Pd 2.9-10).

O conteúdo da liturgia cristã  Existem quatro formas de liturgia, a saber:

a) A elaborada;
b) A livre;
c) A funcional;
d) A dirigida.

A liturgia cristã autêntica se destaca por sua fundamentação cristológica, como Paulo deixa claro no texto de Colossenses 1.13-19. Uma leitura superficial do Novo Testamento é suficiente para convencer-nos de que a própria vida de Jesus foi e é uma vida litúrgica, isto é, sacerdotal. Com sacerdotal, aqui, me refiro ao sentido de serviço, como ocorre em passagens como 1 Pedro 2.9 e Hebreus 7.27 e 9.11.

Ora, se adorar é prestar culto e serviço a Deus, Jesus é o maior exemplo de adoração, pois Ele ofereceu serviço de si mesmo, como “oferta única”: "Porque, com uma só oblação, aperfeiçoou para sempre os que são santificados", Hb 10.14. "Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado", 1Pd 1.19.

A liturgia torna-se nula se ela não puder ser identificada pela presença de Cristo no culto:

a) Jesus inaugurou o serviço de adoração da Igreja, quando instituiu a celebração da Santa Ceia (Lc 22.14-20). Ele disse “Isto é o meu corpo” e “Isto é o meu sangue”. O texto se refere à presença de Cristo. Não confundir com transubstanciação e consubstanciação.

b) Em outra metáfora, a “da videira e os ramos”, Jesus instituiu a relação entre ele e seus discípulos (a Igreja): “Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim”, Jo 15.4.

c) Não precisamos de objeto físico ou material de Cristo para termos a sua presença.

d) Se hoje, na adoração feita, sabemos que a presença de Cristo é apenas espiritual, sensorial e invisível, também sabemos que um dia teremos a sua presença plena e perfeita. "Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, também vós vos manifestareis com ele em glória", Cl 3.4.


Pastor Elienai Cabral  


ADEUS MADIBA!!!



Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. A terra livre da África do Sul.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos. O pai da nação. O orgulho deste século. 

Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. Ele perdoou os seus verdugos e unificou a nação com o perdão. 

Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Amém.

Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Obrigado por seus 27 anos de prisão.


Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.

Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.

Mandela foi tudo isto e muito mais. 

Mandela era um daqueles de quem Jesus nos falou no sermão da montanha.

Fonte: genizahvirtual
 






O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela morreu aos 95 anos em Pretória, nesta quinta-feira (5), anunciou o atual presidente do país, Jacob Zuma.

Mandela ficou internado de junho a setembro devido a uma infecção pulmonar. Ele deixou o hospital e estava em casa. Morreu às 20h50, no horário local de Pretória – 16h50 do horário brasileiro de verão.

Ele partiu, se foi pacificamente na companhia de sua família”, afirmou o presidente Zuma. “Ele descansou, agora está em paz. Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso povo perdeu seu pai.” O funeral de Mandela deve durar 12 dias.


O corpo será enterrado, de acordo com seus desejos, na aldeia de Qunu, localizada na província pobre do Cabo Leste, onde Mandela cresceu. Os restos mortais de três de seus filhos foram sepultados no mesmo lugar, em julho, após ordem judicial.
Conhecido como "Madiba" na África do Sul, Mandela foi considerado um dos maiores heróis da luta dos negros pela igualdade de direitos no país e foi um dos principais responsáveis pelo fim do regime racista do apartheid, vigente entre 1948 e 1993.
Foram quatro internações desde dezembro. Em abril, as últimas imagens divulgadas do ex-presidente mostraram bastante fragilidade – ele foi visto sentado em uma cadeira, com um cobertor sobre as pernas.
Seu rosto não expressava emoção. Em março de 2012, o ex-presidente sul-africano havia sido hospitalizado por 24 horas, e o governo informou, na ocasião, que Mandela tinha sido internado para uma bateria de exames de rotina.

Em dezembro, porém, ele permaneceu 18 dias hospitalizado, em decorrência de uma infecção pulmonar. No fim de março de 2013, passou 10 dias internado, também por uma infecção pulmonar, provavelmente vinculada às sequelas de uma tuberculose que contraiu durante sua prisão.
Sua saúde frágil o impedia de fazer aparições públicas na África do Sul – a última foi durante a Copa do Mundo de 2010, realizada no país. Mas ele continuou recebendo visitantes de grande visibilidade, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton.
Ao todo, Mandela ficou preso durante 27 anos – passou mais 6 anos e 9 meses em uma prisão no subúrbio da Cidade do Cabo, até dezembro de 1988, e pouco mais de dois anos na prisão Victor Verster, entre as cidades de Paarl e Franschhoek. Em 1985, Mandela passou por uma cirurgia de próstata, quando ainda estava preso, e é internado com tuberculose em 1988. Em 2001, foi diagnosticado com câncer de próstata e hospitalizado por problemas respiratórios, sendo liberado dois dias depois.
No dia 11 de fevereiro de 1990, o líder sul-africano foi solto e, em um evento transmitido mundialmente, disse que continuaria lutando pela igualdade racial no país. Em 1993, ganhou o Prêmio Nobel da Paz. No ano seguinte, foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul, nas primeiras eleições multirraciais do país.
Mandela é alvo de um grande culto no país, em que sua imagem e citações são onipresentes. Várias avenidas têm seu nome, suas antigas moradias viraram museu e seu rosto aparece em todos os tipos de recordações para turistas.

BIOGRAFIA

Nelson Mandela nasceu em 18 de julho de 1918, no clã Madiba, no vilarejo de Mvezo, antigo território de Transkei, sudeste da África do Sul. Seu pai, Henry Gadla Mphakanyiswa, era chefe do vilarejo e teve quatro mulheres e 13 filhos – Mandela nasceu da terceira mulher, Nosekeni. Seu nome original era Rolihlahla Mandela.
Após seu pai morrer, em 1927, ele foi acolhido pelo rei da tribo, Jongintaba Dalindyebo. Mandela cursou a escola primária no povoado de Qunu e recebeu o nome Nelson de uma professora, seguindo uma tradição local de dar nomes cristãos às crianças. Conforme as tradições Xhosa, ele foi iniciado na sociedade aos 16 anos, seguindo para o Instituto Clarkebury, onde estudou a cultura ocidental. Na adolescência, praticou boxe e corrida.
Mandela ingressou na Universidade de Fort Hare, na cidade de Alice, para cursar artes, mas foi expulso por participar de protestos estudantis. Ele completou os estudos na Universidade da África do Sul. Após terminar a faculdade, o rei Jongintaba anunciou que Mandela devia se casar, o que motivou o jovem a fugir e se mudar para Johanesburgo, em 1941.

Na nova cidade, ele trabalhou como segurança de uma mina e começou a se interessar por política. Lá, também conheceu o corretor de imóveis Walter Sisulu, que se tornou seu grande amigo pessoal e mentor no ativismo antiapartheid. Por indicação de Sisulu, Mandela começou a trabalhar como aprendiz em uma firma de advocacia e se inscreveu na faculdade de direito de Witwatersrand.
O jovem então começou a frequentar informalmente as reuniões do Congresso Nacional Africano (CNA), em 1942. Dois anos mais tarde, ele fundou a Liga Jovem do Congresso e se casou com a prima de Walter Sisulu, a enfermeira Evelyn Mase. O casal teve uatro filhos (dois meninos e duas meninas) – uma das garotas morreu ainda na infância.

Em 1948, Mandela se tornou secretário nacional do CNA – no mesmo ano, o Partido Nacional ganhou as eleições do país e começou a implementar a política do apartheid (segregação racial). O estudante conheceu futuros colegas da política na faculdade de direito, mas abandonou o curso em 1948, admitindo ter tido notas baixas – ele chegou a retomar a graduação na Universidade de Londres, mas só se formou em 1989 pela Universidade da África do Sul, quando estava preso.
Em 1951, Mandela se tornou presidente do CNA. Em 1952, abriu com o amigo Oliver Tambo o primeiro escritório de advocacia do país voltado para negros. No mesmo ano, ele foi escolhido líder da campanha de oposição encabeçada pelo CNA e viajou pelo país, em protesto contra seis leis consideradas injustas. Como reação do governo, Mandela e 19 colegas foram presos e sentenciados a 9 meses de trabalho forçado, acusados sob a Lei de Supressão do Comunismo.
O jovem negou ser comunista, embora livros recentes do historiador britânico Stephen Ellis mostrem documentos que indicam que Mandela fez parte do Partido Comunista. Além disso, o CNA tem uma aliança histórica com o partido.
Em 1955, ele ajudou a articular o Congresso do Povo e citava a política pacifista do indiano Mahatma Gandhi como influência. A reunião uniu a oposição e consolidou as ideias antiapartheid em um documento chamado "Carta da Liberdade". No fim do ano, Mandela foi preso juntamente com outros 155 ativistas, em uma série de detenções pelo país – todos foram absolvidos em 1961.
Em 1958, Mandela se divorciou da enfermeira Evelyn Mase e se casou novamente, com a assistente social Nomzamo Winnie Madikizela. Os dois tiveram dois filhos.
Em março de 1960, a polícia matou 69 manifestantes desarmados em um protesto contra o governo em Sharpeville. O Partido Nacional declarou estado de emergência no país e baniu o CNA. Em 1961, Mandela se tornou líder da guerrilha Umkhonto we Sizwe (Lança da Nação), após ser absolvido no processo da prisão de 1955. Logo após a absolvição, ele e colegas passaram a trabalhar de maneira escondida para planejar uma greve geral no país.
Mandela deixou o país ilegalmente em 1962, usando o nome de David Motsamayi, para viajar pela África para receber treinamento militar. Ele ainda visitou a Inglaterra, o Marrocos e a Etiópia, e foi preso ao voltar, em agosto do mesmo ano. De acordo com o jornal inglês "Telegraph", a organização perdeu o ideal de protestos não letais com o tempo e matou pelo menos 63 pessoas em bombardeios nos 20 anos seguintes.
Mandela foi acusado de deixar a África do Sul ilegalmente e incentivar greves, sendo condenado a cinco anos de prisão. A pena foi cumprida inicialmente na prisão de Pretória. Em março de 1963, ele foi transferido à Ilha Robben, voltando a Pretória em junho. Um mês depois, diversos companheiros de partido foram presos.        
Mandela e outras nove pessoas foram julgados por sabotagem, naquele que ficou conhecido como Julgamento Rivonia, ocorrido entre 1963 e 1964. Sob o risco de ser condenado à pena de morte, Mandela fez um discurso à corte que foi imortalizado.
“Lutei contra a dominação branca, e lutei contra a dominação negra. Cultivei o ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas em harmonia e com oportunidades iguais. Esse é um ideal pelo qual eu espero viver e alcançar. Mas, se for necessário, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer”, afirmou.
Em 1964, Mandela e outros sete colegas foram condenados por sabotagem e sentenciados à prisão perpétua. Um deles, Denis Goldberg, foi preso em Pretória por ser branco. Os outros foram levados para a Ilha Robben, que após a libertação de Mandela acabou virando um ponto turístico.

27 anos de prisão

Mandela passou 18 anos detido na ilha Robben, na costa da Cidade do Cabo, e nove na Prisão Pollsmoor, no subúrbio da Cidade do Cabo – a transferência ocorreu em 1982. Enquanto esteve preso, Mandela perdeu sua mãe, que morreu em 1968, e seu filho mais velho, morto em 1969. Ele não foi autorizado a participar dos funerais.
Durante o período em que ficou preso, sua reputação como líder negro cresceu e sedimentou a imagem de liderança do movimento antiapartheid. A partir de 1985, ele iniciou o diálogo sobre sua libertação com o Partido Nacional, que exigia que ele não voltasse à luta armada. Nesse ano, Mandela passou por uma cirurgia na próstata e, ao voltar para a prisão, passou a ser mantido em uma cela sozinho.
Em 1988, Mandela passou por um tratamento contra tuberculose e foi transferido para uma casa na Prisão Victor Verster, entre as cidades de Paarl e Franschhoek. Em 2 de fevereiro de 1990, o presidente sul-africano Frederik Willem de Klerk restituiu o CNA. No dia 11 de fevereiro de 1990, Mandela foi solto e, em um evento transmitido mundialmente, disse que continuaria lutando pela igualdade racial no país.
 
Prêmio Nobel e presidência

Em 1991, Mandela foi eleito novamente presidente do CNA. Ele e Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz em 1993, por seus esforços para trazer a paz ao país.
Mandela encabeçou uma série de articulações políticas que culminaram nas primeiras eleições democráticas e multirraciais da África do Sul, em 27 de abril de 1994.
O CNA ganhou com 62% dos votos, enquanto o Partido Nacional teve 20%. Com o resultado, Mandela tornou-se o primeiro líder negro do país e também o mais velho, com 75 anos. Ele tomou posse em 10 de maio de 1994. A gestão do presidente foi marcada por políticas antiapartheid, reformas sociais e na área da saúde.
Em 1996, Mandela se divorciou de Nomzamo Winnie Madikizela, por divergências políticas que se tornaram públicas. Em 1998, no dia de seu 80º aniversário, ele se casou com Graça Machel, viúva de Samora Machel, antigo presidente moçambicano.
Em 1999, não se candidatou à reeleição e se aposentou da carreira política. Desde então, passou boa parte do tempo em sua casa no vilarejo de Qunu, onde cresceu.
Em 2001, Mandela foi diagnosticado com câncer de próstata e hospitalizado por problemas respiratórios, sendo liberado dois dias depois.
 
Causas sociais

Após o fim da carreira política, o ex-presidente sul-africano se voltou para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Participou de uma campanha de arrecadação de fundos para combater a Aids que tinha como símbolo o número 46664, que o identificava quando esteve preso.
Em 2008, a comemoração de seu aniversário de 90 anos foi um ato público com shows em Londres, que contou com a presença de artistas e celebridades engajadas na campanha. Uma estátua de Mandela foi erguida na Praça do Parlamento, na capital inglesa.
Em novembro de 2009, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que o dia de seu aniversário seria celebrado em todo o mundo como Dia Internacional de Mandela, iniciativa para estimular todos os cidadãos a dedicar 67 minutos – 1 minuto por ano – a causas sociais.

Fonte: g1.globo.com