SUBSÍDIO I
Levítico, Adoração e Serviço ao
Senhor
Embora seja visto, às vezes,
como um manual de cerimônias estressante e monótono, o livro de Levítico vai
além das celebrações e ritos que prescreve. No cânon divino, surge como parte
viva, orgânica e essencial da História Sagrada. Por essa razão, sua atualidade
não pode ser ignorada por nenhum cristão. Isso não significa, porém, que
devamos submeter-nos à sua liturgia que, como muito bem explica o apóstolo
Paulo, cumpriu-se plenamente em Cristo. Enveredando-se pelo caminho dos
judaizantes, os gálatas caíram da graça; quase pereceram. Os princípios
teológicos e devocionais de Levítico, todavia, são eternos; eram necessários
ontem e continuam imprescindíveis hoje.
Nessa porção sagrada,
deparamo-nos com três palavras-chave: adoração, santidade e serviço. Tais proposições
servem de alicerce tanto à congregação israelita quanto à Igreja de Cristo.
Ambas precisaram aprender, cada uma a seu tempo, a adorar a Deus e a
reconhecê-lo como o Criador, Senhor e Mantenedor de todas as coisas. Em
seguida, aprendemos com Moisés e Arão que, para agradar ao Senhor, temos de
apartar-nos do mundo e separar-nos exclusivamente ao serviço divino. Eis o
cerne da santificação preconizada em cada seção do livro de Levítico.
Já em suas primeiras linhas, é
possível concluir que a adoração nada é sem a santificação, e a santificação,
por sua vez, nenhum valor terá se não resultar em serviços ao Reino de Deus.
Aqui está o fulcro do terceiro livro do Pentateuco. Ao chegarmos à última etapa
desta obra, concluiremos: o Levítico é tão vivo, hoje, como no dia em
que Moisés, inspirado pelo Espírito Santo, lavrou-o num papiro a caminho
da Terra Prometida.Moisés, inspirado pelo Espírito Santo, lavrou-o num papiro a
caminho da Terra Prometida.
I- Levítico, um Livro por
Excelência
À semelhança dos demais livros
do Cânon Sagrado, o Levítico destaca-se por sua singularidade, origem e
excelência. Vejamos, em primeiro lugar, a razão de seu nome e de sua estrutura.
1. O nome do livro. No original hebraico, o
livro de Levítico é conhecido por suas palavras iniciais: Vaicrá que,
literalmente, significam “e chamou” (Lv 1.1). Numa primeira instância, veremos,
nesse enunciado, um chamado indireto de Deus a Moisés a escrever a terceira
porção do Pentateuco. Em seguida, enxerguemo-la como a vocação direta de Deus a
Israel a reerguer-se como nação santa, profética, real e sacerdotal.
Vaicrá tem, ainda, mais duas
traduções possíveis: “e separou” e “e santificou”. Teologicamente, o chamado de
Deus implica em nossa separação do mundo e em nossa imediata santificação ao serviço
de seu Reino.
Na erudição judaica, o livro é
conhecido também como Torath
Kohanim – A Lei dos Sacerdotes.
Já na Septuaginta, a versão
grega do Antigo Testamento, o livro recebe o nome de Leuitikon, denotando-lhe o
tema e o propósito: as coisas pertencentes ao ministério dos levitas. No latim,
a sua designação é Leviticus. E,
tendo em vista a origem românica do idioma português, nossos tradutores
houveram por bem denominá-lo de Levítico pelas razões já apontadas.
2. Estrutura do
livro. Terceiro
livro das Sagradas Escrituras, o Levítico é composto por 27 capítulos, 859
versículos e, aproximadamente, 24 mil palavras. Nele, são encontrados
mandamentos, proposições, narrativas e profecias. Em suas páginas, há 26
promessas quanto ao proceder obediente de quem professa adorar a Deus.
3. Singularidade do livro. O Levítico é um livro
singular por duas razões: 1) É o único manual que temos na Bíblia referente à
forma correta de se adorar a Deus; e 2) Embora dirigido aos sacerdotes, foi
redigido por um profeta (Lv 1.1).
4. As divisões de Levítico. Utilizaremos A Bíblia Explicada para
esboçar o Levítico. Esse livro sagrado, de acordo com S. E. Macnair, pode ser
dividido em nove seções principais: 1) As ofertas (caps. 1-6.7). 2) A lei das
ofertas (caps. 6.8-7.38). 3) Consagração (caps. 8.1-9.24). 4) Uma transgressão
e um exemplo (cap. 10.1-20). 5) Um Deus santo exige um povo santo (caps.
11-15). 6) Expiação (cap. 16). 7) A conduta do povo de Deus (caps. 17 e 22). 8)
As festas de Jeová (cap. 23). 9) Instruções e avisos (caps. 24-27).
5. Origem divina e humana do
livro. À semelhança
dos demais livros das Sagradas Escrituras, o Levítico é um texto
verdadeiramente humano e verdadeiramente divino. Sua autoria fica bem patente
logo no primeiro versículo: “E chamou o SENHOR a Moisés, e falou com ele da
tenda da congregação” (Lv 1.1).
O livro tem como fonte o próprio Deus e, como medianeiro, Moisés. Inspirado pelo Espírito Santo, o profeta e legislador dos hebreus redigiu-o e encarregou-se de transmiti-lo aos levitas e aos demais filhos de Israel, seus leitores e ouvintes imediatos, e, depois, a nós, a Igreja de Cristo. É uma obra, pois, de dupla procedência e autoria: divino-humana.
O livro tem como fonte o próprio Deus e, como medianeiro, Moisés. Inspirado pelo Espírito Santo, o profeta e legislador dos hebreus redigiu-o e encarregou-se de transmiti-lo aos levitas e aos demais filhos de Israel, seus leitores e ouvintes imediatos, e, depois, a nós, a Igreja de Cristo. É uma obra, pois, de dupla procedência e autoria: divino-humana.
6. Excelência literária do
livro. Que o livro
de Levítico é inspirado pelo Espírito Santo, não há dúvida. Nós ouvimos a voz
de Deus em cada uma de suas páginas; é um texto comprovadamente divino.
Todavia, o que podemos dizer acerca de suas qualidades literárias?
Apesar de ser uma obra técnica,
o Levítico não se perde naqueles jargões e tecnicismos que caracterizam os
manuais. O seu autor humano, sempre guiado pelo Espírito de Deus, redigiu-o de
tal forma que, passados mais de três milênios, sentimo-lo como se tivesse
acabado de ser escrito. É importante observarmos que a sua redação não secciona
a narrativa pentateutica da peregrinação dos israelitas à Terra Prometida.
Moisés escreveu o Levítico com
tanto “engenho e arte”, que se tem a impressão de que essa porção da Bíblia
Sagrada é a continuidade do Êxodo e a transição natural para os livros de Números
e Deuteronômio. Temos, pois, diante de nós, uma obra de comprovada excelência
literária. É bela e sublime; em seu gênero, inigualável.
II- A Certeza da Autoria Mosaica
Neste tópico, ressaltaremos as
qualidades literárias de Moisés. Em seguida, veremos o idioma e a escrita usada
pelo autor sagrado.
1. Deus, o autor divino. Do primeiro ao último
versículo de Levítico, sente-se claramente que Deus é o seu autor (Lv 1.1). Tal
convicção não advém apenas das reivindicações formais do livro; advém, principalmente,
da experiência do leitor com a obra. Pelo menos essa é a minha experiência
pessoal.
Do início ao final de Levítico, o Senhor dirige-se a Moisés em 38 ocasiões diferentes. Patenteia-se, dessa forma, a origem divina da terceira seção do Pentateuco. Não há dúvida: é a palavra inspirada, inerrante e completa de Deus.
Do início ao final de Levítico, o Senhor dirige-se a Moisés em 38 ocasiões diferentes. Patenteia-se, dessa forma, a origem divina da terceira seção do Pentateuco. Não há dúvida: é a palavra inspirada, inerrante e completa de Deus.
2. Moisés, o autor humano. Não exagero ao afirmar que
Moisés foi o homem mais sábio que o mundo já conheceu. É claro que faço essa
afirmação depois de excetuar o Senhor Jesus Cristo que, além de sapientíssimo,
era e é a própria sabedoria. Aliás, Ele é a Palavra de Deus encarnada. Nesse
sentido, toda a palavra do Levítico era, essencial e tipologicamente, o oráculo
do Filho de Deus.
Vejamos algumas qualidades
literárias de Moisés.
Educado na corte faraônica,
Moisés tornou-se um homem poderoso em palavras e obras. Sua cultura não se
restringia ao Egito; era universal. Ele podia transitar por todo o Oriente
Médio sem constrangimento algum. Já refugiado em Canaã, entrou em contato com a
escrita sinaítica: um meio termo entre a pictografia egípcia e o alfabeto
assurítico, que, no tempo de Esdras, seria adotado pelos escribas judeus.
Ali, nos prados midianitas, Moisés foi induzido, providencialmente, a trocar a primeira forma de escrita pela segunda. Em termos técnicos, pode-se considerar os signos sinaíticos como uma espécie de alfabeto. Será que os intelectuais egípcios conheciam os signos do Sinai? Talvez. Mas, à semelhança dos chineses, resolveram manter o seu complexo sistema de linguagem, a fim de não popularizar o conhecimento.
O estilo literário de Moisés foi divinamente forjado no deserto. Fugindo às ladainhas egípcias, foi conduzido didaticamente a sair da movediça e fantástica literatura faraônica até firmar-se num estilo firme, racional e próprio da literatura histórico-profética. Nesse período, deixa-se impregnar pela dicção poética, campesina e pastoral de seu povo. E, assim, depois de quarenta anos no exílio e, após muito pensar, o filho de Anrão e Joquebede estava preparado a lavrar as palavras que Deus, por intermédio do Espírito Santo, assoprar-lhe-ia na alma.
Ali, nos prados midianitas, Moisés foi induzido, providencialmente, a trocar a primeira forma de escrita pela segunda. Em termos técnicos, pode-se considerar os signos sinaíticos como uma espécie de alfabeto. Será que os intelectuais egípcios conheciam os signos do Sinai? Talvez. Mas, à semelhança dos chineses, resolveram manter o seu complexo sistema de linguagem, a fim de não popularizar o conhecimento.
O estilo literário de Moisés foi divinamente forjado no deserto. Fugindo às ladainhas egípcias, foi conduzido didaticamente a sair da movediça e fantástica literatura faraônica até firmar-se num estilo firme, racional e próprio da literatura histórico-profética. Nesse período, deixa-se impregnar pela dicção poética, campesina e pastoral de seu povo. E, assim, depois de quarenta anos no exílio e, após muito pensar, o filho de Anrão e Joquebede estava preparado a lavrar as palavras que Deus, por intermédio do Espírito Santo, assoprar-lhe-ia na alma.
3. O idioma original. Ao ser intimado por Deus a
ser o pai da nação eleita, Abraão ainda não falava o hebraico, embora fosse
reconhecido como hebreu (Gn 14.13). Seu idioma materno era, mui provavelmente,
um caldaico primitivo que ainda lutava por desvencilhar-se das influências
dialetais da Acádia. Nesse sentido, a língua de suas peregrinações pode ser
classificada como pré-hebraica. Isso porque, em suas caminhadas por Canaã foi
mesclando sua língua materna aos diversos falares cananeus. Como estes se
expressavam em línguas igualmente semíticas, o patriarca não teve dificuldades
em transitar pelos diversos reinos cananeus e, com estes, negociar e
estabelecer alianças. O capítulo 14 de Gênesis mostra, implicitamente, a
desenvoltura linguística de Abraão entre os povos de Canaã. Seria como um
lusófono a andejar numa área onde predominasse a hispanofonia.
Nos lábios dos patriarcas, a
língua hebraica foi sendo paulatinamente formada ao longo de cinco séculos: do
chamado de Abraão ao chamamento de Moisés. Um período que vai, de acordo com a
cronologia bíblica geralmente aceita, do ano 2.000 a 1.500 a.C.
A estadia de Israel no Egito foi
decisiva à consolidação do idioma hebraico. Ali, na distante Gósen, isolada no
delta oriental do Nilo, os israelitas puderam desenvolver o seu idioma, livres
das influências linguísticas dos cananeus e dos egípcios. Apesar de residirem
no Egito, os filhos de Israel não mantinham contato com os habitantes da terra,
uma vez que estes os consideravam abominação (Gn 46.34). Os súditos de Faraó
não toleravam pastores de ovelhas, pois tinham o gado vacum e ovino como
divindade.
Por conseguinte, quando o Senhor chamou Moisés a escrever os primeiros cinco livros da Bíblia Sagrada, a língua hebraica já estava devidamente formada. Faltava-lhe, porém, um sistema de escrita. Que signos adotar? Os hieróglifos egípcios? Ou a escrita cuneiforme das antigas Suméria e Acádia? Se Moisés tivesse optado quer pelos primeiros quer pela segunda, hoje não teríamos acesso às revelações do Gênesis e às narrativas da redenção de Israel.
Por conseguinte, quando o Senhor chamou Moisés a escrever os primeiros cinco livros da Bíblia Sagrada, a língua hebraica já estava devidamente formada. Faltava-lhe, porém, um sistema de escrita. Que signos adotar? Os hieróglifos egípcios? Ou a escrita cuneiforme das antigas Suméria e Acádia? Se Moisés tivesse optado quer pelos primeiros quer pela segunda, hoje não teríamos acesso às revelações do Gênesis e às narrativas da redenção de Israel.
4. A escrita pentatêutica. Foi nesse período que
Moisés descobriu a escrita sinaítica. Se comparada aos hieróglifos egípcios e
às cunhas mesopotâmicas, ela pode ser considerada, de fato, um sistema
alfabético. No entanto, prefiro classificá-la de pré-alfabética por duas
razões: ela ainda estruturava-se em sinais pictóricos, e estava bem longe de
usar vogais em seus fonemas. Mesmo assim, era um avanço admirável em relação às
grafias dos vales do Nilo e do Eufrates.
O que poderia ter acontecido se
Moisés, ao invés de usar a escrita sinaítica, tivesse optado pela egípcia ou
pela mesopotâmica? Certamente, hoje, a História Sagrada seria um amontoado de
signos incompreensíveis e sujeitos às mais bizarras interpretações. Aliás, nem
os próprios israelitas achariam nelas qualquer sentido. Mas, graças a Deus, o
profeta foi não apenas inspirado a escrever inerrantemente o Pentateuco, como
também foi dirigido, pelo mesmo Espírito, a escolher o sistema de escrituração
mais eficaz da época, para narrar os princípios da História Sagrada até a
libertação completa dos hebreus.
O alfabeto sinaítico (chamemo-lo assim) foi rapidamente assimilado pelos sábios de Israel que, sempre dirigidos e supervisionados pelo Espírito Santo, puderam dar continuidade à História Sagrada. Josué, Samuel, Davi e Gade, por exemplo, tornaram-se mestres na escrita do Sinai; grandes literatos (Js 24.26; 1 Sm 10.25; Sl 45.1). Aliás, pelo que inferimos de algumas passagens, era um sistema já bastante utilizado naquela região (Jz 8.14).
O alfabeto sinaítico (chamemo-lo assim) foi rapidamente assimilado pelos sábios de Israel que, sempre dirigidos e supervisionados pelo Espírito Santo, puderam dar continuidade à História Sagrada. Josué, Samuel, Davi e Gade, por exemplo, tornaram-se mestres na escrita do Sinai; grandes literatos (Js 24.26; 1 Sm 10.25; Sl 45.1). Aliás, pelo que inferimos de algumas passagens, era um sistema já bastante utilizado naquela região (Jz 8.14).
Na verdade, a escrita sinaítica
nasceu entre os fenícios que, já naqueles dias, dominavam o comércio na região
do Oriente Médio. E, para agilizar suas escriturações contábeis, entenderam por
bem criar um sistema de registro mais dinâmico e eficaz. E, tendo como base os
hieróglifos egípcios, elaboraram um pré-alfabeto que, séculos depois, seria
adotado e aperfeiçoado pelos gregos e romanos.
Se bem atentarmos à história de
Israel, perceberemos que, durante o exílio babilônico, os judeus vieram a
trocar, de fato, o seu alfabeto pelo assurítico. Denominado escrita quadrática,
devido à forma de suas letras, foi introduzido na cópia das Sagradas Escrituras
mui provavelmente por Esdras. O eruditíssimo doutor e escriba, aliás, foi quem
procedeu a última reforma editorial e gráfica do Antigo Testamento. Sem o seu
trabalho, as Sagradas Escrituras corriam o risco de se tornarem um todo
incompreensível. E, dessa maneira, viriam a cair no esquecimento.
O hebraico, como o lemos hoje no
Antigo Testamento, é um legado tanto de Moisés quanto de Esdras, intermediados
por filólogos como os homens de Ezequias (Pv 25.1).
A Moisés coube uma tripla e
dificílima tarefa: adaptar a escrita sinaítica às necessidades linguísticas de
Israel; gramaticar o hebraico e, finalmente, torná-lo uma língua literária.
Nesse sentido, Moisés está para o hebraico como Martinho Lutero (1483-1546)
está para o alemão. Sem o trabalho de ambos, separados por trinta séculos, hoje
não teríamos nem a língua hebraica nem a alemã. Moisés, por esse motivo, não
foi apenas o maior profeta da História Sagrada, foi também um dos maiores
linguistas e filólogos que o mundo já conheceu. Infelizmente, os eruditos
seculares, sempre preocupados em desconstruir a Bíblia, ainda não atentam a
esse fato.
Quanto a Esdras, coube-lhe uma
missão dupla e igualmente dificílima. Em primeiro lugar, adaptou o alfabeto
assurítico, usado pelos falantes do aramaico, ao hebraico do exílio. Já
resolvido o problema alfabético, o grande e bem-conceituado doutor pôs-se a
revisar linguisticamente as Escrituras Sagradas até então lavradas. Sua
revisão, frisamos, não avançou além do campo filológico; ele não fez nenhuma
mudança de conteúdo, pois a própria Escritura, a fim de preservar-se, proibia-o
terminantemente (Pv 30.5,6; Ap 22.18.19). E, sobre as adaptações linguísticas,
os editores sagrados não esconderam a sua participação (Gn 22.14; Dt 3.14; 1 Sm
5.5).
A mudança da escrita sinaítica
para o alfabeto assurítico, conhecido hoje como hebraico, começou a ser feita
no exato momento em que Daniel e seus companheiros chegaram à corte babilônica.
Eles foram não somente obrigados a aprender a língua e a cultura dos caldeus,
mas também constrangidos a assimilar o seu alfabeto (Dn 1.4). Afinal, os
documentos oficiais eram redigidos, inicialmente, em arameu e no alfabeto
assurítico, e, depois, nas demais línguas e alfabetos.
Hoje, temos o livro de Levítico
na Bíblia Hebraica, não mais na escrita sinaítica, mas no sistema alfabético
assurítico. Concernente à língua hebraica, em si, o que podemos dizer? O
hebraico falado no tempo de Esdras seria perfeitamente inteligível a um
israelense de nossos dias. Deus, portanto, reservou os meios mais eficazes
(alfabeto, língua e trabalho editorial), para que tivéssemos, hoje, a sua
Palavra como Ele a inspirou a Moisés e aos demais profetas.
III- Ocasião, o Nascimento de
Israel
Ao datarmos a redação do livro
de Levítico, temos de levar em consideração três coisas muito importantes: a ocasião
da obra, a peregrinação e o aparente atraso e, finalmente, o estabelecimento da
congregação israelita no deserto.
1. A data da redação do
Levítico. De acordo
com a cronologia bíblica geralmente aceita, o livro de Levítico foi escrito por
Moisés em 1445 a.C. É claro que essa data não pode ser considerada exata, mas
também não é absurda nem pode ser descartada. E, se levarmos em conta Êxodo
40.7, veremos que a redação da terceira parte do Pentateuco começou a ser feita
um ano depois de os israelitas terem saído do Egito. Foi nessa ocasião, ainda,
que o Senhor ordenou fosse erguido o Santo Tabernáculo no deserto.
2. O período do Levítico. Moisés escreveu o Levítico
num momento particularmente difícil da história de Israel. Os israelitas tinham
acabado de sair de uma segunda apostasia. A primeira, como se recorda, foi o
episódio do bezerro de ouro (Êx 32). Mas a segunda, embora não tivesse como
motivação a idolatria, foi pior do que a primeira; tinha como fundamento a
incredulidade que, a partir daquele momento, tornar-se-ia crônica na vida dos
judeus.
Embora conhecessem a promessa
feita por Deus a Abraão, os hebreus, contaminados pelo desânimo, não se
animaram a apossar-se de Canaã. Foram, por isso, condenados a peregrinar no
deserto por quarenta anos (Nm 14.34). Em meio a essa rebelião e apostasia, foi
que Moisés, inspirado pelo Espírito Santo, escreveu o Levítico, a fim de
ensinar o povo a adorar o Deus Santo, Vivo, Único e Verdadeiro.
3. A peregrinação e o atraso. Não fossem as duas grandes
apostasias, Israel teria chegado a Canaã em, no máximo, dois meses. Mas, em
consequência de seus pecados, os hebreus tiveram de voltear o Sinai por um
período de quarenta anos, até que toda aquela geração de incrédulos caísse no
deserto e, no deserto, fosse sepultada. Sem esse longo contratempo, o livro de
Levítico poderia ter sido escrito em Canaã, sob circunstâncias mais favoráveis.
E, quem sabe, o lamentável episódio de Nadabe e Abiú teria sido igualmente
evitado, pois ambos, frutos daquela incredulidade, eram tão culpáveis quanto os
dez espias que esparramaram o desalento pelo arraial hebreu.
Todavia, como o cronograma
redentivo de Deus não pode ser atrasado pelas circunstâncias, aprouve ao Senhor
entregar as regras e mandamentos levíticos em pleno Sinai. E, dessa forma, a
nova geração de Israel adentraria Canaã com uma disposição renovada,
apossando-se de vez da terra que mana leite e mel. Sendo assim, podemos dizer
que o atraso ocorrido na peregrinação dos israelitas em direção à Terra
Prometida foi providencial e didático. Sem a longa estadia no deserto, Israel
jamais alcançaria o seu status de
nação profética, sacerdotal e real.
4. A congregação no deserto. Foi nesse período
conturbado, que Deus ordenou a construção do Santo Tabernáculo. Neste ponto,
vejo-me obrigado a levantar esta questão: se não fossem as duas apostasias de
Israel, no Sinai, a tenda de adoração seria necessária?
Que os israelitas careciam de um
centro de adoração ninguém o pode negar. Entretanto, se a peregrinação tivesse
durado apenas sessenta dias, um tempo mais do que razoável, acredito que, ao
invés de um santuário portátil, os israelitas seriam instruídos, pelo Senhor, a
erguer uma casa definitiva. Isso, porém, só viria a acontecer quatro séculos
depois da entrada de Israel em seu território. A desobediência traz retardos e
atrasos em todos os sentidos. Eis porque devemos primar por uma vida de
obediência ao Senhor.
IV- Os Objetivos de Levítico
À primeira vista, o livro de
Levítico é um manual de cerimônia como outro qualquer. Todavia, uma leitura
mais atenta leva-nos a ver, em suas páginas, pelo menos cinco objetivos:
doxológico, hagiológico, didático, diaconológico e missiológico.
1. Objetivo doxológico. No Êxodo, o Senhor demanda
de seu povo uma adoração perfeita. Já no Levítico, ensina Ele, a esse mesmo
povo, como alcançar esse alvo. Em suas páginas, observamos que, além da
intenção do adorador, a adoração tem de processar-se de maneira correta e
santa, pois o Senhor busca os que o honram em espírito e em verdade. Por isso,
a partir do sacerdócio araônico, a adoração passa a ser considerada um serviço
a ser prestado regular e corretamente ao Deus Santo e Verdadeiro.
A doxologia é o primeiro e mais elevado objetivo do livro de Levítico. Eis porque, no cerne de todo sacrifício e oferta, tem de estar o coração e a alma do adorador. Menos que isso é inaceitável.
A doxologia é o primeiro e mais elevado objetivo do livro de Levítico. Eis porque, no cerne de todo sacrifício e oferta, tem de estar o coração e a alma do adorador. Menos que isso é inaceitável.
2. Objetivo hagiológico. A hagiologia não se limita
a estudar a vida dos homens santos; seu objetivo inclui a pesquisa de coisas
tidas como santas e o processo de santificação que as acompanha. Por essa
razão, temos de ver os estágios de santificação de Israel como o segundo
objetivo de Levítico. Isso porque, o Deus Santo e Verdadeiro requer, de seus
adoradores, a mesma santidade e a mesma verdade. Aliás, o texto áureo desse
livro é bastante claro quanto aos seus objetivos hagiológicos: “Fala a toda a
congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o
SENHOR vosso Deus, sou santo” (Lv 19.2).
A hagiologia bíblica abrange um duplo processo. O primeiro é separar o homem do mundo, para que ele, pelos meios da graça, santifique-se ao Senhor. O segundo leva esse mesmo homem, já separado do mundo, a santificar-se para o serviço de Deus. Conclui-se que a doxologia só há de ser perfeita se a hagiologia for completa na vida de quem professa amar e servir ao Senhor.
A hagiologia bíblica abrange um duplo processo. O primeiro é separar o homem do mundo, para que ele, pelos meios da graça, santifique-se ao Senhor. O segundo leva esse mesmo homem, já separado do mundo, a santificar-se para o serviço de Deus. Conclui-se que a doxologia só há de ser perfeita se a hagiologia for completa na vida de quem professa amar e servir ao Senhor.
3. Objetivo didático. Mas, como alcançar os
objetivos doxológicos e hagiológicos demandados no livro de Levítico? A fim de
que a adoração de Israel fosse perfeita, o Senhor providenciou um amplo e
eficaz aparato didático. Somente assim o perfeito e santo Deus seria perfeita e
santamente adorado.
Devemos, portanto, ver como didáticos os livros de Êxodo e de Levítico, pois o objetivo de ambos é conduzir Israel, para que este, perfeita e completamente instruído, viesse a servir a Deus em espírito e em verdade.
Se levarmos em conta os ensinos das epístolas endereçadas aos gálatas e aos cristãos hebreus, veremos o Santo Tabernáculo como um jardim de infância, no qual os israelitas, sempre conduzidos pelas mãos de Arão e de Moisés, deveriam aprender os primeiros rudimentos das verdades divinas (Gl 3.24,25).
Infelizmente, eles recusaram-se a crescer na graça e no conhecimento do Senhor; optaram por ficar na escola de pré-alfabetização; não avançaram jamais. Vendo esse retardo atingir inclusive os cristãos, o autor sagrado exorta-os a deixar os tipos e emblemas dos bens futuros e, nestes, fixarem-se (Hb 9.11; 10.1).
Hoje, não são poucas as igrejas evangélicas gentias que, embevecidas pelo esplendor do culto hebreu, buscam reviver festas e cerimônias judaicas, como se o templo cristão fosse mera sinagoga. Nosso compromisso com Israel é orar pela paz de Jerusalém, para que os filhos de Abraão retornem o mais depressa possível à sua herança, conforme preconizam os santos profetas. Quanto a nós, já saímos do jardim de infância espiritual. Eis porque devemos cumprir a terceira ordenança de Jesus: evangelizar até aos confins da terra.
Devemos, portanto, ver como didáticos os livros de Êxodo e de Levítico, pois o objetivo de ambos é conduzir Israel, para que este, perfeita e completamente instruído, viesse a servir a Deus em espírito e em verdade.
Se levarmos em conta os ensinos das epístolas endereçadas aos gálatas e aos cristãos hebreus, veremos o Santo Tabernáculo como um jardim de infância, no qual os israelitas, sempre conduzidos pelas mãos de Arão e de Moisés, deveriam aprender os primeiros rudimentos das verdades divinas (Gl 3.24,25).
Infelizmente, eles recusaram-se a crescer na graça e no conhecimento do Senhor; optaram por ficar na escola de pré-alfabetização; não avançaram jamais. Vendo esse retardo atingir inclusive os cristãos, o autor sagrado exorta-os a deixar os tipos e emblemas dos bens futuros e, nestes, fixarem-se (Hb 9.11; 10.1).
Hoje, não são poucas as igrejas evangélicas gentias que, embevecidas pelo esplendor do culto hebreu, buscam reviver festas e cerimônias judaicas, como se o templo cristão fosse mera sinagoga. Nosso compromisso com Israel é orar pela paz de Jerusalém, para que os filhos de Abraão retornem o mais depressa possível à sua herança, conforme preconizam os santos profetas. Quanto a nós, já saímos do jardim de infância espiritual. Eis porque devemos cumprir a terceira ordenança de Jesus: evangelizar até aos confins da terra.
4. Objetivo diaconológico. Que Israel fora chamado a
servir a Deus era algo que não podia ser ignorado nem pela nação como um todo,
nem pelo adorador em particular. A doxologia, a hagiologia e a didática tinham
de resultar, naturalmente, na diaconia de quem professa conhecer o Deus Único e
Verdadeiro. Israel deveria erguer-se, necessária e urgentemente, como a
comunidade servidora por excelência. Mas não foi isso que aconteceu. Os judeus
tardaram em reconhecer a natureza de sua missão como filhos de Deus e herdeiros
de Abraão. Se nos detivermos no espírito de Levítico, constataremos que o seu
principal objetivo era preparar um povo obreiro ao Senhor.
5. Objetivo missiológico. O verdadeiro santo não é
aquele que se limita a não praticar o mal; é aquele que, apartando-se do mal,
deleita-se em fazer o bem e servir a Deus. Refugiar-se num convento pode até
ser eficiente para quem busca fugir à avareza, à prostituição e às
intemperanças. Todavia, tal refúgio impedir-nos-á de praticar o bem. E quem
sabe praticar o bem e não o pratica ofende a Deus; faz-se tão pecador como
aquele que, intemperando-se, lança-se a todos os excessos. Por essa razão,
entendamos de uma vez por todas: fomos salvos para divulgar o testemunho de
Jesus Cristo.
Tal ensino pode ser encontrado
na essência de Levítico. Portanto, à semelhança dos demais livros das Sagradas
Escrituras, ele é, também, um livro missiológico. Se Israel, compenetrando-se
de sua missão como povo de Deus, observasse os seus mandamentos, teria partido
dali mesmo, em pleno deserto, a anunciar as grandezas de Deus. Mas, recolhido
aos seus privilégios, limitou-se a reagir às agressões dos gentios. De que modo
estamos agindo como Igreja de Deus? Agimos? Ou limitamo-nos a reagir às
circunstâncias? Santifiquemo-nos! Testemunhemos de Cristo em toda e qualquer
circunstância.
ANDRADE,
Claudionor de. Adoração,
Santidade e Serviço: Os
Princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. 1 ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2018.
COMENTÁRIO E
SUBSÍDIO II
INTRODUÇÃO
Estudaremos, a partir de agora,
o livro de Levítico, cujo tema pode ser resumido nesta simples, mas atual
ordenança divina:”… portanto vós vos santificareis, e sereis santos, porque eu
sou santo” (Lv 11.44). À primeira vista, esse livro da Bíblia Sagrada parece
enfadonho e até desnecessário. Todavia, ele é imprescindível para
compreendermos a essência do culto divino no Antigo Testamento. Nas Lições por
virem, constataremos que ainda temos muito a aprender com a congregação
israelita no deserto do Sinai.
Estudemos, pois, com diligência e cuidado. Oremos e
empenhemo-nos por aplicar cada lição ao nosso viver. Finalmente, não nos
esqueçamos de que o Senhor continua a exigir de seus filhos uma vida santa,
pura e consagrada ao seu Reino.
Iniciamos este trimestre estudando o livro de
Levítico. Todo leitor da Bíblia sente dificuldade, ao ler a Bíblia inteira,
quando se depara com este livro. Sem dúvida, este é livro bíblico é o menos
explorado por todos os cristãos; estamos deixando de conhecer uma das
principais fontes de diretrizes dada por Deus. A palavra chave do livro é
santidade e esta palavra em várias formas é falada muitas vezes; santificar,
santíssimo, santo, santuário, limpo e santidade. O versículo chave é 19.2:
“santos sereis, porque eu, o senhor vosso Deus, sou santo”. Outro versículo que
diz a mesma verdade é 11.44. Podemos ver uma grande verdade neste tema; temos
que pregar tanto a expiação pelo sangue de Cristo quanto a vida de santidade
baseada na expiação feita pelo sangue de Cristo. O salvo tem que saber como
andar com Deus na comunhão. Levítico se diferencia dos outros livros do
Pentatêuco porque relata quase exclusivamente o sistema das leis para governar
Israel na sua vida religiosa, civil, dietética e diária. Seu nome em hebraico é
‘Vaicrá’ (Chamado por Deus), na Septuaginta (Antigo Testamento traduzido para o
grego) é Leuitikon e o Latim toma emprestado transformado-o em ‘Leviticus’, em
referência aos levitas, a tribo de Aarão, os primeiros sacerdotes
judaicos.
I. SOBRE O
LIVRO DE LEVÍTICO
Para compreendermos o Livro de Levítico, temos
de considerar, inicialmente, quatro coisas muito importantes: sua canonicidade,
gênero literário, autoria e data.
O interessante é observarmos o nome hebraico do
livro de Levítico. Em todo Pentateuco, os israelitas colocavam como nome do
livro as primeiras palavras do mesmo. No caso de Levítico é “ chamou o Senhor”.
E é impressionante a riqueza de entendimento que podemos ter apenas observando
o nome em hebraico. Levítico é a chamada do Senhor para a santidade, serviço e
adoração, base de qualquer relacionamento com Deus. O senhor chama para a
santidade que só provem Dele (Lv 11.44-45).
1. Canonicidade. O Levítico, bem como os demais livros do Pentateuco,
foi reconhecido, desde o princípio, como a Palavra de Deus, e posto “perante o
Senhor”, junto à Arca da Aliança, no Tabernáculo (Dt 31.26). Em várias
passagens, ele é chamado, juntamente com outros livros do Pentateuco, de “Livro
do Senhor”, ou “Livro da Lei” (Is 34.16; 2 Rs 22.8). Portanto, o Levítico tem
de ser considerado, à semelhança dos demais Livros da Bíblia Sagrada, como a
Palavra inspirada, inerrante e completa de Deus.
Canonicidade é a característica ou qualidade do que
é canônico; legitimidade, veracidade. A crença cristã histórica é que o
Espírito Santo, que presidiu à formação de cada um dos livros bíblicos, também
lhes dirigiu a seleção e incorporação, continuando assim a cumprir à promessa
do Senhor de que ele guiaria os discípulos a toda verdade.
“O cânon protestante do Antigo Testamento (composto
pelos trinta e nove livros relacionados acima) é exatamente igual ao cânon
hebraico massorético. O cânon massorético é a Bíblia hebraica em sua forma
definitiva, vocalizada e acentuada pelos massoretas. A ordem dos livros,
entretanto, segue a da Vulgata e da Septuaginta.” (Paulo R. B.
Anglada. O Canon Bíblico. Disponível em:. Acesso em: 25 Jun, 2018)
2. Gênero literário. Em virtude de seu género literário, o livro de
Levítico pode ser considerado o manual do culto divino do Antigo Testamento (Lv
23). Ele pode ser visto também como o estatuto da purificação nacional, social
e pessoal do povo hebreu (Lv 17.1-7).
Gênero literário é uma categoria de composição
literária. A classificação das obras literárias podem ser feitas de acordo com
critérios semânticos, sintáticos, fonológicos, formais, contextuais e outros.
As distinções entre os gêneros e categorias são flexíveis, muitas vezes com
subgrupos. O gênero legal (Legislativo) é representado na Bíblia principalmente
no Pentateuco. Este livro relata as leis levíticas que Deus deu a Moisés na
tenda (tabernáculo) da congregação. Deus deu estas leis a Moisés logo depois
que o tabernáculo foi feito e pronto e a glória de Deus o encheu (Êx 40.34).
3. Autoria. Moisés é o autor humano de Levítico e dos demais
livros que compõem o Pentateuco – os cinco primeiros livros da Bíblia. Por toda
a obra, observamos a interação entre os autores divino e humano: Deus e Moisés
(Lv 1.1; 5.14; 8.1; 15.1; 21.1; 27.1).
Como todo o Pentateuco, é comumente aceito a autoria
de Moisés. O maior indicativo desta tese é a própria Palavra de Deus. Em
Neemias 8.1 há a menção ao “Livro da Lei de Moisés”. Em Ne 13.1 e 2Cr 25.4, por
exemplo, temos a citação de “Livro de Moisés”. No Novo Testamento apresentam
citações similares em Mt 12.5; Mc 12.26; Lc 16.16; Jo 7.19 e Gl 3.10.
4. Data. De acordo com a cronologia bíblica, a saída de Israel
do Egito ocorreu no ano 1445 a.C. Um ano mais tarde, Moisés levantou o
Tabernáculo no deserto (ÊX 40.17). Foi exatamente nesse ponto que o profeta e
legislador, inspirado pelo Espírito Santo, passou a registrarás normas do culto
hebreu (Lv 1.1).
A data exata da compilação de Levítico é um tanto
incerta. O certo é que ela deva ter ocorrido durante a peregrinação do povo de
Israel pelo deserto, nas últimas décadas dos anos 1.400 a.C. A confiança que
temos é que foi dada a Moisés, pelo próprio Deus, no Monte Sinai, quando o povo
provavelmente acampou na região por nove meses.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor(a) para ajudar na introdução do primeiro
tópico da lição, copie no quadro o esquema abaixo. Explique que antes de
iniciar a leitura de qualquer livro das Escrituras Sagradas é importante saber
quem foi o seu autor, em que data foi escrito, qual o seu propósito, os temas e
os personagens centrais. Depois, apresente o segundo esquema com a divisão do
livro de Levítico.
II. A RAZÃO
DO LIVRO
O livro de Levítico foi escrito tendo em vista
estes objetivos: purificar Israel das abominações do Egito, preservá-lo das
iniquidades de Canaã e transformá-lo num povo santo, obreiro e adorador.
Porque os israelitas haviam sido mantidos em
cativeiro no Egito durante 400 anos, o conceito de Deus tinha sido distorcido
pelos egípcios pagãos e politeístas. O objetivo de Levítico é fornecer
instruções e leis para orientar um povo pecador, mas redimido, em seu
relacionamento com um Deus santo. Há uma ênfase em Levítico na necessidade de
santidade pessoal em resposta a um Deus santo. O pecado deve ser expiado
através da oferta de sacrifícios próprios (capítulos 8-10). Outros temas
abordados no livro são dietas (alimentos puros e impuros), o parto e doenças
que são cuidadosamente regulamentadas (capítulos 11-15). O capítulo 16 descreve
o Dia da Expiação, neste dia um sacrifício anual é feito pelo pecado cumulativo
de todas as pessoas. Além disso, o povo de Deus deve ser discreto na sua vida
pessoal, moral e social, em contraste com as práticas atuais e pagãs ao seu
redor (capítulos 17-22).
1. Purificar Israel das
abominações do Egito. Além de arrancar
Israel do Egito, a Moisés coube também uma missão ainda mais difícil: arrancar
o Egito de Israel. Embora já livres da servidão de Faraó, os israelitas não se
livraram de imediato das abominações egípcias, haja vista o Lamentável episódio
do bezerro de ouro (Êx 32.1-10).
Para arrancar Israel do Egito bastou um dia;
para arrancar o Egito de Israel, quarenta anos não foram suficientes (Nm
14.33,34). Por esse motivo, o livro de Levítico fez-se necessário e urgente. O
Senhor, detalhada e didaticamente, ensinou aos israelitas a diferençar o puro
do impuro (Lv 10.10; 15.31; 20.25). Sem esse recurso didático, os hebreus
jamais seriam reconhecidos como nação sacerdotal, profética e real (Êx 19.6).
O tema principal de Levítico é a santidade. A
exigência de Deus pela santidade do Seu povo baseia-se na Sua própria natureza
santa. Um tema correspondente é o de expiação. A santidade deve ser mantida
diante de Deus, e ela só pode ser alcançada através de uma adequada expiação.
“Deus se propusera a ter uma nação santa, um povo
santificado, colocado à parte para Seu serviço. Desde os dias de Abel, homens
fiéis de Deus vinham oferecendo sacrifícios a Deus, mas foi primeiro à nação de
Israel que Deus deu instruções específicas sobre ofertas pelo pecado e outros
sacrifícios. Estes, segundo explicado em pormenores em Levítico, deixaram os
israelitas cientes da excessiva pecaminosidade do pecado e incutiu-lhes na
mente quão desagradáveis isto os tornava aos olhos de Deus. Tais regulamentos,
como parte da Lei, serviram como tutor conduzindo os judeus a Cristo,
mostrando-lhes a necessidade de um Salvador, e, ao mesmo tempo, serviam para
mantê-los como povo separado do resto do mundo. Em especial as leis divinas
sobre pureza cerimonial serviram para este último objetivo. Lev. 11:44; Gál.
3:19-25.”(Livro de Levítico. Disponível em:http://www.nucleodeapoiocristao.com.br/estudos/teologicos/esbocos_livros/velho/levitico.html. Acesso em: 25 Jun, 2018)
2. Preservar Israel das iniquidades
de Canaã. Ao deixarem o
Egito, um país notoriamente idólatra, os filhos de Israel peregrinaram durante
quarenta anos pelo deserto, para receber, por herança, uma terra habitada por
nações ainda mais idólatras e abomináveis (Lv 18.3). Por esse motivo, as
recomendações divinas eram tão enérgicas (Dt 18.9).
Sem os estatutos, leis e regras do livro de
Levítico, os israelitas corriam o risco de perder as suas características como
povo exclusivo de Deus.
“Como nova nação caminhando para uma nova terra,
Israel necessitava de direção correta. Ainda não passara um ano desde o Êxodo,
e os padrões de vida do Egito, bem como as suas práticas religiosas, ainda
estavam vivos na mente deles. O casamento entre irmão e irmã era comum no
Egito. Praticava-se a adoração falsa em honra de muitos deuses, alguns deles
sendo deuses animais. Agora esta grande congregação estava a caminho de Canaã,
onde a vida e as práticas religiosas eram ainda mais degradantes. Mas, observe
de novo o acampamento de Israel. Engrossando a congregação havia muitos
egípcios puros ou mestiços, uma multidão mista que vivia bem no meio dos
israelitas e que nascera de pais egípcios e fora criada e instruída segundo os
costumes, a religião e o patriotismo dos egípcios. Muitos destes, sem dúvida,
até bem pouco antes, na sua terra, entregavam-se a práticas detestáveis. Quão
necessário é que recebam agora orientações pormenorizadas de Deus! Levítico
traz em sua inteireza a marca da inspiração divina. Meros humanos não poderiam
ter formulado as suas leis e seus regulamentos sábios e justos. Os seus
estatutos relativos à alimentação, doenças, quarentena e tratamento de
cadáveres revelam um conhecimento de fatos que os homens da medicina, do mundo,
só vieram a conhecer milhares de anos mais tarde. A lei de Deus sobre animais
impuros para alimentação protegeria os israelitas durante a sua viagem. Ela os
protegeria contra a triquinose provinda de porcos, a febre tifóide e
paratifóide de certos tipos de peixe e infecções provindas de animais
encontrados mortos. Estas leis práticas visavam orientar a religião e a vida
deles, para que permanecessem como nação santa e atingissem e habitassem a
Terra Prometida. A história mostra que os regulamentos fornecidos por Deus
resultaram em os judeus levarem definida vantagem sobre outros povos em
questões de saúde.” (Livro de Levítico. Disponível em:http://www.nucleodeapoiocristao.com.br/estudos/teologicos/esbocos_livros/velho/levitico.html. Acesso em: 25 Jun, 2018)
3. Transformar Israel num povo
santo, adorador e obreiro. A Moisés cabia
também educar os filhos de Israel, a fim de transformá-los num povo santo,
adorador e obreiro (Lv 11.45). Sem a educação minuciosa e eficiente
proporcionada pelo Livro de Levítico, os israelitas jamais teriam cumprido a
missão que o Senhor lhes designara por intermédio de Abraão: ser uma bênção a
todas as famílias da Terra (Gn 12.1-3; Dt 14.2). Afinal, Israel teria de
portar-se como nação messiânica, pois tinha como missão principal, embora
inconsciente, revelar Jesus Cristo ao mundo (Jo 4.22).
“No Livro de Levítico vemos que Deus quer
conviver com seu povo e que por essa razão provê meios para tal intento. Um dos
propósitos da lei é revelar as condições para a comunhão do homem com Deus,
pois, por causa do pecado, ela foi interrompida”(1). O
tema de santidade permeia Levítico, que menciona este requisito mais do que
qualquer outro livro da Bíblia. Os israelitas deviam ser santos porque Deus é
santo. Certas pessoas, lugares, objetos e períodos foram reservados como
santos. Por exemplo, o Dia da Expiação e o ano do Jubileu foram reservados como
períodos de observância especial na adoração de Deus. Em harmonia com a sua
ênfase à santidade, o livro de Levítico frisa o papel que o derramamento de
sangue, isto é, o sacrifício de uma vida, desempenhava no perdão dos pecados.
Os sacrifícios de animais limitavam-se aos animais domésticos e limpos. Para
certos pecados, requeria-se a confissão, a restituição e o cumprimento de uma
penalidade, além do sacrifício. Para outros pecados, a penalidade era a morte.
O Nome do Senhor precisa ser mantido sagrado, e não nos atrevemos a trazer
opróbrio sobre ele mediante palavras ou ações (Lv 22.32; 24.10-16; Mt 6.9).
(1) Levítico: Instruções para vivermos em santidade e
comunhão com Deus, de Fernando Luis Viana Alves. Betel, 2017. Pág. 11
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Levítico é o âmago do Pentateuco! Uma das
principais funções dos cinco primeiros livros da Bíblia é dar uma identidade ao
povo de Deus. Na essência dessa identidade está Levítico; no centro do livro
está a santidade. Não é um mero livro de regras, frio e tedioso. Em vez disso,
a fonte de santidade é o Deus vivo, o Deus de Abraão, Isaque e Jacó; o Deus que
derrotou os egípcios e dividiu as águas; o Deus cuja presença habita no
Tabernáculo. Levítico ensina o povo de Deus como viver em segurança na presença
de um Deus santo” (Panorama da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016, p.
26).
III. O
MANUAL DO SACERDOTE
O livro de Levítico foi entregue mui
particularmente aos filhos de Levi, objetivando orientá-los quanto às
atividades cultuais, santificadoras e intercessoras.
“Chega então o tempo para uma grande ocasião em
Israel, a investidura do sacerdócio. Moisés cuida disso em todos os pormenores,
como Deus lhe ordenara. "E Arão e seus filhos passaram a fazer todas as
coisas que Deus ordenara por meio de Moisés." (8:36) Depois dos sete dias
ocupados com a investidura, há um espetáculo milagroso e fortalecedor da fé. A
assembléia inteira está presente. Os sacerdotes acabam de oferecer sacrifício.
Arão e Moisés já abençoaram o povo. Daí, veja! "A glória de Deus apareceu
... a todo o povo. E desceu fogo de diante de Deus e começou a consumir a
oferta queimada e os pedaços gordos sobre o altar. Quando todo o povo chegou a
ver isso, irromperam em gritos e prostraram-se sobre as suas faces."
(9:23, 24) Deveras, Deus é digno da obediência e da adoração deles! Contudo, há
transgressões da Lei. Por exemplo, os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, oferecem
fogo ilegítimo perante Deus. "Saiu então fogo de diante de Deus e os
consumiu, de modo que morreram perante Deus." (10:2) A fim de oferecerem
sacrifícios aceitáveis e gozarem da aprovação de Deus, tanto o povo como os
sacerdotes têm de seguir as instruções de Deus. Logo depois, Deus dá o
mandamento de que os sacerdotes não devem tomar bebidas alcoólicas enquanto
servem no tabernáculo, dando a entender que a embriaguez talvez tenha
contribuído para a transgressão dos dois filhos de Arão.” (Livro de
Levítico. Disponível em:http://www.nucleodeapoiocristao.com.br/estudos/teologicos/esbocos_livros/velho/levitico.html. Acesso em: 25 Jun, 2018)
1. Atividades cultuais. Os levitas tinham como atribuição exclusiva zelar pela
santidade, perfeição e beleza do culto do Deus de Israel (Nm 3.12). E, para que
todas as coisas saíssem de acordo com as recomendações divinas, obrigavam-se
eles a observar rigorosamente as ordenações do Levítico. Seu ofício deveria
refletir a glória de Deus (Lv 9.1-6). Por esse motivo, tudo neles tinha de estar
de acordo com as prescrições do Senhor: ordenação, pureza moral, espiritual e
física (Lv 8.1-36; 10.8-11).
O livro de Números no capítulo quatro nos esclarece
perfeitamente as legítimas funções dos levitas. Deus se refere aos levitas como
alguém “apto a servir”, “capazes de servir”, que tenham “condições de servir”,
“aptos a realizar o trabalho” e “realizar funções”. Os descendentes da tribo de
Levi realizavam todo o qualquer tipo de serviço dentro do templo. Os filhos de
Coate zelavam por todas as coisas santíssimas, os de Arão eram encarregados da
Arca e tudo o que dizia respeito aos objetos usados no serviço do santuário, os
gersonitas eram responsáveis pelo transporte das cortinas do Tabernáculo e os
meraritas carregavam as armações de madeira do Tabernáculo. Existiam também,
guardas, porteiros, padeiros, administradores, escribas, juízes, supervisores
de construções, incluindo os que louvavam o Senhor com instrumentos musicais,
como está escrito no livro primeiro das Crônicas, no capítulo 23. A função primária
do sacerdócio levítico, consequentemente, era manter, assegurar e restabelecer
a santidade do povo escolhido de Deus (Êx 28.38; Lv 10.7; Nm 18.1). O
sacerdócio mediava a aliança de Deus com Israel (Ml 2.4ss.; Nm 18.19; Jr
33.20-26).
2. Atividades
santificadoras. A reivindicação
mais urgente e importante do Livro de Levi é a santificação de Israel como
herança particular do Senhor: “Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu
sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 20.7). Os sacerdotes, por conseguinte, deveriam,
em primeiro lugar, cuidar de sua própria santificação para terem condições de
zelar pela santidade de todo o povo (Lv 16.1-11). Recomendação semelhante faz o
apóstolo Paulo aos obreiros de Cristo.
Levítico consiste na maior parte em escrita legislativa,
grande parte dela sendo também profética. Apresenta as instruções de Deus para
o povo de Israel sobre como deveria se aproximar dEle, ter comunhão com ele,
cultuá-Lo e viver na Terra Prometida. Sua mensagem central é santidade (Lv
19.2). Estabelece a forma de culto e o comportamento dos sacerdotes através das
normas e preceitos, ritos e ofertas.
“As cerimônias ligadas com a consagração dos
sacerdotes estão descritas em Êxodo 29 e Levítico 8. Elas incluíam um banho de
consagração, unção, vestimenta e sacrifícios. A lavagem simbolizava a limpeza
do coração para as obrigações ligadas à pureza da nação perante Deus. A unção
(Lv 8.10,11) envolvia o derramar óleo na cabeça do sumo sacerdote e respingá-lo
nas vestimentas dos outros sacerdotes (vv. 22-24). As vestimentas dos
sacerdotes e especialmente a do sumo sacerdote eram caras e bonitas (Êx 28.3-5;
Lv 8.7-9). Os sacrifícios de consagração incluíam a oferta pelo pecado
(8.14-17), oferta queimada (vv. 18-21) uma oferta de consagração especial (vv.
22-32). O sangue do carneiro era aplicado na orelha, no dedo polegar e no dedo
do pé direitos de Arão e de seus filhos, para simbolizar consagração física
completa ao Senhor”. (SACERDOTES E LEVITAS. Disponível em: http://antigotestamento-shemaisrael.blogspot.com/2017/11/sacerdotes-e-levitas-historia-funcoes-e.html. Acesso em: 25 Jun, 2018)
3. Atividades
intercessoras. A principal
atividade do sacerdote era, sem dúvida, fazer a intermediação entre o pecador
arrependido e o Deus Santo, Único e Verdadeiro (Lv 9.7), haja vista o gesto de
Arão quando da apostasia de Core e seu bando. Naquele momento, o povo de Israel
esteve prestes a ser destruído, mas o gesto do sumo sacerdote tornou a nação
propícia a Deus (Nm 16.46).
Hoje, em virtude do sacrifício de Cristo, não
mais necessitamos de intermediários humanos para nos achegarmos a Deus (1 Jo
4.10). Jesus é o nosso sublime e perfeito Sumo Sacerdote (Hb 7.26,27). Todavia,
a santidade continua a ser exigida daqueles que oram e intercedem; que o façam
“levantando mãos santas” (1 Tm 2.1,8). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 1, 1º Jul
18)
De modo geral as principais funções do sumo
sacerdote eram ensinar a lei de DEUS e interceder pelo povo.
a) Oferecer dons e sacrifícios pelos pecados (v.1b).
Na Antiga Aliança os oferentes não podiam dirigir-se diretamente a DEUS.
Traziam suas dádivas e ofertas e as apresentavam ao sacerdote. Segundo
estudiosos do Antigo Testamento, os dons eram ofertas de cereais e os
sacrifícios eram “ofertas de sangue”. No Novo Testamento, Jesus , nosso Sumo
Sacerdote quanto a nossa salvação, é tanto o oferente como a própria oferta
vicária: “ofereceu-se a si mesmo [por nós] a Deus”.
b) “Compadecer-se ternamente dos ignorantes e
errados” (v.2). O sumo sacerdote deveria ter simpatia, ou seja, capacidade para
compartilhar as alegrias ou as tristezas das pessoas que lhe procuravam e, ao
mesmo tempo, ter empatia, capacidade para se colocar na situação do outro. Só
quem tem essas qualidades pode de fato ser um intercessor. Da mesma forma devem
proceder os obreiros do Senhor no trato com os que erram por ignorância ou por
fraqueza.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Ordenação: O ato histórico separa para sempre o
sacerdócio dos outros israelitas. Mesmo após o tempo de Jesus, somente quem
podia provar sua descendência de Arão por completos registros genealógicos era
permitido atuar no sacerdócio. E à mulher do sacerdote era exigido ser uma
israelita de sangue puro, de uma família sem qualquer tipo de imperfeição.
Hoje, cada crente é um sacerdote, um membro adotado da família de Deus (1 Pe
2.5). Orelha e polegar, dedo do pé: Alguns têm sugerido que tocar essas partes
do corpo com sangue simboliza a necessidade dos sacerdotes de estarem sempre
prontos para ouvir a voz de Deus, sempre prontos a segui-lo. Parte da cerimônia
de ordenação envolvia restringir Arão e seus filhos à câmara do Tabernáculo por
sete dias. O ato simbolizava separar os sacerdotes do restante do povo, e
separá-los para Deus. Porém, isso sugere ainda mais: Somente aqueles que vivem
diariamente na verdadeira presença de Deus podem servir ao Senhor efetivamente.
Precisamos permanecer junto a Ele, se desejamos ter um ministério junto aos
outros” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis
a Apocalipse capítulo por capítulo. 9.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 80).
CONCLUSÃO
A principal lição que extraímos do livro de
Levítico é que o Deus santo requer duas coisas básicas de cada um de seus
filhos: que nos separemos do mundo e que nos dediquemos, em pureza e santidade,
ao seu serviço. Este é o nosso culto racional (Rm 12.1-3).
O livro de Levítico apresenta as leis do Senhor e
como o culto a Deus deveria ser oferecido. Levítico é o livro da lei de Deus e
apresenta os preceitos que Israel teria de que cumprir para viver segundo o
padrão de santidade exigido por Deus. Como discutido acima, este padrão deveria
ser obedecido à risca para que a adoração fosse aceita. É importante que o
cristão entenda os sacrifícios levíticos e como eles se cumpriram no
nascimento, ministério, morte e ressurreição do Senhor Jesus Cristo. Naqueles
sacrifícios e em todos os demais ensinamentos, encontramos vários aspectos da
obra de Jesus e de como o homem deve se conduzir neste mundo de modo que agrade
a Deus. Levítico tem o propósito de ajudar aqueles que amam a bendita Palavra
de Deus.
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua
palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou
chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16)
Francisco Barbosa
Disponível no blog: auxilioebd.blogspot.com.br