quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

LIÇÃO 3: O PERIGO DAS OBRAS DA CARNE




SUBSÍDIO I

Na lição do próximo domingo estudaremos “o perigo das obras da carne”. É importante ressaltar que o vocábulo “carne”, utilizado na lição, significa a nossa natureza humana, corrompida pelo pecado. Esta natureza, corrompida pela Queda, está sempre disposta a opor-se ao nosso espírito, que pela fé em Jesus Cristo, foi transformado por Deus mediante o novo nascimento (2 Co 5.17). Se vivermos segundo os desejos da nossa carne, nossos frutos serão ruins. Logo, não poderemos agradar a Deus.
Para ajudar na reflexão a respeito do tema da lição, é importante que você leia todo o capítulo 6 do Evangelho de Lucas. O capítulo inicia com o conflito dos fariseus ao ver Jesus e seus discípulos arrancando espigas em um dia de sábado (Lc 1.1-5). Depois temos o relato da cura de um homem que tinha uma das mãos mirradas e em seguida a eleição dos doze. A partir do versículo 17, Jesus vai proferir um dos seus mais importantes sermões — o Sermão da Montanha. Este sermão é um código de ética para todos os súditos do Reino de Deus, por isso, todo crente precisa conhecer e viver os ensinos do Mestre contidos ali.
É importante ler todo o capítulo, porém vamos nos deter nos versículos 39 a 49. Os versículos escolhidos para a Leitura Bíblica em Classe. O texto bíblico começa com uma ilustração. Jesus faz duas indagações: “Pode, porventura, um cego guiar outro cego?” “Não cairão ambos na cova?” Qual era o objetivo de Jesus ao utilizar tal ilustração? O Mestre desejava ensinar aqueles que o ouvia, e a nós também, a respeito do julgar os outros. Jesus ensina que para distinguirmos entre o bem e o mal precisamos de discernimento, misericórdia e amor. Antes de olhar os erros dos outros é necessário fazer uma autoavaliação. É preciso, antes de tudo, examinar a nós mesmos e ver o mal que existe em nosso interior (v. 42). Em geral, aqueles que se deixam conduzir pela concupiscência da carne são “ligeiros” em julgar os outros e bem “vagarosos” em reconhecer os seus próprios erros e todo o mal que reside em si. Com tal ilustração, Jesus estava de modo enfático, ensinando que não devemos julgar de modo precipitado e severo o próximo. Porém, não julgar o outro antes de julgar a si mesmo, não significa que vamos concordar com as ações carnais ou comportamentos imorais daqueles que se dizem cristãos, mas que ainda estão dominados pela velha natureza.
Os verdadeiros seguidores de Jesus são reconhecidos por seus frutos. Então, ao invés de ficar pedindo somente prosperidade, vamos pedir ao Pai que nos ajude a sermos mais éticos, justos e não cruéis. Vamos rogar para que nos ensine a perdoar, e não guardar rancor ou sentimentos que nos faz adoecer (na alma e no corpo). Quando Jesus fala a respeito de “cego” (v. 39), Ele estava se referindo aos líderes religiosos, em especial os fariseus. Embora religiosos, eram cegos. Estavam sempre observando os pecados alheios, eram arrogantes e impiedosos com as pessoas, mas não enxergavam os seus próprios erros. Em geral, quando os outros erram, invocamos logo a justiça de Deus, mas quando somos nós, clamamos por misericórdia e perdão. Os líderes religiosos se encontravam cegos, por isso, não tinham condições de guiar ninguém. Precisamos, antes de tentar corrigir os outros, considerar nossos erros, falhas e pecados. Em Cristo somos uma nova criatura, por isso, não podemos viver segundo a concupiscência da carne e dos olhos. A concupscência da carne nos conduz a uma vida fora dos padrões divinos. Fica aqui um alerta: Antes de apontar e julgar os erros dos outros, olhe para dentro de você.
O Mestre deu prosseguimento ao ensino se utilizando de outra ilustração: as árvores boas e as ruins. Ele mostra que são os frutos que identificam as árvores, pois revelam sua verdadeira natureza. Então, aprendemos que se o nosso coração (caráter interior) já foi transformado pelo Espírito Santo, somente poderemos produzir bons frutos. Nossas palavras e ações são resultado de nossos pensamentos e revelam o que está no nosso interior. Muitos se dizem cristãos, mas não evidenciam, mediante suas ações, que foram transformados pelo Senhor e possuem uma nova natureza. Um coração moldado pelo Espírito Santo nos torna semelhante a Cristo.
Jesus conclui o Sermão do Monte desafiando os seus discípulos a praticarem os seus ensinos. E para que todos compreendessem tal desafio, Ele utiliza a parábola das duas casas. Aprendemos que não adianta conhecer toda a Palavra de Deus e não colocar seus ensinamentos em prática, pois, assim faziam os fariseus. Eles conheciam a lei e as Escrituras, mas não praticavam. Jesus não está falando de uma obediência “cega”, mas de uma submissão que é resultado de uma intimidade e comunhão com Ele. Quem ouve as palavras de Jesus e não as aceitas são semelhantes aqueles que constroem casas na areia, ou seja, sem uma fundação firme. Sabemos que é o alicerce que dá sustentação a construção. Se quisermos solidez, precisamos edificar sobre a rocha. Somente aqueles que estão sobre a rocha têm condições de resistir aos ataques ao seu caráter, vivendo uma vida que agrada a Deus, produzindo frutos bons. Sem intimidade e comunhão com Jesus, nos tornamos cegos e produzimos espinhos (frutos maus). Estes espinhos ferem o nosso próximo, nos faz sangrar e maculam a Igreja de Cristo.

SUGESTÃO DIDÁTICA:
Pergunte aos alunos se eles sabem relacionar todas as obras da carne descritas em Gálatas, sem olhar a Bíblia. Em seguida, oriente-os para que formem duplas e distribua folhas de papel ofício e caneta. Peça que relacionem as obras da carne sem olhar o texto bíblico. Dê um tempo para que executem a tarefa. Depois, peça que as duplas troquem os papéis e façam a correção. Coloque o gabarito no quadro. Ofereça uma fruta (bem bonita) a dupla que conseguir o maior número de acertos. Ressalte que não herdarão o Reino de Deus aqueles que vivem na prática dessas obras (Gl 5.21).
Obs: As obras da carne são: prostituição, impureza, lascívia (sensualidade exagerada), idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias (discussão, contenda), emulações (competição, disputa), iras, pelejas, dissensões, heresias, inveja, homicídios, bebedices, glutonaria (Gl 5.19-21).

Por Telma Bueno

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Uma vida direcionada pelas obras da carne está em grave perigo, considerando que aquilo que o homem plantar isso também ceifará. Por isso, a fim de alertar àqueles que se encontram nessa situação de risco, destacaremos, na aula de hoje, a importância de investir no espírito, tendo em vista que a fraqueza da carne pode favorecer a manifestação das obras más. Mostraremos ainda que aqueles que se deixam conduzir pelos desejos desenfreados acabam trazendo sobre eles penalidades drásticas. Ao final, apontaremos as consequências para aqueles que plantam na carne, ao invés de semearem no espírito.

1. A CARNE É FRACA

Nunca é demais ressaltar que não é bíblica, muito menos judaico-cristã a dicotomia espírito-corpo, comumente defendida nos púlpitos de algumas igrejas, sob a influência helenista inserida no cristianismo por meio de Agostinho, entre outros. A interpretação de Mt. 26.41, bem como de Gl. 5.17-22, deve ser feita a partir de uma cosmovisão escriturística, desconsiderando a perspectiva platônica. Quando Jesus destaca que o espírito está pronto, mas que a carne é fraca, está enfatizando as limitações da própria condição física. Essa declaração foi feita antes dEle ser levado a julgamento, e por conseguinte, ao calvário, quando se encontrava no Getsêmane (Mt. 26.41). No contexto da passagem, aprendemos que a oração é uma necessidade que nem sempre é valorizada pelos cristãos. De vez em quando precisamos nos colocar em vigilância, e para que isso seja feito, faz-se necessário que nos coloquemos em jejum e oração. Os momentos cruciais pelos quais Jesus teria que passar o levaram a orar com intensidade. Os discípulos, por não compreenderem a situação, e por não suportarem o peso do sono, dormiram. Para vencer os dias difíceis que podem sobrevir sobre nós, precisamos ser fortes, e sempre que necessário, abrir mão da comodidade, para se dedicar a horas silenciosas na presença de Deus. É dessa maneira que seremos capazes de enfrentar as tribulações da vida presente. O corpo não é necessariamente mal, mas pode ser usado para dar vazão à natureza pecaminosa. No contexto de uma sociedade hedonista, é provável que algumas pessoas prefiram a comodidade, a uma vida de sacrifício pelo próximo. Os seguidores de Jesus demonstraram insensibilidade em relação à condição do seu Mestre. Eles foram fracos diante da necessidade do Senhor de ter alguém ao Seu lado naquele momento angustiante.

2. A VIDA CONDUZIDA PELAS OBRAS DA CARNE

É preciso ter cuidado para não se deixar conduzir pela natureza pecaminosa, e se orientar pelo comodismo tão comum na contemporaneidade. Nada há de errado em ter conforto, e mesmo em desfrutar do quinhão que o Senhor proveu. Por outro lado, os bens materiais não podem ser usados apenas para o bem-estar das pessoas, a fim de alimentar os desejos egoístas. O fundamento das obras da carne é a concupiscência – makrothumia em grego – que diz respeito aos desejos desenfreados do homem caído (Rm. 7.8). As pessoas centradas nelas mesmas são incapazes de perceberem as carências dos outros. Por essa razão, destacamos que em Gl. 5.17, as obras da carne se manifestam prioritariamente no campo dos relacionamentos interpessoais. A busca por uma vida regalada, a supervalorização do eu, o desejo pelas posses, podem levar as pessoas a se distanciarem de Deus (II Tm. 3.1-3). A natureza pecaminosa precisa ser mortificada (Cl. 3.5), bem como nossa indisposição para o  sacrifício. Deus amou o mundo de tal maneira que entregou Seu Filho Unigênito (Jo. 3.16), nós devemos também dar nossas vidas pelos irmãos (I Jo. 3.16). Quando predominam as obras da carne, em detrimento do fruto do Espírito, as pessoas se entregam devassamente à prostituição, impureza e lascívia, destruindo seus próprios corpos (I Co. 6.18); transformam a elas mesmas em deuses, se voltando à idolatria da qual devemos fugir (I Co. 10.14); e adentram ao mundo do ocultismo, que tem a ver com a feitiçaria, a fim de justificarem suas opções carnais (Ap. 21.8). A natureza que se opõe a Deus é invejosa, nunca encontra satisfação, está sempre em busca no que é do outro (I Co. 3.3). O resultado da ambição invejosa são as contendas, as pelejas que fomentam as discórdias, inclusive dentro das igrejas (II Co. 12.20). Não por acaso, algumas congregações estão tomadas pelas inimizades, partidarismos e facções. Há crentes que estão matando a fé uns dos outros, sem dar lugar ao perdão que vem de Deus (Cl. 3.12,13). Ao cristão não convém ser conduzido pelas obras da carne, e coisas semelhantes a essas, dentre as quais também podem ser incluídas bebedices e orgias, práticas comuns nos tempos de Paulo, bem como nos dias atuais.

3. O QUE O HOMEM PLANTAR ISSO TAMBÉM CEIFARÁ

Aqueles que semeiam na carne pagam um preço elevando, isso porque o salário do pecado é a morte (Rm. 6.23). Mas é necessário atentar para a orientação bíblica de que Deus não é um estraga-prazeres, que se opõe aos nossos desejos. Na verdade, fomos criados por Deus para ter prazer, contanto que esses sejam desfrutados conforme sua orientação moderadora. A queda acabou por lançar o ser humano para a dispersão, a se portar de maneira desequilibrada. Os extremos se tornaram opções mais viáveis para os descendentes de Adão e Eva. A vontade de Deus é sempre boa, agradável e perfeita (Rm. 12.1,2) e para que não sejamos destruídos com o mundo (I Co. 11.32). A entrega dissoluta ao pecado destrói o objetivo de Deus em nossas vidas para o qual fomos criados. J. R. R. Tolkien e C. S. Lewis, em suas alegorias fantásticas, demonstraram o que acontece com o ser humano quando esse pauta sua vida pelo pecado. Paulo é enfático ao declarar aos Gálatas: “pois o que o homem semear isso também ceifará” (Gl. 6.7). Há pessoas que estão destruindo seus corpos por causa dos vícios aos quais se devotaram. Alguns que querem ter cada vez mais dinheiro, e estão adoecendo e morrendo mais cedo do que deveriam (I Tm. 6.6-10). A prosperidade material se tornou o deus deste século, e o consumismo em uma espécie de religião. Os shopping centers são verdadeiros templos, nos quais as pessoas se dobram diante do deus-mamom (Mt. 6.24). A morte física iminente pode conduzir as pessoas à morte eterna, que se concretiza na condição de morte espiritual (Rm. 3.23; Hb. 9.27). Cristo é a Vida, somente nEle encontramos plena satisfação, e amando-O somos libertos do poder destruidor das obras da carne (Jo. 8.36). O convite dEle é para que abracemos seu jugo suave, e aprendamos que somente Ele pode nos trazer alivio real (Mt. 11.28).

CONCLUSÃO

Semear na carne é uma opção natural para o ser humano caído, tendo em vista que a propensão adâmica é para a desobediência. A menos que aconteça uma intervenção espiritual, estamos todos fadados a ir após nós mesmos. E quando nos entregamos aos desejos desenfreados, o resultado será a morte física, espiritual e eterna. Antes que seja tarde é preciso dar o brado de Paulo: “Miserável homem que sou” (Rm. 7.24), para receber o livramento de Deus, e reconhecer que “somos mais do que vencedores”, pelo Espírito Santo (Rm. 8.37-39)

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

A lição deste domingo é um alerta para os que querem agradar a Deus e ter uma vida frutífera. Estudaremos o perigo das obras da carne. Precisamos ter cuidado, pois dentro de todo crente habita duas naturezas: a natureza adâmica, a qual foi corrompida na Queda, e a nova natureza, que é resultado da regeneração, do novo nascimento (Jo 3.3). Veremos que a natureza adâmica, se não for controlada pelo Espírito, produz frutos que levam o crente à morte espiritual. [Comentário: Já estudamos nas duas primeiras lições que a velha natureza decaída precisa ser mortificada pelo Espírito para que não venhamos a cair em péssimas ações e abominações. Se vivemos vigiando e vivemos constantemente cheios do Espírito Santo (Ef 5.18) então somos mais do que vencedores. Quem semeia na carne, ou seja, vive segundo a velha natureza, da carne ceifará corrupção (Gl 6.8). Só há um viver que agrada a Deus - viver no Espírito. Isso significa vitória sempre sobre o pecado e seus domínios maléficos. A concupiscência é como a lascívia que leva a pecar, desenvolvida na queda do homem no Éden. Ela é pecaminosa em si, e revela a corrupção de toda a natureza do homem e o pecado que está nele. Não só as ações voluntárias são pecado, mas os pensamentos intencionais (Gn 6.5; Mt 5.28). Paulo fala disto em Romanos 7 quando reconhece sua própria fraqueza e tendência a pecar. A concupiscência só pode ser vencida através do reconhecimento de que a natureza caída em nós está julgada (Rm 8.3); e então devemos passar a andar no Espírito, e deixar que Ele mantenha a lei de Deus em nós (Rm 8.4). Isto significa ter uma vida cheia do Espírito.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. A VIDA CONDUZIDA PELA CONCUPISCÊNCIA DA CARNE

1. A concupiscência da carne. Você sabe o significado da palavra concupiscência? Segundo o Dicionário Wycliffe, este é um “termo usado teologicamente para expressar os desejos malignos e lascivos que assediam os homens caídos” (Rm 7.8). A velha natureza, se não for controlada pelo Espírito, leva-nos a cometer as piores ações e abominações. Por isso, precisamos vigiar e viver constantemente cheios do Espírito Santo (Ef 5.18). Paulo advertiu a Igreja, explicando que, quem semeia na carne, ou seja, vive segundo a velha natureza, da carne ceifará corrupção (Gl 6.8). Nossos desejos e vontades devem ser controlados pelo Espírito Santo, pois os desejos da velha natureza são impuros e nos conduzem para a morte espiritual. [Comentário:Concupiscência (Dicionário Teológico) [Do lat. concupiscentia] Apetite carnal exagerado e insaciável. Como a concupiscência advém da cobiça, o Decálogo encerra-se justamente com uma advertência contra o desejo de se possuir o que não se tem direito (Ex 20.1-17). Embora associada à sexualidade, a concupiscência tem o cerne no orgulho e na altivez do espírito. Pois delicia-se em quebrantar as ordenanças divinas quanto à satisfação dos instintos básicos: fome, sexo, segurança etc. A concupiscência é condenada energicamente pela Bíblia (1Jo 2.15-17). É tida como algo efêmero, passageiro e tremendamente prejudicial à vida piedosa. Agora veja Fp 1.23,24, onde ‘concupiscência’, no original grego, é ‘epithumia’ podendo ter um sentido positivo ou um sentido negativo, indicando um desejo intenso e bom. (Fil. 1:23,24). Tiago declara que ela é a raiz do pecado (Tg 1.14,15), que por sua vez leva à morte (Rm 1.24-32). Tiago também usa um outro termo em 4.1,3, ‘hedone’, para explicar que as discussões e conflitos entre os crentes resultam da luxúria e dos prazeres que combatem nos próprios membros de seus corpos. A palavra também ocorre como ‘deleites da vida’ em Lucas 8.14 e como ‘escravos de toda sorte de paixões [epithumiais] e prazeres’ ou ‘servindo a várias concupiscências [epithumiais] e deleites’ em Tito 3.3. O crente é nova criatura e não pode ceder aos apetites da carne, mas refreá-los e vencermos pela ajuda do Espírito Santo em nós. Quando chega o pensamento, a intenção, ai já começa a batalha.]

2. A vida guiada pela concupiscência da carne. Quem controla seus desejos? Temos anseios, mas estes precisam ser controlados por Deus. Devemos submeter nossos pensamentos e desejos ao controle divino. O crente que não tem uma mente conduzida pelo Espírito Santo torna-se uma pessoa sem controle, sem qualquer deferência. A Palavra de Deus nos ensina que precisamos mortificar nossa natureza (Cl 3.5). Mortificar é permitir que Deus controle nossos pensamentos, vontades e ações. Vivemos em uma sociedade hedonista, onde a busca pelo prazer tem feito com que muitos sejam dominados por desejos malignos, praticando, sem qualquer pudor, toda a sorte de impureza, e tudo em nome do prazer e da liberdade. Diante desse triste quadro, a Igreja não pode se calar, mas deve expressar suas virtudes anunciando a mensagem da salvação. [Comentário: Somos salvos pela graça, por meio da fé (Ef 2.8). Isto pode parecer, à princípio, que a nossa salvação independe do nosso comportamento. No entanto, quando Deus salvou o homem, o fez com o propósito de, não somente livra-lo da condenação eterna, mas também, de resgatá-lo do pecado e apresentá-lo apto para o seu serviço e para adoração. Talvez por causa deste pensamento na igreja romana é que Paulo argumentou: “... Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante?” (Rm 6.1). E respondeu em seguida: “De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Rm 6.2). Vejamos, então, a necessidade da mortificação:
1. Porque a natureza dos nossos membros sobre a terra, contrapõe a nova natureza celestial - “Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria” (v. 5) - O pecado de natureza sexual é: Prostituição – “porneia”, que envolve todos os tipos de comportamentos sexuais ilícitos, incluindo desvios e aberrações (Rm 1.24-27). A impureza se refere à intenção imoral. A paixão revela sensualidade, luxúria e lascívia. A concupiscência é o desejo por algo proibido, mas que se persegue para satisfação de desejos carnais impetuosos. Por último, a avareza que é idolatria. Estas práticas se opõem às práticas do novo homem: “E vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade” (Ef 4.24).
2. Porque vivendo segundo a carne nos tornamos alvo da ira divina - “pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (v. 6) – A Palavra do Senhor nos adverte: Aquele que anda nos desejos da carne satisfazendo a sua vontade, atrai para si a ira de Deus. Antes de conhecermos a Deus e de sermos salvos, praticávamos todos os desejos ilícitos da carne, por isto, “éramos por natureza filhos da ira” (Ef 2.3). Podemos definir o que queremos para a nossa vida. Podemos ser filhos de Deus ou “filhos da ira”. Dependendo das nossas práticas diárias.
3. Porque viver segundo a carne é próprio de quem nunca nasceu de novo - “nas quais também, em outro tempo, andastes, quando vivíeis nelas” (v. 7) – O pecado é coisa do passado (Rm 6.20,21); corresponde a um estado de ignorância (1Pe 1.14); indica a posição de escravos do pecado (Jo 8.34); revela a condição de pecadores inimigos de Deus (Rm 5.10). No entanto, hoje conhecemos ao Senhor e a sua Palavra, portanto, não justifica mais estas práticas. “Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra”.http://www.ibvir.com.br/sermoes_a/mortificando_a_carne.htm]

3. A vida conduzida pela concupiscência dos olhos. Longe de Deus e sem o controle do Espírito Santo, o homem manifesta seus desejos mais perversos, trazendo sérios prejuízos para os relacionamentos na Igreja e fora dela. Quando o homem se torna insensível à voz de Deus e ao Espírito, sendo governado apenas por seus instintos, torna-se semelhante aos animais. Uma vida conduzida pela velha natureza leva as pessoas a olharem apenas para os prazeres momentâneos que o mundo oferece, não atentando para o que é eterno. Davi viu e desejou a mulher de Urias, e o seu desejo descontrolado o levou a cometer um adultério e um homicídio (2Sm 11.1-4). Ele não atentou para as consequências dos seus atos. O crente não pode se deixar seduzir pelos prazeres deste mundo (1Jo 2.15-17). [Comentário: Concupiscência dos olhos é desejo intenso de aquisição de bens materiais, de desfrutar do gozo material. É o desejo de possuir, desejo de adquirir coisas, de acumular. Surge mediante a contemplação das vantagens terrenas, como riquezas, famas e prazeres. O indivíduo corre desenfreadamente atrás daquilo que ele não trouxe para este mundo (1Tm 6. 7). Este desejo é também conhecido como "avareza". O avarento se apega demasiadamente às coisas materiais, esquecendo-se de Deus. Seus olhos não vêem o vertical, de onde vem sua redenção; somente vêem o horizontal, o mundo e as coisas que nele há. O primeiro grande mandamento é "Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração..." (Mc 12.30). Quem deseja possuir, adquirir desta forma os bens desta vida está incapacitado de amar a Deus. Os seus olhos estão saturados, voltados tão somente para os elementos materiais, a riqueza, a economia, de tal forma que não conseguem mais ver Deus em seu caminho (1Tm 6.10)http://www.iprb.org.br/artigos/textos/art01_50/art47.htm. O desejo entra pelos olhos, pela cobiça, pelo desejo de possuir o que se vê e se acha belo ou prazeroso. Sem manter sua comunhão com Deus, o ser humano dá asas a seus sentimentos mais perversos e os permite em sua mente até que os liberta da prisão em que estavam depois de se converter. Um crente que não vive sendo controlado pelo Espírito Santo e sim por seus instintos, torna-se semelhante aos animais. Não existe nele mais o desejo pelas coisas de cima e agora só anseia pelas temporais, humanas e diabólicas. Davi viu e desejou a mulher de Urias, e o seu desejo descontrolado o levou a cometer um adultério e um homicídio (2Sm 11.1-4). Sansão antes de se tornar cego dos olhos naturais já estava cego espiritualmente. Brincou com Satanás e o resultado foi funesto http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao3-ocfe-1tr17-o-perigo-das-obras-da-carne.htm.]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Algumas pessoas pensam que o mundanismo está limitado ao comportamento exterior — as pessoas com quem nos associamos, os lugares que frequentamos, as atividades que apreciamos. O mundanismo é também interior, porque começa no coração, e é caracterizado por três atitudes: (1) a cobiça pelo prazer físico — a preocupação com a satisfação dos desejos físicos; (2) a cobiça por tudo o que vemos — almejar e acumular coisas, curvando-se ao deus do materialismo; e (3) o orgulho das nossas posses — obsessão pela condição, posição ou por ser importante. Quando a serpente tentou Eva (Gn 3.6), tentou-a nestes aspectos. Semelhantemente, quando o Diabo tentou Jesus no deserto, estas foram as três áreas de ataque (ver Mt 4.1-11).
Em contraste, Deus estima o autocontrole, um espírito de generosidade, e o compromisso de servir com humildade. É possível dar a impressão de evitar os prazeres mundanos e ao mesmo tempo abrigar atitudes mundanas no coração. É também possível, como Jesus, amar os pecadores e dedicar-lhe tempo, enquanto mantemos um forte compromisso com os valores do Reino de Deus. Quais são os valores mais importantes para você? Suas ações refletem os valores de Deus ou os valores do mundo?” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2003, p.1783-84). 

II. A DEGRADAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO

1. O caráter. No grego, caráter é charaktēr e significa “estampa”, “impressão” e “marca”. Contudo, é importante ressaltar que esta palavra tem diferentes significados em distintas ciências, como a sociologia e a psicologia. Segundo o Dicionário Houaiss é “um conjunto de traços psicológicos e, ou morais, que caracterizam um indivíduo”. O caráter não é inato e pode ser mudado. [Comentário: "O caráter é como uma árvore e a reputação como sua sombra. A sombra é o que nós pensamos dela; a árvore é a coisa real." (Abraham Lincoln). Caráter é a soma de nossos hábitos, virtudes e vícios. A Wikipédia define assim: “Caráter é um termo usado em psicologia como sinônimo de personalidade. Em linguagem comum o termo descreve os traços morais da personalidade. Muitas pessoas associam o caráter a uma característica relacionada à Genética, o que não ocorre. O caráter de uma pessoa é algo independente de sua referência genética. É o termo que designa o aspecto da personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir peculiar a cada indivíduo; esta qualidade é inerente somente a uma pessoa, pois é o conjunto dos traços particulares, o modo de ser desta; sua índole, sua natureza e temperamento. O conjunto das qualidades, boas ou más, de um indivíduo lhe determinam a conduta e a concepção moral; seu gênio, humor, temperamento; este sendo resultado de progressiva adaptação constitucional do sujeito às condições ambientais, familiares, pedagógicas e sociaishttps://pt.wikipedia.org/wiki/Car%C3%A1ter. “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procede às saídas da vida” (Pv 4.23).]

2. O caráter moldado pelo Espírito. Quando aceitamos Jesus e experimentamos o novo nascimento, nosso caráter passa por uma transformação. O Espírito Santo trabalha em nós a fim de que sejamos semelhantes a Jesus. Mas para que essa transformação aconteça precisamos nos submeter inteiramente a Deus. Se quisermos uma vida espiritual frutífera, precisamos dar oportunidade ao Espírito Santo para que Ele trabalhe em nossas vidas produzindo o fruto do Espírito (Gl 5. 22). Não adianta apenas dizer que é crente, é preciso evidenciar o nosso caráter cristão mediante as nossas ações (Mt 5.16). Muitos se dizem crentes, mas suas ações demonstram que nunca tiveram um encontro real com o Salvador. Muitos estão na igreja, mas ainda não foram realmente transformados por Jesus, pois quem está em Cristo é uma nova criatura e como tal procura andar em novidade de vida, pois já se despiu do velho homem, da natureza adâmica (2Co 5.17). Crentes que vivem causando escândalos, divisões, rebeldias, jamais experimentaram o novo nascimento. [Comentário: Ao aceitar a Cristo como Salvador e Senhor, o ser humano passa a ser uma nova criatura, o apostolo Pedro negou a Jesus pela sua inconstância, mas como pode um sanguíneo como ele se tronar constante? Pedro se tornou corajoso e cheio de fé, dormia em uma prisão sabendo que seria morto, somente Deus pode mudar uma pessoa com temperamento impulsivo dando lhe calma, um homem controlado (At 4.19,20), estranho num sanguíneo. Contudo vemos um Pedro humilde, amoroso e com maturidade. Ao ver o apostolo Paulo falando em paz, mansidão, amabilidade ou bondade, da para imaginar um colérico, cabeça dura, obstinado, falar em bondade ou agradecendo seus cooperadores pelos serviços prestados? Um melancólico a busca de perfeição que nunca se contenta com nada? Geralmente eles desistem quando não conseguem e Moisés faz exatamente o contrario? O fleumático Abraão ser considerado o pai na fé, quando na verdade eles já se parecem crentes? O Espírito Santo com seu poder transformador transforma o caráter doentio, a insensibilidade moral no que concerne aos princípios e valores morais, onde até alguns denominados evangélicos estão corrompidos em suas naturezas e consciências cauterizadas entristecendo a Deus o Criador. Observemos os limites da Palavra de Deus e vivamos de modo digno da fé que professamos. Sem que a permissividade, a mentira, a malicia, a concupiscências, a cobiça, a ambição e outras coisa semelhantes encontrem em nós guarida. Que sejamos transformados e consigamos viver a nova vida em Cristo. (1Co 5.17)]

3. Ataques ao seu caráter. Em sua vida cristã, você terá que lutar com três inimigos que farão de tudo para macular o seu caráter: a carne, o Diabo e o mundo. Muitos acabam sendo vencidos por eles. Para enfrentar e vencer esses inimigos é preciso ter uma vida de comunhão com o Pai. É necessário orar, ler a Palavra de Deus e jejuar. Sem a leitura da Bíblia, a oração e o jejum não conseguiremos vencer e ter uma vida frutífera. [Comentário: O crente sofrerá tentações, é certo, mas poderá impedir que o pecado obtenha sua vitória (Gn 4.7). As obras pecaminosas não se manifestarão e nem se completarão no crente. Ele sempre encontrará forças para derrotar e frustrar a tentação, não chegando a ceder à mesma, praticando atos pecaminosos. Podemos identificar três inimigos básicos de todo cristão genuíno:
1. O Mundo: Devemos entender por mundo todo o sistema contrário à mensagem do Evangelho que impera na sociedade, com todos os falsos conceitos que ele possui e com todas as práticas que desagradam a Deus. Devemos ter amor na pregação do Evangelho crendo no resgate de pessoas que são prisioneiras deste sistema maligno, mas não podemos amar as coisas que são do mundo, ou seja, suas falsificações, práticas pecaminosas e ideais anticristãos. O mundo jaz no maligno, as pessoas estão cegas em seu entendimento pelo deus deste século e satanás usa este sistema maligno de todas as maneiras para impedir o avanço do Evangelho e a salvação das almas, não podemos nos constituir amigos deste mundo em seus ideais e práticas, antes devemos proclamar o desejo de Deus segundo o Evangelho (1Jo 5.19; 2Co 4.4; Tg 4.4; 2Co 10.3-5). Devemos nos defender das ofensivas deste sistema corrompido segundo a armadura espiritual que Deus tem nos dado (Ef 6.13-18), não ignorando os ardis do inimigo (2Co 2.11), vivendo com sobriedade e vigilância (1Pd 5.8), e claro, combatendo com a fé que nos foi dada, sendo esta a vitória que vence o mundo (1J0 5.4-5).
2. A Carne: Por carne devemos compreender o princípio pecaminoso que está dentro de todo homem, a carne é representação da natureza pecaminosa, a corrupção original pela qual todos ficamos indispostos para as coisas que são de Deus transgredindo Sua Lei (Rm 3.9-18, 23), estes impulsos pecaminosos são identificados pelas obras más dos homens (Gl 5.16-21) e só podem ser controlados pela inteira dependência do Espírito de Deus que em sua obra regeneradora produz transformação espiritual no crente (Gl 5.22-25). Sobre isto declara a Confissão de Fé de Westminster: Esta corrupção da natureza persiste, durante esta vida, naqueles que são regenerados; e, embora seja ela perdoada e mortificada por Cristo, todavia tanto ela, como os seus impulsos, são real e propriamente pecado. Rm 7.14,17,18,21-23; Tg 3-2; 1Jo 1.8-10; Pv 20.9; Ec 7-20; Gl 5.17. Sendo assim, nossa luta contra a carne deve ser constante.
3. O Diabo: Este ser maligno se opõe a Deus e a Seus servos, se valendo de enganações e sutis ciladas contra o crente, é persistente em procurar um momento oportuno para tentar tragar os escolhidos e tem poder, embora limitado, que jamais devemos subestimar (2Co 1.22; Ef 2.11; 1Pd 5.8; Ef 6.12; 1Jo 4.4; Jd 9). Porém não devemos temer as forças espirituais do mal, afinal Jesus Cristo venceu todos os principados e potestades na cruz do Calvário, expondo-os publicamente, triunfando deles e decretando nossa absolvição de todo escrito de dívida (Cl 2.12-15). Cristo é quem esmagará debaixo dos nossos pés a satanás! (Rm 16.20) http://ministeriobbereia.blogspot.com.br/2011/03/os-inimigos-do-crente-em-jesus-cristo.html.]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“É o Espírito Santo que produz o fruto espiritual em nós quando nos rendemos sem reservas a Ele. Isso abrange nosso espírito, alma e corpo e todas as faculdades que os constitui. O crente que quiser mandar na sua vida e fazer a sua vontade para agradar a si próprio pode continuar como cristão, mas nunca será vitorioso no seu viver em geral, e nem terá jamais o testemunho do Espírito na sua consciência cristã de que está em tudo agradando a Cristo e fazendo o seu querer. O fruto do Espírito é o caráter de Cristo produzido em nós para que em nosso viver o demonstremos ao mundo. Caráter este sem jaça, como revelado nos tipos, símbolos, figuras e nas inúmeras profecias messiânicas do Antigo Testamento, e nas diversas passagens do Novo Testamento que tratam do assunto, a começar pelos Evangelhos” (GILBERTO, Antonio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004, pp.15-16).

III. UMA VIDA QUE NÃO AGRADA A DEUS

1. Viver segundo a carne. Se o crente vive dominado pelos desejos carnais, ele não pode agradar a Deus (Rm 8.8). Fomos criados para glorificar a Deus e produzir o fruto do Espírito. Viver segundo a carne causa males e danos à nossa vida e para o nosso próximo. Paulo exorta os crentes da igreja de Corinto para que vivam no Espírito, pois alguns estavam vivendo segundo a carne, de modo que suas ações eram evidentes: inveja, contendas e dissensões (1Co 3.3). Paulo deixa claro que os que assim estavam vivendo não poderiam agradar a Deus e ter uma vida de comunhão no Espírito Santo. [Comentário:Viver na carne: viver segundo a natureza físico-material a fim de satisfazer os impulsos que parecem ao próprio ser humano. A dualidade do bem e do mal, nas regiões celestiais, no mundo, nas dimensões espirituais e até mesmo em cada ser humano é uma grande realidade. Para obtermos a vitória devemos estar em contato com o Espírito do Deus vivo, sendo esse o único meio de obter a santidade nessa luta. E devemos ainda lançar mão de vários outros meios como o: "Estudo das Escrituras, a oração e a meditação, mas tais coisas desacompanhadas do poder pessoal do Espírito Santo, nunca conseguirão propiciar-nos a vitória sobre o pecado". As obras da carne são claramente definidas, sendo tão bem conhecidas como são os diversos aspectos do fruto do Espírito. Sendo esse o caso, todos deveriam facilmente tomar consciência do que deve ser evitado e do que deve ser cultivado. Não é mister nenhuma pesquisa elaborada para que fique demonstrado o que significa cumprir as concupiscências da carne http://solascriptura-tt.org/VidaDosCrentes/ComDeus/ObrasCarneFrutoEspirito-IBR-StaCatarina.htm.]

2. Vivendo como espinheiro. Sabemos que a árvore é identificada não por suas flores ou folhas, mas por seus frutos. Jamais vamos colher laranja de uma macieira, pois cada árvore produz o seu fruto segundo sua espécie (Gn 1.11). Logo, é impossível um cristão dominado pelo Espírito Santo produzir as obras da carne. O homem bom tira de seu íntimo, do seu coração transformado, coisas boas, mas o homem mau tira do seu mau coração pelejas, dissensões, prostituição, iras, etc. (Mt 7.18-22). Jotão apresenta algumas árvores em uma parábola para o seu povo (Jz 9.7-21). As árvores representam o povo de Siquém que desejavam um rei. Essas árvores eram boas: uma produzia azeite que era utilizado na unção dos sacerdotes e iluminação; outra produzia figos que alimentava o povo; a videira produzia vinho, que era usado nos sacrifícios de libações. Porém o espinheiro, arbusto inútil, representava Abimeleque. Muitos atualmente estão como Abimeleque, não produzem nada de útil para Deus ou para o próximo e ainda ferem as pessoas com seus espinhos. Quem vive segundo a carne se torna um espinheiro, inútil para Deus e para a Igreja. [Comentário: Viver no Espírito: viver segundo a natureza físico/espiritual, orientado pelo Espírito Santo, a fim de satisfazer a vontade de Deus. O cristão já vive no Espírito e, portanto, deve andar no Espírito. Abimeleque era um homem sem piedade alguma, o que fica claro pela forma como obteve o seu reinado: assassinato, conspiração e usurpação. Filho ilegítimo de Gideão, sua mãe era uma concubina de Siquém, lugar que se tornara um centro do culto de Baal, Quando Jotão soube da proclamação, colocou-se no alto do monte Gerizim, e, tendo chamado a atenção de todos os habitantes de Siquém, proferiu sua parábola (vv. 8-15). A parábola de Jotão fala de diferentes árvores que buscam para si um rei. As árvores consultadas quanto à possibilidade de se tornarem reis foram: a Oliveira (v. 8), A Figueira (v. 10), a Videira (v. 12), e por último, o Espinheiro (v. 14). Nas árvores desejosas de um rei “temos a representação figurada do povo de Siquém, que estava descontente com o governo de Deus e ansiava por um líder nominal e visível, como tinham as nações pagãs vizinhas”. Claramente, Abimeleque é representado na parábola pelo Espinheiro. Quando procuradas, a Oliveira, A Figueira e a Videira recusaram a proclamação como reis, em função do serviço que prestavam a Deus e aos homens (vv. 9,11,13). Matthew Henry diz o seguinte: “Elas [a oliveira, a figueira e a videira] o recusaram, preferindo servir a governar, fazer o bem a controlar”. É deveras interessante o fato de que, as três árvores se recusam a “pairar sobre as árvores”. Elas foram convidadas a reinar, não obstante se recusaram a pairar. O que isso significa? O verbo hebraico nûa´ tem como ideia básica “a de um movimento repetitivo de um lado para outro”. No caso, a ideia do verbo nuâ´ na resposta dada pelas três árvores frutíferas é que elas não estavam dispostas a deixarem suas ocupações úteis e seu serviço a Deus e aos homens para ficarem perambulando “de um lado para outro entre as árvores na condição de governante”. Carl Edward Armerding afirma o mesmo: “Qualquer árvore com uma função útil na natureza estaria ocupada demais para dominar sobre as árvores. Somente o espinheiro, uma moita notória por espalhar fogo pelo solo do deserto, tem audácia de aceitar o convite”. A utilidade do serviço das três árvores frutíferas consistia no fato, de que “azeite, figos e vinho eram os produtos mais valiosos da terra de Canaã, ao passo que o espinheiro não era bom para nada, mas para queimar”. As três árvores frutíferas representam, no contexto, a Gideão e aos outros juízes, “que tinham recusado aceitar o estado e poder de rei”. Diferentemente das outras três árvores, o espinheiro não tinha nada de produtivo ou de valor a oferecer. Era uma planta absolutamente improdutiva, sendo, na verdade, um arbusto, e não uma árvore. Nem mesmo sombra e abrigo eram proporcionados por esse arbusto. É mister recordar que, a maldição imprecada pelo Senhor em Gênesis 3.18 envolvia a produção de plantas infrutíferas e espinhosas, como cardos e abrolhos: “O espinheiro teve sua origem por meio de uma maldição e acabará no fogo”. Cundall salienta que, o espinheiro se constituía em uma séria ameaça aos donos de lavouras, pois “no calor do verão, quando fagulhas incrementadas pelo vento podiam produzir incêndios de velocidade incrível, alimentados pelos excelentes combustíveis, os espinheiros secos”.http://www.cristaoreformado.com/2010/10/parabola-de-jotao.html. O espinheiro representa a pessoa ignominiosa de Abimeleque. Assim como aquele espinheiro, Abimeleque não tinha a mínima condição de prover qualquer benefício para os habitantes de Siquém. Ele não tinha capacidade de oferecer verdadeira segurança aos homens de Siquém. Inerente a Abimeleque era apenas a sua capacidade de oferecer dor, sofrimento e destruição.]

3. Uma vida infrutífera. Certa vez, Jesus contou uma parábola a respeito de uma árvore estéril, uma figueira (Lc 13.6-9). A figueira sem frutos refere-se primeiramente a Israel, porém ela também pode ser aplicada aos crentes que professam a Jesus e, no entanto, insistem em viver uma vida carnal, pecaminosa. Na parábola, o agricultor investe na figueira, adubando, regando, podando, ou seja, dando todas as condições para que produza fruto. Mas caso ela não viesse a frutificar seria cortada. Deus está investindo em sua vida e dando todas as condições para que você produza bons frutos, aproveite a oportunidade. [Comentário: Os Pais da Igreja interpretaram a figueira estéril como um símbolo do judaísmo. Cristo procurou fruto nela — na Sinagoga — e não o encontrou. Daí ele amaldiçoou-a. Jesus havia contado essa parábola para criticar os líderes religiosos de sua época que não estavam produzindo frutos de um caráter realmente convertido ao Senhor Deus. A este Jesus assevera que: caso não produzissem frutos seriam arrancados em breve. A maneira como a parábola da vinha é usada em Isaías 5.1-7 e também por Jesus em Lucas 20.9-16 nos indica que a parábola da figueira estéril se referia especificamente à crise da liderança infrutífera dos mestres da Lei e dos chefes dos sacerdotes (veja Lc 20.19) e não mais aos judeus de modo geral. No artigo ‘Volte para Deus’ disponível no site Ultimato, afirma-se: “no original aramaico evidentemente há uma trocadilho entre a palavra “arrancá-la” (fsūqīh) e “perdoá-la” (shbūqīh). Assim, o empregado roga para o “perdão” da figueira e não que seja “arrancada”. Também, o empregado não define este prazo especificamente como sendo de “o ano que vem” (v.9, NTLH), mas deixa o período indefinido como “por um tempo” ou “para o futuro” (exatamente como a mesma frase em 1Tm 6.19).A ênfase claramente na misericórdia de Deus e não no seu juízo. Finalmente, uma condição é colocada. Depois de dois atos de tentativa de redenção (afofar a terra e pôr bastante adubo), se ainda não há fruto, a ordem é de “cortar” a figueira (literalmente “arrancá-la do solo). Ou seja, o juiz há de vir. Não há como adiá-lo indefinidamente. Um dia virá. E o juiz vai procurar fruto.”http://ultimato.com.br/sites/timcarriker/2013/01/10/volte-para-deus/.]

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“Era um costume na Palestina antiga, assim como hoje, plantar figueiras e outras árvores nas vinhas. Era um meio de utilizar cada pedaço disponível de boa terra. A figueira aqui, como em todo o simbolismo bíblico, refere-se a Israel. [...] E foi procurar nela fruto, não o achando. Embora a figueira estivesse na vinha, ela não tinha outro propósito a não ser dar fruto. Da mesma forma, Israel só tinha uma razão para ocupar o primeiro ou qualquer outro lugar: cumprir a missão que lhe fora dada por Deus. Visto que a figueira era infrutífera, não teria o direito de existir; e visto que Israel se recusava a cumprir sua missão determinada por Deus, não tinha o direito de continuar” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª Edição. Volume 6. RJ: CPAD, 2006, pp.437-38).

CONCLUSÃO

Quem vive segundo a carne não pode agradar a Deus. E a vida sem Deus torna-se infrutífera. Longe do Senhor nos tornamos espinheiros, nos ferimos e ferimos ao próximo. Busque a Deus e seja uma árvore frutífera. [Comentário: São os frutos que mostram ao mundo sua comunhão com Deus e são frutos a todo o tempo. Infelizmente estamos vendo crentes preocupados em produzir ou ver sinais, mas não estão interessados em produzir frutos. Paulo afirma que a inclinação do Espírito produz vida (Rm 8.6). O homem em seu estado natural é incapaz de cumprir a vontade de Deus. Logo, devemos entender que não existe a figura do ‘crente carnal’; se é carnal, não pode ser crente! Segundo Bailey Smith, “muitos simplesmente designam aqueles cristãos professos que não mostram fruto real como 'cristãos carnais' (baseado num mal entendimento de 1 Coríntios 3.1-4). Embora seja verdade que o Apóstolo Paulo os tenha repreendido por agirem de maneira carnal (como incrédulos), ele não postulou uma categoria inteira de sub-cristãos, conhecidos como cristãos carnais. Esta categoria é uma invenção dos teólogos do século XX e provê um ‘esconderijo' seguro para muitos incrédulos na igreja”. Como no exemplo de Abimeleque e Jotão, o espinheiro não tem nada a oferecer. Naturalmente que o homem salvo que anda segundo o Espírito como o padrão geral de sua vida, pode ocasionalmente produzir um ou outro fruto da carne em áreas particulares de sua vida, devido à imaturidade espiritual e por causa do pecado. Todos os verdadeiros cristãos são homens espirituais, e todos verdadeiros cristãos de vez em quando se comportam de maneira imatura, mundana e carnal. Não há tal coisa como um verdadeiro cristão que não anda segundo o Espírito como o padrão geral de sua vida, e não há tal coisa como um verdadeiro cristão que não se comporta de vez em quando de maneira imatura, mundana e carnal. Nosso dever é orar e vigiar.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Francisco Barbosa

Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

LIÇÃO 2: O PROPÓSITO DO FRUTO DO ESPÍRITO


SUBSÍDIO I

O Propósito do Fruto do Espírito

Na lição do próximo domingo estudaremos “o propósito do fruto do Espírito”. Propósito significa aquilo que se busca alcançar, objetivo. Tudo que Deus faz tem uma finalidade, logo existe também um intento para que o crente tenha uma vida frutífera: Glorificar o Todo-Poderoso. “Nisto é glorificado o meu Pai; que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos” (Jo 15.8). É importante ressaltar que na lição temos duas palavras-chave: propósito e fruto. É sempre bom destacar as palavras-chave do texto, pois nos ajudam a ter uma compreensão melhor a respeito do tema. 
Para ajudá-lo na reflexão do tema da lição, sugiro que você leia todo o capítulo sete do Evangelho de Mateus, embora para o texto da Leitura Bíblica em Classe, tenham sido escolhidos apenas os versículos de 13 a 20. O capítulo sete é uma continuação do Sermão da Montanha, um dos sermões mais importantes do Senhor Jesus. Este sermão é um código de ética para todos os súditos do Reino de Deus, por isso, todo crente precisa conhecer e viver os ensinos do Mestre. Ao proferir o Sermão do Monte, Jesus deixou explícito que os valores do Reino são eternos e diferem dos valores dos reinos terrenos. Os reinos deste mundo buscam riquezas, poder, fama, todavia os súditos do Reino dos Céus buscam aquilo que é eterno e que agrada a Deus e ao próximo, ou seja, buscam produzir frutos de justiça (Mt 3.8). 
Por ser uma continuação do Sermão do Monte, o capítulo sete inicia tratando a respeito da forma como abordamos e nos relacionamos com as pessoas. O Mestre adverte que seremos tratados da mesma maneira como tratamos os outros (Mt 7.1). Se você é uma pessoa crítica, que tendem sempre a julgar os outros, você também vai experimentar, em algum momento da sua vida, do mesmo julgamento. 
Nos versículos 13 e 14, Jesus ensina a respeito dos “dois caminhos”: o largo e o estreito. Um vai conduzir à vida e o outro à morte. É importante ressaltar que a escolha do caminho é do homem. Deus não obriga ninguém a entrar pela porta estreita ou pelo caminho que conduz à perdição. A decisão é sempre nossa; isto é livre-arbítrio. Podemos escolher o bem e o mal, o caminho estreito ou o largo. Os dois caminhos não são um conceito que aparece apenas em o Novo Testamento, na Nova Aliança. Podemos ver tal ensinamento já no Antigo Testamento (Dt 11.26-28; 30.15-20; Sl 1.6; 119.29,30; Jr 21.8). Temos um Deus bondoso e amoroso que coloca sempre diante do seu povo as escolhas. Não temos um Senhor tirano que nos impede de pensar e escolher. Contudo, vivemos em uma sociedade hedonista, onde em geral, as pessoas tendem a escolher e tomar o caminho mais fácil e que dá prazer imediato. Todos querem a felicidade a qualquer custo, mesmo que para isso, tenha que ferir o próximo e violar os princípios de Deus. O caminho mais fácil pode até trazer certa alegria e bem-estar momentâneos, mas ele conduz à morte física e espiritual. Já o caminho estreito e a porta apertada exigem renúncia, pois é um caminho restritivo. Abrir mão de algo (seja convicções, bens materiais, sentimentos) é sempre difícil, mas entrar pela porta estreita significa ter que abrir mão de algo, principalmente da velha natureza adâmica. O caminho da frutificação é o caminho estreito. Para frutificar precisamos ser limpos, podados, ou seja, aquilo que atrapalha nosso crescimento e frutificação precisa ser arrancado de nosso interior. 
Nos versículo 15 a 23, Jesus vai tratar a respeito dos falsos profetas. Estudar e analisar estes textos bíblicos é bem oportuno, pois estamos vivendo tempos difíceis, onde muitos falsos profetas têm se levantado. Estes, com seus falsos ensinos, têm conduzido muitos ao “caminho largo”. Porém, Jesus nos adverte a respeito dos falsos profetas e nos ensina como podemos distingui-los dos verdadeiros. O Mestre nos mostra que os falsos profetas somente podem ser identificados por seus frutos, suas ações (v. 20). O Senhor Jesus deixou bem claro que os frutos são a prova, infalível da autenticidade de um ministério. Fruto no texto de Mateus refere-se a caráter. Um falso profeta pode até ter uma grande habilidade linguística, em geral eles são bem eloquentes. Eles têm folhas bem vistosas, mas se olharmos com atenção vermos que não existem frutos. Podem até realizar alguns “milagres”. Mas não tem como esconder o seu real caráter por muito tempo. Nossas ações têm o poder de evidenciar o caráter de Cristo em nós. É importante ressaltar que no versículo 22, Jesus afirma que no Dia do Senhor muitos dirão: “Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?” (Mt 7.22). Para que não sejamos enganados com os discursos fingidos dos falsos profetas precisamos conhecer a Verdade, a sua justiça e a sua Palavra. 
Podemos concluir afirmando que todo cristão precisa ter uma vida frutífera. Aqueles que estão em Cristo, que foram transformados por sua maravilhosa graça dão sempre bons frutos. O propósito do fruto é que o nome do Senhor seja glorificado e que pessoas, ao observarem nosso caráter, desejem entrar pela porta estreita, o caminho apertado.

SUGESTÃO DIDÁTICA:

Providencie algumas cascas de frutas, como por exemplo, cascas de maça, limão, laranja, tangerina, banana, cajá, manga, abacaxi, etc. Coloque cada casca em um saquinho preto ou caixinha, de modo que os alunos não vejam a que fruta pertence. Peça que um aluno por vez, e com os olhos vendados, cheire o interior do saquinho ou caixinha e tente descobrir a que fruta pertence aquele aroma. Depois, leia com os alunos Lucas 6.44. Explique que cada árvore é conhecida por seus frutos. Não dá para identificar uma árvore apenas por seu aroma. Comente que os frutos representam nossas ações, atitudes, caráter. Quando somos cheio do Espírito Santo e permitimos que Ele trabalhe em nosso caráter, passamos a produzir o fruto do Espírito (Gl 5.22). Quem não vive segundo o Espírito e se deixa levar pela velha natureza, produz frutos podres e exalam um aroma desagradável. Para concluir, peça que os alunos — sem utilizar a Bíblia ou a revista — relacionem os nove aspectos do fruto do Espírito segundo Gálatas 5.22.

Por Telma Bueno

SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

O fruto do Espírito é composto por várias virtudes, que na totalidade comandam as ações daquele que creem e seguem a Cristo. Na aula de hoje estudaremos a respeito do propósito desse fruto, ressaltando que seu objetivo precípuo é levar o crente à santidade. Inicialmente faremos a distinção entre caráter e reputação, em seguida, destacaremos, o propósito do fruto. Ao final, refletiremos sobre as mudanças na vida do crente que são resultantes da produção do fruto do Espírito.

1. DIFERENÇA ENTRE CARÁTER E REPUTAÇÃO

O caráter, de acordo com alguns psicólogos, é uma qualidade inerente ao indivíduo, resultante tanto dos aspectos naturais quanto culturais. A constituição do caráter pessoal depende de uma gama de fatores, alguns deles são determinantes para a tomada de decisões. As pessoas herdam dos seus pais o temperamento, as informações que são repassadas através da cadeia genética. Ao mesmo tempo, a convivência com outras pessoas, principalmente àquelas mais próximas, influenciam suas ações. No contexto da modernidade, os meios de comunicação podem formatar os posicionamentos dos indivíduos, a fim de que esses tomem suas decisões, com base nos interesses de outros. Nesse contexto, assumimos que o caráter de um indivíduo é formado ao longo do tempo, de modo que esse passa a ser constitutivo, mantendo tanto a unidade quanto a diversidade. É importante ressaltar, a esse respeito, que os indivíduos mantém certa unidade, a partir da qual é possível, nas devidas proporções, assumir como caráter. Esses se revelam nos princípios que as pessoas assumem, especialmente no tocante aos valores que defendem, sejam eles sociais, políticos ou religiosos. A reputação, por sua vez, é uma expressão do caráter, que se manifesta no contato com os outros. Essa tem muito mais a ver com as maneiras como as pessoas se revelam na sociedade, principalmente no intuito de serem aceitas. Há pessoas que se preocupam demasiadamente com a reputação, por causa disso têm dificuldade de desenvolver o caráter. Na verdade, algumas pessoas vivem em função da sua imagem, preocupadas com o que os outros irão pensar a respeito delas, isso se torna um problema quando os comportamentos são determinados pelas opiniões dos outros, e não pelos princípios assumidos, sobretudos para os cristãos que professam a Palavra de Deus.

2. O CARÁTER CRISTÃO E O FRUTO DO ESPÍRITO

O objetivo fundamental do Espírito Santo é produzir no crente o caráter de Cristo. Para isso, Ele trabalha em nós, e conosco, com vistas ao desenvolvimento de uma espiritualidade genuína, que resulte em santidade autêntica. Jesus ressaltou que sem Ele nada poderíamos fazer, isso porque Ele é a Videira Verdadeira, Aquele que produz frutos em nós (Jo. 14.17). A formação desse fruto para o desenvolvimento do caráter cristão depende dessa condição de dependência de Deus. O Espírito produz seu fruto naqueles que se rendem aos pés de Cristo, e a Ele se submetem pela Sua palavra (Jo. 15.3). Esses se tornam novas criaturas, as coisas velhas ficaram para trás, tudo se fez novo (II Co. 5.17), pois se dobram à vontade de Deus, que é agradável, boa e perfeita (Rm. 12.1,2). Esse nível de maturidade espiritual é alcançado com, no e pelo Espírito Santo, é Ele quem produz em nós, o desejo de agradar a Deus (Fp. 2.13). Quando estamos em Cristo, as amarras do pecado perdem suas forças, ainda que permaneçam incrustadas na natureza humana. O velho homem é colocado debaixo do comando espiritual do novo homem, que foi revestido de Deus para fazer o que é de cima (Cl. 3.1). Esse processo é iniciado no novo nascimento (Jo. 3.3), e segue-se ao longo da vida cristã, durante o processo da santificação, até ser consumado na glorificação, quando o que é corruptível será revestido da incorruptibilidade, e a morte será tragada na vitória (I Co. 15.54,55). O caráter do cristão está em formação continua, e quanto mais caminha no Espírito, mais se parece com Cristo, e como Paulo, pode declarar: “não vivo eu, Cristo vive em mim” (Gl. 2.20).

3. O FRUTO DO ESPÍRITO E A SANTIFICAÇÃO

O propósito do fruto do Espírito é conduzir o cristão à santificação, ou seja, fazer com que cumpramos os desígnios de Deus em nossas vidas. Essa tarefa não é uma imposição humana, muito menos religiosa, trata-se de uma revolução espiritual. A esse respeito muito bem declarou Agostinho: “ame a Deus e faça o quem bem quiser”. Evidentemente, quanto mais agradamos a Deus, e desejamos fazer sua vontade, menos nos tornamos suscetível ao poder do pecado. Aqueles que estão andando no Espírito não ficam satisfeitos em fazer as obras da carne, por isso João afirma que os nascidos de Deus não vivem mais em pecado (I Jo. 3.19). A vontade do crente passa a ser comandada (não controlada) pela inclinação do Espírito, de tal modo que não mais depende de leis humanas (e religiosas). Isso não quer dizer que o crente perde a capacidade de decidir, muito menos a capacidade para discernir o certo e o errado. A natureza pecaminosa continua dentro dele, caso deixe de vigiar essa poderá tomar as rédeas das suas vontades. Para que isso não venha a acontecer, faz-se necessário que o crente cultive o Fruto, desenvolvendo algumas disciplinas espirituais (que não são meras regras humanas). Essas disciplinas espirituais é o exercício da piedade (I Tm. 4.7,8), que favorecem o desenvolvimento de uma santificação autêntica, que não se trata de imposições legalistas, mas de uma mudança que parte do interior. As disciplinas que cultivam o fruto do Espírito são, entre outras, a vida em comunhão, a prática do jejum e oração, e a meditação nas Escrituras. Como se faz com uma árvore, também é preciso se distanciar de práticas que nos afastam de Deus, as ervas daninhas que afetam o crescimento cristão (Mt. 13.7,22).

CONCLUSÃO

O propósito do Fruto do Espírito na vida do cristão é a produção de um caráter que se assemelhe as atitudes de Cristo. Se quisermos andar no Espírito, devemos estar atentos ao modo como Jesus viveu, bem como ao que ensinou. Somente seremos capazes de ser semelhante a Ele se cultivarmos o fruto, de maneira que o Espírito trabalhe em nós, e conosco, para agradar a Deus. E essa e a vontade de Deus, não apenas para satisfazê-LO, mas também porque é o MELHOR para nós mesmos.

Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa
Extraído do Blog subsidioebd

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO III

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje, estudaremos o propósito do fruto do Espírito. Nas Escrituras Sagradas, o vocábulo fruto tem muitos significados que podem ser utilizados para designar nossas ações e motivos. Veremos que Jesus, nosso Salvador, morreu e ressuscitou para nos ensinar o valor de uma vida frutífera (Jo 12.24). Nós somos fruto do sacrifício de Cristo na cruz do Calvário, logo temos a responsabilidade de frutificar para a glória de Deus. [Comentário: A palavra ‘fruto’ é a tradução do grego ‘karpos’ que se refere literalmente ao fruto de árvores ou vinhedos. Figurativamente, é empregada para denotar aquilo que tem sua origem ou provem de algo como produto, efeito ou resultado. O Dicionário Vine (CPAD) descreve fruto como ‘uma expressão visível de poder que opera no interior e invisivelmente, o caráter do fruto sendo a evidência do caráter do poder que o produz’. No texto da leitura bíblica em classe, o Senhor adverte seu povo sobre a vinda certa dos falsos profetas e os instrui sobre como discerni-los. Paulo faz advertência similar à igreja de Éfeso em Atos 20.29-30. De acordo com as palavras de Jesus, esses cães espirituais parecerão como ovelhas e andarão dentro do aprisco como se pertencessem a ele. No entanto, não são o que parecem, mas são exatamente o oposto. Isto é terrível e estarrecedor e seria um tropeço para o caminho da fé – Judas 12 os descreve como perigosas rochas submersas - se o Mestre não tivesse não só nos advertido de seu surgimento, mas também sobre como identificá-los (Mt 23.27). Gostaria de sugerir nesta lição que não nos confinássemos apenas ao caráter escondido dos falsos profetas, mas faremos bem em reconhecer que Suas palavras têm longo alcance para todos nós que confessamos a Cristo e nos identificamos com Ele. De fato, estas palavras podem responder uma questão crucial: ‘como saber que sou verdadeiramente cristão?’ A resposta a esta questão é simples e profunda. Nossa realidade interior é revelada pelas evidências externas; nossa verdadeira identidade é exposta por atos observáveis; nossa conversão ou sua falta é conhecida pelos frutos em nossas vidas.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. A VIDA CONTROLADA PELO ESPÍRITO

1. O que significa ser controlado pelo Espírito? Significa ser cheio do Espírito Santo diariamente, não somente aos domingos (Ef 5.18). Se quisermos viver de modo a agradar a Deus e produzir frutos para a sua glória, precisamos cumprir o imperativo bíblico registrado em Efésios 5.18: “[...] Mas enchei-vos do Espírito”. O verbo encher aqui remete também a ser controlado, dominado, de modo que a pessoa não tem mais vontade própria. Quando somos controlados pelo Espírito Santo, os nossos pensamentos, ações e vontades passam a ser conduzidos por Ele. É lamentável, mas infelizmente muitos crentes não buscam mais o poder do Espírito Santo, pois estão mais preocupados com os bens desse mundo. Jesus nos advertiu a respeito de juntar tesouros na terra e não no céu (Mt 6.19,20). [Comentário: Enquanto o selo do Espírito (Ef 1.13,14;4.30) é a iniciação da vida cristã e por tanto, não se repete, o encher-se do Espírito pertence à vida cristã inteira. Em Efésios 5.18, o tempo verbal grego para ‘enchei-vos’ deixa claro que o estar cheio do Espírito não se completa com uma única experiência, mas é mantida por ‘ser continuamente cheio’, conforme ordenado na passagem. Esse encher-se não somente se repete, mas deve ser continuamente buscado. Na passagem paralela em Colossensses, Paulo diz aos cristãos para deixar a ‘paz de Cristo’ governar seus corações e permitir que a palavra de Cristo habite ricamente neles (Cl 3.15-16). Quem está cheio do Espírito está cheio de Cristo e de sua Palavra (Jo 14.16,26; 16.12-15; 17.17). O próprio Jesus estava “cheio do Espírito Santo” (Lc 4.1). Os discípulos “ficaram cheios do Espírito Santo” (At 2.4; cf. 4.8; 6.3; 13.9). Do mesmo modo o Espírito Santo também deve determinar e cunhar a vida toda dos cristãos, de modo que “a vontade do Senhor” seja entendida e praticada de forma cabal. O Pr Elienai Cabral escrevendo sobre Romanos 8.6-13, diz: “Nestes versículos é destacada a operação do Espírito Santo na vida do crente. É a obra santificadora do Espírito Santo, na mente, no espírito e no corpo do crente (1 Ts 5.23,24). O crente anda e vive no Espírito, pois não está mais sob o domínio da carne. Sua vida é regida e regulada pelo Espírito Santo, que mora nele e governa o seu interior" CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.89. Note que viver segundo o Espírito Santo significa estar sob o seu domínio e seguir suas orientações; O Consolador que agora habita em nós concede-nos recursos para vivermos neste mundo de maneira santa e justa, como discorre o próximo subtópico.]
2. Um viver santo. O Espírito Santo nos ajuda a ter uma compreensão melhor de Deus e do seu Reino. Ele deseja nos ensinar a viver em novidade de vida, em santidade, mesmo habitando em um mundo corrompido pelo pecado e dominado pelo Inimigo (1Co 2.10-15). Para que uma planta produza frutos ela precisa alcançar um determinado nível de maturação; isso também ocorre com o crente (Ef 4.13). Esse nível de crescimento e maturação só pode ser alcançado com a ajuda e a ação do Espírito Santo. A vida frutífera é para os “maduros”. Quando os anos passam e o crente não alcança a maturidade espiritual, ele se torna vulnerável ao pecado e a todo vento de doutrina, sendo enganado pela astúcia dos que alegam falar em nome de Deus (Ef 4.14). [Comentário: "O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus." (Rm 8.16) O contraste feito por Paulo entre o antigo e o novo padrão de vida entre a vida na carne e a vida no Espírito (Rm 7.6), é agora resolvido detalhadamente nos termos de duas atitudes mentais fixas: uma delas sob a influencia da carne e a outra sob a influencia de Cristo, por meio do Espírito que veio habitar nos crentes.  “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.13). Eberhard Hahn escreve em Cartas aos Efésios, no Comentário Esperança: “A edificação, o crescimento do corpo de Cristo, estão direcionados para um alvo que é indicado neste versículo. A expressão “chegar” pode significar literalmente alcançar um lugar (diversas vezes em At: p. ex., At 16.1; 18.19; etc.), mas também pode ser usada em sentido figurado (o fim dos tempos chegou: 1Co 10.11). Assim como aqui, em Fp 3.11 ela implica a atenta orientação rumo ao alvo visado, quando Paulo afirma de si: “para alcançar a ressurreição dentre os mortos”. Pode parecer estranho que desde já a igreja seja a “plenitude de Cristo”, concidadã crente dos santos, família de Deus, pedra no templo santo, e que apesar disso ainda se diga que haverá um crescimento, um vir-a-ser. A mesma duplicação já chamara atenção no contexto da herança colocada à disposição: os direitos já foram transferidos, mas ainda não se tomou posse dela (Ef 1.18; 2.7). Conseqüentemente a plenitude de Cristo é ponto de partida e alvo de todo o crescimento. Agora isso passa a ser relacionado a uma situação concreta: na realidade pode haver na igreja uma só fé, visto que esta só pode ser fé em um só Senhor Jesus Cristo (Ef 4.5). Na realidade a “unidade do Espírito” é algo dado, porque o Espírito Santo é um só (Ef 4.3). Não obstante cabe “segurar” essa unidade, ou “chegar” a ela. A força motriz de todos os esforços nessa direção não é a utopia de uma igreja unificada, mas a realidade do único corpo de Cristo”.Extraído na íntegra de Hahn, Eberhard, Cartas aos Efésios, Filipenses e Colossenses : Comentário Esperança / Eberhard Hahn, Werner de Boor / tradutor Werner Fuchs -- Curitiba, PR : Editora Evangélica Esperança, 2006. Pág 48.]
3. A verdadeira comunhão. Você deseja ter uma vida de comunhão com Deus? Então invista tempo no seu relacionamento com Ele (Os 6.3). Ore, jejue e adore ao Senhor. A comunhão com Deus vai gerar em nós frutos excelentes que evidenciarão que o Pai habita em nós. Jesus ordenou que seus discípulos fossem para Jerusalém para serem revestidos de poder (At 1.8). Ele sabia que, para dar continuidade à sua obra e produzir bons frutos, os discípulos precisariam desse revestimento de poder. [Comentário: A vida diferente que nos é dada é a vida de comunhão. Agora somos guiados pelo Espírito de Deus, e a vida que nos é dada, é a vida de filho. Somos filhos de Deus e quem testifica em nós é o Espírito de Deus (Rm 8.16), Ele mesmo revela isso em nós. Todos aqueles que têm o Espírito Santo foram adotados como filhos de Deus, essa é a marca. E aqueles os que têm o Espírito Santo têm comunhão com o Pai. Como você sabe que é filho de Deus? Por causa da intimidade com o Pai que o Espírito Santo concede, esse é o nosso maior privilégio, maior prêmio, de poder conviver plenamente com o Senhor, em profunda amizade e companheirismo, resultado da obra do Espírito de Deus em nós, e à medida que podemos clamar a Deus, como se clama ‘Paizinho’, o próprio Espírito de Deus que testifica que somos filhos de Deus. É nesse ato de intimidade que essa filiação se manifesta. Também, se somos filhos, somos herdeiros de Deus. Tudo o que Deus propôs a Cristo, propôs a nós. Paulo desenvolve este tema em Efésios, quando fala da igreja como plenitude de Cristo. Portanto, essa comunhão com Deus e essa consciência que vamos herdar as mesmas coisas que Cristo herdou, há de nos dar a coragem necessária para continuarmos firmes em meio ao sofrimento, porque teremos sempre a consciência de que se com Cristo sofremos, também com Ele seremos glorificados.]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Em Efésios 4.17-5.20, Paulo estabeleceu o contraste entre o ‘antes’ e o ‘depois’ da vida dos crentes. Embriagar-se com vinho era associado com o antigo modo de vida e seus desejos egoístas, terminando, por fim, em contenda. Isto não tem lugar na vida dos crentes. Além do mais, de acordo com Paulo, nós não precisamos do álcool, pois podemos nos encher do Espírito, deixando que Ele nos controle. Paulo comparou a atitude de se embriagar com vinho, que faz com que uma pessoa desfrute um êxtase temporário, com o ser cheio do Espírito, que produz uma alegria permanente. O foco das palavras de Paulo aqui não é tanto a proibição contra a embriaguez, pois os crentes provavelmente já o haviam entendido, mas incitá-los a estarem continuamente cheios do Espírito e a viverem nEle. Todo mundo pode dizer quando uma pessoa está embriagada. Suas ações tornam isso óbvio. De maneira semelhante, a nossa vida deve estar tão completamente sob o controle do Espírito, que as nossas palavras e ações mostrem, sem qualquer dúvida, que estamos cheios da presença do Espírito Santo de Deus” (Comentário do Novo Testamento:Aplicação pessoal. 1ª Edição. Volume 2. RJ: CPAD, 2010, p.345).
II. O FRUTO DO ESPÍRITO EVIDENCIA O CARÁTER DE CRISTO EM NÓS

1. O que é caráter? Segundo o Dicionário Houaiss, é a “qualidade inerente a um indivíduo, desde o nascimento; temperamento, índole”. Nossas ações e frutos identificam o caráter de Cristo em nós. Quem pela fé recebe a Jesus Cristo como Salvador passa por uma transformação interior, recebendo uma nova vida, ou seja, uma nova maneira de pensar e agir (2Co 5.17). O caráter de Cristo é evidenciado em nossas vidas por nossas ações. [Comentário: Em Mateus 7.6 Cristo nos apresenta uma máxima fixa que não permite exceção: “Pelos frutos os conhecereis”. Noutras palavras, saberemos da autenticidade da profissão de fé de uma pessoa pela conduta de sua vida. Em 2Co 5.17 Paulo escreve que os que estão em Cristo são ‘nova criatura’; segundo o dicionário Strongs, kainos2537 é novo, não usado, diferente, recente. A palavra significa novo em relação à forma ou qualidade, ao invés de novo referindo-se a tempo, um pensamento comunicado por neos. A nota de roda-pé da Bíblia de Estudo Plenitude comentado o texto de 2Co 5.17 diz: “Em Cristo: A expressão mais característica de Paulo do que significa ser cristão. A morte e ressurreição de Cristo por nós e nossa identificação com ele através da fé tornam a existência possível como uma nova criatura. Atualmente, essa nova criação é apenas parcialmente experimentada, mas deve ser nosso foco, visto que é garantida a conclusão da recriação. Nosso relacionamento com Cristo afeta todos os aspectos da vida.” Bíblia de Estudo Plenitude, SBB pág. 1318.]
2. Caráter gerado pelo Espírito Santo. O Senhor Jesus afirmou que o Espírito Santo habitaria em nós (Jo 14.17). Ele, em nós, faz com que a nossa natureza adâmica seja destronada. O velho “eu” morre, por isso, temos condição de negarmos a nós mesmos (Mt 16.24). Precisamos ter consciência de que o Espírito Santo trabalha em nós, não somente para nos conceder dons e talentos, mas para nos transformar. Infelizmente, muitos não dão lugar ao Espírito, impedindo que Ele os transforme. O Consolador trabalha em nós à medida que lhe permitirmos. Deixe o Consolador transformar todo o seu ser. [Comentário: A inclinação da carne, ou seja, a obediência a nossa natureza caída, que é a inclinação para o pecado nos levará para a morte, mas os que se inclinam em obedecer ao Espírito, serão guiados para a vida e paz para com Deus. E é por isso que aqueles que se inclinam para obedecer a carne, ao pecado, acaba se tornando inimigos de Deus, porque rejeitam a vontade de Deus. Todos aqueles que creram no evangelho, já não estão mais presos aos desejos da sua carne, isso se realmente creram e receberam o Espírito de Deus. Porque aquele que não têm o Espírito de Deus, esse não pertence à Deus, ou seja, não foi salvo e justificado pela fé em Cristo Jesus. Deus nos libertou enviando seu Filho, nEle, o pecado foi condenado e o julgamento foi executado. Cristo venceu o pecado em seu próprio reino e a exigência da lei é cumprida em nós. Esta bênção é para aqueles que andam segundo o Espírito, e não a carne. O Comentário Devocional da Bíblia (CPAD) falando acerca da nova vida, escreve: "O princípio dinâmico da nova vida em Cristo sobrepuja o princípio do pecado inerente, capacitando-nos a viver de maneira justa (8.1-4). Se nós, como filhos de Deus, escolhermos viver em harmonia com o Espírito, não com a carne, o poder de ressurreição do Espírito no dará vida, mesmo em nosso presente estado mortal. No futuro, nossos corpos, com toda a criação, serão transformados (Rm 8.18-25). Até então, vivemos no amor do Espírito, que intercede por nós (Rm 8.26,27), do Pai que nos sustenta (Rm 8.28-33) e de Cristo, que nos guarda (Rm 8.34-39)." Comentário Devocional da Bíblia, CPAD, p. 778. Na vida do crente a natureza adâmica tem que ser destronada. No contexto de Mt 7.16, o termo karpos é usado para descrever o comportamento, a conduta, as obras ou os feitos que emanam do caráter da pessoa e manifestam sua verdadeira qualidade. É importante também notar que Jesus fala de ‘frutos’ no plural em vez de singular, denotando que é não somente um aspecto da vida da pessoa, mas toda ela. A verdade transmitida é que uma realidade interna da pessoa será provada por suas ações em tudo que ela é e faz, em todas as circunstancias. Nem virtude nem vício podem ser facilmente escondidos, mas ambos se manifestarão com o tempo.]
3. Um novo estilo de vida. Viver em novidade de vida não é fácil, pois o caminho que conduz a Jesus Cristo é apertado e exige renúncia (Mt 7.14). Infelizmente, muitos estão pregando um pseudoevangelho que não exige mais renúncia e nem mudança de vida. Não podemos concordar com os falsos ensinos e os falsos discursos que têm sido disseminados, em especial nas redes sociais. Jesus disse que os falsos profetas têm roupas de ovelhas, mas são harpagês, isto é, são como aves de rapina, logo precisamos ter cuidado (Mt 23.25). O alvo deles é destruir o rebanho do Senhor e impedir que venhamos alcançar a vida eterna. Muitos, sob a influência de Satanás, estão operando sinais e prodígios, imitando as obras de Cristo, porém seus frutos revelam que não pertencem a Jesus Cristo. Como identificar o crente autêntico? Ele pode ser identificado não por aquilo que possui, mas por aquilo que é. Suas ações precisam revelar que ele está em Jesus Cristo (Jo 15.4). Lembre-se: não se conhece uma árvore pelas folhas, mas sim pelos frutos. [Comentário: Em oposição à velha natureza adâmica, também denominada de natureza pecaminosa, ou ainda, de "velho homem", Paulo mostra a inclinação do Espírito. Ele afirma que a inclinação do Espírito produz vida (Rm 8. 6). O Espírito Santo é o agente responsável em conduzir o crente a fazer a vontade de Deus. A descida do Espírito Santo não foi para que simplesmente falássemos em línguas estranhas. Também foi para auxiliar o cristão a subjugar o próprio eu, para fazer guerra contra a natureza carnal. Por isso, para que o crente ande no Espírito, o apóstolo Paulo recomendou: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). Ele docemente constrange o crente a fazer a vontade de Deus. Mas para que obtenha total êxito sobre a carne, é preciso que o crente aprenda a viver na dependência de Deus, que reconheça que o seu querer está contaminado pelo pecado, que assuma, de forma cabal, que é da sua natureza carnal que fluem os desejos pecaminosos (Mt 15.19). Se realmente nos tornamos cristãos, reconhecemos o perigo de ceder a qualquer exigência que o mundo queira nos fazer quanto à singularidade da pessoa e obra de Cristo. Apresentar a vida cristã como um ‘mar de rosas’ e minimizar que ela é repleta de problemas não segue a orientação do nosso Senhor (At 14.22). Os falsos profetas disfarçados em ovelhas... lobos devoradores são especialmente aqueles que negam que o caminho é estreito e difícil. Este evangelho distorcido pode ser atraente e mesmo parecer ortodoxo, a única maneira de reconhecer com segurança é deixar o tempo mostrar seus frutos (Mt 7.16-20). Alguns dos frutos produzidos por estes falsos crentes são mencionados no Novo Testamento: controvérsias (1Tm 1.3), divisões (1Tm 6.3-4), destruição da fé (2Tm 2.18) e autodestruição pela heresia (2Pe 2.1).]

SUBSÍDIO DEVOCIONAL

“‘Por seus frutos os conhecereis’ (Mt 7.15-23)
Ao longo das Escrituras, o fruto é um símbolo da obra transformadora de Deus nos crentes (cf. Is 5.1-7; Jo 15.1-11; Gl 5.22,23). Embora o nosso relacionamento com Deus seja ‘secreto’, o produto desse relacionamento é altamente visível! Mas aqui Jesus falou de reconhecer os falsos profetas pelo fruto amargo. Ele não sugeriu que começássemos a apertar o fruto dos crentes para ver se era bom! Talvez a razão seja o fato de que o bom fruto precisa de tempo para amadurecer. A vida cristã produzirá bons frutos — mas levará algum tempo para que esses frutos amadureçam. Devemos dar aos outros — e a nós mesmos — o tempo necessário para que o fruto de Deus amadureça, em vez de exigir evidências imediatas da sua obra em nossa vida” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário devocional da Bíblia. RJ: CPAD, 2012, p.561).

III. TESTEMUNHANDO AS VIRTUDES DO REINO DE DEUS

1. O propósito do fruto. Você não foi salvo para somente frequentar a igreja, mas para revelar Cristo ao mundo por intermédio de um viver santo, justo, em meio a uma sociedade comprometida pelo pecado (Fp 2.15). Fomos “retirados” do mundo para que sejamos testemunhas (Is 43.10). Você foi chamado para ser “luz” do mundo e “sal” da terra (Mt 5.14,15). Porém, não adianta pregar o Evangelho de Cristo e não viver segundo os princípios do Reino (Mt 5.1-12). Você precisa viver aquilo que prega e ensina se deseja uma vida e ministério frutíferos. [Comentário: Citando uma frase do príncipe dos pregadores, C. H. Spurgeon: “Todo cristão ou é um missionário ou é um impostor”, entende-se que é a grande tarefa da Igreja, o motivo pelo qual ela foi fundada, enviada e sustentada pelo poder do Espírito Santo: revelar Cristo ao mundo. A única foma que o mundo tem de enxergar à Cristo e à obra da Cruz é através da Igreja, não existe ‘plano B’. O Novo Testamento declara que todos os cristãos são chamados a evangelizar, como diz C. H. Spurgeon, ‘todo cristão ou é um missionário ou é um impostor! Se nós devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos (Mc 12.31; Tg 2.8), acaso há algum modo mais importante de amar alguém do que compartilhar o evangelho com ele ou ela? Ezequiel 3.11 diz: ‘Eia, pois, vai aos do cativeiro, aos filhos do teu povo, e lhes falarás e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus, quer ouçam quer deixem de ouvir’. Testificar aos homens, apresentando-lhes as verdades do Evangelho ou Boas Novas a cerca de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador, é obrigação séria e responsabilidade de cada cristão. Paulo quando fala sobre a evangelização diz: ‘Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho!’ (1Co 9.16). Todos nós somos devedores da mensagem do evangelho a todos os homens (Rm 1.14) e sobre nós repousa essa responsabilidade que não foi concedida aos anjos (1Pe 1.12). É por isso que Paulo nos diz: ‘Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus (…) prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não’ (2Tm 4.1-2). De que maneira faremos isso? Os justos terão lutas com o pecado e até mesmo quedas periódicas. Às vezes os ímpios farão obras boas e até refletirão uma semelhança de justiça. Porém, com o tempo, tanto o justo quanto o ímpio serão revelados por seu comportamento contínuo. O ganhador de almas tem de ter experiência própria de salvação. O Pr Antônio Gilberto escreve: “É um paradoxo alguém conduzir um pecador a Cristo, sem ele próprio conhecer o Salvador. Isto é apontar o caminho do céu sem conhecê-lo. Quem fala de Jesus deve ter experiência própria da salvação. Estando nosso coração cheio da Palavra de Deus, nossa boca falará dela (Mt 12.34). É evidente que o ganhador de almas precisa de um conhecimento prático da Bíblia; conhecimento esse, não só quanto à mensagem do Livro, mas também quanto ao volume em si, suas divisões, estrutura em geral, etc. Sim, para ganhar almas é preciso ‘começar pela Escritura’ (At 8.35). Aquilo que a eloquência, o argumento e a persuasão humana não podem fazer, a Palavra de Deus faz, quando apresentada sob a unção do Espírito Santo. Ela é qual espelho. Quando você fala a Palavra, está pondo um espelho diante do homem. Deixe o pecador mirar-se neste maravilhoso espelho. Assim fazendo, ele aborrecerá a si mesmo ao ver sua situação deplorável. Está escrito que ‘pela lei vem o conhecimento do pecado’ (Rm 3.20). Através da poderosa Palavra de Deus, o homem vê seu retrato sem qualquer retoque, conforme Isaías 1.6. No estudo da obra de ganhar almas, há muito proveito no manuseio de livros bons e inspirados sobre o assunto. Há livros deste tipo que focalizam métodos de ganhar almas; outros focalizam experiências adquiridas, o desafio, o apelo e a paixão que deve haver no ministério em apreço. A igreja de Éfeso foi profundamente espiritual pelo fato de Paulo ter ensinado a Palavra ali durante três anos, expondo todo o conselho de Deus (At 20.27-31). Em Corinto ele ensinou dezoito meses (At 18.11). Veja a diferença entre essas duas igrejas através do texto das duas epístolas (Coríntios e Efésios)” GILBERTO, Antonio. Prática do Evangelismo Pessoal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1983, p.30.]
2. Uma vida produtiva. O crente precisa ter uma vida espiritual frutífera para que não seja arrancado, ceifado (Jo 15.2). Quando um galho é cortado e não é imediatamente enxertado, ou replantado, seca e morre. Você tem produzido frutos ou sua vida está como um galho seco? Nossos frutos revelam que pertencemos a Cristo e o quanto aprendemos com o Ele (Lc 6.40; Jo 15.8). [Comentário: É bom lembrar que a vitória do cristão não é não sofrer. A vitória do cristão é não ser derrotado pelo sofrimento. A vara que não dá fruto, que não está na videira (v 6), é destruída. Esta idéia se aplica a todos os falsos crentes (Mt 15.13). Nenhum ramo que está em Cristo pode ser totalmente infrutífero! Porém, todo ramo que pertence a Cristo produzira fruto e sofrerá a poda necessária que produza ainda mais. Em suma, um crente genuíno produzirá frutos que permanecem, isso porque ele foi escolhido e designado e através dessa produção ele prova ser verdadeiro discípulo de Cristo (Jo 15.8). Ainda que passemos por tempos de aparente improdutividade devido a algum pecado insistente ou à poda feita pelo Pai, a obra da disciplina divina servirá para tornar-nos mais frutíferos (Hb 12.11). Na parábola do semeador, Jesus nos dá alguma idéia da abundante frutescência que marca a vida de todo cristão, declarando que entre seus verdadeiros discípulos alguns produzirão cem vezes, outros sessenta, e outros trinta (Mt 13.23). Tal frutificação é surpreendente demonstração do poder de Deus na salvação, porque até o menor no reino produzirá fruto a trinta por um! (Lc 7.28). Conforme nos diz o profeta Isaías, “a salvação do Senhor produz fruto, e a justiça brotará junto a ele” (Is 45.8).]
3. O que fazer para manter a produtividade? Um bom agricultor se preocupa com o plantio, com o cultivo e com a produção de fruto. Para que a lavoura tenha um bom desenvolvimento, o agricultor precisa adubar a terra, regar as sementes e retirar as ervas daninhas. É preciso investimento financeiro e muito trabalho. Nós também temos um Pai que cuida de nós para que venhamos a frutificar (Jo 15.1-5). Isso significa que algumas vezes somos “podados”, ou seja, passamos por aflições e dificuldades. As aflições não são para nos destruir, mas contribuem para que venhamos nos tornar pessoas mais fortes, capazes de produzir frutos em abundância. [Comentário: Hoje muitos dizem ter nascido de novo e ter recebido a vida eterna, contudo, vivem em extraordinária contradição à essa confissão. O verdadeiro crente, que experimentou o novo nascimento, experimentou um milagre de transformação, a conversão é primariamente uma obra sobrenatural de Deus, realizada pelo milagre do novo nascimento. Nós fomos transformados pelo poder de Deus em novas criaturas, com nova natureza, resultando em afetos novos e retos, por isso, devemos escolher andar nas boas obras que foram preparadas de antemão para que andássemos nelas (Ef 2.10). Nosso crescimento em Cristo e nossa produção de frutos dependem de nossa volição, porém, não podemos deixar de ver que nossa volição depende de nossa natureza, que foi radicalmente mudada pela obra regeneradora do Espírito Santo. Decidimos produzir frutos porque desejamos frutificar e esses desejos fluem de nossa nova natureza! Paulo discorre em Efésios 4.13: “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”; Unidade e perfeição constituem o alvo da igreja, e Cristo concede participação a cada um nessa unidade e perfeição; ao procurar chegar, impelido pela palavra de Deus, o crente cresce em direção ao alvo da totalidade. Tendo esse alvo diante dos olhos, Paulo passa à análise dos problemas com os quais os crentes são confrontados. Estabelece uma relação com a figura da pessoa adulta à qual os crentes devem “chegar”, e exorta que superem a imaturidade e a idade infantil: “para que não mais sejamos menores”, que se deixam influenciar facilmente. Além de atuar na conversão do homem, o Espírito Santo age como dinamizador da vida cristã. A condição exigida daqueles que desejam ter uma vida cristã autêntica e levar almas a Cristo é que sejam cheios do Espírito Santo (At 4.31; Ef 5.18). O próprio nome “Espírito Santo” já sugere a associação do Espírito com a obra de santificação. Ela é obra progressiva da parte de Deus e do homem regenerado, que nos torna cada vez mais livres do pecado e semelhantes a Cristo em nossa vida presente. De forma sucinta, santificação nada mais é do que a conformidade com a imagem de Deus, embora de forma ainda imperfeita. A santificação está em estreita relação com a regeneração, pois esta como mudança moral é o primeiro estágio da santificação. A Vida Aperfeiçoada pelo Espírito Santo Glorifica a Cristo (Cl 1.10 e 11 e 27; 2.2; 3.10,11 a 14).Da mesma maneira que o Senhor Jesus Cristo, em tudo que foi e fez, visava glorificar a Deus e Pai, todos que, em Cristo, nasceram de novo, devem ser e fazer tudo para a glória de Deus. A Bíblia diz e instrui sobre isso. Quando a vida do crente está aperfeiçoada, ela naturalmente, glorifica ao nosso Senhor.Isto porque todas as nossas ações são voltadas para que assim aconteça. De outra maneira, a vida cristã, sem aperfeiçoamento espiritual e cristão necessários, certamente, ficará fora dos propósitos de Deus. A vida aperfeiçoada glorifica a Cristo quando está cheia do pleno conhecimento da vontade de Deus. Esse conhecimento nos enche de sabedoria e entendimento espiritual acerca dos assuntos éticos e divinos. O crente em nosso Senhor Jesus Cristo precisa continuamente ser cheio do conhecimento da vontade de Deus. A pergunta que fazemos é: Como chegar a essa plenitude e viver sempre nela? Buscando submissamente ao Espírito Santo, em meditação na Palavra de Deus e em oração. Quando assim procedemos, o Espírito de Sabedoria nos revela plenamente a vontade de Deus em múltiplos propósitos para nossa vida. Conhecer assim a vontade de Deus vale mais do que conhecer mistérios criados pela imaginação humana. Paulo, então, em sua oração, faz os crentes de Colossos sentir que o verdadeiro conhecimento é o da vontade de Deus e que o mesmo glorifica a Cristo. Leia: Colossenses 1.10 e 11; Romanos 12.2; Efésios 5.17.]

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A frutificação espiritual segue o mesmo princípio da frutificação que está revelado no primeiro capítulo de Gênesis (Gn 1.11). João Batista, precursor do Messias, exigiu dos seus convertidos: ‘Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento’ (Mt 3.8). Em João 15.1-16, Jesus enfatizou este princípio deixando claro aos seus seguidores que para darem fruto exuberante para Deus, necessário é que antes cresçam em Cristo e nisso perseverem seguindo os ensinos da Palavra de Deus. Boas condições de crescimento e desenvolvimento da planta no reino vegetal, sem esquecer da boa saúde da semente e do meio ambiente ideal e da limpeza, são elementos indispensáveis para a boa frutificação. É também o que ocorre no reino espiritual, na vida do crente, na Igreja, para que haja em todos nós fruto abundante para Deus” (GILBERTO, Antonio. A plenitude de Cristo na vida do crente. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004, p.17).

CONCLUSÃO

Precisamos ter uma vida frutífera e para isso precisamos estar ligados à Videira. O propósito dos frutos é glorificar ao Pai: “Nisto é glorificado meu Pai; que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos” (Jo 15.8). Busque ter um relacionamento pessoal com Cristo, seja cheio do Espírito Santo e produza muitos frutos para a glória de Deus. [Comentário: Aqueles que já experimentaram o novo nascimento já não vivem mais na prática do pecado. Nosso corpo se torna templo e habitação do Espírito Santo e sem Ele não poderemos viver de modo a agradar ao Pai. Que possamos nos entregar totalmente a Deus, permitindo que o seu Espírito nos guie. Em Romanos 8 Paulo nos fala de libertação do pecado e da morte (8.1-11), estamos livres, diz o apóstolo Paulo. A lei do Espírito da vida passou a atuar em nós, uma lei mais forte do que a lei do pecado e da morte, que denunciava nossa impotência. A lei do Espírito e da vida fala do poder que agora atua em nós como resultado do sacrifício de Jesus Cristo. Esse sacrifício não só nos livrou da condenação, porque pagou os nossos débitos, que a lei denunciava na vida de cada um de nós, mas, mais do que isso, tirou-nos da lei do pecado e da morte, ou seja, livrou-nos daquilo que nos mantinha constantemente sob débito. Agora uma nova força atua em nós, a força do Espírito de Deus. Desejo concluir este comentário com as palavras do Rev. Hernandes Dias Lopes:
“(1) Não importa quem é você, de onde você vem, qual é a sua classe social, sua cultura ou sua religião. Não importa se você é uma pessoa de vida bonita ou se está mergulhado na mais profunda crise espiritual. Jesus hoje pode abrir o seu coração. Ele pode quebrar suas cadeias. Ele pode mudar sua vida. Venha a Jesus! O mesmo Jesus que abriu o caminho para Paulo até à Europa, abriu o coração de Lídia e abriu as portas da prisão.
(2) Se você é crente e está passando por provas, saiba que o mesmo Jesus que salva é o Jesus sustenta os seus servos.
(3) O evangelho liberta, salva e conforta!” http://hernandesdiaslopes.com.br/2008/04/o-poder-transformador-do-evangelho/#.VOO333zF8uc] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”.

Francisco Barbosa

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