sexta-feira, 28 de setembro de 2018

LIÇÃO 14: ENTRE A PÁSCOA E O PENTECOSTES



SUBSÍDIO I

Princípios de um Autêntico Avivamento

Se você me perguntar qual o maior avivamento da história da Igreja Cristã, responder-lhe-ei que é o pentecostal. Não quero, com a minha resposta, desmerecer a reforma de Lutero, na Alemanha, ou a iniciativa de John Wesley, na Inglaterra.
Todavia, quando comparo ambos os movimentos ao pentecostal, vejo-me obrigado a reconhecer que este é maior e mais abrangente do que aqueles. Mas reconheço, igualmente, que sem o labor de Lutero e Wesley, nossos pais-fundadores, Daniel Berg e Gunnar Vingren, nada poderiam ter feito. No Reino de Deus, há uma santa e desejável interdependência. Todos dependemos de todos. Em meio a essas considerações, procuremos uma definição de avivamento.

O que é o avivamento

Quando nos propomos a definir o avivamento de acordo com a história e a tradição da Igreja Cristã, deparamo-nos, logo de início, com um incômodo problema de nomenclatura e semântica. Afinal, a palavra certa é “avivamento” ou “reavivamento”? Costumamos usá-las invariavelmente; temo-las por sinônimos. Todavia, há uma diferença substancial entre ambas.
Avivamento diz respeito a um organismo que, embora não esteja morto, ainda precisa experimentar a vida em sua plenitude. Foi o caso dos discípulos de Cristo. Antes do Pentecostes, não estavam mortos; tinham já o Espírito Santo a dirigir-lhes, inclusive, a escolha do sucessor de Judas Iscariotes. O próprio Jesus já havia assoprado, neles, a promessa do Consolador: “Recebei o Espírito Santo” (Jo 20.22).
Conquanto já vivessem eles como apóstolos e discípulos de Jesus, não haviam sido avivados, pelo Espírito Santo, como Igreja de Cristo. Isso só haveria de acontecer no Dia de Pentecostes, em Jerusalém, conforme o relato de Lucas, no capítulo dois de Atos.
O reavivamento, por seu turno, concerne à igreja que, em consequência de seus pecados e iniquidades, morreu organicamente e, agora, já começa a falecer como organização. Haja vista o ocorrido com a congregação de Sardes, a qual o Senhor Jesus endereça uma carta sobrecarregada de urgências: “Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. Sê vigilante e consolida o resto que estava para morrer, porque não tenho achado íntegras as tuas obras na presença do meu Deus” (Ap 3.1,2, ARA).
Essa igreja, sim, necessitava urgentemente de um reavivamento espiritual, porque sobrevivia apenas no âmbito material. O que a tornava visível era a sua burocracia, membresia e clero.
Na morte de uma igreja, desaparece o ministério e surge o clero; os membros do corpo de Cristo fazem-se logo membresia e clientela; o que era obrigação espiritual desponta, agora, como burocracia pesada e custosa; o que era esperança cristã transforma-se numa mera agenda social e política. Uma igreja, nessas condições, precisa, sim, de um urgente reavivamento.
Portanto, o avivamento coube à Igreja Cristã que, no dia de Pentecostes, passou a viver na força e no poder do Espírito Santo. Ela foi avivada e não reavivada, pois não estava morta; apenas não havia nascido. Quanto ao reavivamento, cabe a igrejas e congregações como a de Sardes que, apesar de já terem experimentado a vida em Cristo, deixaram-se morrer espiritual e ministerialmente. Tais rebanhos carecem de um reavivamento poderoso, para que voltem à vida. Caso contrário, morrerão; logo estarão a cheirar mal.
Embora haja diferenças entre os termos “avivamento” e “reavivamento” podemos, teologicamente, usar um pelo outro, a fim de descrever o movimento do Espírito Santo numa igreja local, objetivando levá-la a experimentar novamente a vida que somente Jesus Cristo pode nos dar.
Portanto, o avivamento ou reavivamento, é a operação sobrenatural do Espírito Santo, na Igreja de Cristo, cujo principal objetivo é reconduzi-la à sua condição primordial de corpo espiritual do Filho de Deus. Essa ação do Espírito Santo só é possível por intermédio destes fatores: retorno à Palavra de Deus, à oração, à santidade, à comunhão e ao serviço cristão.


ANDRADE, Claudionor de. Adoração, Santidade e Serviço: Os Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

Na última lição deste trimestre, veremos que, das festividades do Antigo Testamento, as duas mais emblemáticas para o crente em Jesus Cristo são a Páscoa e o Pentecostes. Tendo em vista esses dois marcos da verdadeira fé, afirmou o evangelista norte-americano Stanley Jones (1884-1973): “A vida do cristão começa no Calvário, mas o trabalho eficiente no Pentecostes”. Sem a Páscoa não pode haver Pentecostes. E, sem o Pentecostes, a Páscoa perde a sua eficácia. Isso significa que duas são as experiências indispensáveis ao discípulo de Jesus: a salvação e o batismo com o Espírito Santo. Através do Evangelho completo, podemos reviver a experiência da Igreja Primitiva, que apregoava ousadamente que Jesus Cristo salva, batiza com o Espírito Santo, cura as enfermidades, opera sinais e maravilhas e, em breve, virá nos buscar.
No Antigo Testamento encontramos três festas: a Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou Asmos; a Festa das Colheitas ou Semanas que, a partir do domínio Grego, recebeu o nome de Pentecostes, cujo significado é cinquenta dias depois (da Páscoa); e a festa dos Tabernáculos ou Cabanas (Ex 23.14-17; 34.18-23). Desde que Israel partiu do Egito em cerca de 1445 a.C., o povo hebreu (posteriormente chamado “judeus”) celebra a Páscoa todos os anos, na primavera (em data aproximada da sexta-feira santa). No Antigo Testamento podemos ver tipos e figuras de Cristo sendo morto, como no animal que Deus mata para fazer as vestes de peles para Adão e sua mulher, nos milhões de animais sacrificados ao longo da história de Israel e no cordeiro pascal; todos são apenas figuras ou sombras do Cordeiro que viria. Quando Jesus é chamado de Cordeiro de Deus em João 1.29 e 36, é uma referência ao fato de que Ele é o sacrifício perfeito e definitivo pelo pecado. Para podermos compreender quem Cristo era e o que Ele fez, precisamos começar no Velho Testamento, onde encontramos as profecias sobre a vinda de Cristo como “expiação do pecado” (Is 53.10). Na verdade, o sistema de sacrifícios estabelecido por Deus no Velho Testamento preparou o terreno para a vinda de Jesus Cristo – o perfeito sacrifício que Deus providenciou como expiação pelos pecados de Seu povo (Rm 8.3; Hb 10). Na verdade, o sacrifício do cordeiro da páscoa e o processo de marcar com sangue as ombreiras e as vergas da porta das casas para o anjo da morte passar pelas pessoas que estavam “cobertas pelo sangue” (Êx 12.11-13) é um lindo retrato do trabalho expiatório de Cristo na cruz.

I. CRISTO, NOSSA PÁSCOA
                                
Tanto para os cristãos quanto para os judeus, a Páscoa é considerada a primeira grande festa da Bíblia Sagrada. Se, por um lado, celebra a libertação nacional de Israel; por outro, simboliza a redenção humana através de Jesus Cristo.
No antigo Israel encontramos três grandes festas de peregrinação: a Páscoa (ou festa dos pães ázimos), o Pentecostes  (ou festa das semanas) e Tabernáculos (ou festa das tendas).

1. Definição. A palavra “páscoa” origina-se do vocábulo hebraico pesah que, etimológica e tipologicamente, pode ser definida como a passagem da escravidão à liberdade. Essa interpretação cabe tanto à nação hebreia como ao crente em Jesus Cristo. Conhecida também como a festa dos pães ázimos, a Páscoa é a mais importante festividade da Bíblia Sagrada, porque marca a primeira aliança formal entre Deus e o seu povo (Êx 24.7,8).  
Muito se discute a respeito da palavra hebraica pessah (pronuncia-se pessar). Sua etimologia normalmente é buscada na palavra passah (saltar, pular). Há quem sugira ligação com o acádio pašâhu (acalmar, apaziguar). Outros defendem que seja a transcrição de uma palavra egípcia que significa “golpe”, uma referência a décima praga (em Ex 1,1 é dito que Yahweh desferirá “ainda mais um golpe sobre Faraó”).

2. Cerimônia pascoal. No capítulo 12 de Êxodo, a cerimônia pascoal é detalhada com rígidas recomendações, a fim de que os hebreus jamais se esquecessem de seu real significado (Êx 12.12). No décimo dia do primeiro mês, cada família hebreia tomava um cordeiro, ou cabrito, macho de um ano e sem defeito, para imolá-lo no décimo quarto dia (Êx 12.6). O sacrifício deveria ser comido reverentemente com pães ázimos e ervas amargas (Êx 12.8). 
Falar de origem da Páscoa é entrar no campo das suposições, pois não há dados suficientes que ajudam a esclarecer sobre essa celebração no período pré-mosaico. Todavia, os textos do Antigo Testamento fornecem indicações que a Páscoa, em suas origens, foi um ritual ou cerimônia que incluía as seguintes características:
a) O ritual era realizado no seio da família ou clã; não tinha altares, santuários e sacerdotes ou qualquer influência do culto oficial;
b) Era celebrado por pastores nômades ou seminômades;
c) O ato central desse ritual era o sacrifício de um jovem animal do rebanho de cabras ovelhas;
d) A cerimônia ocorria no fim da primavera e início do verão (mês de abril), numa noite de lua cheia;
e) O ritual da celebração pascal incluía as seguintes etapas:
- Retirava-se o sangue do animal,
- Ungia a entrada das cabanas com o sangue do animal,
- Assava a carne do animal,
- Com a carne assada, fazia um grande banquete para a família reunida,
- O banquete oferecido incluía a presença de pães ázimos ou asmos, ervas amargas nascidas no deserto,
- A celebração da Páscoa exigia dos participantes desse ritual as seguintes
posturas:
Ter uma atitude de marcha e pressa,
Usar vestimenta para viagem,
Ter as vestes amarradas na cintura,
Atar as sandálias nos pés,
Ter o cajado de pastor na mão.
f) Parece que o objetivo dessa cerimônia era pedir proteção divina, para a família e o seu rebanho de animais menores contra o exterminador (no hebraico, maxehit - Ex 12.13, 23) ou saqueador, bando de destruição (1 Sm 13.17; 14.15; Pr 18.9). O exterminador maxehit pode ser qualquer tipo de agressor, desgraça, enfermidade, peste ou acidente que poderia ocorrer com qualquer membro da família ou os seus animais.
g) Provavelmente, esse ritual foi celebrado por Abraão, Isaac e Jacó, pois eles eram pastores. A cada ano, na primavera, quando o vento quente do deserto, anunciando o verão, atingia e queimava as parcas pastagens das ovelhas, os pastores, suas famílias, bem como os seus rebanhos eram obrigados a buscar outros lugares para dar de comer as suas ovelhas”. (PORTAL METODISTA)

3. Simbologia. Como já dissemos, a Páscoa simboliza tanto a redenção de Israel como a dos gentios, pois, através de Jesus Cristo, ambos os povos fizeram-se um (1 Co 12.13). Eis por que o Senhor Jesus foi identificado, desde o início de seu ministério, como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29,36; Ap 5.6). Ele é o sacrifício dos sacrifícios. A simbologia redentora da Páscoa ganha vida e expressão na celebração da Santa Ceia (1 Co 11.23-31). Levemos em conta, também, que o Senhor Jesus foi crucificado durante a celebração pascal (Mt 26.2). Ele é o nosso Cordeiro Pascal (1 Co 5.7). 
A Páscoa judaica foi estabelecida por Deus enquanto o povo de Israel ainda vivia no Egito em comemoração ao livramento dos seus primogênitos através do sangue do cordeiro passado nos umbrais das portas dos israelitas. (Êx 12.27). “Celebrar a Páscoa é resgatar os atos salvíficos de Deus no passado, acreditando que Ele possa fazer o mesmo, entre nós, no dia de hoje. A memória do passado salvífico - seja da libertação no Egito, seja da vida e obra de Jesus Cristo - restaura as forças dos/as crentes celebrantes para o testemunho”. (PORTAL METODISTA). Para os cristãos, a Páscoa representa a Ressurreição de Cristo. Para os judeus, representa a libertação da escravidão, do que decorre que ambas culturas celebram a esperança e o surgimento da nova vida.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
                               
Professor(a), para iniciar o primeiro tópico da lição faça a seguinte indagação: “O que significa a palavra Páscoa?” Ouça os alunos com atenção e explique que significa “passar por”. Utilizando o quadro abaixo, explique o significado dessa celebração para os egípcios, judeus e cristãos. Conclua enfatizando que a Páscoa nos fala do sacrifício de Cristo, nosso Cordeiro Pascal.

II. O PENTECOSTES, A FESTA DAS PRIMÍCIAS

Sem a Páscoa não pode haver Pentecostes. Isto significa que, sem a experiência pascal, as primícias não têm qualquer significado diante de Deus. O sangue do Cordeiro é imprescindível à nossa redenção (Hb 10.18).
1. Definição. A festa de Pentecostes, celebrada 50 dias após a Páscoa, recebe as seguintes designações: festa das colheitas, das semanas, das primícias (Êx 34.22,26). Enquanto a Páscoa era uma cerimônia doméstica, o Pentecostes era uma celebração pública, na qual toda a nação louvava a Deus por sua suficiência; era também o momento de se exercer a misericórdia e o serviço social (Dt 16.10; Rt 2.1-3). 
Pentecostes não é o nome próprio da segunda festa do antigo calendário bíblico, no Antigo Testamento (Ex 23.14-17; 34.18-23). Originalmente, essa festa é referida com vários nomes:
    Festa da Colheita ou Sega - no hebraico hag haqasir. Por se tratar de uma colheita de grãos, trigo e cevada, essa festa ganhou esse segundo nome. Provavelmente, hag haqasir Festa da Colheita é o nome original (Ex 23.16).
    Festa das Semanas - no hebraico, hag xabu´ot. A razão desse nome está no período de duração dessa celebração: sete semanas. O início da festa se dá, cinqüenta dias depois da Páscoa, com a colheita da cevada; o encerramento acontece com a colheita do trigo (Dt 34.22; Nm 28.26; Dt 16.10).
    Dia das Primícias dos Frutos - no hebraico yom habikurim. Este nome tem sua razão de ser na entrega de uma oferta voluntária, a Deus, dos primeiros frutos da terra colhidos naquela sega (Nm 28.26). Provavelmente, a oferta das primícias acontecia em cada uma das três tradicionais festas do antigo calendário bíblico. Na primeira, Páscoa, entregava-se uma ovelha nascida naquele ano; na segunda, Colheita ou Semanas, entregava-se uma porção dos primeiros grãos colhidos; e, finalmente, na terceira festa, Tabernáculos ou Cabanas, o povo oferecia os primeiros frutos da colheita de frutas, como uva, tâmara e figo, especialmente.
    Festa de Pentecostes. As razões deste novo nome são várias: (a) nos últimos trezentos anos do período do Antigo Testamento, os gregos assumiram o controle do mundo, impondo sua língua, que se tornou muito popular entre os judeus. Os nomes hebraicos - hag haqasir e hag xabu´ot - perderam as suas atualidades e foram substituídos pela denominação Pentecostes, cujo significado é cinqüenta dias depois (da Páscoa). Como o Império Grego assumiu o controle do mundo, em 331 anos antes de Jesus, é provável que o nome Pentecostes ganhou popularidade a partir desse período.” (‘A festa de Pentecostes no Antigo Testamento’. Estudo produzido pelo prof. Tércio Machado Siqueira, professor de Antigo Testamento da FaTeo. Disponível em: http://portal.metodista.br/fateo/materiais-de-apoio/estudos-biblicos/a-festa-de-pentecostes-no-antigo-testamento. Acesso em: 24 Set, 2018)

2. O cerimonial. Em santa convocação, na qual todos deveriam apresentar-se a Deus de forma jubilosa, Israel apresentava a Deus as primícias de suas colheitas (Dt 16.11). A cerimônia tinha início no exato instante em que a foice punha-se a ceifar a seara (Lv 23.21; Dt 16.9). No momento mais solene, o adorador “movia o molho perante o Senhor” (Lv 23.11). 
Enquanto a Páscoa era uma festa caseira, Colheita ou Semanas ou Pentecostes era uma celebração agrícola, originalmente, realizada na roça, no lugar onde se cultivava o trigo e a cevada, entre outros produtos agrícolas. Posteriormente, essa celebração foi levada para os lugares de culto, particularmente, o Templo de Jerusalém. Os muitos relatos bíblicos não revelam, com clareza, a ordem do culto, mas é possível levantar alguns passos dessa liturgia:
    a cerimônia começava quando a foice era lançada contra as espigas (Dt 16.9). É bom lembrar que deveria ser respeitada a recomendação do direito de respigar dos pobres e estrangeiros (Lv 23.22; Dt 16.11);
    a cerimônia prosseguia com a peregrinação para o local de culto (Ex 23.17);
   o terceiro momento da festa era a reunião de todo o povo trabalhador com suas famílias, amigos e os estrangeiros (Dt 16.11). Essa cerimônia era chamada de "Santa Convocação" (Lv 23.21). Ninguém poderia trabalhar durante aqueles dias, pois eram considerados um período de solene alegria e ação de graças pela proteção e cuidado de Deus (Lv 23.21);
    no local da cerimônia, o feixe de trigo ou cevada era apresentado como oferta a Deus, o Doador da terra e a Fonte de todo bem (Lv 23.11).
    Os celebrantes alimentavam-se de parte das ofertas trazidas pelos agricultores;
    As sete semanas de festa incluíam outros objetivos, além da ação de graças pelos dons da terra: reforçar a memória da libertação da escravidão no Egito e o cuidado com a obediência aos estatutos divinos (Dt 16.12).
Observação: Era ilegal usufruir da nova produção da roça, antes do cerimonial da Festa das Colheitas (Lv 23.14).” (‘A festa de Pentecostes no Antigo Testamento’. Estudo produzido pelo prof. Tércio Machado Siqueira, professor de Antigo Testamento da FaTeo. Disponível em: http://portal.metodista.br/fateo/materiais-de-apoio/estudos-biblicos/a-festa-de-pentecostes-no-antigo-testamento. Acesso em: 24 Set, 2018)

3. A simbologia. Para nós, pentecostais, as primícias representam as almas que, através do evangelismo e das missões, apresentamos ao Senhor Jesus Cristo. Aliás, Ele mesmo comparou o ganhar almas ao semear e ao ceifar (Mt 13.1-8,37; Jo 4.35). 
O Pentecostes foi a primeira vez que os discípulos receberam o Espírito Santo e pregaram o evangelho completo. Também marcou o início da expansão da igreja, que continua até hoje. O Pentecostes no Velho Testamento era um símbolo apontando para o Pentecostes do Novo Testamento. Naquele dia, os discípulos fizeram a primeira grande “colheita” do evangelho (At 2.40-41). Também nesse dia foi anunciado aos judeus a nova Lei de Deus: a lei da graça a da salvação em Jesus.” (O que Respondi. Disponível em: https://www.respostas.com.br/o-que-e-o-pentecostes/. Acesso em: 24 Set, 2018)

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“Pentecostes Pentecostes era a segunda das três grandes festas de Israel (Dt 16.16). A palavra grega Pentecostes (pentkostes) significa ‘quinquagésimo’, referindo-se ao quinquagésimo dia depois da oferta de manjares durante a Festa dos Pães Asmos. Outro título pelo qual esta festa é conhecida é a Festa das Semanas, que se refere a sete semanas após a oferta das primícias; a Festa da Colheita (Êx 23.16), referindo-se à conclusão das colheitas de grãos; o dia das primícias (Nm 28.26), falando das primícias de uma colheita terminada, e mais tarde os judeus a chamaram solenemente de assembleia, que foi aplicado ao encerramento da festa da estação da colheita. Embora as Escrituras não afirmem especificamente seu significado histórico, elas parecem indicar basicamente uma festa da colheita. A hora avaliada do Pentecostes é o quinquagésimo dia ‘no dia imediato ao sábado’ ou ‘ao seguinte dia do sábado’ (Lv 23.11,15), uma sentença que é cronologicamente problemática. Na época das primícias, os israelitas trariam ao sacerdote seus primeiros frutos, e ele os ofereceria ao Senhor agitando os molhos (Lv 23.9-14; Nm 18.12,13; Dt 26). Esta parece ter sido uma oferta de gratidão antecipada pela bênção que o Senhor concederia às colheitas. No Pentecostes, 50 dias depois das primícias, o sacerdote tomaria um molho das primícias da sega, e dois pães levedados, e os moveria perante o Senhor. Isto marcaria o final da colheita. As outras cerimônias ligadas a esta festa estão descritas em Levítico 23.15-22. Em Números 28.26, o Pentecostes é chamado tanto de Festa das Semanas como de Festa das Primícias. Esta Festa das Primícias não deve ser confundida com as primícias oferecidas durante os dias dos pães asmos” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, pp. 1500,1501).

III. O DIA DE PENTECOSTES

Se o Senhor Jesus Cristo não tivesse sido imolado como o nosso Cordeiro Pascal, aquele dia de Pentecostes, em Jerusalém, não teria qualquer sentido para nós, gentios. Todavia, a Páscoa de Cristo tornou real o Pentecostes do Espírito.
1. Cristo, o Cordeiro Pascal. O Senhor Jesus foi crucificado durante a Páscoa (Mt 26.2). Mas, ao terceiro dia, eis que Ele ressurgiu de entre os mortos, recebendo toda a autoridade nos céus e na terra (Mt 28.1-8). Ele é as primícias dos mortos, por ser Ele mesmo a ressurreição e a vida (Jo 11.25; 1 Co 15.20-23). Já ressurreto e prestes a ascender ao céu, o Senhor Jesus prediz a grande colheita que viria através da descida do Espírito Santo (At 1.8). Portanto, os discípulos deveriam esperar em Jerusalém a chegada do Consolador (Lc 24.49). 
Há uma relação direta entre a Páscoa celebrada pelos judeus no Egito e a consumação da obra de Cristo. No Egito, Deus ordenou que seu povo sacrificasse um cordeiro e que marcasse a porta de suas casas com o seu sangue. Desse modo, Deus os livraria da morte (Êx 12). Hoje, através do sangue de Jesus Cristo derramado na cruz, nós também somos livrados da morte. Deus, ao “passar por cima”, vê sobre nós o sangue de seu Filho perfeito (Cl 1.20), de modo que nenhuma condenação há sobre nós (Rm 8.1).

2. O Pentecostes do Espírito Santo. Passados cinquenta dias, desde a morte de Cristo, ocorrida na Páscoa, eis que os discípulos recebem o Espírito Santo em pleno dia de Pentecostes (At 2.1-4). Cheios do Espírito, falaram noutras línguas, enunciando aos peregrinos que visitavam Jerusalém, as grandezas de Deus (At 2.7-11).
Nesta festa dois pães eram trazidos para oferta de movimento. Esta festa tem o seu cumprimento na história humana no dia de Pentecostes com o derramamento do Espírito Santo sobre a Igreja, no seu início. Os dois pães apresentados são um simbolismo dos judeus e gentios, que são unidos através do Espírito Santo para formarem a Igreja do Senhor. Esta era uma festa de agradecimento a Deus pelo início da colheita do trigo.

3. As primícias da Igreja Cristã. Nesse momento, levanta-se Pedro com os demais apóstolos e proclama o Evangelho de Cristo. E, como resultado de sua mensagem, quase três mil pessoas convertem-se (At 2.41). Dessa forma, as primícias da Igreja Primitiva são apresentadas a Deus Pai. 
“Enquanto todos os apóstolos pregaram naquele dia (veja 2:4,7,15,37), temos o relato somente da mensagem de Pedro
- Ele explicou o sinal das línguas como cumprimento da profecia de Joel (2:14-21)
- Ele negou a acusação de que eles estavam embriagados
- Ele disse que estava sendo cumprida a profecia de Joel sobre o derramamento do Espírito Santo (veja Joel 2:28-32)
Deus prometeu, através de Joel, derramar seu Espírito sobre toda a carne, revelando sua vontade por profecias e visões
Ele predisse sinais de julgamento (sangue, fogo, escuridão)
Ele falou que aqueles que invocassem o nome de Senhor seriam salvos (veja Romanos 10:12-13, onde Paulo cita esta parte da profecia para mostrar que os gentios seriam salvos junto com os judeus)
- Baseando sua mensagem nas profecias do Velho Testamento sobre o Cristo, Pedro pregou sobre a morte, ressurreição e ascensão de Jesus (2:22-36)
- Jesus foi aprovado por Deus e rejeitado pelos judeus (2:22-23)
Pedro afirmou que os milagres de Jesus mostraram que Deus o aprovou
Ele disse que Deus tinha entregue Jesus para ser crucificado
Mas o povo tinha culpa: Os judeus o crucificaram "por mãos de iníquos"
- Jesus foi ressuscitado pelo Pai (2:24)
 - A ressurreição cumpriu a profecia feita por Davi quase 1.000 anos antes (2:25-31; veja Salmo 16:8-11)
Esta profecia predisse que Jesus morreria com confiança que o Pai o ressuscitaria
A morte não conseguiu vencer Jesus-
Pedro mostrou que Davi não tinha profetizado sobre si mesmo, porque ele morreu e não ressuscitou
Davi profetizou sobre um dos seus descendentes, falando da ressurreição de Cristo
- Pedro afirmou que Jesus foi ressuscitado e exaltado à destra do Pai (2:32-35)
Os apóstolos foram testemunhas de Cristo ressuscitado
Jesus foi exaltado e então derramou o Espírito Santo
- Na conclusão da sua mensagem, Pedro afirmou que o mesmo Jesus que foi crucificado pelos judeus foi ressuscitado e exaltado pelo Pai para ser Senhor e Cristo (2:36)” (Lição 2 Pedro Prega no Dia de Pentecostes. Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/b03_3.htm. Acesso em: 24 Set,2018)

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“O dia de Pentecostes é comemorado cinquenta dias após a Páscoa. Originalmente era celebrada a festa da colheita (Lv 23.15,16). No Novo Testamento também é comemorada a entrega da Lei a Moisés, no Sinai. Três fenômenos ocorreram conjuntamente e concorreram para que a descida do Espírito Santo no Pentecostes se constituísse um evento único e inquestionável: 1) o vento veemente e impetuoso; 2) as línguas visíveis de fogo que pousaram sobre cada um dos crentes e 3) falavam em ‘outras línguas’. Não há qualquer registro desses três acontecimentos, em conjunto, em qualquer outro momento” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 709).

CONCLUSÃO

Sem a Páscoa, o Pentecostes seria impossível. E, sem o Pentecostes, a Páscoa não seria eficaz. Não podemos esquecer nossas raízes pentecostais. Que jamais deixemos de proclamar que Jesus Cristo batiza com o Espírito Santo e com o fogo (Lc 3.16). Somente assim, dentro em breve, apresentaremos uma grande colheita, ao Senhor da Seara, em nosso país, na América Latina, na África, na Europa. Enfim, até aos confins da terra. 
A festividade judaica do Dia de Pentecostes assume novo significado em At 2, pois é o dia no qual o Espírito Santo prometido desce em poder e torna possível o avanço do evangelho até aos confins da terra. A profecia de Joel 2.23 prediz a “chuva temporã” e a “serôdia”, e o mesmo está dito em Tg 5.7,8: “Sede pois, irmãos, pacientes até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba a chuva temporã e serôdia. Sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima”. Como é notório, muitas inovações, modismos e práticas descabidas e antibíblicas vêm afetando o genuíno movimento pentecostal, é urgente voltarmos sempre ao cenáculo para receber mais poder (Ef 5.18), mas igualmente, manter a sã doutrina do Senhor (Tt 2.1,7; 1Tm 4.16).

“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).

Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br

sábado, 22 de setembro de 2018

LIÇÃO 13: AS ORAÇÕES DOS SANTOS NO ALTAR DE OURO


 

SUBSÍDIO I

A Teologia da Oração

Existe, sim, uma teologia da oração. Ela permeia toda a Bíblia; vai do Gênesis ao Apocalipse. Encontra-se na boca dos profetas, nos lábios dos apóstolos e na alma do próprio Cristo. Neste tópico, apesar da exiguidade do espaço de que dispomos, faremos um pequeno esboço dessa teologia, que, embora desconhecida, é preciosa; imprescindível.

A oração, a voz da alma

A palavra “oração”, proveniente do vocábulo latino orationem, comporta ricos enunciados à nossa vida espiritual.
Num primeiro momento, pode ser compreendida como a súplica que o peregrino, assediado por ânsias e almejos, endereça ao Pai Celeste. Nesse sentido, a oração é rogo, pedido e prece. Num segundo momento, a oração pode ser vista como a petição que esse mesmo peregrino, agora já não preocupado consigo, faz em favor do companheiro que desmaia na jornada à Jerusalém Celestial; intercessão amorosa.
Recorramos ao idioma do Antigo Testamento, para vermos como a palavra “oração” foi usada pelo cantor-mor de Israel. No quarto salmo do saltério hebreu, Davi roga ao Senhor num momento de grande e inesperada angústia: “Responde-me quando clamo, ó Deus da minha justiça; na angústia, me tens aliviado; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração” (Sl 4.1, ARA).
O termo utilizado pelo autor sagrado, em sua prece, é o que melhor descreve a atitude do homem que, exilado no mundo, busca a face de Deus. O vocábulo hebraico tĕphillah significa oração, súplica, intercessão e hino. Este último significado encerra muita beleza. Até este momento, humildemente confesso, eu ainda não tinha olhado a oração como um hino que, na angústia, entoamos a Deus. Bem cantou o poeta sacro: “Os mais belos hinos e poesias foram escritos em tribulação, e do céu, as mais lindas melodias, se ouviram na escuridão”.
Sim, querido leitor, a oração é poesia e hino.
Já imaginou se nos fosse possível registrar todas as orações que chegam ao Pai Celeste num só dia? Quantas obras-primas, partidas do mais fundo da alma, não teríamos. Aqui, uma prece em português; cântico mais alto que o de Camões. Ali, uma oração em italiano; poesia mais sublime que a de Dante. Mais além, uma petição em língua alemã; verso mais belo que o de Goethe. Na Rússia, uma intercessão que supera a maravilhosa prosa de Tolstói. Já na China, apesar de todos os empecilhos do regime comunista, ouviríamos confissões que superam a sinceridade de Confúcio e a força de Lao-Tsé.
Entremos a examinar, agora, a língua na qual foi escrito o Novo Testamento. No capítulo cinco de Apocalipse, assistimos à instalação da corte celestial, reunida solenemente para a abertura do livro que, seguro na destra de Deus, encontrava-se sob o poder de sete selos. Quando Jesus, ali identificado como o Leão de Judá, tomou o livro das mãos do Todo-Poderoso, algo ocorreu entre os moradores do Céu, conforme a narrativa de João, o Teólogo: 
Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono; e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. (Ap 5.7,8, ARA)
Analisemos a palavra grega, usada nessa passagem, para o substantivo “oração”.  Nesse caso, como em outros do Novo Testamento, o autor sagrado utiliza o termo proseuchē; em sua essência, em nada difere do tĕphillah hebreu. Além de seu primordial significado, lembra o próprio lugar da oração. Em português, possuímos também um vocábulo para designar o local consagrado aos rogos e petições: o oratório. Entre nós, evangélicos, o termo é quase desconhecido. Mas, na igreja católica, é bastante comum; descreve as capelinhas e nichos destinados às rezas e veneração de imagens.
No deslinde do vocábulo proseuchē, deveríamos ver, além da preocupação linguística, o chamamento ao lugar das preces e das intercessões, conforme exorta-nos o Senhor Jesus: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará” (Mt 6.8, ARA).
Que em cada domicílio evangélico, haja uma capela de oração; nosso quarto. Nesse aposento tão reservado e querido, no qual descansamos e reavemos as forças, depositemo-nos diariamente aos cuidados divinos. Antes de dormirmos e depois de acordamos, conversemos com o Pai; confessemos-lhe as faltas e as transgressões; narremos-lhe o nosso cotidiano; abramos-lhe a alma. Daí, sairemos renovados para mais uma jornada, não de lutas e entreveros, mas de vitórias e triunfos. 

ANDRADE, Claudionor de. Adoração, Santidade e Serviço: Os Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. 1 ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2018. 

COMENTÁRIO E SUBSÍDIO II

INTRODUÇÃO

No Antigo Testamento, o incenso era a oferenda mais preciosa e excelente que se podia oferecer ao Senhor. Ali, no limiar do lugar Santíssimo, o sacerdote entrava, com temor e tremor, para adorar a Deus com um incenso preparado exclusivamente àquela ocasião.
Hoje, o sacrifício mais sublime que devemos oferecer ao Senhor são as orações, súplicas e ação de graças. Por esse motivo, o Senhor Jesus recomenda-nos a entrar em nosso quarto, fechar a porta, e, no segredo de nossos aposentos, oferecer clamores e ação de graças ao Pai Celeste (Mt 6.6-13). 
No pátio do Tabernáculo estava o altar sobre o qual se ofereciam todos os sacrifícios animais, agora Moisés recebe a ordem para construir um segundo altar (Êx 30.1-10). Este altar não se destinava a oferecer sacrifícios animais, mas apenas a queimar incenso, foi chamado o altar de incenso. Também denominava-se altar de ouro, e altar interior. Neste altar, o incenso era queimado e subia perante Deus como cheiro suave. Na dispensação da graça não há altar, incenso, templo ou fogo próprio para queimar o incenso e fazê-lo subir, porém, há as orações dos remidos, que sobem e chegam até o trono de Deus, tal qual o incenso aromático determinado a Moisés: “E havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos” (Ap 5.8). O incenso da Nova Aliança é mais precioso do que o incenso preparado com as especiarias de Sabá. As orações dos santos, postas sobre o altar de ouro, com muito incenso, levadas pela mão do anjo até diante de Deus, enchem os céus de aromas santificadores, onde outros incensos, os de Sabá, não poderiam chegar. 

I. O LUGAR SANTÍSSIMO

Para se oferecer o incenso ao Senhor, três coisas eram necessárias: o lugar, o altar e a cerimônia. Apenas o sumo sacerdote estava autorizado a conduzir esse ato de adoração.
1. O Lugar Santo. No Lugar Santo, ficavam três mobílias: o candelabro, à esquerda de quem entrava; a mesa dos pães da proposição, à direita; e, no limiar, entre o Lugar Santo e o Santíssimo, bem em frente ao véu que os separava, estava o altar do incenso (Êx 26.35). Há algo muito importante que devemos considerar. Embora o altar de incenso estivesse no Lugar Santo, era considerado também parte da mobília do Santo dos Santos juntamente com a arca da aliança (Hb 9.1-10). 
Desde que o Lugar Santo era o lugar de comunhão com Deus e do ministério do Sacerdote na adoração de Deus, o Altar de Incenso e o seu incenso nos ensina da importância do agrado de Deus com reverência em nossa adoração e comunhão. A presença do Altar de Incenso nesta parte do Tabernáculo nos ensina que um coração puro faz a nossa adoração e as nossas orações a Deus aceitáveis diante de Deus. Essa pureza de coração que agrada a Deus não vem dos exercícios da nossa 'religiosidade' mas do Espírito Santo conformando-nos à imagem de Cristo. Ele não somente nos move à uma obediência maior da Palavra de Deus mas, ajuda-nos a orar segundo a vontade de Deus (Rm 8.26). No foco da salvação e na vida cristã, não podemos agradar o Pai sem a Pessoa de Cristo (Jo 14.6) e não há participação em Cristo sem a operação do Espírito Santo (Jo 3.5; II Ts 2.13, 14; Tt 3.5). Tudo isso operado pela Palavra de Deus (a salvação - Rm 10.17; a vida Cristã - Jo 17.17)” (leia mais em:PALAVRAPRUDENTE).

2. O altar do incenso. Feito de madeira de acácia, o altar de incenso era revestido de ouro, sendo estas as suas medidas: um côvado de comprimento, um de largura e dois de altura (Êx 30.1-10; 37.25-28). Os seus ornatos compunham-se de quatro chifres, bordas, quatro argolas e dois varais; tudo revestido de fino ouro. 
Tinha o formato de uma pequena pilastra truncada, com pequeninos chifres nos quatro cantos. Como os outros objetos no Tabernáculo, era feito de madeira de acácia, revestido de ouro, e possuía argolas laterais através das quais, varais podiam ser colocados para o seu transporte"”.(COLE, Alan, Ph.D. Êxodo, Introdução e Comentário. Sociedade Religiosa Edições Vida Nova. São Paulo, 1963. Pág. 189.). Em relação às suas dimensões: seu comprimento, um côvado; sua largura, um côvado; e altura, dois côvados. Ele era quadrado: meio metro por meio metro de largura e um metro de altura.
O altar do incenso ficava diretamente defronte do véu que ocultava a arca, que estava dentro do santo dos santos; aquele altar estava intimamente associado ao lugar santíssimo, pois a arca, sobre a qual ficava o propiciatório, era o lugar onde Deus se encontrava com Seu povo (Êx 30.6), e, visto como o incenso representa oração (Sl 141:2), o altar do incenso era apropriadamente colocado próximo da arca, ainda que do lado de fora do véu, pois o sacerdote tinha de usá-lo diariamente. Conf. Hb 9:4.(SHEED, Russel. O Novo Comentário da Bíblia. Edições Vida Nova. São Paulo. Vol. I, pág. 148.)
O altar de ouro, ou o altar do incenso que estava diante do véu que pendia ante a arca do testemunho, tinha um côvado de comprido, um côvado de largo e dois côvados de alto, e era feito de pau de setim revestido de chapas de ouro, e tinha uma cornija em roda, também argolas e varais para o seu transporte e os cornos em cada um dos cantos. Sobre ele se queimava o incenso preparado conforme as prescrições dadas de manhã e à tarde, à luz do candeeiro. Significava a obrigação que o povo tinha de adorar a DEUS, e ao mesmo tempo, que esta adoração lhe era agradável, Ex 30: 1-10, 28:34-37; 40:5; comp. com Hb 9:4, e 1 Rs 6:22; Lv 16: 19. Quando se construiu o templo de Salomão, o novo altar de bronze tinha cerca de quatro vezes mais as dimensões primitivas, 1 Rs 8: 64; 2 Cr 4: 1. Também foi construído um novo altar de ouro, 1 Reiss 7: 48; 2 Cron 4: 19. Eram estes os únicos altares permanentes, em que se deviam oferecer os sacrifícios e o incenso aceitáveis a DEUS, Dt 12: 2, 5, 6, 7.” (Dicionário da Bíblia de John D. Davis)
O ritual sacerdotal incluía a queima do incenso tanto pela manhã, como também à tarde, como estatuto perpétuo ao Senhor, Êx 30.7-8, "7 E Arão queimará sobre ele o incenso das especiarias; cada manhã, quando puser em ordem as lâmpadas, o queimará. 8 Também quando acender as lâmpadas à tardinha, o queimará; este será incenso perpétuo perante o Senhor pelas vossas gerações". "Duas vezes por dia o incenso deveria ser oferecido pelo sacerdote sobre este altar em miniatura, quando viesse verificar o pavio e o azeite das lâmpadas”.(COLE, Alan, Ph.D., op. cit., pág. 199). Assim escreve Mesquita: “Cada tarde, ao acender do candeeiro, seria queimado incenso, enquanto o povo fora orava a Deus, e cada manhã, ao serem apagadas as luzes, novamente era queimado o incenso. Era o incenso da manhã e da tarde por todas as gerações”. (MESQUITA, Antônio Neves de, Dr. em Teologia. Estudo do Livro de Êxodo. Casa Publicadora Batista. Rio de Janeiro-RJ. 1971. Pág. 261)

3. A composição do incenso. O incenso destinado ao altar de ouro não podia ser usado indistintamente; era de uso exclusivo do Senhor (Êx 30.38). Esta era a sua composição: estoraque, ônica e gálbano (Êx 30.34-36). A receita do perfume não constituía nenhum segredo. Todavia, se alguém o reproduzisse para uso profano seria punido severamente. 
Neste texto de Êxodo encontramos a mais antiga receita de perfume que se tem conhecimento. Sua composição é descrita em Êx 30.34-38. Sobre a composição do incenso nos escreve Mesquita:
Estoraque, ônica, e gálbano, incenso puro, e sal puro e santo. A fórmula era propriedade divina e ninguém podia usar dela em casa. O estoraque é uma resina comum da Arábia e que produz grande fumaça ao ser queimada, tendo a propriedade de ser microbicida É usado em medicina. A ônica não é muito conhecida, mas supõe-se ser a blatta bysantina, uma espécie de concha marinha muito comum no Mar Vermelho e que desprende grande cheiro ao ser queimada, O gálbano é muito conhecido dos perfumistas; quando queimado só, tem um cheiro desagradável; mas, combinado com outras especiarias, tem um cheiro ativo e agradável e em conjunto desenvolve as propriedades dos outros elementos com que entra em combinação”.(MESQUITA, Antônio Neves de, Dr. em Teologia., op. cit., pág. 261)
Note que havia um cuidado todo especial na preparação do incenso, com uma fórmula minuciosa dada pelo Senhor, e que não podia ser alterada em hipótese alguma. Caso a fórmula do incenso fosse adulterada, se tornava “incenso estranho” perante o Senhor, “isto é, não preparado da maneira prescrita, ou então oferecido impropriamente” (SHEDD Russel, op. cit., pág. 148). A fórmula do incenso também não podia ser copiada para uso pessoal, sob pena de excomunhão, ou seja quem assim o fizesse seria banido do meio do povo de Deus.

4. A cerimônia. O incenso só podia ser queimado com as brasas do altar de bronze (Lv 16.12). E, já de posse destas, o sacerdote aproximava-se do altar de ouro para queimar o incenso no altar de ouro. Dessa forma, a nuvem do incenso cobria o propiciatório, mostrando à Casa de Israel o favor divino (Lv 16.13). Observemos que, antes de achegar-se ao altar de ouro, o sacerdote tinha de passar, necessariamente, pelo altar de bronze. Isso significa que, sem o sangue de Cristo, jamais teremos acesso ao trono da graça (Hb 9.12). 
O encargo de queimar incenso estava confiado aos sacerdotes e nenhum estranho poderia oferecê-lo ou queimá-lo. A Bíblia assim registra a penalidade para quem desrespeitasse a ordem divina: “O homem que fizer tal como este [isto é, que misturar incenso] para cheirar, será extirpado de seu povo” (Êx 30.38).
Observe o texto de Números 16.17, “Tomou, pois, cada qual o seu incensário, e nele pôs fogo, e nele deitou incenso; e se puseram à porta da tenda da revelação com Moisés e Arão”. De acordo com este texto, notamos que o incenso até poderia ser oferecido em outros lugares, fora do Altar do Incenso, mas teria que ser queimado nos recipientes apropriados (do hebraico “mahtãh”), e somente pelos sacerdotes. Note o comentário de Cole:
É claro que, como demonstrado em Números 16.17, o incenso poderia ser oferecido à parte de qualquer altar, sendo queimado nos incensários; este altar específico, todavia, só poderia ser usado para o incenso”.(COLE, Alan, Ph.D. op. cit., pág. 199.)

SUBSÍDIO DIDÁTICO
                               
Professor(a), o livro de Levítico está intrinsecamente ligado ao Tabernáculo. Por isso, é importante que você e seus alunos conheçam bem as divisões e todo o mobiliário do lugar que simbolizava a presença de Deus. Sugerimos que reproduza a imagem abaixo no PowerPoint e apresente para sua classe.


II. AS ORAÇÕES DOS SANTOS

As orações dos santos, qual incenso precioso, são inimitáveis em seus efeitos. Eis por que não podemos relaxar quanto à nossa comunhão com Deus.
O principal simbolismo ligado ao incenso é a oração feita a Deus, "Suba a minha oração, como incenso, diante de ti, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde!", Sl 141.2. O perfume característico produzido pela queima do incenso subia às narinas de Deus, da mesma maneira que sobem aos céus as orações do justo. É dentro deste contexto que temos a visão de João em Apocalipse, quando ele vê o anjo com um incensário na mão com as orações dos santos para oferecer sobre o Altar de ouro que está diante do Trono de Deus, "3 Veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para que o oferecesse com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono. 4 E da mão do anjo subiu diante de Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos", Ap 8.3-4”. (leia mais em: (ALTAR DO INCENSO).

1. A receita para uma oração perfeita: nosso incenso. O Senhor Jesus, no Sermão da Montanha, entregou a seus discípulos o modelo de uma oração perfeita (Mt 6.9-13). Ele exorta-nos também a não imitarmos os gentios e hipócritas, pois estes imaginam que, pelo seu muito falar, serão ouvidos (Mt 6.7). Portanto, fechemo-nos em nosso quarto, e, ali, no lugar santíssimo, falemos com o Pai Celeste (Mt 6.5,6). E, dessa forma, entraremos com ousadia e confiança no trono da graça (Hb 4.16). Pode haver incenso mais excelente do que a oração dos santos? Além do mais, todas as nossas súplicas chegarão aos céus por intermédio do Espírito Santo, que intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8.26). 
ORAÇÃO - Tesouro de Conhecimentos Bíblicos - Emílio Conde – CPAD - O termo grego que significa orar é “proseucho-mai”. Denota a oração em geral, e pode ser empregado sem mais qualificação. A oração deve ser espontânea, deve vir do âmago do coração, mas Jesus nos ensinou como orar: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia nos dá hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre, Amém” (Mt 6.9-13). Esta oração se compõe de seis petições, sendo três para a honra de Deus e três para as nossas necessidades. A primeira petição é a reformulação do Terceiro Mandamento; declara de modo positivo o que aquele mandamento afirmava de modo negativo. Ao assim fazer, não somente exclui o tomar o nome do Senhor em vão, mas garante aquilo que se subentende no Primeiro e no Segundo Mandamentos, a respeito de outros deuses e de imagens de escultura (Êx 20.3-6). A quarta petição relembra a descida do maná, fornecido por Deus (Êx 16.15). O pão é “e-piousios”, cotidiano. Indica a provisão para as necessidades imediatas, bem como a no reino vindouro, simbolizado pelo banquete messiânico. Do mesmo modo, a quinta e a sexta petições pelo perdão e pela libertação da tentação aplicam-se também aos Dez Mandamentos. O exemplo de Jesus a respeito da oração é decisivo. Ele nos indicou o fundamento da oração e o cuidado providencial de Deus. Ele ensinou os discípulos como deviam orar, e como não deviam orar. Assegurou-lhes a certeza da resposta de Deus a uma oração reta. Associou a oração a uma vida de obediência. Também nos anima a sermos persistentes e mesmo importunos na oração. Procurou os lugares retirados para orar, e fez uso da oração intercessora na súplica, conhecida pela designação de Oração Sacerdotal (Jo 17.1-26). A oração é a chave da vitória. Consiste na manutenção do contato com o Criador. Isto significa que Deus existe, que pode ouvir-nos, que criou todas as coisas, que preserva e governa todas as suas criaturas e dirige as ações delas. Ele não se escraviza às leis que ordena; pode produzir resultados suspendendo as leis da natureza ou operando por meio delas; pode dirigir os corações e as mentes mais eficientemente do que possamos fazer. Deus estabeleceu tanto a oração como a sua resposta, pois tem um plano traçado desde a criação, pela sua constante presença no universo mantendo-o e dirigindo-o. A oração é a principal fonte de socorro do homem que em suas aflições clama por Deus. Por isso, Ele exige que o ser humano ore, para ter direito ao suprimento de suas necessidades. A oração bem aceita é a dirigida pelos justos, mas a dos ímpios lhe é abominável (Pv 15.29). Somente os que têm os pecados apagados podem se aproximar de Deus em oração. Aqueles que se revelam contra a autoridade divina não são aceitos antes de renunciarem a seus pecados e receberem o perdão. A oração é a comunhão dos filhos com o Pai que está nos céus, e consiste em adoração, ação de graças, confissão de pecados e petições (Ne 1.4-11). Deus responde a qualquer tipo de oração que lhe é feita de conformidade com as diretrizes por Ele estabelecidas; compreende os pássaros quando a Ele se dirigem pedindo alimento, e atende também as orações dos seus eleitos (Sl 65.2). Tiago afirma que “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16). Cristo também declara: ‘‘Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, isso vos farei” (Jo 14.13). O povo de Deus sabe que Ele responderá de acordo com o bem de seus filhos. O apóstolo João confirma esta assertiva: “Esta é a confiança que temos nele, que se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1 Jo 5.14). A oração deve ser feita em nome de Jesus, porque o pecador não pode se aproximar de Deus em seu próprio nome. Reconheçamos que não temos merecimentos para irmos à presença do Criador, a não ser somente em nome do que nos lavou e purificou em seu sangue. A oração é dirigida à Trindade em sua plenitude, pois a bênção apostólica assim determina: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos. Amém” (2 Co 13.13). O segredo da vitória está numa vida de íntima comunhão com Deus através da oração A oração é a principal fonte de socorro do homem que em suas aflições clama por Deus. A oração feita por um justo pode muito em seu efeito”. (A PAZ DO SENHOR)

2. A oração como sacrifício ao Senhor. O salmista, conhecendo perfeitamente a simbologia do incenso sagrado, assim orou ao Senhor: “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde” (Sl 141.2). Quando nos dedicamos integralmente ao Senhor, toda a nossa vida torna-se uma oferenda a Deus (Ef 5.2; Fp 2.17; 2 Tm 4.6). 
O Altar de Incenso pela sua posição diante do véu que está diante da Arca do Testemunho, diante do Propiciatório, onde Deus Se ajunta com o Sumo sacerdote (30.6) ensina-nos que a oração no culto à Deus pede reverência. Note também que o Altar de Incenso foi carregado com varais forradas de ouro puro (30.4,5). Tudo disso nos ensina que mesmo que por Cristo temos ousadia a entrar na presença de Deus (Hb 10.19; Ef 3.12, “No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele”), não entramos nEsta Presença Augusta de qualquer jeito. Entramos com louvor à santidade do Seu nome (Mt 6.9, “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome”). E entramos com reverência, pois, invocamos o “Pai” nosso. É relembrada essa devida reverência no culto pela ênfase dada à posição do Altar do Incenso em relação da presença de Deus repetidas vezes (“diante do véu que está diante da arca do testemunho, diante do propiciatório, que está sobre o testemunho, onde Eu me ajuntarei contigo”, 30.6; “diante do testemunho”, 30.36). É relembrada essa reverência exigente pela ênfase dada por Deus nas instruções também: Não oferecerá certas coisas (30.9), e a insistência por Deus de instruir que deve ser “coisa santíssima vos será” (30.36) e “santo será para o Senhor” (30.37)”. (Leia mais em: PALAVRA PRUDENTE)

3. A oração dos santos na Grande Tribulação. No período da Grande Tribulação, logo após o Arrebatamento da Igreja, haverá um grande número de mártires (Ap 9.9-17). Todos estes, apesar da perseguição do Anticristo, atuarão como fiéis testemunhas de Jesus Cristo. As orações desses santos serão recebidas nos céus como incenso de grande valor (Ap 5.8; 8.3). Ninguém pode deter o poder de um santo que, no oculto de seu quarto, roga a intervenção do Santo dos Santos (Tg 5.16). Irmãos, “Orai sem cessar” (1 Ts 5.17). 
Incenso representa e purifica as orações dos santos, pecadores redimidos, que são apresentadas pelos vinte e quatro anciãos. As orações de todos os santos ajudam a trazer à terra os julgamentos de Deus, que convocam os rebeldes ao arrependimento e defendem parcialmente a justiça de Deus. As orações dos santos representam uma parte notável na iniciação dos julgamentos (Ap 8.3-4). Apocalipse 5.8: “Tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos”: “Num trecho cheio de símbolos baseados no Velho Testamento, encontramos mais dois. Harpas foram usadas no louvor dos judeus no templo (Salmo 43:4; 81:2), e o incenso fazia parte integral do serviço a Deus no tabernáculo (Êxodo 30:1-9) e no templo (1 Reis 7:48-50). Nesta cena, em que os anciãos se prostram diante do Santo dos Santos celestial, eles vêm com suas harpas e taças de incenso. O significado do incenso é explicado: são as orações dos santos. Embora o altar do incenso tenha ficado do lado de fora do véu, ele pertencia ao Santo dos Santos (Hebreus 9:3-4) porque o aroma passava pelo véu e chegava à presença de Deus. Aqui entendemos que o incenso representava as orações dos santos chegando a Deus (veja Salmo 141:2).” (Estudos da Bíblia).
Orar sem cessar significa ter sempre o coração voltado para Deus e para as coisas de Deus. Orar cria intimidade com Deus e ajuda em todas as situações da vida. Orar sem cessar é estar sempre consciente da presença de Deus e convidá-lo a participar de sua vida. Leia mais sobre “por que precisamos orar sem cessar” aqui.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

A oração modelo do crente
Devemos dar atenção a cada detalhe da oração modelo, que Jesus prefaciou com estas palavras: ‘Portanto, vós orareis assim’ (Mt 6.9). Embora seja sempre recomendável repetir a oração do Pai Nosso, é muito importante que, quando orarmos, nos deixemos guiar pelos princípios providos por nosso Senhor nessa e em outras orações. A palavra ‘assim’ é tradução do vocabulário grego boutos, e deveria ser entendido como ‘desta maneira’. Jesus estava dizendo: ‘Deixem-se guiar por estes princípios gerais quando forem orar’” (BRANDT, Robert L; BICKET, Zenas J. Teologia Bíblica da Oração: O Espírito nos ajuda a orar. 6.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2013, pp. 196,197).

CONCLUSÃO

Zacarias, pai de João Batista, ao ser escolhido para queimar o incenso sagrado na Casa de Deus, teve uma experiência que retrata ricamente por que o incenso, na Bíblia, simboliza a oração dos santos. Foi ali, no lugar Santíssimo, se levarmos em consideração Hebreus 9.2, que teve a sua oração respondida (Lc 1.5-23). Sua experiência com o Senhor foi completa. Ele viu o anjo, ouviu deste o anúncio profético sobre a vinda do Messias, e, finalmente, sua velhice foi consolada com a promessa de um filho, que seria o precursor do Filho de Deus. 
Zacarias era um Sacerdote da casa de Abias, que passou a denominar a sua descendência, a partir do reinado de Davi, na divisão das ordem sacerdotais em 24 seções. O rei Davi tinha dividido os sacerdotes em vinte e quatro turnos, e a ordem de Abais, à qual Zacarias pertencia, era a oitava da fila. Cada turno era chamado a ministrar no templo em apenas duas ocasiões durante o ano, cada uma delas com duração de uma semana. Tendo cada turno cerca de mil sacerdotes, é evidente que seria impossível a cada um deles entrar no Santo Lugar e queimar o incenso sobre o altar de ouro mais de uma vez na vida. Entretanto, este era o dia de Zacarias. Tanto a vida de Zacarias quanto a de Isabel eram agradáveis a Deus. Eles eram submissos à Sua vontade e obedeciam a Sua Palavra (Lc 1.6).
Depois que Zacarias entregou seu problema ao Senhor, ele simplesmente continuou a fazer o serviço que Deus lhe confiara. Ele não parou de orar e abandonou o barco porque sua situação parecia sem esperança. E nós também não devemos. Nosso Deus é o Deus do impossível! Ele Se deleita em fazer coisas impossíveis por nós quando sabe que daremos a Ele toda a glória. É muito mais fácil desistir e fugir das situações difíceis, no entanto, normalmente isso só agrava o problema. Deus quer que levemos a Ele em oração todas as nossas dificuldades, buscando na Palavra encorajamento e direção e, então, esperemos pacientemente Ele agir.” (Bible.Org).

“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16).

Francisco Barbosa
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