sábado, 23 de fevereiro de 2013

CORDELZINHO - A MULHER DO FLUXO DE SANGUE


Certa vez uma mulher
Que vivia adoentada
Sofreu tanto nesta vida
Quase morre a coitada
Gastou todo o seu dinheiro
Com os médicos do lugar
Mas nenhum deu solução
Cada dia a piorar.


Nesse tempo o Senhor
Jesus Cristo aqui estava
curando e libertando,
era só o que se falava.
Então aquela mulher
criou fé no coração.
Disse: “eu tenho que falar
pra Jesus minha aflição”.
  

Mas naquela situação
Não podia nem tocar
Nas pessoas ela pensou
É imunda vão falar
Então ela planejou
De Jesus se aproximar:


Chego bem devagarzinho
Só nas vestes vou tocar.
Mas naquela situação
Não podia nem tocar
Nas pessoas, ela pensou:
“É imunda vão falar”
Então ela planejou
de Jesus se aproximar:
“Chego bem devagarzinho,
só nas vestes vou tocar”.

“Eu já sei que Jesus cura,
sei que tem muito poder
Cura de qualquer doença ,
Quando nele a gente crer.
Se apenas eu tocar
na sua veste sararei,
e ninguém vai perceber,
pois só nele tocarei”.

Dessa forma ela fez,
começou se aproximar.
As pessoas que a viam
começavam se afastar.
Devagarzinho ela chega
e em Jesus logo tocou.
Num instante foi curada,
pois ela mesma notou.

A mulher ao receber
a virtude que a curou,
foi saindo e pensando
que Jesus não a olhou,
Mas foi puro engano seu,
pois Jesus sabe de tudo.
Perguntou: “quem me tocou?
pois de mim saiu virtude.

Os discípulos responderam:
“este povo te apertou”,
mas Jesus que sabe tudo,
num instante revelou.
Este toque é diferente,
pois de mim saiu poder.
A mulher disse: “eu queria
A minha bênção receber”.

E Jesus disse: mulher
A tua fé te salvou.
Estás livre desse mal
que tanta dor te causou.
Vai em paz já estás salva
basta só continuar
seguindo a esse Deus
Que ao mundo veio salvar.

Jesus Cristo ainda é o mesmo,
fez milagres e ainda faz.
Veio ao mundo e por amor
trouxe a paz que satisfaz.
Quando nele a gente crer
de todo o coração,
Nossa vida ele muda
e nos dá a salvação

Jesus salva e também cura
de qualquer enfermidade.
Basta simplesmente crer
na sua grande verdade.
Pois é a Bíblia quem diz
que se creres tu verás
os milagres de Jesus
e também feliz serás.


Hoje mesmo você pode
se encontrar com o Senhor.
Basta apenas dizer sim
e terás o Salvador.
Não perca a sua chance
que hoje Deus te dá,
diga sim para Jesus
e sua vida mudará.





A pessoa sem Jesus
não consegue ser feliz,
pois sem Ele a gente é nada,
É a Bíblia que nos diz.
Aceite–o hoje mesmo
e terás felicidade
nesta vida e também
com o Senhor na eternidade.




EBD EM FOCO - LIÇÃO 8

LIÇÃO 8 - O LEGADO DE ELIAS

TEXTO ÁUREO

"E disse Josafá: Não há aqui algum profeta do Senhor, para que consultemos ao Senhor por ele? Então, respondeu um dos servos do rei de Israel e disse: Aqui está Eliseu, filho de Safate, que deitava água sobre as maõs de Elias" (2 Rs 3.11)

VERDADE PRÁTICA

Através do ministério de Eliseu aprendemos que os grandes homens foram aqueles que aprenderam a servir.

Leitura Bíblica: 1 Rs 19.16,17,19-21.

OBJETIVOS
Após a aula, o aluno deverá estar apto a:

Reconhecer o caráter divino da vocação e chamada de Elias.
Detalhar os princípios da exclusividade, autoridade da vocação e a chamada de Elias.
Compreender como se deu a sucessão e o discipulado de Eliseu.


VÍDEOS

Pr. José Gonçalves - Comentarista da Lição



Ev. Natalino das Neves

 
SUBSÍDIO

Nesta Lição, a última a tratar de Elias e sua trajetória profética,veremos o legado que este homem de Deus deixou e, sobretudo, a preparação de seu sucessor que traria a mensagem de salvação e arrependimento aos israelitas.Veremos como aconteceu o chamado e a preparação de Eliseu, e, também, compreenderemos a exclusividade de uma chamada ministerial.

I-O LONGO PERCURSO DE ELIAS
A agenda profética de Elias sempre foi muito intensa. O 'perturbador de Israel' sempre foi uma pedra no sapato da corrupta monarquia do Reino do Norte, justamente por cumprir seu ministério profético sem vender-se aos manjares reais. Com uma Palavra de volta aos preceitos da Lei, o profeta, odiado por muitos, apregoou naquele reino uma mensagem que confrontava aquela nação para que se voltasse a Deus. Como um grande homem de Deus, Elias teve seu ministério confirmado a cada momento,de forma sobrenatural, com sinais, prodígios e milagres, que testificavam da sua autoridade, dada pelo próprio Deus. Como homem, viu-se deprimido, perseguido e fragilizado, mas, sua fidelidade lhe garantia restauração. E, agora, cumprida boa parte de sua carreira, é hora de preparar seu sucessor, é hora de levantar alguém que continuará aquilo que havia iniciado em Samaria, em Israel. A escolha não é deste grande profeta de Jeová, não é ele quem determina aquele que herdará sua "capa", muito pelo contrário, a designação vem do próprio Senhor que o elegeu. Antes, porém, é momento de voltar às suas origens e lembrar-se de todo o mover que Deus inicia em sua vida como Profeta do Senhor, inicialmente apenas um Tisbita desconhecido, de terra desconhecida,que eleito por Deus,teve seu ministério marcado com fogo!

1-Uma volta às origens:

Elias faz um grande percurso até chegar ao Monte Sinai (Horebe). Seu trajeto levou cerca de quatrocentos quilômetros. O próprio anjo do Senhor adverte a Elias que se preparasse para sua ida até Horebe pois o caminho era longo (1Rs. 19.7). Dentro da história dos Hebreus, o Monte Sinai tem muita significância espiritual. Foi neste local (no deserto do Sinai) que Deus se revelou a Moisés, nas chamas de uma sarça (At. 7.30), foi onde Deus deu a Lei (Êx. 19 a Nm.10), e o local onde foi levantado o censo de toda a Congregação de Israel (Nm. 1.1,2) e, finalmente,o local que serve de esconderijo a Elias, numa caverna (1Rs. 19.8,9), temendo a fúria de Acabe e Jezabel.

Logo quando acha abrigo naquela caverna,Deus fala a Elias com uma pergunta que conhecemos: "o que fazes aqui, Elias?" (19.9). Podemos tirar alguns ensinamentos desta pergunta,entre a que destacamos é justamente o fato de Elias condicionar o seu milagre, a sua resposta, o seu livramento,a sua estada no Sinai. Por carregar consigo esta simbologia, de ser o lugar que Deus desce, onde Deus fala e se revela, talvez Elias tivesse a percepção de que Deus somente o responderia se fosse num lugar com estas características. Deus, porém, lhe mostra que a resposta chegaria em qualquer lugar, bastando, para isso,o clamor do profeta.Como a Elias,muitas vezes Deus nos pergunta:"Meu filho, minha filha, que tu fazes aqui?", nos mostrando que não há necessidade de imaginarmos que Deus está distante, muito pelo contrário,quando Deus usa este advérbio de lugar ('aqui'), Ele quer nos mostrar que só está neste ou naquele lugar pois Ele anda conosco por onde quer que nós estejamos.

O "aqui" dito por Deus a Elias revela que a presença dele,em Elias, não havia se apartado nunca e que em qualquer lugar que estivesse,Deus estaria com ele.Não era preciso deslocar-se numa fuga de seus inimigos a um local 'sagrado' para ouvir a voz do Espírito, mas, a presença de Deus estava com Elias,como está conosco, e, não é preciso imaginar que Deus está distante ou que seja preciso ir a um ou outro lugar para ouvir sua voz,não! Deus está conosco,Ele vai conosco pelos caminhos que andamos,ainda que sejam caminhos que Ele não determinou (Sl. 139.7-12).

2-Uma revelação transformadora:

Deus,então,após iniciar seu diálogo com Elias, permite que o profeta desabafe com Ele e diga tudo aquilo que tem o afligido.Elias derrama seu espírito a Deus,vejamos aquilo que ele imaginava de seu ministério:
  • Acreditava ser o único fiel (v.10):" tenho sido mui zeloso pelo Senhor (...) e eu fiquei só" - Elias pensava que não havia nem mesmo um crente que não havia se corrompido daquela terra.Deus,em sua resposta, fala a Elias que havia mantido,por suas próprias mãos,sete mil fiéis (v.18);
  • Acreditava que seu ministério era infrutífero (v.10): "os filhos de Israel deixaram o teu concerto, derribaram teus altares e mataram teus profetas à espada" - Imagine a frustração de um servo de Deus em imaginar que tudo aquilo que se dedicou a realizar ao Senhor não teve resultados. Uma tristeza profunda em crer que todos os sinais realizados, todo o tempo dedicado, toda a vida abnegada não servira para nada, na compreensão de Elias.
Ao longo daquele breve diálogo com Elias,Deus revela,pelo menos, três coisas que eram desconhecidas ao profeta:(1) Deus continuava sendo o Senhor da vida e ministério de Elias; (2) A existência de um remanescente fiel (1Rs. 19.18) e (3) A necessidade de um sucessor (1Rs. 19.16).Então,o Senhor mostrou a Elias que a visão do profeta estava distorcida e mostra, pela ótica divina, a situação e os resultados de seus ministério profético.

II- ELIAS NA CASA DE ELISEU

O ministério profético de Elias já estava por findar-se. Aquele período de combate,confronto e desgaste físico e espiritual não faria mais parte da vida do profeta, Deus lhe daria um momento mais calmo, um momento em seu ministério marcado pela preparação de um sucessor,um discípulo. Eliseu recebe o chamado para seguir o profeta mais respeitado de todo Israel,numa escolha direta do próprio Deus. Note que em 1 Reis 19.15-16 a mensagem é clara e designa Hazael para reinar na Síria, Jeú para reinar em Israel e Eliseu como sucessor de Elias como profeta. Deus começa a mostrar um novo cenário para a Israel corrompida pelo pecado. Através do ministério de Elias, Baal foi derrotado, desmascarado, Acabe e Jezabel já estavam sentenciados e era o momento do Senhor modificar o quadro de Israel com novas lideranças espirituais e governamentais que fossem segundo o seu propósito.

1-A exclusividade da chamada:

Elias "lança sua capa" sobre Eliseu, que entendeu a chamada para servir ao profeta, e começa ali a preparação de um dos mais eficientes sucessores de toda a Bíblia Sagrada. Como em diversas convocações para o ministério que a bíblia relata,Eliseu estava trabalhando com doze juntas de bois quando foi chamado por Elias. Logo recebe sua incumbência e vai com o profeta. Veja algumas características da chamada:
  • Se dá pela Palavra (1 Reis 19.16): Todo chamado para a obra de Deus ocorre em cima de uma palavra liberada,em cima de um propósito espiritual a uma vida específica. Deus chama Eliseu (uma vida específica), liberando uma Palavra e para suceder Eliseu no ministério profético (propósito espiritual).A nós,não é diferente, Deus chama pelo Evangelho (II Ts. 2.14), para uma santa vocação e propósito segundo Sua vontade (II Tm. 1.9);
  • Os chamados são pelo propósito divino (1 Reis 19.16): Quando Deus chama,não o faz pelas obras de quem quer que seja, mas, chama segundo o propósito estabelecido para quem está sendo chamado(II Tm. 1.9);
  • Entrega incondicional (1 Reis 19.21): Eliseu poderia negar-se ao chamado divino, como fez Jonas, mas, entrega-se completamente e deixa tudo para trás e segue rumo a determinação divina para cumprir toda a vontade de Deus para sua vida.
Quando a chamada de Deus acontece na vida de quem quer que seja, obrigatoriamente ela levará a pessoa a fazer escolhas.Tais escolhas acarretará em abrir mão de alguns sonhos, propósitos profissionais, cidades, até Países para alguns.O chamado divino ofusca os propósitos que temos,para dar lugar a vontade divina.Para alguns isto significará abrir mão de empresa ou negócio, sair de um determinado emprego,ir para outro lugar, ou, como no caso de Eliseu, deixar sua família para cumprir o desígnio divino para sua vida. O chamado é individual, pessoal e específico a cada um, as renúncias são individuais e variam de pessoa para pessoa.
 
Texto original de : Gabriel Queiroz - Blog Verdade Profética

sábado, 16 de fevereiro de 2013

EBD EM FOCO - LIÇÃO 7

LIÇÃO 7
A VINHA DE NABOTE


TEXTO AUREO
"Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará" (Gl 6.7).

VERDADE PRÁTICA

A trama orquestrada pela rainha Jezabel e o rei Acabe contra Nabote demonstra quão danoso é render-se aos desejos da cobiça e de uma satisfação pessoal.

Leitura Bíblica em Classe: 1 Rs 21.1-5; 15,16

OBJETIVO
Após a aula, o aluno deverá estar apto a:
Identificar o objeto da cobiça de Acabe.
Citar as causas da cobiça.
Conscientizar-se dos frutos e consequências da cobiça.

 VÍDEO



Professor Fábio Segantin



SUBSÍDIOS

NABOTE

Cidadão do Reino do Norte de Israel que possuía um vinhedo em Jezreel, nas proximidades do palácio de campo de Acabe e Jezabel (1Rs 21.1; 2Rs 9.21,25). Foi convocado por Acabe para ir a Samaria, pois este desejava comprar sua terra. Nabote recusou porque ela fazia da parte da herança da família, portanto o título não podia ser transferido a alguém que não fizesse parte de sua tribo (Lv 25.23; Nm 36.7; cf. Ez 46.18).

Quando Jezabel soube o quanto o petulante Acabe desejava anexar o vinhedo, sem hesitar escreveu uma carta aos encarregados da cidade de Jezreel e cruelmente mandou apedrejar Nabote e seus filhos até a morte sob uma falsa acusação de blasfêmia (1 Rs 21.8-14).

Elias condenou Acabe e Jezabel por este crime (1Rs 21.17-24), e profetizou que os cães iriam lamber o sangue do rei e comer a carne de Jezabel, da mesma forma que haviam lambido o sangue de Nabote depois dele ter sido apedrejado. Essa profecia teve um duplo cumprimento com cães lambendo o sangue de Acabe quando sua biga foi lavada no tanque de Samaria (1Rs 22.38), e cães comendo o corpo estraçalhado de Jezabel fora das portas de Jezreel (2 Rs 9.30-37).

De acordo com Francis I. Andersen, o propósito de Jezabel pode ter sido reivindicar que Nabote havia realmente prometido vender o vinhedo a Acabe, e que depois se arrependeu. Ela enviou um título espúrio de venda, selou-o com o selo do rei, e o enviou entre suas “cartas” aos anciões de Jezreel. No julgamento, duas falsas testemunhas juraram que Nabote havia invocado o nome de Jeová em uma promessa que teria formalizado a suposta transação [...].

Texto extraído da obra “Dicionário Bíblico Wycliffe”, editada pela CPAD

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Os Mistérios do Amor Conjugal em Cantares


"Que ele me beije com os beijos da sua boca!" (1.2)

Cantares é a obra mais romântica e simbólica da literatura universal. Seus símbolos ilustram o amor em uma profusão que o leitor fugaz não percebe. Trata-se de uma óde atemporal, que representa o amor entre um homem e uma mulher do modo mais sagrado e belo.
No centro de Cantares está o amor que se exprime com naturalidade, simplicidade, pureza e calor a sua paixão e intimidade: “gritos de alegria, a voz do noivo e a voz da noiva” (Jr 7.34; 16.9; 25.10). Justamente por causa da absoluta universalidade dessa experiência, os símbolos usados em Cantares são constantes e logo perceptíveis, pelo menos a nível global, embora nos detalhes estejam carregados de conotações orientais, exóticas e, às vezes, exasperadas.

Amor
Cantares é um encontro com o amor. Trata-se de um verdadeiro minivocabulário de palavras repetidas dezenas de vezes, porque o enamorado nunca se cansa de dizer à sua mulher: Tu és fascinante (na’wah); és encantadora (iafah); minha amada (‘ahabah); minha irmã (‘ahotî); minha esposa (kallah); meu tesouro (ra ‘iatî); amor de minha alma (‘ahabah nafsî), minha única (6.9). Cantares convida o homem moderno a expressar sem medo ou receio o seu mais profundo amor à mulher amada. Desperta o amásio a expressar as mais significativas e belas frases de amor. A palavra é geradora de sentimentos e fertilizante para o coração.
E para a mulher, o esposo é sempre dodî, “o meu amado”. É assim que o coração é arrebatado (4.9), a paixão é fremente (7.11; 8.7), a delícia (5.17) cancela a vergonha (8.1,7), o anelo inconsciente (6.12) gera contemplação (7.1) e predileção (6.9). Há quase um desmaio de amor (2.5), numa espécie de doença incurável (2.5; 5.8), num sono estático (2.7; 3.5; 5.2; 7.10; 8.4,5), numa embriaguez (5.14), num desfalecimento incitante (5.6). Mas também há o medo que perturba (6.5), há a ausência insuportável (5.6), os pesadelos noturnos (3.8). Mas tudo se esvaece e apenas ouve-se aquela voz doce e suave (2.14). Então tudo volta a ser triunfo dos sentidos numa espécie de paraíso do olfato e do paladar: os frutos do amor são saborosos (2.3; 4.16; 7.9,14), são mel, néctar, leite (4.11; 5.1,12), doçura para o paladar (5.17) [1].
O amor é comparado a cheiros e sabores. Na carreira diária, às vezes, nos esquecemos do estro que nos torna humanos. Colocamos os nossos sentidos reféns do vil metal, enquanto eles são indispensáveis ao conhecimento do outro. Não se ama sem odores e cheiros. O amásio conhece o doce cheiro de sua amada e o paladar de seus lábios. O amor demonstrado na obra eleva o amor a um estado de completo arrebatamento. O poema recomenda aos amásios a sentirem o cheiro e o sabor um do outro. É um convite ao verdadeiro encontro! Nesse amor sublime, nada espiritual e muito menos mundano, os amásios são convidados a viverem com toda intensidade a sua plena humanidade e conjunção carnal nos laços do matrimônio.

Corpo
Não existe, de fato, um livro bíblico que siga tão intensamente a realidade do corpo em todos os seus meandros e segredos e em toda a sua aparência. Vemos o rosto (2.14; 5.2,11; 7.6; 8.3) com a boca aberta ao beijo (1,2; 4.3; 8.1); e à voz (2.8,14; 5.2; 8.12), com os lábios frementes (4.3,11; 5.13; 7.10), com a língua (4.11), com os dentes cândidos (4.2; 5.12; 6.6), com o paladar que deseja saborear (5.16; 7.10); e o nariz atraído pelos perfumes (7.9), com as faces 1.10; 4.3; 5.13; 6.7), com os olhos (1.15; 4.11; 5.2,11; 6.5; 7.5; 8.10) que muito se movem e piscam (2.9) ou ternos (4.9), com os cabelos e as tranças (4.1,6; 5.10), com o pescoço harmonioso (1.10; 4.4; 7.5).
Nada mais óbvio do que afirmar que cada detalhe da amada ou do amado não passa despercebido ao verdadeiro amor. Em uma cultura que aprendeu a ditar suas regras estéticas e seus gostos artesanais à moda Michelangelo, o ser (Dasein) desaprende a ver as qualidades intrínsecas da própria fisionomia humana, irretocável. Não importa o formato do nariz, o importante é usá-lo para cheirar os mais preciosos odores do cônjuge. Pouca importância tem a densidade dos lábios, o essencial é saborear aquilo que o amor reservou para os amantes. A cor dos olhos não cativa tanto quanto o seu brilho. Quem ama encontra suas próprias razões para amar, apesar de tudo.
Depois, eis o corpo ereto (2.9; 7.8) que se ergue solene (2.10,13; 3.2; 5.5), que aperta com força o ser amado (3.4), que abraça (2.6; 8.3,6), que dança de júbilo (2.8), mas que também é plantado sobre as pernas e sobre os pés (5.3; 7.2). [2] O corpo é visto em Cantares como um cântaro cheio de surpresas e venturas.

O amor, sentimento difícil de ser descrito em palavras, tem através das imagens corpóreas do Cântico a sua mais elevada expressão e propósito. Se ama verdadeiramente quando se entrega. Tentaram em vão, Orígenes e São Bernardo, explicar as imagens corporais como símbolos da virtude cristã, ou sabedoria e ciência. Pobres teólogos mortais...que se negam a amar e a reconhecer que o amor entre cônjuges é uma dádiva da criação divina!
Observa-se também o esplendor dos seios (1.13; 4.5; 7.4,8,9; 8.8,10), a perfeição dos quadris (7.2), da bacia (7.3), do ventre (5.14; 7.3). Os seios com todo o seu esplendor é o repouso do abraço apaixonado! Um dado muito interessante relata em 7.4: os seios como crias gêmeas da gazela. Nada mais risonho, infantil e dócil. Nego-me a aceitar a interpretação de que os dois seios são as colinas de Ebal e Gerizin. Trata-se da mais eficaz sedução da parte da amada, que desejam os intérpretes reduzir a duas colinas vetustas e de valor espiritualmente simbólico. Ao movimentar freneticamente os quadris, os seios movem-se rapidamente, lembrando ao amado os gamos gêmeos saltitando pelos bosques.
Eis ainda, acima de tudo o coração que, na linguagem bíblica é sinônimo de consciência, inteligência e amor (5.4; 8.6). Nessa luz, o conhecimento recíproco dos enamorados não acontece só através da mente, mas também da paixão, dos sentidos, da ação e da alegria que se completa na plena realização sexual do casal: Meu bem amado põe a mão pela fenda e minhas entranhas estremecem. Não precisamos "abrir o verbo" para não corar os mais tímidos! Os símbolos "mão" e "fenda", desde a Antiguidade representavam os órgãos sexuais masculino e feminino, e no mínimo, aqui, as carícias entre os cônjuges. A destreza do amado é comparada em 5.14 à "mãos de ouro torneadas, cobertas de pedras preciosas". Cântares convida o casal a viver a vida sexual em sua completude, sem receios ou moralismo hipócrita que impede a felicidade dos cônjuges. Viva plenamente!

Perfumes
Cantares é permeado por perfumes (1.3,12ss; 2.13; 3.6; 4.10-11; 5.13; 7.9,14): Nardo (1.12; 4.13), cipreste (1.14; 4.13); bálsamo (2.17; 5.1,13; 6.2; 8.14), essência exótica (6.6; 4.14), incenso (3.6), açafrão, canela e cinamomo (4.14). Existe até mesmo um “monte da mirra”, uma “colina do incenso” (4.6) e os “montes do bálsamo” (8.14). A suavidade do vinho é a comparação mais espontânea para exprimir a embriaguez e doçura do amor (2.4; 4.10; 5.1; 7.3,10; 8.2). Nada melhor do que comparar o amor ao cheiro exótico da canela, que se supõe poderes afrodisíacos! As plantas odoríficas estão plantadas no "jardim fechado", figura que destaca o mistério, o espanto e assombro que é o amor de uma mulher com o seu marido. Ela é um jardim fechado em cujo canteiro estão plantados diversas ervas aromáticas que jamais poderiam crescer juntas. Esse jardim fechado também é um belo e delicioso pomar, cujas frutas saborosas são para a degustação dos amados. É um paraíso de romãs (4.13), um pomar das delícias que só o encontro assombroso entre um homem e uma mulher poderia desfrutar. O jardim das delícias é carregado com o cheiro do amor e dos sentimentos que se perpetuam e se fixam com os odores das plantas. Trata-se, na verdade, de um convite ao amor, comparado a pomares e ervas aromáticas. Um mistério que somente os que amaram intensamente são capazes de revelar.

Objetos preciosos

A vista e o tato são envolvidos, seja por causa do contato físico entre os dois corpos, seja porque o esplendor do amor é pintado segundo as impressões produzidas por deslumbrantes objetos preciosos: Ouro e prata (1.11; 3.10; 5.11,13,15; 8.9,11,12), pérolas e brincos (1.10,11; 4.9), coroas (3.11), selos (8.6), taças (7.3), madeira nobre do Líbano (3.9); bordados (3.10), púrpura (3.10; 4.3; 7.6), safiras (5.14), marfim cinzelado (5.14; 7.5).

Jardim
Sobre o jardim brilha o sol (1.6; 6.10) e se reflete a lua (6.10). Sucedem-se as auroras e as noites (6.10; 7.12,13), descem as sombras (4.6), sopram o aquilão e o austro (4.16), sopra a brisa (2.17; 4.6), levantam-se colunas de fumaça (3.6), gotejam as chuvas e o orvalho (2.11; 5.2). O jardim “fechado” (4.12) é a figura do “eu feminino”, a “inviolabilidade da pessoa”, um “mistério inatingível contido no corpo da mulher e do seu parceiro”. Salomão salienta que a amada é exclusivamente dele, como um jardim que pertence unicamente ao seu dono, sendo inacessível a todos. Também os poços e fontes eram, às vezes, selados para preservar água, coisa mais do que preciosa no oriente, evitando que outros a tomassem.
Finalmente, só poderíamos terminar com o verso mais célebre dos Cânticos dos Cânticos:
“... azzah kammawet ‘ ahabah..”
“forte como a morte é o amor”.
Notas
[1,2]
RAVASI, Gianfranco. Cântico dos Cânticos: pequeno comentário bíblico. São Paulo: Paulinas, 1988.

Confissão de Fé das Assembleias de Deus

C R E M O S (Atualizado)


    É com imensa satisfação que apresentamos à Assembleia de Deus no Brasil a nossa DECLARAÇÃO DE FÉ.
    A análise feita pela liderança da Assembleia de Deus no Brasil, em consonância com a COMISSÃO de TEÓLOGOS indicados para a apreciação do nosso CREMOS, entendeu pela imperiosa necessidade de complementar e aperfeiçoar o CREMOS.
    Durante todo um ano, a COMISSÃO apreciou, rebuscou em outros credos análogos, no afã de presentear-nos um trabalho com a grandeza que este é apresentado; sem oferecer nenhuma oportunidade para vicissitudes.
    O grande valor desta DECLARAÇÃO DE FÉ está em sua íntima e inseparável comunhão com as doutrinas bíblicas.
   O conjunto harmônico e bíblico desta DECLARAÇÃO DE FÉ caracteriza-se por sua similitude no rigor da observação doutrinaria estabelecida pela vivacidade da PALAVRA DE DEUS.
    A sua publicação é o instrumento maior para conscientizar toda a Igreja Assembleia de Deus no Brasil.
    Mesmo em forma sintética, abrange todas as principais doutrinas bíblicas, facilitando o conhecimento e conservando nossa mente contra as muitas heresias.
    “A Bíblia revela a verdade em forma popular de vida e fato; o Credo declara uma forma lógica de doutrina”.
    Após um intensivo trabalho de oração, e apreciações lampejantes, e muitas pesquisas, nossa competente Comissão coloca em nossas mãos este sumário de doutrinas bíblicas.
    Nossa DECLARAÇÃO DE FÉ facilita aos nossos irmãos um melhor conhecimento bíblico e ajuda-nos na preparação da fé de novos membros da Igreja.
    Temos em mãos um trabalho onde é somada a GRAÇA com atavios do aticismo, mesmo usando linguagem correta, fluente e compreensível.
    Nossa mais expressiva gratidão aos ilustres irmãos teólogos componentes desta douta COMISSÃO, pelo trabalho concluído.

    A ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL TEM UMA COMPLETA DECLARAÇÃO DE FÉ.

José Wellington Bezerra da Costa 
Presidente da CGADB



Cremos


1. Na inspiração divina verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão (2 Tm 3.14-17);

2. Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas que, embora distintas, são iguais em poder, glória e majestade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; Criador do Universo, de todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, e, de maneira especial, os seres humanos, por um ato sobrenatural e imediato, e não por um processo evolutivo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29; Gn 1.1; 2.7; Hb 11.3 e Ap 4.11);

3. No Senhor Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, plenamente Deus, plenamente Homem, na concepção e no seu nascimento virginal, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e em sua ascensão vitoriosa aos céus como Salvador do mundo (Jo 3.1618; Rm 1.3,4; Is 7.14; Mt 1.23; Hb 10.12; Rm 8.34 e At 1.9);

4. No Espírito Santo, a terceira pessoa da Santíssima Trindade, consubstancial com o Pai e o Filho, Senhor e Vivificador; que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo; que regenera o pecador; que falou por meio dos profetas e continua guiando o seu povo (2 Co 13.13; 2 Co 3.6,17; Rm 8.2; Jo 16.11; Tt 3.5; 2 Pe 1.21 e Jo 16.13);

5. Na pecaminosidade do homem, que o destituiu da glória de Deus e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo podem restaurá-lo a Deus (Rm 3.23; At 3.19);

6. Na necessidade absoluta do novo nascimento pela graça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus para tornar o homem aceito no Reino dos Céus (Jo 3.3-8, Ef 2.8,9);
7. No perdão dos pecados, na salvação plena e na justificação pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9);

8. Na Igreja, que é o corpo de Cristo, coluna e firmeza da verdade, una, santa e universal assembleia dos fiéis remidos de todas as eras e todos os lugares, chamados do mundo pelo Espírito Santo para seguir a Cristo e adorar a Deus (1 Co 12.27; Jo 4.23; 1 Tm 3.15; Hb 12.23; Ap 22.17);

9. No batismo bíblico efetuado por imersão em águas, uma só vez, em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12);

10. Na necessidade e na possibilidade de termos vida santa e irrepreensível por obra do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas de Jesus Cristo (Hb 9.14; 1 Pe 1.15);

11. No batismo no Espírito Santo, conforme as Escrituras, que nos é dado por Jesus Cristo, demonstrado pela evidência física do falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7);

12. Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade para o que for útil (1 Co 12.1-12);

13. Na segunda vinda de Cristo, em duas fases distintas: a primeira — invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja antes da Grande Tribulação; a segunda — visível e corporal, com a sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16, 17; 1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 1.14);

14. No comparecimento ante o Tribunal de Cristo de todos os cristãos arrebatados, para receberem a recompensa pelos seus feitos em favor da causa de Cristo na Terra (2 Co 5.10);

15. No Juízo Final, onde comparecerão todos os ímpios: desde a Criação até o fim do Milênio; os que morrerem durante o período milenial e os que, ao final desta época, estiverem vivos. E na eternidade de tristeza e tormento para os infiéis e vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis de todos os tempos (Mt 25.46; Is 65.20; Ap 20.11-15; 21.1-4);

16. Cremos, também, que o casamento foi instituído por Deus e ratificado por nosso Senhor Jesus Cristo como união entre um homem e uma mulher, nascidos macho e fêmea, respectivamente, em conformidade com o definido pelo sexo de criação geneticamente determinado (Gn 2.18; Jo 2.1,2; Gn 2.24; 1.27).

SILVA, Esequias Soares da. (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro: CPAD, 2017.






C R E M O S - (Antigo)

I – em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19 e Mc 12.29);
II – na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2 Tm 3.14-17);
III – na concepção virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34 e At 1.9);
IV – na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que pode restaurar a Deus (Rm 3.23 e At 3.19);
V – na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do Reino dos Céus (Jo 3.3-8);
VI – no perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26 e Hb 7.25; 5.9);
VII – no batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6 e CI 2.12);
VIII – na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14 e 1 Pe 1.15);
IX – no batismo bíblico no Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7);
X – na atualidade dos dons espirituais atribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme sua soberana vontade (1 Co 12.1-12);
XI – na Segunda Vinda premilenal de Cristo, em duas fases distintas. Primeira – invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da Grande Tribulação; segunda – visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1 Ts 4.16,17; 1 Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5 e Jd 14);
XII – que todos os cristãos comparecerão ante o Tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2 Co 5.10);
XIII – no juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis (Ap 20.11-15);
XIV – na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46). 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

EBD EM FOCO - LIÇÃO 6

LIÇÃO 6
A VIÚVA DE SAREPTA


TEXTO AUREO
"Em verdade vos digo que muitas viúvas existiam em Israel nos dias de Elias, quando o céu se cerrou por três anos e seis meses, de sorte que em toda a terra houve grande fome; e a nenhuma delas foi enviado Elias, senão a Sarepta de Sidom, a uma mulher viúva" (Lc 4.25,26).

VERDADE PRÁTICA

Para socorrer e sustentar os seus filhos, Deus usa os meios mais inesperados.

 

 VÍDEO



Professor Fábio Segantin




 SUBSÍDIO
  

A Viúva de Sarepta

 Elias, no decorrer de seu ministério, estava acostumado a ver o agir sobrenatural de Deus continuamente. O Senhor, em vários momentos, mostra sua presença na vida do profeta Tisbita de diversas formas, seja respondendo com fogo no Carmelo, seja mandando chuva mediante a determinação profética, ou nas diversas provisões dadas a este homem de Deus. Nesta lição veremos outra face da provisão de Deus na vida deste santo profeta, de forma diferenciada, Deus mostrará o sustento aos fiéis quebrando estigmas religiosos, tudo para dar continuidade à sua soberana vontade.


I-UM PROFETA EM TERRA ESTRANGEIRA[1]

Deus não segue uma cartilha para sua atuação e realização de milagres e, por isso, o sustento ao profeta se dá de forma distinta. A provisão dada ao profeta por Deus já é distinta pelos seguintes fatos: o lugar é pagão, terra estrangeira e a viúva não é israelita, não é do arraial de Israel. Há muito que se extrair desta rica lição!

1-A Fonte de Querite:

Como vimos, após profetizar a seca em Israel, Elias é direcionado a um sustento sobrenatural em Querite [2]. Os corvos o alimentavam e a água não lhe faltava num tempo onde a escassez assolava a Nação (1Rs. 17.4-6). Lá em Querite estava muito bom para o profeta, mas, aquele momento tão confortável de sustento e descanso estava para acabar (1Rs. 17.7) e o profeta foi direcionado a Sarepta (17.9).

A Querite na qual o profeta desfrutou de singular provisão divina, tratava-se apenas de um lugar de provisão em tempos de crise e, não, um lugar onde o profeta deveria estabelecer-se pois sua missão ainda não havia se findado. Este princípio de não estabelecer morada num lugar de 'descanso' (Mq.2.10) é um preceito que aponta para o alvo maior que é o lar espiritual que nos aguarda (Fp. 3.20; Hb. 13.14). Deus mostra a Elias que o nosso descanso não é nesta terra, não há nenhum lugar que possa ser comparado com o real lugar de descanso preparado por Deus, a ser desfrutado por nós ao fim da nossa caminhada de fé. Note o leitor que aqueles que querem fazer de Querite o seu lugar de descanso, serão assolados, pois o ribeiro seca num determinado momento devido a falta de chuvas (1Rs. 17.9).

2-Elias em Sarepta:

Após passar uma temporada de tranquilidade em Querite, o Profeta Elias é direcionado a Sarepta. Pertencente a Sidom, o local para onde Deus direcionou o profeta fazia parte da terra da rainha Jezabel, que estava perseguindo os profetas do Senhor. O local designado ao profeta como refúgio não parecia fazer muito sentido, uma vez que era uma terra pagã e que tinha uma certa relação com  aquela que perseguia os profetas de Deus. A questão ainda se torna mais difícil de ser aceita porque, além de Elias ser levado a uma terra pagã, ainda foi auxiliado por uma viúva que não fazia parte de Israel.

Tanto o local como a viúva que acolheria o profeta, foram escolhidos por Deus, que quebrou paradigmas e preconceitos, para mostrar naquele ato, entre outras coisas, a ação e o domínio divino até mesmo em terras e pessoas que não servem a Ele. A escolha, que não foi por acaso, se deu justamente pois o rei Acabe nunca imaginaria que o profeta se refugiaria naquela terra (1Rs. 18.10).

Em situações adversas, há algumas pessoas que, embora não sejam da fé, auxiliam o servo de Deus em sua caminhada, veja:

  • Raabe - Sustento para conquistas (Josué 2): Quando os homens designados por Josué foram a Jericó espiar a terra, Raabe, a prostituta, os acolheu e tornou-se um canal de bênçãos naquele lugar, tornou-se uma provedora na ministério de Israel e uma mantenedora do trabalho daqueles homens de Josué.
  • Rute - Fidelidade e Companheirismo (Rute 1.16-18): Após a trágica perda de sua família, Noemi, sogra de Rute diz a suas duas noras que sigam suas vidas e prossigam sem ela, Rute recusa-se a deixá-la e a segue mantendo-se fiel em todo quanto lhe instruía.
Então, Elias começa a compreender que mesmo de um povo infiel e até mesmo oposto aos valores divinos, Deus pode suscitar subitamente, alguém auxilie o fiel em sua caminhada e mesmo em seu ministério. Como Raabe e Rute, aquela simples viúva fez tudo quanto o profeta lhe determinara e o serviu com tudo aquilo que possuía em sua casa. Em outras palavras, aquela mulher, que não era fiel ao Deus de Abraão, tornou-se uma fiel obediente aos preceitos divinos, revelados a ela por Elias.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

EBD EM FOCO - LIÇÃO 5


LIÇÃO 5
UM HOMEM DE DEUS EM DEPRESSÃO


TEXTO AUREO
"Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos" (2 Co 4.8,9).

VERDADE PRÁTICA

Os conflitos de Elias o levaram a enfrentar períodos de depressão e tristeza. Mas o Senhor ajudou-o superar.

 

 VÍDEO



 PROFESSOR FABIO SEGANTIN 

 

SUBSÍDIO

Um Homem de Deus em Depressão

Lição de número 5 a ser ministrada no dia 03/Janeiro/2013 nas AD's

Em sua trajetória, Elias sentiu toda a oposição de uma Casa Real que não temia a Deus. Além de sentir-se o último dos profetas, incompreendido por toda Israel, sem alguém que o acompanhe, Elias não tem com quem compartilhar toda a sua dor e sofrimento. Sozinho, contando apenas com a presença de Deus consolando-o (não que seja pouco obviamente!), o profeta desaba e fica depressivo, desmotivado e muito triste mesmo em meio a um ministério tão poderoso.

I-ELIAS - UM HOMEM COMO OS OUTROS

Quando observamos histórias de homens de Deus em sua trajetória de fé, muitas vezes achamos que tais homens estão, de alguma forma, isentos de determinadas situações que nós, crentes 'normais' passamos. Triste engano. O relato da história de Elias não teve esta parte da história de um dos maiores profetas de Israel omitido por quem quer que seja, muito pelo contrário, há um objetivo muito claro em apontar os momentos onde Elias viu-se desmotivado e depressivo. Tais relatos, como vemos em I Reis, tem como um dos objetivos, demostrar a natureza humana do profeta e, também, o poder do sentimento na vida do crente, mesmo daquele cheio da unção do Espírito Santo.

1-Um homem espiritual:

Lendo sobre a história de Elias, percebemos que o profeta era um homem muito espiritual, não pelos sinais que aconteciam, pois, como sabemos, os sinais podem acontecer mesmo nos falsos profetas (2Ts. 2.9). Os sinais confirmavam a pregação do profeta de Tisbe, mas, o que atestava sua espiritualidade não eram estes sinais e, sim, seu estilo de vida no exercício de sua fé e devoção a Deus. Observe alguns fatos que atestam a espiritualidade de Elias:
  • Era envolvido com a Palavra de Deus (I Reis 18.36): Elias mantinha-se fiel àquilo que havia aprendido. A Palavra era seu manual de fé e conduta,tanto no seu ministério, como na sua vida;
  • Homem de oração (I Reis 18.42,43): O profeta Tisbita mantinha uma vida devocional profunda. Era dedicado à prática da oração. Suas orações foram, m esmo no NT, inspiração aos crentes e apóstolos de Cristo (Tiago 5.17,18);
  • Servo obediente (I Reis 17.1): Não mantendo práticas religiosas, Elias mantinha sua submissão a Deus e Sua vontade. Em todos os momentos que Deus o direciona, o profeta segue rumo a determinação do Senhor sem questionar (IRs. 17.5,10;18.2);
  • Homem de intimidade (I Reis 18.36,37): Elias era um profeta que obtinha resultados e respostas poderosas, com gestos simples. No alto do Carmelo, o profeta faz uma simples oração e tem sua resposta prontamente respondida pelo Senhor, isso se dava, primeiramente pelo propósito divino, mas, também, pela intimidade que Elias possuía com Deus.
2-Um homem sentimental:

Elias não era apenas espiritual, também era sentimental. Como homem espiritual vivenciou diversos milagres e, sempre do lado 'de dentro' dos milagres. Elias não era um simples expectador diante do agir e do mover de Deus, era muito mais que isso. O profeta 'perturbador da nação' era uma peça importante em todo aquele mover que acontecia em Israel no tempo de Acabe e Jezabel. No momento certo o nobre profeta expõe toda a sua angústia e o fardo que lhe perturba. Embora tratado como um célebre profeta, herói da fé, cheio de poder e unção, pela Escritura, também é destacado seu lado humano na narrativa bíblica. Ao escrever sua epístola, Tiago deixa claro que Elias não era isento de tentações ou de situações de aflição (Tg.5.17). Não havia no profeta uma unção extra que o livrava das perseguições e das aflições desta vida. Muito pelo contrário, por haver uma unção grandiosa em sua vida, Elias via-se ainda mais afligido pelos homens.

II- AS CAUSAS DOS CONFLITOS DE ELIAS

Não foi por acaso que Elias, num determinado momento, cede aos medos e temores e a outros sentimentos que fariam com que ficasse extremamente sem perspectiva, decepcionado e com medo. Dois foram os principais motivos que levaram Elias a ficar depressivo: o medo e a decepção.

1-Decepção:

Após o episodio de Carmelo [1], Elias sofre de terrível decepção. Havia em Elias a certeza de que todo Israel,incluindo a corrompida monarquia,seria varrida por quebrantamento e se converteria após aquele glorioso mover dos céus.Havia no profeta a firme convicção de que tanto Jezabel, quanto Acabe, se renderiam à Palavra, uma vez que o falso deus Baal havia sido derrotado naquele confronto [2]. Aquela vitória, na resposta divina à voz do profeta, parecia que havia se tornado em derrota,haja vista a sentença de morte dada ao homem de Deus. Os resultados daquilo que aconteceu no cap. 18, a Elias, não foram lá muito animadores. O profeta tornou a ver a espada indo a seu encontro por proclamar a Palavra de Deus (I Rs. 19.2). Num momento Deus responde de forma poderosa (IRs. 18.38) e, no outro, parece que Deus o abandona e passa a estar nas mãos de homens ímpios.

2-Medo:

O medo é definido como um inquietação ante a noção de perigo real ou imaginário,de ameaça. Elias tem um momento onde claramente,embora fosse um grande homem de Deus,voz do Senhor,não estava imune dos sentimentos que todos nós,homens, estamos sujeitos. O profeta, diante das palavras de ameaça e sentença de morte dadas por Jezabel, não resiste e teme. Como homens, todos nós, inclusive os grandes homens de Deus, que tem uma vida espiritual profunda e uma 'agenda profética' intensa, estamos sujeitos a passar por todas estas coisa, como foi com o célebre Elias. No decorrer da narrativa Bíblica é fácil observar outros de grande Fé que, em determinados momentos, tiveram medo em detrimento de fé inabalável.
III-AS CONSEQUÊNCIAS DOS CONFLITOS
Os conflitos gerados pela depressão que o profeta Elias enfrentou,causaram na vida daquele profeta consequências, as quais, se não fossem tratadas, afundariam ainda mais este homem na crise pela qual passava.[4]

1-Fuga e isolamento:

Como consequência natural causada pelo medo, o profeta foge. É óbvio, se estamos com medo, naturalmente temos a tendência de fugir de diante daquilo que nos causa temor. O grande problema é que os conflitos de Elias, que muitas vezes nos atingem também, levaram o profeta a isolar-se. Elias foge e se isola no deserto (1Rs. 19.4), abre mão da comunhão e corta qualquer tipo de relacionamento que pudesse o ajudar neste momento de extrema aflição. Em meio a adversidade, em meio a uma sentença de morte, em meio a um momento de extrema aflição e desgaste espiritual, não podemos romper os laços da comunhão, não devemos nos isolar no deserto (Sl. 27.5;32.7). Note que Elias vai até Berseba com o seu ajudante e ali o deixa, partindo sozinho para o deserto de Horebe(19.3-4). E, sozinho, pede a morte (v.4), é no momento do isolamento que surgem as opções carnais para resolução de nossas aflições.

2-Autopiedade e desejo de morrer:

Seu comportamento depressivo vai se tornando mais evidente à medida que lemos o capítulo 19, a autopiedade - termo semelhante para autocomiseração, cunhado pelos psicólogos - é revelada em suas declarações. Elias acreditava que não haviam mais fiéis na terra, cria que todos os israelitas haviam trocado sua fé e abraçado a Baal e Aserá juntamente com o governo ímpio (19.10). Agora repare, leitor, há algumas coisas que não fazem muito sentido: o profeta diz que não há mais fiéis em Israel,mas, o que dizer do capítulo 18, onde o povo refaz a aliança com Deus, após os sinais ocorridos? [3] Havia uma confusão com o profeta,pois, se esquecera que muitos daquele povo haviam refeito a aliança com Deus naquele dia, tendo como confirmação, inclusive, uma sentença de morte aos profetas de Baal (18.39-40). Tal depressão,que havia se instalado no profeta, não o permitiu atentar para os milagres que haviam ocorrido de forma gloriosa há um tempo não muito distante, sua visão estava distorcida, como veremos mais adiante.

Então, o profeta sem uma direção correta, começa a gerar em si o desejo de morrer (19.4). Não vê mais solução para o seu caso. A saída que vislumbra diante de si é a morte, afinal, é melhor cometer um suicídio a perecer pelas mãos de um rei ímpio e de uma Jezabel. Elias perde o encanto pela vida ao imaginar que seu ministério não havia cumprido seu propósito. Dizemos isto, pois, mesmo depois de o povo fazer um conserto com Deus, renunciando a Baal, o profeta acredita que seu objetivo não foi alcançado pois a Casa Real não se rende à mensagem que prega.

IV- O SOCORRO DIVINO

Agora o profeta já está consumido por esta terrível depressão. O homem de Deus foca o seu olhar exclusivamente para o problema da corrupção de Israel que, acreditava, não ter sido revertido em seu ministério profético. O profeta Elias, sabendo de sua chamada e responsabilidade como representante divino, é consumido pelo zelo à obra de Deus (Sl.69.9)e,por acreditar que seu ministério é infrutífero, deixa que a corrupção de Israel,agora menor pelo conserto ocorrido em cap. 18, estava irreversível. Nesta hora, Deus entra em cena e começa a curar o profeta mostrando a ele as coisas do ponto de vista divino.

1-A provisão física:

A cada momento é mais evidente que Elias passa por um  momento de depressão, isso porque o texto bíblico nos traz todas as evidências de alguém depressivo. Ainda que não aceitemos isto, que um homem cheio de poder do alto, arauto de Deus, seja assolado por uma coisa tão terrível como uma depressão, é bom atentarmos e aceitarmos que Elias foi sim oprimido por esta situação, e, não foi o único na narrativa bíblica. Contudo, uma intervenção divina trouxe vida novamente ao profeta Tisbita. O primeiro momento desta cura sobrenatural é a provisão física do profeta.

Elias não tem mais forças, esperanças, planos, e, clar o, nem mesmo visão ministerial. Perde a vontade de alimentar-se, apenas dorme (19.5). Deus começa a curá-lo mandando um anjo àquele profeta acostumado com a presença de Deus. O anjo, na missão de cuidar daquele profeta em crise, não somente prepara seu alimento (19.6), mas, também, insiste com o profeta que se alimente (19.7). Naquela situação de isolamento, causada pelo próprio profeta, o anjo é o único que pode animar Elias para sair daquela depressão, é o único que pode dar alguma ajuda externa para animá-lo naquela situação toda. Deus? bem, o Senhor entra em cena depois...

2-A provisão espiritual:

Após alimentar-se e seguir rumo a Horebe (Sinai), o profeta passa a noite na caverna (19.9). Deus, então, começa a falar com o profeta e ouve atentamente todas as queixas dele. Ali, Deus supre as necessidades espirituais. A ida de Elias a Horebe não foi apenas visando uma restauração física e emocional, mas, uma restauração e avivamento em seu espírito que lhe permitisse prosseguir em seu ministério de poder (1Rs. 19.8-15).



[Texto original de: Gabriel Queiroz - Blog Verdade Profética]