SUBSÍDIO I
A família nuclear, que é formada
por pai, mãe e filhos, é uma instituição criada por Deus. Por isso, ela é tão
atacada pelas forças do mal. No Século XXI, a Igreja de Jesus Cristo é o alvo
predileto do materialismo ateu. Em vão, as forças diabólicas tentam destruir a
Igreja, pois Jesus disse: “Pois também eu te digo que tu
és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno
não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Depois da Igreja, é a família que está
sob ataque sem tréguas das ideologias infames que desejam destruir essa
maravilhosa instituição criada por Deus. Antes de fundar a Igreja, Deus criou o
casamento e, como decorrência deste, instituiu a família. Em seu plano divino, somente
o grupo social que é formado por pai, mãe e filhos pode ser chamado de família.
Essas instituições especiais, frutos da mente do Criador, têm sido
terrivelmente atacadas pelas forças do mal. Os cristãos devem valorizar a
mordomia da família dentro da visão bíblica sobre essa maravilhosa instituição,
que é o núcleo de apoio, cuidado e amor a todos os que vêm ao mundo.
Quando Deus criou o ser humano,
homem e mulher, Ele já tinha em mente a família. O Senhor fez o primeiro casal
e determinou: “Portanto, deixará o varão o seu pai e sua mãe e apegar-se-á à
sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). No Salmo 128, encontramos o
valor da família no plano de Deus: “Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e
anda nos seus caminhos! [...] A tua mulher será como a videira frutífera aos
lados da tua casa; os teus filhos, como plantas de oliveira, à roda da tua
mesa. Eis que assim será abençoado o homem que teme ao SENHOR!” (Sl 128.1,3,4).
São promessas de Deus para a família que nEle crê, que o teme e que o obedece.
Deus disse a Abraão: “E
abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti
serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3). Deus deseja que haja em
cada lar um ambiente espiritual que honre e glorifique o seu nome. O amor de
Deus pela humanidade faz com que Ele veja todas as famílias da terra como alvo
de sua bênção, pois todos os homens pertencem a Ele (Sl 24.1). Porém, só podem
desfrutar do favor de Deus as famílias que se sujeitam a obedecer a sua
palavra.
Estudar sobre a mordomia da
família é de suma importância para nós, pois, de uma forma ou de outra,
nascemos numa família. Com exceção daqueles que são fruto da marginalidade,
cada um vem de uma família, seja ela pobre ou rica, desconhecida ou famosa,
pequena ou grande, evangélica ou não. A família é a base de nossa vivência.
Nascemos e dependemos dela na maior parte da existência. Isso é plano de Deus.
É tão importante cuidar da família que Paulo considera “pior que o infiel” quem
não o faz.
Texto extraído da
obra “Tempos, bens
e talentos”, editada pela CPAD
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Na presente lição, veremos que a
família é a base de nossa vivência. Nela, nascemos, criamo-nos e dela
dependemos por toda a vida. Veremos que todo esse processo é o plano de Deus
revelado desde o Gênesis. Nas Escrituras, a família é tão importante que o
apóstolo Paulo classifica de “pior que o infiel” quem dela não cuida (1Tm 5.8).
Assim, o propósito desta lição é mostrar que o amor de Deus pela humanidade faz
com que todas as famílias da terra sejam o alvo de sua bênção (Gn
12.3). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 4,
28 julho, 2019]
No que diz respeito à mordomia,
há uma área que tem sido esquecida e negligenciada entre nós: a família. Vítima
de ataques cada vez mais abertos por parte do mundo, infelizmente,
ela não tem recebido o devido cuidado que Deus requer de nós. O amor
de Deus é manifestado no cuidado que tem por nós, e compreendemos melhor esse
cuidado, quanto mais conhecemos acerca das coisas que Deus tem preparado para
nós. A família é uma das áreas onde o amor de Deus se demonstra mais
intensamente. Na aliança de amor que Deus estabeleceu com a sua criação e o seu
povo, a família recebe um cuidado todo especial. Assim, tanto o primeiro lar,
como nosso lar futuro, nos dão vislumbres gloriosos de Deus e de seu projeto
para a família. Qualquer cristão que não zela por sua família é culpado de: 1º
negar o princípio de amor cristão compassivo (Jo 13.35; Rm 5.5; 1Ts 4.9), e 2º
ser "pior do que o descrente"; isso por que a maioria dos pagãos
naturalmente cumpre esse dever, por isso os cristãos, que: têm o mandato e o
poder de Deus para cumpri-lo e não o fazem, comportam-se de maneira pior do que
os pagãos (1Co 5.1-2). Aprendamos, portanto, qual deve ser o nosso papel como
mordomos do nosso lar.
I. A FAMÍLIA
NO PLANO DE DEUS
1. A instituição do casamento. Antes de estabelecer a família. Deus instituiu o casamento. O
Senhor Jesus confirmou essa instituição original e legal, conforme a Lei de
Deus: “Não tendes lido que, no princípio, o Criador os fez macho e fêmea e
disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão
dois numa só carne?” (Mt 19.4,5; cf. Gn 2.24). Aqui está, de maneira clara, a
origem do casamento como instituição divinamente estabelecida.
Gênesis 2.18-25 é a certidão de nascimento do
casamento. Embora a Bíblia fale sobre o assunto em muitas passagens, essa é a
primeira referência. É a base sobre a qual o casamento é edificado. “O
processo, como registrado, nos diz que Deus tomou uma das “costelas” de Adão
(Gênesis 2:21-22). A palavra hebraica literalmente significa “o lado de uma
pessoa”. Por isto, Eva foi tomada do “lado” de Adão e é a seu lado que deve
ficar. “E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo o
animal do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea” (Gênesis
2:20). As palavras “ajudadora idônea” são a mesma palavra hebraica. A palavra é
“ezer” e vem de uma palavra-raiz primitiva que significa ficar à volta, proteger
ou auxiliar, ajudar, ajudador, assistir. Por tal razão, significa ajudar,
assistir ou auxiliar. Eva foi criada para ficar ao lado de Adão como sua “outra
metade”, para ser seu auxílio e sua ajuda. Um homem e uma mulher, quando se
casam, se tornam “uma só carne”. O Novo Testamento adiciona um aviso a esta
“unidade”: “Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus
ajuntou não o separe o homem” (Mateus 19:6).” (GOTQUESTIONS). Jesus também falou sobre a
santidade do casamento em Mateus 19. Assim vemos a importância de cuidar e dar
valor à família. Quando a família não é valorizada, existe sofrimento para o
casal e os filhos.
2. Origem da família. O livro de Gênesis relata que a partir do homem e da mulher, Deus
estabeleceu a família: “E Deus os abençoou e Deus Lhes disse: Frutificai, e
multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28). Essa instituição é tão importante
diante de Deus, que Ele a criou antes do Estado e, até mesmo, da Igreja. E foi
a partir de uma família que o Altíssimo prometeu abençoar todas as demais: “E
abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti
serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3).
Quando o homem foi criado, Deus viu que não era bom
que ele estivesse sozinho, e por isso criou a mulher para ser sua companheira.
Juntos, eles receberam a ordem de se multiplicar e povoar a Terra em Gênesis
1.28. A primeira instituição humana a ser estabelecida foi o relacionamento
marital. A responsabilidade de honrar os pais (Êx 20.12) não acaba com a
partida da casa paterna e a união entre marido e mulher (Mt 19.5; Mc 10.7-8;
ICo 6.16; Ef 5.31), mas representa a inauguração de uma união permanente ou
indissolúvel, de modo que divórcio não deve ser cogitado (cf. 2.16). "Uma
só carne" fala de uma união completa de partes perfazendo um todo; por
exemplo, um cacho de muitas uvas (Nm 13.23) ou um Deus em três pessoas (Dt
6.4); assim, essa união marital era completa e integral com duas pessoas. Isso
também implica a complementação sexual. Um homem e uma mulher constituem o par
que reproduz. O "uma só carne" é principalmente visto no filho
nascido dessa união, o perfeito resultado da união dos dois. Cf. os usos desse
versículo em Mt 19.5-6; Mc 10.8; ICo 6.16; Ef 5.31. A monogamia permanente foi
e continua sendo o desígnio e a lei de Deus para o casamento.
Após a criação do primeiro casal, a Bíblia fala
sobre muitas famílias. Gênesis 12 diz que através da família de Abraão, todas
as famílias da terra seriam abençoadas. Paulo identifica essas palavras como o
evangelho preanunciado a Abraão (Gl 3.8). As "boas-novas" para Abraão
foram as novas da salvação para todas as nações (Gn 22.18; Jo 8.56; At
26.22-23).
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Inicie
a aula de hoje, perguntando: “Qual a origem da família?” Ouça as respostas dos
alunos. Estimule para que eles participem a fim de obter as respostas. Após
ouvir as respostas atenciosamente, dê uma resposta unificada a partir da exposição
do tópico. Aproveite este texto para corroborar a explicação: “O que é família?
A família não é um grupo de pessoas rivais, alheias aos interesses umas das
outras. Em termos de unidade, é o conjunto de todas as pessoas que vivem sob o
mesmo teto, proteção ou dependência do dono da casa ou chefe, que visam ao
bem-estar do lar; enfim que se comunicam, se amam e se ajudam. Essa convivência
exige o uso e a aplicação de toda a capacidade de viver em conjunto, a bem do
perfeito e contínuo ajustamento entre os membros da família e destes para com Deus.
O convívio entre os familiares indica o grau e o nível das relações com o Pai e
determina o curso do sucesso na família.
Vale
lembrar que a família foi criada por Deus com elevados propósitos em todos os sentidos
da vida, inclusive quanto ao número de filhos” (SOUZA, Estevam Ângelo. ...e fez
Deus a família: O padrão divino para um lar feliz. Rio de Janeiro: CPAD, 1999,
p.30).
II. A
MORDOMIA DA FAMÍLIA
1. Os princípios que regem o casamento cristão. Há um manual de união matrimonial: a Bíblia Sagrada. Nela,
encontramos princípios universais e atemporais para o casamento.
1.1. O princípio da monogamia. No plano original de Deus para o casamento, o princípio da
monogamia está declarado assim: “Portanto, deixará o homem seu pai e sua mãe, e
se unirá à sua mulher, e serão ambos uma só carne” (Gn 2.24). Mas,
infelizmente, após a Queda, o homem desviou-se do plano divino, e distorceu as
diretrizes básicas de Deus para o matrimônio. Por exemplo, a Bíblia narra a história
de Lameque, filho de Metusael, que deu início à prática da bigamia (Gn 4.19).
Assim, com o passar do tempo, a poligamia também foi temporariamente aceita na
comunidade hebreia.
Quando o ser humano se rebela contra a vontade
monogâmica de Deus quanto ao casamento, um abismo passa a chamar outros
abismos: incesto, homossexualismo, pedofilia, zoofilia, necrofilia e outras
abominações semelhantes.
Diante de um
quadro tão grotesco e estarrecedor, a Palavra de Deus impõe-nos o padrão
monogâmico, heterossexual e indissolúvel como a vontade original do Criador
para o matrimônio (1Co 7.1,2).
Não é dada a razão por que Lameque tomou duas
esposas, tornando-se o primeiro exemplo de bigamia. A poligamia é uma perversão
do primeiro princípio do casamento, que é monogâmico em sua origem. O fato de
Deus tolerar a poligamia, talvez seja porque ainda se mantivessem intactos os
princípios da a heterossexualidade e indissolubilidade. Abraão era chegado a
uma concubina (Gn 16; 25.6); Jacó teve duas esposas e duas concubinas (Gn
29.18-29; as doze tribos de Israel nasceram dessas quatro mulheres); Gideão
“tinha muitas mulheres” (Jz 8.30); Salomão dispensa comentários (1Rs 11.3). A
própria lei de Moisés reconhece como legítima a bigamia (Dt 21.15; e não vejo
por que a poligamia também não esteja implícita aqui).
1º Coríntios 7.1-11-34 compreende as respostas de
Paulo a questões práticas a respeito das quais os coríntios haviam escrito a
ele numa carta provavelmente entregue por Estéfanas, Fortunato e Acaico (1Co
16.17). A primeira dessas perguntas tinha a ver com o casamento, uma área
problemática devido à corrupção moral da cultura que tolerava a fornicação, o
adultério, a homossexualidade, a poligamia e o concubinato. Alguns tinham a
noção de que, por causa de todo o pecado sexual e confusão conjugal, seria
melhor ficar solteiro, e ainda mais espiritual, ser celibatário. Isso poderia
levar alguns falsos religiosos a defender o divórcio para que a pessoa voltasse
a ser solteira. Esses versículos elevam o estado de solteiro conquanto a pessoa
seja celibatária, mas de modo algum eles ensinam que o casamento seja errado ou
inferior. Paulo usa um eufemismo judaico para a relação sexual (toque em
mulher), para dizer que é bom que não se pratique o sexo, ou seja, ser solteiro
e celibatário. Não é, entretanto, apenas isso que seja bom ou até mesmo melhor
do que o casamento. Quando a pessoa é solteira há o grande perigo do pecado
sexual (Mt 19.12). O casamento é a única provisão de Deus para a satisfação
sexual. Entretanto, o casamento não deve ser reduzido simplesmente a isso.
Paulo tem uma visão muito mais elevada a respeito dele e a expressa em Ef
5.22-23. Aqui, ele está enfatizando o problema do pecado sexual para as pessoas
solteiras. Paulo chega a detalhar a intimidade do casal quando exorta os
cristãos casados, os quais não podem privar sexualmente seus cônjuges.
Conquanto o celibato seja correto para os solteiros, é errado para os casados.
A prática da privação pode ter sido mais comum quando um cristão tinha um
cônjuge não salvo.
1.2. O princípio da heterossexualidade. Nas Escrituras, Deus definiu para o casamento o princípio da união
heterossexual: um homem e uma mulher unidos para sempre sob as bênçãos divinas.
Quando Gênesis 2.24 estabelece o princípio
monogâmico e heterossexual, o texto identifica o homem que deixa a casa do pai
e da mãe, para unir-se à sua mulher, tornando-se “ambos uma só carne”. Ao lado
da monogamia, a heterossexualidade é o princípio inegociável em qualquer tempo
ou lugar. Entretanto, cabe aqui uma advertência bíblica e séria: esses dois
princípios só sustentam o casamento se forem vividos sob a égide do verdadeiro
e sacrifical amor de ambos os cônjuges (Mt 22.37-40; cf. Ef 5.22-25). Por isso,
lute por seu amor; ame o seu cônjuge; renove os votos matrimoniais
periodicamente.
Nestes tempos em que se discute a legitimidade do
“casamento homossexual”, você tem uma boa oportunidade para reafirmar aos
alunos o casamento heterossexual como o único possível e legítimo. Você
encontrará na Internet e nos órgãos de comunicação um farto material sobre o
assunto. Já dissemos que a poligamia perverte o princípio monogâmico do
casamento, mas o modelo da “família ampliada” não violava um terceiro
princípio, o da indissolubilidade e de modo alguma atentava contra o princípio
da heterossexualidade. O tema de uma união homossexual legítima nem mesmo é
cogitado na Bíblia. A razão é que só um homem e uma mulher podem se tornar “uma
só carne”. Para dois homens ou duas mulheres isso é impossível. Daí que só o
casamento heterossexual é possível. E podemos considerar ainda a questão da
perpetuação da espécie, outra impossibilidade para os “casais” de mesmo sexo.
2. A prioridade da família. A igreja local deve incentivar a mordomia da família de forma
constante e efetiva. O cristão precisa ter as prioridades corretas da vida.
Normalmente, há muitos crentes e, até mesmo pastores, que priorizam a seguinte
ordem: a) Deus; b) igreja; c) esposa; e d) filhos. Qual o equívoco dessa ordem
de prioridades?
Biblicamente, o crente deve priorizar (1) Deus; (2)
sua própria vida; (3) seu cônjuge; (4) seus filhos; (5) e a igreja local. Ora,
alguém poderá indagar: Mas a Bíblia não diz que devemos priorizar o Reino de
Deus? (Mt 6.33). Sim, é verdade. Entretanto, dentro da economia divina, há uma
hierarquia muita clara para que a mordomia com a família seja plenamente
atendida.
A Palavra de Deus diz que se alguém não cuida de
sua família não se encontra preparado para liderar a Igreja de Cristo (1Tm
3.4,5). É muito triste quando o obreiro encontra-se empenhado em ganhar outras
famílias para Cristo, mas perde sua própria casa por falta de atenção, zelo e
amor (1Tm 5.8).
Buscar o Reino de Deus é uma referência à esfera da
salvação. O Mestre insistia que se buscasse salvação — e com ela viria o pleno
cuidado e a provisão de Deus (Rm 8.32; Fp 4.19; 1Pe 5.7), não se deve confundir
esse texto com ‘ativismo na igreja’. A prioridade da família fica evidente
quando se exige que, o candidato ao episcopado ‘governe bem a própria casa’
(1Tm 3.4,5). A vida no lar, como a vida pessoal, daquele que deseja se engajar
na Obra do Reino deve ser exemplar. Ele deve governar (presidir, ter autoridade
sobre) "a própria casa" (tudo o que está relacionado ao seu lar, não
somente sua esposa e filhos) "bem" (de maneira intrinsecamente boa;
com excelência). Um presbítero deve, primeiro, provar na intimidade e na
exposição de seu próprio lar sua capacidade de conduzir outros à salvação e à
santificação. Ali, ele prova que Deus lhe tem dado a capacidade espiritual
única de dar um exemplo de virtude, servir aos outros, resolver conflitos,
construir a unidade e manter o amor. Se ele não pode fazer essas coisas
essenciais em casa, por que alguém acharia que ele seria capaz de fazê-las na
igreja?
3. O relacionamento entre pais e filhos. Na mordomia da família, alguns cuidados devem ser tomados a fim de
que os filhos sejam criados na “doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4).
Eles são herança e galardão de Deus (Sl 127.3). Como sacerdotes do lar, os pais
devem realizar o culto doméstico. É muito importante priorizar esse momento
para instruir os filhos na Palavra de Deus. Além de zelo espiritual, os pais
devem ser exemplos de amor conjugal, paternal e maternal.
Filhos crentes. Também traduzido por
"fiéis", sempre é usado no Novo Testamento com o referência a
cristãos e nunca a incrédulos, por isso se refere a filhos que tenham a fé
salvadora em Cristo e que refletem isso em sua conduta. Uma vez que 1Tm 3.4
requer que os filhos estejam em submissão , pode estar falando filhos pequenos
que vivem no lar, enquanto essa passagem visa aos que são mais velhos. Em Tito
3.5, ‘dissolução ... insubordinados’ implica libertinagem, sugerindo,
novamente , que a referência se aplica a filhos já crescidos.
"Insubordinados" carrega a ideia de rebeldia contra o evangelho. Aqui
o presbítero mostra a sua habilidade de dirigir a sua família e levá-la à
salvação e santificação (1Tm 3.4-3), um pré-requisito essencial para que possa
estar à frente d a igreja.
Paulo tinha em mente, no texto de Efésios 6.4, os
pais, e não apenas a figura paterna. A mesma palavra é usada em Hb 11.23 para
os pais de Moisés. No mundo pagão dos dias de Paulo, e mesmo em muitas famílias
judaicas, muitos pais regiam suas famílias com uma autoridade rígida e
dominadora, daí, a recomendação para que os pais crentes não ‘provoquem’ seus
filhos. Os desejos e o bem-estar de suas mulheres e de seus filhos eram
raramente levados em consideração. O apóstolo deixou claro que a autoridade do
pai cristão sobre seus filhos não permite exigências e restrições absurdas que
poderiam levar seus filhos à ira, ao desespero e ao ressentimento, disciplina e
admoestação do Senhor. É uma intimação para a disciplina e a instrução
sistemáticas, fazendo com que os filhos respeitem os mandamentos do Senhor como
a base de toda a vida, da piedade e da bênção (Pv 13.24; Hb 12.5-11).
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
“A
monogamia foi instituída pelo Criador, porém a poligamia foi criada pelos
homens. O primeiro polígamo da história foi Lameque (Gn 4.19). A declaração
bíblica ‘e apegar-se-á à sua mulher’ (Gn 2.24) fala da monogamia, isto é, o
princípio do casamento de um homem com uma única mulher e vice-versa. [...] O
Novo Testamento restabeleceu o princípio monogâmico original da criação (Mt
19.5; 1 Co 7.2; 1 Tm 3.2).
Jesus
disse que, se uma mulher casada for de outro homem, comete adultério contra o
seu marido, se ele estiver vivo; e da mesma forma o marido, se for de outra
mulher, comete adultério contra a sua mulher, se ela estiver viva (Mc
10.11,12). Jesus foi mais profundo, cortando o mal pela raiz, pela causa, e não
pelo efeito. Ele declarou: ‘Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás
adultério. Eu porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a
cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela’ (Mt 5.27,28).
É verdade que nem
sempre podemos impedir que as aves pousem em nossa cabeça, mas podemos impedir
que ali façam ninhos. Ninguém está livre de ser sobressaltado por pensamentos pecaminosos,
mas qualquer cristão pode perfeitamente impedir que esses pensamentos sejam
cultivados (Cl 3.1-5)” (SOARES, Esequias. Casamento, Divórcio & Sexo à Luz
da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.16-17).
III. A FAMÍIA CRISTÃ SOB ATAQUE
1. O ataque do Estado materialista. De um modo geral, os países são governados por homens
materialistas e indiferentes ao bem comum. Muitos governantes tornam-se agentes
do Diabo, visando a destruição da família e da Igreja de Cristo.
Por essa razão, temos de usar estratégias poderosas
para vencer os ataques do Maligno: a valorização da Palavra de Deus no lar, o
culto doméstico, a leitura de boa e comprovada literatura cristã e a constante
vigilância e prática da oração. Que a Palavra de Deus norteie o nosso lar (Dt
11.18-21)!
“Paulo, o apóstolo, anteviu o que hoje vivemos
como realidade neste novo milênio: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias
sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos,
avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães,
ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados,
orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus…” (2 Tm 3:1-4).
Seria ingenuidade ou ignorância fazermos de conta de que não existe crise e que
tudo está indo muito bem. Podemos alterar este quadro, que caracteriza o novo
milênio em relação à família, através de um avivamento da parte Deus, e isso
não é automático, precisa ser buscado. “E se o meu povo, que se chama pelo meu
nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus
caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a
sua terra” (2 Cr. 7:14). Não se conformar com o modelo oferecido pelo “deus
deste século” (Rm 12:2; 2 Co 4:4) A palavra conformar significa tomar a forma,
se amoldar. O que Paulo disse a Timóteo serve para todos aqueles que acreditam
na família como projeto de Deus. “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste…”
(1 Tm 3:14a) Preservar os princípios de Deus, estabelecidos em Sua Palavra para
a família, é edificar a casa sobre a rocha (Mt 7:24,25). Pode haver as mudanças
que houver, Jesus garantiu, este projeto é à prova de tempestade, não cai.
Devemos celebrar as famílias e os casamentos que alcançaram sucesso no Senhor
Jesus, como resposta aos modelos distorcidos de família. Essa iniciativa do
povo de Deus, de afirmar o modelo bíblico de família como ideal divino, pode
motivar ainda mais os relacionamentos sadios e encher de esperança tantos
outros que estão lutando para superar as crises, porque acreditam na família
como Deus a projetou. Quando honramos a Deus, não abrindo mão de princípios,
Ele nos honra diante dos homens, manifestando sua vitória em nossas vidas. Com
todo respeito que temos pelos que foram vítimas de uma separação conjugal,
precisamos proclamar sempre que “Deus contínua odiando o divórcio” (Ml 2)”
(AMOFAMILIA)
2. O ataque da famigerada Ideologia de Gênero. Engenheiros sociais modernos trabalham pela desconstrução da
família criada por Deus. Karl Marx, um dos teóricos fundadores da doutrina
comunista, disse que a família deveria ser abolida.
Dessa forma, o Diabo usa a “famigerada ideologia de
gênero” para abolir os princípios que Deus estabeleceu para a família. Segundo
essa diabólica ideologia, ninguém nasce com sexo determinado. A criança não
nasce macho nem fêmea, pois ela “se torna homem ou mulher” por meio da
construção social. Assim, quem constrói o sexo masculino e feminino é a
sociedade. Esse é o maior ataque aos princípios de Deus para a família e para a
identidade natural da pessoa (Gn 1.27,28).
"Os comunistas desprezam esconder suas
opiniões e objetivos", declarou Marx no Manifesto Comunista. Eles
declaram abertamente que seus objetivos só podem ser obtidos com a derrubada
das condições sociais existentes. Que as classes predominantes tremam com a
revolução comunista. Como pode um cristão genuíno ser de esquerda e/ou
concordar com seus pensadores? Marx admite que a destruição da família é um
tópico espinhoso, mesmo para os revolucionários. "Abolição da família!
Mesmo os mais radicais discutem essa proposta dos comunistas", ele
escreve. Mas ele diz que os oponentes dessa ideia não conseguem ver algo
essencial sobre a família. "A família burguesa é fundada sobre o que? O
capital, o ganho privado. Em sua forma mais desenvolvida, a família só existe
entre os burgueses", ele escreve. Mais do que tudo, abolir a família
seria relativamente fácil depois da abolição da propriedade. "A família
burguesa vai desaparecer aos poucos até seu desaparecimento completo, assim
como o capital".
“A "ideologia de gênero" é uma
expressão usada pelos críticos da ideia de que os gêneros são, na realidade, construções
sociais. Para os defensores desta "ideologia", não existe apenas o
gênero masculino e feminino, mas um espectro que pode ser muito mais amplo do
que a identificação somente com masculino e feminino” (SIGNIFICADOS).
A “ideologia de gênero” é uma expressão usada pelos
críticos da ideia de que os gêneros são, na realidade, construções sociais.
Para os defensores desta “ideologia”, não existe apenas o gênero “masculino” e
“feminino”, mas um espectro que pode ser livremente escolhido pelo indivíduo. A
pessoa pode escolher ser qualquer coisa. “Somos de certa forma o
resultado daquilo que vemos e ouvimos. Não é exagero afirmar que a mídia
televisiva tem sido responsável pela desestruturação da família ao redor do
planeta. Os programas de maior audiência no Brasil exaltam tudo aquilo que
compromete o bem-estar da família e incentiva tudo o que a Bíblia, como Palavra
de Deus, condena: adultério, prostituição, homossexualismo, uso de drogas,
violência, pornografia, ocultismo, satanismo, feiticismo etc. Jesus disse que o
ladrão (o diabo) vem para roubar, matar e destruir (Jo 10:10). Muitos, por
estarem tão distraídos com este tipo de entretenimento, não percebem a ação
sutil desse ladrão, que chega e rouba, mata e destrói o relacionamento. Neste
novo milênio, cada vez mais a luta pela audiência levará os dirigentes dos
meios de comunicação a extrapolar os limites, desrespeitando crianças,
adolescentes, jovens, adultos, velhos etc. As famílias cristãs, em meio à está
decadência e disseminação do mal, precisam assumir a postura de quem é
“vocacionado para ser o sal da terra e luz do mundo” (Mt 5:13,14). Assim diz o
Senhor a todas as famílias que desejam fazer a diferença neste novo milênio:
“Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em
coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis meus filhos e
filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso. Tendo, pois, ó amados, tais promessas,
purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne, como do espírito,
aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (2 Co 6.17,18; 7.1)” (AMOFAMILIA)
3. Um ataque a Deus e à ciência. Ao ensinar que ninguém nasce “homem” ou “mulher”, os engenheiros sociais
procuram destruir a identidade natural e biológica do ser humano. E também
ignoram por completo que Deus criou o “homem” e a “mulher” (Gn 1.26,27).
Essa teoria, além de ser um ataque frontal a Deus,
também é uma violência à Ciência. A Biologia define uma pessoa masculina por
causa de seu aparelho reprodutor masculino. Ou seja, há hormônios masculinos,
marcadores biológicos e cromossomos igualmente masculinos. Assim também dá-se
em relação à mulher, pois ela é definida por causa de seu aparelho reprodutor
feminino. Logo, ela tem hormônios femininos, sua genética possui os cromossomos
XX que marcam a identidade feminina. Tais conhecimentos são elementares e estão
ao alcance de todos, facultando à família cristã rebater seguramente esse
pensamento.
Depois de surgir com destaque em 2014 nos debates
envolvendo a elaboração do Plano Nacional de Educação (PNE), o termo “gênero”
voltou aos holofotes no Brasil. Já estamos habituados com a grande discussão
acerca da ideologia de gênero, mas não existe uma discussão acerca de sua
origem. O termo GÊNERO, com conotação política e manipulação linguística,
apareceu pela primeira vez na Conferência sobre as Mulheres (1995), em Pequim.
“Teóricos da “ideologia de gênero” afirmam que
ninguém nasce homem ou mulher, mas que cada indivíduo deve construir sua
própria identidade, isto é, seu gênero, ao longo da vida. “Homem” e “mulher”,
portanto, seriam apenas papéis sociais flexíveis, que cada um representaria
como e quando quisesse, independentemente do que a biologia determine como
tendências masculinas e femininas”. (O que é “ideologia de
gênero”? Disponível em: Gazeta do Povo; http://www.gazetadopovo.com.br/ideias/o-que-e-ideologia-de-genero-0zo80gzpwbxg0qrmwp03wppl1.
Acesso em:30 mar, 2018)
Shulamith Firestone, em seu livro The Dialectic of
Sex (A dialética do sexo), de 1970, diz: “O objetivo definitivo da revolução
feminista deve ser (…) não apenas acabar com o privilégio masculino, mas também
com a distinção entre os sexos. (…) assim como o objetivo da revolução
socialista era não apenas acabar com os privilégios da classe econômica, mas
também com a própria distinção que existia entre as diferentes classes
econômicas”.
“A ideologia de gênero está sustentada e
embasada nas ideias marxistas. Karl Marx, no século XIX, deixou inúmeros
artigos e anotações sobre a origem da Família e da propriedade privada. Dessas
anotações derivou um livro chamado A Origem da Família, da Propriedade Privada
e do Estado, o qual foi organizado e complementado por Friedrich Engels̶ o
burguês que sustentou Karl Marx até os seus últimos dias de vida. Marx dizia
que não adiantava expropriar os meios de produção dos capitalistas se a
instituição opressora que nutria o capitalismo ainda estava intacta, isto é, a
Família Natural (homem, mulher e filhos). De acordo com Engels (1884, p.
70-71): “O primeiro antagonismo de classes que apareceu na história coincide
com o antagonismo entre o homem e a mulher na monogamia; e a primeira opressão
de classes, com a opressão do sexo feminino pelo masculino”. O tal livro foi
publicado em Zurique, no ano de 1884. Décadas se passaram até que as feministas
marxistas, na década de 1960, resolveram realizar estudos acadêmicos e não
acadêmicos embasados nas ideias de Marx (a luta de classes passou a ser luta
dos sexos).” (João Barbosa Soares Júnior – (Licenciatura em
Geografia UNIFAP); A origem da ideologia de gênero. Disponível em: http://vozdametropole.com.br/a-origem-da-ideologia-de-genero/. Acesso em: 30 mar, 2018)
Tentaram programar uma política de destruição da
família tradicional na extinta União Soviética, porém, sem sucesso. Os
defensores desta ideia se inclinaram para as ideias de Leon Trótsky, que
afirmou: “é impossível destruir a família, mas é possível substituí-la por
alguma outra coisa”. Este programa de ‘transformação’ da família
tradicional apareceu aos poucos e evidenciou-se com os estudos da teoria
crítica dos membros da famosa Escola de Frankfurt (a autoridade da família
deveria ser desconstruída, desfeita, desmontada).
O que estamos presenciando hoje, é a implementação
desse programa nefasto, de origem esquerdista; seus defensores agem
silenciosamente e em todos os meios disponíveis para disseminar este
‘ideal’ Trótskyssista, custe o que custar, numa descarada afronta
aos valores judaico-cristãos, sob a falsa égide de ajudar a diminuir o
preconceito e promover uma futura sociedade com igualdade entre as pessoas. Em
todas as épocas o cristão encontrou forte oposição em ideias contrárias aos
seus valores, mas nunca houve um inimigo tão perspicaz, afrontador e perigoso
como esta política da ideologia de gênero.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
“COMO REALMENTE INFLUENCIAR A SOCIEDADE
A
esse respeito, criar filhos – não a política, não a sala de aula, não o laboratório,
nem mesmo o púlpito – é o lugar da maior influência. Supor o contrário é ser
cativo da ilusão secular atrofiada. Devemos entender que é através da família
cristã que a graça de Deus, uma visão de Deus, os erros do mundo e um caráter
cristão são mais poderosamente transmitidos.
No
Antigo Testamento, quando Deus escolheu guiar o seu povo, a Bíblia
repetidamente indica que Ele procurou uma pessoa (veja Is 50.2,10; 59.16; 63.5;
Jr 5.1; Ez 22.30). Um único indivíduo santificado pode fazer toda a diferença
neste mundo. Não devemos sucumbir à matemática enganosa do pensamento mundano,
que considera que a dedicação da vida de uma pessoa a umas poucas pessoas que
não são amplamente conhecidas no mundo (no caso, os membros de nossa família) seja
um desperdício escandaloso de seu potencial. Pais, não abandonem o seu lugar de
influência. [...] Acredite” (HUGHES, Barbara; Kent. Disciplinas da Família
Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.20).
CONCLUSÃO
Só há uma maneira de preservar a família da
destruição espiritual e moral dos tempos atuais: criando-a de acordo com a Lei
de Deus. Noé salvou sua família da destruição porque a criou segundo a Palavra
de Deus (Gn 7.1). Josué também tomou posição ao lado de Deus com a sua família.
Diante dos desvios do povo, sua declaração é solene e exemplar: “escolhei hoje
a quem sirvais: […] porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js
24.15). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição
4, 28 julho, 2019]
A família tradicional é uma herança da civilização
ocidental. O encontro entre o Cristianismo (ética judaico-cristã), a filosofia
grega e o direito romano delineou e modernizou a mais antiga instituição que
remonta a criação divina: a família. Há forças no mundo contemporâneo que têm
interesses em desestabilizar o conceito tradicional de família, pois fazendo
isso, ataca o coração dos valores éticos do Ocidente, por consequência, a
derrubada da fé cristã para colocar em seu lugar uma ideologia que todos
sabemos no que dará. Quando alguém afirma que a masculinidade e a feminilidade
não são naturais (ignorando até a própria biologia), mas construída socialmente
ao longo da história, é isso que está em jogo. Nunca houve na história do mundo
um ataque tão frontal aos fundamentos da família. Um assunto urgente que merece
nossa atenção e estudo!
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br