sexta-feira, 25 de setembro de 2020

LIÇÃO 13: A VIGILÂNCIA CONSERVA PURA A IGREJA

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I

   INTRODUÇÃO

Chegamos à última lição deste trimestre. Mais uma vez o Espírito Santo quer nos despertar dizendo que o tempo se abrevia (1 Co 7.29). Meditemos hoje na parábola de Jesus, escrita em Mateus 25.1-11, onde encontramos 10 virgens que ouviram o clamor da meia-noite (v. 6) mas apenas cinco delas estavam preparadas para ele. Deus nos abra os corações para compreendermos a sua Palavra, pois temos a necessidade de estar devidamente preparados! Amém – A parábola das dez virgens ressalta o fato que todos os crentes devem constantemente examinar sua vida espiritual, tendo em vista a vinda de Cristo num tempo desconhecido e inesperado. Devem perseverar na fé, para que uma vez chegados o dia e a hora, sejam levados pelo Senhor na sua volta (v. 10). Estar sem comunhão pessoal com o Senhor quando Ele voltar, significa ser lançado fora da sua presença e do seu reino.

   I. MEIA-NOITE: O DIA QUE JÁ PASSOU

À meia-noite (exatamente às 24 horas, o dia terminou definitivamente. Tudo o que nele aconteceu pertence ao passado, ao dia de ontem. Este é o sentido da expressão à "meia-noite". Ela nos fala de um dia, de um período de tempo que terminou. Do ponto de vista bíblico, o período de tempo ("o dia") que está para terminar é a dispensação da Igreja (Rm 11.25; Lc 21.24), e no momento em que Jesus arrebatar a sua Igreja fiel, este período haverá terminado definitivamente. Vivemos, portanto, os últimos momentos da Igreja aqui na terra.  Em Romanos 11.25 o apóstolo Paulo fala sobre a plenitude dos gentios que significa a conclusão do propósito de Deus ao chamar para si um povo dentre os gentios (At 15.14). É possível que se relacione, também, com um período em que a iniquidade dos gentios se complete, isto é, quando o pecado no mundo chegar ao nível pleno da rebelião contra Deus. Nessa ocasião, Cristo voltará para julgar o mundo.

A Bíblia diz que somos o sustentáculo da verdade (1 Tm 3.15). Que grande é a nossa responsabilidade! Por isso Jesus mandou que trabalhemos enquanto é dia (Jo 9.4), pois a NOITE há de vir, e então não será possível fazer mais nada! O termo “dia” refere-se à vida, ao passo que “noite” refere-se à morte. Passamos uma só vez por este mundo; se não fizermos aqui o que devemos e podemos fazer para Deus e para o próximo, não teremos outra oportunidade.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Esta lição deve reproduzir um apelo prático para a vida espiritual dos alunos. Por isso, ao introduzir esta lição, mencione o quanto que o Novo Testamento é mencionado ao lado da vigilância espiritual. A razão para isso é que a vigilância necessária não é uma questão meramente humana, mas espiritual. Necessitamos da graça de Deus, da orientação do Espírito Santo e de sua parceria para resistir a tudo o quanto pretende nos tirar do alvo, da meta do Reino de Deus. É preciso cultivar uma vida de oração e de vigilância.

  II. A MEIA-NOITE: INÍCIO DE UM NOVO DIA

Este fato diz respeito ao mundo inteiro. Aproxima-se o momento exato, à meia-noite, quando um novo dia vai raiar. Que dia será esse? O atalaia responde: - "Vem a manhã e vem também a noite" (Is 21.11,12).

1. A manhã começará. Um novo dia, o dia da eternidade, cujo início se dará quando Jesus chamar para si aqueles que lavaram suas vestiduras em seu precioso sangue. Esse é o dia de Jesus Cristo (1 Co 1.8; 2 Co 1.14; Fp 1.6,10; 2.16). Naquele momento, melhor do que nunca, Jesus verá o fruto do seu trabalho e de seu sofrimento (Is 53.11). Os que são do Senhor ressuscitarão e serão transformados, os vivos (1 Co 15.23), e Jesus levará a sua Noiva para a sala das bodas, onde a Igreja e o Cordeiro se unirão para todo o sempre (2 Co 11.2; Ap 19.9; 21.9). Desde já oremos e digamos: "Amem. Ora vem, Senhor Jesus" (Ap 22.20). –  Será um momento indescritível para a Igreja! A Bíblia termina com a promessa de que Jesus breve voltará, à qual João respondeu: “Vem Senhor Jesus”. Este anseio é também o de todos os cristãos verdadeiros. (1) Esta súplica é também uma confissão de que, enquanto Ele não vier, nossa redenção está incompleta, o mal e o pecado não estão exterminados, e este mundo não está renovado. (2) Temos toda a razão para crer que rapidamente aproxima-se o dia em que aquele que é chamado “a Palavra de Deus” e “a resplandecente Estrela da Manhã” descerá do céu para levar da terra os seus fiéis para a casa do Pai. Depois Ele voltará em glória e triunfo para reinar para sempre como “Rei dos reis e Senhor dos senhores”. Essa é a nossa imutável esperança e jubilosa expectativa.

2. A noite vem. Quando Jesus levar a Noiva, começará também o "dia da ira do Cordeiro", para o mundo que rejeitou a Jesus (Ap 6.16,17). O grande lagar da ira de Deus será pisado sem misericórdia (Ap 14.9; 15.7; 16.19; 19.15). As trevas dominarão a terra (Is 8.21,22). Para os homens que não houverem dado crédito às palavras de Deus começará o dia da vingança, e a ira de Deus será executada repentinamente, assim como foi nos dias de Noé (Gn 7.11,12; Mt 24.39). – A ira do Cordeiro deve alertar todos os leitores quanto à medida do ódio de Deus contra o pecado, a imoralidade e a iniquidade impenitente. É o mesmo que a ira de Deus. Os fiéis da Igreja de Cristo não estão destinados à ira de Deus, pois Jesus prometeu que virá para livrá-los da ira vindoura.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O cumprimento dessa profecia [Mt 24.15, 'abominação da desolação de que falou o profeta Daniel'] ocorreu em dezembro 167 a.C., quando Antíoco Epifânio colocou um símbolo cultual pagão no altar dos holocaustos, e dedicou o templo de Jerusalém ao deus grego, Zeus. Mas tanto Daniel quanto Jesus viram um cumprimento mais importante. Daniel 12.1 dá um pulo para a frente, para o tempo da Grande Tribulação, e a identifica como 'um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo’. Jesus também identificou aquele tempo como a 'grande aflição’ (Mt 24.21). No mundo presente, muitos crentes já estão sofrendo aflição, mas a Grande Tribulação será marcada pela ira de Deus mais do que qualquer coisa que o mundo já tem conhecido, conforme indica Apocalipse 6 – 18. Naquele período, também surgirá um ditador mundial, o Anticristo" (NORTON, Stanley (Ed.) Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp. 633,34).

  III. MEIA-NOITE, A HORA DE TREVAS

Para o povo de Deus, familiariza do com as Escrituras, nada parece estranho nem admirável, quando vemos trevas, angústias e dificuldades, pois sabemos, pela Bíblia, que estas coisas anunciam a vinda iminente de Jesus. O "lugar escuro" em que vivemos (2 Pe 1.18), parece iluminado pelas promessas gloriosas da Palavra de Deus. As nossas almas se consolam com as profecias, pois quanto mais escura a noite, mais perto estamos da vinda de Jesus.

1. A natureza sente as trevas. Quando Jesus morreu, o Sol deixou de brilhar e houve trevas na terra (Mt 27.45). Hoje, toda a natureza geme, pelas coisas que hão de sobrevir a terra (Rm 8.22,23). Por isso há terremotos, peste, fome, catástrofes de toda a ordem: A Bíblia já previu tudo isto (Lc 21.11,25). – As terríveis tribulações c sinais que marcam os últimos dias são causa de grande expectativa, alegria e triunfo para o crente verdadeiro, para aqueles que aguardam a redenção, isto é, a plenitude final da redenção, quando os redimidos serão reunidos com Cristo para sempre. – “O mundo está doente, o pecado o enfermou. Ele está sofrendo dores, está gemendo e sua esperança não encontra sequer um alívio até que Jesus volte. O pecado entrou no mundo e atingiu não apenas o homem, mas, também, a natureza. Em vez de cuidar da natureza, o homem passou a depredá-la. Em vez de ser mordomo da criação, o homem tornou-se seu algoz. A doença que assola o mundo é aguda e crônica. Ela aflige sempre, sem pausa nem trégua. O mundo está sucumbindo e se contorcendo, gemendo e gritando, fazendo soar sua voz de lamento. As catástrofes naturais não são caprichos da natureza; são sinais de alerta. O apóstolo Paulo é enfático em nos informar que "toda criação geme e suporta angústias até agora" (Rm 8.22). Essa grandiosa sinfonia de gemidos não é vista como o estertor da morte da criação, mas como as dores de parto que levam à sua restauração.” (Os gemidos do mundo, Rev Hernandes Dias Lopes, Disponível em: http://hernandesdiaslopes.com.br/os-gemidos-do-mundo/. Acesso em: 23 SET 20).

2. Os homens sentem as trevas. A Bíblia fala de tempos difíceis, quando o homem, em particular, será a atormentado por tentações de todas espécies (1 Tm 4.18; 2 Tm 3.1-4). As perseguições a Igreja, o ódio aos crentes e a corrupção moral, provam que já anoiteceu há muito tempo (Lc 17.28; 21.12,16,17). – O fato é que, a presente era, iniciada com a primeira vinda de Cristo (1Tm 4.1), e se encerrará com a sua volta. Esta era tem sido caracterizada por tempos difíceis. A palavra "difíceis" é usada para descrever a natureza selvagem de dois homens possuídos por demônios (M t 8.28). A palavra traduzida por "tempos" tem a ver com épocas, e não com o tempo cronológico ou o calendário. Essas eras ou épocas selvagens e perigosas serão cada vez mais frequentes e severas à medida que se aproximar a volta de Cristo. A era da igreja está repleta desses movimentos perigosos que, pelo fato de o fim estar se aproximando, estão ganhando força. – Nos dias de Ló, o castigo veio repentinamente, destruindo as pessoas no meio de suas atividades cotidianas (Gn 19.24-25). Aqui vale ressaltar que nenhuma das coisas que Jesus citou com respeito aos dias de Noé ou de Ló era inerentemente pecaminosa. Mas as pessoas estavam tão envolvidas com as coisas desta vida que estavam totalmente despreparadas quando o castigo chegou. Não é interessante que hoje estejamos nós também tão empenhados em conquistar nosso espaço que nem nos apercebemos que a perseguição à nossa fé tem se intensificado? “Mais de 260 milhões de cristãos enfrentam perseguição ao redor do mundo por causa de sua fé. Vítimas de intolerância religiosa e terrorismo, eles têm seus direitos civis, identidade, casas e liberdade de expressão e de religião violados”. Leia mais em: pleno.news.

3. As nações estão em trevas. Há guerras e rumores de guerras (Lc 21.9; Mt 24.6). O perigo de guerras nucleares, biológicas e químicas constituem uma sombra ameaçadora, que paira sobre todo o mundo (Lc 21.25,26). O mundo já se preparou para a maior catástrofe todos os tempos, a Grande Tribulação (Mt 24.21), e não há lugar para recuo. As trevas da meia-noite já chegaram. – Falsos profetas, assim como guerras e rumores de guerras, caracterizam a era atual como um todo, mas ainda aumentarão à medida que se aproximar o fim (2Tm 3.13). Fomes, terremotos e conflitos sempre caracterizaram a vida num mundo caído; mas ao chamar essas coisas de "princípio" das dores do parto, Jesus indicou que as coisas ficarão ainda piores no final dos tempos, à medida que essas tribulações singulares sinalizam a iminente chegada do Messias para castigar a humanidade pecaminosa e estabelecer o seu reino milenar (1 Ts 5.3; Ap 6.1-17; 8.1 – 9.21; 16.1-21). Apesar de todas as tribulações que virão — engano dos falsos mestres, guerras, perseguições, desastres naturais, apostasia e todo tipo de obstáculos à pregação do evangelho - a mensagem por fim alcançará todas as partes do globo, não ficará nenhuma tribo ou nação onde o evangelho não tenha sido anunciado. Deus nunca fica sem uma testemunha, e ele próprio proclamará o evangelho a partir do próprio céu, se for necessário (Ap 14.6). Depois que todo ouvido ouvir a pregação do evangelho, então, virá o fim. "O fim" é uma referência às derradeiras e excruciantes dores de parto.

  IV. MEIA-NOITE A VINDA DO NOIVO

1. O ensino da Palavra gera temor a Deus: Durante milênios, os salvos cantaram e falaram da segunda vinda de Jesus, muitos crentes, que esperavam aquele dia, dormiram no Senhor, guardando a fé; e os que hoje vivem, esperam ansiosos a segunda vinda de Jesus! Mas, a partir da "meia-noite", ninguém mais dirá que "Jesus vira". Pelo contrário: A meia-noite ouvir-se-á o clamor de jubilo incontido que enchera terra e o céu: será a Noiva exclamando: "CHEGOU O NOIVO"!!! Em Mateus 25.10 está escrito: "Chegou o esposo". Naquele glorioso momento, o poder do Espirito Santo operara milagres (Rm 8.11; Fp 3.21), pois os que morreram em Cristo ressuscitarão com corpos gloriosos, e os que estiverem vivos serão transformados, e todos juntos serão arrebatados ao encontro com o Senhor nos ares (1 Ts 4.11-18; 1 Co 15.51-54). Seremos arrebatados ao céu, para não sofrermos a dor e a desgraça que atingira o mundo todo. Iremos entrar nas moradas que Jesus foi nos preparar, e para as quais fomos comprados com o seu precioso sangue (Ap 7.14). – Todo cristão genuíno aguarda confiante o grande dia em que terá seu corpo de humilhação transformado. A palavra grega para "transformar" nos dá a palavra "esquemático", o plano interior de algo. Aqueles que já morreram em Cristo, mas vivem com ele em espírito no céu, receberão novos corpos durante a ressurreição e o arrebatamento da igreja, quando os vivos na terra terão seus corpos transformados para ser igual ao corpo da sua glória. O novo corpo do cristão será como o de Cristo após a ressurreição, e ele será replanejado de modo a se adaptar ao céu (1Co 15.42-43; 1Jo 3.2). – Como Jesus morreu e ressuscitou, assim também aqueles que morreram crendo nele viverão novamente e, então, poderão ser levados para o céu com o Senhor (Jo 14.1-3; 1Co 15.51-58). Essas passagens descrevem o arrebatamento da igreja, o qual ocorrerá quando Jesus vier buscar os redimidos e levá-los para o céu. Aqueles que tiverem morrido antes desse momento serão reunidos e levados ao céu com o Senhor.

  V. O CLAMOR DA MEIA-NOITE, UM BRADO DE ALERTA

"Mas a meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo"! (Mt 25.6). E este o clamor que ouvimos em nossos dias. Meu irmão, você está ouvindo já este clamor? Está escutando como o Espirito Santo diz ao mundo e aos salvos que Jesus vem breve? Está atento aos sinais dos tempos? Está atento ao cumprimento das profecias? (Lc 21.28,29; 1 Pe 1.19). Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espirito diz a Igreja (Ap 2.7). Mas aqueles que já ouviram a voz do Espirito Santo devem divulgar as Palavras eternas do evangelho, enquanto houver tempo! Fomos chamados por Deus para sermos atalaias, e nossa função e despertar o povo! (Ez 3.17-21; Hc 2.1-3). Temos que anunciar aos homens que Jesus vem breve. Obreiros e crentes em geral: não nos cansemos de anunciar a volta de Jesus! Não e bastante que uma vez tenhamos sido feitos filhos da luz, e vestidos de vestes nupciais. Precisamos vigiar e permanecer prontos para a vinda do Senhor. Por isso diz a Bíblia: "Guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa" (Ap 3.11). Os membros da igreja de Filadélfia eram agradáveis a Deus, mas precisavam "guardar" o que haviam recebido do Senhor, para não serem roubados. E isso que a Palavra de Deus nos ensina, com a ordem "Vigiai" (Mc 13.36,37). – Em Apocalipse 3.11 o Senhor promete: “Venho sem demora”. Esse é um acontecimento cheio de esperança. Cristo retornará para retirar a sua igreja da hora da tribulação! A meia noite é o momento profético falado pelo Senhor Jesus, referindo-se ao momento atual, fim dos tempos, quando o terror das trevas está em evidência (2Tm 3.1-5). Nesta última hora, devemos estar cheios do Espírito Santo, preparados para sermos identificados quando o Senhor Jesus voltar. Mas o interessante deste trecho é o grito: “Eis o noivo! Saí ao encontro!”; este grito é a anunciação do evangelho pela Igreja da última hora, é a obra missionária nestes dias tenebrosos que antecedem a volta do Noivo. O noivo chega, as virgens sensatas entram com ele para a festa, e a porta é fechada. De nada adianta as néscias clamarem diante da porta: "Senhor! Senhor! Abre para nós!" O noivo responde que não as conhece. Note que todas as cinco ocorrências da expressão "Senhor! Senhor!" na Bíblia são de pessoas que não creem em Jesus e nem o esperam (Mt 7.21,22; 25.11; Lc 6.46; 13.25). – Quando o noivo chegar será impossível procurar encher as lâmpadas de azeite. A hora de fazer isso é agora. Não deixe para se preparar na última hora. Não haverá tempo. Quem deixa para se preparar na última hora corre o risco de ficar de fora da festa. As lâmpadas devem estar sempre acesas. Se esperarmos para prepará-las no último momento, perderemos a oportunidade de entrar para a festa de casamento. Hoje é o tempo aceitável para o preparo. Hoje a porta está aberta e o azeite do Espírito está “à venda”: “vinde e comprai-o, sem dinheiro e sem preço” (Is 55.1). Essa é uma notícia que deve encher nosso coração de alegria: A porta da graça está aberta. Vai fechar, mas ainda não ocorreu; e o tempo de hoje é tempo de oportunidade e preparo. – Quando o noivo chegar será impossível procurar encher as lâmpadas de azeite. A hora de fazer isso é agora. Não deixe para se preparar na última hora. Não haverá tempo. Quem deixa para se preparar na última hora corre o risco de ficar de fora da festa. As lâmpadas devem estar sempre acesas. Se esperarmos para prepará-las no último momento, perderemos a oportunidade de entrar para a festa de casamento. Hoje é o tempo aceitável para o preparo. Hoje a porta está aberta e o azeite do Espírito está “à venda”: “vinde e comprai-o, sem dinheiro e sem preço” (Is 55.1). Essa é uma notícia que deve encher nosso coração de alegria: A porta da graça está aberta. Vai fechar, mas ainda não ocorreu; e o tempo de hoje é tempo de oportunidade e preparo. – Em Efésios 5.18 temos a recomendação para sempre estarmos cheios do Espírito Santo – “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” - A declaração de Paulo neste versículo demonstra que a plenitude do Espírito Santo depende do modo como o crente corresponde à graça que lhe é dada para viver em santificação. Isso quer dizer que a pessoa não pode estar "embriagada com vinho" e, ao mesmo tempo, "cheia do Espírito". Paulo adverte todos os crentes a respeito das obras da carne; que os que cometem tais coisas "não herdarão o reino de Deus" (Gl 5.19-21; cf. Ef 5.3-7). Além disso, "os que cometem tais coisas" (Gl 5.21) não terão a presença interior do Espírito Santo, nem a sua plenitude. Noutras palavras, não ter "o fruto do Espírito" (Gl 5.22,23) é perder a plenitude do Espírito (Ef 5.18; ver At 8.21). "Enchei-vos" (imperativo passivo presente) tem o significado, em grego, de "ser enchido repetidas vezes". A vida espiritual do filho de Deus deve experimentar a renovação constante (3.14-19; 4.22-24; Rm 12.2), mediante enchimentos repetidos do Espírito Santo.

1. O sono espiritual é um sinal dos últimos tempos. O sono pode ser causado, primeiramente, pela desobediência como aconteceu a Jonas (Jn 1.6). Quando obedecemos a Deus, somos revestidos do poder do Espirito Santo (At 5.32), para não adormecermos. Também a preguiça causa sono (Pv 24.30-33). Quando Davi ficou em casa, desocupado, enquanto o seu exército combatia, caiu em tentação (2 Sm 11.1.2). Por isso e uma benção para o crente estar muito ocupado na igreja do Senhor, servindo-o ali! Esgotamento espiritual, por falta de renovação, também pode causar sono. Está escrito que Abraão teve que lutar contra o sono ao pé do altar (Gn 15 .12). Precisamos do poder de Deus, para ficarmos fortes e resistir a tudo, inclusive ao sono. – Certamente o crente recebe o Espírito Santo quando se converte, este é selado com o Espírito Santo. Mas ser cheio do Espírito Santo é algo diferente. Paulo explica em Efésios 5.18-20 que o enchimento com o Espírito Santo resulta em grande alegria, louvor e gratidão a Deus! O Rev. Hernandes Dias Lopes diz que “seria impossível exagerar a importância que o Espírito Santo exerce em nossa vida: Paulo já falou que somos selados pelo Espírito (Ef 1.13,14) e que não devemos entristecer o Espírito (Ef 4.30). Agora, ele ordena que sejamos cheios do Espírito Santo (Ef 5.18)”. “Todavia, continua ele, é possível ser nascido do Espírito, ser batizado com o Espírito, habitado pelo Espírito, selado pelo Espírito e, ainda assim, estar sem a plenitude do Espírito”. Isso significa que esta deve ser uma experiência permanente na vida de cada cristão. Tanto que o apóstolo Paulo escrevendo aos Gálatas 5.16,17 diz: “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer”.

2. Seremos guardados vigilantes, se usarmos os meios que Deus põe à nossa disposição. Ele nos desperta pela sua Palavra. Jesus despertou seus discípulos, falando-lhes (Mt 26.45,46). Como é preciosa a Palavra de Deus! Quem a estuda com atenção, encontra sempre incentivo e despertamento. Aleluia! O Espirito Santo nos conserva vigilantes e acordados. Ele é como o óleo na lâmpada (Mt 25.1-8). Vive, pois, uma vida, onde há inteira liberdade para o Espirito de Deus operar (2 Co 3.17), e isto o conservara preparado para o encontro com o Senhor. A oração e outro fator de importância, para o qual Jesus chama a nossa atenção. Disse Ele: "Vigiai e orai para que não entreis em tentação" (Mt 26.41; Mc 13.33). E acrescentou: "O espírito está pronto, mas a carne e fraca", significando que, se os discípulos orassem, o Espírito prevaleceria sobre a carne. Por que a oração é um recurso tão importante para nos manter vigilantes? Sim, porque pela oração vivemos em comunhão com Deus. Então ficamos fortes e felizes! Sim, porque pela oração vivemos em comunhão com Deus. O rosto de Moisés resplandecia quando tinha estado com Deus, no monte (Ex 34.29) Semelhantemente, Também, Estevão (At 6.15). A oração e uma arma eficaz contra Satanás (Ef 6.18). Quando combatemos e prevalecemos contra o nosso inimigo, permanecemos vigilantes. A oração e, finalmente, o meio pelo qual recebemos as bençãos de Deus. A oração nos enche de sua graça, e nos faz prontos para o grande culto nas nuvens. Que Deus nos guarde, a todos, vigilantes, a fim de podermos ver, um dia, a gloria de Deus! Estejamos atentos a nossa conduta, sempre buscando a santificação e purificação, para que não apareça alguma mancha em nossos vestidos, porque "qualquer que nEle tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, como também ele e puro" (1 Jo 3.3). Assim estaremos sempre preparados, e um dia o veremos tal como Ele e (1 Jo 3.2). – Muitos serão surpreendidos pela vinda do Senhor. Embriagados pelas ânsias desta vida, teimam em viver como se a vinda de Jesus fosse a mais remota das hipóteses. À semelhança daqueles escarnecedores referidos pelo apóstolo Pedro, perguntam: "Onde está a promessa da sua vinda?" O que tais crentes não sabem é que já estamos em plena era escatológica; vivemos os últimos dias desta dispensação. Em 1 Tessalonissenses 5.6, diz: “Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos e sejamos sóbrios”. "Vigiar" (gr. gregoreo) significa "manter-se acordado e alerta". O contexto (vv. 4-9) indica que Paulo não está exortando seus leitores a ficarem à espera do "Dia do Senhor" (v. 2), mas a estarem espiritualmente preparados para escapar da ira do Dia do Senhor (cf. 2.11,12; Lc 21.34-36). Devemos permanecer espiritualmente acordados e moralmente alertas, e devemos continuar na fé, no amor e na esperança da salvação (Lc 21.36; Ef 6.11). Visto que os fiéis serão protegidos da ira de Deus, por meio do arrebatamento, não devem temer o "Dia do Senhor", mas "esperar dos céus a seu Filho... Jesus, que nos livra da ira futura" (1.10), esperar o arrebatamento que virá antes do dia do Senhor. A palavra "sóbrio" (gr. nepho) tinha dois significados nos tempos do Novo Testamento. O significado primário e literal, conforme explicam vários léxicos do grego, é "um estado de abstinência de vinho", "não beber vinho", "abster-se de vinho", "estar totalmente livre dos efeitos do vinho" ou "estar sóbrio, abstinente de vinho". A palavra tem um segundo sentido, metafórico, de alerta, vigilância ou domínio próprio, isto é, estar espiritualmente alerta e controlado, exatamente como alguém que não toma bebida alcoólica. O contexto deste versículo deixa ver que Paulo tinha em mente o significado literal. As palavras "vigiemos e sejamos sóbrios" são contrastadas com as palavras do versículo seguinte: "os que se embebedam embebedam-se de noite" (v. 7). Sendo assim, o contraste que Paulo fez entre nepho e a embriaguez física indica que ele tinha em mente o sentido literal: "abstinência do vinho". Compare com a declaração de Jesus a respeito dos que comem e bebem com os ébrios, e assim são apanhados desprevenidos na sua volta (Mt 24.48-51). – “Jesus anunciou que antecipadamente que os dias que antecedem a sua vinda, serão de extrema corrupção moral, comparando com o período antediluviano e geração de Sodoma e Gomorra (Mt 24.37; Lc 17.28). Os apóstolos também fizeram a mesma afirmação (II Tm 3.1-5; II Pe 3.3). Sabedores disto, nós cristãos, devemos no meio desta geração pervertida, vigiar em santidade, a fim de não contaminarmos com o pecado (Fp 2.15). A santidade é tipificada na Bíblia como vestes (Ap 19.8,14). Por sua vez, a falta de santidade pode ser retratada como vestes sujas ou a nudez (Zc 3.3,4; Ap 3.18; 16.15). A exortação bíblica é que devemos estar vestidos e com vestes limpas em todo tempo (Ec 9.8; Ap 3.4). Já vimos que a palavra “vigiar” significa: “estar atento”. O contrário da palavra “vigiar” é justamente “dormir” (Mc 14.37; Ef 5.14; Rm 13.11). Do ponto de vista bíblico, o sono espiritual, tem conotação negativa, pois leva o homem a um estado de invigilância. Jesus falou disto quando disse: “Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo” (Mc 13.35,36). Foi quando as dez virgens cochilaram que chegou o esposo “E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram” (Mt 25.5). A “demora” da volta de Cristo se constitui num teste de resistência e fidelidade para aqueles que professam segui-lo. Por isso, somos exortados a perseverança (Mt 24.13; Lc 8.15; Rm 2.7; I Tm 4.16; Ap 3.10-11). Devemos também exorta-nos uns aos outros (Hb 10.25).” (Extraído de: lição 04 - Esteja alerta e vigilante, Jesus voltará - 1º Trimestre de 2016). – Mateus 26.41 “a carne é fraca” é tocante o doce apelo de Jesus. O próprio Cristo estava familiarizado com o sentimento das fraquezas humanas (Hb 4.15) — mas sem pecado. Nesse exato momento ele estava preso numa luta contra as paixões humanas que, embora não sejam pecaminosas em si, devem ser subjugadas à vontade divina para que o pecado seja evitado.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"A Bíblia indica dois aspectos da Segunda Vinda de Cristo. Por um lado, Ele vira como o Preservador, Libertador ou Protetor 'da ira vindoura' (1 Ts 1.10). 'Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira' (Rm 5.9). Devemos manter-nos espiritualmente vigilantes, viver a vida sóbria, equilibrada com domínio próprio, e usar a armadura do Evangelho: a fé, o amor e a esperança da salvação, ‘porque Deus não destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros" (HORTON, Stanley (Ed.) Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 632).

CONCLUSÃO

Quando o clamor da meia-noite for ouvido, diz a Bíblia que o seu sentido é o seguinte: SAÍ-LHE AO ENCONTRO! É precisamente isto que o Espírito Santo quer dizer atualmente: "Prepara-te para te encontrares com o teu Deus" (Am 4.12). E nós devemos estar prontos a responder: "Já a sua Noiva se aprontou" (Ap 19.7,8). Lemos em Mateus 25.7 que, ao ouvir o clamor da meia-noite, as virgens começaram a preparar as suas lâmpadas. Meu irmão, a tua lâmpada está preparada hoje? Que Deus permita que nas nossas lâmpadas, nas nossas vidas, se cumpram as palavras de Lucas 12.35,36: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas, as vossas candeias. 36 E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, LOGO possam abrir-lhe" (Grifo nosso). O Espírito Santo nos está despertando hoje para que estejamos nesta condição. Estejamos atentos e sensíveis a sua voz. Amém. – “O ensino sobre a vigilância é constante no ministério de Jesus (Mt 26.41). No intuito de demonstrar de que forma devemos nos manter vigilantes, o Senhor Jesus narrou a parábola dos dois servos, primeiramente contrastando o perfil de ambos ao mostrar que um era bom e o outro mau. A ambos os servos o “senhor” da narrativa confiou a tarefa de cuidar de seus conservos. O bom os alimentava em quantidade e hora corretas. O mau os espancava, desprezava-os, e como se ainda não fosse o bastante, comia e bebia com bêbados. O servo bom, além de fiel, era vigilante, administrando bem aquilo que recebeu do seu senhor. O destaque à vigilância, nesta parábola se manifesta como sendo o exercício correto da mordomia, ou seja, o homem vigilante pratica a administração responsável do que recebeu do seu senhor, sabendo que está lidando com o que não é seu e que brevemente terá de prestar contas. O mesmo princípio é rememorado pelo apóstolo Paulo quando em 1 Coríntios 4.1,2, diz: “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel”. Jesus nos manda estar acordados, alertas, vigilantes, circunspectos (Mt 25.13; Mc 14.34,37,38), isto é, precisamos estar completamente alertas!”” (LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 10, 9 Dez 18). – Myer Pearlman comentando "A Vinda do Senhor" em 1Ts 5.1-10, escreve: “Paulo já explicava que não poderiam saber nem o dia nem a hora. Repete esse fato para reprimir aquela curiosidade que é natural dos homens e que já tinha sido a causa de muita perturbação e desordem na igreja. É uma verdade muito aplicável hoje. A palavra profética tem sido muito desprezada por pessoas que fixam datas, bem como todas as coisas absurdas que alegam "profecias". O "Dia do Senhor" é a expressão comum no Antigo Testamento que descreve a vinda do juízo divino. Em particular descreve o julgamento de Israel e das nações, que terá lugar na vinda do Messias. Paulo declara como esse acontecimento será súbito e inesperado. O ladrão vem de noite, quando todos dormem e ninguém está preparado; de modo semelhante, quando Cristo vier, achará o mundo despreparado, e não esperando a sua vinda (v.3). Certamente, haverá sinais, mas os ímpios não os verão na sua verdadeira luz. Correrão para a destruição, sem prestar atenção aos sinais de "pare" deixados por Deus. 2. Os preparos para a sua vinda. Há três tipos de sono mencionado nas Escrituras: o sono natural, o sono da morte e o sono do descuido espiritual mencionado no texto (v.6). O que se diz do que dorme o sono natural pode ser dito do que dorme espiritualmente; não reconhece que há perigo, esquece-se de qualquer dever, não se comove por apelos e, talvez, nem reconheça que está dormindo."” (PEARLMAN, Myer. Epístolas paulinas: semeando as doutrinas cristãs. RJ:CPAD, 1998, p.187-8.).

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Francisco. Especial Lição 13: A vigilância conserva pura a Igreja. Disponível em: https://auxilioebd.blogspot.com. Acesso em 26.09.2020

LIÇÕES BÍBLICAS. Edição Especial Jovens e Adultos, 3º Trimestre 2020 - Lição 11. Rio de Janeiro: CPAD, 13 setembro, 2020.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.

 





sábado, 19 de setembro de 2020

LIÇÃO 12: ESDRAS E NEEMIAS COMBATEM O CASAMENTO MISTO

 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO I

   INTRODUÇÃO

Nesta lição iremos estudar o grave problema do casamento entre judeus e mulheres pagãs. Veremos a enérgica ação de Esdras e de Neemias para solucionar este problema, e também o que a Palavra de Deus diz sobre o assunto.

Na lei de Deus, aparece a ordem: "Não faças concerto com os moradores da terra, nem tomes das suas filhas para os teus filhos... (Ex 34.11-16; Dt 7.3,4). Foi por este motivo que o sacerdote Esdras, conforme a leitura da nossa lição, ficou perplexo, quando tomou conhecimento de que o povo, depois de haver voltado do exílio, tomava mulheres dos povos gentílicos em redor, misturando a semente santa. O povo começou a seguir as abominações dos povos. Ele, então, chorou, rasgou os seus vestidos, e buscou com profunda dor a ajuda de Deus, reconhecendo que eles, com isto, haviam deixado os mandamentos, violando-os, aparentando-se com os povos destas abominações (Ed 9.1-14). O resultado deste movimento foi uma purificação e tomada de atitude firme em obediência a Palavra de Deus (Ed 10.1-13). – Vamos estudar nesta lição que o povo, mesmo sendo o povo de Deus está sempre propenso para se afastar da aliança feita com o seu Senhor.  A rebeldia dos judeus no passado, quanto ao separar-se dos povos decaídos ao seu redor, os levou à idolatria e à imoralidade, e por fim ocasionou seu cativeiro e exílio (2 Cr 36.14-21). Agora, após Deus trazer de volta à pátria um pequeno remanescente, os judeus uma vez mais começaram a transgredir o básico preceito divino da separação dos ímpios, quanto a sua maneira de viver. Esdras ao chegar em Jerusalém, descobriu que muitos dos israelitas, inclusive sacerdotes, levitas e governantes, tinham se casado com mulheres idólatras e praticavam as abominações e impurezas dos pagãos. O casamento com ímpios foi terminantemente proibido na lei de Moisés (Ex 31.11-16; Dt 7.14). O Novo Testamento, da mesma forma, proíbe o povo de Deus na nova aliança, casar-se com incrédulos (1 Co 7.39; 2 Co 6.14)

   I. ESDRAS E NEEMIAS COMBATEM O PERIGO DO CASAMENTO MISTO

1. A ira e a reação de Esdras. Quando Esdras foi informa do que muitos judeus, morando em Judá, haviam se casado com mulheres pagãs, ele ficou muito angustiado. Manifestando sua profunda tristeza, rasgou seu vestido, sua capa, e arrancou os cabelos, tanto de sua barba como de sua cabeça, e assentou-se atônito na praça. A notícia da reação de Esdras espalhou-se pela cidade, e muitos reuniram-se a ele. Na hora do sacrifício da tarde, Esdras dobrou seus joelhos diante do povo, e orou a Deus (Ed 9.6-15). E todo povo chorou com grande choro (Ed 10.1). – A reação de pesar Esdras, acompanhada de oração, é um exemplo típico da ansiedade e aflição que todos os verdadeiros ministros de Deus devem sentir ao verem o povo de Deus conformar-se com costumes ímpios. (1) Esdras ficou atônito, envergonhado e profundamente entristecido por causa do pecado do povo (2) Esdras tinha uma profunda percepção da glória, justiça e amor de Deus, que o povo desprezara. Ele não pôde aceitar os erros do povo. (3) Esdras orou a Deus com humildade e com lágrimas. (4) Esdras identificou-se com aqueles por quem ele orava, mediante a expressão “nossas iniquidades” e “nossas culpas”. Sentia, mas do que todos eles, a vergonha e a culpa da nação. (5) Esdras sabia que a graça e a misericórdia que Deus demonstrava para com o povo que retornara, reavivando a sua esperança e visão quanto ao futuro, levantando a Casa de Deus das ruínas, e provendo-lhes um muro de proteção, estavam agora em risco, por causa da desobediência do povo à palavra de Deus. (6) Esdras tinha plena consciência da misericórdia e graça de Deus e, portanto, aguardava o perdão e a renovação espiritual do povo. (7) Finalmente, a aflição de Esdras atraiu outros que “tremiam das palavras do Deus de Israel” e compreendiam as consequências desastrosas que o pecado traria ao povo com suas famílias.   

2. O efeito da atitude de Esdras foi imediato. Secanias, um judeu bem conhecido, e que se havia casado com uma mulher estranha, disse a Esdras diante de todo o povo: "Agora, pois, façamos concerto com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e tudo o que é nascido delas, conforme o conselho do Senhor e dos que tremem no mandado do nosso Deus; e faça-se conforme a Lei" (Ed 10.3). Disseram a Esdras: "Levanta-te, pois, porque te pertence este negócio, e nós seremos contigo; esforça-te” (Ed 10.4). – Secanias, um líder que não estava envolvido nos casamentos mistos, já que seu nome não aparece na relação dos versículos 10.18-44 (embora o seu pai e cinco tios paternos apareçam no v. 26), era corajoso e obedeceu a Deus em vez de agradar seus parentes, ainda há esperança para Israel. Essa esperança é centrada na aliança de amor de Deus e perdão para os pecadores verdadeiramente arrependidos. Secanias clama ao povo e aos líderes para realizarem a ação específica de se divorciarem das esposas e filhos, além do reconhecimento de que Esdras estava aconselhando um caminho consistente com a Escritura (2Cr 29.10). No versículo 3 fica evidente que haviam ainda os piedosos, ''tremem ao mandado do nosso Deus”; Isso se refere àqueles que levam a palavra de Deus a sério, especialmente no que se refere ao fato de que ele irá castigá-los pelos seus pecados, segundo a Lei. Eles queriam colocar-se de acordo com a lei de Deus conforme a sua revelação em Dt 7.2-3. Esdras é reconhecido corno o principal líder espiritual com autoridade divina apropriada e responsabilidade humana para executar essa tarefa difícil de tratar do divórcio de tantos.

3. O arrependimento do povo. Esdras levantou-se e ajuramentou a todos que fariam conforme as palavras de Secanias. E o povo jurou! (Ed 10.5). Todos os que haviam retornado do cativeiro foram convocados, e Esdras falou-lhes: "Vós tendes transgredido e casastes com mulheres estranhas [...] fazei confissão ao SENHOR [...] apartai-vos [...] das mulheres estranhas". E responderam todos: "Assim seja; conforme as tuas palavras, nos convém fazer" (Ed 10.10-12). Sobre este negócio foram postos Jônatas e Jazeias, auxiliados por dois levitas. Eles receberam a incumbência de supervisionar o encerramento definitivo destas uniões proibidas pela lei de Deus (Ed 10.15,16). Antes mesmo da chegada de Esdras a Jerusalém, Neemias já havia enfrentado o problema do casamento misto. Vários judeus, inclusive alguns sacerdotes, haviam se casado com mulheres estranhas. Neemias os fez jurar que não mais fariam isto (Ne 13.25). Neemias afastou de entre os sacerdotes e de entre os levitas aqueles que eram estranhos, e contratou novos sacerdotes e levitas para preencherem os cargos vagos. Um dos netos do sumo sacerdote Eliasibe era genro de Sambalate, e foi afastado por Neemias (Ne 13.25-30). – O juramento em relação à aliança especificado em 10.3. Neemias 10.28-39 nos apresenta o conteúdo de um juramento futuro sob condições semelhantes. – Há um equívoco aqui << Antes mesmo da chegada de Esdras a Jerusalém, Neemias já havia enfrentado o problema do casamento misto>>, Esdras liderou o segundo grupo de retorno de israelitas que retornaram da Babilônia em 458 a.C. Neemias chega em Jerusalém somente depois de 445 a.C., portanto, depois de Esdras. De fato, Neemias fez uma nova correção quanto aos casamentos mistos, desta vez, até dentro do clero. Em Malaquias 2.1-8, há um relato onde aquele profeta reconhece a impureza no interior do clero.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"A exclusividade implícita nesta resposta ecoou repetidamente nas advertências de Esdras e Neemias ao povo remanescente para separar-se das populações circunvizinhas, sobretudo na prática matrimonial. Esdras ouviu a reclamação que o povo, os sacerdotes e os levitas tinham se casado com indivíduos das nações vizinhas descrentes, uma abominação que resultou na mistura da raça santa com os que os cercavam (Ed 9.2). Como fizeram os antepassados dessas nações séculos antes, eles entraram na terra da promessa para levar as práticas más dos habitantes cananeus (vv.11,12).

Esdras ficou tão indignado com este desarranjo das linhas demarcatórias que ordenou o divórcio peremptório sempre que houvesse casamentos mistos (Ed 10). Anos mais tarde, Neemias retomou a causa. Ordenou que os israelitas que tinham se separado das nações vizinhas pagãs renovassem os votos do concerto ao Senhor (Ne 9.2) e se contivessem, nacionalidades diferentes (10.28). De interesse especial para Neemias, foi o problema do casamento entre judeus com as mulheres de Asdode, Amom e Moabe. Comparou essas alianças com as de Salomão, que resultaram no fim da monarquia (Ne 13.13-27)" (ZUCK, Roy (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p. 215).

  II. POR QUE UM JUDEU NÃO DEVIA CASAR COM UMA PAGÃ?

1. Deus havia proibido o casamento misto (Dt 7.2-4; Éx 34.16; Js 23.12,13). A desobediência a esta ordem de Deus era um ato de rebelião. A finalidade desta proibição era evitar que o judeu viesse a seguir a religião de sua mulher pagã. – Por causa da natureza íntima do matrimônio, o cônjuge idólatra poderia desviar de Deus o seu companheiro ou a sua companheira; um exemplo desse perigo está registrado em 1Rs 11.1-8, onde há o exemplo do que aconteceu com Salomão. Na cultura oriental daqueles dias, o relacionamento, tratados e os casamentos mistos, requereriam dos parceiros o reconhecimento dos deuses. A história da nação demonstrou a urgência dessa instrução e do desastre caso ela fosse desobedecida.

2. A história de Israel registra vários exemplos das consequências nefastas do casamento misto. Vejamos:

a. Salomão, filho de Davi, rei de Israel, o que construiu o grande Templo em Jerusalém, contaminou-se por causa dos casamentos com mulheres pagãs. Elas perverteram seu coração, e ele passou a seguir os seus deuses estranhos (1 Rs 11.1-9). Como consequência do seu pecado no reino de seu filho Reoboão as dez tribos do Norte separaram-se, e constituíram-se em um reino independente sob a liderança de Jeroboão (1 Rs 12.16-19). – De fato Salomão contraiu muitos casamentos bem como possuiu muitas concubinas, no entanto, muitos dos casamentos de Salomão tinham o propósito de ratificar alianças com outras nações, uma prática comum no antigo Oriente Próximo. A prática de multiplicar o número de esposas reais, proibida em Dt 17.17, pois desviava o coração do rei do Senhor, mostrou-se verdadeira na experiência de Salomão. O amor de Salomão por suas mulheres levou-o a abandonar sua lealdade ao Senhor e a adorar outros deuses. Não se pode imaginar um quadro mais triste do que o da sua apostasia nos últimos anos de vida, que pode ser associada aos seus pecados com suas esposas estrangeiras. A poligamia era tolerada entre os antigos hebreus, embora a maioria dos homens do Oriente tivesse apenas uma esposa. Um grande número de esposas era visto como sinal de riqueza e importância. O rei desejava ter um harém maior do que o de qualquer um de seus súditos, por isso Salomão recorreu a esse tipo de magnificência. Contudo, esse era um pecado que violava abertamente a lei de Deus, e o resultado que a lei buscava inibir foi exatamente o que se deu.

b. Acabe, rei de Israel, casou-se com Jezabel, princesa sidônia (1 Rs 16.31). Jezabel fortaleceu o culto a Baal em Israel, e perseguiu os profetas de Deus (1 Rs 18.4). – É interessante notar que com Acabe, a decadência espiritual de Israel alcançou o seu ponto mais torpe. Ele era ainda pior que o seu pai, Onri, que fora pior do que todos antes dele. A maldade de Acabe consistia em perpetuar todos os pecados de Jeroboão e promover o culto a Baal em Israel. De todos os reis de Israel, Acabe foi o que mais irritou ao Senhor. A perversa esposa de Acabe tornou-se o símbolo da maldade da falsa religião (Ap 2.20). Etbaal (Seu nome significava "Baal está vivo"), pai de Jezabel, era o rei da Fenícia (inclusive de Tiro e Sidom) que assassinou seu antecessor e, de acordo com o historiador judeu Flávio Josefo, era sacerdote dos deuses Melqart e Astarote.

  III. A SOBREVIVÊNCIA DO POVO JUDEU

Existem judeus até os dias de hoje, porque, embora espalhados por quase todos os países do mundo (Lc 21.24), não se misturaram com os povos, no meio dos quais passaram a viver, conservando-se sempre separados. Este é o resultado da obediência à orientação dada na lei divina, que inspirou outras leis que regem os judeus em todo o do mundo, as quais proíbem que uma pessoa judia se case com uma não judia.

A preservação do povo judeu é considerado um milagre, quando se aliam as tremendas perseguições que sofreram durante séculos em muitos países, como por exemplo Espanha, Polônia, Inglaterra, por ocasião da Segunda Guerra Mundial, o nazismo na Alemanha. – “A história da sobrevivência judaica é tão excepcional, vasta e sem paralelos que desafia a imaginação. Em nosso próprio século, as duas grandes potências que anunciaram: "Israel acabou" – o Terceiro Reich de Hitler e a União Soviética – foram esmagados e desmantelados. Porém o povo de Israel vive. Muitos pensadores e cientistas sociais tentaram, e ainda estão tentando, entender a sobrevivência de um povo, uma fé e um legado durante três milênios de condições históricas praticamente impossíveis. Blaise Pascal, o notável pensador, matemático, teólogo, físico francês do Século Dezessete, escreveu: "Em algumas partes do mundo podemos ver um povo peculiar, separado dos outros povos do mundo, chamado de povo judeu… Este povo não apenas é de impressionante antiguidade como também tem perdurado por um tempo singularmente longo… Pois enquanto os povos da Grécia e Itália, de Esparta, Atenas, Roma e outros que surgiram muito depois pereceram há tanto tempo, este ainda existe, apesar dos esforços de tantos reis poderosos que tentaram uma centena de vezes acabar com ele, como seus historiadores atestam, e como pode ser facilmente julgado pela ordem natural das coisas no decorrer de tantos anos. Eles sempre foram preservados, no entanto, e sua preservação foi prevista… Meu encontro com esse povo me surpreende…"” (A Ciência da Sobrevivência Judaica, disponível em:chabad.org. Acesso em: 14 Set 2020).

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“[Prometemos] que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos' (10.30), preceituava o 'firme concerto’. Na ocasião em que ele fora firmado, a pureza racial fora tema de preocupação comum, e eles 'apartaram de Israel toda mistura’ (13.3), indo além

do que mandava a lei, que excluía apenas amonitas e moabitas. Não obstante, o zelo pela natureza do sangue israelita, e em fazer tudo para agradar a Deus, que presumivelmente instigara tal exclusivismo, evaporara-se. Quando Neemias retornou a Jerusalém, encontrou lá 'judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas' (13.23). 0 motivo pode ter sido a paixão, é claro, porém é mais provável que haja sido prudência (se é que se pode chamar assim), que tinha os olhos na oportunidade e nos casamentos por dinheiro, prestígio ou alguma outra forma de lucro mundano. E, em alguns casos, Neemias descobriu que a língua falada em casa, por decisão dos pais, era estrangeira. (...] (13.24). Isso enfureceu Neemias, não apenas pela quebra do voto, mas porque as crianças seriam incapazes de partilhar da adoração em Israel, ou aprender eficazmente a Lei; consequentemente, não estariam aptas a transmitir a fé aos filhos que viriam a ter, e assim estaria em risco a futura unidade espiritual da nação israelita da nação de Israel" (PACKER, J. I. Paixão Pela Fidelidade: Sabedoria extraída do livro de Neemias. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 212).

  IV. UMA PALAVRA FINAL SOBE O CASAMENTO DOS CRENTES

A maior bênção que Deus deu à humanidade foi o envio de Jesus Cristo para ser o Salvador do mundo. Mas no sentido material, a maior bênção que Deus dá ao ser humano é o casamento.

A orientação que a Bíblia dá ao crente quanto ao casamento é: "E fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor" (1 Co 7.39). A Bíblia explica em 2 Co 6.14-17 as implicações da expressão NO SENHOR, e cada crente que estiver pensando em casar-se deve m editar profundamente sobre este texto. Que Deus guarde cada crente de algum dia aceitar um jugo desigual com um infiel. Porque assim como o casamento na direção do Senhor enseja a possibilidade de uma felicidade sem limites, o casamento de um crente com um descrente com muita probabilidade será uma infelicidade. Casamento é uma união total entre homem e mulher. Jesus disse: "Não são mais dois, mas uma só carne" (Mt 19.6).

Isto fala de uma perfeita união entre os cônjuges, envolvendo o corpo, a alma e o espirito de ambos. Casando-se o crente com um que não é crente, pode naturalmente obter união de corpo e em parte de alma, mas é impossível que haja união de espirito, pois enquanto um pertence ao reino de Deus o outro é do reino das trevas (2 Co 6.14). Que diferença tremenda, que abre uma brecha muito triste na união. Ainda que o crente tenha pedido perdão a Jesus por esta falta cometida, vive agora preso a um outro com quem não tem nenhuma união no espirito. É impossível calcular o sofrimento que uma união desta natureza tem causado. Também a parte não crente, não respeita a parte crente, pois sabe que ele errou contra a Bíblia, amando mais o casamento do que a Deus. Em lugar de ter-se estabelecido um lar cristão, uma plataforma do evangelho, aumentando, assim, a influência espiritual da Igreja, houve um triste recuo. Um soldado de Cristo passou para o lado oposto. Em lugar de um lar cristão, com uma viva influência sobre os filhos (2 Tm 1.4,5; At 7.20,21), forma-se um lar sem definição espiritual. Os filhos estão desprovidos de ajuda espiritual (Ne 13.23,24).

- A lei de Deus planejou o casamento para toda a vida (Gn 2.24; Ml 2.10; Rm 7.1-3). Ele é tão permanente que os discípulos acharam que seria melhor não casar (Mt 19.10). A advertência “somente no Senhor”, significa livre somente para se casar com um cristão. Essa é um a verdade que se aplica a todos os cristãos que se casam pela primeira ou segunda vez (2Co 6.l4-16).

-  Paulo ensinou que não é certo se unir, num empreendimento espiritual comum com aqueles que não são da mesma natureza, isto é, incrédulos. É impossível que sob tal disposição, as coisas sejam feitas para a glória de Deus. Os cristãos não devem se unir com incrédulos em nenhum tipo de sociedade espiritual ou num relacionamento que seria prejudicial para o testemunho do cristão dentro do corpo de Cristo. Isso era especialmente importante para os coríntios por causa das ameaças dos falsos mestres e a idolatria, pagã circundante.

- A fim de alertar os cristãos quanto ao perigo de associar-se aos incrédulos através de relacionamentos, ele usa uma ilustração retirada das proibições do Antigo Testamento, jugo desigual, para Israel referente a lavrar com junta de duas espécies diferentes de gado (Dt 22.10).

- “Uma das áreas em que o povo de Deus mais ignora o ensino bíblico é no casamento, e isso aparece de diversas formas. Qualquer pastor experiente poderá te afirmar que enorme parte dos aconselhamentos que ele tem de fazer diz respeito a questões de casamento: infidelidade, insubmissão, falta de perdão entre os cônjuges, filhos e escolhas, maridos que não lideram suas famílias e assim vai. Mas há, é claro, problemas que dizem respeito ao que se passa antes do casamento, e um desses é a escolha do cônjuge. O povo de Deus é terrivelmente mal-informado acerca do que se deve procurar num cônjuge. Na minha ainda pequena experiência, tenho visto que mulheres muitas vezes se satisfazem com o mero combo casamento feliz: “ele não me bate, não me impede de ir à igreja e não leva jeito de que vai me trair”. Isso é se satisfazer com muito pouco. O ideal bíblico para um homem é alguém que esteja na trajetória de se assemelhar cada vez mais a Cristo em amar sua mulher como Cristo ama a igreja. Isso envolve, liderar, servir amorosamente, lutar por sua santificação, amar sacrificialmente, prover e se gastar profundamente em prol dela. Ser Cristo em casa. Meramente não trair está dentro da capacidade de qualquer tonto ali na esquina. Um descrente, por não ser redimido por Cristo, nunca será capaz de se assemelhar a Cristo no cuidado por sua mulher. Pode, no máximo, ser um bom marido de acordo com os padrões desse mundo caído. E, tristemente, é cada vez mais comum ver crentes optando por se casarem com descrentes.” (Casamento misto – vai acabar em pizza? Disponível em: voltemosaoevangelho.com. Acesso em: 14 Set 2020).

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Conclua a lição esclarecendo aos alunos o princípio de unidade que o nosso Senhor Jesus ensinou na oração sacerdotal de João 1 7 .1 8 -2 4. É importante ressaltar que os princípios eternos do Reino de Deus devem ser aplicados à v id a inteira. Então, por que não aplicaríamos essa coerência no casamento, uma das decisões mais importantes do futuro de uma pessoa?

Tome exemplos bíblicos como o de Sansão, no livro de Juízes, e o de Salomão, no livro de 1 Reis, destacando as dificuldades espirituais que esses dois líderes passaram. As consequências de suas escolhas foram catastróficas, não só para eles mesmos, mas, sobretudo, para o povo que eles representavam. Finalize dizendo que em relação ao casamento, a decisão sempre afeta mais de uma pessoa. Ela traz consequência para toda a família.

  V. ESPERA EM DEUS

Findamos este es tu do sobre o casamento misto, onde a Palavra de Deus e muito clara neste apelo: "Espera em Deus” (SI 27.14; 37.7). Jovem! O seu desejo de ter um lar, e experimentar a riqueza do amor de um companheiro ou de uma companheira e natural. Lembra-te de que Deus ouve a oração. Quando Eliezer orou, pedindo que Deus mostrasse quem seria a noiva de Isaque, recebeu uma gloriosa resposta (Gn 24.12-27). Gloria a Deus! Uma escolha precipitada, olhando somente para o que está diante de seus olhos (1 Sm 16.7), pode impedir que recebas aquele ou aquela que Deus tem preparado parati. Entrega, pois a tua vida e o teu futuro a "Deus, faz que o solitário viva em família" (SI 68.6). Deus, que trouxe a companheira para Adão (Gn 2.22), poderá fazer isto por ti. Espera, pois no Senhor! – A oração do administrador de Abraão manifesta não apenas a sua confiança de que Deus conduziria a empreitada, mas também a abnegação com a qual servia a Abraão. Sua paciência depois da oração, sua adoração quando a oração foi atendida e seu reconhecimento da condução divina igualmente refletiam sua fé. Foi o Senhor que guiou, do começo ao fim, o caminho de Eleazar, até o encontro com aquela que o Senhor havia reservado para Isaque. – “A Bíblia afirma o conceito de casamento como uma expectativa central para a humanidade. Já no segundo capítulo na Bíblia nós lemos: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” (Gn 2.24). Atualmente, essa realidade tem se tornado mais e mais rara. Em grandes sociedades, a coabitação sem o casamento é cada vez mais a norma, mas até observadores seculares notam que a coabitação nem sequer leva, na maioria dos casos, ao casamento. Andrew Cherlin da Universidade John Hopkins disse recentemente à revista Time que a maioria dos relacionamentos de coabitação entre jovens nos Estados Unidos é de pequena duração. Isso não é coabitação antes do casamento, é coabitação ao invés do casamento. A história da Time também apontou para outro padrão preocupante: a geração Y, ou millennials, estão tendo filhos fora do casamento em níveis exorbitantes. Além disso, alguns anos atrás, W. Bradford Wilcox, com base em uma pesquisa conduzida por Robert Wuthnow, argumentou que o adiamento do casamento é o principal motor da secularização. Isso anda de mãos dadas com o fato de que a prolongação da adolescência traz efeitos vastos e muitas vezes despercebidos. A vida adulta é para responsabilidades adultas, e, para a vasta maioria de jovens, isso significará casamento e paternidade. O prolongamento da adolescência até a faixa etária dos vinte anos (ou até além dos trinta) é altamente relacionado com a elevação do secularismo e com os baixos índices de frequência nas igrejas. Cristãos entendem que nós fomos criados como machos e fêmeas para demonstrar a glória de Deus, e que nos foi dado o presente do casamento como o único contexto para o qual Deus planejou a dádiva do sexo e nos garantiu o privilégio e mandamento de termos e criarmos filhos. Por todas essas razões e muito outras, cristãos devem entender que, a não ser que tenham recebido o dom do celibato, eles devem honrar o casamento e procurar casar e devem ir em direção à parentalidade e a todas as responsabilidades da vida adulta mais cedo na vida em vez de mais tarde. Adiar a vida adulta não é consistente com a visão bíblica da vida, e, para a maioria dos jovens cristãos, o casamento deve ser uma parte central do planejamento da vida adulta jovem e da fidelidade a Cristo. Ao atingirem a vida adulta juntos, como marido e mulher, jovens cristãos servem como testemunhas do plano de Deus e do presente de Deus diante de um mundo confuso. Cristãos entendem que sexo antes e fora do casamento simplesmente não é uma opção. Coabitação é inconsistente com obediência a Cristo. Filhos são presente de Deus para serem recebidos e acolhidos dentro da aliança matrimonial. De modo revelador, as autoridades seculares da cultura estão expressando agora preocupação a respeito do adiamento do casamento entre jovens. Quando a revista Time está preocupada com jovens não se casando, cristãos devem se preocupar duplamente. Jovens, e isso inclui jovens cristãos, enfrentam alguns desafios muito sérios enquanto se dirigem à vida adulta plena, e não há dúvida de que fatores econômicos cumprem um papel nisso. Mas até mesmo observadores seculares entendem que uma mudança no casamento aponta para uma mudança subjacente na moralidade. O fato contundente é que as gerações anteriores de jovens adultos, mesmo enfrentando desafios econômicos maiores, ainda assim encontraram um caminho para a vida adulta e para o casamento. A igreja cristã deve encorajar jovens cristãos em direção ao alvo do casamento e devem ser claros a respeito da necessidade da santidade e obediência a Cristo em todos os estágios e as estações da vida. Quando o mundo ao nosso redor está coçando a cabeça, perguntando o que aconteceu com o casamento, cristãos devem mostrar a glória de Deus no casamento e tudo o que Deus nos dá na aliança matrimonial. E nós devemos encorajar jovens cristãos a não adiar o casamento, e nem apressar o casamento, mas fazer do casamento uma prioridade nos anos críticos do início da vida adulta. Nessa causa, não temos tempo a perder” (Jovem, não enrole para casar! Disponível em: voltemosaoevangelho.com. Acesso em: 14 Set 2020).

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Francisco. Especial Lição 11: Esdras vai a Jerusalém ensinar a Palavra de Deus. Disponível em: https://auxilioebd.blogspot.com. Acesso em 11.09.2020

LIÇÕES BÍBLICAS. Edição Especial Jovens e Adultos, 3º Trimestre 2020 - Lição 12. Rio de Janeiro: CPAD, 20 setembro, 2020.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1997.